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Mercado Monetário e Moeda

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Macroeconomia
Macroeconomia
3
3
Unidade 3
Mercado monetário
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, você verá como funciona o lado monetário da Economia, 
partindo do conceito de moeda, passando pela sua oferta e demanda, 
assim como pela taxa de juros, conceito e algumas definições sobre o sis-
tema financeiro.
Objetivos de aprendizagem
• Entender o mercado monetário;
• Compreender o conceito de moeda;
• Entender qual o papel da taxa de juros;
• Compreender o funcionamento do sistema financeiro.
4
Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
3.1. Conceito de moeda
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), pode-se conceituar moeda como um instrumento que é aceito pela 
sociedade para o pagamento de bens e serviços, ou seja, a moeda intermedeia as transações econômicas. É compul-
soriamente aceita, pois sua aceitação é garantida por lei, o que torna a moeda fiduciária. Isso quer dizer que ela é aceita 
por confiança, uma vez que não tem lastro em metais preciosos ou demais objetos de valor.
Antes do surgimento da moeda, praticava-se o escambo, ou seja, a simples troca de mercadoria por mercadoria: 
quem produzia milho, por exemplo, trocava sua mercadoria com quem criava bois, e assim por diante.
Antes da introdução da moeda-mercadoria, nos primeiros momentos históricos em que a divisão das atividades 
começou a ser praticada, estruturaram-se primitivos sistemas de trocas, em espécie e mercadoria por mercadoria.
Depois da fase do escambo, veio a fase da moeda-mercadorias, como boi, sal, dentre outras, algumas mercadorias 
passaram a ser mais procuradas do que outras e, como eram aceitas por todos, assumiram a função de moeda. 
Posteriormente, os metais foram usados com a função de moeda. Com isso, devido ao seu alto valor, as pessoas pas-
saram a preferir deixar os metais depositados em um ourives e transportar os certificados emitidos por eles, o que deu 
origem ao papel-moeda, no século XVII, quando surgiram os bancos comerciais (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
Depois, o Estado passou a monopolizar a emissão de papel-moeda, que era lastreada em ouro, ou seja, a capacidade 
de emitir moeda estava limitada pela quantidade de ouro existente. Vasconcellos e Garcia (2014) observam também 
que, a partir de 1920, o padrão ouro foi abolido, porém, em 1944, com o Tratado de Bretton Woods, houve uma nova 
tentativa de vincular a emissão de moeda ao ouro, mesmo que indiretamente. Por meio desse acordo, o dólar ameri-
cano estava vinculado ao ouro, e as demais moedas tinham suas paridades fixadas com relação ao dólar. Porém, em 
1971, a convertibilidade foi suspensa e a maioria das moedas no mundo passou a ser fiduciária.
Figura 1 - Barras e moedas de ouro.
Fonte: disponível em: https://jornaldiabo.com/esclarecimento/o-ouro-do-estado-novo/ Acesso em: 27 
out. 2021.
https://jornaldiabo.com/esclarecimento/o-ouro-do-estado-novo/
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
3.2. Funções da moeda
A moeda é utilizada com aceitação geral, imediata e garantida por lei na troca de propriedade de bens e serviços.
De acordo com Vasconcellos e Garcia, (2014, p. 177-178), as principais funções da moeda são as seguintes:
• Instrumento de troca: como já pontuado anteriormente, a moeda serve como um meio para troca de 
bens e serviços;
• Unidade de medida (ou unidade de conta): todos os valores de bens e serviços podem ser expressos em 
unidades monetárias, representando, portanto, uma medida-padrão;
• Reserva de valor: os agentes econômicos podem acumular moeda para adquirir bens ou serviços em 
datas futuras.
3.3. Oferta de moeda
De acordo com Vasconcellos (2007, p. 290), a oferta de moeda é sinônimo de meios de pagamento, e pode ser definida 
como “[...] o estoque de moeda disponível para uso da coletividade (setor privado não bancário) a qualquer momento”.
