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^~^ geografia VESTIBULAR+ENEM 2018 W W W . G U I A D O E S T U D A N T E . C O M . B R ^~^ Fundada em 1950 VICTOR CIVITA ROBERTO CIVITA (1907-1990) (1936-2013) Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Côrrea (Vice-Presidente), Alecsandra Zapparoli, Giancarlo Civita e José Roberto Guzzo Presidente do Grupo Abril: Walter Longo Diretora Editorial e Publisher da Abril: Alecsandra Zapparoli Diretor de Operações: Fábio Petrossi Gallo Diretor de Assinaturas: Ricardo Perez Diretora da Casa Cor: Lívia Pedreira Diretor da GoBox: Dimas Mietto Diretora de Mercado: Isabel Amorim Diretor de Planejamento, Controle e Operações: Edilson Soares Diretora de Serviços de Marketing: Andrea Abelleira Diretor de Tecnologia: Carlos Sangiorgio Diretor Editorial – Estilo de Vida: Sérgio Gwercman Diretor de Redação: Fabio Volpe Diretor de Arte: Fábio Bosquê Editores: Ana Prado, Fábio Akio Sasaki, Lisandra Matias, Paulo Montoia Repórter: Ana Lourenço Analista de Informações Gerenciais: Simone Chaves de Toledo Analista de Informações Gerenciais Jr.: Maria Fernanda Teperdgian Designers: Dânue Falcão, Vitor Inoue Estagiários: Giovanna Fontenelle, Marcela Coelho, Sophia Kraenkel Atendimento ao Leitor: Sandra Hadich, Walkiria Giorgino CTI Andre Luiz Torres, Marcelo Augusto Tavares, Marisa Tomas PRODUTO DIGITAL Gerentes de Produto: Pedro Moreno e Renata Aguiar COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Consultoria: Arno Aloisio Goettems Texto: Arno Aloisio Goettems, Cristina Carmo e Yuri Vasconcelos. Infografia e ilustração: 45 Jujubas, Alex Argozino e Mario Kanno (Multi-SP) Revisão: Bia Mendes e texxto comunicação www.guiadoestudante.com.br GE GEOGRAFIA 2018 ed.10 (ISBN 978-85-69522-25-6) é uma publicação da Editora Abril. Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. A PUBLICAÇÃO não admite publicidade redacional. IMPRESSA NA GRÁFICA ABRIL Av. Otaviano Alves de Lima, 4400, CEP 02909-900 – Freguesia do Ó - São Paulo - SP ^~^ 5GE GEOGRAFIA 2018 O passo final é reforçar os estudos sobre atualidades, pois as pro- vas exigem alunos cada vez mais antenados com os principais fatos que ocorrem no Brasil e no mundo. Além disso, é preciso conhecer em detalhes o seu processo seletivo – o Enem, por exemplo, é bem diferente dos demais vestibulares. � COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE Enem e o GE Fuvest são verda- deiros “manuais de instrução”, que mantêm você atualizado sobre todos os segredos dos dois maiores vestibulares do país. Com duas edições no ano, o GE ATUALIDADES traz fatos do noticiário que podem cair nas próximas provas – e com explicações claras, para quem não tem o costume de ler jornais nem revistas. Um plano para os seus estudos Este GUIA DO ESTUDANTE GEOGRAFIA oferece uma ajuda e tanto para as provas, mas é claro que um único guia não abrange toda a preparação necessária para o Enem e os demais vestibulares. É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE tem uma série de publicações que, juntas, fornecem um material completo para um ótimo plano de estudos. O roteiro a seguir é uma sugestão de como você pode tirar melhor proveito de nossos guias, seguindo uma trilha segura para o sucesso nas provas. O primeiro passo para todo vestibulando é escolher com clareza a carreira e a universidade onde pretende estudar. Conhecendo o grau de dificuldade do processo seletivo e as matérias que têm peso maior na hora da prova, fica bem mais fácil planejar os seus estudos para obter bons resultados. � COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE PROFISSÕES traz todos os cursos superiores existentes no Brasil, explica em detalhes as carac- terísticas de mais de 270 carreiras e ainda indica as instituições que oferecem os cursos de melhor qualidade, de acordo com o ranking de estrelas do GUIA DO ESTUDANTE e com a avaliação oficial do MEC. Para começar os estudos, nada melhor do que revisar os pontos mais importantes das principais matérias do Ensino Médio. Você pode repassar todas as matérias ou focar apenas em algumas delas. Além de rever os conteúdos, é fundamental fazer muito exercício para praticar. � COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ Além do GE GEOGRAFIA, que você já tem em mãos, produzimos um guia para cada matéria do Ensino Médio: GE HISTÓRIA , Português, Redação, Matemática, Biologia, Química e Física. Todos reúnem os temas que mais caem nas pro- vas, trazem muitas questões de vestibulares para fazer e têm uma linguagem fácil de entender, permitindo que você estude sozinho. CAPA: 45 JUJUBAS 1 Decida o que vai prestar 2 Revise as matérias-chave 3 Mantenha-se atualizado APRESENTAÇÃO Os guias ficam um ano nas bancas – com exceção do ATUALIDADES, que é semestral. Você pode comprá-los também pelo site do Guia do Estudante: guiadoestudante.com.br FALE COM A GENTE: Av. das Nações Unidas, 7221, 18º andar, CEP 05425-902, São Paulo/SP, ou email para: guiadoestudante.abril@atleitor.com.br CALENDÁRIO GE 2017 Veja quando são lançadas as nossas publicações MÊS PUBLICAÇÃO Janeiro Fevereiro GE HISTÓRIA Março GE ATUALIDADES 1 Abril GE GEOGRAFIA Maio GE QUÍMICA GE PORTUGUÊS Junho GE BIOLOGIA GE ENEM GE REDAÇÃO Julho GE FUVEST Agosto GE ATUALIDADES 2 GE MATEMÁTICA Setembro GE FÍSICA Outubro GE PROFISSÕES Novembro Dezembro ^~^ CARTA AO LEITOR 6 GE GEOGRAFIA 2018 Desde 1880, quando a temperatura do planeta começou a ser medida, a população da Ter- ra não enfrentou um ano tão quente como o de 2016. É o que diz a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), uma das principais au- toridades nesse âmbito. A temperatura média global no ano passado foi 0,94 grau Celsius acima da média do século XX. Equilíbrio alterado Teria 2016 sido um ano atípico em termos climáticos? Nada disso. A temperatura do planeta no ano passado bateu o recorde, que era de 2015, que por sua vez quebrou a maior marca de 2014 – três recordes seguidos. Isso sem contar que, desde 1976, a temperatura global vem se mantendo acima da média histórica. Ou seja, não estamos falando de um ponto fora da curva, mas sim de uma tendência praticamente consolidada: o planeta está mais quente. A elevação da temperatura global diz muito respeito às atividades humanas, principalmente em razão das emissões de gases que intensificam o efeito estufa. Como consequência, observamos extremos climáticos que vão de intensas tempes- tades a secas prolongadas, passando pelo derretimento do gelo do Ártico até picos de calor em diversas cidades do planeta. A Geografia é a disciplina que se propõe a estudar o espaço geográfico e suas constantes transformações. Como você verá nesta publicação, muitas dessas alterações são estimuladas por fenômenos naturais, como uma erupção vulcânica ou o A LI ST E R D O Y LE /R E U TE R S ^~^ 7GE GEOGRAFIA 2018 ENXUGANDO GELO Crianças brincam em um iceberg na costa da Groenlândia: aquecimento global provoca o desprendimento de grandes blocos de gelo ciclo hidrológico. Mas sob qualquer aspecto que você analisar a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, a marca do homem estará lá, alterando o equilíbrio da natureza. É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE GEOGRAFIA pro- põe o estudo das definições e dos conceitos referentes aos temas mais importantes da Geografia física associado aos principais assuntos contemporâneos. Dessa forma é possível acompanhar todo o dinamismo inerente à disciplina e conseguir assimilar melhor como a ação antrópica e a Geografia se relacionam. Tudo isso acompanhado de um amplo conjunto de informações na forma de textos, resumos, simulados, mapas e infográficos. Para complementar seu aprendizado de Geografia, também recomendamos o GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES, que é lançado duas vezes por ano e aborda os aspectos mais relacionados aos temas contemporâneos da Geografia humana. Um abraço,� Fábio Sasaki, editor – fabio.sasaki@abril.com.br 8 EM CADA 10 APROVADOS NA USP USARAM O GUIA DO ESTUDANTE O selo de qualidade acima é resultado de uma pes- quisa realizada com 300 estudantes aprovados em três dos principais cursos da Universidade de São Paulo: Direito, Engenharia e Medicina. � 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa usaram algum conteúdo do GUIA DO ESTUDANTE durante sua preparação para o vestibular. TESTADO E APROVADO! � Pesquisa quantitativa feita nos dias 13 e 14/2/2017. � Total de estudantes aprovados nesses cursos: 1.566. � Margem de erro amostral: 5 pontos percentuais. MAIS CONTEÚDO PARA VOCÊ As publicações do GE contam agora com o recurso mobile view. Essa tecnologia permite que você aces- se, com seu smartphone, conteúdos extras em algu- mas aulas e reportagens dos nossos guias. A presen- ça desses conteúdos, principalmente em forma de vídeos, será sempre identificada com o ícone abaixo: Usar o recurso mobile view é simples: 1• Baixe em seu smartphone o aplicativo Blippar. Ele está disponível, gratuitamente, para aparelhos com sistema Android e iOS em lojas virtuais como Google Play e AppleStore. 