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Doencas Diarreicas Conceitos Iniciais e Fisiopatologia

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Doenças Diarreicas: Conceitos Iniciais e Fisiopatologia  BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1
Doenças Diarreicas: Conceitos Iniciais e 
Fisiopatologia 
- BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O QUE É DIARREIA?
Eliminação de fezes malformadas ou líquidas (ou seja, de consistência diminuída) com frequência aumentada: 3 ou mais evacuações 
em 24 horas
CLASSIFICAÇÃO
DIARREIA AGUDA
Até 14 dias de evolução
DIARREIA PERSISTENTE
Mais de 14 dias e menos de 30 dias de evolução
DIARREIA CRÔNICA
Mais de 30 dias de evolução
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO
INTRODUÇÃO
O QUE É DIARREIA?
CLASSIFICAÇÃO
DIARREIA AGUDA
DIARREIA PERSISTENTE
DIARREIA CRÔNICA
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO
DIARREIA SECRETORA
AGENTES ETIOLÓGICOS
FATORES DE RISCO
MECANISMO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
EXEMPLOS
DIARREIA OSMÓTICA
AGENTES ETIOLÓGICOS
FATORES DE RISCO
MECANISMO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
EXEMPLOS
DIARREIA INFLAMATÓRIA (INVASIVA OU EXSUDATIVA)
AGENTES ETIOLÓGICOS
ETIOLOGIA
MECANISMO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
DIARREIA DISABSORTIVA (ESTEATORREIA)
MECANISMO
ETIOLOGIA
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
DIARREIA MOTORA
ETIOLOGIA
MECANISMO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
EXEMPLOS
DIARREIA FACTÍCIA
ETIOLOGIA
MECANISMO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
DIARREIA IATROGÊNICA
ETIOLOGIA
MECANISMO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
RESOLUÇÃO
GAP OSMOLAR
CÁLCULO
INTERPRETAÇÃO
Doenças Diarreicas: Conceitos Iniciais e Fisiopatologia  BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2
DIARREIA SECRETORA
AGENTES ETIOLÓGICOS
Bactérias enterotoxigênicas: E. coli, Vibrio cholerae
FATORES DE RISCO
Laxativos estimulantes: 
Óleo de rícino
Bisacodil
Hormônios em tumores neuroendócrinos funcionantes: 
VIPoma
Carcinoma medular da tireoide
Consumo crônico de álcool: 
Promove lesões nos enterócitos, comprometendo a absorção de sódio e água, resultando em diarreia secretora
Diarreia dos ácidos biliares: 
Ácidos biliares mal absorvidos estimulam secreção no intestino grosso
Uso de fármacos: 
5-aminossalicilatos
Antibióticos
Biguanidas
Carbamazepina
MECANISMO
Regulação normal do transporte de água e eletrólitos:
No intestino, a saída de água das células para a luz intestinal é regulada por 
mediadores como AMPc, GMPc e cálcio
Esses mediadores mantêm um equilíbrio adequado de fluidos no trato 
gastrointestinal
Distúrbio no transporte hidroeletrolítico:
Em casos de diarreia secretora, ocorre um distúrbio nesse transporte, levando a 
uma produção excessiva de fluidos pela mucosa intestinal
Ativação anormal dos mediadores intracelulares:
Microrganismos como E. coli enterotoxigênica e Vibrio cholerae podem produzir 
toxinas que estimulam a produção de AMPc e outros mediadores intracelulares
Aumento da concentração de mediadores intracelulares:
Com o aumento da concentração desses mediadores dentro das células intestinais, 
ocorre uma resposta de secreção ativa de água e eletrólitos para a luz intestinal
Secreção excessiva de fluidos:
Como resultado, há uma produção excessiva de fluidos pela mucosa intestinal, 
levando à formação de fezes aquosas e volumosas
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Aquosa
Volumosa
Não disentérica
Persiste com o jejum
Desidratação precoce
EXEMPLOS
1. Cólera
2. E. coli enterotoxigênica
DIARREIA OSMÓTICA
Mais comum
AGENTES ETIOLÓGICOS
Vírus
E.coli enteropatogênica
FATORES DE RISCO
Laxativos osmóticos: 
Hidróxido de magnésio
Doenças Diarreicas: Conceitos Iniciais e Fisiopatologia  BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3
Sulfato de magnésio
Fosfato de sódio
Sorbitol
Manitol
Xilitol
Lactulose
Deficiência de lactase: 
Consumo de alimentos ricos em lactose leva à formação de resíduos com alta osmolaridade na luz colônica, impedindo a 
absorção de água
Intolerância ao glúten não celíaca
MECANISMO
Presença de solutos osmoticamente ativos:
Na diarreia osmótica, há a presença de solutos no lúmen intestinal que são osmoticamente 
ativos, ou seja, eles têm a capacidade de atrair água
Pouco absorvíveis:
Esses solutos são pouco absorvidos pelo intestino, permanecendo no lúmen e exercendo sua 
ação osmótica por mais tempo
Atração de fluidos para o lúmen intestinal:
Os solutos osmoticamente ativos presentes no lúmen intestinal atraem água do meio 
extracelular para dentro do intestino devido à diferença de concentração de solutos
Retenção osmótica de água:
Essa atração de água para o lúmen intestinal resulta em uma retenção osmótica de água no 
intestino, levando ao aumento do volume de líquido presente nas fezes
Formação de fezes aquosas:
Como resultado da retenção osmótica de água no intestino, as fezes se tornam aquosas e 
volumosas
Cessação da diarreia com o jejum:
A diarreia osmótica tende a cessar com o jejum, pois a ausência de alimentos diminui a 
presença dos solutos osmoticamente ativos no lúmen intestinal, reduzindo assim a atração 
de água
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Aquosa
Não disentérica
Cessa com o jejum
Dor e distensão abdominal
Excesso de gases
Explosiva
EXEMPLOS
1. Vírus
2. E. coli enteropatogênica
DIARREIA INFLAMATÓRIA (INVASIVA OU EXSUDATIVA)
AGENTES ETIOLÓGICOS
Shigella
Salmonella
E. coli enteroinvasiva
Campylobacter
E. coli entero-hemorrágica
Entamoeba histolytica
Yersinia enterocolítica
Doenças Diarreicas: Conceitos Iniciais e Fisiopatologia  BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4
ETIOLOGIA
Doença inflamatória intestinal (como a doença de Crohn e a retocolite 
ulcerativa)
Enteropatia pós-irradiação
Doença enxerto versus hospedeiro
Gastroenterite eosinofílica
MECANISMO
A inflamação gera exsudação e pode resultar em déficits na absorção de 
gorduras e/ou eletrólitos
Hipersecreção ou hipermotilidade intestinal causadas pelo estímulo das 
citocinas inflamatórias
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Disentérica
Febre
Queda do estado geral
CE2S2Y
Aumento dos leucócitos fecais
Elevados níveis de calprotectina e lactoferrina nas fezes
Crises convulsivas = Shigella spp.