Estão inclusos nos meios de pagamento a moeda que está em poder do público mais a moeda que está depositada 
em bancos comerciais sob a forma de depósitos à vista:
M = PMPP + DV
Onde:
M = meios de pagamento;
PMPP = papel-moeda em poder do público (ativo de maior liquidez);
DV = depósito à vista (moeda escritural ou moeda bancária); é o valor que o correntista tem depositado.
Perceba que, no conceito de meios de pagamento, não está incluída aquela que representa 
a moeda em posse das autoridades monetárias e dos bancos comerciais. A moeda em depó-
sitos à vista nos bancos pertence aos correntistas, e não aos bancos. Os recursos monetá-
rios que pertencem aos bancos são seus encaixes e suas reservas, representadas pelos valo-
res que os bancos comerciais têm depositado no Banco Central (VASCONCELLOS; GARCIA, 
2014).
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
Vasconcellos e Garcia (2014) ainda observam que, na definição dos meios de pagamentos, também se excluem 
os depósitos em caderneta de poupança e em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), porque rendem juros 
e não têm liquidez imediata. Assim, os autores chamam a atenção para o fato de que existem várias definições 
para moeda, e cada uma delas inclui ou exclui determinados recursos. 
Com a existência de outras medidas de estoque na economia em geral, as principais diferenças se baseiam no 
grau de liquidez desses ativos. No Brasil, os agregados monetários são conhecidos e utilizados como medida da 
quantidade de moeda: M1, M2, M3 e M4.
As definições, de acordo com Vasconcellos e Garcia (2014) e Vasconcellos (2007), são as seguintes:
• Conceito M1:
Moeda em poder do público (+) depósitos à vista nos bancos comerciais;
• Conceito M2:
M1 (+) depósitos especiais remunerados (+) depósitos de poupança
(+) títulos emitidos por instituições privadas (depósitos a prazo, letras hipotecárias etc.);
• Conceito M3:
M2 (+) fundos de renda fixa (+) operações compromissadas com títulos federais;
• Conceito M4:
M3 (+) fundos de renda fixa (+) títulos públicos federais, estaduais e municipais.
No mercado de títulos de renda fixa, operações compromissadas são operações de compra 
(ou venda) de títulos com compromisso de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em 
uma data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos.
Glossário
3.3.1. Monetização e desmonetização da economia
Vasconcellos e Garcia (2014) observam que pode ocorrer a monetização ou desmonetização da economia. A 
inflação provoca a desmonetização, pois, nesse caso, as pessoas buscam aplicações que deem rentabilidade 
para, assim, proteger seu dinheiro da corrosão inflacionária. Quando não há inflação, as pessoas tendem a man-
ter mais recursos em conta-corrente, ou seja, sem rentabilidade.
Há outros fatores que podem levar à criação ou destruição de moeda, conforme o figura 1.
Quando, por exemplo, os exportadores trocam dólares (ou moeda estrangeira, de forma geral) por reais, há cria-
ção de moeda, assim como quando os bancos comerciais fazem empréstimos ao setor privado. Já quando o 
Banco Central (BC) vende dólares aos importadores, recebendo reais, há uma destruição de moeda. O mesmo 
ocorre quando há o resgate (ou pagamento) de um empréstimo bancário, ou quando ocorrem depósitos em 
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
longo prazo. Por outro lado, quando ocorrem saques por meio de cheques ou quando uma empresa paga seus 
funcionários sacando de seus próprios depósitos à vista, não há criação nem destruição de moeda (VASCON- 
CELLOS, 2007).
Figura 1 - Fatores que levam à criação ou à destruição de moeda, sendo: Criação (C), Destruição 
(D) e (N) para quando não houve criação nem destruição de moeda.
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2007).
De acordo com Vasconcellos (2007), o setor bancário pode criar ou destruir moeda. Como os bancos comerciais 
têm permissão para emprestar os valores depositados em conta-corrente pelos seus clientes, eles conseguem 
emprestar uma quantia maior do que aquelas que eles têm como suas reservas monetárias. Dessa forma, conse-
guem multiplicar a moeda em circulação e disponível ao público em geral (pessoas físicas eempresas).
