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aula (1) sermao

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Reino de Deus
“Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de Deus está entre vós. ”
Lc 17:21
Introdução
 Nesta aula, veremos os planos de Deus para manter o laço de comunhão com homem, podemos perceber que esse propósito é revelado gradativamente, mostrando desde Adão até Jesus como representarmos Seu Reino aqui, um processo que é abordado desde Gênesis até o Apocalipse, 
I – A Relação do homem com Deus
a)Por que fomos criados?: Antes da criação, Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo de Deus, viviam em sua plenitude de amor, glória e comunhão entre si, por qual motivo então fomos criados? Deus não criou o mundo para satisfação própria ou autorrealização, mas para permitir que toda a criação partilhasse da riqueza, da maravilha, da glória e da comunhão com Ele (1Jo 1:3). Deus nos criou como parte de uma família, em sua imagem e semelhança, onde Ele governa e nos deu o domínio sobre a criação (Gn 1:26). Mas o homem perdeu o direito a essa comunhão quando decidiu desobedecer a Deus, e essa obediência afetaria todos nós. (Rm 5:29).
b)A mancha do pecado: O que nos separa da comunhão com Deus é o pecado, e isso é representado no jardim do Éden (Gn 3). Enquanto a humanidade habitava no jardim, a comunhão com Deus era plena, Deus governava, e o homem dominava a criação, mas o homem decidiu rejeitar o governo de Deus e ser o seu próprio rei. Quando Adão e Eva decidiram pecar a comunhão com Deus foi cortada, a santidade de Deus se não aceita o pecado, o profeta Habacuque fala “Teus olhos são tão puros que não podem ver o mal” (Hc 1:3a). O plano de Deus para nós era vivermos em família, mas o pecado atrapalhou isso, como uma barreira que se coloca entre o homem e Deus.
c)O caminho de volta: Mesmo após tomar consciência do pecado que cometeu, o homem continuou se afastando do reinado de Deus, fazendo “planos pra se salvar”, ao perceber sua nudez (ter consciência do pecado) fez para si um avental de folhas de figueira, na tentativa de esconder sua vergonha e tentar resolver, com seus próprios meios, o erro que cometeu (Gn 3:7). Mas Deus, evidenciando sua misericórdia, cobre a nudez do homem com peles de animal, demonstrando que o caminho para remissão dos pecados era através de sacrifício. Criando uma linha de raciocínio: primeiro o homem desobedeceu a Deus comendo do fruto (Gn 3:6), em seguida, tenta evitar as consequências, se escondendo e apontando culpados (Gn 3:8-13), depois confessa e sofre as consequências (Gn 3:14-19), e por fim Deus mostra um novo caminho, para que a comunhão com Ele não se perdesse para sempre.
II - Como voltarmos a comunhão com Deus?
a)A origem do sacerdócio: Ao ser quebrado o elo profundo que existia entre o homem e Deus, era necessário uma nova forma de voltarmos a comunhão com Ele, Deus então ensina o homem a fazer sacrifícios pelos seus pecados, pois somente o sangue de um animal puro, sem mancha, poderia pagar pelo pecado. No princípio os sacrifícios eram individuais, como o de Abel (Gn 4:4). Conforme famílias se formaram o pai servia de sacerdote fazendo os sacrifícios pela família (Jó 1:5). Com o crescimento do povo de Israel, ainda no Egito, os sacrifícios eram feitos por tribos, cada tribo tinha seu sacerdote. Após o Êxodo de Israel do Egito, todas as tribos formaram uma nação, o sacrifício passou a ser nacional, a tribo de Levi foi escolhida para executar o sacerdócio, e o sumo-sacerdote fazia os sacrifícios por toda a nação. (Nm 15:25-28).
b)O sacerdócio infindável de Jesus Cristo: Deus pretendia reunir os povos de todas as raças, línguas, tribos e nações para essa comunhão com Ele. Isso exigia um sacrifício muito maior, capaz de redimir todo o pecado do mundo. Jesus veio para ser esse sacerdote mundial, ao mesmo tempo que também foi o sacrifício. “Eis o Cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1:2). Diferentemente dos sacerdócios anteriores, o sacerdócio de Jesus é eterno, pois os sacerdotes só podiam interceder pelo povo enquanto estavam vivos, mas Jesus ressuscitou e intercederá por nós para sempre (Hb 7:25). As imperfeições pertencentes aos sacerdócios anteriores não foram encontradas em Jesus. Seu sacrifício foi único e perfeito,e seu efeito durará para sempre, ele rasgou o véu e nos deu livre acesso para termos comunhão com Deus. (Mt 27:51).
