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geografia
VESTIBULAR+ENEM 2018
W W W . G U I A D O E S T U D A N T E . C O M . B R
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Fundada em 1950
 VICTOR CIVITA ROBERTO CIVITA
 (1907-1990) (1936-2013) 
Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Côrrea (Vice-Presidente), 
Alecsandra Zapparoli, Giancarlo Civita e José Roberto Guzzo
Presidente do Grupo Abril: Walter Longo
Diretora Editorial e Publisher da Abril: Alecsandra Zapparoli
Diretor de Operações: Fábio Petrossi Gallo
Diretor de Assinaturas: Ricardo Perez
Diretora da Casa Cor: Lívia Pedreira
Diretor da GoBox: Dimas Mietto
Diretora de Mercado: Isabel Amorim
Diretor de Planejamento, Controle e Operações: Edilson Soares
Diretora de Serviços de Marketing: Andrea Abelleira 
Diretor de Tecnologia: Carlos Sangiorgio
Diretor Editorial – Estilo de Vida: Sérgio Gwercman
Diretor de Redação: Fabio Volpe
Diretor de Arte: Fábio Bosquê Editores: Ana Prado, Fábio Akio Sasaki, Lisandra Matias, Paulo Montoia 
Repórter: Ana Lourenço Analista de Informações Gerenciais: Simone Chaves de Toledo Analista de 
Informações Gerenciais Jr.: Maria Fernanda Teperdgian Designers: Dânue Falcão, Vitor Inoue Estagiários: 
Giovanna Fontenelle, Marcela Coelho, Sophia Kraenkel Atendimento ao Leitor: Sandra Hadich, Walkiria 
Giorgino CTI Andre Luiz Torres, Marcelo Augusto Tavares, Marisa Tomas PRODUTO DIGITAL Gerentes de 
Produto: Pedro Moreno e Renata Aguiar
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Consultoria: Arno Aloisio Goettems Texto: Arno Aloisio Goettems, Cristina 
Carmo e Yuri Vasconcelos. Infografia e ilustração: 45 Jujubas, Alex Argozino e Mario Kanno (Multi-SP) 
Revisão: Bia Mendes e texxto comunicação
www.guiadoestudante.com.br
GE GEOGRAFIA 2018 ed.10 (ISBN 978-85-69522-25-6) é uma publicação da Editora Abril. Distribuída em todo o 
país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. 
A PUBLICAÇÃO não admite publicidade redacional.
IMPRESSA NA GRÁFICA ABRIL Av. Otaviano Alves de Lima, 4400, CEP 02909-900 – Freguesia do Ó - 
São Paulo - SP
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5GE GEOGRAFIA 2018 
O passo final é reforçar os estudos sobre atualidades, pois as pro-
vas exigem alunos cada vez mais antenados com os principais fatos 
que ocorrem no Brasil e no mundo. Além disso, é preciso conhecer 
em detalhes o seu processo seletivo – o Enem, por exemplo, é bem 
diferente dos demais vestibulares.
� COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE Enem e o GE Fuvest são verda-
deiros “manuais de instrução”, que mantêm você atualizado sobre 
todos os segredos dos dois maiores vestibulares do país. Com duas 
edições no ano, o GE ATUALIDADES traz fatos do noticiário que 
podem cair nas próximas provas – e com explicações claras, para 
quem não tem o costume de ler jornais nem revistas.
Um plano para 
os seus estudos
Este GUIA DO ESTUDANTE GEOGRAFIA oferece uma ajuda e tanto 
para as provas, mas é claro que um único guia não abrange toda a preparação 
necessária para o Enem e os demais vestibulares.
É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE tem uma série de publicações 
que, juntas, fornecem um material completo para um ótimo plano de estudos. 
O roteiro a seguir é uma sugestão de como você pode tirar melhor proveito de 
nossos guias, seguindo uma trilha segura para o sucesso nas provas.
O primeiro passo para todo vestibulando é escolher com clareza 
a carreira e a universidade onde pretende estudar. Conhecendo o 
grau de dificuldade do processo seletivo e as matérias que têm peso 
maior na hora da prova, fica bem mais fácil planejar os seus estudos 
para obter bons resultados.
� COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE PROFISSÕES traz todos os 
cursos superiores existentes no Brasil, explica em detalhes as carac-
terísticas de mais de 270 carreiras e ainda indica as instituições que 
oferecem os cursos de melhor qualidade, de acordo com o ranking 
de estrelas do GUIA DO ESTUDANTE e com a avaliação oficial do MEC.
Para começar os estudos, nada melhor do que revisar os pontos 
mais importantes das principais matérias do Ensino Médio. Você 
pode repassar todas as matérias ou focar apenas em algumas delas. 
Além de rever os conteúdos, é fundamental fazer muito exercício 
para praticar.
� COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ Além do GE GEOGRAFIA, que você 
já tem em mãos, produzimos um guia para cada matéria do Ensino 
Médio: GE HISTÓRIA , Português, Redação, Matemática, Biologia, 
Química e Física. Todos reúnem os temas que mais caem nas pro-
vas, trazem muitas questões de vestibulares para fazer e têm uma 
linguagem fácil de entender, permitindo que você estude sozinho.
CAPA: 45 JUJUBAS
1 Decida o que vai prestar
2 Revise as matérias-chave
3 Mantenha-se atualizado
APRESENTAÇÃO
Os guias ficam um ano nas bancas – 
com exceção do ATUALIDADES, que 
é semestral. Você pode comprá-los 
também pelo site do Guia do Estudante: 
 guiadoestudante.com.br 
FALE COM A GENTE: 
Av. das Nações Unidas, 7221, 18º andar, 
CEP 05425-902, São Paulo/SP, ou email para: 
guiadoestudante.abril@atleitor.com.br
CALENDÁRIO GE 2017
Veja quando são lançadas 
as nossas publicações
MÊS PUBLICAÇÃO
Janeiro
Fevereiro GE HISTÓRIA
Março GE ATUALIDADES 1
Abril GE GEOGRAFIA
Maio
GE QUÍMICA
GE PORTUGUÊS
Junho
GE BIOLOGIA
GE ENEM
GE REDAÇÃO
Julho GE FUVEST 
Agosto
GE ATUALIDADES 2
GE MATEMÁTICA
Setembro GE FÍSICA
Outubro GE PROFISSÕES
Novembro
Dezembro
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CARTA AO LEITOR
6 GE GEOGRAFIA 2018
Desde 1880, quando a temperatura do planeta 
começou a ser medida, a população da Ter-
ra não enfrentou um ano tão quente como 
o de 2016. É o que diz a Agência Oceânica 
e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, 
na sigla em inglês), uma das principais au-
toridades nesse âmbito. A temperatura média global no ano 
passado foi 0,94 grau Celsius acima da média do século XX.
Equilíbrio 
alterado
Teria 2016 sido um ano atípico em termos climáticos? 
Nada disso. A temperatura do planeta no ano passado bateu 
o recorde, que era de 2015, que por sua vez quebrou a maior 
marca de 2014 – três recordes seguidos. Isso sem contar que, 
desde 1976, a temperatura global vem se mantendo acima da 
média histórica. Ou seja, não estamos falando de um ponto 
fora da curva, mas sim de uma tendência praticamente 
consolidada: o planeta está mais quente.
A elevação da temperatura global diz muito respeito às 
atividades humanas, principalmente em razão das emissões 
de gases que intensificam o efeito estufa. Como consequência, 
observamos extremos climáticos que vão de intensas tempes-
tades a secas prolongadas, passando pelo derretimento do gelo 
do Ártico até picos de calor em diversas cidades do planeta.
A Geografia é a disciplina que se propõe a estudar o espaço 
geográfico e suas constantes transformações. Como você verá 
nesta publicação, muitas dessas alterações são estimuladas 
por fenômenos naturais, como uma erupção vulcânica ou o 
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7GE GEOGRAFIA 2018 
ENXUGANDO GELO 
Crianças brincam 
em um iceberg na 
costa da Groenlândia: 
aquecimento 
global provoca o 
desprendimento de 
grandes blocos de gelo
ciclo hidrológico. Mas sob qualquer aspecto que você analisar 
a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, a marca do 
homem estará lá, alterando o equilíbrio da natureza. 
É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE GEOGRAFIA pro-
põe o estudo das definições e dos conceitos referentes aos temas 
mais importantes da Geografia física associado aos principais 
assuntos contemporâneos. Dessa forma é possível acompanhar 
todo o dinamismo inerente à disciplina e conseguir assimilar 
melhor como a ação antrópica e a Geografia se relacionam. 
Tudo isso acompanhado de um amplo conjunto de informações 
na forma de textos, resumos, simulados, mapas e infográficos.
Para complementar seu aprendizado de Geografia, também 
recomendamos o GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES, 
que é lançado duas vezes por ano e aborda os aspectos mais 
relacionados aos temas contemporâneos da Geografia humana.
Um abraço,� Fábio Sasaki, editor – fabio.sasaki@abril.com.br
8 EM CADA 10
APROVADOS NA 
USP USARAM O 
GUIA DO 
ESTUDANTE
O selo de qualidade acima é resultado de uma pes-
quisa realizada com 300 estudantes aprovados em 
três dos principais cursos da Universidade de São 
Paulo: Direito, Engenharia e Medicina.
� 8 em cada 10 entrevistados na 
pesquisa usaram algum conteúdo do 
GUIA DO ESTUDANTE durante sua 
preparação para o vestibular. 
TESTADO E APROVADO!
� Pesquisa quantitativa feita nos dias 13 e 14/2/2017.
� Total de estudantes aprovados nesses cursos: 1.566.
� Margem de erro amostral: 5 pontos percentuais.
MAIS CONTEÚDO PARA VOCÊ
As publicações do GE contam agora com o recurso 
mobile view. Essa tecnologia permite que você aces-
se, com seu smartphone, conteúdos extras em algu-
mas aulas e reportagens dos nossos guias. A presen-
ça desses conteúdos, principalmente em forma de 
vídeos, será sempre identificada com o ícone abaixo:
Usar o recurso mobile view é simples:
1• Baixe em seu smartphone o 
aplicativo Blippar. Ele está disponível, 
gratuitamente, para aparelhos com 
sistema Android e iOS em lojas virtuais 
como Google Play e AppleStore.
2• Depois, basta abrir o aplicativo e usar 
o celular nas matérias que apresentam 
o ícone do mobile view – seguindo as 
orientações em cada página.