2• Depois, basta abrir o aplicativo e usar o celular nas matérias que apresentam o ícone do mobile view – seguindo as orientações em cada página. ^~^ SUMÁRIO 8 GE GEOGRAFIA 2018 � Geografia VESTIBULAR + ENEM 2018 CARTOGRAFIA 10 Imagens de satélite contra a pobreza O desenvolvimento mapeado 12 Elementos do mapa Dicas para entender os elementos cartográficos 14 Coordenadas geográficas Aprenda a identificar pontos no mapa 16 Fusos horários Como os países acertam os seus relógios 18 Tipos de mapa Os diferentes aspectos retratados pela cartografia 20 Projeções As formas de representar o espaço geográfico 22 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção LITOSFERA 24 Zelândia, o continente submerso A mais nova extensão de terra 26 Composição e estrutura geológica As camadas internas do planeta 28 Tipos de relevo Depressões, planaltos, planícies e montanhas 30 Placas tectônicas Os grandes blocos que modelam o relevo 32 Relevo em movimento A ação de forças internas e externas na Terra 36 Relevo do Brasil O processo de formação do terreno nacional 38 Recursos minerais Conheça suas características geológicas 40 Características dos solos Processo de formação e fertilidade 42 Deslizamentos e inundações Os efeitos da ocupação desordenada 44 Contaminação dos solos Um dos principais problemas ambientais 46 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção HIDROSFERA 48 Uma esperança na aridez do sertão O Nordeste e a seca 50 A distribuição de água no planeta Onde está a água no globo 52 Água salgada Oceanos e mares ajudam a equilibrar a vida na Terra 56 Água doce As reservas que guardam o líquido que consumimos 58 Tsunami Tremores no fundo do mar provocam ondas de destruição 60 Bacias hidrográficas do Brasil As fontes de água do nosso território 62 Escassez hídrica no mundo Onde a falta de água já provoca crise 64 Escassez hídrica no Brasil Torneiras secas no Nordeste e no Sudeste 66 Poluição hídrica Os efeitos perversos da contaminação das águas 68 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção ATMOSFERA 70 Um cético do clima no poder Donald Trump e sua agenda energética 72 Camadas da atmosfera A estrutura de gás que envolve o planeta 73 Meteorologia Os principais fenômenos que influenciam o clima 76 El Niño e La Niña Entenda esses fenômenos meteorológicos 77 Ciclone Os efeitos devastadores da perturbação atmosférica 78 Climas do mundo As características das dez classificações climáticas 80 Climas do Brasil Os seis principais grupos climáticos do país 82 Poluição do ar Os efeitos da emissão de gases nocivos à atmosfera 84 Aquecimento global As alterações climáticas causadas pelo homem 86 Os efeitos das mudanças climáticas Os riscos que podemos enfrentar 88 Energias renováveis As alternativas para evitar a poluição do ar 90 Acordo de Paris e Protocolo de Kyoto Redução das emissões em pauta 92 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção BIOSFERA 94 A Amazônia sob risco de “savanização” A floresta tropical em perigo 96 Ecologia O ciclo natural que sustenta a vida no planeta 98 A evolução do planeta Infográfico mostra a origem da vida na Terra 100 Vegetação no mundo As características das formações vegetais 106 Biomas brasileiros A rica biodiversidade do país sob ameaça 110 Preservação e conservação Os mecanismos de proteção ambiental 111 Código Florestal Nova lei regulamenta o uso da terra no Brasil 112 Conferências ambientais Os eventos em que o ambientalismo é pauta 114 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção ATLAS 116 O mundo em resumo Um perfil socioeconômico e físico dos continentes 126 O Brasil em resumo As cinco regiões brasileiras em fatos e números RAIO X 132 As preciosas informações contidas nos enunciados das questões SIMULADO 134 32 questões para você aplicar os seus conhecimentos GLOSSÁRIO 146 Os principais conceitos básicos que você encontrará na publicação RAFAEL ARENAS/REUTERS OBRA DA NATUREZA Uma nuvem de fumaça e poeira colore o céu de Puerto Montt, no Chile: vulcão Calbuco entrou em atividade em 2015 pela primeira vez em 50 anos ^~^ 9GE GEOGRAFIA 2018 ^~^ GLOSSÁRIO 146 GE GEOGRAFIA 2018 AÇÕES ANTRÓPICAS Ações do homem no meio ambiente, como a construção de cidades, indústrias, estradas, o desmatamento para a implantação da agropecuária, entre outras. ASSOREAMENTO Excesso de sedimentos nos leitos de rios e lagos. AQUÍFERO Extensos depósitos de águas subterrâneas em áreas continentais, como o Aquífero Guarani, na América do Sul. AUSTRAL Sul. BACIA HIDROGRÁFICA Área delimitada pelos divisores de água, ou seja, por altitudes maiores e que compreende um rio principal, seus afluentes e subafluentes, os lagos e as águas subterrâneas. BOREAL Norte. CLIMA Sucessão habitual dos tipos de tempo atmosférico. Para classificar os tipos de clima, são necessários registros de temperatura e pluviosidade de, no mínimo, 30 anos. CORRENTES DE CONVECÇÃO Correntes de materiais (ar, magma, água...) que se movem devido à diferença de temperatura e, consequentemente, de densidade. CROSTA Porção externa e sólida do planeta Terra formada por rochas, minerais e solos e com profundidades que variam entre 6 e 75 quilômetros, aproximadamente. DEPRESSÃO ABSOLUTA Forma de relevo onde predomina a erosão e que apresenta altitude menor que a do nível do mar. DEPRESSÃO RELATIVA Forma de relevo com altitude inferior à dos planaltos e com predomínio da erosão sobre a sedimentação. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Desenvolvimento que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer as necessidades das futuras gerações. Conceitos básicos Os principais termos que você precisa saber para estudar Geografia ECOSSISTEMA São sistemas dinâmicos resultantes da interdependência entre fatores físicos do meio ambiente – como atmosfera, solo e água – e os seres vivos que o habitam. EQUINÓCIO Dia do ano em que os raios solares incidem diretamente sobre a linha do Equador, marcando o início da primavera ou do outono nos hemisférios Norte e Sul. EROSÃO Desgaste das rochas por meio de agentes externos ou exógenos, como as chuvas, os ventos, as geleiras, os rios, os oceanos, entre outros. GPS (GLOBAL POSITIONING SYSTEM) Sistema de Posicionamento Global, formado por 24 satélites em órbitas a 20.200 quilômetros ao redor da Terra. O sistema permite a localização de qualquer ponto da superfície terrestre com receptores móveis e tem inúmeras aplicações, como identificar rotas de navegação, por exemplo. INTEMPERISMO Conjunto de forças físicas, químicas e biológicas associadas à decomposição das rochas. ISTMO Faixa estreita de terras que liga dois continentes ou outras extensas áreas e terras emersas. Entre os mais conhecidosestão o Istmo de Suez e o Istmo do Panamá. LATITUDE Medida em graus da distância de um ponto qualquer da superfície terrestre em relação à linha do Equador. LITOSFERA Parte sólida externa da crosta terrestre, formada por rochas. LONGITUDE Medida em graus da distância de um ponto qualquer da superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich. MANTO Camada geológica da Terra composta de material fundido, o magma, que se encontra entre 350 e 2.900 quilômetros de profundidade. MERIDIANO Linhas imaginárias que cruzam a Terra no sentido norte-sul, de um polo ao outro do globo. Os meridianos nos indicam a longitude. MERIDIONAL Sul. MIGRAÇÃO Migrante é a pessoa que passa a morar em local diferente daquele em que vivia anteriormente. No local de onde a pessoa sai ela é considerada um emigrante e no local onde ela passa a se fixar é considerada um imigrante. NÚCLEO (DA TERRA) Parte interna do planeta, composta dos minerais ferro e níquel. É subdividido em núcleo externo (material fundido) e núcleo interno (material sólido). PARALELO Linhas perpendiculares aos meridianos, que cruzam a Terra no sentido leste-oeste. Os paralelos determinam a latitude. PEGADA ECOLÓGICA Área (em hectares) necessária para suprir as necessidades das populações, de acordo com seus modos de vida. PLACAS TECTÔNICAS Partes da crosta terrestre delimitadas por falhas geológicas. PLANALTO Forma de relevo na qual os processos de erosão superam a sedimentação. PLANÍCIE Forma de relevo relativamente plana na qual predomina a sedimentação e, em geral, está localizada em altitudes menores que as do seu entorno. PLUVIOSIDADE Volume de chuvas em um determinado tipo de clima. ROTAÇÃO Movimento da Terra em torno do seu próprio eixo imaginário. SEDIMENTAÇÃO Deposição dos sedimentos após o processo de erosão e transporte feito pelos agentes erosivos (rios, geleiras, ventos etc.). SETENTRIONAL Norte. SOLSTÍCIO Dia do ano em que os raios solares incidem diretamente sobre um dos trópicos (Câncer ou Capricórnio), marcando o início do verão ou do inverno nos hemisférios Norte e Sul. TECTONISMO Conjunto de fenômenos geológicos responsáveis pela movimentação e fragmentação da crosta terrestre. TRANSLAÇÃO Movimento da Terra em torno do Sol. TROPOSFERA Parte inferior da atmosfera terrestre, entre as altitudes de zero a 12 mil metros, aproximadamente. ZONAS TÉRMICAS As três faixas do globo com médias de temperatura semelhantes: zona equatorial ou intertropical, zonas temperadas Norte e Sul (entre os trópicos e os círculos polares) e as zonas polares Norte e Sul. ^~^ 10 GE GEOGRAFIA 2018 CARTOGRAFIA 1 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO � Os elementos cartográficos ..........................................................................12 � Coordenadas geográficas ..............................................................................14 � Fusos horários ..................................................................................................16 � Tipos de mapas .................................................................................................18 � Projeções cartográficas ..................................................................................20 � Como cai na prova + Resumo .......................................................................22 A imagem que ilustra a página ao lado, da península coreana iluminada durante a noite, foi captada por astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) há três anos e revela um cenário intrigante: enquanto os territórios da Coreia do Sul e da China cintilam com o clarão gerado pela iluminação das cidades desses países, a Coreia do Norte encontra-se quase totalmente na escuridão. A exceção é a capital, Pyongyang, facilmente identificada como um ponto iluminado no meio do breu. Para além da simples curiosidade, a análise da intensidade da iluminação em imagens no- turnas