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2
PROCURADORIAS
2
OUSE
EQUIPE DE PROFESSORES
1) FILIPPE AUGUSTO – COORDENADOR ADMINISTRATIVO. 
Defensor Público Federal, graduado em Direito pela UFC, Especialista em Processo Civil, 
Mestre em Direito Constitucional (UFRN), Doutorando em Direito Constitucional (UFC), Pro-
fessor das Especializações em Processo da FA7 e da Unichristus. É autor do livro “Direitos 
Fundamentais e sua Dimensão Objetiva”, publicado pelo renomado Sérgio Antonio Fabris 
Editor. Já exerceu os cargos de Chefe de Gabinete do Defensor Público Geral Federal, Pro-
curador do Estado da Paraíba (aprovado em 6º lugar), Procurador do Município de Natal e 
Professor da UFC e UFERSA. Possui várias outras aprovações em concurso entre elas para 
Advogado da União e para Defensor Público do estado de Alagoas.
 
2) WELLINGTON BRINGEL DE ALMEIDA.
Assessor Jurídico da Presidência do TRT da 16ª Região (maranhão). Aprovado nos concur-
sos da Procuradoria Geral do Estado do Acre (27º Lugar), Procuradoria Geral do Município 
de Manaus (13º Lugar) e na Procuradoria Geral do Estado do Amapá (concurso ainda em 
andamento - 1º lugar na prova oral, com média 9,87). Especialista em Direito Administrativo 
e Licitações. Aprovado em diversos concursos para técnico judiciário de Tribunais Regionais 
do Trabalho. Autor do obra “Soluções em Consultoria Jurídica de Tribunais”.
3) GABRIEL DOURADO.
Advogado da União. Ex-Procurador da Fazenda Nacional. Ex-Procurador do Estado do Acre 
(aprovado em 1º lugar). Graduado em Direito pela UFC. Aprovado na PGE-PR, PGE-BA, den-
tre outros concursos.
4) THYAGO BERTOLDI. 
Advogado da União. Especialista em Direito Público pela ESMAFE/PR. Pós graduado em 
Advocacia Pública pelo IDDE. Foi Assistente de trabalho e assessor de Desembargador do 
Trabalho no TRT da 9ª Região e, posteriormente, Assessor Jurídico de carreira no TJ-PR. 
5) TIAGO DE MELO. 
Procurador Seccional da Fazenda Nacional em Mossoró/RN. Ex-OJ do TJCE. Ex-Professor 
Universitário. Aprovado no PGE-RN entre outros concursos. Especialista em Direito e Pro-
cesso Tributário (UNIFOR).
 
6) THIAGO CALANDRINI DE OLIVEIRA DOS ANJOS. 
Professor de Processo Civil, Constitucional e Previdenciário. Graduado pela Universidade 
Federal do Sul e Suldeste do Pará, tendo conseguido o terceiro melhor índice acadêmico do 
curso de Direito. Pós-graduando em processo Civil. Aprovado nos Concursos de Procurador 
do Município de Manaus (12°), de Analistas do TRT 11 e do TRF1, de Técnicos do INSS e do 
TRF1 entre outros.
3
PROCURADORIAS
2
OUSE
EQUIPE DE PROFESSORES
1) FILIPPE AUGUSTO – COORDENADOR ADMINISTRATIVO. 
Defensor Público Federal, graduado em Direito pela UFC, Especialista em Processo Civil, 
Mestre em Direito Constitucional (UFRN), Doutorando em Direito Constitucional (UFC), Pro-
fessor das Especializações em Processo da FA7 e da Unichristus. É autor do livro “Direitos 
Fundamentais e sua Dimensão Objetiva”, publicado pelo renomado Sérgio Antonio Fabris 
Editor. Já exerceu os cargos de Chefe de Gabinete do Defensor Público Geral Federal, Pro-
curador do Estado da Paraíba (aprovado em 6º lugar), Procurador do Município de Natal e 
Professor da UFC e UFERSA. Possui várias outras aprovações em concurso entre elas para 
Advogado da União e para Defensor Público do estado de Alagoas.
 
2) WELLINGTON BRINGEL DE ALMEIDA.
Assessor Jurídico da Presidência do TRT da 16ª Região (maranhão). Aprovado nos concur-
sos da Procuradoria Geral do Estado do Acre (27º Lugar), Procuradoria Geral do Município 
de Manaus (13º Lugar) e na Procuradoria Geral do Estado do Amapá (concurso ainda em 
andamento - 1º lugar na prova oral, com média 9,87). Especialista em Direito Administrativo 
e Licitações. Aprovado em diversos concursos para técnico judiciário de Tribunais Regionais 
do Trabalho. Autor do obra “Soluções em Consultoria Jurídica de Tribunais”.
3) GABRIEL DOURADO.
Advogado da União. Ex-Procurador da Fazenda Nacional. Ex-Procurador do Estado do Acre 
(aprovado em 1º lugar). Graduado em Direito pela UFC. Aprovado na PGE-PR, PGE-BA, den-
tre outros concursos.
4) THYAGO BERTOLDI. 
Advogado da União. Especialista em Direito Público pela ESMAFE/PR. Pós graduado em 
Advocacia Pública pelo IDDE. Foi Assistente de trabalho e assessor de Desembargador do 
Trabalho no TRT da 9ª Região e, posteriormente, Assessor Jurídico de carreira no TJ-PR. 
5) TIAGO DE MELO. 
Procurador Seccional da Fazenda Nacional em Mossoró/RN. Ex-OJ do TJCE. Ex-Professor 
Universitário. Aprovado no PGE-RN entre outros concursos. Especialista em Direito e Pro-
cesso Tributário (UNIFOR).
 
6) THIAGO CALANDRINI DE OLIVEIRA DOS ANJOS. 
Professor de Processo Civil, Constitucional e Previdenciário. Graduado pela Universidade 
Federal do Sul e Suldeste do Pará, tendo conseguido o terceiro melhor índice acadêmico do 
curso de Direito. Pós-graduando em processo Civil. Aprovado nos Concursos de Procurador 
do Município de Manaus (12°), de Analistas do TRT 11 e do TRF1, de Técnicos do INSS e do 
TRF1 entre outros.
PROCURADORIAS
3
OUSE
7) RAFAEL TAWARAYA G. DE CARVALHO. 
Advogado da União. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (2008). 
Graduado em Direito pela Faculdade de Direito Damásio de Jesus (2014). Pós-Graduação 
em Direito Constitucional pela Damásio Educacional (2016). Pós-Graduação em Direito Pro-
cessual pela PUC Minas (2019). Aprovado, dentre outros, nos concursos de Procurador do 
Município de Campinas (2012), Procurador do Município de São Paulo (2014), Procurador do 
Estado do Rio Grande do Norte (2015) e Procurador do Estado do Paraná (2015).
8) SARA DA CUNHA CAMPOS RABELO.
Graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás; Pós-graduada em Processo Civil; 
Aprovada nos concursos para ingresso nas carreiras de Procurador do Estado do Maranhão, 
Procurador do Município de Palmas, Procurador do Estado do Amazonas e Defensor Público 
da União.
4
PROCURADORIAS
4
OUSE
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. RAFAEL TAWARAYA
Amig@s do Ouse,
O cumprimento de sentença em face da fazenda pública expressa o processo 
sincrético também nas execuções em face de Entes Públicos. 
Estudaremos, portanto, essa fase satisfativa com o foco na Fazenda Pública. 
Ademais, frise-se que há uma comunicação das regras contidas nos artigos 513 a 
538 com o processo de execução por título extrajudicial, nos termos do art. 771:
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada 
em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, 
no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos 
atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de 
sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a 
lei atribuir força executiva. 
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as 
disposições do Livro I da Parte Especial. 
Ao final abordaremos as ações possessórias, que servirão de complemento aos 
estudos de Direito Civil. 
Bons estudos!
Rafael T. G de Carvalho
5
PROCURADORIAS
4
OUSE
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. RAFAEL TAWARAYA
Amig@s do Ouse,
O cumprimento de sentença em face da fazenda pública expressa o processo 
sincrético também nas execuções em face de Entes Públicos. 