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SUMÁRIO
8 GE GEOGRAFIA 2018
� Geografia 
VESTIBULAR + ENEM 
2018
CARTOGRAFIA
10 Imagens de satélite contra a pobreza O desenvolvimento mapeado
12 Elementos do mapa Dicas para entender os elementos cartográficos
14 Coordenadas geográficas Aprenda a identificar pontos no mapa
16 Fusos horários Como os países acertam os seus relógios
18 Tipos de mapa Os diferentes aspectos retratados pela cartografia
20 Projeções As formas de representar o espaço geográfico 
22 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
LITOSFERA
24 Zelândia, o continente submerso A mais nova extensão de terra
26 Composição e estrutura geológica As camadas internas do planeta
28 Tipos de relevo Depressões, planaltos, planícies e montanhas
30 Placas tectônicas Os grandes blocos que modelam o relevo 
32 Relevo em movimento A ação de forças internas e externas na Terra
36 Relevo do Brasil O processo de formação do terreno nacional 
38 Recursos minerais Conheça suas características geológicas
40 Características dos solos Processo de formação e fertilidade 
42 Deslizamentos e inundações Os efeitos da ocupação desordenada
44 Contaminação dos solos Um dos principais problemas ambientais
46 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
HIDROSFERA
48 Uma esperança na aridez do sertão O Nordeste e a seca
50 A distribuição de água no planeta Onde está a água no globo 
52 Água salgada Oceanos e mares ajudam a equilibrar a vida na Terra
56 Água doce As reservas que guardam o líquido que consumimos 
58 Tsunami Tremores no fundo do mar provocam ondas de destruição
60 Bacias hidrográficas do Brasil As fontes de água do nosso território
62 Escassez hídrica no mundo Onde a falta de água já provoca crise
64 Escassez hídrica no Brasil Torneiras secas no Nordeste e no Sudeste 
66 Poluição hídrica Os efeitos perversos da contaminação das águas 
68 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
ATMOSFERA
70 Um cético do clima no poder Donald Trump e sua agenda energética
72 Camadas da atmosfera A estrutura de gás que envolve o planeta
73 Meteorologia Os principais fenômenos que influenciam o clima
76 El Niño e La Niña Entenda esses fenômenos meteorológicos
77 Ciclone Os efeitos devastadores da perturbação atmosférica
78 Climas do mundo As características das dez classificações climáticas
80 Climas do Brasil Os seis principais grupos climáticos do país
82 Poluição do ar Os efeitos da emissão de gases nocivos à atmosfera
84 Aquecimento global As alterações climáticas causadas pelo homem
86 Os efeitos das mudanças climáticas Os riscos que podemos enfrentar
88 Energias renováveis As alternativas para evitar a poluição do ar
90 Acordo de Paris e Protocolo de Kyoto Redução das emissões em pauta
92 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
BIOSFERA
94 A Amazônia sob risco de “savanização” A floresta tropical em perigo
96 Ecologia O ciclo natural que sustenta a vida no planeta
98 A evolução do planeta Infográfico mostra a origem da vida na Terra
100 Vegetação no mundo As características das formações vegetais
106 Biomas brasileiros A rica biodiversidade do país sob ameaça
110 Preservação e conservação Os mecanismos de proteção ambiental 
111 Código Florestal Nova lei regulamenta o uso da terra no Brasil
112 Conferências ambientais Os eventos em que o ambientalismo é pauta
114 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção
ATLAS
116 O mundo em resumo Um perfil socioeconômico e físico dos continentes
126 O Brasil em resumo As cinco regiões brasileiras em fatos e números
RAIO X
132 As preciosas informações contidas nos enunciados das questões 
SIMULADO
134 32 questões para você aplicar os seus conhecimentos
GLOSSÁRIO
146 Os principais conceitos básicos que você encontrará na publicação
RAFAEL ARENAS/REUTERS
OBRA DA NATUREZA 
Uma nuvem de fumaça 
e poeira colore o céu 
de Puerto Montt, no 
Chile: vulcão Calbuco 
entrou em atividade 
em 2015 pela primeira 
vez em 50 anos
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9GE GEOGRAFIA 2018 
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GLOSSÁRIO
146 GE GEOGRAFIA 2018
AÇÕES ANTRÓPICAS Ações do homem no 
meio ambiente, como a construção de cidades, 
indústrias, estradas, o desmatamento para a 
implantação da agropecuária, entre outras.
ASSOREAMENTO Excesso de sedimentos nos 
leitos de rios e lagos.
AQUÍFERO Extensos depósitos de águas 
subterrâneas em áreas continentais, como o 
Aquífero Guarani, na América do Sul.
AUSTRAL Sul.
BACIA HIDROGRÁFICA Área delimitada pelos 
divisores de água, ou seja, por altitudes maiores e 
que compreende um rio principal, seus afluentes e 
subafluentes, os lagos e as águas subterrâneas.
BOREAL Norte.
CLIMA Sucessão habitual dos tipos de tempo 
atmosférico. Para classificar os tipos de clima, 
são necessários registros de temperatura e 
pluviosidade de, no mínimo, 30 anos. 
CORRENTES DE CONVECÇÃO Correntes 
de materiais (ar, magma, água...) que se 
movem devido à diferença de temperatura e, 
consequentemente, de densidade.
CROSTA Porção externa e sólida do planeta 
Terra formada por rochas, minerais e solos e 
com profundidades que variam entre 6 e 75 
quilômetros, aproximadamente.
DEPRESSÃO ABSOLUTA Forma de relevo onde 
predomina a erosão e que apresenta altitude 
menor que a do nível do mar.
DEPRESSÃO RELATIVA Forma de relevo 
com altitude inferior à dos planaltos e com 
predomínio da erosão sobre a sedimentação.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Desenvolvimento que atende às necessidades 
das gerações presentes sem comprometer as 
necessidades das futuras gerações.
Conceitos 
básicos
Os principais termos que 
você precisa saber para 
estudar Geografia
ECOSSISTEMA São sistemas dinâmicos 
resultantes da interdependência entre fatores 
físicos do meio ambiente – como atmosfera, 
solo e água – e os seres vivos que o habitam.
EQUINÓCIO Dia do ano em que os raios solares 
incidem diretamente sobre a linha do Equador, 
marcando o início da primavera ou do outono 
nos hemisférios Norte e Sul.
EROSÃO Desgaste das rochas por meio de agentes 
externos ou exógenos, como as chuvas, os ventos, 
as geleiras, os rios, os oceanos, entre outros.
GPS (GLOBAL POSITIONING SYSTEM) Sistema 
de Posicionamento Global, formado por 24 
satélites em órbitas a 20.200 quilômetros ao 
redor da Terra. O sistema permite a localização 
de qualquer ponto da superfície terrestre com 
receptores móveis e tem inúmeras aplicações, 
como identificar rotas de navegação, por exemplo. 
INTEMPERISMO Conjunto de forças 
físicas, químicas e biológicas associadas à 
decomposição das rochas.
ISTMO Faixa estreita de terras que liga dois 
continentes ou outras extensas áreas e terras 
emersas. Entre os mais conhecidosestão o Istmo 
de Suez e o Istmo do Panamá.
LATITUDE Medida em graus da distância de 
um ponto qualquer da superfície terrestre em 
relação à linha do Equador.
LITOSFERA Parte sólida externa da crosta 
terrestre, formada por rochas.
LONGITUDE Medida em graus da distância de 
um ponto qualquer da superfície terrestre em 
relação ao meridiano de Greenwich.
MANTO Camada geológica da Terra composta 
de material fundido, o magma, que se encontra 
entre 350 e 2.900 quilômetros de profundidade.
MERIDIANO Linhas imaginárias que cruzam a 
Terra no sentido norte-sul, de um polo ao outro 
do globo. Os meridianos nos indicam a longitude.
MERIDIONAL Sul.
MIGRAÇÃO Migrante é a pessoa que passa a 
morar em local diferente daquele em que vivia 
anteriormente. No local de onde a pessoa sai ela 
é considerada um emigrante e no local onde ela 
passa a se fixar é considerada um imigrante.
NÚCLEO (DA TERRA) Parte interna do planeta, 
composta dos minerais ferro e níquel. 
É subdividido em núcleo externo (material 
fundido) e núcleo interno (material sólido).
PARALELO Linhas perpendiculares aos 
meridianos, que cruzam a Terra no sentido 
leste-oeste. Os paralelos determinam a latitude. 
PEGADA ECOLÓGICA Área (em hectares) 
necessária para suprir as necessidades das 
populações, de acordo com seus modos de vida.
PLACAS TECTÔNICAS Partes da crosta terrestre 
delimitadas por falhas geológicas.
PLANALTO Forma de relevo na qual os 
processos de erosão superam a sedimentação.
PLANÍCIE Forma de relevo relativamente plana 
na qual predomina a sedimentação e, em geral, 
está localizada em altitudes menores que as do 
seu entorno.
PLUVIOSIDADE Volume de chuvas em um 
determinado tipo de clima.
ROTAÇÃO Movimento da Terra em torno do seu 
próprio eixo imaginário.
SEDIMENTAÇÃO Deposição dos sedimentos após 
o processo de erosão e transporte feito pelos 
agentes erosivos (rios, geleiras, ventos etc.).
SETENTRIONAL Norte.
SOLSTÍCIO Dia do ano em que os raios solares 
incidem diretamente sobre um dos trópicos 
(Câncer ou Capricórnio), marcando o início do 
verão ou do inverno nos hemisférios Norte e Sul.
TECTONISMO Conjunto de fenômenos 
geológicos responsáveis pela movimentação e 
fragmentação da crosta terrestre. 
TRANSLAÇÃO Movimento da Terra em torno 
do Sol.
TROPOSFERA Parte inferior da atmosfera 
terrestre, entre as altitudes de zero a 12 mil 
metros, aproximadamente.
ZONAS TÉRMICAS As três faixas do globo com 
médias de temperatura semelhantes: zona 
equatorial ou intertropical, zonas temperadas 
Norte e Sul (entre os trópicos e os círculos 
polares) e as zonas polares Norte e Sul.
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10 GE GEOGRAFIA 2018
CARTOGRAFIA
1 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO
� Os elementos cartográficos ..........................................................................12
� Coordenadas geográficas ..............................................................................14
� Fusos horários ..................................................................................................16
� Tipos de mapas .................................................................................................18
� Projeções cartográficas ..................................................................................20
� Como cai na prova + Resumo .......................................................................22
A imagem que ilustra a página ao lado, da 
península coreana iluminada durante 
a noite, foi captada por astronautas da 
Estação Espacial Internacional (ISS) há três 
anos e revela um cenário intrigante: enquanto os 
territórios da Coreia do Sul e da China cintilam 
com o clarão gerado pela iluminação das cidades 
desses países, a Coreia do Norte encontra-se 
quase totalmente na escuridão. A exceção é 
a capital, Pyongyang, facilmente identificada 
como um ponto iluminado no meio do breu.
Para além da simples curiosidade, a análise 
da intensidade da iluminação em imagens no-
turnas do nosso planeta revela indiretamente 
o grau de desenvolvimento econômico daquela 
região. Por essa lógica, quanto mais claro é um 
certo lugar, mais rico ele é, já que a luz é uma 
necessidade humana básica, e as pessoas ten-
dem a usá-la mais na medida em que são mais 
ricas. Consequentemente, a escuridão indica 
os lugares menos desenvolvidos.
