Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Programa da Prática Médica Caso 2 Semiologia do Idoso Introdução Existem duas classificações para os idosos, uma que leva em conta a idade e outra as condições de saúde. Quanto a idade, idosos jovens são aqueles com idade entre 60 e 69 anos, idosos velhos têm idade entre 70 e 79 anos, e muito idosos com idade acima dos 80 anos. Com relação a condição de saúde, idosos bem-sucedidos apresentam a senescência (conjunto de modificações fisiológicas decorrentes do envelhecimento) sem perdas funcionais significativas, idosos mal-sucedidos apresentam a senilidade (conjunto de alterações fisiológicas provocadas por doenças do envelhecimento) com perdas significativas, e os idosos com envelhecimento usual que apresentam uma combinação da senescência e da senilidade. Anamnese O princípio geral da anamnese do idoso é o acolhimento, que deve ser feito por toda a equipe de saúde, não somente pelo médico. Deve-se ter uma relação sem preconceitos e estereótipos, tendo cuidado com a linguagem não verbal pois ela é extremamente importante para o idoso. Além disso, não se deve infantilizar a relação com o idoso, deve-se respeitar os valores que o idoso carrega consigo, deve-se estar disponível ao idoso e não apressar o atendimento. É importante ouvir tanto o idoso quanto o cuidador. O médico deve perceber no início da consulta a capacidade auditiva e visual do idoso para se adequar a essa capacidade. Além disso, deve-se perceber se o paciente apresenta um déficit cognitivo pois o normal é envelhecer lúcido. Dificuldades na anamnese do idoso O idoso considera seus sinais e sintomas como consequências naturais do processo de envelhecimento, e isso nem sempre é verdade. O idoso geralmente se sente intimidado em se expressar quando é apressado pelo médico. O idoso pode esconder sintomas por medo da internação ou despesas com medicamentos. Além disso tudo, o idoso pode apresentar déficit auditivo, visual ou de memória, o que dificulta a anamnese. Outras dificuldades nessa anamnese são doenças com apresentação atípica, múltiplas doenças ao mesmo tempo e a sobreposição de efeitos bons e ruins dos medicamentos. Estrutura da anamnese no idoso Geralmente se inicia a anamnese pela história pregressa (hábitos e vícios, antecedentes, etc.) pois o idoso chega na consulta com a queixa “tenho tantos problemas que nem sei por onde começar”. Com isso, o médico deve conduzir a anamnese para que consiga obter informações relevantes. Deve-se desde o início se atentes às principais síndromes geriátricas (5 is), que são a imobilidade, incontinência, insuficiência cognitiva, instabilidade e quedas, e a iatrogenia (corresponde a um dano físico ou psíquico causado pelo médico). “Teste da sacola de medicamentos” Na história pregressa é INDISPENSÁVEL conhecer todas as medicações que o idoso toma a fim de diminuir possíveis iatrogenias. Não basta perguntar ao idoso sobre os medicamentos, é necessário solicitar a ele que leve todos os medicamentos para que nenhum seja esquecido. Deve se atentar às ervas naturais pois as vezes elas podem estar provocando a condições adversas (como diarreia, insônia, etc.). O médico deve conferir a maneira que o idoso toma cada medicamento para garantir que está tudo certo, deve identificar também medicamentos com princípios ativos iguais que são tomados de maneira errada. É importante instruir sobre a automedicação e perceber se o idoso reconhece os medicamentos parecidos. Por fim, deve avaliar as condições dos medicamentos e a validade. Queixa Principal Queixa principal é o sintoma que motivou a consulta médica e sua duração. O médico deve estar atento para identificar o real motivo da consulta, além de ter em mente que o motivo do idoso pode não ser o mesmo que o cuidador tem em mente. Abordagem Cognitiva Simples Para avaliar déficits cognitivos se aplica o teste Mini Mental. No MM serão realizadas algumas perguntas ao paciente e ele terá uma pontuação no final desse exame que vai refletir o estado mental dele. A primeira parte do exame é avaliar a Orientação do paciente (10 pontos), onde se questiona o dia da semana, dia do mês, o mês, o ano, a hora aproximada, o local onde se encontra, o tipo de instituição (hospital, clínica ‘ . ou casa), o bairro ou rua próxima, a cidade e o estado. Cada pergunta respondida corretamente dá um ponto ao paciente. Em seguida, deve-se avaliar a Memória