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Alterações pulmonares patológicas veterinária

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Pulmão
· Alterações de pigmentação
Melanose- Estética, mais em bovinos e suínos, manchas amarronzadas multifocais e coalescentes, sem significado clínico.
Atracose- Por conta da poluição, depositados na pleura e macrófagos, pode estar em linfonodos mesentéricos também, pode acometer qualquer animal. Principalmente em áreas metropolitanas e em animais silvestres em zoológicos.
 linfonodo bronquial- cão adulto
· Alterações do conteúdo de ar
Atelectasia- Ausência de ar e de qualquer outro conteúdo, sem lúmen alveolar, há o colabamento. 
· Congênita: difusa, natimortos ou fetos abortados, ruptura do cordão umbilical com o feto ainda no canal do parto, nunca se distendeu sempre foi colabado. 
· Adquirida(colapso alveolar): colabou, obstrução das vias aéreas/estiramento luminal, se encontra em inflamação/edema brônquios, exsudatos, aspiração, parasitas ou neoplasia pulmonar. Pode ser por uma compressão na cav torácica como pneumo/hemo/hridrotoráx, neoplasias, timpanismo, pneumonia hipostática. Mais comum e proeminente em bovinos e suínos, pela ventilação colateral pobre. Na macro as áreas se encontram firme, escuras, deprimidas, sem fluidos ou exsudatos, na congênita difusamente e na adquirida em padrão lobular.
· 
Ensfisema- Mais ar do que deveria, alteração secundária por obstrução da saida de ar (efeito válvula unidirecional), pode encontrar uma broncopneumonia, a tendência é o ar entrar e não sair completamente. Acontece no abate (inspiração forte e repentina). Alveolar o mais comum por uma distensão/ruptura alveolar. Intersticial em espécies com o septo interalveolar mais proeminente.
 Felino Enfisema intersticial bovino adulto
· Alterações circulatórias
Hiperemia- Ativa, processo inflamatório, inflamação aguda.
Congestão- Insuficiência cardíaca esquerda ou bilateral, alterações no tônus vascular (choque neurogênico). 
 
Edema pulmonar- Geralmente associada a uma congestão, hemodinâmica: transudato ou em aumento de permeabilidade vascular o exsudato pela maior saida da albumina. Causas hemodinâmicas são o aumento da pressão hidrostática como edema cardiogênica, hipervolemia (iatrogênica), em casos de soroterapia muito rápidas, por diminuição da pressão oncótica como nutricional, parasitária, intestinal, hepática ou nefrogênica, por redução ou obstrução da drenagem linfática como em neoplasias, por aumento da permeabilidade vascular como inflamação (abertura de junções inter-endoteliais, lesão de barreira hemato-gasosa- endotélio ou pneumócito 1), viroses pneumotrópicas, tóxico como NO2, SO2, H2S, 3metil-indol (produzido em batatas doces mofadas), CID, toxinas (sepsis), choque anafilático, paraquate. Na macroscopia não colaba por conta do líquido com espuma, úmido, pesado, está hipocreptante. Na microscopia é imprecisa (especialmente hemodinâmico).
 Felino 
Hemorragia (hemoptise)- Erosão de vasos por abscessos broncogênicos ou tromboembolismo (abscessos hepaticos), ruptura de aneurismas, congestão severa.
 Suíno
Petéquias (subpleurais)- Por diátese hemorrágicas, septicemias e toxemias, passagem de larvas. Tipo especial é a hemorragia induzida por exercício nos equinos.
Embolismo pulmonar- Por tromboembolismo séptico em endocardite, abscessos hepáticos, artrites e onfalite. Não séptico por dirofilaria, angioestronglus, hiperadreno (hipercoagulabilidade), hipotireoidismo, glomerulopatias. Por embolismo gorduroso (não comum) e por neoplasias.
 Bovino
Infarto pulmonar- Raro e assintomático por conta da circulação dupla.
 Canino
Brônquios- padrões de injúria semelhante no do epitélio ciliado nasal e traqueal e de resposta. Degeneração, necrose e esfoliação. Inflamação, mitose, proliferação, diferenciação e reparo. Por bronquite, fibrinosa, catarral, purulenta... Inflamação crônica com hiperplasia de células caliciformes gerando excesso de muco, em equinos causa bronquite obstrutiva crônica. Bronquite crônica- bronquiectasia (aumento do brônquio), diferenciar de abscessos que só tem cápsula e tecido fibroso.
 Bronquite crônica em bezerro, Dyctyocaulus viviparous Bronquiectasia em bovino
Broncoestenose- Estreitemento do lúmen, causado por inflamações. Bronquite que causa edema da mucosa+ acúmulo de exsudato. Pode ter a compressão externa como linfoadenmegalia (tuberculose), tumores mediastinais, hipertrofia da musculatura lisa por vermes pulmonares. Como consequência pode haver enfisema ou atelectasia. 
 
