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Questões resolvidas

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica
SEMINÁRIO V - SEGURANÇA JURÍDICA E PROCESSO: COISA JULGADA AÇÃO RESCISÓRIA E PRECEDENTES EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA
Leitura básica
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo: Noeses, 2021, Item 1.3.6.1 (O sobreprincípio da segurança jurídica) do Capítulo I da segunda parte. 
•	DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2020. Título II, Capítulo III. 
•	PANDOLFO, Rafael. Jurisdição Constitucional Tributária – Reflexos nos processos administrativo e judicial. São Paulo: Noeses, 2020. Capítulos 7 e 8.
Leitura complementar
•	CASTRO, Danilo Monteiro de. Coisa Julgada e a desnecessidade de ação rescisória proposta pelo contribuinte quando o crédito tributário ainda estiver em cobrança (execução fiscal). In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Processo tributário analítico, vol. IV. São Paulo: Noeses, 2019.
· DALLA PRIA, Rodrigo. Coisa julgada tributária e mudança de orientação na jurisprudência do STF: a (in)constitucionalidade da CSLL e a controvérsia a ser dirimida nos recursos extraordinários representativos da controvérsia – temas 881 e 885. In: CONRADO, Paulo César. Processo tributário analítico. v.4. São Paulo: Noeses, 2019. 
•	VERGUEIRO, Camila Campos. A coisa julgada do incidente de resolução de demandas repetitivas e o impacto da decisão proferida em recurso especial ou extraordinário repetitivo. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Processo tributário analítico, vol. IV. São Paulo: Noeses, 2019. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Processo tributário analítico, vol. IV. São Paulo: Noeses, 2019.
•	CANTANHEDE, Luís Claudio Ferreira. A coisa julgada nos processos antiexacionais improcedentes – Um estudo para definição da abrangência da imutabilidade e indiscutabilidade no ciclo de positivação da obrigação tributária. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Processo tributário analítico, vol. IV. São Paulo: Noeses, 2019.
•	ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Os efeitos da coisa julgada em matéria tributária sobre as relações jurídicas de trato sucessivo sob a ótica do CPC/15 em face de novo posicionamento fixado pelo Supremo Tribunal Federal.
•	AGUIAR, Tatiana. A superposição de discursos vencedores. Análise pragmática das transformações jurisprudenciais em matéria tributária sob uma visão retórica realista. São Paulo: Noeses, 2016. Capitulos 8 e 9.
•	ARAÚJO, Juliana Furtado Costa. O precedente no novo CPC e suas implicações tributárias. In: ARAUJO, Juliana Furtado Costa; CONRADO, Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2 ed. São Paulo: Fiscosoft, 2016.
•	CAMILOTTI, José Renato. Precedentes judiciais em matéria tributária no STF, pragmática da aplicação das súmulas vinculantes e os critérios de verificação para aplicação e distinção (distinguishing). São Paulo: Noeses, 2018. Capítulos 3 e 4.
•	DINIZ, Marcelo de Lima Castro. Coisa julgada e mudança da jurisprudência: rescisão, inexistência ou permanência. In: VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. 
•	MASSUD, Rodrigo G. N. Coisa julgada, rescisória, súmula STF 343 e Parecer PGFN n. 492/2011: impactos com o Código de Processo Civil de 2015. In: ARAUJO, Juliana Furtado Costa; CONRADO, Paulo Cesar. O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2 ed. São Paulo: Fiscosoft, 2016.
•	________________________. Transação de passivo contingente nos casos de virada jurisprudencial: coisa julgada, pressupostos positivos e negativos da transação no contencioso. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020. 
•	RIBEIRO, Diego Diniz. Coisa julgada, direito judicial e ação rescisória em matéria tributária. In: CONRADO, Paulo César (Coord.). Processo tributário analítico, vol. II. São Paulo: Noeses.