do nosso planeta revela indiretamente o grau de desenvolvimento econômico daquela região. Por essa lógica, quanto mais claro é um certo lugar, mais rico ele é, já que a luz é uma necessidade humana básica, e as pessoas ten- dem a usá-la mais na medida em que são mais ricas. Consequentemente, a escuridão indica os lugares menos desenvolvidos. Por isso, fotografias noturnas do planeta feitas do espaço têm sido cada vez mais utilizadas por economistas como uma ferramenta importante para estimar o grau de riqueza e de pobreza de regiões do globo – principalmente aquelas carentes de dados econômicos mais acurados, como muitos países da África Subsaariana. Des- sa forma, é possível identificar os bolsões de pobreza com maior precisão e encaminhar as ações públicas necessárias. Mas não se pode tomar esse dado isoladamen- te. A simples observação da imagem noturna pode levar a imprecisões, já que um bairro pobre, mas com alta densidade populacional, pode ter o mesmo nível de luminosidade de uma vizinhança rica, mas esparsamente povoada. Por isso, um estudo divulgado por pesquisado- res da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, sugere a combinação da análise das imagens noturnas com fotos diurnas de alta resolução – ao verificar também o local durante o dia, mostrando quão urbanizado é o lugar, a metodologia tende a ser mais precisa. Esses estudos são um bom exemplo de como a cartografia nos fornece informações imprescin- díveis para mostrar a realidade de diferentes localidades e fomen- tar o estabelecimento de políticas públicas. Neste capítulo, você ficará ainda mais por dentro da linguagem e do poder dos mapas no estudo da Geografia. Fotos noturnas feitas do espaço são uma nova ferramenta para medir níveis de desenvolvimento no planeta e identificar as regiões mais carentes Imagens de satélite contra a pobreza UM PAÍS NO BREU Imagem mostra detalhe da Ásia: a área iluminada à direita é a Coreia do Sul e no alto à esquerda está a China. A mancha escura com um ponto iluminado no meio é a Coreia do Norte ^~^ 11GE GEOGRAFIA 2018 NASA ^~^ 12 GE GEOGRAFIA 2018 CARTOGRAFIA OS ELEMENTOS CARTOGRÁFICOS A cartografia é dotada de uma linguagem própria, com símbolos, indicadores e representações. Veja a seguir algumas dicas para interpretar corretamente os mapas Tudo começou quando o homem pré-histórico passou a desenhar no interior das cavernas a loca- lização de seu entorno. Foi assim que surgiram os primeiros mapas. À medida que o homem foi conquistando novos espaços, cruzando mares e aprimorando as técnicas cartográficas, os mapas se tornaram mais sofisticados. Hoje, com a ajuda de poderosos satélites, até mesmo as mais inóspitas regiões do planeta são reproduzidas com alta precisão. Com o passar dos séculos, os mapas tiveram importantes funções estratégi- cas: ajudaram a impulsionar a expansão marítimo-comercial europeia no século XV e atualmente são fundamentais para que as administrações públicas desen- volvam projetos de organização territo- rial. Com os mapas, é possível realizar variados tipos de levantamento, seja ele político, socioeconômico ou ambiental. Por isso, eles são imprescindíveis ao estudo da geografia física e humana e à compreensão dos principais temas que movem o mundo. Qualquer representação geométri- ca da superfície terrestre, ou mesmo de parte dela, pode ser considerada um mapa – desde o desenho pouco apurado do homem pré-histórico até o mais completo planisfério produzido pela Nasa recentemente. Sejam eles rudimentares, sejam eles complexos, é importante ressaltar que os mapas possuem uma linguagem própria, com símbolos, indicadores e representações que facilitam sua interpretação. Conhe- ça mais os recursos utilizados pelos cartógrafos para reproduzir diferentes informações gráficas. TÍTULO O título é a nossa primeira aproximação com o mapa. Observá-lo com atenção pode “encurtar” o caminho da sua leitura e compreensão, pois nos permite conhecer, de imediato, qual é o conteúdo representado.Em geral, vem acompanhado do ano em que os dados foram coletados. LEGENDA A legenda é um dos elementos mais importantes do mapa, pois dá significado aos indicadores nele representados. Ela informa se os dados são percentuais ou absolutos, além do significado de cores, símbolos, linhas e demais recursos utilizados. A leitura da legenda deve ser feita em conjunto com a visualização da distribuição dos dados no mapa. Neste exemplo, as manchas mais escuras mostram os locais onde há maior concentração de pessoas por quilômetro quadrado. Note que o mapa não fornece os nomes dos países. Essas informações você pode aprender por meio da leitura atenta dos mapas políticos. Trata-se, aliás, de uma dica interessante: os mapas sempre se complementam. Portanto, ao estudar Geografia, lembre-se de olhar para os mapas com a mesma atenção que você olha para os textos, fotografias, gráficos e tabelas. O fascinante universo dos mapas FONTE A fonte informa a origem (instituição, pesquisa etc.) dos dados utilizados para compor o mapa. ^~^ 13GE GEOGRAFIA 2018 ROSA DOS VENTOS A rosa dos ventos indica a orientação geográfica, ou seja, para que lado se encontram, no mapa, os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste). Pode parecer bem óbvio que o norte esteja na parte superior do mapa, pois essa é uma convenção internacional. Entretanto, em alguns tipos de mapas, como as plantas cartográficas e em projeções azimutais ou planas, o norte nem sempre se encontra na parte superior do mapa. ESCALA A escala indica a relação entre o espaço verdadeiro e seu correspondente no mapa. A escala gráfica apresentada no mapa acima mostra que 1 centímetro equivale a 1.237,5 quilômetros nas dimensões reais. Já a escala numérica do mapa ao lado nos mostra que cada centímetro reproduzido equivale a 55,5 milhões de centímetros – ou 555 quilômetros nas dimensões reais. Ao analisar os dois mapas, também é possível comparar reproduções cartográficas feitas em escalas pequenas e grandes. No mapa acima, reproduzido em uma escala pequena é possível identificar os continentes, a divisão política dos países e os oceanos, além dos locais com maior concentração de habitantes. Já no mapa ao lado, em escala maior, vemos uma área mais restrita – no caso, o território brasileiro. Assim, é possível observar os detalhes do contorno do país e identificar com mais precisão as áreas de maior densidade demográfica. ^~^ 14 GE GEOGRAFIA 2018 CARTOGRAFIA COORDENADAS GEOGRÁFICAS Para encontrar determinado lu- gar, como a casa de alguém ou um órgão público, precisamos de um endereço, não é mesmo? Sa- bendo o nome da cidade, do bairro, da rua e o número da casa, chegaremos ao destino. No entanto, nem todas as regiões do planeta têm um endereço com essas informações. Por isso, para obtermos a localização de qualquer ponto ou área da superfície terrestre, BRASÍLIA EQUADOR 15º47’S 47º55’O MERIDIANO DE GREENWICH TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER utilizamos as coordenadas geográficas. Trata-se de um sistema obtido a partir do cruzamento de uma rede de linhas imaginárias – os meridianos e paralelos: • Os meridianos cruzam a Terra no sentido norte-sul, de um polo ao outro do globo. Os meridianos nos indicam a longitude, que é a distância expressa em graus entre um local no mapa e o meridiano de Greenwich. Localização precisa Um sistema de eixos horizontais e verticais constituem as coordenadas geográficas, que nos ajudam a identificar qualquer posição na superfície terrestre • Os paralelos são linhas perpendiculares aos meridianos, que cruzam a Terra no sentido leste-oeste. Eles determinam a latitude, também expressa em graus, e nos indicam a distância entre um local no planisfério e a linha do Equador. Para localizar qualquer ponto na su- perfície terrestre é só fazer o cruzamento do meridiano com o paralelo e obter os dados referentes a latitude e longitude. MERIDIANO DE GREENWICH O meridiano de Greenwich, que ganhou esse nome por passar pela cidade de Greenwich, na Inglaterra, divide o planeta em Ocidente e Oriente. A partir dele, as distâncias são contabilizadas de zero a 180 graus, tanto para leste quanto para oeste. A longitude de um lugar é a sua distância até o meridiano de Greenwich – quanto mais distante, maior será sua longitude. A longitude de Brasília, por exemplo, é de 47º55’O – lê-se 47 graus e 55 minutos de longitude oeste. Ou seja, Brasília está a cerca de 47 graus a oeste do meridiano de Greenwich. Também é comum informar no lugar das iniciais dos pontos cardeais (N, S, L e O) um sinal de + (positivo) para as latitudes norte e longitudes leste e, em contrapartida, um sinal de – (negativo) para as latitudes sul e longitudes oeste. LINHA DO EQUADOR A linha do Equador é equidistante em relação aos polos Norte e Sul da Terra e serve como referência para traçar os paralelos, como os trópicos de Câncer e Capricórnio e os círculos polares Ártico e Antártico. Ela divide o planeta em porção norte, ou setentrional, e sul, ou meridional. As linhas que partem do Equador são divididas de zero a 90 graus para as duas direções. A latitude de um lugar é determinada por sua distância em relação à linha do Equador – quanto mais longe, mais alta é a latitude de um ponto. A latitude de Brasília, por exemplo, é 15º47’S – lê-se 15 graus e 47 minutos de latitude sul. Ou seja, a cidade fica a pouco mais de 15 graus ao sul da linha do Equador. ^~^ 15GE GEOGRAFIA 2018 POR QUE AS COORDENADAS SÃO MEDIDAS EM GRAUS? Geralmente as distâncias são medidas em metros ou quilômetros. Por que então a latitude e a longitude são medidas em graus? Ocorre que, apesar de a maioria dos planisférios não mostrar isso, estamos tratando da medida de uma superfície curva, pois a Terra tem a forma arredondada. Assim, essas medidas equivalem à abertura do ângulo entre as