Por isso, fotografias noturnas do planeta feitas 
do espaço têm sido cada vez mais utilizadas por 
economistas como uma ferramenta importante 
para estimar o grau de riqueza e de pobreza 
de regiões do globo – principalmente aquelas 
carentes de dados econômicos mais acurados, 
como muitos países da África Subsaariana. Des-
sa forma, é possível identificar os bolsões de 
pobreza com maior precisão e encaminhar as 
ações públicas necessárias.
Mas não se pode tomar esse dado isoladamen-
te. A simples observação da imagem noturna 
pode levar a imprecisões, já que um bairro pobre, 
mas com alta densidade populacional, pode 
ter o mesmo nível de luminosidade de uma 
vizinhança rica, mas esparsamente povoada. 
Por isso, um estudo divulgado por pesquisado-
res da Universidade de Stanford, nos Estados 
Unidos, sugere a combinação da análise das 
imagens noturnas com fotos diurnas de alta 
resolução – ao verificar também o local durante 
o dia, mostrando quão urbanizado é o lugar, a 
metodologia tende a ser mais precisa.
Esses estudos são um bom exemplo de como a 
cartografia nos fornece informações imprescin-
díveis para mostrar a 
realidade de diferentes 
localidades e fomen-
tar o estabelecimento 
de políticas públicas. 
Neste capítulo, você 
ficará ainda mais por 
dentro da linguagem e 
do poder dos mapas no 
estudo da Geografia.
Fotos noturnas feitas do espaço são uma nova ferramenta 
para medir níveis de desenvolvimento no planeta e 
identificar as regiões mais carentes
Imagens de satélite 
contra a pobreza
UM PAÍS NO BREU 
Imagem mostra detalhe 
da Ásia: a área iluminada 
à direita é a Coreia do Sul 
e no alto à esquerda está 
a China. A mancha escura 
com um ponto iluminado 
no meio é a Coreia do Norte
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11GE GEOGRAFIA 2018 NASA
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12 GE GEOGRAFIA 2018
CARTOGRAFIA OS ELEMENTOS CARTOGRÁFICOS
A cartografia é dotada de 
uma linguagem própria, 
com símbolos, indicadores e 
representações. Veja a seguir 
algumas dicas para interpretar 
corretamente os mapas
Tudo começou quando o homem 
pré-histórico passou a desenhar 
no interior das cavernas a loca-
lização de seu entorno. Foi assim que 
surgiram os primeiros mapas. À medida 
que o homem foi conquistando novos 
espaços, cruzando mares e aprimorando 
as técnicas cartográficas, os mapas se 
tornaram mais sofisticados. Hoje, com a 
ajuda de poderosos satélites, até mesmo 
as mais inóspitas regiões do planeta são 
reproduzidas com alta precisão.
Com o passar dos séculos, os mapas 
tiveram importantes funções estratégi-
cas: ajudaram a impulsionar a expansão 
marítimo-comercial europeia no século 
XV e atualmente são fundamentais para 
que as administrações públicas desen-
volvam projetos de organização territo-
rial. Com os mapas, é possível realizar 
variados tipos de levantamento, seja ele 
político, socioeconômico ou ambiental. 
Por isso, eles são imprescindíveis ao 
estudo da geografia física e humana e 
à compreensão dos principais temas 
que movem o mundo.
Qualquer representação geométri-
ca da superfície terrestre, ou mesmo 
de parte dela, pode ser considerada 
um mapa – desde o desenho pouco 
apurado do homem pré-histórico até 
o mais completo planisfério produzido 
pela Nasa recentemente. Sejam eles 
rudimentares, sejam eles complexos, 
é importante ressaltar que os mapas 
possuem uma linguagem própria, com 
símbolos, indicadores e representações 
que facilitam sua interpretação. Conhe-
ça mais os recursos utilizados pelos 
cartógrafos para reproduzir diferentes 
informações gráficas.
TÍTULO
O título é a nossa 
primeira aproximação 
com o mapa. Observá-lo 
com atenção pode 
“encurtar” o caminho 
da sua leitura e 
compreensão, pois 
nos permite conhecer, 
de imediato, qual é o 
conteúdo representado.Em geral, vem 
acompanhado do 
ano em que os dados 
foram coletados.
LEGENDA
A legenda é um dos elementos mais importantes 
do mapa, pois dá significado aos indicadores nele 
representados. Ela informa se os dados são percentuais 
ou absolutos, além do significado de cores, símbolos, 
linhas e demais recursos utilizados. 
A leitura da legenda deve ser feita em conjunto com a 
visualização da distribuição dos dados no mapa. Neste 
exemplo, as manchas mais escuras mostram os locais 
onde há maior concentração de pessoas por quilômetro 
quadrado. Note que o mapa não fornece os nomes 
dos países. Essas informações você pode aprender por 
meio da leitura atenta dos mapas políticos. Trata-se, 
aliás, de uma dica interessante: os mapas sempre 
se complementam. Portanto, ao estudar Geografia, 
lembre-se de olhar para os mapas com a mesma 
atenção que você olha para os textos, fotografias, 
gráficos e tabelas.
O fascinante 
universo 
dos mapas
FONTE
A fonte informa a 
origem (instituição, 
pesquisa etc.) dos dados 
utilizados para compor 
o mapa.
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13GE GEOGRAFIA 2018 
ROSA DOS VENTOS
A rosa dos ventos indica 
a orientação geográfica, 
ou seja, para que lado se 
encontram, no mapa, os 
pontos cardeais (norte, 
sul, leste e oeste). Pode 
parecer bem óbvio que 
o norte esteja na parte 
superior do mapa, pois 
essa é uma convenção 
internacional. 
Entretanto, em alguns 
tipos de mapas, como as 
plantas cartográficas e 
em projeções azimutais 
ou planas, o norte nem 
sempre se encontra na 
parte superior do mapa.
ESCALA
A escala indica a relação entre o espaço verdadeiro 
e seu correspondente no mapa. A escala gráfica 
apresentada no mapa acima mostra que 1 centímetro 
equivale a 1.237,5 quilômetros nas dimensões reais. 
Já a escala numérica do mapa ao lado nos mostra que 
cada centímetro reproduzido equivale a 55,5 milhões de 
centímetros – ou 555 quilômetros nas dimensões reais.
Ao analisar os dois mapas, também é possível 
comparar reproduções cartográficas feitas em escalas 
pequenas e grandes. No mapa acima, reproduzido 
em uma escala pequena é possível identificar 
os continentes, a divisão política dos países e os 
oceanos, além dos locais com maior concentração 
de habitantes. Já no mapa ao lado, em escala maior, 
vemos uma área mais restrita – no caso, o território 
brasileiro. Assim, é possível observar os detalhes do 
contorno do país e identificar com mais precisão as 
áreas de maior densidade demográfica.
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14 GE GEOGRAFIA 2018
CARTOGRAFIA COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Para encontrar determinado lu-
gar, como a casa de alguém ou 
um órgão público, precisamos 
de um endereço, não é mesmo? Sa-
bendo o nome da cidade, do bairro, da 
rua e o número da casa, chegaremos 
ao destino. No entanto, nem todas as 
regiões do planeta têm um endereço 
com essas informações. Por isso, para 
obtermos a localização de qualquer 
ponto ou área da superfície terrestre, 
BRASÍLIA
EQUADOR
15º47’S
47º55’O
MERIDIANO DE GREENWICH
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
TRÓPICO DE CÂNCER
utilizamos as coordenadas geográficas. 
Trata-se de um sistema obtido a partir 
do cruzamento de uma rede de linhas 
imaginárias – os meridianos e paralelos:
• Os meridianos cruzam a Terra no 
sentido norte-sul, de um polo ao outro 
do globo. Os meridianos nos indicam a 
longitude, que é a distância expressa 
em graus entre um local no mapa e o 
meridiano de Greenwich.
Localização precisa
Um sistema de eixos horizontais e verticais constituem 
as coordenadas geográficas, que nos ajudam a identificar 
qualquer posição na superfície terrestre
• Os paralelos são linhas perpendiculares 
aos meridianos, que cruzam a Terra no 
sentido leste-oeste. Eles determinam a 
latitude, também expressa em graus, e 
nos indicam a distância entre um local 
no planisfério e a linha do Equador. 
Para localizar qualquer ponto na su-
perfície terrestre é só fazer o cruzamento 
do meridiano com o paralelo e obter os 
dados referentes a latitude e longitude. 
MERIDIANO DE GREENWICH
O meridiano de Greenwich, que ganhou esse nome 
por passar pela cidade de Greenwich, na Inglaterra, 
divide o planeta em Ocidente e Oriente. A partir dele, as 
distâncias são contabilizadas de zero a 180 graus, tanto 
para leste quanto para oeste. A longitude de um lugar é 
a sua distância até o meridiano de Greenwich – quanto 
mais distante, maior será sua longitude. A longitude 
de Brasília, por exemplo, é de 47º55’O – lê-se 47 graus e 
55 minutos de longitude oeste. Ou seja, Brasília está a 
cerca de 47 graus a oeste do meridiano de Greenwich.
Também é comum informar no lugar das iniciais dos 
pontos cardeais (N, S, L e O) um sinal de + (positivo) 
para as latitudes norte e longitudes leste e, em 
contrapartida, um sinal de – (negativo) para as 
latitudes sul e longitudes oeste. 
LINHA DO EQUADOR
A linha do Equador é equidistante em relação aos polos 
Norte e Sul da Terra e serve como referência para traçar 
os paralelos, como os trópicos de Câncer e Capricórnio e 
os círculos polares Ártico e Antártico. Ela divide o planeta 
em porção norte, ou setentrional, e sul, ou meridional. 
As linhas que partem do Equador são divididas de zero 
a 90 graus para as duas direções. A latitude de um lugar 
é determinada por sua distância em relação à linha do 
Equador – quanto mais longe, mais alta é a latitude de um 
ponto. A latitude de Brasília, por exemplo, é 15º47’S – lê-se 
15 graus e 47 minutos de latitude sul. Ou seja, a cidade 
fica a pouco mais de 15 graus ao sul da linha do Equador. 
^~^
15GE GEOGRAFIA 2018 
POR QUE AS COORDENADAS 
SÃO MEDIDAS EM GRAUS?
Geralmente as distâncias são medidas em metros ou quilômetros. 
Por que então a latitude e a longitude são medidas em graus? Ocorre 
que, apesar de a maioria dos planisférios não mostrar isso, estamos 
tratando da medida de uma superfície curva, pois a Terra tem a forma 
arredondada. Assim, essas medidas equivalem à abertura do ângulo 
entre as linhas imaginárias traçadas a partir do centro da Terra até a 
linha do Equador (latitude) e do centro da Terra até o Meridiano de 
Greenwich (longitude). Veja o exemplo de Brasília, nas figuras abaixo:
SAIBA MAIS
BÚSSOLAS, PORTULANOS E GPS
Da Idade Média (séculos V a XV) ao período das Grandes Navegações 
(séculos XV a XVII), a localização geográfica era obtida por meio da 
observação dos astros – a posição do Sol durante o dia e das cons-
telações e da Lua à noite, por exemplo. As distâncias e as direções 
a serem seguidas eram obtidas pela leitura atenta da bússola e das 
Cartas Portulanas ou Mapas Portulanos.