· Bronquiolos- padrões de injúria e de resposta
Bronquiolite: zona de transição, não é tão efetivo o reparo, extremamente susceptível a viroses (PI-3, adenovírus, BRSV, cinomose), gases e substâncias tóxicas. Possiveis mecanismos são: mais vulneráveis a oxidantes e radicais livres, células claras (oxidases de função mista gerando metabólitos tóxicos pela produção de exsudato), tendência para acumulo leucocitário por ser uma área de transição que tem afunilamento abrupto.
· Alterações inflamatórias
Bronquiolite obliterante- Resposta inespecífica a vários agentes como vírus, gases tóxicos, vermes pulmonares. Injúria grave com pólipos em lúmen bronquiolar. Prolifera e faz uma base, há necrose do epitélio da junção bronquíolo-alveolar, exsudato rico em fibrina-fibroblasto-fibrose que são pré-requisitos. Como consequências a broncopneumonia, atelectasia e enfisema.
Doença obstrutiva recorrente de vias aéreas dos quinos (complexo bronquiolite crônica enfisema)- Em equinos e é semelhante à asma humana, dificuldade respiratória recorrente, tosse crônica, neutrófilos em vias aéreas, muito muco. Patogenia não muito bem conhecida mas relacionada a genética Th2, lesão prévia=>predisposição. Na macro não há muita alteração além de enfisema. Na micro há metaplasia caliciforme, plug de muco com eosinófilos, infiltrado peribronquiolar e hipertrofia do músculo liso. 
Asma felina (Sindrome asmática felina ou bronquite alérgica felina)- acomete gatos de qualquer idade, recorrente (broncoconstrição, tosse e dispneia), patogenia não muito bem conhecida mas há hipersensibilidade do tipo 1, inúmeros fatores predisponentes são cigarros, poeiras... Na macro não há muita alteração ou há enfisema. Na micro há hipertrofia, eosinófilos e muco.
 Asma felino 
· Alterações dos alvéolos
Padrões de injúria e resposta
Pneumócitos tipo 1 revestem o tecido capilar, são mais susceptíveis, podem sofrer degeneração/vacuolização que causa morte celular- desprendimento- exposição da membrana basal-permeabilidade- edema alveolar. Se a MB fica intacta após a injúria há proliferação de pneumócitos tio II (fetalização, pois se parece com o de um feto), há diferenciação para pneumócitos tipo I. Se o dano for crônico ou acentuado há fibrose alveolar. 
 Hiperplasia pneumócito II
· Alterações inflamatórias
Pneumonia- Designa qualquer lesão inflamatória dos pulmões, termo consagrado e mais usual.
Pneumonite- Não é usual, por alguns é sinônimo de pneumonia, por outros processo crônico e proliferativo, não exsudativo (pneumonia intersticial crônica).
Alveolite- Não usual, processo agudo e exsudativo alveolar.
Podem ser classificados quanto ao curso (agudo, subagudo e crônico), e quanto ao tipo de exsudato (catarral, fibrinoso, purulento, hemorrágico e necrótico). Broncopneumonia (mais utilizada na veterinária), pneumonia intersticial, pneumonia embólica, pneumonia granulomatosa.
Broncopneumonia- Mais comum, começa por via aerógina com origem broncogÊnica, inicio na junção bronquiolo-alveolar com localização crânio-ventral, maior deposição de partículas e agentes infecciosos nesta região, menor tamanho e bifurcação abrupta das vias aéreas, mecanismos de defesa menos eficientes, ação da gravidade dificulta remoção de exsudato. Ação da gravidade dificulta a remoção do exsudato. Como fatores predisponentes há o agrupamento de animais de várias origens, imunodeficiências, desidratação, frio excessivo, gases tóxicos, infecções virais, imunossupressores (corticóides). Há perda de crepitação, consistência firme, hepatização (fase vermelha e cinzenta na patologia humana). O padrão pode ser de broncopneumonia supurada (lobular) ou fibrinosa (lobar). 
Broncopneumoniasupurada- Bovinos e ovinos: Pasteurella multocida, Arcanbacterium pyogenes. Suínos: M. hyopneumoniae, P. multocida, A. pleuropneumoniae, B. bronchiseptica, S. choleraesuis. Equinos: Streptococcus e Corynebacterium equi. Cão: B. bronchiseptica, Streptococcus sp, Staphylococcus sp, E. coli. Aves, heterofílica: Mycoplasma gallisepticum, E.coli.
 Broncopneumonia ovino
 Micoplasmose, suíno
 Broncopneumonia em suíno jovem, B. bronchiseptica.
Fases do processo pneumônico agudo- Hiperemia, dilatação dos capilares, em poucas horas. Hepatização vermelha, aumento das hemácias, diminuição dos leucócitos e fibrina nos alvéolos em 2 dias. Hepatização cinzenta, aumento dos neutrófilos nos alvéolos de 4-5 dias. Resolução, destruição do agente, liquefação da fibrina, regeneração do epitélio.
Complicação das broncopneumonias- Resolução incompleta em bovinos e suínos, bronquiectasia, atelectasia e enfisema, necrose com formação de abscessos que corroem os vasos (fatal) ou rompem-se na cavidade pleural formando um empiema, carnificação resolução com tecido conjuntivo fibroso, pleurite adesiva.