Estudaremos, portanto, essa fase satisfativa com o foco na Fazenda Pública. 
Ademais, frise-se que há uma comunicação das regras contidas nos artigos 513 a 
538 com o processo de execução por título extrajudicial, nos termos do art. 771:
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada 
em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, 
no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos 
atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de 
sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a 
lei atribuir força executiva. 
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as 
disposições do Livro I da Parte Especial. 
Ao final abordaremos as ações possessórias, que servirão de complemento aos 
estudos de Direito Civil. 
Bons estudos!
Rafael T. G de Carvalho
PROCURADORIAS5
OUSE
DIA 67 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
TEMA: Cumprimento de sentença. Ações Possessórias.
43. DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA.
43.1. Princípios gerais que regem as execuções.
A execução no processo civil está embasada em princípios que orientam todas as 
formas executivas, com as devidas adaptações em se tratando de fazenda pública em juízo. 
O princípio basilar é a necessidade de um título executivo (nulla executio nine 
titulo). A par deste, há o princípio da tipicidade dos títulos executivos (nulla titulus sine 
lege). Deste último ressai a ideia de que os títulos executivos devem ser previstos em lei, 
sendo, pois, numerus clausus. 
De acordo com o artigo 515 do CPC, são títulos executivos judiciais:
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á 
de acordo com os artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer 
ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de 
qualquer natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou 
universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos 
ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do 
exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
X - (VETADO). 
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível 
para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 
(quinze) dias. 
6
PROCURADORIAS
6
OUSE
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao 
processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida 
em juízo. 
O rol dos títulos executivos extrajudiciais está no art. 7841 do CPC. Neste curso, 
focaremos nos estudos dos títulos executivos judiciais, vez que a fazenda pública quando 
executada, na imensa maioria das vezes, o é por meio de título judicial, com a observância 
do art. 100 da Constituição c.c. os arts. 534 e 535, para as obrigações de pagar, e arts. 536 e 
538, para as obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa.
Apenas a título ilustrativo, a Fazenda Pública pode ser executada por meio de 
título extrajudicial, em casos de dívidas de condomínios de imóveis funcionais, por exemplo, 
situação esta mais recorrente do que o desejável, em se tratando da União.
Frise-se que com relação à execução contra a fazenda pública de título executivo 
extrajudicial, por força do art. 910, adota-se a disciplina do art. 534 e 535, logo, a disciplina 
legal resta concentrada, facilitando com isso os estudos. 
Continuando nos princípios, há o da patrimonialidade ou da responsabilidade 
patrimonial, pelo qual é o patrimônio do devedor que deve responder por suas dívidas e 
não a sua pessoa. A Lei das XII Tábuas tinha previsão de que era possível dividir o corpo do 
devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores. Hoje, a responsabilidade patrimonial 
é a base da atividade executiva, que em se tratando da fazenda pública, obedece ao rito dos 
precatórios.
1 Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, 
pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, 
tais como taxas e despesas de condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva 
convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas 
devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe 
a execução. 
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem 
executados. 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar 
de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao 
processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida 
em juízo. 
O rol dos títulos executivos extrajudiciais está no art. 7841 do CPC. Neste curso, 
focaremos nos estudos dos títulos executivos judiciais, vez que a fazenda pública quando 
executada, na imensa maioria das vezes, o é por meio de título judicial, com a observância 
do art. 100 da Constituição c.c. os arts. 534 e 535, para as obrigações de pagar, e arts. 536 e 
538, para as obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa.
Apenas a título ilustrativo, a Fazenda Pública pode ser executada por meio de 
título extrajudicial, em casos de dívidas de condomínios de imóveis funcionais, por exemplo, 
situação esta mais recorrente do que o desejável, em se tratando da União.
Frise-se que com relação à execução contra a fazenda pública de título executivo 
extrajudicial, por força do art. 910, adota-se a disciplina do art. 534 e 535, logo, a disciplina 
legal resta concentrada, facilitando com isso os estudos. 
Continuando nos princípios, há o da patrimonialidade ou da responsabilidade 
patrimonial, pelo qual é o patrimônio do devedor que deve responder por suas dívidas e 
não a sua pessoa. A Lei das XII Tábuas tinha previsão de que era possível dividir o corpo do 
devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores. Hoje, a responsabilidade patrimonial 
é a base da atividade executiva, que em se tratando da fazenda pública, obedece ao rito dos 
precatórios.
1 Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, 
pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, 
tais como taxas e despesas de condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
correspondente aos créditos inscritos na formada lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva 
convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas 
devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe 
a execução. 
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem 
executados. 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar 
de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 
PROCURADORIAS
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OUSE
A doutrina nos apresenta ainda o princípio do desfecho único da execução, 
no sentido de que a execução necessariamente se encerra com a satisfação do credor. 
Classicamente a execução é vista como atividade a ser realizada no interesse do credor/
exequente. Como o an debeatur estaria certo (bem da vida), apenas se poderia discutir o 
quantum debeatur (o valor do direito executado). Autores mais antigos chegaram a discutir 
se há ou não cognição no processo de execução. Ocorre que com a evolução do processo, o 
sincretismo processual, a aceitação do manejo da exceção e pré-executividade, bem como 
a possibilidade de discutir a exigibilidade ou não do título judicial, usando as palavras de 
Daniel Assumpção, o referido princípio “entrou em colapso”, dado que não necessariamente 
a execução se encerrará com a satisfação do exequente.
Há também o princípio da disponibilidade da execução. Ressai deste que é 
permitido ao exequente desistir de parte ou de toda a execução. Na verdade, o exequente, 
mesmo com o título em mão, pode até mesmo deixar de executá-lo. Nada o compele a 
promover a execução. Frise-se apenas que o decurso do prazo prescricional pode bloquear a 
satisfação judicial do título, nos termos da súmula 150 do STF que estabelece que prescreve 
a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. Este princípio decorre do princípio 
do desfecho único, pois se entende que caso o exequente resolva desistir da execução, 
implicitamente haverá concordância do executado. Entretanto, a própria crise que abalou o 
princípio anteriormente estudado teve impactos no princípio da disponibilidade. De acordo 
com o art. 775, caso o executado tenha apresentado defesa (embargos ou impugnação) 
e nesta tenha debatido o mérito da demanda executiva, a desistência do exequente fica 
condicionada à concordância do executado. 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou 
de apenas alguma medida executiva. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o 
seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem 
apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas 
processuais e os honorários advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do 
impugnante ou do embargante. 
Esses dispositivos devem ser interpretados como exceção ao princípio da 
disponibilidade, quando o executado houver manejado defesa de mérito no bojo da 
execução.
Ademais, há o princípio da utilidade, segundo o qual a atividade executiva deve 
ser desenvolvida de modo a trazer utilidade ao exequente e não para incomodar o execu-
tado. Por isso a regra do art. 836, caput, determina que não se levará a efeito a penhora 
quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente 
absorvido pelo pagamento das custas da execução.
8
PROCURADORIAS
8
OUSE
Nessa toada, exsurge o princípio da menor onerosidade. Os meios executivos 
devem ser empregados de modo menos gravoso ao executado (art. 805 do CPC: Quando 
por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo 
modo menos gravoso para o executado). Com relação à fazenda pública, no que tange aos 
mecanismos de pagamento o constituinte já cristalizou a regra dos precatórios, que desde a 
Constituição de 1934 tem o status de regra constitucional.
