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Fonte [1] A Monteiro Lobato coube à fortuna de ser o “divisor de águas” na área das literaturas infantil e juvenil brasileiras. Ele encontrou o caminho criador, rompendo com as convenções estereotipadas, abrindo portas para novas ideias e formas que nosso século exigia. Todavia, essa criação não se fez repentinamente. Resultou de um processo de amadurecimento. Quando A menina do narizinho arrebitado foi publicado, em 1920, Lobato estava com 38 anos de idade. Desde adolescente, começara a lidar com as Letras, escrevendo crônicas e artigos para a impressa, no interior e na capital paulista [...]. Lobato foi um dos que se empenharam na luta pela descoberta e pela conquista do nacional. A princípio, na área literária, seja para adultos ou para crianças. Mais tarde, voltou-se para os campos econômico e político. Por volta de 1916, Lobato já se preocupava com os livros de leitura para a criançada. Nos anos 20, Monteiro Lobato fundia o real e o maravilhoso. Sua vasta produção, na área infanto-juvenil, engloba obras originais, adaptações e traduções. Quem não se recorda de A menina do narizinho arrebitado (1920), O Marquês de Rabicó (1922), Emília no país da gramática (1933), O Sítio do Pica-Pau Amarelo (1939), ou ainda, A chave do tamanho (1942)? Em suas narrativas aventurescas, encaixam-se situações, personagens e celebridades que nasceram da invenção de Lobato [...]. E aí está a maior originalidade de desse Autor: redescobrir realidades estáticas, cristalizadas pela memória cultural, e dar-lhes nova vida, em meio às “reinações” da turma que habita o Sítio do Pica-Pau Amarelo. O mérito do referido escritor está na perfeita adequação entre sua matéria literária e as imposições da época em que ela foi produzida. Lobato substitui o sentimentalismo, tão em voga em sua época, pela irreverência gaiata, pelo humor e pela ironia. Assim, foi um inovador pelo modo especial com que tratou o estereotipado vigente em seu tempo. A função lúdica da literatura, que foi privilegiada por Lobato, tem sido enriquecida e aprofundada com outras funções igualmente essenciais ao espírito da criança [...]. [Depois de Monteiro Lobato, outros/as tantos/as autores/as se debruçaram sobre a escritura de obras voltadas para o público infanto-juvenil. Vejamos alguns desses exemplos, por uma perspectiva cronológica]: Anos 30 Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, Malba Tahan, Orígenes Lessa, Vicente Guimarães, Viriato Correia, entre outros. 34
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