Buscar

Aula 10 (Poder Judiciario) (6)

Prévia do material em texto

Quanto à competência dos órgãos judiciais, há a distinção entre JUSTIÇA COMUM E ESPECIAL
Além da estrutura delineada nos artigos 92 e 98 da Constituição – CNJ, Tribunais Superiores (STF, STJ, TST, TSE e STM), Tribunais de 2ª instância (TRFs, TJs, TRTs, TREs e TJMs), os juízes de 1ª instância e Juizados Especiais, o Poder Judiciário também pode ser dividido naquilo que denominada JUSTIÇA COMUM e JUSTIÇA ESPECIAL.
	JUSTIÇA COMUM:
a) Justiça Federal (Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais — arts. 106 a 110, bem como a criação de juizados especiais nos termos da Lei Federal n. 10.259/2001 — art. 98, § 1.º, CF/88);
b) Justiça do Distrito Federal e Territórios (Tribunais e Juízes do Distrito Federal e Territórios, organizados e mantidos pela União — arts. 21, XIII, e 22, XVII, que também criará os Juizados
Especiais e a Justiça de Paz);
c) Justiça Estadual comum (ordinária) (art. 125 — juízos de primeiro grau de jurisdição,
incluídos os Juizados Especiais[34] — art. 98, I — e a Justiça de Paz — art. 98, II;[35] bem como os de segundo grau de jurisdição, compostos pelos Tribunais de Justiça. Lembrar que apossibilidade de criação dos Tribunais de Alçada, nos termos do art. 96, II, “c”, da CF/88, e 108
da LOMN,[36] não mais existe em razão do art. 4.º da EC n. 45/2004).
	JUSTIÇA ESPECIAL:
a) Justiça do Trabalho: composta pelo Tribunal Superior do Trabalho — TST; Tribunais Regionais do Trabalho — TRTs e pelos Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho) (arts. 111 a
116);
b) Justiça Eleitoral: composta pelo Tribunal Superior Eleitoral — TSE; Tribunais Regionais
Eleitorais — TREs, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais (arts. 118 a 121);
c) Justiça Militar da União: Superior Tribunal Militar — STM e Conselhos de Justiça, Especial
e Permanente, nas sedes das Auditorias Militares (arts. 122 a 124);
d) Justiça Militar dos Estados, do Distrito Federal e Territórios :[38] Tribunal de Justiça — TJ,ou Tribunal de Justiça Militar — TJM, nos Estados em que o efetivo militar for superior a 20.000
integrantes e, em primeiro grau, pelos juízes de direito togados (juízes de direito da Justiça Militar Estadual) e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas auditorias militares — art. 125, §§ 3.º, 4.º e 5.º — EC n. 45/2004).
Quanto à natureza dos órgãos judiciais, há diferenciação entre JUSTIÇA FEDERAL E JUSTIÇA ESTADUAL
ORGANOGRAMA DO PODER JUDICIÁRIO
	Competência
	- Justiça Estadual – Causas cíveis, criminais, de acidentes do trabalho etc.
- Justiça Federal – Quando a União ou autarquia federal é parte no processo (Questões tributárias, previdenciárias, administrativas etc.)
- Justiça do Trabalho – Conciliar e julgar dissídios individuais e coletivos entre empregados e empregadores, inclusive quando for parte a administração direta e indireta da União, dos Estados e dos Municípios (CF, art. 114)
- Justiça Eleitoral – Cuida da preparação, organização, realização e apuração dos pleitos e julga os crimes eleitorais.
- Justiça Militar – Julga os crimes cometidos por militares.
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
O Supremo Tribunal Federal não é apenas uma Corte Constitucional, pois não exerce somente a defesa da Constituição Federal. De fato, também executa a defesa da legislação federal.
Com a vigência da atual ordem jurídica constitucional, foi criado o Superior Tribunal de Justiça (STJ), reservando-se ao Supremo Tribunal Federal (STF) a posição de órgão de cúpula de todo o Judiciário e, especialmente, de guarda e defesa da Constituição.
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