linhas imaginárias traçadas a partir do centro da Terra até a linha do Equador (latitude) e do centro da Terra até o Meridiano de Greenwich (longitude). Veja o exemplo de Brasília, nas figuras abaixo: SAIBA MAIS BÚSSOLAS, PORTULANOS E GPS Da Idade Média (séculos V a XV) ao período das Grandes Navegações (séculos XV a XVII), a localização geográfica era obtida por meio da observação dos astros – a posição do Sol durante o dia e das cons- telações e da Lua à noite, por exemplo. As distâncias e as direções a serem seguidas eram obtidas pela leitura atenta da bússola e das Cartas Portulanas ou Mapas Portulanos. A bússola, cuja invenção é creditada aos chineses, foi fundamental para a navegação marítima no período das Grandes Navegações. Sua agulha imantada alinha-se com os polos magnéticos Norte e Sul da Terra e, dessa forma, permite que o navegador possa localizar-se e seguir na direção desejada. O desenvolvimento das Cartas Portulanas também facilitou a navegação, à medida que traziam as linhas de rumo para orientar o trajeto das embarcações, além de mostrar detalhes do litoral e a indicação dos principais portos, baías e cidades, como mostra este exemplo que representa o Mar Mediterrâneo e o seu entorno. Atualmente, dispomos de tecnologias infinitamente mais precisas para obter as coordenadas geográficas e identificar praticamente qualquer lugar no planeta. Esses dados são facilmente levantados pelo GPS (Global Positioning System), um sistema composto por 24 satélites que fornece a um aparelho receptor sua posição exata na superfície terrestre. As informações são visualizadas a partir de aparelhos de GPS, celulares e computadores de bordo em automóveis, aviões e navios e são fundamentais para a navegação terrestre, marítima ou aérea hoje em dia. [1] ALEX ARGOZINO [2] REPRODUÇÃO [1] [2] Fonte: Atlas Geográfico Mundial. Editora Fundamento, 2007. p. 4 ^~^ 16 GE GEOGRAFIA 2018 CARTOGRAFIA FUSOS HORÁRIOSOs fusos horários foram estabele- cidos porque, em razão do mo- vimento de rotação da Terra, as várias porções da superfície terrestre são iluminadas de forma diferencia- da no decorrer do dia. Para dar uma volta completa em torno de si, o pla- neta gira 360º e faz isso em um dia, ou seja, em 24 horas. Dessa forma, foram determinadas 24 faixas longitudinais (no sentido norte-sul do globo) de 15º. Cada faixa, denominada de fuso horário teórico ou astronômico, corresponde, portanto, a 1 hora. O fuso de referência do horário mun- dial é o de Greenwich, localidade situ- ada em Londres, na Inglaterra. Esse fuso se estende 7º30’ a oeste e 7º 30’ a leste do Meridiano de Greenwich, tam- bém chamado de Meridiano 0º. A par- tir dele, foram definidos os demais fusos teóricos – indo para leste, acres- centa-se uma hora a cada fuso; para oeste, subtrai-se uma hora. Entretanto, esses limites teóricos dos fusos horários, delimitados a cada 15º, não coincidem com os limites dos países. Por isso, foram criados os fusos horários práticos, também conhecidos como fusos civis ou políticos. Esses fusos respeitam os limites políticos dos países, pois consideram os interesses de cada nação em fazer parte de um ou de outro fuso, de acordo, por exemplo, com a integração econômica, política e sociocultural com as regiões vizinhas. Como os limites das linhas são uma convenção, os fusos acabam sendo maleáveis. Em novembro de 2013, por exemplo, o Brasil passou a ter quatro fusos horários, em vez de três. Com a medida, os fusos do estado do Acre e de parte do Amazonas foram modifica- dos, a partir de uma leve adaptação do meridiano. E essas mudanças ocorrem no mundo todo. Em 2016, a Rússia, que, com sua vastidão territorial tinha nove fusos horários, decidiu aumentar para 11. Além disso, alguns países adotam as chamadas “horas fracionadas”, como o Irã (3 horas e meia a mais em relação ao fuso de Greenwich) e a Índia (5 horas e meia a mais em relação ao fuso de Greenwich). Acertando os ponteiros Com base nos meridianos e no sistema de rotação da Terra, o sistema de fusos horários ajuda a organizar as horas em diversas localidades do globo TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER CÍRCULO ANTÁRTICO CÍRCULO ÁRTICO EQUADOR A N T Á R T I C A Brasília Lima Cidade do México Ilhas Galápagos Honolulu Tonga Georgetown Dacar Trípoli Cairo Berlim Luanda Cidade do Cabo Maputo Jerusalém Riad Nairóbi Adis-Adeba Moscou Samara Teerã Astana Nova Délhi Pequim Tóquio Hong Kong Seul Pyongyang Jacarta Melbourne Sydney Manila Lisboa Londres Paris Bogotá Cidade do Panamá Nova York Ottawa Washington Vancouver Los Angeles San Francisco Tijuana Buenos Aires +13 +13 -3 +9 +5 +3 +4 +12 -9 Wellington Reykjavik Ilhas da Linha Ilhas Marquesas Ilha Pitcairn Ilha de Páscoa Ilhas Malvinas Ilhas Geórgia do Sul Taiti Paramaribo Belém La Paz Rio Branco Cuiabá Assunção Manaus Caracas Santo Domingo Quito Seattle Edmonton Anchorage Whitehorse Açores Samoa Santiago Montevidéu Houston Miami Havana New Orleans Chicago St. Louis Halifax St. John’s MontrealWinnipeg Denver Phoenix Túnis Argel Casablanca Lagos Abidjan Johannesburgo Antananarivo Cartum Campala Lusaka Kinshasa Windhoek Fernando de Noronha Bagdá Murmansk Helsinque São Petersburgo Roma Viena EstocolmoOslo Istambul Atenas KievVarsóviaDublin Madri Meca Mascate Yangun Bangcoc Dili Adelaide Brisbane Perth Cingapura Colombo Mumbai Karachi Calcutá Katmandu Lhasa Ashkhabad Tashkent Cabul Xi’an Ulan Bator Irkutsk Vladivostok Xangai Taipé Petropavlovsk Magadan YakutskYekaterinburgo Ilhas Chatham Oceano Pacífico Oceano Pacífico Oceano Ártico Oceano Ártico Oceano Atlântico Oceano Índico Manágua Kiribati +3 Omsk +6 +8 +5 Hanói 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h 0h0h -12 +12-11 +11-10 +10-9 +9-7 +7-6 +6-5 +5-4 +4-3 +3-2 +2-1 +10-8 +8 150º O 120º 90º 60º 60º 90º 120º 150º L 180º180º 30º 30º0º Horário Universal de Greenwich Horário fracionado Linha Internacional de Data +8 Krasnoyarsk Bucareste Novosibirsk Fonte: World Time Zone N 1.780 km OLHA A HORA! Para determinar o horário em um país, deve-se aumentar uma hora no relógio para cada fuso a leste de Greenwich e diminuir uma hora para cada fuso a oeste dele ^~^ 17GE GEOGRAFIA 2018 HORÁRIO DE VERÃO Com o horário de verão, o Brasil mantém seus quatro fusos, mas muda a disposição deles, pois as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste adiantam o relógio em uma hora. O objetivo é aproveitar melhor a luz solar, já que, durante o verão, quan- to maior a latitude, maior o fotoperíodo – o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde. A medida provoca uma importante redução no consumo de energia durante os horários de maior consumo, sobretudo das 18h às 20h, o que reduz a sobrecarga no sistema elétrico e os riscos de apagões. Nos estados localizados em latitudes mais baixas (mais próximos da linha do Equador), como no Nordeste e Norte, há pouca variação do fotoperíodo e, por isso, não compensa fazer a mudança para o horário de verão. Nesses estados, mesmo que houvesse alguma economia de energia à tarde, a mu- dança provocaria um aumento no consumo de energia no início da manhã. O horário de verão começa no terceiro domin- go de outubro e termina no terceiro domingo de fevereiro. Se neste último for carnaval, o encerramento fica para o domingo seguinte. VENEZUELA MUDA FUSO HORÁRIO CRIADO POR CHÁVEZ PARA POUPAR ENERGIA A Venezuela reverteu nesta sexta-feira (15) uma mudança de fuso horário de meia hora que foi uma das marcas registradas do governo do falecido presidente Hugo Chávez. Chávez atrasou os relógios do país 30 minutos em 2007 para que as crianças pudessem acordar para ir à escola com luz do sol. Mas seu sucessor, Nicolás Maduro, decidiu retomar o sistema ante- rior, quatro horas atrás do Horário do Meridiano de Greenwich (GMT, na sigla em inglês), para ter mais luz solar no final da tarde, quando o consumo de energia chega ao máximo. (...) G1, 15/4/2016 SAIU NA IMPRENSA OS FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL Exemplos da variação dos horários nos fusos brasileiros quando em Londres (fuso de referência) são 15 horas As regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o Distrito Federal e os estados de Goiás, do Tocantins, Pará e Amapá acompanham o horário de Brasília. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a maior parte do Amazonas têm uma hora a menos. Já um pequeno trecho do Amazonas e o Acre passaram a ter duas a menos que Brasília com a mudança de fuso implementada em 2013. Com as alterações, o Brasil ficou com quatro fusos horários. No alto, os relógios mostram os diversos horários quando é meio-dia em Brasília. Note como Fernando de Noronha e as ilhas oceânicas estão mais “adiantados” em relação aos horários do Brasil continental: nessas regiões já são 13 horas. DF PA GO AP MA PI BA CE PE SP RJ ES AC AM RR RO MT MS PR SC MG TO RS 11h10h 12h 13h Atol das Rocas (RN) 3’52’S 33’50’O Penedos de S. Pedro e S. Paulo (RN) 3’56’S 29’22’O Fernando de Noronha (PE) 3’50’S 32’24’O *Em relação ao horário de Greenwich -4h -5h -2h -3h FUSO HORÁRIO* RN PB AL SE 1h entram no horário de verão não entram no horário de verão SAIBA MAIS ^~^ 18 GE GEOGRAFIA 2018 Grandes Lagos Aconcágua 6.959 m Mte. McKinley 6.194 m Amazonas Cordilheira dos Andes Apalaches Pico da Neblina 3.014 m Sã o F ra nc isc o M iss iss ipp i M ontanhas Rochosas CARTOGRAFIA TIPOS DE MAPA Veja como as diversas formas de representar o espaço geográfico podem alterar o modo como enxergamos o planeta Representação: é essa a ideia que norteia a construção de um mapa. Ocorre que, obvia- mente, o tamanho e a complexidade do planeta não cabem no papel. Desse modo, é preciso fazer escolhas para conseguir mostrar, num espaço tão res- trito, o máximo daquilo quecomporta o mundo real. Dessas escolhas é que resultam as diversas maneiras de representar um território, que