c)O cristão como sacerdote: Assim como no início o sacerdócio volta a ser individual, agora estamos conectados com Deus, ele habita em nós (ICo 3:16). Para que essa função de sacerdote seja realizada, alguns critérios devem ser seguidos. Primeiro, assim como somente os nascidos da tribo de Levi poderiam ser sacerdotes, somente poderemos ser se nascermos de novo em Cristo; Segundo, assim como a tribo de Levi era separada e vivia de forma diferente das demais tribos, nós devemos viver de forma diferente da sociedade atual; Terceiro, assim como a tribo de Levi tinha que aprender a servir, também devemos aprender e nos preparar para isso; Por último, o que nunca mudou, Deus deve ser o centro de nossas vidas.
III – Elementos de um Reino
a)A cultura do Reino: A cultura é definida como um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos, práticas, arte e moral, aprendidos de geração em geração. Diferente da cultura secular, onde esses itens mudam com frequência, dentro do Reino de Deus alguns aspectos são imutáveis. O manual para vivermos essa cultura é a Palavra de Deus, que não muda. Dentro do conceito de cultura também teremos música, dança e artes em geral, a Bíblia não pretende nos ensinar notas musicais ou passos de dança, mas sim as questões espirituais e morais por trás de tudo o que envolve o relacionamento do homem com Deus, e entre si como igreja (Cl 3:16). Quem participa do Reino de Deus tem características fortes que chocam a cultura secular, seu comportamento, vocabulário, vestimenta, posicionamentos, preferências, rotinas e código moral acabam sendo totalmente oposto a sociedade moderna (Sl 1).
b)As leis do Reino: Lei, por definição é, “conjunto de normas criadas pela autoridade e aplicadas por um representante competente”. Portanto, dentro do Reino de Deus, a lei é a Palavra de Deus, criada por Deus (a autoridade) e aplicada pelos profetas, reis e apóstolos (representantes competentes). Nós agora somos representantes do Reino e devemos aplicar a Palavra de Deus em nossas vidas. Antes de Moisés a os direcionamentos eram passados de forma direta de Deus para seus escolhidos (Gn 12/Êx 3:7,8), quando Israel formou uma nação, a Lei foi passada a Moisés, que a aplicou no povo (Êx 19:20-24), assim como os profetas que vieram após ele. Até chegar em Jesus, pessoa para a qual a Lei aponta, Ele é o cumprimento da Lei (Mt 5:17) e nos ensinou como viver no Reino, todas as pessoas que vivem, viveram e viverão no Reino, têm suas vidas em Jesus Cristo.
c)Onde está o Reino de Deus? Uma ilustração que os intérpretes usam para descrever a natureza misteriosa do Reino de Deus é o “Já e Ainda não”. O “Já” indica que o Reino já está presente desde quando Jesus começou seu ministério, não o podemos ver fisicamente, mas aonde quer que a obra de Deus esteja sendo feita, lá está o Reino de Deus, representado por seus embaixadores (IICo 5:20). A palavra grega que Marcos usa para resumir a mensagem de Jesus é “Basiléia” (βασιλεία) (Mc 1:15), que significa “Reino” ou “reinado”, onde quer que haja restauração, transformação, cura, lá se vê o Reino de Deus em ação. O “Ainda não” se refere ao Reino que há de vir, que voltará a ser pleno da mesma forma que era no Éden (ICo 13:12). O capítulo 21 do livro de Apocalipse mostra como será o “território” do Reino de Deus que há de vir “o novo céu e a nova terra”.
Conclusão
 O plano de Deus desde o início era ter comunhão com o homem, mas o homem insistiu em andar sozinho e rejeitou a Deus, o pecado nos separou dessa comunhão, mas a misericórdia de Deus nos deu outra alternativa, através dos sacrifícios. Graças ao sacrifício de Jesus podemos ter comunhão com o Pai novamente e agora somos não só participantes do Reino, mas também representantes, e nossa função é trabalharmos para o Reinoaté o que Ele venha.