•	RIBEIRO, Diego Diniz. Precedentes em matéria tributária e o novo CPC. In: CONRADO, Paulo Cesar (Coord.). Processo tributário analítico, vol. III. São Paulo: Noeses, 2016.
Questões
1.	Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho[footnoteRef:1] acerca do princípio da segurança jurídica: [1: . In Curso de direito tributário. 31ª edição. São Paulo: Noeses, 2021, p. 168.] 
“dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta.”
Pergunta-se:
a) Que é segurança jurídica? Qual sua relevância?
RESPOSTA: A segurança jurídica é um elemento essencial ao Estado Democrático de Direito e possui dois conceitos: a) estabilidade; b) previsibilidade.
De acordo com Canotilho, 
O primeiro diz respeito às decisões dos poderes públicos uma vez realizadas. Não devem ser modificadas, sendo apenas razoável a alteração das mesmas quando ocorram jpressupostos materiais particularmente relevantes. Quanto ao segundo refere-se a exigência de certeza e calculabilidade por parte dos cidadãos, em relação aos efeitos jurídicos dos atos normativos.[footnoteRef:2] [2: CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra: Almedina, 2000.p.132.] 
Já na visão de José Afonso da Silva:
A segurança jurídica pode ser compreendida em sentindo amplo e em sentido estrito. No primeiro ela refere-se ao sentido geral de garantia, proteção, estabilidade de situação ou pessoa em diversos campos. Já em sentido estrito, a segurança jurídica assume o sentido de garantia de estabilidade e de certeza dos negócios jurídicos, permite que as pessoas saibam previamente que, uma vez envolvidas em certa relação jurídica, esta se mantém estável, mesmo se alterar a base legal sob a qual se instituia.[footnoteRef:3] [3: SILVA, José Afonso da. Constituição e segurança jurídica. IN ROCHA, Carmem Lucia Antunes. Constituição e segurança jurídica. Belo Horizonte: Fórum, 2005.p.15] 
A segurança jurídica está estampada no art. 5º, XXXVI da CF, que assegurou o respeito ao direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Enfim, todo o art. 5º não apenas o inciso ora citado, irradia o princípio, bem como toda a atividade estatal tem sua conduta atrelada à segurança jurídica, em face da democracia que tem por requisito a estabilidade das relações sociais.[footnoteRef:4] [4: NASCARINI, Rosa Maria dos Santos. Segurança jurídica. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/21753_arquivo.pdf acesso 15 de out. de 2023.] 
b) Analisando o ordenamento jurídico como um todo, isto é, as normas de direito material (constitucional e tributário) e processual civil, texto constitucional e infralegal, indique limites objetivos cuja função no sistema é dar efetividade à segurança jurídica, justificando sua resposta com motivos e indicação do dispositivo normativo. 
	Para auxiliá-lo(a), segue um exemplo: formação da coisa julgada num processo, mecanismo processual que impede a rediscussão da mesma questão em outro processo – art. 5º, XXXVI da Constituição Federal/1988, art. 502 do CPC/2015.
RESPOSTA: A segurança jurídica é considerada como um sobreprincípio que conglomera os demais princípios: anterioridade, legalidade, universalidade, irretroatividade, ampla defesa e devido processo legal todos contidos no art. 5º da CF.
O art. 150 que na seção relativa as limitações do poder de tributar:
Art. 150 Sem prejuizo de outras garantias asseguradas ao contribuinte é vedado à União, aos Estados, e ao Distrito Federal e aos Municípios.
Entende-se que tais princípios são limites objetivos realizadores do valor da segurança jurídica.