pode se dar com base em focos variados, como seus aspectos físicos, políticos ou sociais. Cada um desses recortes, por sua vez, abarca ou- tras subdivisões. A representação física do planeta, por exemplo, engloba mapas de hidrografia e relevo, entre outros. Todas essas divisões são importantes tanto por seu caráter teórico, ao faci- litar o estudo de uma área, quanto pela aplicação prática desse conhecimento, ao nortear a implantação de políticas de saúde ou ambientais. Entretanto, com tantas possibilidades, é preciso atenção na hora de ler os ma- pas e avaliar as conclusões tiradas com base em sua análise. Afinal, como vimos, eles mostram apenas uma parte da re- alidade. Assim, dependendo do ponto de vista adotado para sua construção, eles podem acabar servindo para in- fluenciar – positiva ou negativamente – o modo como enxergamos determina- da área ou algum fenômeno. Confira a seguir alguns dos principais tipos de mapas e o que eles representam. Vários mapas, diferentes leituras MAPAS FÍSICOS Este tipo de mapa destaca as características físicas da superfície terrestre, em especial de relevo e hidrografia. Geralmente, as diferentes faixas de altitudes são apresentadas por meio de uma sequência de cores: nas terras emersas, os tons em verde são usados para altitudes mais baixas, seguidos do amarelo, laranja e marrom, sucessivamente, para as altitudes mais elevadas. Também constam nos mapas físicos denominações das unidades de relevo que se destacam no território, como cadeias montanhosas, serras, planaltos e planícies, bem como os picos mais elevados. Quanto à hidrografia, são representados com traços azuis os grandes rios e seus principais afluentes e subafluentes. Os principais lagos também são identificados. MAPAS POLÍTICOS É este recorte que dá aos mapas a cara que mais conhecemos: os continentes divididos em países, os países divididos em regiões e estas, em cidades (veja, ao lado, os 35 países do continente americano). Seu objetivo é simplesmente demarcar os limites entre territórios, que podem mudar no decorrer dos anos. As fronteiras entre as nações, por exemplo, sofreram muitas mudanças no decorrer da história. As atualizações do mapa-múndi atingiram número recorde no século XX, por causa do turbilhão de eventos ocorridos no período, como o desmembramento da ex-União Soviética. A mais recente alteração no mapa político ocorreu em 2011, com o desmembramento do Sudão, que deu origem ao Sudão do Sul. Em suma, aparecer ou não no mapa significa ter a própria existência reconhecida pelo resto do mundo. ^~^ 19GE GEOGRAFIA 2018 SAIBA MAIS ANAMORFOSES, OS MAPAS DISTORCIDOS Os mapas têm como objetivo apresentar de forma mais fiel possível o espaço geográfico, certo? Mais ou menos. Existem alguns tipos de representação cartográfica que distorcem o tamanho e o traçado das regiões para reforçar o efeito comparativo sobre o tema apresentado. Esses mapas recebem o nome de anamorfoses e costumam cair nos vestibulares com certa frequência. Nesta anamorfose, o tamanho de cada país é proporcional ao seu Produto Interno Bruto (PIB) e não à sua extensão territorial. Logo, chama a atenção o aumento de tamanho dos Estados Unidos, dono da maior economia do mundo, com 18 trilhões de dólares. Por sua vez, note como o Canadá, que tem a segunda maior extensão territorial do planeta, atrás apenas da Rússia, ficou representado de uma forma bem menor nesta anamorfose. Isso acontece porque o gigantismo de sua área não é proporcional ao seu PIB. Já o mapa do Brasil apresenta poucas distorções na comparação entre economia e área. MAPAS TEMÁTICOS São mapas que representam dados sobre determinados temas, permitindo observar as características de uma região e estabelecer comparações entre os países apresentados. Os temas abordados podem ser os mais diversos, da economia à cultura, passando por demografia e meio ambiente. Neste exemplo, os países da América são agrupados a partir de sua classificação no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O indicador, apurado pela Organização das Nações Unidas (ONU), serve para medir as variações no padrão de qualidade de vida das diferentes populações do globo, levando em conta três fatores: educação, longevidade e renda. Ao observarmos o mapa de IDH do continente americano acima, notamos que Estados Unidos, Canadá, Chile e Argentina são as únicas nações com IDH muito alto, enquanto o Haiti é a única nação com baixo desenvolvimento humano. O Brasil, junto com países como Venezuela e México, tem IDH alto. Índice de Desenvolvimento Humano (2015) Muito Alto Alto Médio Baixo Dados não disponíveis Estados Unidos Canadá Argentina Chile Cuba Venezuela Haiti Brasil México PARA IR ALÉM Confira dezenas de anamorfoses sobre os mais diversos temas no site www.worldmapper.org. Estados Unidos Canadá Brasil ^~^ 20 GE GEOGRAFIA 2018 CARTOGRAFIA PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS Ao longo dos séculos, os cartó- grafos vêm se empenhando em desenvolver mapas-múndi da forma mais fi el possível. O problema é que a Terra tem um formato esférico, com um leve achatamento nos polos. O maior desafi o na criação dos mapas, portanto, é representar este planeta esférico em uma superfície plana. Para ter uma ideia da difi culdade de fazer essa transposição, no decorrer dos anos surgiram mais de 200 tipos de projeção cartográfi ca. E todas apresentam algum tipo de distorção. Forma e conteúdo O desafi o de reproduzir a superfície esférica da Terra em um mapa plano levou ao surgimento de uma infi nidade de projeções cartográfi cas. Conheça a seguir os tipos mais comuns Equador Gr ee nw ic h Trópico de Capricórnio Trópico de Câncer 60˚ 60˚ 20˚ 20˚ Trópico de Câncer Equador 180˚ 160˚ 140˚ 120˚ 100˚ 80˚ 60˚ 40˚ 20˚ 0˚ Greenwich Polo Norte PROJEÇÃO CILÍNDRICA Este tipo de projeção é produzido como se um cilindro envolvesse a esfera terrestre e fosse então planifi cado. A projeção cilíndrica ainda consegue representar com menos distorções as baixas latitudes. PROJEÇÃO CÔNICA Neste tipo de projeção, a representação é feita como se um cone envolvesse o planeta e depois fosse planifi cado. Esta projeção é utilizada para mapas de latitudes médias, pois nessa região a distorção é menor. PROJEÇÃO PLANA OU AZIMUTAL O mapa é construído sobre um plano que tangencia algum ponto da superfície terrestre. Seu uso mais comum é para melhorar a visibilidade das regiões polares e de suas proximidades. AS DIFERENTES REPRESENTAÇÕES DA ESFERA TERRESTRE Dependendo da figura geométrica utilizada para desenvolver o mapa, as projeções podem ser classificadas da seguinte forma: ^~^ 21GE GEOGRAFIA 2018 CONFORME Prioriza a forma, ou seja, o contorno dos continentes e oceanos e distorce a área, principalmente nas latitudes maiores. Na Projeção de Mercator ao lado, a Groenlândia, que tem cerca de 2,8 milhões de quilômetros quadrados, aparece no mapa com quase o mesmo tamanho da África, com seus mais de 30 milhões de quilômetros quadrados. EQUIVALENTE Mantém a equivalência da área, ou seja, a proporção entre as áreas reais e sua representação nos mapas. No entanto, as formas ficam distorcidas, como a América do Sul e a África, que aparecem mais alongadas no mapa, como se nota na Projeção de Peters. EQUIDISTANTE Representa com maior fidelidade as distâncias, por isso é frequentemente adotada para definir rotas aéreas e marítimas. No entanto, ela distorce as formas e as áreas. As projeções planas ou azimutais, descritas na página ao lado, também são consideradas equidistantes. ARBITRÁRIA OU AFILÁTICA Não se prende totalmente a nenhuma regra, distorcendo tanto a área como a forma, porémsem exagerar essas distorções, buscando um resultado mais equilibrado. O exemplo mais representativo é a Projeção de Robinson, utilizada na maior parte dos atlas e livros escolares. DIFERENTES PROJEÇÕES CAUSAM POLÊMICA As projeções também podem ser classificadas de acordo com os parâmetros utilizados para conservar ou distorcer as áreas: SAIBA MAIS AS IMAGENS DE SATÉLITES Os satélites são instrumentos essenciais para a obtenção de imagens da superfície terres- tre com grande riqueza de detalhes. A partir dessas informações, os cartógrafos produzem mapas temáticos, monitoram problemas am- bientais, como o desmatamento e a poluição das águas, descobrem novas riquezas, como ja- zidas minerais, entre inúmeras outras funções. A obtenção de imagens de satélite faz parte de um conjunto de técnicas conhecidas como sen- soriamento remoto. Como a própria expressão já diz, trata-se de uma forma de obter imagens com sensores localizados à distância. Depen- dendo das variações que as características físi- cas da superfície terrestre apresentam, ocorrem diferentes índices de reflexão da luz solar ou das radiações dos sensores ativos dos satélites. As águas, por exemplo, tendem a absorver maior quantidade de energia, enquanto construções (prédios, estradas, pontes etc.) ou mesmo o solo exposto refletem mais a energia incidente. Desta forma, é possível identificar as características naturais e da ocupação humana de uma deter- minada área. Existem ainda filtros utilizados para realçar alguma caraterística, como as variações do relevo, dos recursos minerais, da vegetação ou das águas, por exemplo. CORES E TEXTURAS Nesta imagem da região metropolitana de São Paulo, as porções de água estão representadas na cor preta, as áreas urbanizadas na cor rosa, a vegetação na cor verde e o solo exposto na cor marrom INPE ^~^ 22 GE GEOGRAFIA 2018 COMO CAI NA PROVA 1. (Fuvest 2017) Anamorfose geográfi ca representa superfícies dos países em áreas proporcionais a uma determinada quantidade. Observe as seguintes anamorfoses: Nas alternativas apresentadas, os títulos que identifi cam de forma correta as anamorfoses I e II são, respectivamente: a) Transporte aéreo e Transporte ferroviário. b) População