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Caderno de Lei Seca (8)

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CADERNO DE LEI SECA 
 
SEMANA 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA - SEMANA 03/21 
 
 
Sumário 
SEGUNDA-FEIRA ................................................................................................................................................ 4 
Leitura do Código de Processo Penal – Artigos 24 ao 59 ............................................................................. 4 
TERÇA-FEIRA .................................................................................................................................................... 16 
Leitura do Código de Processo Penal – Artigos 60 ao 68 ........................................................................... 16 
Leitura do Código Civil – Artigos 1 ao 21 .................................................................................................... 18 
QUARTA-FEIRA ................................................................................................................................................. 34 
Leitura do Código Civil – Artigos 22 a 69 .................................................................................................... 34 
QUINTA-FEIRA ................................................................................................................................................. 49 
Leitura do Código Civil – Artigos 70 a 103 .................................................................................................. 49 
Leitura da Lei do Mandado de Segurança .................................................................................................. 57 
SEXTA-FEIRA .................................................................................................................................................... 68 
Leitura da Lei de Interceptação Telefônica ................................................................................................ 68 
Leitura da Lei de Mandado de Injunção ..................................................................................................... 78 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
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SEGUNDA-FEIRA 
 
Leitura do Código de Processo Penal – Artigos 24 ao 59 
 
TÍTULO III 
DA AÇÃO PENAL 
 
Art. 24. Nos crimes de AÇÃO PÚBLICA, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas 
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou 
de quem tiver qualidade para. 
↳ Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública ou princípio da legalidade processual. 
↳ Prazo decadencial de 6 meses p/ o direito de queixa ou de representação. 
• Súmula nº 594, STF. Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, 
pelo ofendido ou por seu representante legal. 
↳ Válida, mas com adaptações em sua interpretação. 
↳ A Súmula 594-STF atualmente serve para transmitir o seguinte entendimento: se esgotou o prazo de queixa 
ou representação para o representante da vítima menor de idade, mesmo assim ela poderá propor queixa 
ou representação, iniciando-se seu prazo a partir do momento em que completa 18 anos. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 594-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/35937e34256cf4e5b2f7da08871d2a0
b>. 
Acesso em: 07/11/2023 
• Súmula nº 714, STF. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra do servidor público 
em razão do exercício de suas funções. 
§ 1º. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADI). 
(Parágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) 
§ 2º. Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, 
Estado e Município, a ação penal será PÚBLICA. 
(Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) 
 
 
Art. 25. A representação será IRRETRATÁVEL, depois de OFERECIDA A DENÚNCIA. 
 
 
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio 
de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial. 
(Revogado tacitamente). 
 
 
 
 
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https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/35937e34256cf4e5b2f7da08871d2a0b
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/35937e34256cf4e5b2f7da08871d2a0b
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8699.htm#art24%C2%A72
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Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em 
que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o 
tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
 
 
Art. 28. Ordenado o ARQUIVAMENTO do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos 
da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade 
policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma 
da lei. 
(Redação dada pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
↳ Artigo com eficácia suspensa! 
⚠ ADI 6300: 
Liminar deferida ad referendum 
MIN. LUIZ FUX 
"(...) Ex positis, concedo a medida cautelar requerida para suspender a eficácia do artigo 310, §4º, do Código 
de Processo Penal (CPP), na redação introduzida pela Lei nº 13.964/2019. Conclusão Ex positis, na condição 
de relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, com as vênias de praxe e pelos motivos expostos: (a) Revogo 
a decisão monocrática constante das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e suspendo sine die a eficácia, ad referendum 
do Plenário, (a1) da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-
E, 3º-F, do Código de Processo Penal); e (a2) da alteração do juiz sentenciante que conheceu de prova 
declarada inadmissível (157, §5º, do Código de Processo Penal); (b) Concedo a medida cautelar requerida 
nos autos da ADI 6305, e suspendo sine die a eficácia, ad referendum do Plenário, (b1) da alteração do 
procedimento de arquivamento do inquérito policial (28, caput, Código de Processo Penal); (b2) Da 
liberalização da prisão pela não realização da audiência de custodia no prazo de 24 horas (Artigo 310, §4º, 
do Código de Processo Penal); Nos termos do artigo 10, §2º, da Lei n. 9868/95, a concessão desta medida 
cautelar não interfere nem suspende os inquéritos e os processos em curso na presente data. Aguardem-se 
as informações já solicitadas aos requeridos, ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da 
República. Após, retornem os autos para a análise dos pedidos de ingresso na lide dos amici curae e a 
designação oportuna de audiências públicas. Publique-se. Intimem-se." 
 
• Súmula nº 696, STF. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, 
mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-
Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. 
§ 1º. Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito 
policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão 
da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
 
 
 
 
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§ 2º. Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, 
a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber 
a sua representação judicial. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
 
 
Art. 28-A. NÃO sendo caso de arquivamento e tendo o investigado CONFESSADO formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA e com pena mínima 
INFERIOR a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, 
desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes 
CONDIÇÕES ajustadas CUMULATIVA e ALTERNATIVAMENTE: 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, EXCETO na impossibilidade de fazê-lo; 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito DIMINUÍDA de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), em local a ser indicado pelo 
juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
Art. 46, CP. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações 
superiores a 6 (seis) meses de privação da liberdade. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1º. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas 
ao condenado. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º. A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos 
e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3º. As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser 
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada 
normal de trabalho. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4º. Se a pena substituída for superior a 1 (um) ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva 
em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da 
 
 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art46
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execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos 
aparentemente lesados pelo delito; ou 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
Conversão das penas restritivas de direitos 
Art. 45, CP. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 
46, 47 e 48. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1º. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade 
pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário-mínimo 
nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários-mínimos. O valor pago será deduzido do montante de 
eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2º. No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode 
consistir em prestação de outra natureza. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3º. A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em 
favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo 
causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4º. (VETADO). 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 1º. Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 2º. O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses: 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
I - se for cabível TRANSAÇÃO PENAL de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da 
lei; 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
II - se o investigado for REINCIDENTE ou se houver elementos probatórios que indiquem CONDUTA 
CRIMINAL HABITUAL, REITERADA ou PROFISSIONAL, EXCETO se insignificantes as infrações penais 
pretéritas; 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em 
acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
IV - nos crimes praticados no âmbito de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR, ou praticados 
CONTRA A MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO, em favor do agressor. 
 