A lealdade e boa-fé processual é uma constante de comportamento a ser exi-
gida em quaisquer fases do processo (art. 77, 80, 81, 774 do CPC). Assim, atentar contra o 
princípio da lealdade e da boa-fé acaba por acionar os mecanismos sancionatórios, sendo 
a multa o exemplo mais proeminente. De acordo com o art. 774, parágrafo único, do CPC, o 
juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito 
em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos 
do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
A atipicidade dos meios executivos exsurge com grande relevância no CPC de 
2015. Não que no CPC de 1973 não encontrasse fundamento legal, no art. 461, §5º, por 
exemplo. O seu correspondente hoje é o art. 536, §1º. Entretanto, é no art. 139, IV, na disciplina 
dos poderes do juiz, que o princípio se mostra mais retumbante, pois torna possível utilizar 
de medidas não previstas em lei a fim de compelir o devedor a cumprir com a sua obrigação, 
em todas as atividades satisfativas no processo. No informativo 631 do STJ há o grande 
exemplo no RHC 97.876 (apreensão do passaporte como meio coercitivo para a satisfação 
de dívida). Frise-se que tamanho poder vem acompanhado de ônus argumentativo maior, 
nos termos do art. 489, §§ 1º e 2º, do CPC. Frise-se que o STJ fez constar na ementa do RHC 
o seguinte: para que o julgador se utilize de meios executivos atípicos, a decisão deve ser 
fundamentada e sujeita ao contraditório, demonstrando-se a excepcionalidade da medida 
adotada em razão da ineficácia dos meios executivos típicos, sob pena de configurar-se 
como sanção processual.
Por fim, o princípio do contraditório anima a fase de cumprimento de sentença, 
vez que por se tratar de garantia fundamental, não é a fase processual que mitigará a 
necessária dialeticidade em que se desenvolverá o processo. 
43.2. Leitura dos artigos 513 ao 533 do CPC. 
Os artigos 513 ao 519 trazem regras gerais acerca do cumprimento de sentença. 
Dentre elas a mais importante é o rol do art. 515, que institui os títulos executivos judiciais. 
No mais, com o foco na atuação da Fazenda Pública, a leitura dos dispositivos do 
CPC deve passar por um “filtro” que demanda o conhecimento das prerrogativas fazendá-
rias no processo. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
Nessa toada, exsurge o princípio da menor onerosidade. Os meios executivos 
devem ser empregados de modo menos gravoso ao executado (art. 805 do CPC: Quando 
por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo 
modo menos gravoso para o executado). Com relação à fazenda pública, no que tange aos 
mecanismos de pagamento o constituinte já cristalizou a regra dos precatórios, que desde a 
Constituição de 1934 tem o status de regra constitucional.
A lealdade e boa-fé processual é uma constante de comportamento a ser exi-
gida em quaisquer fases do processo (art. 77, 80, 81, 774 do CPC). Assim, atentar contra o 
princípio da lealdade e da boa-fé acaba por acionar os mecanismos sancionatórios, sendo 
a multa o exemplo mais proeminente. De acordo com o art. 774, parágrafo único, do CPC, o 
juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito 
em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos 
do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
A atipicidade dos meios executivos exsurge com grande relevância no CPC de 
2015. Não que no CPC de 1973 não encontrasse fundamento legal, no art. 461, §5º, por 
exemplo. O seu correspondente hoje é oart. 536, §1º. Entretanto, é no art. 139, IV, na disciplina 
dos poderes do juiz, que o princípio se mostra mais retumbante, pois torna possível utilizar 
de medidas não previstas em lei a fim de compelir o devedor a cumprir com a sua obrigação, 
em todas as atividades satisfativas no processo. No informativo 631 do STJ há o grande 
exemplo no RHC 97.876 (apreensão do passaporte como meio coercitivo para a satisfação 
de dívida). Frise-se que tamanho poder vem acompanhado de ônus argumentativo maior, 
nos termos do art. 489, §§ 1º e 2º, do CPC. Frise-se que o STJ fez constar na ementa do RHC 
o seguinte: para que o julgador se utilize de meios executivos atípicos, a decisão deve ser 
fundamentada e sujeita ao contraditório, demonstrando-se a excepcionalidade da medida 
adotada em razão da ineficácia dos meios executivos típicos, sob pena de configurar-se 
como sanção processual.
Por fim, o princípio do contraditório anima a fase de cumprimento de sentença, 
vez que por se tratar de garantia fundamental, não é a fase processual que mitigará a 
necessária dialeticidade em que se desenvolverá o processo. 
43.2. Leitura dos artigos 513 ao 533 do CPC. 
Os artigos 513 ao 519 trazem regras gerais acerca do cumprimento de sentença. 
Dentre elas a mais importante é o rol do art. 515, que institui os títulos executivos judiciais. 
No mais, com o foco na atuação da Fazenda Pública, a leitura dos dispositivos do 
CPC deve passar por um “filtro” que demanda o conhecimento das prerrogativas fazendá-
rias no processo. 
PROCURADORIAS
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OUSE
O art. 513 traz hipóteses de intimação do executado para cumprir a obrigação. 
Em se tratando de fazenda pública, impera a prerrogativa da intimação pessoal, conforme 
o art. 183. 
Importante regramento está no art. 516, com relação à competência para o 
julgamento do cumprimento de sentença. 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal 
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de 
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá 
optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local 
onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local 
onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos 
em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de 
origem. 
Essas regras se aplicam à Fazenda Pública, sendo que a alegação de incompetên-
cia do juízo da execução pode ser aventada no cumprimento de sentença (art. 535, V). 
Há curioso dispositivo, art. 517, que prevê a possibilidade de levar a decisão 
judicial transitada em julgado para o protesto, caso o devedor não efetue o pagamento em 
15 dias. Esse dispositivo não se aplica à Fazenda Pública, pois no cumprimento ela não é 
intimada a pagar, mas sim a responder ou não ao cumprimento de sentença. Da sua atuação 
será possível a expedição do precatório ou RPV, o que não significa dizer que o Estado é 
intimado para pagar. Pode acontecer de haver impugnação parcial dos valores, o que enseja 
a expedição de requisitório em relação à parcela incontroversa. Outrossim, o art. 523 não se 
aplica à Fazenda Pública, que possui regramento próprio, os arts. 534 e 535. 
No mais, os artigos 520 ao 522 tratam do cumprimento provisório atinente à 
obrigação de pagar. Essa disciplina é incompatível com o regime de precatórios instituída 
no art. 100 da Constituição.
Entretanto, cabe destacar que a execução provisória pauta-se na responsabili-
dade objetiva do exequente, o que significa dizer que caso seja a decisão ao final reverti-
da, independentemente de sua culpa, é obrigado a reparar os danos que provocou à outra 
parte com o cumprimento provisório. Trata-se, portanto, de um importante juízo de risco-
-proveito do credor (frise-se em demandas que não envolvam a fazenda pública referentes 
à obrigação de pagar), visto que ao final se houver reversão do entendimento jurisdicional, 
arcará ele com os danos que a outra parte teve que suportar. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
Por isso, via de regra, exige-se caução do exequente a fim de dar prosseguimento 
à execução provisória. A caução somente não é exigida, como regra, nas hipóteses do art. 
521: 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser 
dispensada nos casos em que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua 
origem; 
II - o credor demonstrar situação de necessidade; 
III – pender o agravo do art. 1.042; 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em 
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com 
acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da 
dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou 
incerta reparação. 
Ademais, a multa prevista no art. 523, §1º, de 10% sobre o valor executado, em 
caso de não pagamento voluntário, também se aplica no cumprimento provisório. Entretan-
to, se o executado comparecer e de vontade própria pagar o valor, este ato não será havido 
como incompatível com qualquer recurso por ele interposto em face da decisão satisfativa 
(art. 520, §§ e 2º e 3º).
O art. 523 carrega importante mecanismo de coerção ínsito às decisões judiciais, 
ao forçar o pagamento da obrigação constante no título judicial líquido e certo em 15 dias 
a contar da intimação do executado. Não paga a obrigação, há a multa de 10% e também 
honorários advocatícios de 10%, de que trata o §1º. 
Mister aqui destacar a súmula 517 do STJ, que consagra serem devidos honorá-
rios advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoa-
do o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte 
executada. Assim, se o devedor intimado a pagar, o faz em 15 dias, considera-se pagamento 
espontâneo, não exsurgindo o direito do exequente aos honorários advocatícios e à multa 
de 10%. 