urbana e População rural. c) População total e Produto Interno Bruto. d) Ocorrência de HIV e Ocorrência de malária. e) Exportação de armas e Importação de armas RESOLUÇÃO A anamorfose possui uma força comunicativa poderosa e cartografi camente tem o papel de valorizar certos fenômenos geográfi cos, provocando a subversão da forma com o propósito de revelar o assunto retratado. Para responder este tipo de questão é preciso identifi car o grau de distorção das áreas dos países no mapa. Além disso, o conhecimento geral de temas da geografi a física e humana é fundamental para saber a quais assuntos o mapa estará relacionado. No caso desta questão, as alternativas levam às seguintes refl exões: A afi rmativa A é incorreta porque países como Japão e China têm forte movimento aéreo e o transporte ferroviário é maior em países desenvolvidos; A afi rmativa B é incorreta porque não só os países desenvolvidos registram altos percentuais de população urbana; A afi rmativa C é incorreta porque Estados Unidos, Rússia, Brasil, China, Índia são os países mais populosos; A afi rmativa D é incorreta porque a ocorrência do HIV é maior no continente africano. Logo, a resposta que representa a melhor opção é aquela que envolve o comércio mundial de armas. EUA, países de Europa Ocidental e Rússia são grandes produtores e exportadores. Já Índia e Paquistão (em tensão por disputa territorial), Japão e Coreia do Sul (temerosos por ameaças da Coreia do Norte) e países do Oriente Médio e do norte da África (envolvidos com ações terroristas e fundamentalismo islâmico) são grandes importadores de armamentos. Resposta: E 2. (Mackenzie 2016) Escala : 1:15.000 Com base no mapa e em seus conhecimentos sobre Escalas Cartográfi cas e Fusos Horários Mundiais, qual alternativa contempla, correta e respectivamente, as seguintes perguntas. I. Qual a distância linear entre os dois pontos atingidos pelas explosões, em Bruxelas, sabendo que a distância entre os dois pontos no mapa é de 7 cm? II. Sabendo que o ataque ao Aeroporto Internacional de Zaventem – Bruxelas – Bélgica ocorreu às 8h do dia 22/03/2016, país localizado a 15º Leste de Greenwich, que horas os relógios brasileiros marcavam em seu fuso principal, horário de Brasília, localizado a 45o Oeste de Greenwich? a) 150 metros; 4h do dia 21/03/2016. b) 1.500 metros; 20h do dia 21/03/2016. c) 1.050 metros; 4h do dia 22/03/2016. d) 10.500 metros; 20h do dia 22/03/2016. e) 105.000 metros; 4h do dia 23/03/2016. RESOLUÇÃO I – A escala numérica indicada no mapa aponta 1: 15.000. Ou seja, para cada 1 centímetro no mapa temos, na realidade, 15.000 centímetros, ou 150 metros. Em uma distância linear de 7 centímetros, temos a seguinte correspondência: 1 cm — 150 m 7 cm — x x= 1050 m II – Devemos considerar a localidade de Bruxelas a 15° Leste de Greenwich e de Brasília a 45° Oeste. Cada fuso equivale a 1 hora e corresponde a 15°. Logo, a diferença entre as duas localidades apontadas na questão é de 4 fusos, o equivalente a 4 horas. Como no sentido leste as horas aumentam e no sentido oeste as horas diminuem, podemos concluir que, no momento do atentado executado em Bruxelas às 8 horas, os relógios brasileiros marcavam na sua hora ofi cial quatro horas a menos, pois Brasília se localiza mais a oeste da Bélgica. Com isso a hora registrada foi de 4 horas. Resposta: C ^~^ 23GE GEOGRAFIA 2018 RESUMO Cartografia ELEMENTOS DOS MAPAS São as informações que acompa- nham os mapas e a eles dão significado. Os principais elementos são o título, a legenda (indica o significado dos símbolos, cores e demais recursos utilizados nos mapas), a rosa dos ventos (indica os pontos cardeais), a fonte dos dados e a escala, que determina a proporção em que o mapa foi feito, comparado à superfície real. COORDENADAS GEOGRÁFICAS São valores em graus, minutos e segundos obtidos a partir do cruzamento dos meridianos (linhas imaginárias traçadas no sentido norte-sul) e dos para- lelos (linhas imaginárias traçadas no sentido leste-oeste). As coordenadas são fundamentais para a localização de qualquer ponto ou área na superfície terrestre. O ponto de referência dos paralelos é a linha do Equador, enquanto dos meridianos é o meridiano de Greenwich. Os paralelos determinam a latitude e os meridianos indicam a longitude. FUSOS HORÁRIOS São faixas longitudinais (que se estendem no sentido norte-sul no globo terrestre) criadas para organizar a hora mundial. Inicialmente foram determinadas 24 faixas, cada uma com 15 graus. A hora adotada em cada país, no entanto, foi regulamentada com base nos fusos horários práticos, que acompanham os limites territoriais dos países ou estados, de acordo com os interesses político-econômicos regionais. O ponto de referência do horário mundial é o meridiano de Greenwich, na Inglaterra: indo para leste, adianta-se o relógio; para oeste, deve-se atrasá-lo. Muitos países adotam o horário de verão, adiantando o relógio em uma hora para aproveitar melhor a luz solar e reduzir o consumo de energia. TIPOS DE MAPAS De acordo com o tipo de informação que representam, os mapas podem ser classificados como: mapas políticos, que mostram os limites político-territoriais dos países; mapas físicos, com as principais características de relevo e hidrografia; e os mapas temáticos, que representam algum tema ou assunto específico, como dados econômicos, populacionais ou ambientais. As anamorfoses aumentam ou diminuem o tamanho dos países ou continentes de acordo com os dados quantitativos que estão sendo representados. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS São técnicas utilizadas para representar a Terra, que é esférica, em uma superfície plana. As principais projeçõessão classificadas de acordo com a figura geométrica utilizada para representar a superfície terrestre: cilindro (projeção cilíndrica); cone (projeção cônica) e plano (projeção plana ou azimutal). Há distorções em todas as pro- jeções, sendo que em cada uma se prioriza uma determinada propriedade: a área, a forma ou as distâncias. A projeção de Mercator é mais precisa nas distâncias, mas distorce as áreas. Já a projeção de Peters privilegia o tamanho da área, porém não consegue apresentar as formas de maneira fiel. 3. (Unicamp 2017) A representação cartográfi ca dos fatos geográfi cos avançou consideravelmente, nas últimas décadas, sobretudo a partir do emprego de tecnologias modernas utilizadas pela Cartografi a, por exemplo, as imagens SRTM, como a que será vista a seguir: a) Explique por que a Groenlândia e a Península Arábica, que possuem aproxima- damente a mesma superfície no mapa-múndi acima, apresentam dimensões tão discrepantes, e indique qual é a projeção desse mapa-múndi. b) Defi na escala cartográfi ca e indique se o mapa acima apresenta uma escala grande ou pequena. RESOLUÇÃO a) O mapa apresentado na questão foi feito em uma projeção cilíndrica do tipo conforme idealizada por Mercartor. Este mapa prioriza a forma e o contorno dos continentes. No entanto, ele distorce o tamanho e a proporção das áreas continentais. As áreas de baixa latitude, mais próximas da linha do Equador, são reproduzidas de forma mais fi el, como acontece com a Península Arábica. Já as regiões de alta latitude, como a Groenlândia, são apresentadas em um tamanho proporcionalmente maior do que de fato são. b) A escala cartográfi ca permite que se estabeleça uma relação entre o espaço real e a área apresentada no mapa. O mapa-múndi reproduzido na questão tem escala pequena – ela mostra poucos detalhes, priorizando a apresentação de uma área de abrangência maior. � SAIBA MAIS As escalas numéricas são expressas por uma fração cujo numerador é a medida no mapa e o denominador é a medida correspondente ao terreno. Ex: 1:50.000 ou 1/50.000 – 1 cm no mapa corresponde a 50.000 cm no terreno). O tamanho da escala é tanto menor quanto maior for o denominador. Veja na tabela abaixo como o tamanho da escala se relaciona com a fi nalidade do mapa: Tamanho Escala Finalidade do Mapa Grande 1:50 / 1:100 Plantas arquitetônicas e de engenharia 1:500 a 1: 20.000 Plantas urbanas; projetos de engenharia Média 1: 25.000 a 1:250.000 Mapas topográfi cos Pequena Acima de 1: 250.000 Atlas geográfi cos; globos ^~^ 24 GE GEOGRAFIA 2018 LITOSFERA 2 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO � Composição e estrutura geológica .............................................................26 � Tipos de relevo ..................................................................................................28 � Placas tectônicas .............................................................................................30 � Relevo em movimento....................................................................................32 � Relevo do Brasil ................................................................................................36 � Recursos minerais ...........................................................................................38 � Características dos solos ...............................................................................40 � Deslizamento de terra e inundações ........................................................42 � Contaminação dos solos ................................................................................44 � Como cai na prova + Resumo .......................................................................46 maior em relação ao entorno e detém uma crosta mais espessa que a do leito oceânico – quatro características comuns aos continentes validados. Embora seja natural pensarmos que um con- tinente deva estar inteiramente na superfície, os pesquisadores argumentam que o fato de Zelândia ter apenas 6% de suas terras emersas não lhe tira o direito de ser vista como tal. “É o menor e mais fi no continente já encontrado, e o fato