Já o chamado setor não bancário (famílias, empresas, governo, sistema financeiro não monetário) não consegue 
criar moeda, pois apenas transfere os recursos entre si (VASCONCELLOS, 2007).
3.4. Oferta de moeda pelo Banco Central
No Brasil, a autoridade monetária é representada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central. 
O CMN coloca as normas que devem ser seguidas, e o Banco Central as executa e fiscaliza, sendo o responsável 
por executar a política monetária e cambial do país.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2014, p. 183-184) e Vasconcellos (2007, p. 293), as funções do Banco Central 
são as seguintes:
• Execução de política monetária: controlar a oferta de moeda e crédito, a qual corresponde à sua pri-
meira e mais importante função;
• Banco emissor: é o único responsável pela emissão de moeda (papel ou metálica), ou seja, tem o mono- 
pólio das emissões;
• Banco dos bancos: como os bancos podem ter excesso ou falta de recursos, o Banco Central aceita 
depósitos dos demais bancos e, se necessário, supre a sua falta de recursos;
• Banco do governo: recebe depósitos do governo e pode lhe conceder créditos;
• Controle e regulação da oferta de moeda: é por meio do Banco Central que o governo coloca em prá-
tica a política monetária;
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
• Execução da política cambial e administração do câmbio: administra o câmbio e as reservas de divisas 
internacionais do país, ou seja, coloca em prática a política cambial;
• Fiscalização das instituições financeiras.
O Banco Central lança mão de vários instrumentos para poder cumprir suas várias funções, e esses ins-
trumentos de política monetária são: as emissões, os depósitos compulsórios, as operações de mercado 
aberto, as operações de redesconto e a regulamentação da moeda e do crédito.
• Controle de emissões
O Banco Central controla o volume de moeda manual da economia (papel-moeda e metal).
• Depósitos compulsórios
Depósitos compulsórios, ou reservas compulsórias, são o percentual dos depósitos à vista que devem ser 
mantidos obrigatoriamente pelos bancos comerciais no Banco Central.
Por meio dos depósitos compulsórios, o Banco Central pode administrar a quantidade de moeda dis-
ponível, assim, um aumento da taxa de depósitos compulsórios leva a uma queda dos meios de paga- 
mento, pois, ao ter que depositar um valor maior no Banco Central, os bancos comerciais terão menos 
dinheiro para emprestar ao público. O governo fará isso se quiser diminuir o consumo, provavelmente, 
com o intuito de deter a inflação. Porém, se o governo desejar expandir a economia, diminuirá a taxa de 
depósitos compulsórios, pois sobrará mais dinheiro aos bancos para emprestarem à população (VAS- 
CONCELLOS, 2007).
• Operações de mercado aberto (open market)
O Banco Central compra e vende títulos públicos para injetar ou tirar dinheiro do mercado. Quando o 
Banco Central vende títulos, capta dinheiro do mercado, portanto, tira moeda de circulação, e quando 
ele compra títulos públicos, joga moeda no mercado. Portanto, no primeiro caso, está praticando uma 
política monetária restritiva e, no segundo, uma política monetária expansionista.
• Operações de redesconto
A taxa de redesconto é a taxa cobrada pelo Banco Central para emprestar dinheiro aos bancos comerciais 
quando estes estão com eventuais problemas de liquidez.
Se a taxa cobrada pelo Banco Central for baixa, ele estará incentivando a tomada de recursos pelos ban-
cos comerciais e utilizando esse instrumento para uma política monetária expansionista. Caso contrário, 
se estipular taxas mais elevadas, estará buscando tirar liquidez do mercado e terá optado por uma política 
monetária restritiva.
3.5. Oferta de moeda pelos bancos comerciais
Os bancos comerciais, apesar de não emitirem moeda, também podem interferir na oferta de moeda na econo-
mia. Como observam Vasconcellos e Garcia (2014), os bancos têm uma carta patente que lhes permite emprestar 
mais do que têm em depósitos.
Assim, apesar de não emitir moeda física, o banco comercial cria moeda porque pode fazer promessas de paga- 
mento com os recursos que são depositados pelo público. Esse fato permite que se crie um mecanismo multipli-
cador dos depósitos realizados nos bancos.