Caso seja manejada impugnação ao cumprimento de sentença e ao final o execu-
tado impugnante perca nas suas teses, não são cabíveis novos honorários advocatícios ao 
exequente, conforme a súmula 519 do STJ. 
Apesar de alguma polêmica quanto à plena aplicação dessas súmulas no atual 
CPC, recentemente o STJ reafirmou-as na edição 129, Honorários Advocatícios II, da 
jurisprudência em teses. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
Por isso, via de regra, exige-se caução do exequente a fim de dar prosseguimento 
à execução provisória. A caução somente não é exigida, como regra, nas hipóteses do art. 
521: 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser 
dispensada nos casos em que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua 
origem; 
II - o credor demonstrar situação de necessidade; 
III – pender o agravo do art. 1.042; 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em 
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com 
acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da 
dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou 
incerta reparação. 
Ademais, a multa prevista no art. 523, §1º, de 10% sobre o valor executado, em 
caso de não pagamento voluntário, também se aplica no cumprimento provisório. Entretan-
to, se o executado comparecer e de vontade própria pagar o valor, este ato não será havido 
como incompatível com qualquer recurso por ele interposto em face da decisão satisfativa 
(art. 520, §§ e 2º e 3º).
O art. 523 carrega importante mecanismo de coerção ínsito às decisões judiciais, 
ao forçar o pagamento da obrigação constante no título judicial líquido e certo em15 dias 
a contar da intimação do executado. Não paga a obrigação, há a multa de 10% e também 
honorários advocatícios de 10%, de que trata o §1º. 
Mister aqui destacar a súmula 517 do STJ, que consagra serem devidos honorá-
rios advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoa-
do o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte 
executada. Assim, se o devedor intimado a pagar, o faz em 15 dias, considera-se pagamento 
espontâneo, não exsurgindo o direito do exequente aos honorários advocatícios e à multa 
de 10%. 
Caso seja manejada impugnação ao cumprimento de sentença e ao final o execu-
tado impugnante perca nas suas teses, não são cabíveis novos honorários advocatícios ao 
exequente, conforme a súmula 519 do STJ. 
Apesar de alguma polêmica quanto à plena aplicação dessas súmulas no atual 
CPC, recentemente o STJ reafirmou-as na edição 129, Honorários Advocatícios II, da 
jurisprudência em teses. 
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OUSE
Por fim, destaque-se que no REsp. 1.757.033, o STJ, informativo 636, fez constar 
que a base de cálculo sobre a qual incidem os honorários advocatícios devidos em cum-
primento de sentença é o valor da dívida (quantia fixada em sentença ou na liquidação), 
acrescido das custas processuais, se houver, sem a inclusão da multa de 10% pelo des-
cumprimento da obrigação dentro do prazo legal (art. 523, § 1º, do CPC/2015). Assim, não 
havendo pagamento voluntário, no prazo de 15 dias, a multa e os honorários são extraídos 
diretamente do valor do crédito perseguido, não incidindo honorários sobre a multa. 
Os artigos 524 e 525 têm a disciplina muito próxima aos artigos 534 e 535, com 
as ressalvadas decorrentes de a Fazenda Pública sujeitar-se ao regime de precatórios, não 
havendo se falar me penhora de seus bens. Com efeito, optamos por didática em estudar 
os dispositivos atinentes à Fazenda Pública. Alguns dispositivos específicos dos artigos 524 
e 525 serão comentados pontualmente, dado se aplicarem também em relação à Fazenda. 
No mais, interessante a disciplina do art. 526, que trata do caso de o réu antes de ser 
intimado para o pagamento elaborar sua memória de cálculos e oferecer o pagamento que 
entender devido. Caso o autor concorde a obrigação será satisfeita, sendo o cumprimento 
de sentença encerrado por sentença, sem imposição de honorários advocatícios e multa. 
Se houver concordância parcial, a lide executiva segue quanto aos valores controvertidos, 
nestes incidindo a multa e os honorários de 10% (art. 526, §2º). 
A figura do artigo 526 é parecida com a chamada execução invertida da Fazenda 
Pública, em que ela é condenada em obrigação de pagar quantia certa, mediante RPV 
(requisição de pequeno valor)2, e antecipa-se ao credor cumprindo espontaneamente a 
obrigação e apresentando os cálculos da quantia devida, sem oposição da parte contrária. 
Neste caso, a jurisprudência do STJ entende que não cabe a fixação de verba honorária 
quando o executado apresenta os cálculos do benefício para, no caso de concordância do 
credor, expedir-se a correspondente requisição de pequeno valor.
Com relação aos artigos 528 ao 533, como se trata de cumprimento de obrigação 
de pagar alimentos, entende-se que não há aplicabilidade para a Fazenda Pública. Entre-
tanto, quando da leitura, importante destacar a possibilidade de levar a sentença transitada 
a protesto (art. 517 c.c. art. 528, §1º). Destaca-se também o art. 528, §7º, que institui que o 
débito alimentar que admite a prisão civil é o que compreende até 3 prestações anteriores 
ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo (Súmula 309 do 
STJ). Por fim importante o conhecimento do sistema de desconto em folha (art. 528) e cons-
tituição de capital (art. 529), este aplicável mais às pessoas jurídicas de grande porte, em 
casos envolvendo, por exemplo ações envolvendo responsabilidade civil.
2 Art. 97, § 12, ADCT. Se a lei a que se refere o § 4º do art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento e oitenta) 
dias, contados da data de publicação desta Emenda Constitucional, será considerado, para os fins referidos, em relação 
a Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, omissos na regulamentação, o valor de:
I - 40 (quarenta) salários mínimos para Estados e para o Distrito Federal:
II - 30 (trinta) salários mínimos para Municípios.
Para a União, considera-se pequeno valor crédito inferior ou igual a 60 salários mínimos. 
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OUSE
43.3. Impugnação ao cumprimento de sentença.
A defesa da fazenda pública na fase de cumprimento de sentença é a impugnação 
de que trata o art. 534 e 535, em se tratando de obrigações de pagar. 
No CPC de 73, vigia o sistema em que a execução em face da fazenda não obser-
vava o processo sincrético, nos termos dos artigos 730 e 731. Com o novo CPC, o sincretismo 
processual alcançou também a fazenda pública, de modo que ela é intimada e não mais 
citada para cumprir com a obrigação pecuniária, nos moldes do art. 100 da Constituição.
O art. 534 do CPC traz os requisitos da petição de ingresso da execução contra a 
fazenda pública ou cumprimento de sentença. 
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda 
Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará 
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: 
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária 
utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. 
§ 1º Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar 
o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, 
o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 113 . 
§ 2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda 
Pública. 
Saliente-se que com as devidas adaptações exegéticas, o art. 524, §§ 4º e 5º tem 
suas aplicações, em se tratando de fazenda pública. 
Art. 524. (...). 
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso 
de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, 
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, 
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu 
cálculo. 
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não 
apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente 
rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, 
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PROCURADORIAS
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43.3. Impugnação ao cumprimento de sentença.
A defesa da fazenda pública na fase de cumprimento de sentença é a impugnação 
de que trata o art. 534 e 535, em se tratando de obrigações de pagar. 
No CPC de 73, vigia o sistema em que a execução em face da fazenda não obser-
vava o processo sincrético, nos termos dos artigos 730 e 731. Com o novo CPC, o sincretismo 
processual alcançou também a fazenda pública, de modo que ela é intimada e não mais 
citada para cumprir com a obrigação pecuniária, nos moldes do art. 100 da Constituição.
O art. 534 do CPC traz os requisitos da petição de ingresso da execução contra a 
fazenda pública ou cumprimento de sentença. 
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda 
Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará 
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: 
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária 
utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. 
§ 1º Havendo pluralidadede exequentes, cada um deverá apresentar 
o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, 
o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 113 . 
§ 2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda 
Pública. 
Saliente-se que com as devidas adaptações exegéticas, o art. 524, §§ 4º e 5º tem 
suas aplicações, em se tratando de fazenda pública. 
Art. 524. (...). 
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso 
de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, 
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, 
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu 
cálculo. 