A bússola, cuja invenção é creditada aos chineses, foi fundamental 
para a navegação marítima no período das Grandes Navegações. Sua 
agulha imantada alinha-se com os polos magnéticos Norte e Sul da 
Terra e, dessa forma, permite que o navegador possa localizar-se e 
seguir na direção desejada. O desenvolvimento das Cartas Portulanas 
também facilitou a navegação, à medida que traziam as linhas de rumo 
para orientar o trajeto das embarcações, além de mostrar detalhes do 
litoral e a indicação dos principais portos, baías e cidades, como mostra 
este exemplo que representa o Mar Mediterrâneo e o seu entorno.
Atualmente, dispomos de tecnologias infinitamente mais precisas para 
obter as coordenadas geográficas e identificar praticamente qualquer 
lugar no planeta. Esses dados são facilmente levantados pelo GPS 
(Global Positioning System), um sistema composto por 24 satélites 
que fornece a um aparelho receptor sua posição exata na superfície 
terrestre. As informações são visualizadas a partir de aparelhos de 
GPS, celulares e computadores de bordo em automóveis, aviões e 
navios e são fundamentais para a navegação terrestre, marítima ou 
aérea hoje em dia. 
[1] ALEX ARGOZINO [2] REPRODUÇÃO 
[1]
[2]
Fonte: Atlas Geográfico Mundial. Editora Fundamento, 2007. p. 4
^~^
16 GE GEOGRAFIA 2018
CARTOGRAFIA FUSOS HORÁRIOSOs fusos horários foram estabele-
cidos porque, em razão do mo-
vimento de rotação da Terra, as 
várias porções da superfície terrestre 
são iluminadas de forma diferencia-
da no decorrer do dia. Para dar uma 
volta completa em torno de si, o pla-
neta gira 360º e faz isso em um dia, ou 
seja, em 24 horas. Dessa forma, foram 
determinadas 24 faixas longitudinais 
(no sentido norte-sul do globo) de 15º. 
Cada faixa, denominada de fuso horário 
teórico ou astronômico, corresponde, 
portanto, a 1 hora.
O fuso de referência do horário mun-
dial é o de Greenwich, localidade situ-
ada em Londres, na Inglaterra. Esse 
fuso se estende 7º30’ a oeste e 7º 30’ a 
leste do Meridiano de Greenwich, tam-
bém chamado de Meridiano 0º. A par-
tir dele, foram definidos os demais 
fusos teóricos – indo para leste, acres-
centa-se uma hora a cada fuso; para 
oeste, subtrai-se uma hora.
Entretanto, esses limites teóricos 
dos fusos horários, delimitados a cada 
15º, não coincidem com os limites dos 
países. Por isso, foram criados os fusos 
horários práticos, também conhecidos 
como fusos civis ou políticos. Esses 
fusos respeitam os limites políticos dos 
países, pois consideram os interesses 
de cada nação em fazer parte de um ou 
de outro fuso, de acordo, por exemplo, 
com a integração econômica, política e 
sociocultural com as regiões vizinhas. 
Como os limites das linhas são uma 
convenção, os fusos acabam sendo 
maleáveis. Em novembro de 2013, por 
exemplo, o Brasil passou a ter quatro 
fusos horários, em vez de três. Com a 
medida, os fusos do estado do Acre e 
de parte do Amazonas foram modifica-
dos, a partir de uma leve adaptação do 
meridiano. E essas mudanças ocorrem 
no mundo todo. Em 2016, a Rússia, que, 
com sua vastidão territorial tinha nove 
fusos horários, decidiu aumentar para 
11. Além disso, alguns países adotam as 
chamadas “horas fracionadas”, como o 
Irã (3 horas e meia a mais em relação ao 
fuso de Greenwich) e a Índia (5 horas 
e meia a mais em relação ao fuso de 
Greenwich).
Acertando os ponteiros
Com base nos meridianos e no sistema de 
rotação da Terra, o sistema de fusos horários 
ajuda a organizar as horas em diversas 
localidades do globo
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
TRÓPICO DE CÂNCER
CÍRCULO ANTÁRTICO
CÍRCULO ÁRTICO
EQUADOR
A N T Á R T I C A
Brasília
Lima
Cidade 
do México
Ilhas Galápagos
Honolulu
Tonga
Georgetown
Dacar
Trípoli
Cairo
Berlim
Luanda
Cidade
do Cabo
Maputo
Jerusalém
Riad
Nairóbi
Adis-Adeba
Moscou
Samara
Teerã
Astana
Nova
Délhi
Pequim
Tóquio
Hong
Kong
Seul
Pyongyang
Jacarta
Melbourne
Sydney
Manila
Lisboa
Londres
Paris
Bogotá
Cidade do
Panamá
Nova York
Ottawa
Washington
Vancouver
Los Angeles
San Francisco
Tijuana
Buenos
Aires
+13
+13
-3
+9
+5
+3
+4
+12
-9
Wellington
Reykjavik
Ilhas da Linha
Ilhas
Marquesas
Ilha
Pitcairn
Ilha
de Páscoa
Ilhas
Malvinas
Ilhas
Geórgia
do Sul
Taiti
Paramaribo
Belém
La Paz
Rio Branco
Cuiabá
Assunção
Manaus
Caracas
Santo
Domingo
Quito
Seattle
Edmonton
Anchorage
Whitehorse
Açores
Samoa
Santiago Montevidéu
Houston Miami
Havana
New
Orleans
Chicago
St. Louis
Halifax
St. John’s
MontrealWinnipeg
Denver
Phoenix
Túnis
Argel
Casablanca
Lagos
Abidjan
Johannesburgo
Antananarivo
Cartum
Campala
Lusaka
Kinshasa
Windhoek
Fernando
de Noronha
Bagdá
Murmansk
Helsinque
São
Petersburgo
Roma
Viena
EstocolmoOslo
Istambul
Atenas
KievVarsóviaDublin
Madri
Meca Mascate
Yangun
Bangcoc
Dili
Adelaide
Brisbane
Perth
Cingapura
Colombo
Mumbai
Karachi
Calcutá
Katmandu
Lhasa
Ashkhabad
Tashkent
Cabul Xi’an
Ulan
Bator
Irkutsk
Vladivostok
Xangai
Taipé
Petropavlovsk
Magadan
YakutskYekaterinburgo
Ilhas
Chatham
Oceano Pacífico
Oceano Pacífico
Oceano Ártico Oceano Ártico
Oceano
Atlântico
Oceano
Índico
Manágua
Kiribati
+3
Omsk
+6
+8
+5
Hanói
1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h 0h0h
-12 +12-11 +11-10 +10-9 +9-7 +7-6 +6-5 +5-4 +4-3 +3-2 +2-1 +10-8 +8
150º O 120º 90º 60º 60º 90º 120º 150º L 180º180º 30º 30º0º
Horário Universal
de Greenwich
Horário fracionado
Linha Internacional de Data
+8
Krasnoyarsk
Bucareste Novosibirsk
Fonte: World Time Zone
N
1.780 km
OLHA A HORA! Para determinar o horário em 
um país, deve-se aumentar uma hora no relógio 
para cada fuso a leste de Greenwich e diminuir 
uma hora para cada fuso a oeste dele 
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17GE GEOGRAFIA 2018 
HORÁRIO DE VERÃO
Com o horário de verão, o Brasil mantém seus 
quatro fusos, mas muda a disposição deles, pois 
as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste adiantam 
o relógio em uma hora. O objetivo é aproveitar 
melhor a luz solar, já que, durante o verão, quan-
to maior a latitude, maior o fotoperíodo – o Sol 
nasce mais cedo e se põe mais tarde. 
A medida provoca uma importante redução 
no consumo de energia durante os horários de 
maior consumo, sobretudo das 18h às 20h, o 
que reduz a sobrecarga no sistema elétrico e os 
riscos de apagões. Nos estados localizados em 
latitudes mais baixas (mais próximos da linha 
do Equador), como no Nordeste e Norte, há 
pouca variação do fotoperíodo e, por isso, não 
compensa fazer a mudança para o horário de 
verão. Nesses estados, mesmo que houvesse 
alguma economia de energia à tarde, a mu-
dança provocaria um aumento no consumo 
de energia no início da manhã. 
O horário de verão começa no terceiro domin-
go de outubro e termina no terceiro domingo 
de fevereiro. Se neste último for carnaval, o 
encerramento fica para o domingo seguinte.
VENEZUELA MUDA FUSO HORÁRIO CRIADO POR 
CHÁVEZ PARA POUPAR ENERGIA
A Venezuela reverteu nesta sexta-feira (15) uma mudança de fuso 
horário de meia hora que foi uma das marcas registradas do governo 
do falecido presidente Hugo Chávez.
Chávez atrasou os relógios do país 30 minutos em 2007 para que as 
crianças pudessem acordar para ir à escola com luz do sol.
Mas seu sucessor, Nicolás Maduro, decidiu retomar o sistema ante-
rior, quatro horas atrás do Horário do Meridiano de Greenwich (GMT, 
na sigla em inglês), para ter mais luz solar no final da tarde, quando 
o consumo de energia chega ao máximo. (...)
G1, 15/4/2016
SAIU NA IMPRENSA
OS FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
Exemplos da variação dos horários nos fusos brasileiros quando 
em Londres (fuso de referência) são 15 horas
As regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o Distrito Federal e os estados 
de Goiás, do Tocantins, Pará e Amapá acompanham o horário de 
Brasília. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a 
maior parte do Amazonas têm uma hora a menos. Já um pequeno 
trecho do Amazonas e o Acre passaram a ter duas a menos que Brasília 
com a mudança de fuso implementada em 2013.
Com as alterações, o Brasil ficou com quatro fusos horários. No 
alto, os relógios mostram os diversos horários quando é meio-dia em 
Brasília. Note como Fernando de Noronha e as ilhas oceânicas estão 
mais “adiantados” em relação aos horários do Brasil continental: 
nessas regiões já são 13 horas.
DF
PA
GO
AP
MA
PI
BA
CE
PE
SP RJ
ES
AC
AM
RR
RO
MT
MS
PR
SC
MG
TO
RS
11h10h 12h 13h
Atol das
Rocas (RN)
3’52’S
33’50’O
Penedos de
S. Pedro e
S. Paulo (RN)
3’56’S
29’22’O
Fernando de
Noronha (PE)
3’50’S
32’24’O
*Em relação ao
horário de Greenwich
-4h
-5h
-2h
-3h
FUSO
HORÁRIO*
RN
PB
AL
SE
1h
entram no 
horário de verão
não entram no
horário de verão
SAIBA MAIS
^~^
18 GE GEOGRAFIA 2018
Grandes
Lagos
Aconcágua
6.959 m
Mte. McKinley
6.194 m
Amazonas
Cordilheira dos Andes
Apalaches
Pico da 
Neblina
3.014 m
Sã
o F
ra
nc
isc
o
M
iss
iss
ipp
i
M
ontanhas Rochosas
CARTOGRAFIA TIPOS DE MAPA
Veja como as diversas formas 
de representar o espaço 
geográfico podem alterar 
o modo como enxergamos 
o planeta
Representação: é essa a ideia 
que norteia a construção de 
um mapa. Ocorre que, obvia-
mente, o tamanho e a complexidade 
do planeta não cabem no papel. Desse 
modo, é preciso fazer escolhas para 
conseguir mostrar, num espaço tão res-
trito, o máximo daquilo quecomporta 
o mundo real. 