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
3.5.1. Multiplicador monetário
Os bancos comerciais podem, então, aumentar a oferta de meios de pagamento, não com a emissão de moeda 
física, mas escritural. Ou seja, o sistema bancário pode criar moeda em valores múltiplos de uma quantia mone-
tária inicial que tenha sido depositada pelos clientes.
Moeda escritural é o nome que se dá ao uso dos depósitos bancários usados como meio de 
pagamento. A partir do século XIX começaram a surgir os serviços de compensação ban-
cária e de transferências (diretas ou através de cheques) entre contas-correntes dos depo-
sitantes. Com isso, os depósitos à vista passaram a ter valor de moeda, chamada de moeda 
escritural. A moeda escritural cumpre satisfatoriamente o papel de meio de troca, diferen-
ciando-se do papel-moeda apenas por não ter curso forçado, sendo, portanto, uma moeda 
fiduciária, pois seu valor é devido apenas à confiança depositada no seu banco emissor.
Seu principal meio de movimentação hoje em dia são os cheques e os cartões eletrônicos. 
No Brasil, outras formas de movimentação da moeda escritural incluem as transferên-
cias de crédito, as Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED) os Documentos de Crédito 
(DOC) e os boletos de cobrança, mais conhecidos como pagamentos com código de barra. 
Glossário
Se analisarmos um exemplo, fica mais fácil o entendimento desse processo.
O exemplo numérico dado por Vasconcellos e Garcia (2014) é exposto no quadro 1.
Imagine que um cliente deposite R$100.000 no Banco do Brasil. Desse valor, 40% (R$40.000) o banco deve dei-
xar como compulsório junto ao Banco Central. Portanto, sobram R$60.000 para que o banco empreste para 
outros clientes. O cliente que tomou os R$60.000 emprestados deposita esse valor no Bradesco.
O Bradesco reserva 40% dos R$60.000, ou R$24.000, para depósito compulsório e empresta os R$36.000 res-
tantes. O cliente que pega os R$36.000 emprestados deposita-os no Banco Itaú.
O Banco Itaú faz o depósito compulsório de R$14,4 mil (40% de R$36.000) e empresta R$21,6 mil, e assim por 
diante.
No final, como podemos perceber no quadro 1, um empréstimo inicial de R$100.000 transformou-se em 
R$250.000 (primeira coluna do quadro).
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), o efeito multiplicador da moeda escritural é, então, dado por uma 
progressão geométrica decrescente e pode ser representado, de forma simplificada, pelo inverso da porcenta-
gem da reserva bancária:
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
m = 1
r
Onde:
m = multiplicador monetário;
r = porcentagem de reserva dos bancos comerciais sobre os depósitos à vista.
Quadro 1: Multiplicador bancário.
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 187).
No entanto, segundo Vasconcellos e Garcia (2014), a fórmula mais conhecida é a do multiplicador da base mone-
tária. A base monetária pode ser definida como o somatório da moeda em poder do público e das reservas ban-
cárias, que são as reservas técnicas, as voluntárias e as compulsórias.
P = saldo da moeda em poder do público;
R = total das reservas bancários; 
D = saldo dos depósitos à vista;
M = saldo dos meios de pagamento = P + D;
B = saldo da base monetária = P + R;
M = m x B
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
Onde:
m = multiplicador da base monetária. 
Portanto:
m = M
B
Figura 2 - Representação do efeito multiplicador.
Como é ressaltado por Vasconcellos e Garcia (2014), o multiplicador monetário não tem 
relação com o multiplicador keynesiano de gastos. O multiplicador keynesiano refere-se ao 
efeito de gastos no nível de renda e não de moeda.
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
3.6. Modelo keynesiano de demanda por moeda
A demanda por moeda correspondeà quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém: o público, 
os cofres de empresas, os depósitos à vista nos bancos comerciais (VASCONCELLOS E GARCIA, 2014).
A pergunta que se coloca é: por que reter moeda, se existem alternativas mais rentáveis para guardar os recursos 
financeiros, já que investimentos em ativos geram rentabilidade? 