Por fim, vale destacar o entendimento de Paulo Barros sobre o assunto:
Renovo nesse momento, a posição que o ideal maior do direito é a segurança jurídica, sobreprincípio que se irradia por todo ordenamento jurídico e tem sua concretização realizada por meio de outros princípios tal como da irretroatividae dasleis.[footnoteRef:5] [5: CARVALHO, Paulo Barros de. Segurança jurídica e a modulação dos efeitos deves instrumentais. Segurança Jurídica IBET.] 
c) As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência vêm ao encontro da realização da segurança jurídica (vide arts. 9º, 10, 926, 535, §§ 5º, 6º, 7º e 8º 927 todos do CPC/15) em hipóteses como a de mudança de orientação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como, por exemplo, ocorreu no caso do direito à manutenção do crédito de ICMS na hipótese de saída de mercadorias com redução de base de cálculo (sobre essa questão ver RE 161.031/MG e 174.478/SP – Anexos I e II)?
RESPOSTA: O STF no RE 161.031/MG decidiu que em casos de redução na BC do ICMS, o princípio da não cumulatividade poderia ser violada, e assim não teria como se falar sobre creditamento, uma vez que havendo a redução da base de cálculo, não se tratava de isenção parcial, mas sim de incidência reduzida.
Já na decisão proferida na RE 174.478/SP, o STF reconheceu que a decisão modificou o entendimento e que este não iria ferir o princípio da segurança jurídica, promovendo assim uma posição justa sobre o tema.
Dessa forma, as prescrições do CPC/15 voltadas para estabilização da jurisprudência não vêm ao encontro da realização da segurança juridica. Logo, as prescrições contidas no CPC/15 são totalmente constitucionais, uma vez que, o sobreprincípio da segurança jurídica deve ser obsevado de caso em caso, levando em conta o atendimento dos demais princípios constitucionais.
2.	Jurisprudência, precedente e julgamento de caso repetitivo são utilizados como termos sinônimos no CPC/15? Exponha o alcance e o conteúdo de cada um desses três termos. Considerando sua resposta a essa primeira parte da pergunta, responda:
RESPOSTA: Constata-se que ao longo do CPC/15 que o emprego dos termos jurisprudência, precedente e julgamento de caso repetitivo são utilizado como sinônimos. Entretanto o entendimento doutrinário se apresenta da seguinte forma: 
a) Jurisprudência: como o entendimento jurídico dos tribunais acerca de um tema específico, é levado a apreciação pelas partes litigantes;
b) Precedente- como forma de interpretação de uma norma jurídica posta a apreciação do Poder Judiciário. Uma vez que possui fundamentos no ratio decidendi. O alcance do conteúdo deve ser invocado com a identificação dos seus fundamentos determinantes e demonstrado que o caso sob julgamento se ajusta aos fundamentos prescritos no art. 489, § 1º do CPC
a) Jurisprudência, precedente e julgamento de caso repetitivo são normas jurídicas? Se sim, de que tipo?
RESPOSTA: Consiste em normas jurídicas individuais e concretas
b) A obrigação veiculada no art. 927 do CPC/15 vincula os julgadores à jurisprudência, (e/ou) ao precedente (e/ou) ao julgamento de caso repetitivo? Esse art. 927 do CPC/15 é instrumento hábil para garantia da segurança jurídica? (Vide arts. 926, 927, 988, IV do CPC/15).
RESPOSTA: No caso de julgamento de caso repetitivo trazido pelo CPC/15 como forma de uniformizar a jurisprudência de forma que a mantenha íntegra e corente como dispõe o art. 926 do CPC, uma vez que as decisoes conflitantes acabam por ferir o princípio da isonomia, frustrando assim a confiança no direito afetando também o princípio da segurança jurídica.
Insta salientar que, o art. 927 previu a possibilidade do juiz resolver caso concreto, estabelecer norma jurídica em casos que são os precedentes vinculantes. 
Por isso, é corente manter estável a íntegra da jurisprudência que tem por objetivo dar concretude e aplicação aos princípios: isonomia, igualdade, segurança jurídica e proteçaõ da confiança.