 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/1998/Mv1447-98.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art45
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(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
REQUISITOS PARA QUE O MP POSSA PROPOR O ANPP 
1) não ser o caso de arquivamento Se não houver justa causa ou existir alguma outra 
razão que impeça a propositura da ação penal, não 
é caso de oferecer o acordo, devendo o MP pedir o 
arquivamento do inquérito policial ou da 
investigação criminal. 
2) o investigado deve ter confessado 
a prática da infração penal 
O ANPP exige que o investigado tenha confessado 
formal (em ato solene) e circunstancialmente (com 
detalhes) a prática da infração penal. 
O art. 18, § 2º, da Res. 181/2017-CNMP exige que a 
confissão seja registrada em áudio e vídeo. 
3) infração penal foi cometida SEM 
violência e SEM grave ameaça 
A infração penal não pode ter sido cometida com 
violência ou grave ameaça. 
Prevalece que é cabível ANPP se a infração foi 
cometida com violência contra coisa. 
Assim, o ANPP somente é proibido se a infração foi 
praticada com grave ameaça ou violência 
contra pessoa. 
4) a pena mínima da infração penal é 
menor que 4 anos 
A infração penal cometida deve ter pena mínima 
INFERIOR a 4 anos. 
⚠ Se a pena mínima for igual ou superior a 4 anos, 
NÃO cabe. 
Para aferição da pena mínima, serão consideradas as 
causas de aumento e diminuição aplicáveis ao casoconcreto. 
Aplicam-se ao ANPP, por analogia, as súmulas 243-
STJ e 723-STF. 
5) o acordo deve se mostrar 
necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime no 
caso concreto 
Esse requisito revela que a propositura, ou não, do 
acordo está atrelada a certo grau de 
discricionariedade do membro do MP, que avaliará 
se essa necessidade e suficiência estão presentes no 
caso concreto. 
6) não caber transação penal Se for cabível transação penal (art. 76 da Lei nº 
9.099/95), o membro do MP deve propor a 
transação (e não o ANPP). Isso porque se trata de 
benefício mais vantajoso ao investigado. 
 
 
 
 
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Por outro lado, mesmo que seja cabível a suspensão 
condicional do processo, ainda assim, o membro do 
MP pode propor o ANPP. 
7) o investigado deve ser primário Se o investigado for reincidente (genérico ou 
específico), não cabe ANPP. 
8) não haver elementos probatórios 
que indiquem conduta criminal 
habitual, reiterada ou profissional, 
EXCETO se insignificantes as 
infrações penais pretéritas 
Regra: se houver elementos probatórios que 
indiquem que o investigado possui uma conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, não cabe 
ANPP. 
Exceção: se essas infrações pretéritas que o 
investigado se envolveu forem consideradas 
“insignificantes”, será possível propor ANPP. 
9) o agente não pode ter sido 
beneficiado nos 5 anos anteriores ao 
cometimento da infração com outro 
ANPP, transação penal ou suspensão 
condicional do processo 
No momento de decidir se vai propor o ANPP, o 
membro do MP deverá analisar se, nos últimos 5 
anos (contados da infração), aquele investigado já 
foi beneficiado: 
• com outro ANPP; 
• com transação penal ou 
• com suspensão condicional do processo. 
10) a infração praticada NÃO pode 
estar submetida à Lei Maria da Penha 
Não cabe ANPP nos crimes praticados no âmbito de 
violência doméstica ou familiar, ou praticados contra 
a mulher por razões da condição de sexo feminino, 
em favor do agressor. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O Poder Judiciário não pode impor ao MP a obrigação de ofertar ANPP. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc02d42b8939768b8a4f1e4d826faa7
9>. 
Acesso em: 07/11/2023 
§ 3º. O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do 
Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 4º. Para a HOMOLOGAÇÃO do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o 
juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, 
e sua legalidade. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 5º. Se o juiz considerar INADEQUADAS, INSUFICIENTES OU ABUSIVAS as condições dispostas no 
acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a 
proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc02d42b8939768b8a4f1e4d826faa79
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc02d42b8939768b8a4f1e4d826faa79
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§ 6º. Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao 
Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 7º. O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando 
não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 8º. Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da 
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 9º. A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu 
descumprimento. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o 
Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua RESCISÃO e posterior oferecimento de 
denúncia. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também PODERÁ ser 
utilizado pelo Ministério Público como JUSTIFICATIVA PARA O EVENTUAL NÃO OFERECIMENTO DE 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal NÃO constarão de certidão 
de antecedentes criminais, EXCETO para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 13. Cumprido INTEGRALMENTE o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará 
a EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução 
penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste 
Código. 
(Incluído pela Lei nº 13.964/2019 - Pacote Anticrime). 
O Poder Judiciário NÃO pode impor ao MP a obrigação de ofertar ANPP. 
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo de não persecução 
penal (ANPP). 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição para participar de negociações na seara 
investigatória, impor ao MP a celebração de acordos. 
Não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame de 
sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle 
o ato de recusa, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque a 
redação do art. 28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação. 
STF. 2ª Turma. HC 194677/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2021 (Info 1017). 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc02d42b8939768b8a4f1e4d826faa79?palavra-chave=194.677&criterio-pesquisa=texto_literal&forma-exibicao=todos&ordenacao=data-julgado
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O Poder Judiciário não pode impor ao MP a obrigação de ofertar ANPP. 
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<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc02d42b8939768b8a4f1e4d826faa7
9>. 
Acesso em: 07/11/2023 
 
 
(Ação penal privada subsidiária da pública). 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo 
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir 
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso 
de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. 
 
 
Art. 31. No caso de MORTE do ofendido ou quando declarado AUSENTE por decisão judicial, o 
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
(CADI - Ordem preferencial). 
↳ Prazo decadencial de 6 meses para o direito de queixa ou de representação. 
 
 
Art. 32. Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, o juiz, a requerimentoda parte que comprovar a sua pobreza, 
nomeará advogado para promover a ação penal. 
§ 1º. Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se 
dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. 
§ 2º. Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir 
o ofendido. 
 
 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado 
mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa 
poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo 
juiz competente para o processo penal. 
 
 
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa 
poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. 
(Artigo revogado tacitamente). 
 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cc02d42b8939768b8a4f1e4d826faa79
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12 
 
 
Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997). 
 