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não 
apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente 
rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, 
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OUSE
ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não 
examinará a alegação de excesso de execução. 
Assim, uma vez apresentados os cálculos pelo exequente, é ônus da fazenda 
pública apresentar a memória de cálculos com os valores discriminados, com os índices de 
correção e juros expressos, no caso de discordância em relação ao quantum debeatur. 
Aos futuros advogados públicos, fiquem tranquilos, que esta parte geralmente 
é feita por um setor de cálculos com a expertise necessária para a elaboração de cálculos. 
O que se extrai dos dispositivos é a necessidade de instrução dos documentos 
(fichas financeiras de servidores por exemplo) para embasar de onde foram tirados os nú-
meros da execução. Na prática, o advogado público oficia aos setores/órgãos competentes 
a fim de amealhar as informações para embasar os cálculos do setor contábil. Por vezes, o 
exequente carreia seus cálculos já com documentos oficiais que embasam as contas, facili-
tando, portanto, o trabalho e a celeridade processual. Frise-se que se trata de ônus do exe-
quente apresentar suas contas com documentos hábeis a provar a correição do quantum 
debeatur, inteligência do art. 534, c.c. o art. 525, §5º. 
Entretanto, mesmo que estejam em poderes do Estado as informações neces-
sárias para o executado elaborar suas contas, com base na lei de acesso à informação (Lei 
12.527/2011), cabe ao exequente providenciar estes documentos e elaborar suas contas, 
pois nos termos do art. 524, §5º, as contas apresentadas por ele, se não contestadas pela 
fazenda pública, serão reputadas corretas. 
Esse mecanismo dota de celeridade a atividade satisfativa, vez que cessa as 
discussões sobre quem tem o dever de acostar aos autos os documentos necessários para 
a elaboração das contas. 
Neste ponto, não há uniformidade na prática forense, e a depender da vara 
judicial, o juízo ou determina ao ente público a juntada dos documentos, para então o 
exequente apresentar as contas, ou lhe incumbe (ao exequente) do mister de providenciar 
a documentação por força própria, antes mesmo da intimação oficial, para responder nos 
termos do art. 535 do CPC. 
Fato é que uma vez apresentadas as contas, por mais frágeis que sejam as suas 
bases e os seus resultados, cabe ao advogado público diligenciar para rebatê-las. 
Assim, embora não mencionado no rol do art. 535 do CPC é possível nas defesas 
da fazenda pública algar a inépcia da petição de cumprimento de sentença, quando, por 
exemplo, o exequente não apresenta os documentos que embasaram os seus cálculos. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
Com efeito, embora o rol do art. 535 do CPC seja considerado pela doutrina como 
taxativo, na prática, a inaptidão da petição inicial do cumprimento de sentença, é matéria 
que na prática é comumente alegada na defesa do ente público. 
No mais, o rol do art. 535 do CPC é considerado fechado, vez que a defesa na fase 
de cumprimento de sentença acaba se vinculando as hipóteses do dispositivo. Apenas se 
registrem as questões práticas acima ventiladas. 
De acordo com o art. 535:
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu 
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, 
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar 
a execução, podendo arguir: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o 
processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde 
que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. 
Primeiramente, importante tecer que apenas na falta ou nulidade de citação, 
se o processo correu à revelia, e na chamada coisa julgada inconstitucional (que adiante 
detalharemos melhor), se pode alegar questões atinentes ao conhecimento. No demais 
casos, por força da coisa julgada não se admite a alegação de questões acobertadas pelo 
manto da coisa julgada. 3
“Proferida sentença em desfavor da Fazenda Pública, em processo 
que correu à sua reveleia, quer porque não fora citada, quer porque 
o fora de maneira defeituosa, tal sentença está contaminada por 
vícios transrescisórios, e esses efeitos são arguidos na impugnação 
ao cumprimento de sentença. A impugnação veicula, nesse sentido, 
uma querela nullitatis, ou seja, a Fazenda Pública postula a nulidade 
da sentença, a fim de que seja reiniciada a fase de conhecimento. 
(...) caso realmente se comprove que a citação foi inexistente ou 
inválida, deverá o juiz acolher a impugnação para anulara a sentença, 
reiniciando toda a fase de conhecimento.” (Cunha, 2016, p. 341).
3 Na execução de título executivo extrajudicial, por força do art. 910 da Fazenda Pública pode deduzir qualquer 
matéria que lhe seria lícito aventar como defesa no processo de conhecimento. 
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Com efeito, embora o rol do art. 535 do CPC seja considerado pela doutrina como 
taxativo, na prática, a inaptidão da petição inicial do cumprimento de sentença, é matéria 
que na prática é comumente alegada na defesa do ente público. 
No mais, o rol do art. 535 do CPC é considerado fechado, vez que a defesa na fase 
de cumprimento de sentença acaba se vinculando as hipóteses do dispositivo. Apenas se 
registrem as questões práticas acima ventiladas. 
De acordo com o art. 535:
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu 
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, 
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar 
a execução, podendo arguir: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o 
processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde 
que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. 
Primeiramente, importante tecer que apenas na falta ou nulidade de citação, 
se o processo correu à revelia, e na chamada coisa julgada inconstitucional (que adiante 
detalharemos melhor), se pode alegar questões atinentes ao conhecimento. No demais 
casos, por força da coisa julgada não se admite a alegação de questões acobertadas pelo 
manto da coisa julgada. 3
“Proferida sentença em desfavor da Fazenda Pública, em processo 
que correu à sua reveleia, quer porque não fora citada, quer porque 
o fora de maneira defeituosa, tal sentença está contaminada por 
vícios transrescisórios, e esses efeitos são arguidos na impugnação 
ao cumprimento de sentença. A impugnação veicula, nesse sentido, 
uma querela nullitatis, ou seja, a Fazenda Pública postula a nulidade 
da sentença, a fim de que seja reiniciada a fase de conhecimento. 
(...) caso realmente se comprove que a citaçãofoi inexistente ou 
inválida, deverá o juiz acolher a impugnação para anulara a sentença, 
reiniciando toda a fase de conhecimento.” (Cunha, 2016, p. 341).
3 Na execução de título executivo extrajudicial, por força do art. 910 da Fazenda Pública pode deduzir qualquer 
matéria que lhe seria lícito aventar como defesa no processo de conhecimento. 
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A ilegitimidade de parte de que trata o art. 535, II, não é a mesma a ser alegada 
na demanda cognitiva. Nesta a legitimidade se relaciona ao liame subjetivo entre o direito 
alegado a parte no processo. Na fase de cumprimento se relaciona a haver título condenan-
do o ente público. 
Não é raro que os processos em fase executiva tenham se iniciado (conhecimen-
to) nos anos de 1990 ou início de 2000. Por vezes na petição inicial do conhecimento o par-
ticular demandou em face de município X e estado-membro Y. No curso da demanda, o 
estado-membro foi excluído, por decisão interlocutória não recorrida. Com efeito, o trânsito 
em julgado abarcou apenas o município. 
Outro exemplo comum na esfera federal, é o cumprimento de sentença em face 
da União de servidores da administração indireta (INSS por exemplo) em ações movidas por 
sindicatos de servidores federais. Ora, a União deve responder apenas pelos servidores a ela 
vinculados e não por servidores da administração indireta. Assim, se numa execução com 
50 servidores, 20 deles forem vinculados ao INSS, a União alegará ilegitimidade passiva no 
cumprimento de sentença em relação a estes 20 servidores. 
Com relação à inexequibilidade do título, art. 535, III, considera-se exequível 
o título a expressa obrigação certa, líquida e exigível. Carecendo de quaisquer desses 
elementos, o título é inexequível, por exemplo, por ausência de liquidação. A doutrina 
também cita o caso da sentença rescindida. A hipótese da inexigibilidade será tratada com 
mais vagar adiante. 
Quanto ao excesso de execução, art. 535, IV, trata-se da defesa de mérito 
(quantum debeatur) da fase executiva. Quando se alegar que o exequente, em excesso de 
execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá ao ente público declarar 
de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. 
Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde 
logo, objeto de cumprimento. 
Assim, se o ente público apresentar cálculos a “zerar a conta” do exequente, 
considerar-se-á que o todo é controvertido, por exemplo, alegado e comprando que já houve 
pagamento administrativo ao exequente. Caso o ente alegue excesso propriamente dito, o 
valor da concordância tornar-se-á incontroverso, sendo possível atém mesmo a expedição 
de requisitórios referentes a estes valores. Há súmula da AGU (nº 31) nesse sentido ( “É 
cabível a expedição de precatório referente a parcela incontroversa, em sede de execução 
ajuizada em face da Fazenda Pública”.)
Caso não seja impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada 
(art. 535, §3º): 
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I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, 
precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na 
Constituição Federal ; 
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o 
ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação 
de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado 
da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco 
oficial mais próxima da residência do exequente. 
A incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução pode ser alegada 
como defesa na impugnação. As regras sobre competência no juízo executório estão no art. 
516 do CPC. Em regra, o juízo onde tramitou a ação de conhecimento é o juízo onde se exe-
cutará o título. Frise-se que as questões atinentes à competência do juízo de conhecimento 
não mais poderão ser debatidas, a não ser em ação rescisória, nos termos do art. 966, II. 
Já a alegação de impedimento e suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 
1484 . 
4 Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou 
a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo 
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa 
dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando 
a remessa do incidente ao tribunal. 
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido: 
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito 
suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas 
e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter 
atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de 
suspeição. 
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, 
remetendo os autos ao seu substituto legal. 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente 
instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos. 
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 
(quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária. 
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento interno. 
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, 
precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na 
Constituição Federal ; 
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o 
ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação 
de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado 
da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco 
oficial mais próxima da residência do exequente. 
A incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução pode ser alegada 
como defesa na impugnação. As regras sobre competência no juízo executório estão no art. 
516 do CPC. Em regra, o juízo onde tramitou a ação de conhecimento é o juízo onde se exe-
cutará o título. Frise-se que as questões atinentes à competência do juízo de conhecimento 
não mais poderão ser debatidas, a não ser em ação rescisória, nos termos do art. 966, II. 
Já a alegação de impedimento e suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 
1484 . 
4 Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou 
a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamentoda recusa, podendo 
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa 
dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando 
a remessa do incidente ao tribunal. 
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido: 
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito 
suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas 
e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter 
atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de 
suspeição. 
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, 
remetendo os autos ao seu substituto legal. 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente 
instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos. 
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 
(quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária. 
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento interno. 
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de testemunha. 
PROCURADORIAS
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OUSE
Por fim, é possível se alegar qualquer causa modificativa ou extintiva da 
obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que 
supervenientes ao trânsito em julgado. O dispositivo legal é claro ao limitar as alegações 
novas a fatos ocorridos após o trânsito em julgado. É comum que a fazenda pública alegue, 
por exemplo, compensação de pagamentos administrativos realizados após o trânsito em 
julgado. Outra situação possível é a realização de acordo em relação a parte dos exequentes 
individuais, em demandas, por exemplo a envolver servidores públicos substituídos por 
sindicato, assim, a impugnação deve citar e provas os exequentes individuais que realizaram 
acordos. 
43.4. Inexigibilidade da coisa julgada inconstitucional.
Ante à importância do tema, mister dar o tratamento adequando a ele, dado 
que com análise vagarosa da jurisprudência do STF, não é incomum em ações executivas, 
verificar que a sentença foi proferida em total dissintonia com o entendimento do Pretório. 
Contudo, para avançar é necessário responder primeiramente: O que é a coisa 
julgada inconstitucional?
Quando uma sentença transita em julgado, afrontando entendimento do 
Supremo Tribunal Federal, há a dita coisa julgada inconstitucional. 
Se o sistema jurídico não previsse meios para evitar que este comando decisório 
afrontoso à Constituição produzisse seus efeitos na vida prática, na esfera jurídica do 
vencido, haveria uma grave falha sistêmica a enfraquecer a força normativa da Constituição.
Para se defender da coisa julgada inconstitucional o padrão de defesa é o manejo 
da ação rescisória. Uma de suas hipóteses de cabimento é a desconstituição por contrarie-
dade à lei, o que abarca a desconstituição da coisa julgada por afronta à Constituição. 
Frise-se que nos termos da súmula 343 do STF: Não cabe ação rescisória por 
ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto 
legal de interpretação controvertida nos tribunais. 
Esse dispositivo, de acordo com antiga posição do Pretório não se aplicava aos 
casos em que a decisão contrariava norma constitucional. Nessa época dava-se ao princípio 
da supremacia da constituição alcance mais largo, com a tese que a afronta à Constituição 
não se convalesceria com o tempo, mesmo nas hipóteses de mudança da jurisprudência do 
STF. 
Exemplificando. Se o plenário do STF julgasse uma causa num sentido, mas numa 
época em que houvesse certa cizânia entre suas turmas, e se no futuro o Pretório mudasse 
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PROCURADORIAS
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OUSE
de posição, acionar-se-ia a possibilidade de manejo da ação rescisória, se não transcorridos 
2 anos do trânsito em julgado. Eis a antiga posição do STF, que afastava a incidência da 
súmula 343 da Corte, nos casos envolvendo normas constitucionais. 
Recentemente, a Corte Máxima alterou a posição, com o entendimento de 
que a doutrina da interpretação divergente mas razoável também se aplica ao texto 
constitucional, abrandando assim o alcance antes dado ao princípio da supremacia da 
constituição. Resultado disso foi a aplicação do entendimento cristalizado na súmula 343 
da Corte também para as causas em que há divergência entre a interpretação do texto 
constitucional. 
Eis o excerto que bem sintetiza a atual posição do STF, exarada em sede de 
repercussão geral: 
“Não cabe ação rescisória quando o julgado estiver em harmonia 
com o entendimento firmado pelo Plenário do Supremo à época da 
formalização do acórdão rescindendo, ainda que ocorra posterior 
superação do precedente. [Tese definida no  RE 590.809, rel. min. 
Marco Aurélio, P, j. 22-10-2014, DJE 230 de 24-11-2014,Tema 136.]”
Com efeito, podemos ler súmula 343 do STF, na seguinte medida: não cabe 
ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei e da Constituição, quando a decisão 
rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais. 
Em síntese, em caso de overruling da jurisprudência, não há hipótese de 
cabimento da rescisão de decisão transitada em julgado, nos termos do RE 590.809, tema 
136 de Repercussão Geral. Com efeito, podemos dizer que na hipótese da interpretação 
controvertida, por força desse precedente vinculante, não há se falar em coisa julgada 
inconstitucional. 
Vê-se que aqui se adotou posição defensiva, mitigando o acesso à Corte máxima, 
impedindo o manejo da ação rescisória, quando a decisão que se visa rescindir for do 
próprio STF, nos termos da súmula 343. 
Entretanto, a coisa julgada inconstitucional, apesar dessa mitigação com a 
aplicação da súmula 343 do STF também nas hipóteses da interpretação controvertida de 
norma constitucional, encontra respaldo em outras situações. 
Se uma sentença de outra instância contrariar decisão do STF, proferida em sede 
de controle difuso ou concentrado, que houver declarado a inconstitucionalidade da lei ou 
ato normativo primário, ela será inexigível, nos termos dos artigos 525, §12, e 535, §8º, do 
CPC. Também é inexigível o título judicial fundado em aplicação ou interpretação de lei ou de 
ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição.
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PROCURADORIAS
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de posição, acionar-se-ia a possibilidade de manejo da ação rescisória, se não transcorridos 
2 anos do trânsito em julgado. Eis a antiga posição do STF, que afastava a incidência da 
súmula 343 da Corte, nos casos envolvendo normas constitucionais. 
Recentemente, a Corte Máxima alteroua posição, com o entendimento de 
que a doutrina da interpretação divergente mas razoável também se aplica ao texto 
constitucional, abrandando assim o alcance antes dado ao princípio da supremacia da 
constituição. Resultado disso foi a aplicação do entendimento cristalizado na súmula 343 
da Corte também para as causas em que há divergência entre a interpretação do texto 
constitucional. 