Para o modelo keynesiano, os motivos são:
• Transações: necessidade de manter moeda para pagar compromissos do dia a dia: alimentação, trans- 
porte, aluguel, dentre outros;
• Precaução: devido às incertezas quanto às datas de recebimentos e de pagamentos ou a imprevistos;
• Especulação ou portfólio: para aproveitar oportunidades de investimento (títulos, imóveis etc.). A moeda 
é um ativo que não rende juros, mas possui liquidez, portanto, ao deixar uma parte de seu portfólio em 
moeda, torna-se possível aproveitar oportunidades em outros mercados. Os títulos pagam rendimento, 
mas seu valor oscila em função de mudanças da taxa de juros. Quando os juros sobem, o preço dos títulos 
cai. Quando os juros estão baixos e um investidor espera (especula) que subam logo, ele vende títulos e 
demanda moeda, visando a preservar o valor de seu patrimônio por meio da busca de novas aplicações.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), os motivos de precaução e transação dependem diretamente do 
nível de renda, sendo que quanto maior a renda, maior a necessidade de moeda para transações e precaução. 
Quanto ao motivo especulação, quanto menor a taxa de juros, maior será a quantidade de moeda (sem remune-
ração) que o aplicador vai reter em seu portfólio.
Assim, a demanda por moeda é função direta da renda e inversa da taxa de juros. A taxa de juros pode ser vista 
como o custo de oportunidade de reter moeda (VASCONCELLOS, 2007). 
Assim: 
Md = k.Y - h.i
onde:
Md = demanda por moeda;
k = sensibilidade da demanda monetária em relação à variação na renda;
h = sensibilidade da demanda por moeda em relação à variação na taxa de juros.
13
Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
Gráfico 1 - Curva da demanda por moeda com relação à taxa de juros. Eixo y = taxa de juros, eixo x 
= quantidade de moeda. A relação é inversa, portanto, a curva é descendente. 
Fonte: adaptada de Vasconcellos (2007).
3.7. O papel das taxas de juros
A taxa de juros representa o valor do dinheiro no tempo. É uma taxa de rentabilidade para os aplicadores, e o 
custo do empréstimo, para os tomadores. Uma taxa de juros alta gera como consequências:
1. Aumento do custo para os tomadores de fundos;
2. Aumento do custo de oportunidade em estocar mercadorias, dada a atratividade de aplicar no mercado 
financeiro;
3. Incentivo ao ingresso de recursos de outros países;
4. Freio na atividade econômica, ao desestimular o consumo e o investimento, estimulando a especulação 
no mercado financeiro;
5. Aumento do custo da dívida pública interna.
Em outras palavras, a taxa de juros impacta a economia e a vida dos agentes econômicos de várias formas.
Para as empresas, as taxas de juros impactam as decisões de investimento. Se elas estiverem elevadas (e também 
suas expectativas futuras), as decisões de investimento do empresário em máquinas e estoques provavelmente 
serão adiadas. Se ele tiver dinheiro disponível, poderá optar por ganhar a rentabilidade dos juros no mercado 
financeiro em vez de produzir. Ou, caso ele não tenha recursos, não se animará a tomá-los emprestados a uma 
taxa de juros elevada. A situação contrária ocorre quando a taxa de juros está baixa.
Os consumidores, por sua vez, também evitarão pegar crédito para o consumo se as taxas estiverem elevadas ou, 
caso possuam recursos, optarão por aplicá-los no mercado financeiro em vez de consumir.
As taxas de juros afetam também o movimento dos capitais internacionais. Se a taxa de juros brasileira estiver 
alta, em comparação com os demais países, e tudo o mais for constante, isso atrairá um fluxo de capitais para o 
país.
14
Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
3.7.1. Taxa de juros nominal e taxa real de juros
A taxa de juros nominal é aquela divulgada nos jornais, cobrada pelos bancos, nos crediários de loja, no cheque 
especial etc.
Porém, existe a taxa real de juros, que é obtida descontando-se da taxa nominal a inflação do período.