DIARREIA DISABSORTIVA (ESTEATORREIA)
MECANISMO
Má absorção de lipídios no lúmen intestinal, levando à diarreia devido ao efeito osmótico dos ácidos graxos não absorvidos
ETIOLOGIA
Insuficiência pancreática exócrina
Quando mais de 90% da função secretora do pâncreas é perdida, a deficiência de lipase prejudica a lipólise
Triglicerídeos não são adequadamente absorvidos, levando a uma diarreia com perda fecal de gordura
Pancreatite crônica
Fibrose cística
Somatostatinoma
Doença celíaca
Espru tropical
Doença de Whipple
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Fezes com odor fétido e gordurosas
Perda de peso
Déficit de nutrientes devido à má absorção
DIARREIA MOTORA
ETIOLOGIA
Hipertireoidismo
Uso de fármacos procinéticos
Diarreia diabética
Síndrome do intestino irritável na forma diarreica
MECANISMO
Caracterizado por um trânsito intestinal rápido, o que leva a uma diminuição na capacidade de absorção dos nutrientes
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Diarreia sem a presença de sangue
EXEMPLOS
Síndrome do intestino irritável (SII): 
Nesta condição, a motilidade intestinal está alterada, podendo ocorrer tanto diarreia quanto constipação, com predominância 
de um ou outro sintoma em diferentes pacientes
Doenças Diarreicas: Conceitos Iniciais e Fisiopatologia  BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5
Hipertireoidismo: 
O aumento na atividade da glândula tireoide pode acelerar o metabolismo, incluindo a motilidade intestinal, resultando em 
diarreia
Uso de fármacos procinéticos: 
Estes medicamentos são prescritos para aumentar a motilidade do trato gastrointestinal, mas podem levar à diarreia em 
alguns pacientes devido ao aumento da velocidade do trânsito intestinal
Diarreia diabética: 
Pacientes com diabetes podem apresentar neuropatias autonômicas periféricas, afetando a motilidade intestinal e 
contribuindo para a ocorrência de diarreia
DIARREIA FACTÍCIA
ETIOLOGIA
Síndrome de Munchausen: 
O paciente finge ou simula sintomas de doença, incluindo diarreia, para obter atenção médica ou outros ganhos secundários
Uso dissimulado de laxativos: 
O paciente pode usar laxativosde forma oculta para provocar diarreia, muitas vezes como parte de um transtorno 
psiquiátrico
MECANISMO
A diarreia é produzida artificialmente, seja por meio da ingestão excessiva de laxativos ou por outros métodos de manipulação do 
corpo.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Predominância em mulheres
História de doença psiquiátrica subjacente
Possíveis complicações como hipotensão e hipopotassemia devido à perda excessiva de líquidos e eletrólitos
DIARREIA IATROGÊNICA
ETIOLOGIA
Após a colecistectomia: 
Cerca de 5% a 12% dos pacientes submetidos a colecistectomia podem desenvolver diarreia como resultado da remoção da 
vesícula biliar
Ausência da vesícula biliar: 
Sem a vesícula biliar, uma quantidade maior de ácidos biliares atinge o cólon, superando a capacidade de absorção do íleo, 
o que leva à diarreia
MECANISMO
Complicação de procedimentos médicos ou cirúrgicos, como ressecção intestinal parcial, gastrectomia ou colecistectomia
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os pacientes podem apresentar diarreia após a cirurgia, que pode ser transitória ou persistente, dependendo da capacidade do 
corpo de se adaptar à nova condição
RESOLUÇÃO
A diarreia pós-colecistectomia geralmente se resolve em semanas a meses à medida que o corpo se ajusta à ausência da vesícula 
biliar e compensa os efeitos da alteração na absorção de ácidos biliares
GAP OSMOLAR
CÁLCULO
290 – 2 x (sódio fecal + potássio fecal)
INTERPRETAÇÃO
Gap osmolar < 50 mEq/L 
Indica diarreia secretória:
Neste caso, o gap osmolar é baixo porque as fezes contêm uma quantidade significativa de eletrólitos devido à redução na 
absorção de sódio e à secreção de cloreto para o lúmen intestinal
Gap osmolar > 125 mEq/L 
Indica diarreia osmótica: 
Aqui, a absorção de eletrólitos está mais preservada, resultando em uma menor quantidade de eletrólitos nas fezes e, 
portanto, um gap osmolar elevado

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