Eis o excerto que bem sintetiza a atual posição do STF, exarada em sede de 
repercussão geral: 
“Não cabe ação rescisória quando o julgado estiver em harmonia 
com o entendimento firmado pelo Plenário do Supremo à época da 
formalização do acórdão rescindendo, ainda que ocorra posterior 
superação do precedente. [Tese definida no  RE 590.809, rel. min. 
Marco Aurélio, P, j. 22-10-2014, DJE 230 de 24-11-2014,Tema 136.]”
Com efeito, podemos ler súmula 343 do STF, na seguinte medida: não cabe 
ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei e da Constituição, quando a decisão 
rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais. 
Em síntese, em caso de overruling da jurisprudência, não há hipótese de 
cabimento da rescisão de decisão transitada em julgado, nos termos do RE 590.809, tema 
136 de Repercussão Geral. Com efeito, podemos dizer que na hipótese da interpretação 
controvertida, por força desse precedente vinculante, não há se falar em coisa julgada 
inconstitucional. 
Vê-se que aqui se adotou posição defensiva, mitigando o acesso à Corte máxima, 
impedindo o manejo da ação rescisória, quando a decisão que se visa rescindir for do 
próprio STF, nos termos da súmula 343. 
Entretanto, a coisa julgada inconstitucional, apesar dessa mitigação com a 
aplicação da súmula 343 do STF também nas hipóteses da interpretação controvertida de 
norma constitucional, encontra respaldo em outras situações. 
Se uma sentença de outra instância contrariar decisão do STF, proferida em sede 
de controle difuso ou concentrado, que houver declarado a inconstitucionalidade da lei ou 
ato normativo primário, ela será inexigível, nos termos dos artigos 525, §12, e 535, §8º, do 
CPC. Também é inexigível o título judicial fundado em aplicação ou interpretação de lei ou de 
ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição.
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Vê-se aqui que não se está a tratar de mudança de jurisprudência no STF, mas sim 
de decisão judicial, que pelos mais diversos motivos, transitou em julgado, contrariando 
posição da Corte Máxima. 
Nessas hipóteses além da possibilidade da rescisão do título, com o ajuizamento 
da ação rescisória, há meios mais céleres de defesa do executado, em face da execução do 
título. Assim, com o manejo da impugnação ao cumprimento da sentença, nos termos 
delineados na lei, o que ocorre é o bloqueio da execução do título judicial por declaração 
da inexigibilidade e não propriamente a sua desconstituição. O título permanece 
existente, pois não rescindido, o que acontece é a declaração de sua total ineficácia, ante 
à sua inexigibilidade.
Quais sãos as hipóteses em que há se falar em coisa julgada inconstitucional? 
A própria lei as consagra, sendo a lição doutrinária de Daniel A. A. Neves (2019, p. 880) 
cristalina:
“A declaração de inconstitucionalidade realizada pelo Supremo 
Tribunal Federal pode ocorrer, segundo dispositivos legais ora 
apresentados, por três diferentes matérias:
(a) redução do texto, quando a lei é declarada inconstitucional para 
todos os fins e desaparece do ordenamento jurídico; 
(b) aplicação da norma à situação considerada inconstitucional, 
quando ela será válida para certas situações e inválidas para outras; 
(c) interpretação conforme a Constituição, quando, havendo mais 
de uma intepretação possível, somente uma delas for considerada 
constitucional.”
Portanto, a coisa julgada inconstitucional centra-se nessas possibilidades. 
Veremos adiante que é essa a posição do STF, embora haja outras situações que em tese 
poderiam configurar-se como “coisa julgada inconstitucional”, como por exemplo quando 
um juiz declara que certa norma constitucional é de eficácia limitada e o Pretório a entende 
de eficácia plena, ensejando um desfecho diferente para eventuais pedidos que discutam 
essas teses. Neste caso, não há se falar em coisa julgada inconstitucional, nos termos da lei 
e da posição do STF.
Por fim, importante mencionar que a doutrina já trabalha com a relativização da 
coisa julgada injusta inconstitucional.
O tema ainda é novo e não há posição do Supremo Tribunal Federal a tratar 
diretamente do tema enquanto instituto processual. São famosos os casos envolvendo o 
exame de DNA e a relativização da coisa julgada. Entretanto, esses casos calcados no avanço 
da tecnologia e nos direitos à personalidade, o que abrange o direito ao conhecimento e 
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PROCURADORIAS
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OUSE
registro da linha ancestral, não são suficientes para se defender que há uma corrente forte 
no sentido de que decisões injustas podem ser relativizadas, afinal, o que é injusto? Isso 
a filosofia ocidental bate cabeça desde os sofistas até os grandes nomes da atualidade 
para responder, sem nunca terem ao final respondido de maneira satisfatória, tamanha a 
dificuldade. Logo, balizar a coisa julgada, instituto concreto, a um conceito deveras vago é 
perigoso para o Estado Democrático de Direito.
Entretanto, vale reproduzir algumas lições, seguindo o escólio de Daniel A. A. 
Neves (2014: p. 885):
“Como já observado pela melhor doutrina, a corrente que defende 
essa relativização se divide em dois grupos, que apesar de 
fundamentos diferentes sempre chegam à mesma conclusão:
(a) os que defendem a inexistência da coisa julgada material em 
determinadas hipóteses de extrema injustiça inconstitucional da 
sentença, de forma que o afastamento da decisão nem mesmo 
poderia ser tratado como uma espécie de relativização; 
(b) os que concordam que mesmo diante dessa extrema injustiça 
existe coisa julgada material, mas que o seu afastamento é necessário 
e justificável em razão da proteção de outros valores constitucionais.
(...)
Seriam assim sentença juridicamente impossíveis de gerar efeitos 
aquelas que contrariam valores jurídicos essenciais do sistema, tais 
como as que representarem:
(a) afronta à razoabilidade e proporcionalidade; 
(b) ofensa à moralidade administrativa (absurda lesão ao Estado); 
(c) afronta ao valor justo de indenização por desapropriação; 
(d) afronta aos direitos fundamentais do homem; 
(e) afronta ao meio ambiente equilibrado.”
O brilho da exposição e da ideia de justiça não pode ofuscar a dificuldade inerente 
à aplicação da doutrina no mundo dos fatos. É desafiador responder que decisão afronta a 
razoabilidade. Lembremos que tuto aquilo que a alguém onera, pode parecer irrazoável, 
do ponto de vista do onerado. Lembremos também das lições de Alexy de que em certos 
casos é possível mais de uma decisão correta, justa, racional, o que determinará isso é a 
fundamentação empregada. 
Portanto, apesar do encanto que esse pensamento da coisa julgada injusta 
inconstitucional, ou seja, a inconstitucionalidade advém da injustiça, penso que são 
conceitos deveras vagos para se trabalhar com algo tão importante, a coisa julgada e a 
garantia que ela propaga, a segurança jurídica. 
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PROCURADORIAS
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OUSE
registro da linha ancestral, não são suficientes para se defender que há uma corrente forte 
no sentido de que decisões injustas podem ser relativizadas, afinal, o que é injusto? Isso 
a filosofia ocidental bate cabeça desde os sofistas até os grandes nomes da atualidade 
para responder, sem nunca terem ao final respondido de maneira satisfatória, tamanha a 
dificuldade. Logo, balizar a coisa julgada, instituto concreto, a um conceito deveras vago é 
perigoso para o Estado Democrático de Direito.
Entretanto, vale reproduzir algumas lições, seguindo o escólio de Daniel A. A. 
Neves (2014: p. 885):
“Como já observado pela melhor doutrina, a corrente que defende 
essa relativizaçãose divide em dois grupos, que apesar de 
fundamentos diferentes sempre chegam à mesma conclusão:
(a) os que defendem a inexistência da coisa julgada material em 
determinadas hipóteses de extrema injustiça inconstitucional da 
sentença, de forma que o afastamento da decisão nem mesmo 
poderia ser tratado como uma espécie de relativização; 
(b) os que concordam que mesmo diante dessa extrema injustiça 
existe coisa julgada material, mas que o seu afastamento é necessário 
e justificável em razão da proteção de outros valores constitucionais.