de estar tão submerso, mas não fragmentado, o torna útil para explorar a coesão e desintegra- ção da crosta continental”, aponta Mortimer. Como não existe um organismo internacional que reconheça formalmente os continentes, a Zelândia só irá fazer parte da lista se a comuni- dade científi ca aceitar os argumentos dos pes- quisadores neozelandeses e passar a citá-la em seus trabalhos. Dessa forma, o novo continente quase inteiramente submerso do Pacífi co passaria a ser ensinado nas aulas de Geogra- fi a. Enquanto isso não acontece, você apren- de no capítulo a seguir todos os tradicionais fenômenos do relevo e de sua formação. O NOVO CONTINENTE Representação da Terra mostra a Zelândia, em volta do tracejado em vermelho: apenas a Nova Zelândia, ao sul, e a pequena ilha da Nova Caledônia, ao norte, estão acima do nível do mar Um artigo publicado em fevereiro de 2017 na revista científi ca da Geological Society of America (GSA) propõe uma mudança signifi cativa nos livros de Geografi a. Segundo o estudo liderado pelo geólogo neoze- landês Nick Mortimer, o mundo teria um novo continente: a Zelândia. O território possui 4,9 milhões de quilômetros quadrados (cerca de 60% da área do Brasil) e localiza-se no sudo- este do Oceano Pacífi co, ao lado da Austrália. Detalhe: 94% de suas terras são submersas, e as únicas porções acima do nível do mar são as ilhas de Nova Zelândia e Nova Caledônia, dis- tantes cerca de 2.400 quilômetros uma da outra. A formação da Zelândia estaria relacionada ao mesmo fenômeno que deu origem aos demais continentes: a deriva continental. A Pangeia, a grande e única extensão de terra que existia há 225 milhões de anos, foi se fragmentando gradativamente até dar forma aos continentes que conhecemos atualmente. A Zelândia se descolou da Austrália e da An- tártica e submergiu, mas ainda assim poderia ser considerada um continente. É o que defende o estudo de Mortimer, com base em critérios geo- lógicos. Dados coletados por satélite mostram que a Zelândia tem uma área bem defi nida, é dotada de uma geologia distinta, possui uma elevação Território localizado no sudoeste do Oceano Pacífi co tem apenas 6% de sua área acima do nível do mar Zelândia, o continente submerso CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO � Composição e estrutura geológica .............................................................26 � Tipos de relevo ..................................................................................................28 � Placas tectônicas .............................................................................................30 � Relevo em movimento....................................................................................32 � Relevo do Brasil ................................................................................................36 � Recursos minerais ...........................................................................................38 � Características dos solos ...............................................................................40 � Deslizamento de terra e inundações ........................................................42 � Contaminação dos solos ................................................................................44 � Como cai na prova + Resumo .......................................................................46 APONTE O CELULAR PARA AS PÁGINAS E VEJA VÍDEO SOBRE A FORMAÇÃO DA ZELÂNDIA (MAIS INFORMAÇÕES NA PÁG. 7) ^~^ 25GE GEOGRAFIA 2018 MARIO KANNO/MULTISP ^~^ 26 GE GEOGRAFIA 2018 LITOSFERA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA GEOLÓGICA O termo litos, em grego, significa “pedra” ou “rocha”. Portanto, conhecer a litosfera é saber literalmente onde estamos pisando, já que ela dá nome à camada sólida que reveste a esfera terrestre. Essa rigidez em sua superfície, aliás, é uma característica que nem todos ospla- netas possuem. No Sistema Solar, além da Terra, somente outros três (Mercúrio, Vênus e Marte) são classificados como planetas rochosos. Os demais (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) são gigantes gasosos e não possuem uma crosta rochosa. A litosfera é composta pela crosta e por uma parte do manto superior, conforme ilustra a ima- Por dentro do globo Conheça as características das camadas internas do planeta e como o relevo foi formado ao longo dos anos Manto inferior Manto superior Fonte: ALMANAQUE ABRIL Crosta Núcleo externo Núcleo central CROSTA É a parte superior ou externa da litosfera, encontrada tanto nas áreas continentais (crosta continental) como submersas pelos oceanos (crosta oceânica). A crosta continental apresenta espessuras que variam de 30 a 70 quilômetros, aproximadamente, com rochas mais densas na parte inferior e menos densas na porção superior, próxima da superfície. A crosta oceânica, por sua vez, tem espessura entre 6 e 7 quilômetros de profundidade e é constituída predominantemente por rochas mais densas. gem abaixo. É sobre ela que o relevo ganha seus contornos, formando desde depressões até cadeias montanhosas. Além dessas camadas, a Terra possui outras partes em sua estrutura interna igualmente sólidas, como o núcleo interno, ou fluidas, como o manto e o núcleo externo. Conhecer essa estru- tura e sua dinâmica é fundamental para entender fenômenos como os terremotos, as atividades vulcânicas e os tsunamis, por exemplo, e assim poder buscar os meios de se proteger contra seus efeitos devastadores. Veja abaixo as características das diferentes camadas da Terra: TETO DAS AMÉRICAS O Monte Aconcágua, na Argentina, é o ponto mais alto do continente americano, medindo 6.959 metros AS CAMADAS DA TERRA APONTE O CELULAR PARA AS PÁGINAS E VEJA VIDEOAULA SOBRE ESTRUTURAS GEOLÓGICAS (MAIS INFORMAÇÕES NA PÁG. 7) ^~^ 27GE GEOGRAFIA 2018 A estrutura geológica A estrutura geológica e mineralógica da crosta está na base do modo de vida das populações humanas, uma vez que fornece dezenas de recursos necessários à vida, como a produção de ali- mentos (obtidos por meio do cultivo do solo), os materiais utilizados na construção de moradias (tijolos, cimento, ferro), a geração de energia (petróleo, urânio), entre inúmeros outros. Confira a seguir as principais estruturas geológicas da litosfera: FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS Escudo cristalino Dobramentos modernos Bacias sedimentares 2,5 bilhões 4,5 bilhões 250 milhões Arqueozoica Proterozoica Paleozoica Mesozoica Cenozoica 65 milhões 570 milhões ESCUDOS CRISTALINOS São os terrenos mais antigos da crosta terrestre, formados pelo choque de massas continentais ocorrido há centenas de milhões de anos durante a era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica). Os escudos cristalinos são constituídos de rochas magmáticas, ou seja, trata-se do magma – material líquido-pastoso proveniente do manto – em estado sólido. As rochas magmáticas dividem-se em duas categorias: as extrusivas, como o basalto, que são formadas com o esfriamento rápido do magma na superfície terrestre; e as intrusivas, como o granito, que são resfriadas lentamente dentro da crosta terrestre. Os escudos cristalinos também exibem as rochas metamórficas, que são o resultado da transformação das rochas magmáticas, sedimentares ou mesmo de outras metamórficas, por meio de processos químicos e físicos nas grandes profundidades da Terra. O mármore, por exemplo, é formado do calcário quando esse é submetido a altas temperaturas e pressão. BACIAS SEDIMENTARES Foram formadas nas eras Paleozoica e Mesozoica, com a erosão das rochas dos escudos cristalinos – após o desgaste dos maciços, seus sedimentos foram depositados em regiões mais baixas. O acúmulo desses detritos, somado aos restos orgânicos, leva à formação de rochas sedimentares pelo processo de MANTO SUPERIOR É a parte da estrutura interna da Terra que se encontra logo abaixo da crosta e vai até cerca de 400 quilômetros de profundidade. Juntamente com a crosta, a parte superior do manto, formada por rochas sólidas, constitui a litosfera. MANTO INFERIOR Constituído por rochas fundidas diante das elevadas temperaturas, o manto inferior estende-se de 400 a 2.900 quilômetros de profundidade. É nessa parte que se formam as correntes de convecção do magma: o contato com o núcleo externo aumenta as temperaturas desses materiais, que são impulsionados em direção ao manto superior, onde se “resfriam” e, mais densos, tornam a descer para perto do núcleo, onde novamente são aquecidos e reiniciam o ciclo. NÚCLEO EXTERNO Localizado na faixa entre 2.900 e 5.100 quilômetros, é constituído por dois minerais predominantes: o níquel e o ferro, totalmente fundidos pelas elevadas temperaturas. NÚCLEO CENTRAL O núcleo central constitui a camada que fica entre 5.100 quilômetros e o centro da Terra, a 6.378 quilômetros. É constituído de uma liga metálica formada por ferro e níquel, porém em estado sólido em função da elevada pressão a que é submetido. Seu movimento de rotação é maior do que o do restante da Terra. litificação. Essa deposição é feita em camadas. O calcário, presente em cavernas, o arenito e o carvão são exemplos de rochas sedimentares. DOBRAMENTOS MODERNOS Trata-se das formações mais recentes da crosta terrestre, surgidas do choque de placas ocorrido entre o fim da era Mesozoica e o início da Cenozoica. As rochas são mais flexíveis e situam-se na zona de contato entre as placas tectônicas. Nessa região de grande instabilidade e frequentes movimentos sísmicos encontram-se montanhas e vulcões ativos e extintos. PARA IR ALÉM O filme Viagem ao Centro da Terra, de Eric Brevig, baseado na obra de Júlio Verne, conta a história de um grupo de pessoas que descobre um caminho para o núcleo do planeta. Essa obra de ficção apresenta características geológicas internas da Terra. iSTOCK PHOTO ^~^ 28 