 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá PREFERÊNCIA o cônjuge, e, 
em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31 (ascendente, 
descendente ou irmão), podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista 
da instância ou a abandone. 
 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação 
penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no 
silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
 
 
Art. 38. SALVO disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, DECAIRÁ NO 
DIREITO DE QUEIXA OU DE REPRESENTAÇÃO, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado 
do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29 (ação penal privada subsidiária 
da pública), do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo 
prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único §1º, e 31. 
 
 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com 
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à 
autoridade policial. 
§ 1º. A representação feita oralmente ou por escrito, SEM assinatura devidamente autenticada do 
ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade 
policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. 
§ 2º. A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da 
autoria. 
§ 3º. Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, 
não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 
§ 4º. A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à 
autoridade policial para que esta proceda a inquérito. 
§ 5º. O órgão do Ministério Público DISPENSARÁ o inquérito, se com a representação forem 
oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
(Dispensabilidade do IP). 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9520.htm#art1
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13 
 
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a 
existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários 
ao oferecimento da denúncia. 
 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a 
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
⇾ A denúncia ou queixa conterá: 
• exposição do fato criminoso – com todas as suas circunstâncias; 
• qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo; 
• classificação do crime; 
• rol de testemunhas (quando necessário). 
 
 
Art. 42. O Ministério Público NÃO PODERÁ DESISTIR DA AÇÃO PENAL. 
↳ Princípio da indisponibilidade da ação penal pública. 
 
 
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do 
instrumento do mandato o nome do querelante querelado e a menção do fato criminoso, SALVO quando 
tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
(Em vez de “querelante”, leia-se “querelado”.) 
 
 
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo 
Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. 
 
 
Art. 46. O PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA, estando o RÉU PRESO, será de 5 (cinco) dias, 
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 
(quinze) dias, se o réu estiver SOLTO OU AFIANÇADO. No último caso, se houver devolução do inquérito à 
autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber 
novamente os autos. 
§ 1º. Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da 
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art3
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§ 2º. O prazo para o aditamento da queixa será de 3 (três) dias, contado da data em que o órgão do 
Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não 
tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo. 
⇾ Prazo para oferecimento da denúncia: 
• RÉU PRESO: 5 dias, contado da data em que o MP receber os autos do IP. 
• RÉU SOLTO OU AFIANÇADO: 15 dias. 
⇾ Prazo p/ aditamento da queixa: 3 dias. 
Obs.: caso o MP não se pronuncie, entender-se-á que não tem o que aditar. 
 
 
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos 
complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer 
autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los. 
 
 
 
(Ação penal privada). 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de TODOS, e o 
Ministério Público velará pela sua INDIVISIBILIDADE. 
↳ Princípio da indivisibilidade da ação penal privada. 
 
 
Art. 49. A RENÚNCIA ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, A 
TODOS SE ESTENDERÁ. 
 
 
Art. 50. A RENÚNCIA EXPRESSA constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu 
representante legal ou procurador com poderes especiais. 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) 
anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. 
(Tacitamente revogado) 
 
 
Art. 51. O PERDÃO concedido a um dos querelados aproveitará a TODOS, SEM que produza, todavia, 
efeito em relação ao que o recusar. 
 
 
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido 
por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedidopor um, havendo oposição do outro, não 
produzirá efeito. 
(Artigo tacitamente revogado). 
 
 
 
 
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Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante 
legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o 
juiz lhe nomear. 
 
 
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto 
no art. 52. 
(Artigo tacitamente revogado). 
 
 
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
 
 
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. 
 
 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. 
 
 
Art. 58. Concedido o PERDÃO, mediante declaração EXPRESSA nos autos, o querelado será intimado 
a dizer, dentro de 3 (três) dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o SEU 
SILÊNCIO IMPORTARÁ ACEITAÇÃO. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará EXTINTA A PUNIBILIDADE. 
 
 
Art. 59. A aceitação do perdão FORA do processo constará de declaração assinada pelo querelado, 
por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 
 
 
 
 
 
 
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TERÇA-FEIRA 
 
Leitura do Código de Processo Penal – Artigos 60 ao 68 
 
Perempção (apenas na ação penal privada). 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante QUEIXA, considerar-se-á PEREMPTA a ação 
penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante DEIXAR DE PROMOVER O ANDAMENTO DO PROCESSO durante 
30 (trinta) dias seguidos; 
II - quando, FALECENDO O QUERELANTE, ou SOBREVINDO SUA INCAPACIDADE, não comparecer em 
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
III - quando o QUERELANTE DEIXAR DE COMPARECER, SEM motivo justificado, a QUALQUER ATO DO 
PROCESSO A QUE DEVA ESTAR PRESENTE, ou DEIXAR DE FORMULAR O PEDIDO DE CONDENAÇÃO nas 
ALEGAÇÕES FINAIS; 
IV - quando, sendo o querelante PESSOA JURÍDICA, esta SE EXTINGUIR SEM DEIXAR SUCESSOR. 
 
 
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se RECONHECER EXTINTA A PUNIBILIDADE, deverá 
declará-lo DE OFÍCIO. 
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz 
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de 
5 (cinco) dias para a prova, proferindo a decisão dentro de 5 (cinco) dias ou reservando-se para apreciar a 
matéria na sentença final. 
 
 
Art. 62. No caso de MORTE do acusado, o juiz somente à vista da CERTIDÃO DE ÓBITO, e depois de 
ouvido o Ministério Público, declarará EXTINTA A PUNIBILIDADE. 
 
 
TÍTULO IV 
DA AÇÃO CIVIL 
 
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a EXECUÇÃO, no 
JUÍZO CÍVEL, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. 
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada 
pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código SEM prejuízo da liquidação para 
a apuração do dano efetivamente sofrido. 
 (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Art. 387, CPP. O juiz, ao proferir sentença condenatória: [...] 
 
 
 
 
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos 
pelo ofendido; 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
• Súmula nº 491, STF. É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça 
trabalho remunerado. 
• Súmula nº 562, STF. Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu 
valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, dos índices de correção monetária. 
• Súmula nº 37, STJ. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo 
fato. 
 
 
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser 
proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. 
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá SUSPENDER o curso desta, até o 
julgamento definitivo daquela. 
 
 
Art. 65. Faz COISA JULGADA no CÍVEL a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em 
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular 
de direito. 
 
 
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil PODERÁ ser proposta 
quando NÃO TIVER SIDO, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. 
 
 
Art. 67. NÃO IMPEDIRÃO igualmente a propositura da ação civil: 
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; 
• Súmula nº 524, STF. Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor 
de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, SEM novas provas. 
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; 
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime. 
 