3.	Uma lei tributária municipal é considerada inconstitucional por uma associação que possui representação em âmbito estadual. Quais seriam os caminhos para a discussão da questão com efeitos erga omnes sem que seja necessária a discussão individual por cada contribuinte? Analise as opções seguintes motivando as razões do cabimento ou não e, no último caso, o foro de ajuizamento:
	a) Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI:
RESPOSTA: É de competência do Tribunal de Justiça possuindo efeito erga omnes
b) Mandado de Segurança Coletivo:
RESPOSTA: não se adequa Mandado de Segurança para se obter uma decisão de uma lei tributária municipal inconstitucional por uma associação que tem representação em seara estadual com efeito erga omnes.
O art. 21 da lei 12.016/2009 prevê os requistitos para MS:
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
c) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental:
RESPOSTA: pode ser utilizada pela Associação Estadual, podendo questionar a constitucionalidade da Lei Tributária Municipal como preceitua o art. 102 da CF. A arguição de descumprimento de preceito fundamental é uma ação cujo objetivo é proteger os preceitos constitucionais fundamentais contra a ameaça ou lesão resultante de qualquer poder público. A competência é do STF, possuindo efeito erga omnes.
d) Ação popular:
RESPOSTA: É inadequada para o propósito uma vez que as hipóteses de cabimento do referido remédio constitucional contido no art. 5º, LXXIII, tem-se legitimidade e se restringe somente ao cidadão.
e) Ação Civil Pública:
RESPOSTA: é inadequada para que a Associação Estadual questione a inconstitucionalidade de uma lei tributária municipal. O art. 1º da LACP veda expressamente Ação Civil Pública em ações que envolvam tributos, onde os benefíciarios podem ser individualmente determinados.
f) Ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária:
RESPOSTA: Não é possivel que a Associação Estadual pleiteie efeito erga omnes nessa demanda pois a competencia do juiz é singular com efeitos inter partes.
4.	Pode o Supremo Tribunal Federal, ao julgar Recurso Extraordinário que trate de matéria tributária modular os efeitos de decisão proferida em controle difuso de constitucionalidade de forma a lhe dar efeitos ex nunc, proibindo com efeitos erga omnes a repetição do indébito tributário dos valores recolhidos até a data do julgamento? Há norma que preveja a modulação de efeitos em controle de constitucionalidade em matéria tributária em hipótese como a apresentada nesta pergunta? Pode haver modulação de efeitos por meio da edição de Súmula Vinculante? (Vide o RE 556.664-1, na parte afeta à modulação de efeitos – ementa e parte final da discussão em Plenário – e a Súmula Vinculante n. 8)
RESPOSTA: De acordo com a lei que versa sobre Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade, o regramento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, foi introduzido no sistema jurídico brasileiro a modulação de efeitos em decisões de constitucionalidade e inconstitucionalidade.
Nesse diapasão Paulo Barros Carvalho pontua que, 
 “...admite-se em benefício do interesse público e em situação excepcional, isto é, nas hipóteses em que do reconhecimento da nulidade do ato normativo, com seus normais efeitos ex tunc, resultaria grave ameaça a todo o sistema legislativo vigente, atribuir efeito pro futuro à declaração incidental de inconstitucionalidade.A referida inovação conduziu nossas consciências, de maneira vertiginosa, ao questionamento de princípios fundamentais. Aquilo que há de mais caro para a dignidade de um sistema de direito positivo está sendo posto em tela de juízo, desafiando nosso espírito e estimulando nossas inteligências,ao reivindicar uma tomada de posição firme e contundente. Chegando-se a esse ponto, não cabem mais tergiversações ecos expedientes retóricos somente serão admitidos para fundamentar a decisão de manter a segurança jurídica, garantindo a estabilidade das relações já reconhecidas pelo direito, ou de anunciar, em alto e bom som, que chegou o reino da incerteza, que o ordenamento vigente já não assegura, com seriedade, o teor de suas diretrizes, que as pomposas manifestações dos tribunais superiores devem ser recebidas com reservas, por que, a qualquer momento, podem ser revistas, desmanchando-se as orientações jurídicas até então vigentes, sem outras garantias para os jurisdicionados.[footnoteRef:6] [6: CARVALHO, Paulo Barros de. Segurança jurídica e a modulação dos efeitos deves instrumentais. Segurança Jurídica IBET.] 