Imediata (3 pontos), onde se fala 3 palavras não relacionadas (como CARRO, VASO e TIJOLO) e, passados alguns segundos, pede ao paciente que as repita na ordem. Cada palavra correta dá um ponto ao paciente. Depois, avalia-se a Atenção e Cálculo (5 pontos), pedindo ao paciente que subtraia 7 de 100, 5 vezes. Cada valor correto dá um ponto. Ao invés do cálculo, pode-se pedir para o paciente soletrar MUNDO de trás para frente. Cada letra correta dá um ponto. Agora, avalia-se a Memória de Evocação (3 pontos) perguntando as 3 palavras ditas na avaliação da Memória Imediata. Cada resposta correta vale um ponto. Por fim, deve- se avaliar a Linguagem (9 pontos) do paciente por meio de 6 testes. O paciente deve nomear um relógio e uma caneta (total de 2 pontos), repetir a frase “nem aqui, nem ali, nem lá” (1 ponto), obedecer ao comando “pegue este papel com a mão direita, dobre ao meio e coloque no chão” (3 pontos), ler e obedecer ao comando “feche os olhos” (1 ponto), escrever uma frase completa (1 ponto) e copiar um desenho (1 ponto). Quanto a somatória, de 27 a 30 são considerados normais, sendo que até 24 ainda pode receber essa classificação. Abaixo de 23 caracterizamos um paciente com comprometimento do estado mental. Quanto mais baixo o valor, maior o comprometimento. NÃO esquecer que a escolaridade da pessoa avaliada influencia no teste, por isso ele deve ser adaptado nessas circunstâncias. Exame Físico Logo que o paciente entra no consultório já se deve avaliar a postura, a marcha, a rigidez, o equilíbrio, a fáscies e outros sinais. Deve-se executar o teste “levantar e andar”, pesar e medir o paciente (pois fraturas afetam a altura). Deve-se avaliar a PA, hipotensão postural (pressão diminui ao levantar), frequência cardíaca, buscar linfonodos, avaliar as condições dentárias, o uso de próteses e a adequação do idoso a elas. Avalia-se a hidratação pela observação do turgor, elasticidade e mucosas, tendo em mente as características da pele senil. Avalia-se a presença de neoplasias, micoses, carências vitamínicas e indícios de maus tratos. Maus tratos Os sinais indiretos de maus tratos, especialmente negligência e omissão, são o emagrecimento inexplicável, hipovitaminoses, lesões como queimaduras, unhas crescidas, cabelos sem cortar, má higiene, presença de fungos e zoonoses, armação de óculos quebrada, existência de apropriação financeira e vários outros sinais. Exame Físico Na inspeção do tórax pode-se identificar um aumento anteroposterior dele causado por DPOC, ou uma cifose na coluna causada por osteoporose. Deve-se atentar às extremidades buscando edemas, avaliando a sensibilidade, os pulsos e deformidades de articulações. No exame do abdome é indispensável o toque retal para avaliar a próstata, presença de fecalomas (pode se manifestar na forma de confusão mental) e neoplasias retais. Deve-se testar os reflexos e a força muscular. *Sinal da roda dentada presente no caso disparador demonstra rigidez causada pela doença de Parkinson. Ela é uma resistência ao estiramento muscular com interrupções, o que é parecido com o que se observa quando se movimenta uma engrenagem defeituosa. Comunicação Dolorosa A comunicação de má notícias (também chamada de comunicação dolorosa) é a comunicação realizada ao noticiar doenças crônicas, doenças progressivas, óbito, transição do cuidado curativo para o cuidado paliativo e outras situações difíceis de serem comunicadas, porém, deve-se aprender a realizar essa comunicação pois ela fará parte da prática clínica de todo médico. Para uma comunicaçãodolorosa efetiva deve-se ter um local adequado, todos devem estar confortáveis e sentados. Deve- se saber quem são as pessoas que ouvirão a comunicação além do paciente naquele momento, e saber quando a comunicação precisa ser feita apenas para o paciente. O médico deve tentar criar um vínculo com o paciente, falar pausadamente, usar o silêncio para o paciente conseguir assimilar as informações e realizar perguntas, deve ser honesto e seguro nas respostas. A maioria das comunicações difíceis devem ser dadas em partes, geralmente em mais de uma abordagem. Por fim, o médico deve entender a raiva do paciente não como uma agressão direta. Deve entender também a negação como parte do processo e não como ignorância. O médico deve dar esperança sempre que possível, por isso deve estar sempre muito informado acerca da condição do paciente. É sempre recomendado