 
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a execução 
da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo 
Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
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Leitura do Código Civil – Artigos 1 ao 21 
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CC/02 
Vale destacar que o CC/02 deu atenção especial à pessoa humana, oportunizando uma 
conjuntura de despatrimonialização e repersonificação - e, consequentemente, promoveu a 
revisão e a funcionalização de seus institutos clássicos. 
 
 
SOCIABILIDADE 
• prevalência dos valores coletivos sobre os 
individuais, mas levando em consideração o 
valor fundamental da pessoa humana. 
↳ Todas as categorias civis têm função social 
(ex: o contrato, a empresa, a propriedade, a 
família etc.). 
 
 
ETICIDADE 
• tem fundamento no valor da pessoa 
humana (equidade, boa-fé, justa causa). 
↳ Valorização da ética e da boa-fé – 
objetivando um plano de condutas pautado 
na lealdade das partes (boa-fé objetiva). 
↳ Condutas que violam a boa-fé objetiva 
ensejam abuso de direito. 
 
 
OPERABILIDADE 
• o Direito é feito para ser efetivado. 
• facilitação das categorias privadas. 
↳ simplicidade dos institutos jurídicos; 
↳ efetividade – através do sistema de 
cláusulas gerais e conceitos indeterminados 
adotados pela atual codificação. 
SISTEMATICIDADE • as regras precisam ser harmônicas dentro 
do sistema. 
 
 
PARTE GERAL 
 
LIVRO I 
DAS PESSOAS 
 
TÍTULO I 
DAS PESSOAS NATURAIS 
 
CAPÍTULO I 
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE 
 
 
 
 
 
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Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
CAPACIDADE DA PESSOA NATURAL 
CAPACIDADE • aptidão genérica conferida pela ordem 
jurídica para adquirir direitos e contrair 
obrigações/deveres. 
CAPACIDADE DE DIREITO 
(jurídica ou de gozo) 
• capacidade para ser sujeito de direitos e 
obrigações na ordem privada. 
↳ Todas as pessoas têm – sem distinção. 
CAPACIDADE DE FATO 
(ou de exercício) 
• capacidade para exercer direitos e 
obrigações.↳ Algumas pessoas não possuem ⇾ Incapazes 
(arts. 3º e 4º, CC). 
↳ Segundo o CC/02 (art. 5º), em geral, a 
capacidade de fato é adquirida com a 
maioridade (18 anos). 
CAPACIDADE CIVIL PLENA • Capacidade de direito + capacidade de fato. 
PERSONALIDADE • é a soma de caracteres da pessoa ⇾ aquilo 
que ela é para si e para a sociedade. 
LEGITIMIDADE • capacidade processual. 
↳ uma das condições da ação (art. 17, CPC). 
LEGITIMAÇÃO • capacidade especial para um determinado 
ato jurídico. 
Ex: necessidade de outorga conjugal para 
venda de imóvel (arts. 1647, I e 1649, CC). 
 
 
Art. 2º. A PERSONALIDADE CIVIL da pessoa começa do NASCIMENTO COM VIDA; mas a lei põe a 
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
• I Jornada de Direito Civil – Enunciado nº 01. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o 
natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura. 
• I Jornada de Direito Civil – Enunciado nº 02. Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, 
o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve 
ser objeto de um estatuto próprio. 
 
 
 
NASCIMENTO COM VIDA 
⇾ De acordo com a teoria natalista/ 
negativista, a vida começa com o início do 
funcionamento do aparelho 
gastrorespiratório. 
 
 
 
 
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↳ Forma de constatação: exame da docimasia 
hidrostática de Galeno. 
↳ Não se exige forma humana, viabilidade ou 
sobrevida. 
SITUAÇÃO JURÍDICA DO NASCITURO • O nascituro é aquele que já foi concebido, 
mas ainda não nasceu. 
↳ A lei põe a salvo seus direitos desde a 
concepção ⇾ sujeito de direitos sem 
capacidade de direito. 
 
TEORIAS QUANTO À PERSONALIDADE JURÍDICA DO NASCITURO 
 
TEORIA NATALISTA 
• o nascituro teria personalidade jurídica 
desde o nascimento. 
↳ Antes de nascer teria apenas expectativa de 
direitos. 
⚠ É a teoria adotada pelo CC/02. 
 
 
 
TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL 
• a personalidade começaria do nascimento 
com vida, CONTUDO os direitos do nascituro 
estariam sujeitos a uma condição suspensiva 
(direitos eventuais). 
• a personalidade jurídica ficaria dividida – a 
depender do direito a ser exercido por ela: 
↳ o nascituro seria dotado de personalidade 
apenas para direitos existenciais (ex: direito à 
vida). 
↳ para direito negocial ou econômico, o seu 
exercício ficaria condicionado ao nascimento 
com vida. 
 
 
 
 
 
TEORIA CONCEPCIONISTA 
• a personalidade jurídica do nascituro 
existiria desde a sua concepção. 
• apesar de não ser adotada pelo CC/02, vem 
ganhando força nos Tribunais e na legislação. 
Ex: direito do nascituro de receber doação, 
herança e de ser curatelado (arts. 542, 1779 
e 1798 do CC); especial proteção à gestante, 
com garantia de atendimento pré-natal (art. 
8º, ECA); alimentos gravídicos (Lei nº 
11.804/2008), decisões do STJ em que se 
admite dano moral ao nascituro (AgRg no 
REsp 1341790/RS), pela morte de nascituro 
 
 
 
 
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(REsp 931.556/RS) e para pagamento de 
DPVAT à beneficiária que teve sua gestação 
interrompida em virtude de acidade de 
trânsito (REsp 1.415.727/SC); na esfera penal, 
os crimes de aborto (arts. 124 a 127) etc. 
 
 
Absolutamente incapazes. 
Art. 3º. São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES de exercer pessoalmente os atos da vida civil os MENORES 
de 16 (dezesseis) anos. 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
⚠ APENAS! 
⇾ INCAPACIDADE ABSOLUTA: 
• Menores de 16 anos (menores impúberes). 
• O menor incapaz é representado. 
 