No caso em tela, RE a pronúncia de constitucionalidade/inconstituionalidade ou a prolação de decisão sobre a interpretação direta da constituição restringem-se as partes. 
Para que ocorra efeitos vinculantes e eficácia erga omnes, deverá o Senado editar resolução como preceitua o art. 52 CF. Uma vez que nao há sistema jurídico brasileiro norna que vede a modulação de efeitos em controle de constitucionalidade em matéria tributária.
Entretanto, se conceder efeitos retroativos aos novos pronunciamentos em detrimento do princípio da irretroatividade de lei e ferir os direitos fundamentais e o estado democrático de direito.
5.	A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tributário em face da União, obtendo decisão, transitada em julgado junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconhecendo a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo pago e condenando a União na restituição. Iniciada a fase de cumprimento de sentença contra a União sobreveio decisão de mérito do STF, em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), julgando a mesma lei constitucional (isto significa que a referida ADI foi julgada improcedente e que o controle de constitucionalidade exercido foi o concentrado). Pergunta-se:
	a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União objetivando a desconstituição da coisa julgada para não ter que cumprir a sentença que a condenou à restituição do tributo? Se afirmativa sua resposta, indicar o fundamento legal contido no CPC/15 que respalde sua conclusão. Se negativa sua resposta, justifique-a indicando a solução processual que a União deve adotar, bem como o dispositivo do CPC/15 que fundamenta normativamente sua conclusão. (vide Anexo III) 
RESPOSTA: Entende-se que a coisa julgada sofrerá o impacto de posteriores decisões do STF no que tange aos efeitos futuros. Pois, conceder efeitos retroativos aos pronunciamentos proferidos pelo STF, em face de uma decisão transitada em julgado vai de contra a Segurança Jurídica. A ação rescisória é a única pela qual há a invalidação de uma decisão transitada em julgado, de onde se obtém a invalidação da norma individual e concreta pela coisa julgada.
Destaca-se que tanto o presente quanto o futor podem ser modificados para que uma nova norma jurídica prevaleça, só não pode-se desprezar a ordem jurídica anterior que fora albergada e declarada pelo Poder Judiciário no fulcro da constitucionalidade. Deve-se resguardar o art. 5º, XXXVI CF, art. 150 da CF e art. 505 do CPC/15.
b) Na hipótese de modificação posterior da jurisprudência do STF , em sentido oposto ao da coisa julgada e por meio de controle difuso de constitucionalidade, em recurso extraordinário em que houve o reconhecimento da repercussão geral da matéria, a conclusão a que você chegou na resposta “a” mudaria? Justifique.
RESPOSTA: Não, pois no controle difuso, a repercussão dos efeitos afetam a coisa julgada, através da resolução do senado e da súmula vinculante. Quanto ao instituto jurídico da repercussoa geral previsto constitucionalmente é requisito para admissibilidade dos recursos relativos a questão constituições como prevê o art. 102, § 3º
Art. 102 § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal exami ne a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Logo, uma vez que os fundamentos e princípios constitucionais e processuais pertinentes ao tema reforça a ideia de que a coisa julgada se torna imutável no que tange aos efeitos passados, atingindo aos efeitos futuros caso haja resolução do senado ou súmula vinculante.
6.	Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de uma base de cálculo prevista em lei. A instrução normativa regulamentadora (IN n. 01/02) esclareceu que, na base de cálculo, não deveria ser considerado o valor do transporte pago a terceiro (frete). Um ano depois, a IN n. 03/03 esclareceu que o frete pago a terceiro integraria a base de cálculo do tributo em questão. Nesse contexto, o contribuinte consultou você questionando a necessidade de complementação do recolhimento durante a vigência da IN n. 01/02. O que você responderia? Analise os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta.