ter mais de uma pessoa no momento da comunicação, seja ela da família ou da equipe do hospital. ‘ . Disfagia Introdução A alimentação tem importantes funções para a manutenção da homeostasia, porém, ela também é considerada um ato psicossocial. O paladar se associa a hábitos diários, histórico de vida e outros fatores. Tendo esse panorama, entende-se porque qualquer problema na deglutição interfere de forma marcante e negativa na qualidade de vida de um indivíduo. Fisiologia da Deglutição Na cavidade oral acontece a fase preparatória oral. O alimento entra na boca, é mastigado, triturado e degustado, tudo isso por ação da língua, palato e dentes. No momento da deglutição, o alimento se posiciona no meio da língua e é pressionado contra o palato mole. A partir desse momento começa a fase faríngea, que dura cerca de um segundo. O palato mole e a úvula se deslocam superiormente obstruindo a nasofaringe (a respiração é interrompida), o alimento se desloca para a orofaringe e laringofaringe em seguida. A epiglote (assim como as pregas vocais e vestibulares) vai fechar a via aérea inferior permitindo o direcionamento do alimento para o esôfago. A fase esofágica, que dura 5 segundos, se inicia na abertura de transição entre faringe e esôfago onde se encontra o esfíncter esofagiano superior (EES). O alimento, ao entrar no esôfago, é encaminhado até o estômago por ondas peristálticas. Antes do estômago existe o esfíncter esofagiano inferior (EEI), que impede o refluxo do alimento. Disfagia A disfagia é o termo técnico que se refere a dificuldade para engolir ou deglutir. A disfagia alta, também chamada de disfagia de transmissão, se associa a alterações na boca, orofaringe e laringofaringe e o paciente chega com a queixa de engasgar ao deglutir. A disfagia baixa, também chamada de disfagia de transporte, se associa a alterações esofágicas e o paciente chega com a queixa de que o alimento “entala” ao deglutir. A disfagia pode ser ainda classificada em mecânica ou motora. A disfagia mecânica é causada pelo estreitamento anatômico do conduto e geralmente é expressa por disfagia com alimentos sólidos, enquanto a disfagia motora é causada por uma alteração da coordenação da motilidade do conduto, e geralmente é expressa por disfagia com líquidos quando se tem ausência de engasgos. Etiologia Quanto a etiologia, a disfagia alta se associa à demência, AVC, neuropatias degenerativas, miopatias (como miastenia gravis, distrofias e polimiosites) e rebaixamento do nível de consciência. A disfagia baixa, por outro lado, se relaciona à acalasia, espasmo esofagiano difuso, esôfago hipercontrátil, obstruções e disfagia funcional. Diagnóstico A primeira pergunta que deve ser feita é se o paciente engasga ou entala com o alimento, para identificar se a disfagia é alta ou baixa. Em seguida, pergunta-se a duração da disfagia, o quadro agudo geralmente chama mais atenção enquanto o crônico sugere neoplasias. O quadro pode ser intermitente ou não. Tendo feito essas perguntas, é recomendado o uso de exames complementares que podem auxiliar no diagnóstico, sendo os principais o videodeglutograma (permite avaliar o trajeto do alimento da boca ao esôfago), a manometria esofágica, esôfago-estômago-duodenografia (EED) ou endoscopia digestiva alta. A disfagia alta exige uma avaliação multidisciplinar, enquanto a disfagia baixa geralmente é resolvida com uso de nitratos, bloqueador de canal de cálcio, dilatação ou cirurgias. Disfagia Alta A disfagia alta pode ter várias causas, estando as principais representadas na tabela a seguir Manifestações Clínicas As principais manifestações clínicas da disfagia alta são a redução do prazer da alimentação, modificação da consistência e volume do bolo alimentar, pneumonia por repetição, tosse, engasgos, “pigarro”, regurgitação nasal, dificuldade de manejar a saliva, de mastigar e iniciar a deglutição. Além disso, há alterações na elevação laríngea, xerostomia e desconforto respiratório ‘ . Avaliação A avaliação da disfagia alta deve ser multidisciplinar (geralmente feita por um radiologista e um fonoaudiólogo), geralmente é feita por eletromiografia, ausculta cervical e videofluoroscopia da deglutição que permite a visualização de todas as fases da deglutição em uma vista anteroposterior, de perfil e oblíqua. Complicações As principais complicações da disfagia alta são as pneumonias por repetição, desidratação, deficiência