Dessas escolhas é que resultam as 
diversas maneiras de representar um 
território, que pode se dar com base 
em focos variados, como seus aspectos 
físicos, políticos ou sociais. Cada um 
desses recortes, por sua vez, abarca ou-
tras subdivisões. A representação física 
do planeta, por exemplo, engloba mapas 
de hidrografia e relevo, entre outros. 
Todas essas divisões são importantes 
tanto por seu caráter teórico, ao faci-
litar o estudo de uma área, quanto pela 
aplicação prática desse conhecimento, 
ao nortear a implantação de políticas 
de saúde ou ambientais. 
Entretanto, com tantas possibilidades, 
é preciso atenção na hora de ler os ma-
pas e avaliar as conclusões tiradas com 
base em sua análise. Afinal, como vimos, 
eles mostram apenas uma parte da re-
alidade. Assim, dependendo do ponto 
de vista adotado para sua construção, 
eles podem acabar servindo para in-
fluenciar – positiva ou negativamente – 
o modo como enxergamos determina-
da área ou algum fenômeno. Confira a 
seguir alguns dos principais tipos de 
mapas e o que eles representam.
Vários mapas, 
diferentes 
leituras
MAPAS FÍSICOS
Este tipo de mapa destaca as 
características físicas da superfície 
terrestre, em especial de relevo e 
hidrografia. Geralmente, as diferentes 
faixas de altitudes são apresentadas por 
meio de uma sequência de cores: nas terras 
emersas, os tons em verde são usados para 
altitudes mais baixas, seguidos do amarelo, 
laranja e marrom, sucessivamente, para as 
altitudes mais elevadas. 
Também constam nos mapas físicos 
denominações das unidades de relevo 
que se destacam no território, como 
cadeias montanhosas, serras, planaltos 
e planícies, bem como os picos mais 
elevados. Quanto à hidrografia, são 
representados com traços azuis os 
grandes rios e seus principais afluentes 
e subafluentes. Os principais lagos 
também são identificados.
MAPAS POLÍTICOS
É este recorte que dá aos mapas a cara 
que mais conhecemos: os continentes 
divididos em países, os países divididos 
em regiões e estas, em cidades (veja, 
ao lado, os 35 países do continente 
americano). Seu objetivo é simplesmente 
demarcar os limites entre territórios, que 
podem mudar no decorrer dos anos.
As fronteiras entre as nações, por 
exemplo, sofreram muitas mudanças no 
decorrer da história. As atualizações do 
mapa-múndi atingiram número recorde 
no século XX, por causa do turbilhão de 
eventos ocorridos no período, como o 
desmembramento da ex-União Soviética. 
A mais recente alteração no mapa político 
ocorreu em 2011, com o desmembramento 
do Sudão, que deu origem ao Sudão 
do Sul. Em suma, aparecer ou não no 
mapa significa ter a própria existência 
reconhecida pelo resto do mundo.
^~^
19GE GEOGRAFIA 2018 
SAIBA MAIS
ANAMORFOSES, OS MAPAS DISTORCIDOS
Os mapas têm como objetivo apresentar de forma mais fiel possível 
o espaço geográfico, certo? Mais ou menos. Existem alguns tipos de 
representação cartográfica que distorcem o tamanho e o traçado das 
regiões para reforçar o efeito comparativo sobre o tema apresentado. 
Esses mapas recebem o nome de anamorfoses e costumam cair nos 
vestibulares com certa frequência.
Nesta anamorfose, o tamanho de cada país é proporcional ao seu 
Produto Interno Bruto (PIB) e não à sua extensão territorial. Logo, 
chama a atenção o aumento de tamanho dos Estados Unidos, dono 
da maior economia do mundo, com 18 trilhões de dólares. Por sua vez, 
note como o Canadá, que tem a segunda maior extensão territorial 
do planeta, atrás apenas da Rússia, ficou representado de uma forma 
bem menor nesta anamorfose. Isso acontece porque o gigantismo de 
sua área não é proporcional ao seu PIB. Já o mapa do Brasil apresenta 
poucas distorções na comparação entre economia e área.
MAPAS TEMÁTICOS
São mapas que representam dados 
sobre determinados temas, permitindo 
observar as características de uma 
região e estabelecer comparações 
entre os países apresentados. Os temas 
abordados podem ser os mais diversos, 
da economia à cultura, passando por 
demografia e meio ambiente. 
Neste exemplo, os países da América são 
agrupados a partir de sua classificação 
no ranking mundial do Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH). 
O indicador, apurado pela Organização 
das Nações Unidas (ONU), serve 
para medir as variações no padrão 
de qualidade de vida das diferentes 
populações do globo, levando em conta 
três fatores: educação, longevidade e 
renda. Ao observarmos o mapa de IDH 
do continente americano acima, 
notamos que Estados Unidos, Canadá, 
Chile e Argentina são as únicas nações 
com IDH muito alto, enquanto o Haiti é a 
única nação com baixo desenvolvimento 
humano. O Brasil, junto com países como 
Venezuela e México, tem IDH alto.
Índice de 
Desenvolvimento 
Humano (2015) 
Muito Alto 
Alto 
Médio 
Baixo 
Dados não disponíveis
Estados Unidos
Canadá
Argentina
Chile
Cuba
Venezuela
Haiti
Brasil
México
PARA IR ALÉM 
Confira dezenas de 
anamorfoses sobre os 
mais diversos temas no site 
www.worldmapper.org.
Estados Unidos
Canadá
Brasil
^~^
20 GE GEOGRAFIA 2018
CARTOGRAFIA PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
Ao longo dos séculos, os cartó-
grafos vêm se empenhando em 
desenvolver mapas-múndi da 
forma mais fi el possível. O problema é 
que a Terra tem um formato esférico, 
com um leve achatamento nos polos. 
O maior desafi o na criação dos mapas, 
portanto, é representar este planeta 
esférico em uma superfície plana. Para 
ter uma ideia da difi culdade de fazer 
essa transposição, no decorrer dos anos 
surgiram mais de 200 tipos de projeção 
cartográfi ca. E todas apresentam algum 
tipo de distorção.
Forma e 
conteúdo
O desafi o de reproduzir a 
superfície esférica da Terra 
em um mapa plano levou ao 
surgimento de uma infi nidade 
de projeções cartográfi cas. 
Conheça a seguir os tipos
mais comuns
Equador
Gr
ee
nw
ic
h
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
60˚
60˚
20˚
20˚
Trópico de Câncer
Equador
180˚
160˚
140˚
120˚ 100˚ 80˚ 60˚
40˚
20˚
0˚
Greenwich
Polo
Norte
PROJEÇÃO CILÍNDRICA
Este tipo de projeção é produzido como 
se um cilindro envolvesse a esfera 
terrestre e fosse então planifi cado. 
A projeção cilíndrica ainda consegue 
representar com menos distorções as 
baixas latitudes. 
PROJEÇÃO CÔNICA
Neste tipo de projeção, a representação 
é feita como se um cone envolvesse 
o planeta e depois fosse planifi cado. 
Esta projeção é utilizada para mapas 
de latitudes médias, pois nessa região a 
distorção é menor. 
PROJEÇÃO PLANA 
OU AZIMUTAL
O mapa é construído sobre um plano que 
tangencia algum ponto da superfície 
terrestre. Seu uso mais comum é para 
melhorar a visibilidade das regiões 
polares e de suas proximidades.
AS DIFERENTES REPRESENTAÇÕES DA ESFERA TERRESTRE
Dependendo da figura geométrica utilizada para desenvolver o mapa, as projeções podem ser classificadas da seguinte forma:
^~^
21GE GEOGRAFIA 2018 
CONFORME
Prioriza a forma, ou seja, o contorno 
dos continentes e oceanos e distorce 
a área, principalmente nas latitudes 
maiores. Na Projeção de Mercator ao 
lado, a Groenlândia, que tem cerca de 
2,8 milhões de quilômetros quadrados, 
aparece no mapa com quase o mesmo 
tamanho da África, com seus mais de 
30 milhões de quilômetros quadrados.
EQUIVALENTE
Mantém a equivalência da área, 
ou seja, a proporção entre as áreas 
reais e sua representação nos mapas. 
No entanto, as formas ficam distorcidas, 
como a América do Sul e a África, que 
aparecem mais alongadas no mapa, como 
se nota na Projeção de Peters.
EQUIDISTANTE
Representa com maior fidelidade as 
distâncias, por isso é frequentemente 
adotada para definir rotas aéreas e 
marítimas. No entanto, ela distorce as 
formas e as áreas. As projeções planas ou 
azimutais, descritas na página ao lado, 
também são consideradas equidistantes. 
ARBITRÁRIA OU AFILÁTICA
Não se prende totalmente a nenhuma 
regra, distorcendo tanto a área como 
a forma, porémsem exagerar essas 
distorções, buscando um resultado 
mais equilibrado. O exemplo mais 
representativo é a Projeção de Robinson, 
utilizada na maior parte dos atlas 
e livros escolares.
DIFERENTES PROJEÇÕES CAUSAM POLÊMICA
As projeções também podem ser classificadas de acordo com os parâmetros utilizados 
para conservar ou distorcer as áreas:
SAIBA MAIS
AS IMAGENS DE SATÉLITES
Os satélites são instrumentos essenciais para 
a obtenção de imagens da superfície terres-
tre com grande riqueza de detalhes. A partir 
dessas informações, os cartógrafos produzem 
mapas temáticos, monitoram problemas am-
bientais, como o desmatamento e a poluição 
das águas, descobrem novas riquezas, como ja-
zidas minerais, entre inúmeras outras funções. 
A obtenção de imagens de satélite faz parte de 
um conjunto de técnicas conhecidas como sen-
soriamento remoto. Como a própria expressão 
já diz, trata-se de uma forma de obter imagens 
com sensores localizados à distância. Depen-
dendo das variações que as características físi-
cas da superfície terrestre apresentam, ocorrem 
diferentes índices de reflexão da luz solar ou das 
radiações dos sensores ativos dos satélites. As 
águas, por exemplo, tendem a absorver maior 
quantidade de energia, enquanto construções 
(prédios, estradas, pontes etc.) ou mesmo o solo 
exposto refletem mais a energia incidente. Desta 
forma, é possível identificar as características 
naturais e da ocupação humana de uma deter-
minada área. Existem ainda filtros utilizados para 
realçar alguma caraterística, como as variações 
do relevo, dos recursos minerais, da vegetação 
ou das águas, por exemplo.