Não é admitida, pelo ordenamento jurídico, a declaração de incapacidade absoluta às pessoas com 
enfermidade ou deficiência mental. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.927.423/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/04/2021 (Info 694). 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não se admite a declaração de incapacidade absoluta às pessoas com 
enfermidade ou deficiência mental. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/68dd09b9ff11f0df5624a690fe0f6729
>. 
Acesso em: 31/10/2023 
 
 
Relativamente incapazes. 
Art. 4º. São INCAPAZES, RELATIVAMENTE a certos atos ou à maneira de os exercer: 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
IV - os pródigos. 
↳ Apenas para atos de disposição patrimonial. 
Obs.: não precisa de manifestação prévia do seu curador para casar, apenas para a escolha do regime de 
bens (aspecto de cunho patrimonial). 
 
⇾ INCAPACIDADE RELATIVA: 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
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- Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos; 
- Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
- Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
- Os pródigos. 
• O relativamente incapaz é assistido. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
INCAPACIDADE NO CÓDIGO CIVIL 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES • os menores de 16 anos. 
 
 
RELATIVAMENTE INCAPAZES 
• os maiores de 16 e menores de 18 anos; 
• os ébrios habituais e os viciados em 
tóxicos; 
• aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
• os pródigos. 
↳ apenas para atos de disposição patrimonial. 
 
 
Art. 5º. A menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos completos, quando a pessoa fica habilitada à 
prática de todos os atos da vida civil. 
• Súmula nº 358, STJ. O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à 
decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 
EMANCIPAÇÃO 
Parágrafo único. CESSARÁ, PARA OS MENORES, A INCAPACIDADE: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento PÚBLICO, 
INDEPENDENTEMENTE de homologação judicial (emancipação voluntária), ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos (emancipação judicial); 
Emancipação legal 
II - pelo casamento; 
III - pelo EXERCÍCIO de emprego público EFETIVO; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino SUPERIOR; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha ECONOMIA PRÓPRIA. 
 
• Os efeitos da emancipação dependem de registro em cartório, EXCETO na emancipação legal (incs. II ao V). 
• Depois que uma pessoa é emancipada ela não poderá voltar ao seu estado anterior de incapacidade. A 
emancipação, como regra geral, uma vez concedida é irrevogável e definitiva. 
• As emancipações são irrevogáveis, embora possam ser anuláveis em função de irregularidade ou vícios. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA03/21 
23 
 
• A emancipação produz o efeito de antecipação da capacidade de fato, o emancipado não deixa de ser 
menor. 
 
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 3. A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 
18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência 
econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação 
especial. 
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 397. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz 
está sujeita à desconstituição por vício de vontade. 
• VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 530. A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
 
EMANCIPAÇÃO 
 
 
CONCEITO 
• Emancipação é a antecipação da capacidade 
plena. 
• A emancipação equipara-se à declaração de 
maioridade. 
• Com a emancipação, uma pessoa que seria 
relativamente incapaz por ser menor de 18 anos, 
torna-se plenamente capaz podendo, por 
consequência, praticar os atos da vida civil sem 
necessidade de assistência. 
⚠ Com a emancipação o menor deixa de ser incapaz 
e passa a ser capaz, contudo, ele NÃO deixa de ser 
menor. 
 
CARACTERÍSTICAS 
• Definitiva; 
• Irretratável; 
• Irrevogável; 
⚠ A emancipação por concessão dos pais ou por 
sentença do juiz está sujeita a desconstituição por 
vício de vontade, de acordo com o Enunciado nº 397 
da V Jornada de Direito Civil. 
⚠ Somente pode ser emancipado o relativamente incapaz. 
⇾ Em regra, o emancipado pode praticar os atos da vida civil SEM assistência. 
⚠ No entanto, existem certos atos que ele não poderá praticar por faltar legitimação. 
Faltará legitimação quando a lei expressamente exigir idade superior a 18 anos para a prática 
do ato. 
Ex1: o menor emancipado não poderá adotar porque lhe falta legitimação considerando o art. 
1.618 do CC: 
Art. 1.618. Só a pessoa maior de 18 (dezoito) anos pode adotar. 
 
 
 
 
https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/649
https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/201
https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/141
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
24 
 
Ex2: o menor emancipado NÃO poderá tirar carteira de motorista por conta do art. 140, do 
CTB c/c o art. 27, do CP, que exige requisito mínimo de 18 anos. 
HIPÓTESES DE EMANCIPAÇÃO Existem 3 espécies de emancipação: 
a) voluntária; 
b) judicial; 
c) legal. 
 
 
EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA 
PARENTAL 
• pela CONCESSÃO DOS PAIS, ou de um deles na 
falta do outro, mediante INSTRUMENTO PÚBLICO, 
INDEPENDENTEMENTE de homologação judicial, 
[...] se o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos 
⇾ A emancipação voluntária, prevista na 1ª parte 
do art. 5º, parágrafo único, I, é aquela concedida: 
• pelos pais; 
• por escritura pública; 
• desde que o menor tenha 16 anos completos; e 
• independentemente de homologação judicial. 
↳ Essa escritura é lavrada no Cartório de Registro 
Civil de Pessoas Naturais. ⇾ É feita no Tabelionato 
de Notas e depois encaminhado para averbação no 
Registro Civil de Pessoas Naturais. 
Art. 9º, CC. Serão registrados 
em registro público: 
II - a emancipação por 
outorga dos pais ou por 
sentença do juiz; 
A emancipação é um ato dos detentores do poder 
familiar. Mesmo sendo separados, os pais devem 
fazer a emancipação conjuntamente. 
 ⇾ A vontade do menor é relevante? 
Segundo a moderna doutrina, SIM. Há 
doutrinadores defendendo que o menor deve ser 
ouvido sobre a sua emancipação. 
⚠ ATENÇÃO! O tutor não pode emancipar 
voluntariamente o tutelado, considerando que a 
tutela se trata de um múnus público, não estando, 
portanto, sob a livre disponibilidade do tutor. 
 ⚠ A emancipação é, em regra, definitiva, 
irrevogável e irretratável. 
⚠ Em caso de fraude, é possível a anulação 
da emancipação. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
25 
 