GE GEOGRAFIA 2018 LITOSFERA TIPOS DE RELEVO DEPRESSÕES São áreas da superfície localizadas em altitude inferior à das regiões próximas (depressão relativa) ou abaixo do nível do mar (depressão absoluta). As depressões podem ser formadas de várias maneiras: por deslocamento do terreno, remoção de sedimentos, dissolução de rochas ou até por queda de meteoritos. O Mar Morto, situado 416 metros abaixo do nível do mar, é a maior depressão do globo. Ele banha Israel, Jordânia e Cisjordânia e leva esse nome em razão da elevada concentração de sal de suas águas – dez vezes superior à dos demais oceanos –, o que impede a existência de qualquer forma de vida. MONTANHAS Também chamadas de dobramentos modernos, são grandes áreas elevadas resultantes do choque de placas tectônicas (veja mais na pág. 32). Os maiores picos do mundo ficam na Cordilheira do Himalaia, um complexo montanhoso que se estende por cinco países asiáticos: Paquistão, Índia, Nepal, Butão e China. Sua formação, iniciada há cerca de 70 milhões de anos, resulta do choque entre a placa tectônica Indiana e a placa Eurasiática (veja mais na pág. 31). O curioso é que a placa Indiana continua a se mover, fazendo com que o Himalaia se eleve a uma taxa de 5 milímetros por ano. SAIBA MAIS O RELEVO SUBMARINO Escondido sob o cobertor das águas mari- nhas, o solo oceânico apresenta um rico relevo de montanhas, planaltos e fossas profundíssi- mas. Como essas formas não estão expostas à erosão de agentes externos, como o vento e as chuvas, os perfis são mais contrastantes e escarpados. Podemos destacar três porções desse relevo submerso: Plataforma continental: terras submersas que se prolongam das terras emersas, como uma orla em torno dos continentes. Topogra- ficamente, ela é uma superfície quase plana, formada pelo acúmulo de sedimentos de origem continental. Vai até os 200 metros de profundidade, que também é o limite da pe- netração da luz solar (veja mais na pág.54). Cordilheira submarina: elevações de forma regular que surgem ao longo dos oceanos, como a Dorsal Mesoatlântica. Essa cadeia de montanhas submersas tem mais de 10 mil quilômetros de comprimento e se estende no sentido norte-sul pela região central do Oceano Atlântico. Sua formação se deve ao afastamen- to das placas tectônicas, que permitiu que o magma chegasse à superfície. Em alguns pon- tos, os picos se elevam acima do nível do mar e formam ilhas, como é o caso do arquipélago de Fernando de Noronha, no Brasil. Há outras cordilheiras submarinas nos ocea- nos Índico e Pacífico, todas com uma caracte- rística em comum: formam-se em locais onde as placas tectônicas estão se afastando umas das outras. O afastamento é lento (menos de 2 centímetros ao ano), impulsionado pelas correntes convectivas do magma, que se eleva e forma novas rochas ao se resfriar. Fossas oceânicas: também conhecidas como fossas abissais, são gigantescos abismos sub- marinos formados quando uma placa tectôni- ca é forçada para debaixo de outra, após uma colisão. O local mais profundo dos oceanos é a Fossa das Marianas, um enorme vale sub- marino com 10.920 metros de profundidade, localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oce- ano Pacífico. Ela tem por volta de 2,5 mil quilômetros de extensão e fica na fronteira entre duas pla- cas tectônicas, a do Pacífico e a das Filipinas. Caso o Monte Everest fosse colocado dentro da Fossa das Marianas, ainda restariam mais de 2 mil metros de água entre seu pico e o nível do mar. As quatro faces da Terra Conheça os principais tipos de relevo que constituem o cenário global PLANALTOS São elevações de altitudes variadas, em que predomina o processo de erosão e cuja composição rochosa pode ser de rochas sedimentares, cristalinas ou metamórficas. Os planaltos apresentam superfície irregular, como serras e chapadas, e são delimitados por áreas rebaixadas em um de seus lados. O continente africano se destaca pela presença de planaltos, com altitudes predominantes entre 400 e 2 mil metros. Na porção leste/nordeste, destacam-se os planaltos da Etiópia e o dos Grandes Lagos. PLANÍCIES São áreas de superfície relativamente plana, formadas por rochas sedimentares e nas quais predominam os processos de deposição e acúmulo de sedimentos. Na maior parte das vezes, as planícies são encontradas em baixas altitudes. Em geral, localizam-se próximas do litoral, como a planície do norte europeu, ou de grandes rios ou lagos, como ocorre com a planície do Rio Amazonas. Mas é bom ficar atento: não é a altitude de um relevo que determina se ele é uma planície; o principal fator definidor é o acúmulo de sedimentos. Nas regiões elevadas, por exemplo, existem as planícies de montanha, que são formadas de rocha sedimentar e delimitadas por aclives. ALTOS E BAIXOS Exemplos de relevo (da esquerda para a direita): Depressão do Mar Morto (Israel), Cordilheira do Himalaia (Nepal), Planalto do Apalache (EUA) e Planície Amazônica (Brasil) [1] ^~^ 29GE GEOGRAFIA 2018 1. ÁSIA: Everest (Nepal) 8.850 m 2. AMÉRICA DO SUL: Aconcágua (Argentina) 6.959 m 3. AMÉRICA DO NORTE: McKinley (EUA) 6.194 m 4. ÁFRICA: Kilimanjaro (Quênia) 5.895 m 5. EUROPA: Elbrus (Rússia) 5.642 m 6. ANTÁRTICA: Maciço Vinson 4.897 m 7. OCEANIA: Kosciuszko (Austrália) 2.228 m Fonte: Atlas National Geographic MONTES MAIS ALTOS POR CONTINENTE O maior deles fica na Cordilheira do Himalaia, no Nepal ELEVAÇÃO OCEÂNICA O arquipélago de Fernando de Noronha é formado a partir de alguns pontos emersos da Dorsal Mesoatlântica [1] iSTOCK PHOTO | DIVULGAÇÃO | IRMO CELSO [2] iSTOCK PHOTO AS FORMAÇÕES DO RELEVO NO MUNDO 4.800 m 3.000 m 1.800 m 1.200 m 600 m 300 m 150 m 0 -1.000m -2.000 m -3.000 m -4.000 m -5.000 m -6.000 m -7.000 m -8.000 m ALTITUDES Picos Fonte: IBGE Aconcágua Maciço Vinson Pico da Neblina Mte. McKinley Mte. Elbrus Mte. Kilimanjaro Mte. Everest Mte. Kosciuszko TETO DO MUNDO Os maiores picos do mundo ficam na Cordilheira do Himalaia, um complexo montanhoso localizado no coração da Ásia. NAS PROFUNDEZAS DO OCEANO O local mais profundo dos oceanos é a Fossa das Marianas, um enorme vale submarino localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oceano Pacífico SALGADO E SEM VIDA O Mar Morto banha Israel, Jordânia e Cisjordânia e é a maior depressão do globo BERÇO DAS ÁGUAS O planalto dos Grandes Lagos abriga as nascentes das duas maiores bacias hidrográficas do continente: a do Rio Congo, a maior em volume de água, e a do Rio Nilo. CORDILHEIRAS OCEÂNICAS A Dorsal Mesoatlântica forma uma cadeia de montanhas que se estende de norte a sul no Oceano Atlântico As maiores altitudes (mancha marrom) ficam no centro-sul da Ásia. As planícies (áreas verdes e amarelo-claras) estão espalhadas pelo globo SEDIMENTOS ACUMULADOS A Planície Amazônica é uma faixa de terra que acompanha o Rio Amazonas e torna-se mais larga quando chega na foz, na Ilha de Marajó [2] ^~^ 30 GE GEOGRAFIA 2018 LITOSFERA PLACAS TECTÔNICAS A s placas tectônicas são gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa do nosso planeta (a litosfera), sustentando os continentes e os oceanos. Impulsionadas pelo movimento do magma incandescente (material em estado líquido-pastoso no interior da Terra), as principais placas se empurram, afastam-se umas das outras e afundam ou elevam-se alguns milímetros por ano, alterando suas dimensões e modifi cando o contorno do relevo terrestre. Esses imensos fragmentos atuam como artistas que, continuamente, recriam a paisagem da Terra. Aliás, a palavra “tectônica” vem de tektoniké, expressão grega que signifi ca “a arte de cons- truir”. A confi guração atual dos continentes, por exemplo, é fruto de milhões de anos de “trabalho artístico” das placas. Veja ao lado as característi- cas de 16 das mais importantes placas tectônicas. A deriva continental Desenvolvida pelo alemão Alfred Lothar We- gener, a teoria da deriva continental não recebeu muito crédito quando foi divulgada em 1912. À época, poucos acreditaram na hipótese levantada por esse cientista de que, no passado geológico, toda a crosta terrestre estava unida em um único continente – a Pangeia – e que, posteriormente, ela se rompeu em dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana. Estas, por sua vez, se desmembraram em várias outras partes, que passaram a se mover em diferentes direções. Para sustentar sua argu- mentação, Wegener recorreu à semelhança dos contornos da África ocidental e do leste da América do Sul e também à análise de fósseis e amostras de rochas. Posteriormente, a confi rmação de que as placas rochosas fl utuam sobre magma incan- descente ajudou a fortalecer a tese de Wegener. Atualmente, geólogos do mundo inteiro reto- mam e aprofundam as descobertas de Wegener a partir da teoria da Tectônica das Placas. Os estudos em vigor desde a década de 1960 descre- vem a analisam com detalhes os movimentos das placas que compõem a crosta terrestre, bem como suas consequências, como os abalos sísmicos e as alterações no relevo terrestre e do fundo dos oceanos. Confi ra à direita como foi o processo de deslocamento de terras que resultou na formação dos atuais continentes. As construtoras da Terra As placas tectônicas modelam e modifi cam o relevo do planeta há milhões de anos PLACA DE COCOS Foi formada a partir do desprendimento da placa do Pacífi co. Fundiu-se com a placa do Caribe, criando uma zona turbulenta QUEBRA-CABEÇA PLANETÁRIO Conheça as características de 16 das mais importantes placas tectônicas PLACA DA AMÉRICA DO NORTE O deslocamento em relação à placa do Pacífi co cria uma zona turbulenta: em um dos limites, na Califórnia, está a falha de San Andreas, famosa pelos terremotos arrasadores PLACA DO PACÍFICO Com cerca de 70 milhões de quilômetros quadrados, está em constante renovação na região do Havaí, onde o magma sobe e cria ilhas vulcânicas. No encontro com