 Broncopneumonia supurada, ruptura, piotórax e empiema em gato
Broncopneumonia fibrinosa- pneumonia lobar, pleuropneumonias, resultado de injúria mais severa, fibrina v neutrófilos, envolvimento pleural e cavitário precoce, rara resolução completa (vs supurada). Complicações são mais frequentes e mais fáceis, fibrose, cicatriz, abscesso, bonquiolite obliterante, necrose, gangrena, pleurite, pericardite. 
Principais agentes: Bovinos: Mannhemia Haemolytica + estresse. Suíno: Adtinobacillus pleuropneumoniae. Gato: Pasteurella multocida. Cavalo: Streptococcus e Corynebacterium equi.
 Pneumonia do transporte (Mannhemia) Mannhemia haemolytica Actinobacillus pleuropneumoniae
Pulmões
Pneumonia intersticial- Centrada na parede alveolar ou interstício bronquiolar. Via de infecção aerógena (epitélio) ou hematógena (endótelio ou MB). Aerógena: gases, fumaças tóxicas, vírus pneumotrópicos. Hematógena: septicemias, CID, microembolismo (A. suum), toxinas, viroses endoteliotrópicas. 
· Pneumonia intersticial aguda: injúria do pneumocito tipo I ou capilar alveolar, há exsudação de proteínas plasmáticas para o lúmen, membrana hialina, hiperplasia pneumócito II e espessamento alveolar. Na macro é difusa acometendo todos os lobos ou lobos dorso-caudais, não colaba, impressão das costelas, pesado com edema e proliferação/infiltração celular porém não se vê esse edema, ausência de exsudato, pulmão borrachudo e carnoso ao corte. 
· Pneumonia crônica: fibrose na parede alveolar, infiltrado mononuclear (intersticio), exemplos: Pneumonia progressiva dos ovinos, Pneumonia de hipersensibilidade (cães e bovinos), silicose em cavalos, migração maciça de áscaris em suínos. Principais agentes: infecciosos- viremias como cinomose (pneumonia broncointersticial), septicemias, parasitemias como toxoplasmose e vermes pulmonares e migração de larvas. Toxinas (metabólitos)- Uremia e acidose.
 Bovino Pneumonia progressiva dos ovinos 
Pneumonia embólica- Via hematógena de infecção com bactérias piogênicas (estimulam proliferação de neutrófilos), chegam pelos capilares e a lesão vai ser ao redor do capilar. Padrão focal ou multifocal (nodular/abscessos em todos os lobos). Causas como endocardite, abscessos hepáticos por A. pyogenes, F. necrophorum, E. rhusiopathiae, S. suis tipo II, S.aureus e S. equi. 
 Equino A. pyogenes bovino
Pneumonia granulomatosa- Via de infecção aerógena ou hematógena, localização focal ou multifocal (nodular-granulomas) por micobacterioses (tuberculose) e fungos. 
 Tuberculose bovinos 
Pneumonia por aspiração- aspiração de algum conteúdo .
Pneumonia hipostática- indivíduos com doença crônica que fica deitado em decúbito. Em grandes animais não é tão comum porque eles morrem antes. Dificulta a resposta do tecido e há acúmulos de líquido e edema.
· Pneumonias em equinos
Rinopneumonite viral equino- Herpesvírus equino 1 e 4, + bactérias (strepto ou staphylo)= Broncopneumonia.
Rhodococcus equi- Alta morbidade e mortalidade, potros ou adultos imunossuprimidos, broncopneumonia supurada- abscessos- pneumonia piogranulomatosa.
Parascaris equorum- migração larvas para o pulmão, pequenos focos necróticos e petéquias.
Dictyocaulus arnfield- Tosse e burros no mesmo pasto, bronquite eosinofílica.
· Pneumonias em bovinos
Pneumonia ezoótica bovina- viroses PI-3 e BRSV ou outros como adenovirus, BHV-1... Bactérias, Mycoplasma bovis, Ureaplasma, há migração de larvas para o pulmão. Seguido de agentes oportunistas como P. multocida, A. pyogenes, M. haemolytica. Patogenia pouco desconhecida, pneumonia broncointersticial ou broncopneumonia supurada.
Febre do transporte (Manheimiose pulmonar)- Mannheimia haemlytica, Broncopneumonia fibrinosa acentuada com muita necrose, principal doença respiratória de bovinos nos EUA, estresse, em cavidade nasal de animais saudáveis, viroses (predispõe infecção).
Tuberculose- Mycobacterium tuberculosis e M.bovis, pneumonia granulomatosa. Frequente no Brasil.
Dictyocaulus viviparus- Bronquite eosinofilica, pneumonia granulomatosa.
· Pneumonias em pequenos ruminantes
Mannheimiose (pasteurelose)
Maedi (Maedi-visna)- Pneumonia progressiva ovina, lentivirus ovino. Pneumonia intersticial linfóide: com infiltração de linfócitos transmissão via colostro ou contato direto, sinais clínicos 2 anos após a infecção, encefalite (visna), atrite, mastite e vasculite, CAE (diferencial) e lentivírus caprino.
· Pneumonias em suínos
Síndrome de definhamento multisistêmico pós desmama (PMWS)- Circovírus suíno tipo 2, pneumonia intersticial, linfadenite granulomatose, infecções secundárias. Diferencial: PRRS (Síndrome respiratória e reprodutiva suína) e arterivírus.
 