Existe posição doutrinária no sentido de que os pais 
podem ser responsabilizados solidariamente pelos 
danos causados pelo filho que emanciparam. Esse 
entendimento existe para que a vítima não fique 
sem qualquer ressarcimento (posição de Carlos 
Roberto Gonçalves). 
EMANCIPAÇÃO JUDICIAL • concedida por SENTENÇA DO JUIZ, ouvido o tutor, 
se o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos; 
⇾ A emancipação judicial é aquela concedida pelo 
juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com 16 anos 
completos (art. 5º, parágrafo único, I, segunda 
parte, CC). 
⚠ Como é conferida por decisão judicial, não há 
necessidade de escritura pública. 
⇾ A emancipação judicial, assim como a voluntária, 
deverá ser registrada no Registro civil das Pessoas 
Naturais. 
Essa emancipação pode ser registrada de ofício, por 
ordem do juiz, caso este registro não tenha sido 
feito em 8 dias (art. 91 da Lei nº 6.015/73). 
EMANCIPAÇÃO LEGAL 
MATRIMONIAL 
• pelo casamento; 
↳ Idade mínima: 16 anos (idade núbil). 
Obs.: união estável não emancipa. 
Obs.: emancipação não se desfaz com eventual 
viuvez. 
⚠ Deverá observar os requisitos para a capacidade 
para o casamento (arts. 1517 a 1520, CC). 
EMANCIPAÇÃO LEGAL POR 
EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO 
EFETIVO 
• pelo EXERCÍCIO de emprego público EFETIVO; 
↳ A mera nomeação não constitui ato de 
emancipação do menor, devendo este EXERCER o 
trabalho de forma efetiva, para que somente então 
adquira o direito de emancipação. 
• A investidura em cargo comissionado ou 
temporário não é um exemplo de emancipação legal 
por exercício em cargo público porque não tem 
caráter efetivo. 
EMANCIPAÇÃO LEGAL POR COLAÇÃO 
DE GRAU EM CURSO DE ENSINO 
SUPERIOR RECONHECIDO 
• pela colação de grau em curso de ensino superior 
reconhecido; 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
26 
 
EMANCIPAÇÃO LEGAL POR 
ESTABELECIMENTO CIVIL OU 
COMERCIAL OU PELA EXISTÊNCIA DE 
RELAÇÃO DE EMPREGO, OBTENDO O 
MENOR SUA ECONOMIA PRÓPRIA, 
PROVENDO SUA PRÓPRIA 
SUBSISTÊNCIA 
• pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela 
existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos 
completos tenha economia própria. 
⇾ A emancipação legal proveniente de relação 
empregatícia, prevista no art. 5º, parágrafo único, V, 
parte final, do CC, pressupõe: 
i) que o menor possua ao menos 16 anos completos; 
ii) a existência de vínculo empregatício; e 
iii) que desse liame lhe sobrevenha economia 
própria. 
Por decorrer diretamente do texto da lei, essa 
espécie de emancipação prescinde (não precisa) de 
autorização judicial, bem como dispensa o registro 
público respectivo para a validade dos atos civis 
praticados pelo emancipado, bastando apenas que 
se evidenciem os requisitos legais para a 
implementação da capacidade civil plena. 
• Aplicação da teoria do diálogo das fontes. 
EMANCIPAÇÃO LEGAL DO MENOR 
MILITAR 
• Idade mínima: 17 anos. 
• Prestação de serviço militar. 
• Fundamento legal: art. 73, Lei nº 4.375/1964 c/c 
art. 239, Decreto nº 57.654/1966. 
⚠ Emancipação é causa de extinção do poder familiar (art. 1.635, II, CC). 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É nulo de pleno direito o contrato de gerenciamento de carreira 
pactuado pelo atleta em formação menor de 18 anos, afigurando-se válida a avença celebrada pelo atleta 
profissional menor de 18 anos devidamente assistido. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1bd2caf96a17d892c2c7e9959549cfc
7>. 
Acesso em: 31/10/2023 
 
 
Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a MORTE; PRESUME-SE esta, quanto aos 
AUSENTES, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão DEFINITIVA. 
Art. 49, CPC. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio,também 
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. 
Extinção da punibilidade 
Art. 107, CP. Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; [...] 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1bd2caf96a17d892c2c7e9959549cfc7
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1bd2caf96a17d892c2c7e9959549cfc7
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
27 
 
Art. 62, CPP. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido 
o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. 
 
 
Art. 7º. Pode ser declarada a MORTE PRESUMIDA, SEM decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos 
após o término da guerra. 
↳ Morte presumida (indícios veementes de morte real). 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida 
DEPOIS DE ESGOTADAS AS BUSCAS E AVERIGUAÇÕES, devendo a sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
• VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 614. Os efeitos patrimoniais da presunção de morte posterior à 
declaração da ausência são aplicáveis aos casos do art. 7º, de modo que, se o presumivelmente morto 
reaparecer nos 10 anos seguintes à abertura da sucessão, receberá igualmente os bens existentes no estado 
em que se acharem. 
 
• A Lei nº 9.140/95 reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação 
de participação, em atividades políticas, no período de 02/09/1961 a 05/10/1988. 
 
Art. 88, Lei nº 6.015/1973. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas 
desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver 
provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame. 
Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados 
a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência 
do óbito. 
 
⇾ Morte presumida SEM declaração de ausência: 
O art. 7º reconhece a situação de morte a ser auferida em procedimento de justificação. É a morte que ocorre 
em caso de indícios concretos de morte. 
a) se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
b) se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 anos após o término 
da guerra. 
↳ Após o esgotamento das buscas. 
• A sentença declaratória da morte presumida e o mandado decorrente do processo de justificação do óbito 
devem ser registrados no Registro Civil das Pessoas Naturais. 
↳ A sentença declaratória deve fixar a data provável da morte. 
• Em qualquer caso, a declaração de morte presumida – e também a declaração de ausência – necessitam 
de sentença judicial declaratória. 
 
 
 
 
 
https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/1163
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
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Comoriência (morte simultânea). 
Art. 8º. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, NÃO se podendo averiguar se algum 
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão SIMULTANEAMENTE MORTOS. 
↳ Mesmo momento (pode ser em situações diferentes). 
↳ O efeito principal é que não há transferência de direitos sucessórios entre os comorientes (um não herda 
do outro). 
 
MORTE 
NATUREZA JURÍDICA • Enseja o FIM da personalidade da pessoa 
natural. 
 