(...)
Seriam assim sentença juridicamente impossíveis de gerar efeitos 
aquelas que contrariam valores jurídicos essenciais do sistema, tais 
como as que representarem:
(a) afronta à razoabilidade e proporcionalidade; 
(b) ofensa à moralidade administrativa (absurda lesão ao Estado); 
(c) afronta ao valor justo de indenização por desapropriação; 
(d) afronta aos direitos fundamentais do homem; 
(e) afronta ao meio ambiente equilibrado.”
O brilho da exposição e da ideia de justiça não pode ofuscar a dificuldade inerente 
à aplicação da doutrina no mundo dos fatos. É desafiador responder que decisão afronta a 
razoabilidade. Lembremos que tuto aquilo que a alguém onera, pode parecer irrazoável, 
do ponto de vista do onerado. Lembremos também das lições de Alexy de que em certos 
casos é possível mais de uma decisão correta, justa, racional, o que determinará isso é a 
fundamentação empregada. 
Portanto, apesar do encanto que esse pensamento da coisa julgada injusta 
inconstitucional, ou seja, a inconstitucionalidade advém da injustiça, penso que são 
conceitos deveras vagos para se trabalhar com algo tão importante, a coisa julgada e a 
garantia que ela propaga, a segurança jurídica. 
PROCURADORIAS
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OUSE
Por esses motivos, o trabalho, focará apenas no conceito de coisa julgada 
inconstitucional advindo da lei, com espeque da jurisprudência do STF, cujo ponto de 
partida para o estudo de caso é a ADI 2.418. 
Fora essas observações, pergunta-se: A coisa julgada inconstitucional pode ser 
executada?
De acordo com os artigos 525, §12, e 535, §8º, do CPC, veremos que a coisa julga-
da inconstitucional não pode ser executada e há mecanismos de defesa em relação a ela. 
Veremos que não se trata de inovação do CPC de 2015, embora tenha havido 
aprimoramento de instituto delineado desde o início dos anos 2000. 
Voltemos à ideia acima exposta, essa defesa não desconstitui o título, ela é 
uma hipótese de bloqueio do executado a não ter sua esfera jurídica atingida por decisão 
lastreada em título contrário ao sistema jurídico, em certas hipóteses. Estas são balizadas 
na ADI 2.418, conforme adiante se explanará. 
Com efeito, a hipótese de relativização ora estudada é uma das chamadas 
formas atípicas de relativização da coisa julgada, pois o padrão normativo é o manejo 
da ação rescisória. Entretanto, isso não significa que não há a mencionada relativização, 
afinal, poderia um juiz negar o cumprimento de uma sentença, sem os vícios apontados? 
Poderia qualquer outra autoridade fazê-lo? A resposta é não, pois há mecanismos de 
responsabilização funcional nesse caso.
A coisa julgada é relativizada, dado que a sua autoridade, de tornar os efeitos da 
sentença imutáveis, perde a coercibilidade, uma vez que o título judicial não poderá ser exe-
cutado. O vencedor da demanda carregará em mãos um nada jurídico, pois não conseguirá 
fazê-lo se concretizar, uma vez apresentada a defesa processual correta e acolhida pelo juiz. 
Assim, mesmo existindo título e autoridade emanada dele, a coisa julgada, nenhum efeito 
concreto se poderá exigir, patente pois o enquadramento na categoria da relativização da 
coisa julgada. 
O julgado paradigma da aplicação do art. 535, §§5º a 8º, do CPC é a ADI 2.418/DF. 
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, com respaldo no 
artigo 103, VII, da Constituição da República (Brasil, 1988), ajuizou a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade referida. 
Embora o ajuizamento desta ação direta tenha ocorrido nos idos do ano de 2001, 
o julgamento e a formulação da tese ocorreu em 04 de maio de 2016, com o trânsito em 
julgado em 28 de novembro de 2016, logo, na vigência no atual Código de Processo Civil 
(2015).
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PROCURADORIAS
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OUSE
Com efeito, no transcorrer da ação, profundas reformas no Código de Processo 
Civil foram realizadas, inclusive o próprio digesto foi revogado com o advento do código 
processual de 2015. Entretanto, o mecanismo que permite a declaração da inexigibilidade 
da coisa julgada inconstitucional demonstrou que veio para ficar, tanto que foi aprimorado 
ainda na vigência do antigo código processual, bem como, foi mais detalhado no atual 
digesto.
O argumento central da OAB foi o seguinte: 
“Quanto ao parágrafo único acrescentado ao art. 741 do CPC, alega 
‘simulada criação de nova hipótese de rescindibilidade da sentença 
transitada em julgado’ (fl. 5), em afronta ao art. 5º,XXXVI, pois ‘privar 
o decisum do principal efeito que lhe é próprio –ensejar execução 
forçada – consubstancia ataque à autoridade do decidido em juízo’ 
(fl. 13). (ADI 2418, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, 
julgado em 04/05/2016, Acórdão Eletrônico DJe-243 DIVULG 16-11-
2016 PUBLIC 17-11-2016)”
A Presidência da República e a Advocacia Geral da União, na defesa do texto 
legal, argumentaram que a medida processual não se trata de rescisão do julgado, mas tão 
somente de impedimento de que atos inconstitucionais produzam efeitos, garantindo-se a 
força normativa da Constituição e a racionalização dos trabalhos do Judiciário.
A Procuradoria Geral da República visualizou conflito entre os princípios 
da coisa julgada e da segurança jurídica com o da supremacia da constituição e o da 
soberania das decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no controle abstrato 
de normas, entendendo que ao Pretório Excelso caberia decidir com base no princípio da 
proporcionalidade. 
O ponto nevrálgico do caso é que o artigo 741, parágrafo único, do CPC/73, 
introduzido pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001 de 24 de agosto de 2001, inicialmente 
acresceu um mecanismo de defesa próprio da Fazenda Pública, nos embargos à execução 
contra ela ajuizada, permitindo a flexibilização da coisa julgada. Posteriormente, a Lei nº 
11.232/2005, além de aprimorar a redação do citado dispositivo legal, criou a possibilidade 
de alegação da inexigibilidade da coisa julgada inconstitucional também nas execuções 
gerais, com a introdução do artigo 475-L, §1º, do CPC/73. Hoje, o mesmo instituto (defesa 
processual contra a coisa julgada inconstitucional) está disciplinado no art. 525, § 1º, III e 
§§ 12 e 14, e no art. 535, § 5º do CPC/2015, respectivamente, nas execuções gerais e nas 
execuções contra a Fazenda Pública. 
Esses dispositivos foram analisados pela ADI 2.148, sendo que o Supremo Tribu-
nal Federal julgou improcedente a ação e, nas razões de decidir, determinou o alcance desse 
instrumento de defesa (relativização) da coisa julgada inconstitucional. 
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Com efeito, no transcorrer da ação, profundas reformas no Código de Processo 
Civil foram realizadas, inclusive o próprio digesto foi revogado com o advento do código 
processual de 2015. Entretanto, o mecanismo que permite a declaração da inexigibilidade 
da coisa julgada inconstitucional demonstrou que veio para ficar, tanto que foi aprimorado 
ainda na vigência do antigo código processual, bem como, foi mais detalhado no atual 
digesto.
O argumento central da OAB foi o seguinte: 
“Quanto ao parágrafo único acrescentado ao art. 741 do CPC, alega 
‘simulada criação de nova hipótese de rescindibilidade da sentença 
transitada em julgado’ (fl. 5), em afronta ao art. 5º,XXXVI, pois ‘privar 
o decisum do principal efeito que lhe é próprio –ensejar execução 
forçada – consubstancia ataque à autoridade do decidido em juízo’ 
(fl. 13). (ADI 2418, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, 
julgado em 04/05/2016, Acórdão Eletrônico DJe-243