Por exemplo, se a taxa Selic está em 13,75% ao ano e a inflação é de 5% ao ano, a taxa nominal de juros é de 
13,75%, porém a taxa real é diferente. Isso significa que 5% daquele rendimento de um ativo que paga a taxa 
Selic está sendo corroído pela inflação.
Para calcular a taxa real, devemos, conforme Vasconcellos e Garcia (2014), usar a seguinte fórmula:
(1+r) = (1+i)
(1+ π)
Onde:
r = taxa nominal de juros;
i = taxa real de juros;
π = taxa de inflação.
Assim, a taxa real de juros do exemplo pode ser calculada da seguinte forma:
Ou seja, a taxa real de juros é de 8,33% ao ano, dada a taxa nominal de 13,75% e a inflação de 5% ao ano.
Você sabia que a taxa real de juros brasileira é uma das mais altas do mundo? Leia mais sobre 
o assunto em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/09/27/brasil-tem-o-2-
maior-juro-real-do-mundo-confira-ranking.htm 
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/09/27/brasil-tem-o-2-maior-juro-real-do-mundo-confira-ranking.htm
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/09/27/brasil-tem-o-2-maior-juro-real-do-mundo-confira-ranking.htm
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
3.8. O sistema financeiro
O sistema financeiro representa o canal que permite a transferência de recursos dos agentes econômicos supera-
vitários (os poupadores) para os agentes econômicos deficitários (investidores) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
Os chamados investidores são aqueles dispostos a investir na economia produtiva, empresas, fábricas etc. Eles 
demandam recursos para levar a cabo seus investimentos.
Assim, pode-se dizer que o sistema financeiro representa um sistema de intermediação entre esses dois tipos de 
agentes econômicos. Sem a existência desse sistema, o crescimento econômico seria dificultado, pois os agentes 
teriam que buscar, individualmente, alguém que estivesse disposto a emprestar ou a tomar emprestado recursos 
para o prazo e condições que lhes fossem mais convenientes. Porém, o sistema financeiro viabiliza a realização 
de financiamentos para prazos distintos, minimizando riscos e atendendo às necessidades das partes envolvidas 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
3.8.1. Segmentos do sistema financeiro
O mercado financeiro pode ser segmentado em cinco grandes mercados: o mercado monetário, o mercado de 
crédito, o mercado de capitais, o mercado cambial e o mercado de seguros, capitalização e previdência privada 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
• Mercado monetário
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), esse mercado abrange as operações de curtíssimo prazo, 
as quais suprem a necessidade de recursos de vários agentes econômicos. As operações nesse mercado 
evitam variações acentuadas de liquidez para os bancos. Abrangem as operações de open market, hot 
money e certificado de Depósitos Interfinanceiros (CDI, os quais são caracterizados por empréstimos de 
curtíssimo prazo entre bancos).
• Mercado de crédito
Segundo Vasconcellos (2007, p. 317), esse mercado tem a função de atender às necessidades de crédito 
a curto, médio e longo prazo, sendo as operações mais frequentes aquelas relacionadas ao crédito ao 
consumidor para a compra de bens duráveis e ao financiamento de capital de giro para as empresas.
A oferta de crédito nesse segmento vem principalmente das instituições bancárias. No caso de emprés-
timos de prazo mais longo, em geral, estes são supridos principalmente pelo Banco do Brasil e Banco 
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
• Mercado de capitais (ou mercado de valores mobiliários)
Figura 2 - Mesa de negociação no mercado de capitais.
Fonte: disponível em: https://www.tororadar.com.br/blog/mercado-de-capitais-o-que-e-e-como-ele-funcionaAcesso em: 27 out. 2021.
O mercado de capitais financia, em sua maioria, as necessidades de capital de médio e longo prazo das empre-
sas, ou seja, necessidades relacionadas à produção, abrangendo poucos títulos de curto prazo, porém, também 
relacionados às necessidades de capital de empresas. São recursos, em geral, direcionados à produção e inter-
mediados por instituições não bancárias, como as corretoras e bolsas de valores. De acordo com Vasconcellos e 
Garcia (2014), os títulos de curto prazo negociados nesse mercado são os commercial papers.