 
MORTE REAL 
• Ocorre com a morte cerebral. 
↳ Art. 3º da Lei nº 9.434/1997, a qual trata da 
morte para fins de remoção de órgãos para 
transplante. 
• Para atestar a ocorrência da morte, é 
necessário ter LAUDO MÉDICO, almejando a 
formulação de atestado de óbito, a ser 
registrado no Cartório de Registro das 
Pessoas Naturais. 
MORTE PRESUMIDA SEM DECLARAÇÃO DE 
AUSÊNCIA 
⇾ Ocorre em 2 casos: 
• desaparecimento do corpo da pessoa, 
sendo extremamente provável a morte de 
quem estava em perigo de vida, e 
• desaparecimento de pessoas em campanha 
militar ou feito prisioneiro, não sendo 
encontrado até 2 anos após o término da 
guerra. 
⇾ Nesses casos, há PRESUNÇÃO ACERCA DA 
MORTE 
↳ não é necessário aguardar o longo prazo 
previsto para a ausência. 
↳ Expede-se imediatamente a certidão de 
óbito, preenchidos os requisitos necessários. 
 
 
 
 
MORTE PRESUMIDA COM DECLARAÇÃO DE 
AUSÊNCIA 
⇾ A pessoa se encontra em local incerto e 
não sabido, não havendo dela notícia. 
⇾ Há uma PRESUNÇÃO RELATIVA acerca da 
existência da morte da pessoa natural. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
29 
 
↳ A decretação de ausência pode ser 
requerida por qualquer interessado ou pelo 
Ministério Público. 
⇾ São 3 fases relativas à declaração de 
ausência, a qual ocorrerá por meio de ação 
judicial: 
a) curadoria dos bens do ausente (arts. 22 a 
25); 
b) sucessão provisória (arts. 26 a 36); e 
c) sucessão definitiva (arts. 37 a 39). 
 
 
COMORIÊNCIA 
⇾ PRESUNÇÃO LEGAL E RELATIVA quanto ao 
momento da ocorrência da morte. 
↳ Em tal caso, quando não é possível 
averiguar qual dos comorientes precedeu ao 
outro, presume-se que MORRERAM 
SIMULTANEAMENTE. 
⚠ Não se exige que a morte tenha ocorrido 
no mesmo local, mas AO MESMO TEMPO 
↳ A comoriência é relevante quando os 
falecidos forem integrantes da mesma família 
com direitos sucessórios entre si. 
 
 
Art. 9º. Serão REGISTRADOS em REGISTRO PÚBLICO: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
↳ Emancipação voluntária/ judicial. 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
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Art. 10. Far-se-á AVERBAÇÃO em REGISTRO PÚBLICO: 
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação 
judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
III - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009). 
 
 
Obs.: a adoção será realizada por meio de um processo judicial e não por averbação. Averbação é qualquer 
anotação feita à margem do registro para indicar as alterações ocorridas no estado jurídico do registrado. 
 
REGISTRADOS EM REGISTRO 
PÚBLICO
Nascimentos, casamentos e 
óbitos.
Emancipação por outorga 
dos pais ou por sentença do 
juiz.
Interdição por incapacidade 
absoluta ou relativa.
Sentença declaratória de 
ausência e de morte 
presumida.
AVERBAÇÃO EM 
REGISTRO PÚBLICO
Sentenças que 
decretarem:
Nulidade ou anulação 
do casamento;
Divórcio;
Separação judidical;
Restabelecimento da 
sociedade conjugal.Atos judiciais ou 
extrajudiciais que 
declararem ou 
reconhecerem a 
FILIAÇÃO.
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
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• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 272. Não é admitida em nosso ordenamento jurídico a adoção por 
ato extrajudicial, sendo indispensável a atuação jurisdicional, inclusive para a adoção de maiores de 18 
(dezoito) anos. 
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 273. Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quando não se 
preserva o vínculo com qualquer dos genitores originários, deverá ser averbado o cancelamento do registro 
originário de nascimento do adotado, lavrando-se novo registro. Sendo unilateral a adoção, e sempre que se 
preserve o vínculo originário com um dos genitores,deverá ser averbada a substituição do nome do pai ou 
mãe naturais pelo nome do pai ou mãe adotivos. 
 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são INTRANSMISSÍVEIS 
E IRRENUNCIÁVEIS, NÃO podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
↳ E inalienáveis. 
↳ São passíveis de cessão. 
 
• Essa indisponibilidade é relativa. Admite-se restrição dos direitos de personalidade de forma voluntária ou 
por lei. 
1. A restrição não pode ser permanente. 
2. A restrição não pode ser genérica, ou seja, toda restrição deve ser especificamente incidente sobre um ou 
outro direito da personalidade. 
3. A restrição não pode violar a dignidade do titular, ainda que venha a anuir, aquiescer. 
 
 
Art. 12. Pode-se exigir que CESSE a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas 
e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste 
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o 4º grau. 
• Súmula 642, STJ. O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do titular, 
possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória. 
 
 
Art. 13. SALVO por exigência médica, é DEFESO o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição PERMANENTE da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
 
 
 
 
 
 
https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/217
https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/218
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
32 
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição GRATUITA do próprio corpo, no 
todo ou em parte, para DEPOIS DA MORTE. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado A QUALQUER TEMPO. 
 
 
 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou 
a intervenção cirúrgica. 
 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
 
 
Art. 17. O nome da pessoa NÃO pode ser empregado por outrem em publicações ou representações 
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
• Súmula nº 221, STJ. São civilmente responsáveis pelo ressarcimento do dano, decorrente de publicação 
pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. 
 
 
Art. 18. SEM AUTORIZAÇÃO, NÃO se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
 
 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
 
 
Art. 20. SALVO se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da 
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a 
utilização da imagem de uma pessoa poderão ser PROIBIDAS, a seu requerimento e sem prejuízo da 
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a 
fins comerciais. 
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das 
demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não 
sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as 
seguintes: 
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou 
audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de 
familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. 
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados 
pela publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização 
pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com 
correção, de direito de resposta etc. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
33 
 
STF. Plenário ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789). 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Biografias: autorização prévia e liberdade de expressão. Buscador Dizer 
o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/248e844336797ec98478f85e7626de
4a>. 
Acesso em: 31/10/2023 
• Súmula 221, STJ. São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela 
imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa 
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
↳ Podem requerer: cônjuge/companheiro, ascendente ou descendente. 
 
 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é INVIOLÁVEL, e o juiz, a requerimento do interessado, 
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
 
 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/248e844336797ec98478f85e7626de4a
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/248e844336797ec98478f85e7626de4a
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QUARTA-FEIRA 
 
Leitura do Código Civil – Artigos 22 a 69 
 
CAPÍTULO III 
DA AUSÊNCIA 
 
Seção I 
Da Curadoria dos Bens do Ausente 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio SEM dela haver notícia, se não houver deixado 
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer 
interessado ou do Ministério Público, declarará a AUSÊNCIA, e nomear-lhe-á curador. 
 