CORES E TEXTURAS Nesta imagem da região 
metropolitana de São Paulo, as porções de 
água estão representadas na cor preta, as áreas 
urbanizadas na cor rosa, a vegetação na cor 
verde e o solo exposto na cor marrom
INPE
^~^
22 GE GEOGRAFIA 2018
COMO CAI NA PROVA
1. (Fuvest 2017) Anamorfose geográfi ca representa superfícies dos países 
em áreas proporcionais a uma determinada quantidade.
Observe as seguintes anamorfoses:
 
 
Nas alternativas apresentadas, os títulos que identifi cam de forma correta as 
anamorfoses I e II são, respectivamente: 
a) Transporte aéreo e Transporte ferroviário. 
b) População urbana e População rural. 
c) População total e Produto Interno Bruto. 
d) Ocorrência de HIV e Ocorrência de malária. 
e) Exportação de armas e Importação de armas
RESOLUÇÃO
A anamorfose possui uma força comunicativa poderosa e cartografi camente 
tem o papel de valorizar certos fenômenos geográfi cos, provocando a subversão 
da forma com o propósito de revelar o assunto retratado. Para responder este 
tipo de questão é preciso identifi car o grau de distorção das áreas dos países no 
mapa. Além disso, o conhecimento geral de temas da geografi a física e humana 
é fundamental para saber a quais assuntos o mapa estará relacionado.
No caso desta questão, as alternativas levam às seguintes refl exões: 
A afi rmativa A é incorreta porque países como Japão e China têm forte movimento 
aéreo e o transporte ferroviário é maior em países desenvolvidos; 
A afi rmativa B é incorreta porque não só os países desenvolvidos registram altos 
percentuais de população urbana;
A afi rmativa C é incorreta porque Estados Unidos, Rússia, Brasil, China, Índia são 
os países mais populosos; 
A afi rmativa D é incorreta porque a ocorrência do HIV é maior no continente africano. 
Logo, a resposta que representa a melhor opção é aquela que envolve o comércio 
mundial de armas. EUA, países de Europa Ocidental e Rússia são grandes produtores 
e exportadores. Já Índia e Paquistão (em tensão por disputa territorial), Japão e 
Coreia do Sul (temerosos por ameaças da Coreia do Norte) e países do Oriente 
Médio e do norte da África (envolvidos com ações terroristas e fundamentalismo 
islâmico) são grandes importadores de armamentos. 
Resposta: E
2. (Mackenzie 2016) 
Escala : 1:15.000
Com base no mapa e em seus conhecimentos sobre Escalas Cartográfi cas e Fusos 
Horários Mundiais, qual alternativa contempla, correta e respectivamente, as 
seguintes perguntas.
I. Qual a distância linear entre os dois pontos atingidos pelas explosões, em 
Bruxelas, sabendo que a distância entre os dois pontos no mapa é de 7 cm?
II. Sabendo que o ataque ao Aeroporto Internacional de Zaventem – Bruxelas 
– Bélgica ocorreu às 8h do dia 22/03/2016, país localizado a 15º Leste de 
Greenwich, que horas os relógios brasileiros marcavam em seu fuso principal, 
horário de Brasília, localizado a 45o Oeste de Greenwich? 
a) 150 metros; 4h do dia 21/03/2016. 
b) 1.500 metros; 20h do dia 21/03/2016. 
c) 1.050 metros; 4h do dia 22/03/2016. 
d) 10.500 metros; 20h do dia 22/03/2016. 
e) 105.000 metros; 4h do dia 23/03/2016. 
RESOLUÇÃO
I – A escala numérica indicada no mapa aponta 1: 15.000. Ou seja, para cada 1 
centímetro no mapa temos, na realidade, 15.000 centímetros, ou 150 metros. 
Em uma distância linear de 7 centímetros, temos a seguinte correspondência: 
 1 cm — 150 m
7 cm — x
x= 1050 m
II – Devemos considerar a localidade de Bruxelas a 15° Leste de Greenwich e de 
Brasília a 45° Oeste. Cada fuso equivale a 1 hora e corresponde a 15°. Logo, a diferença 
entre as duas localidades apontadas na questão é de 4 fusos, o equivalente a 4 horas. 
Como no sentido leste as horas aumentam e no sentido oeste as horas diminuem, 
podemos concluir que, no momento do atentado executado em Bruxelas às 8 horas, 
os relógios brasileiros marcavam na sua hora ofi cial quatro horas a menos, pois 
Brasília se localiza mais a oeste da Bélgica. Com isso a hora registrada foi de 4 horas. 
Resposta: C
^~^
23GE GEOGRAFIA 2018 
RESUMO
Cartografia
ELEMENTOS DOS MAPAS São as informações que acompa-
nham os mapas e a eles dão significado. Os principais elementos 
são o título, a legenda (indica o significado dos símbolos, cores 
e demais recursos utilizados nos mapas), a rosa dos ventos 
(indica os pontos cardeais), a fonte dos dados e a escala, que 
determina a proporção em que o mapa foi feito, comparado 
à superfície real.
COORDENADAS GEOGRÁFICAS São valores em graus, minutos 
e segundos obtidos a partir do cruzamento dos meridianos 
(linhas imaginárias traçadas no sentido norte-sul) e dos para-
lelos (linhas imaginárias traçadas no sentido leste-oeste). As 
coordenadas são fundamentais para a localização de qualquer 
ponto ou área na superfície terrestre. O ponto de referência dos 
paralelos é a linha do Equador, enquanto dos meridianos é o 
meridiano de Greenwich. Os paralelos determinam a latitude 
e os meridianos indicam a longitude. 
FUSOS HORÁRIOS São faixas longitudinais (que se estendem 
no sentido norte-sul no globo terrestre) criadas para organizar a 
hora mundial. Inicialmente foram determinadas 24 faixas, cada 
uma com 15 graus. A hora adotada em cada país, no entanto, 
foi regulamentada com base nos fusos horários práticos, que 
acompanham os limites territoriais dos países ou estados, 
de acordo com os interesses político-econômicos regionais. 
O ponto de referência do horário mundial é o meridiano de 
Greenwich, na Inglaterra: indo para leste, adianta-se o relógio; 
para oeste, deve-se atrasá-lo. Muitos países adotam o horário 
de verão, adiantando o relógio em uma hora para aproveitar 
melhor a luz solar e reduzir o consumo de energia.
TIPOS DE MAPAS De acordo com o tipo de informação que 
representam, os mapas podem ser classificados como: mapas 
políticos, que mostram os limites político-territoriais dos 
países; mapas físicos, com as principais características de 
relevo e hidrografia; e os mapas temáticos, que representam 
algum tema ou assunto específico, como dados econômicos, 
populacionais ou ambientais. As anamorfoses aumentam ou 
diminuem o tamanho dos países ou continentes de acordo 
com os dados quantitativos que estão sendo representados.
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS São técnicas utilizadas para 
representar a Terra, que é esférica, em uma superfície plana. 
As principais projeçõessão classificadas de acordo com a figura 
geométrica utilizada para representar a superfície terrestre: 
cilindro (projeção cilíndrica); cone (projeção cônica) e plano 
(projeção plana ou azimutal). Há distorções em todas as pro-
jeções, sendo que em cada uma se prioriza uma determinada 
propriedade: a área, a forma ou as distâncias. A projeção de 
Mercator é mais precisa nas distâncias, mas distorce as áreas. 
Já a projeção de Peters privilegia o tamanho da área, porém 
não consegue apresentar as formas de maneira fiel.
3. (Unicamp 2017) A representação cartográfi ca dos fatos geográfi cos avançou 
consideravelmente, nas últimas décadas, sobretudo a partir do emprego de 
tecnologias modernas utilizadas pela Cartografi a, por exemplo, as imagens 
SRTM, como a que será vista a seguir:
a) Explique por que a Groenlândia e a Península Arábica, que possuem aproxima-
damente a mesma superfície no mapa-múndi acima, apresentam dimensões 
tão discrepantes, e indique qual é a projeção desse mapa-múndi. 
b) Defi na escala cartográfi ca e indique se o mapa acima apresenta uma escala 
grande ou pequena. 
RESOLUÇÃO
a) O mapa apresentado na questão foi feito em uma projeção cilíndrica do tipo 
conforme idealizada por Mercartor. Este mapa prioriza a forma e o contorno 
dos continentes. No entanto, ele distorce o tamanho e a proporção das áreas 
continentais. As áreas de baixa latitude, mais próximas da linha do Equador, 
são reproduzidas de forma mais fi el, como acontece com a Península Arábica. 
Já as regiões de alta latitude, como a Groenlândia, são apresentadas em um 
tamanho proporcionalmente maior do que de fato são.
b) A escala cartográfi ca permite que se estabeleça uma relação entre o espaço 
real e a área apresentada no mapa. O mapa-múndi reproduzido na questão 
tem escala pequena – ela mostra poucos detalhes, priorizando a apresentação 
de uma área de abrangência maior.
� SAIBA MAIS
As escalas numéricas são expressas por uma fração cujo numerador é a 
medida no mapa e o denominador é a medida correspondente ao terreno.
Ex: 1:50.000 ou 1/50.000 – 1 cm no mapa corresponde a 50.000 cm no terreno).
O tamanho da escala é tanto menor quanto maior for o denominador. Veja na 
tabela abaixo como o tamanho da escala se relaciona com a fi nalidade do mapa:
Tamanho Escala Finalidade do Mapa
Grande 
1:50 / 1:100 Plantas arquitetônicas e de engenharia
1:500 a 1: 20.000 Plantas urbanas; projetos de engenharia
Média 1: 25.000 a 1:250.000 Mapas topográfi cos
Pequena Acima de 1: 250.000 Atlas geográfi cos; globos
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24 GE GEOGRAFIA 2018
LITOSFERA
2 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO
� Composição e estrutura geológica .............................................................26
� Tipos de relevo ..................................................................................................28
� Placas tectônicas .............................................................................................30
� Relevo em movimento....................................................................................32
� Relevo do Brasil ................................................................................................36
� Recursos minerais ...........................................................................................38
� Características dos solos ...............................................................................40
� Deslizamento de terra e inundações ........................................................42
� Contaminação dos solos ................................................................................44
� Como cai na prova + Resumo .......................................................................46
maior em relação ao entorno e detém uma crosta 
mais espessa que a do leito oceânico – quatro 
características comuns aos continentes validados.
Embora seja natural pensarmos que um con-
tinente deva estar inteiramente na superfície, 
os pesquisadores argumentam que o fato de 
Zelândia ter apenas 6% de suas terras emersas 
não lhe tira o direito de ser vista como tal. “É o 
menor e mais fi no continente já encontrado, e o 
fato de estar tão submerso, mas não fragmentado, 
o torna útil para explorar a coesão e desintegra-
ção da crosta continental”, aponta Mortimer.