Nesse mercado, são negociadas também debêntures (títulos de médio e longo prazo emitidos por empresas) e 
ações, que são representativas do capital da empresa. É interessante ressaltar que as ações não são títulos de 
dívida, são pequenas partes da empresa negociadas no mercado. Ou seja, o acionista não é um credor, mas um 
sócio da empresa.
Os ativos denominados derivativos também são considerados valores mobiliários. São contratos de liquidação 
futura cujo valor deriva de outro ativo e permitem negociar as expectativas de preços de ativos e mercadorias. Os 
derivativos são de vários tipos: termos, futuros, opções e swaps.
O mercado acionário norte-americano é muito líquido e dele participam até mesmo empre-
sas pequenas e novas no mercado. No Brasil, o mercado acionário é bem menor, e as empre-
sas menores não têm acesso a esse mercado. Por que será que isso acontece? Seria por que 
o processo para emissão de ações é longo e caro demais ou por que os brasileiros não têm o 
hábito de investir em ações?
https://www.tororadar.com.br/blog/mercado-de-capitais-o-que-e-e-como-ele-funciona
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Macroeconomia | Unidade 3 - Mercado monetário
• Mercado cambial
De acordo com Vasconcellos (2007), o mercado cambial é onde se determina a taxa de câmbio, influen-
ciada pela oferta e pela demanda de divisas (moedas estrangeiras) e pela política cambial que as autori-
dades determinam. O mercado cambial está sob a alçada do Banco Central, sendo autorizados a operar 
nesse mercado os bancos e as casas de câmbio.
• Mercado de seguros, capitalização e previdência privada
No mercado de seguros, capitalização e previdência privada, negociam-se ativos destinados à cobertura 
de finalidades específicas ligados à segurança e proteção de patrimônio (seguros) e obtenção de aposen-
tadorias e pensões, ou os produtos de previdência privada (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
3.9. Mercado primário e mercado secundário
É importante ressaltar que os ativos podem ser negociados tanto no mercado primário como no mercado secundário.
Quando o ativo é emitido e negociado pela primeira vez, está sendo negociado no mercado primário. Já quando 
quem o adquiriu vende-o para um terceiro, trata-se do mercado secundário.
Por exemplo, no mercado acionário, quando a empresa emite as ações e as vende ao público pela primeira vez, é 
uma operação de mercado primário. Quando esses primeiros investidores revendem as ações a terceiros, trata-se 
de operações do mercado secundário.
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Considerações finais
Nesta unidade, você viu como funciona o lado monetário da economia. 
Para isso, foram vistos os seguintes tópicos:
• O conceito e as funções da moeda, que representa, além de um 
instrumento de troca, uma unidade de medida e uma forma de 
reserva de valor;
• A oferta de moeda, o conceito de meios de pagamento, a mone-
tização e desmonetização da economia, assim como a oferta de 
moeda pelo Banco Central;
• As funções do Banco Central, que são: execução de política mone-
tária, emissão de moeda (papel ou metálica), ou seja, o monopólio 
das emissões, controle e regulação da oferta de moeda, execução 
da política cambial e administração do câmbio, assim como fisca-
lização das instituições financeiras, dentre outras funções;
• Os instrumentos de política monetária: controle de emissões; 
depósitos compulsórios; operações de mercado aberto (open 
market) e operações de redesconto;
• O multiplicador monetário;
• O papel das taxas de juros;
• A taxa de juros nominal e taxa real de juros;
• O sistema financeiro e seus segmentos:
 » Mercado monetário;
 » Mercado de crédito;
 » Mercado de capitais (ou mercado de valores mobiliários);
 » Mercado cambial;
 » mercado de seguros, capitalização e previdência privada;
• O conceito de mercado primário e mercado secundário.
Referências bibliográficas
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OPERAÇÃO associada. In: BANCO CENTRAL DO BRASIL. Glossário. Dis-
ponível em: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/glossario Acesso em: 
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Saraiva, 2007. 1 recurso online. ISBN 9788502135062. Disponível em: 
http://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502135062. Acesso 
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VASCONCELLOS, Marco A. S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de eco-
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