nutricional, depressão, ansiedade, isolamento social e perda do prazer de se alimentar. Tratamento Assim como a avaliação, deve ser multidisciplinar, sendo os métodos de intervenção de dois tipos, uma terapia indireta que vai trabalhar a deglutição da saliva, é recomendada em disfagia grave (duração de 7 a 10 dias) e vai aperfeiçoar a mobilidade e a força das estruturas relacionadas. A terapia direta trabalha técnicas com oferta de alimento, onde se realizam exercícios miofuncionais orofaringolaríngeos, manobras posturais e manobras de reabilitação. Disfagia Baixa As principais condições associadas à disfagia baixa são a acalasia, espasmo esofagiano difuso, esofagite eosinofílica, câncer de esôfago além de outros distúrbios. Acalasia A acalasia é a condição em que se tem ausência do relaxamento do EEI, com isso, há uma peristalse diminuída ou até mesmo ausente no esôfago. O paciente geralmente apresenta queixa de entalo crônico, vai apresentar endoscopia normal, manometria constatando ausência do relaxamento do EEI e hipoperistalse, EED apresentando esôfago dilatado em todo o seu comprimento exceto na porção distal que se encontra afilada. A causa mais comum de acalasia é a doença de Chagas. O tratamento pode ser feito por dilatação pneumática, toxina botulínica, miotomia ou esofagectomia. Espasmo esofagiano difuso Tal condição se apresenta na forma de entalo agudo com quadro álgico (dor) intermitente. O paciente ainda pode apresentar pirose e regurgitação. A manometria e o EED constatam contrações prematuras/ simultâneas no esôfago distal, a endoscopia constata erosão do esôfago distal, o que indica uma doença do refluxo gastroesofágico. O espasmo esofagiano difuso se associa muito à DRGE (além de quadros de ansiedade e stress). A queixa mais comum é a dor torácica, o que pode levar a confundir com síndrome coronariana aguda. O tratamento consiste em tratar a DRGE e o transtorno de ansiedade, além de utilizar um bloqueador de canal de cálcio como diltiazem e nifedipino Esofagite eosinofílica Mais comum em homens jovens, é semelhante à DRGE, difere dela pois na biópsia esofágica há mais de 15 eosinófilos. Deve ser feito um teste terapêutico com IBP por dois meses e então se repete a biópsia. Caso a condição não melhore, o tratamento recomendado é a corticoterapia com fluticasona. Câncer de esôfago Caracterizada por uma disfagia com piora progressiva, tem como fator de risco o tabagismo. Ele só causa disfagia quando compromete mais de 50% da luz do órgão. Ele tem rápida progressão, o paciente apresenta perda rápida de peso, odinofagia e regurgitação. O diagnósticoé feito apenas com biópsia, porem a endoscopia já permite a suspeita. Outros distúrbios funcionais do esôfago ●Distúrbios funcionais primários: esôfago em quebra-nozes é caracterizado por disfagia, dor torácica, pirose (azia), regurgitação, tosse, ansiedade, depressão e manometria acima de 180 mmHg. O esfíncter inferior do esôfago hipertensivo, assim como a motilidade esofagiana ineficaz, se caracteriza por disfagia, dor torácica, pirose e regurgitação. ●Distúrbios funcionais secundários: os principais são as doenças do colágeno como esclerose sistêmica progressiva, dermatopoliomiosite e a doença mista do tecido conjuntivo. Além delas, existem as complicações da doença do refluxo gastro-esofágico, que são as úlceras esofágicas, estenose esofágica e o anel de Schatzki. *A DRGE NÃO causa disfagia, mas suas complicações sim Disfagia esofágica mecânica Uma das causas mais frequentes é o divertículo de Zenker, ele é benigno e a terapêutica é endoscópica. O divertículo é uma variação anatômica na parte superior do esôfago. ‘ . Desengasgamento Introdução A manobra de Heimlich consiste na realização de compressões que impulsionem o diafragma superiormente, o que aumenta a pressão intratorácica e provoca uma ejeção de ar pelos pulmões com o objetivo de retirar o objeto que está provocando o engasgo (obstruindo as vias aéreas) com esse ar expelido. Não se realiza Manobra de Heimlich em bebês. Bebês de até 1 ano O bebê com obstrução total vai ter choro fraco, ausência de movimentos respiratórios ou tosse. Caso ele esteja consciente, posicione ele em decúbito ventral sobre o antebraço do médico, que deve estar sentado e apoiando o antebraço na coxa. O médico inclina o antebraço para que os membros inferiores do bebê fiquem num nível acima da cabeça dele. O médico então