O preenchimento das vagas do STF é de livre escolha pelo Presidente da República, desde que observados os requisitos constitucionais.
REQUISITOS CONSTITUCIONAIS:
a) idade entre 35 e 65 anos;
b) ser brasileiro nato;
c) ser cidadão (pleno gozo dos direitos políticos);
d) possuir notável saber jurídico e reputação ilibada.
OBS: apesar de não estar expressamente na CF/88, o entendimento é que o notável saber jurídico exige necessariamente que o jurista tenha cursado a Faculdade de Direito.
COMPETÊNCIAS: estão enumeradas nos arts. 102 e 103 da Constituição Federal podendo ser dividas em originária (quando o STF julga e processa a matéria de maneira originária e em única instância) e em recursal (quando aprecia a matéria mediante recurso).
a) Originárias (art. 102, I, a ar);
b) Recursal ordinária (art. 102, II); e
c) Recursal extraordinária (art. 102, III)
A matéria referente à competências, assim como a matéria relacionado ao controle de constitucionalidade, não constitui objeto da disciplina de OEP.
SÚMULA VINCULANTE:
A SÚMULA destina-se primordialmente a descongestionar os trabalhos de um Tribunal, simplificando e tornando mais célere os trabalhos dos juízes na atividade jurisdicional. A Súmula serve de meio de informação e direcionamento a todos os magistrados e advogados que passam a conhecer as principais orientações dos Tribunais Superiores, sobretudo do STF sobre questões mais freqüentes que lhes são apresentadas recorrentemente para julgamento.
Embora já fosse tradicional a edição de súmulas, as mesmas não possuíam força vinculante.
ESPÉCIES DE SÚMULAS:
	SÚMULA PERSUASIVA: súmula sem vinculação, indicando simplesmente o entendimento pacificado do tribunal sobre a matéria. 
Atualmente, todos os tribunais a estabelecem. 
O impacto, no entanto, é meramente processual e indicativo, por exemplo, o julgamento monocrático pelo relator nos tribunais (art. 557, § 1.º-A, do CPC);
	SÚMULA IMPEDITIVA DE RECURSOS: introduzida pela Lei n. 11.276, de 07.02.2006, nos termos do art. 518, § 1.º, do CPC, estabelece mais um requisito de admissibilidade do recurso de apelação, qual seja, a sentença de primeira instância não estar em conformidade com súmula do STJ ou do STF.
 Se a decisão estiver nos termos de seu sentido exato, todo e qualquer recurso ficará “barrado”. 
Como visto, a “PEC Paralela de Reforma do Poder Judiciário”, que ainda precisa ser aprovada, estabelece a súmula impeditiva de recursos para o STJ e o TST, o que ampliará a regra que hoje se limita ao recurso de apelação;
	SÚMULA DE REPERCUSSÃO GERAL (também impeditiva de recurso): como vimos, o art. 102, § 3.º,da CF/88 foi regulamentado pela Lei n. 11.418/2006, que, acrescentando o art. 543-A do CPC, estabeleceu (§ 7.º) a súmula de repercussão geral, que também será impeditiva de recurso (mas restrita ao recurso extraordinário), já que, uma vez firmada a tese de que o fundamento jurídico não apresenta repercussão geral, nenhum recurso extraordinário será conhecido, devendo ser considerado automaticamente não admitido;
	SÚMULA VINCULANTE: introduzida pela EC n. 45/2004 — instrumento exclusivo do STF, o enunciado de súmula vinculante, uma vez editado, produz efeitos de vinculação para os demais órgãos do Poder Judiciário e para a Administração Pública. A medida foi regulamentada pela Lei n. 11.417/2006, com vacatio legis de 3 meses.
Sem dúvida, contribui para a realização do comando fixado no art. 5º, LXXVIII, introduzido no texto constitucional pela EC nº 45/2004.
O efeito vinculante já era previsto na ADC e na ADI, nos termos do art. 102, §2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, 
45

Continue navegando