Como não existe um organismo internacional 
que reconheça formalmente os continentes, a 
Zelândia só irá fazer parte da lista se a comuni-
dade científi ca aceitar os argumentos dos pes-
quisadores neozelandeses e passar a citá-la em 
seus trabalhos. Dessa forma, o novo continente 
quase inteiramente 
submerso do Pacífi co 
passaria a ser ensinado 
nas aulas de Geogra-
fi a. Enquanto isso não 
acontece, você apren-
de no capítulo a seguir 
todos os tradicionais 
fenômenos do relevo 
e de sua formação.
O NOVO CONTINENTE
Representação da Terra 
mostra a Zelândia, em volta 
do tracejado em vermelho: 
apenas a Nova Zelândia, 
ao sul, e a pequena ilha da 
Nova Caledônia, ao norte, 
estão acima do nível do mar
Um artigo publicado em fevereiro de 
2017 na revista científi ca da Geological 
Society of America (GSA) propõe uma 
mudança signifi cativa nos livros de Geografi a. 
Segundo o estudo liderado pelo geólogo neoze-
landês Nick Mortimer, o mundo teria um novo 
continente: a Zelândia. O território possui 4,9 
milhões de quilômetros quadrados (cerca de 
60% da área do Brasil) e localiza-se no sudo-
este do Oceano Pacífi co, ao lado da Austrália. 
Detalhe: 94% de suas terras são submersas, e 
as únicas porções acima do nível do mar são as 
ilhas de Nova Zelândia e Nova Caledônia, dis-
tantes cerca de 2.400 quilômetros uma da outra.
A formação da Zelândia estaria relacionada ao 
mesmo fenômeno que deu origem aos demais 
continentes: a deriva continental. A Pangeia, 
a grande e única extensão de terra que existia 
há 225 milhões de anos, foi se fragmentando 
gradativamente até dar forma aos continentes 
que conhecemos atualmente. 
A Zelândia se descolou da Austrália e da An-
tártica e submergiu, mas ainda assim poderia ser 
considerada um continente. É o que defende o 
estudo de Mortimer, com base em critérios geo-
lógicos. Dados coletados por satélite mostram que 
a Zelândia tem uma área bem defi nida, é dotada 
de uma geologia distinta, possui uma elevação 
Território localizado no sudoeste do 
Oceano Pacífi co tem apenas 6% de sua 
área acima do nível do mar 
Zelândia, 
o continente 
submerso
CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO
� Composição e estrutura geológica .............................................................26
� Tipos de relevo ..................................................................................................28
� Placas tectônicas .............................................................................................30
� Relevo em movimento....................................................................................32
� Relevo do Brasil ................................................................................................36
� Recursos minerais ...........................................................................................38
� Características dos solos ...............................................................................40
� Deslizamento de terra e inundações ........................................................42
� Contaminação dos solos ................................................................................44
� Como cai na prova + Resumo .......................................................................46
APONTE O CELULAR PARA AS 
PÁGINAS E VEJA VÍDEO SOBRE 
A FORMAÇÃO DA ZELÂNDIA
(MAIS INFORMAÇÕES NA PÁG. 7)
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25GE GEOGRAFIA 2018 MARIO KANNO/MULTISP
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26 GE GEOGRAFIA 2018
LITOSFERA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA GEOLÓGICA
O termo litos, em grego, significa “pedra” ou 
“rocha”. Portanto, conhecer a litosfera é 
saber literalmente onde estamos pisando, 
já que ela dá nome à camada sólida que reveste a 
esfera terrestre. Essa rigidez em sua superfície, 
aliás, é uma característica que nem todos ospla-
netas possuem. No Sistema Solar, além da Terra, 
somente outros três (Mercúrio, Vênus e Marte) são 
classificados como planetas rochosos. Os demais 
(Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) são gigantes 
gasosos e não possuem uma crosta rochosa.
A litosfera é composta pela crosta e por uma 
parte do manto superior, conforme ilustra a ima-
Por 
dentro 
do globo
Conheça as 
características 
das camadas 
internas do 
planeta e como 
o relevo foi 
formado ao 
longo dos anos
Manto inferior
Manto superior
Fonte: ALMANAQUE ABRIL
Crosta
Núcleo externo
Núcleo 
central
CROSTA
É a parte superior ou externa da litosfera, 
encontrada tanto nas áreas continentais (crosta 
continental) como submersas pelos oceanos 
(crosta oceânica). A crosta continental apresenta 
espessuras que variam de 30 a 70 quilômetros, 
aproximadamente, com rochas mais densas na 
parte inferior e menos densas na porção superior, 
próxima da superfície. A crosta oceânica, por sua 
vez, tem espessura entre 6 e 7 quilômetros de 
profundidade e é constituída predominantemente 
por rochas mais densas.
gem abaixo. É sobre ela que o relevo ganha seus 
contornos, formando desde depressões até cadeias 
montanhosas. Além dessas camadas, a Terra possui 
outras partes em sua estrutura interna igualmente 
sólidas, como o núcleo interno, ou fluidas, como 
o manto e o núcleo externo. Conhecer essa estru-
tura e sua dinâmica é fundamental para entender 
fenômenos como os terremotos, as atividades 
vulcânicas e os tsunamis, por exemplo, e assim 
poder buscar os meios de se proteger contra seus 
efeitos devastadores. 
Veja abaixo as características das diferentes 
camadas da Terra:
TETO DAS AMÉRICAS O Monte Aconcágua, na Argentina, é o ponto mais alto do continente americano, medindo 6.959 metros
AS CAMADAS DA TERRA
APONTE O CELULAR PARA AS 
PÁGINAS E VEJA VIDEOAULA 
SOBRE ESTRUTURAS GEOLÓGICAS 
(MAIS INFORMAÇÕES NA PÁG. 7)
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27GE GEOGRAFIA 2018 
A estrutura geológica
A estrutura geológica e mineralógica da crosta está na base do modo de vida das populações 
humanas, uma vez que fornece dezenas de recursos necessários à vida, como a produção de ali-
mentos (obtidos por meio do cultivo do solo), os materiais utilizados na construção de moradias 
(tijolos, cimento, ferro), a geração de energia (petróleo, urânio), entre inúmeros outros. Confira 
a seguir as principais estruturas geológicas da litosfera:
FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS
Escudo 
cristalino
Dobramentos 
modernos
Bacias 
sedimentares
2,5 bilhões 4,5 bilhões 250 milhões 
Arqueozoica Proterozoica Paleozoica Mesozoica Cenozoica
65 milhões 570 milhões 
ESCUDOS CRISTALINOS 
São os terrenos mais antigos da crosta terrestre, 
formados pelo choque de massas continentais 
ocorrido há centenas de milhões de anos durante 
a era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica). 
Os escudos cristalinos são constituídos de rochas 
magmáticas, ou seja, trata-se do magma – material 
líquido-pastoso proveniente do manto – em estado 
sólido. As rochas magmáticas dividem-se em duas 
categorias: as extrusivas, como o basalto, que são 
formadas com o esfriamento rápido do magma na 
superfície terrestre; e as intrusivas, como o granito, que 
são resfriadas lentamente dentro da crosta terrestre. 
Os escudos cristalinos também exibem as rochas 
metamórficas, que são o resultado da transformação 
das rochas magmáticas, sedimentares ou mesmo 
de outras metamórficas, por meio de processos 
químicos e físicos nas grandes profundidades 
da Terra. O mármore, por exemplo, é formado 
do calcário quando esse é submetido a altas 
temperaturas e pressão.
BACIAS SEDIMENTARES
Foram formadas nas eras Paleozoica e Mesozoica, 
com a erosão das rochas dos escudos cristalinos – 
após o desgaste dos maciços, seus sedimentos foram 
depositados em regiões mais baixas. O acúmulo 
desses detritos, somado aos restos orgânicos, leva à 
formação de rochas sedimentares pelo processo de 
MANTO SUPERIOR
É a parte da estrutura 
interna da Terra que se 
encontra logo abaixo 
da crosta e vai até cerca 
de 400 quilômetros 
de profundidade. 
Juntamente com a 
crosta, a parte superior 
do manto, formada por 
rochas sólidas, constitui 
a litosfera.
MANTO INFERIOR
Constituído por rochas fundidas diante das 
elevadas temperaturas, o manto inferior 
estende-se de 400 a 2.900 quilômetros de 
profundidade. É nessa parte que se formam 
as correntes de convecção do magma: o 
contato com o núcleo externo aumenta as 
temperaturas desses materiais, que são 
impulsionados em direção ao manto 
superior, onde se “resfriam” e, mais densos, 
tornam a descer para perto do núcleo, onde 
novamente são aquecidos e reiniciam o ciclo.
NÚCLEO 
EXTERNO
Localizado na 
faixa entre 2.900 e 
5.100 quilômetros, 
é constituído por 
dois minerais 
predominantes: 
o níquel e o ferro, 
totalmente fundidos 
pelas elevadas 
temperaturas.
NÚCLEO CENTRAL
O núcleo central constitui a 
camada que fica entre 5.100 
quilômetros e o centro da 
Terra, a 6.378 quilômetros. 
É constituído de uma liga 
metálica formada por ferro 
e níquel, porém em estado 
sólido em função da elevada 
pressão a que é submetido. Seu 
movimento de rotação é maior 
do que o do restante da Terra.
litificação. Essa deposição é feita em camadas. 
O calcário, presente em cavernas, o arenito e o 
carvão são exemplos de rochas sedimentares. 
DOBRAMENTOS MODERNOS 
Trata-se das formações mais recentes da crosta 
terrestre, surgidas do choque de placas ocorrido entre 
o fim da era Mesozoica e o início da Cenozoica. 
As rochas são mais flexíveis e situam-se na zona de 
contato entre as placas tectônicas. Nessa região de 
grande instabilidade e frequentes movimentos sísmicos 
encontram-se montanhas e vulcões ativos e extintos.
PARA IR ALÉM
O filme Viagem ao 
Centro da Terra, de 
Eric Brevig, baseado 
na obra de Júlio Verne, 
conta a história de 
um grupo de pessoas 
que descobre um 
caminho para o núcleo 
do planeta. Essa obra 
de ficção apresenta 
características 
geológicas internas 
da Terra.
iSTOCK PHOTO 
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28 GE GEOGRAFIA 2018
LITOSFERA TIPOS DE RELEVO
DEPRESSÕES
São áreas da superfície localizadas em 
altitude inferior à das regiões próximas 
(depressão relativa) ou abaixo do nível do 
mar (depressão absoluta). As depressões 
podem ser formadas de várias maneiras: 
por deslocamento do terreno, remoção de 
sedimentos, dissolução de rochas ou até 
por queda de meteoritos. O Mar Morto, 
situado 416 metros abaixo do nível do mar, 
é a maior depressão do globo. Ele banha 
Israel, Jordânia e Cisjordânia e leva esse 
nome em razão da elevada concentração 
de sal de suas águas – dez vezes superior 
à dos demais oceanos –, o que impede a 
existência de qualquer forma de vida.