Pneumonia enzoótica suína- Mycoplasma hyopneumoniae, broncopneumonia supurativa ou catarral, mortalidade alta em coinfecções. 
Pneumonia suína- Actinobacillus pleuropneumoniae, broncopneumona e pleurite fibrinosa, severa e frequentemente fatal
· Pneumonia em cães
Cinomose, toxoplasmose, Pasteurela multocida, Bordetella bronchiseptica, pneumonia urêmica, blastomicose, histoplasmose, criptococose e aspergilose.
 
· Pneumonias em gatos
Pneumonia felina (Chlamydophila felis), Pasteurella multocida, Cryotococcus neoformans.
· Neoplasias
Primárias- Raras. Adenoma papilar e adenoma bronquiolo-alveolar, adenocarcinoma (acinar ou papilar), carcinoma bronquiolo-alveolar, carcinoma pulmonar ovino (adenomatose pulmonar), sarcomas .
 
Secundários- Comuns. Metástases de várias neoplasias malignas como tumores de mama, tumores ósseos e hepatócitos. 
 
Pleura e cavidade torácica
· Alterações degenerativas
Mineralização- por uremia, hipervitaminose D aumenta a absorção de cálcio no intestino, intoxicação por Solanum malacoxylon prod substâncias que mimetizam os efeitos da vit D, aumento da absorção de cálcio intestinal, calcificação. Na macro há estriações esbranquiçadas, faca rangendo ao corte.
Pneumotoráx- Perda de pressão negativa, por traumatismos, ruptura de enfisema. Como consequência há atelectasia adquirida por compressão.
· Derrames pleurais
Hidrotórax- fluido seroso: transudato. Por edema.
 
Hematórax (sangue coagulado à necropsia)- Por traumatismos, ruptura de aneurismas, erosão de vasos por neoplasias ou inflamação.
Quilotórax- ruptura de ducto torácico, linfa rica em triglicerídeos, trauma, neoplasias. Coloração esbranquiçada/leitosa.
· Alterações inflamatórias
Pleurites- Por extensão de pneumonias e esofagites, infecção via hematógena, linfática (abdominal), traumatismo da cavidade torácica, infecção primária da pleura, agentes específicos: Bovinos: Carbúnculo sintomático, Suínos: Haemophilus parasis, Mycoplasma hyohinis, Equino: Nocardia, Cães e gatos: Nocardia, Actinomyces. Classificadas quanto ao exsudato: purulenta (piotórax ou empiema), fibrinosas, granulomatosas, necrosantes, hemorrágicas. Como consequência há atelectasia, aderência.
 
· Neoplasias
Mesoteliomas (são primárias) e metástases (secundárias)
 
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