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APS ANESTESIOLOGIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
 APS ANESTESIOLOGIA I
Alyne Suzane Ibanhez muro RA: 1734292
Breno Moreira de Souza RA: 7350808
Iara da Silva Santos RA: 7305041
Jorge Elidio Pinheiro Junior RA: 3030967
São Paulo/SP 2022
Atividade 1: Os alunos devem formar grupos de 4 a 5 alunos, onde o grupo deve formular um caso clínico onde o paciente é portador de alguma doença de alta frequência na medicina veterinária. É importante que não haja repetição entre os grupos. Estes casos clínicos devem ser montados portando todos os dados de um prontuário, incluindo resenha, anamnese, exame físico, exames complementares compatíveis, diagnóstico e tratamento sugerido.
Atividade 2: Os alunos devem realizar uma análise crítica sobre o emprego dos 6 grupos de medicação pré-anestésica sobre o caso descrito. E dentre os grupos pertinentes ao caso deve justificar o fármaco escolhido para compor o protocolo anestésico. Os grupos que forem empregados devem ter a razão também explanada pelos alunos.
Lucas, cão RSD, macho inteiro, 3 anos e 34 Kg.
Histórico: Cão com acesso externo, sem coabitantes, alimentado com ração seca, sem acesso a lixo ou tóxicos e sem hábito de ingerir objetos estranhos. Nunca fez cirurgia, devidamente vacinado e desparasitado. Entrou na urgência em decúbito lateral, com abdómen distendido, extrema sensibilidade e dor na região abdominal, com vocalização permanente. Exame físico: Comportamento agitado. As mucosas estavam pálidas, húmidas e brilhantes. A condição corporal era de 3/5 e o grau de desidratação era 5%. Abdómen cranial bastante dilatado e mostrou-se doloroso à palpação abdominal, com um som timpânico aquando da percussão no lado direito. O pulso era palpável e a frequência cardíaca era de 150 bpm. A frequência respiratória era de 40 rpm e os movimentos respiratórios eram sobretudo costais, irregulares e superficiais. 
Lista de problemas: Sinais sugestivos de síndrome de dilatação e torção gástrica. 
Diagnósticos diferenciais: Síndrome de dilatação e torção gástrica, torção mesentérica, torção intestinal, torção esplénica, pancreatite, ascite.
Exames complementares: O hemograma tinha os parâmetros eritrocitários dentro dos
valores de referência, mas os linfócitos estavam abaixo do normal com 0.50 10^9/L
(0.83-4.91). 
O painel bioquímico tinha a maioria dos parâmetros dentro dos valores de
referência, à exceção da glucose com 231 mg/dl (75-128) e da GPT com 154 U/l (17-
78). A radiografia abdominal permitiu visualizar dilatação gástrica com grande
quantidade de gás, rotação de 180º do estômago sob o eixo mesentérico e piloro
posicionado dorsalmente (Fig.1C). 
Diagnóstico: Dilatação com torção gástrica.
Posicionamento cirúrgico: Decúbito dorsal. 
Protocolo anestésico: A fluidoterapia escolhida foi LR (3ml/Kg/h), tendo sido colocados dois cateteres endovenosos em simultâneo. Como pré-medicação foi utilizada metadona (0,2mg/Kg IV) e midazolam (0,2mg/Kg IV). A indução anestésica foi realizada com propofol IV. Em seguida, foi realizada a descompressão gástrica com o auxílio de um tubo orogástrico, que permitiu a libertação de uma grande quantidade de gás e conteúdo gástrico. A manutenção da anestesia foi realizada com isoflurano em oxigénio com ventilação mecânica e CRI de remifentanil (5μg/Kg/h) a uma taxa de 5ml/h. Durante a cirurgia foi administrada uma toma de ketamina (1mg/Kg IV
Tratamento cirúrgico: Gastropexia incisional.
Por tudo isto, a abordagem inicial de tratamento destes animais consiste na estabilização do animal antes da cirurgia, sobretudo através de fluidoterapia e descompressão gástrica, sendo que uma vez iniciada a fluidoterapia, a descompressão gástrica deve ser iniciada de imediato 2; 3. No caso do Lucas a fluidoterapia escolhida foi LR (3ml/Kg/h), tendo sido colocados dois cateteres endovenosos em simultâneo. De forma a obter um rápido aumento do volume intravascular, mantê-lo ao longo do tempo e obter uma hidratação adequada a nível16 celular com reperfusão dos tecidos, devem ser utilizados dois cateteres intravenosos de grande calibre para administração de uma solução cristalóide (NaCl ou LR) combinada com um colóide (hetamido ou dextranos), que permitirá o aumento da pressão oncótica e terá um efeito mais permanente na manutenção do volume intravascular. Em relação à sedação, nem sempre a colocação da sonda orogástrica requer sedação e os fármacos utilizados devem ser criteriosamente selecionados, uma vez que os alfa agonistas (como medetomidina) e os derivados de fenotiazina (como acepromazina) possuem efeitos arritmogénicos e cardiodepressores, motivo pelo qual não devem ser utilizados nestas situações. 
No que diz respeito à analgesia, estão indicados analgésicos opióides (como metadona ou remifentanil), que podem ser associados a uma benzodiazepina (como midazolam)
A indução anestésica pode ser realizada com propofol ou etomidato, embora este último possua a vantagem de manter o débito cardíaco sem provocar arritmias. No caso de surgirem arritmias, está indicada aadministração de um bólus de lidocaína IV 2. Por fim, Lucas apresentou uma boa evolução no pós-operatório, regressando a casa 2 dias após a cirurgia, não tendo sido conhecidas complicações pós-cirúrgicas.

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