MONTANHAS
Também chamadas de dobramentos 
modernos, são grandes áreas elevadas 
resultantes do choque de placas tectônicas 
(veja mais na pág. 32). Os maiores picos do 
mundo ficam na Cordilheira do Himalaia, 
um complexo montanhoso que se estende 
por cinco países asiáticos: Paquistão, 
Índia, Nepal, Butão e China. Sua formação, 
iniciada há cerca de 70 milhões de anos, 
resulta do choque entre a placa tectônica 
Indiana e a placa Eurasiática (veja mais 
na pág. 31). O curioso é que a placa 
Indiana continua a se mover, fazendo 
com que o Himalaia se eleve a uma taxa 
de 5 milímetros por ano. 
SAIBA MAIS
O RELEVO SUBMARINO
Escondido sob o cobertor das águas mari-
nhas, o solo oceânico apresenta um rico relevo 
de montanhas, planaltos e fossas profundíssi-
mas. Como essas formas não estão expostas 
à erosão de agentes externos, como o vento 
e as chuvas, os perfis são mais contrastantes 
e escarpados. Podemos destacar três porções 
desse relevo submerso: 
Plataforma continental: terras submersas 
que se prolongam das terras emersas, como 
uma orla em torno dos continentes. Topogra-
ficamente, ela é uma superfície quase plana, 
formada pelo acúmulo de sedimentos de 
origem continental. Vai até os 200 metros de 
profundidade, que também é o limite da pe-
netração da luz solar (veja mais na pág.54). 
Cordilheira submarina: elevações de forma 
regular que surgem ao longo dos oceanos, 
como a Dorsal Mesoatlântica. Essa cadeia 
de montanhas submersas tem mais de 10 mil 
quilômetros de comprimento e se estende no 
sentido norte-sul pela região central do Oceano 
Atlântico. Sua formação se deve ao afastamen-
to das placas tectônicas, que permitiu que o 
magma chegasse à superfície. Em alguns pon-
tos, os picos se elevam acima do nível do mar 
e formam ilhas, como é o caso do arquipélago 
de Fernando de Noronha, no Brasil. 
Há outras cordilheiras submarinas nos ocea-
nos Índico e Pacífico, todas com uma caracte-
rística em comum: formam-se em locais onde 
as placas tectônicas estão se afastando umas 
das outras. O afastamento é lento (menos de 
2 centímetros ao ano), impulsionado pelas 
correntes convectivas do magma, que se eleva 
e forma novas rochas ao se resfriar.
Fossas oceânicas: também conhecidas como 
fossas abissais, são gigantescos abismos sub-
marinos formados quando uma placa tectôni-
ca é forçada para debaixo de outra, após uma 
colisão. O local mais profundo dos oceanos é 
a Fossa das Marianas, um enorme vale sub-
marino com 10.920 metros de profundidade, 
localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oce-
ano Pacífico. 
Ela tem por volta de 2,5 mil quilômetros de 
extensão e fica na fronteira entre duas pla-
cas tectônicas, a do Pacífico e a das Filipinas. 
Caso o Monte Everest fosse colocado dentro 
da Fossa das Marianas, ainda restariam mais 
de 2 mil metros de água entre seu pico e o 
nível do mar. 
As quatro faces da Terra
Conheça os principais tipos de relevo 
que constituem o cenário global 
PLANALTOS
São elevações de altitudes variadas, em 
que predomina o processo de erosão e cuja 
composição rochosa pode ser de rochas 
sedimentares, cristalinas ou metamórficas. 
Os planaltos apresentam superfície 
irregular, como serras e chapadas, e são 
delimitados por áreas rebaixadas em 
um de seus lados. O continente africano 
se destaca pela presença de planaltos, 
com altitudes predominantes entre 400 
e 2 mil metros. Na porção leste/nordeste, 
destacam-se os planaltos da Etiópia e o dos 
Grandes Lagos. 
PLANÍCIES
São áreas de superfície relativamente 
plana, formadas por rochas sedimentares 
e nas quais predominam os processos 
de deposição e acúmulo de sedimentos. 
Na maior parte das vezes, as planícies 
são encontradas em baixas altitudes. Em 
geral, localizam-se próximas do litoral, 
como a planície do norte europeu, ou de 
grandes rios ou lagos, como ocorre com a 
planície do Rio Amazonas. Mas é bom ficar 
atento: não é a altitude de um relevo que 
determina se ele é uma planície; o principal 
fator definidor é o acúmulo de sedimentos. 
Nas regiões elevadas, por exemplo, 
existem as planícies de montanha, que 
são formadas de rocha sedimentar e 
delimitadas por aclives. 
ALTOS E BAIXOS Exemplos de relevo (da esquerda para a direita): Depressão do Mar Morto (Israel), 
Cordilheira do Himalaia (Nepal), Planalto do Apalache (EUA) e Planície Amazônica (Brasil)
[1]
^~^
29GE GEOGRAFIA 2018 
1. ÁSIA: Everest (Nepal) 8.850 m
2.
AMÉRICA DO SUL: 
Aconcágua (Argentina)
6.959 m
3.
AMÉRICA DO NORTE: 
McKinley (EUA)
6.194 m
4.
ÁFRICA: Kilimanjaro
(Quênia)
5.895 m
5. EUROPA: Elbrus (Rússia) 5.642 m
6. ANTÁRTICA: Maciço Vinson 4.897 m
7.
OCEANIA: Kosciuszko
(Austrália)
2.228 m
Fonte: Atlas National Geographic
MONTES MAIS ALTOS POR CONTINENTE
O maior deles fica na Cordilheira do Himalaia, no Nepal
ELEVAÇÃO OCEÂNICA O arquipélago de Fernando de Noronha é formado a 
partir de alguns pontos emersos da Dorsal Mesoatlântica
[1] iSTOCK PHOTO | DIVULGAÇÃO | IRMO CELSO [2] iSTOCK PHOTO
AS FORMAÇÕES DO 
RELEVO NO MUNDO
4.800 m
3.000 m
1.800 m
1.200 m
600 m
300 m
150 m
0
-1.000m
-2.000 m
-3.000 m
-4.000 m
-5.000 m
-6.000 m
-7.000 m
-8.000 m
ALTITUDES
Picos
Fonte: IBGE
Aconcágua
Maciço Vinson
Pico da 
Neblina
Mte. McKinley
Mte. 
Elbrus
Mte. Kilimanjaro
Mte. Everest
Mte. Kosciuszko
TETO DO MUNDO
Os maiores picos 
do mundo ficam 
na Cordilheira do 
Himalaia, um complexo 
montanhoso localizado 
no coração da Ásia.
NAS PROFUNDEZAS 
DO OCEANO
O local mais profundo 
dos oceanos é a Fossa das 
Marianas, um enorme vale 
submarino localizado a leste 
das Ilhas Marianas, 
no Oceano Pacífico
SALGADO E SEM VIDA
O Mar Morto banha 
Israel, Jordânia e 
Cisjordânia e é a maior 
depressão do globo 
BERÇO DAS ÁGUAS
O planalto dos Grandes Lagos abriga 
as nascentes das duas maiores bacias 
hidrográficas do continente: a do Rio 
Congo, a maior em volume de água, 
e a do Rio Nilo. 
CORDILHEIRAS OCEÂNICAS
A Dorsal Mesoatlântica forma 
uma cadeia de montanhas 
que se estende de norte a sul 
no Oceano Atlântico
As maiores altitudes (mancha marrom) ficam no 
centro-sul da Ásia. As planícies (áreas verdes e 
amarelo-claras) estão espalhadas pelo globo
SEDIMENTOS ACUMULADOS
A Planície Amazônica é uma 
faixa de terra que acompanha 
o Rio Amazonas e torna-se 
mais larga quando chega na 
foz, na Ilha de Marajó
[2]
^~^
30 GE GEOGRAFIA 2018
LITOSFERA PLACAS TECTÔNICAS
A s placas tectônicas são gigantescos blocos 
que compõem a camada sólida externa do 
nosso planeta (a litosfera), sustentando os 
continentes e os oceanos. Impulsionadas pelo 
movimento do magma incandescente (material 
em estado líquido-pastoso no interior da Terra), 
as principais placas se empurram, afastam-se 
umas das outras e afundam ou elevam-se alguns 
milímetros por ano, alterando suas dimensões e 
modifi cando o contorno do relevo terrestre. Esses 
imensos fragmentos atuam como artistas que, 
continuamente, recriam a paisagem da Terra. 
Aliás, a palavra “tectônica” vem de tektoniké, 
expressão grega que signifi ca “a arte de cons-
truir”. A confi guração atual dos continentes, por 
exemplo, é fruto de milhões de anos de “trabalho 
artístico” das placas. Veja ao lado as característi-
cas de 16 das mais importantes placas tectônicas.
A deriva continental
Desenvolvida pelo alemão Alfred Lothar We-
gener, a teoria da deriva continental não recebeu 
muito crédito quando foi divulgada em 1912. À 
época, poucos acreditaram na hipótese levantada 
por esse cientista de que, no passado geológico, 
toda a crosta terrestre estava unida em um único 
continente – a Pangeia – e que, posteriormente, ela 
se rompeu em dois supercontinentes: Laurásia e 
Gondwana. Estas, por sua vez, se desmembraram 
em várias outras partes, que passaram a se mover 
em diferentes direções. Para sustentar sua argu-
mentação, Wegener recorreu à semelhança dos 
contornos da África ocidental e do leste da América 
do Sul e também à análise de fósseis e amostras 
de rochas. Posteriormente, a confi rmação de que 
as placas rochosas fl utuam sobre magma incan-
descente ajudou a fortalecer a tese de Wegener.
Atualmente, geólogos do mundo inteiro reto-
mam e aprofundam as descobertas de Wegener 
a partir da teoria da Tectônica das Placas. Os 
estudos em vigor desde a década de 1960 descre-
vem a analisam com detalhes os movimentos das 
placas que compõem a crosta terrestre, bem como 
suas consequências, como os abalos sísmicos e 
as alterações no relevo terrestre e do fundo dos 
oceanos. Confi ra à direita como foi o processo de 
deslocamento de terras que resultou na formação 
dos atuais continentes.
As construtoras 
da Terra
As placas tectônicas modelam e 
modifi cam o relevo do planeta há 
milhões de anos
PLACA DE COCOS
Foi formada a partir do 
desprendimento da placa 
do Pacífi co. Fundiu-se com a 
placa do Caribe, criando uma 
zona turbulenta
QUEBRA-CABEÇA PLANETÁRIO
Conheça as características de 16 das 
mais importantes placas tectônicas
PLACA DA AMÉRICA 
DO NORTE
O deslocamento em relação à 
placa do Pacífi co cria uma zona 
turbulenta: em um dos limites, 
na Califórnia, está a falha de 
San Andreas, famosa pelos 
terremotos arrasadores
PLACA DO PACÍFICO
Com cerca de 70 milhões 
de quilômetros quadrados, 
está em constante 
renovação na região do 
Havaí, onde o magma sobe 
e cria ilhas vulcânicas. No 
encontro com

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