estabiliza a mandíbula do bebê com o indicador e o médio e dá até 5 tapas nas costas do bebê entre as escápulas. Caso o objeto não saia, posicione o bebê em decúbito dorsal no outro braço ainda com a cabeça num nível abaixo dos membros inferiores, e realize 5 compressões torácicas, uma por segundo. *Esse ciclo deve ser feito até remover o objeto ou o bebê ficar inconsciente Caso o bebê se torne inconsciente, chame o SAMU e inicie a RCP. Realize 30 compressões seguidas de duas ventilações (mesmo estando com o objeto obstruindo as vias). Caso o bebê esteja engasgado com líquido, não realizar a manobra acima. Deve-se realizar uma sucção mecânica posicionando a boca e o nariz do bebê dentro da boca do socorrista e sugando o líquido. Pacientes com +1 ano Em paciente consciente, primeiro pergunta a ele se ele consegue tossir e respirar, se a resposta for afirmativa deve- se estimular ele a fazer isso. NÃO bater nas costas. Caso o paciente não responda às perguntas, se aproxime dele e diga que vai iniciar a manobra, se posicionando atrás do paciente com uma postura que te ofereça estabilidade. Peça ajuda e inicie a Manobra de Heimlich Posicione uma mão em punho fechado a dois dedos acima da cicatriz umbilical ou dois dedos abaixo do ângulo de Charpy. Envolva a mão em punho com a palma da outra mão, que deve estar aberta. Comece a comprimir com força no ponto indicado com as mãos na posição descrita. Realize compressões rítmicas, que devem seguir para dentro e para cima no abdome, e fortes até que o objeto seja expelido ou até que o paciente consiga tossir Se o objeto não for removido e o paciente se tornar inconsciente, peça ajuda, deite ele em decúbito dorsal e comece as compressões esternais associadas à ventilação (deve-se ventilar mesmo com o objeto obstruindo as vias aéreas) *Em obesos e gestantes as mãos devem se posicionar sobre o esterno, não no ponto descrito. Quando houver uma criança engasgada, se posicione de joelhos para ficar na altura dela. Quando você está sozinho e engasgado, existem duas possibilidades, ou se apoie numa parede e realize a manobra de Heimlich em si mesmo, ou apoia uma cadeira na barriga e realize compressões com ela. Toque Retal Introdução O toque retal é o exame que permite avaliar o canal anal, reto e próstata, permitindo a busca de fecalomas, hemorroidas, cânceres (de ânus, reto ou próstata) e outros. As condições que restringem a realização do exame são a fissura anal, abscesso perianal, trombose hemorroidária, câncer anal avançado e a presença de condilomas. É extremamente importante conversar com o paciente para evitar desconforto psicológico. O material necessário é luva de procedimento, avental, gorro, máscara e óculos de proteção. Xilocaína gel, papel higiênico, lençol e biombo. Após explicar o procedimento, higienizar as mãos, reunir o material, proteger o leito com os biombos e vestir os EPIs, deve-se posicionar o paciente em uma posição. O paciente pode assumir a posição ginecológica, a genupeitoral ou o decúbito lateral esquerdo (posição de Sims) com a perna direita flexionada, que é a posição mais recomendada pelo conforto e diminuição do constrangimento. ‘ . Cubra o paciente, lubrifique o dedo indicador da mão dominante e avise que vai iniciar o procedimento. Introduza a ponta do dedo e inspecione em 360° a orla anal procurando plicomas, hemorroidas, fístulas ou fissura perianal. Pode-se solicitar ao paciente que realize a Manobra de Valsava para identificar prolapso. Insira mais o dedo e examine a cavidade retal rotacionando o dedo 360° buscando irregularidades ou endurecimentos. Em seguida, avalie a próstata, que está anteriormente ao reto a cerca de 5 cm do ânus. Deve-se descrever alguns aspectos da próstata, são eles a forma (dois lobos ovoides unidos inferiormente e com um sulco mediano entre si), consistência (elástica e firme que faz saliência na mucosa retal), simetria, tamanho (3x4 cm, mais ou menos do tamanho de uma castanha), sensibilidade (indolor), superfície (lisa) e mobilidade (discreta). *Uma próstata com carcinoma tem aumente de volume, dor à palpação, geralmente perde a divisão em lobos pois o sulco mediano desaparece, apresenta nódulos firmes, consistência dura, mobilidade reduzida/ ausente e contornos indistintos. Retire o dedo e observe a presença de pus ou sangue na luva. Retire os EPIs, higienize as mãos e registre os achados no prontuário do paciente.
Compartilhar