 
Art. 23. Também se declarará a AUSÊNCIA, e se nomeará curador, quando o ausente deixar 
mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem 
insuficientes. 
 
 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as 
circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. 
 
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais 
de 2 (dois) anos ANTES da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. 
§ 1º. Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, 
nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
⇾ Ordem para ser curador: 
1. Cônjuge; 
2. Ascendentes; 
3. Descendentes. 
§ 2º. Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3º. Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
⇾ Curadoria dos bens do ausente: 
Nesta 1ª fase, se arrecadam os bens que serão administrados por um curador. Desde logo já se declara a 
ausência. 
Também se pode declarar a ausência quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa 
exercer ou continuar o mandato, ou se seus poderes forem insuficientes (art. 23, CC). 
- Quem será o curador? (Ordem preferencial). 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
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• Opção 1: Cônjuge ou companheiro do ausente (desde que não esteja separado judicialmente, ou de fato 
por + de 2 anos ANTES da declaração de ausência). 
• Opção 2: Ascendentes. 
• Opção 3: Descendentes. 
* Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
 
 
Seção II 
Da Sucessão Provisória 
 
Art. 26. Decorrido 1 (um) ano da arrecadação dos bensdo ausente, ou, se ele deixou representante 
ou procurador, em se passando 3 (três) anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência 
e se abra provisoriamente a sucessão. 
 
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram INTERESSADOS: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
 
 
Art. 28. A SENTENÇA que determinar a ABERTURA da sucessão provisória só produzirá EFEITO 180 
(cento e oitenta) dias depois de publicada pela imprensa; mas, LOGO QUE PASSE EM JULGADO, proceder-
se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse 
falecido. 
§ 1º. Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, 
cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. 
↳ 1 ano da arrecadação de bens do ausente ou 3 anos, se deixou representante ou procurador. 
§ 2º. Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até 30 (trinta) dias 
depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à 
ARRECADAÇÃO DOS BENS DO AUSENTE pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
↳ Herança jacente (vai para o Município, DF ou União, no caso de Território). 
 
 
Art. 29. ANTES DA PARTILHA, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens 
móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. 
 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição 
deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO DISTRITO FEDERAL 
 
CADERNO DE LEI SECA – SEMANA 03/21 
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§ 1º. Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste 
artigo, será EXCLUÍDO, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de 
outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. 
§ 2º. Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, 
poderão, INDEPENDENTEMENTE de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. 
 
 
Art. 31. Os IMÓVEIS do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, 
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente 
o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. 
 
 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus 
TODOS os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão 
capitalizar METADE desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o 
representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. 
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, 
PERDERÁ ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 
 
 
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, 
requerer lhe seja entregue METADE dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. 
 
 
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-
se-á, nessa data, ABERTA A SUCESSÃO em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. 
 
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse 
provisória, CESSARÃO para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a 
tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
 
⇾ Sucessão provisória: 
Decorrido 1 ano dessa declaração, ou 3 anos, se ele deixou representante, os interessados poderão requer 
que se declare ausência e se abra a sucessão provisória. 
- São considerados interessados: 
a) cônjuge não separado judicialmente; 
b) herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
 
 
 
 
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c) os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
d) os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
- Assim, é feita a partilha de forma provisória, de maneira que se aguarda o retorno do ausente por 10 anos. 
 
 
Seção III 
Da Sucessão Definitiva 
 
Art. 37. 10 (dez) anos depois de PASSADA EM JULGADO A SENTENÇA que concede a abertura da 
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a SUCESSÃO DEFINITIVA e o levantamento das 
cauções prestadas. 
 
 
Art. 38. Pode-se requerer a SUCESSÃO DEFINITIVA, também, provando-se que o ausente conta 80 
(oitenta) anos de idade, E que de 5 (cinco) anos datam as últimas notícias dele. 
 
 
Art. 39. Regressando o ausente nos 10 (dez) anos seguintes à abertura da sucessão DEFINITIVA, ou 
algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes NO ESTADO 
EM QUE SE ACHAREM, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados 
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. 
Parágrafo único. Se, nos 10 (dez) anos a que se refere este artigo, o ausente NÃO REGRESSAR, e 
NENHUM INTERESSADO promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do 
Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio 
da União, quando situados em território federal. 
 
⇾ Sucessão definitiva: 
• A sucessão definitiva, em regra, ocorre 10 anos depois de julgado a sentença de abertura da sucessão 
provisória. 
↳ Exceção: o art. 38 prevê que é possível requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente 
conta com 80 anos E que de 5 anos datam as últimas notícia dele. 
• Em sua abertura já se concede a propriedade plena dos bens aos herdeiros e se declara a morte 
(presumida) do ausente. 
• O cônjuge é reputado viúvo. 
• Se o presumivelmente morto não tiver herdeiros, seus bens passam ao domínio do Município ou do DF, 
incorporando-se ao domínio da União, quando situados os bens em território federal (herança jacente, ante 
aos bens vagos). 
• Aguardam-se mais 10 anos. Após esse prazo, encerra-se o processo e o ausente, se retornar, não terá 
direito a nada. 
 
 
 
 
 
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⇾ REGRESSO DO AUSENTE: 
• Se este retorna durante a curadoria dos bens, EXTINGUE-SE o processo. 
• Se o retorno ocorre durante a sucessão provisória: 
a) Havendo herdeiros necessários, extinguem-se suas vantagens; 
b) Com relação aos outros herdeiros, extinguem-se suas vantagens, somando-se o dever de entrega dos 
frutos e rendimentos dos bens (a metade recebida – art. 33), SALVO se a ausência for voluntária e 
injustificada. 
• Se ocorreu durante a sucessão definitiva: 
a) Antes de ultrapassados 10 anos da sua abertura, o ausente terá direito aos bens existentes; 
b) Depois de ultrapassados 10 anos da sua abertura, NÃO terá o ausente mais direito aos bens. 
Obs.: a abertura da sucessão definitiva independe da sucessão provisória. 
 
 
TÍTULO II 
DAS PESSOAS JURÍDICAS 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
• O registro das pessoas naturais tem natureza declaratória. No caso de pessoas jurídicas, o aludido registro 
terá natureza constitutiva. 
 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de Direito Público, interno ou externo, e de Direito Privado. 
 
 
 
Art. 41. São pessoas jurídicas de Direito Público INTERNO: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

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