RESPOSTA: Neste caso, o contribuinte pode tranquilizar-se uma vez que a Instrução Normativa é considerada uma norma complementar, ou ato normativo advindo de autoridade administrativa, como prevê o art. 100 do CTN.
Os atos administrativos advindos por autoridade administrativa entrema em vigor na data da sua publicação, exceto se houver disposição em contrário. Logo, um ano depois, a IN n. 03/03 restou entendido que esta integrafia a base de cálculo do tributo, sem que houvesse alguma ressalva sobre o tema, apenas entraria em vigência após a sua publicação. Como preceitua o art. 103 do CTN que diz que o ato normativo entrará em vigor a partir de sua publicação.
Ademais, com a aplicaçao da legislação, tem-se que a modificação trazida em consequencia de nova decisão ou novo entendimento judicial nos critérios adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento do crédito tributário, só será efetivado quanto a fato gerador que ocorreu após a sua introdução, ou seja, após a data de publicação.
7. A empresa “XYZ” obteve decisão favorável transitada em julgado no sentido da inconstitucionalidade de determinado tributo. Cinco anos depois, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, que referido tributo é constitucional. Nesse contexto, pergunta-se: 
a) “XYZ” deve passar a pagar o tributo em pauta (considere em sua resposta duas possibilidades: tratar-se de tributo recolhido de forma continuada e tributo não recolhido de forma continuada)?; 
RESPOSTA: Náo precisa pagar o tributo em pauta. Uma vez que não houve o pagamento há o prazo prescricional a ser cumprido.
b) “XYZ” deve pagar o valor correspondente aos últimos 5 anos de tributo não recolhido? 
RESPOSTA: Não, pois depois de lançado o tributo, não havendo pagamento, o CTN fixa o prazo prescricional de 5 anos para que a Fazenda possa ajuizar a execução fiscal. A data de inicio dependerá de alguns fatores como: se houve ou não defesa e recurso administrativo, se houve o pagamento parcial do débito ou se houve confissão de dívida.
c) Caso “XYZ” tenha que pagar o tributo após o entendimento fixado pelo STF em controle concentrado, não haverá violação ao princípio da segurança jurídica e à coisa julgada? 
RESPOSTA: As decisões do STF em controle incidental de constitucionalidade, anteriores à instituição do regime de repercussão geral, não impactam automaticamente a coisa julgada que se tenha formado, mesmo nas relações jurídicas tributárias de trato sucessivo. 
Já as decisões proferidas em ação direta ou em sede de repercussão geral interrompem automaticamente os efeitos temporais das decisões transitadas em julgado nas referidas relações, respeitadas a irretroatividade, aanterioridade anual e a noventena ou a anterioridade nonagesimal, conforme a natureza do tributo
d) Se “XYZ” não tiver que pagar o tributo após o entendimento fixado pelo STF em controle concentrado, não estará em vantagem competitiva em relação às demais empresas do mercado? Para responder a todos esses questionamentos, considere o julgamento dos temas n°s 885 (RE n° 955.227) e 881 (RE n° 949.297), sem deixar de se posicionar[footnoteRef:7]. [7: Para facilitar o entendimento sobre a questão, ver a problemática do Parecer 492/2011 da PGFN e o comentário seguinte: https://www.conjur.com.br/2011-set-25/parecer-492-pgfn-extrapola-atinge-coisa-julgada] 
RESPOSTA: Desde 2007 o STF validou tributo, todos os contribuintes devem pagá-lo, não podendo se falar em retroatividade. Quanto ao RE 955.227 e RE 949.297. As decisões do STF em controle incidental de constitucionalidade, anteriores à instituição do regime de repercussão geral, não impactam automaticamente a coisa julgada que se tenha formado, mesmo nas relações jurídicas tributárias de trato sucessivo. 
Já as decisões proferidas em ação direta ou em sede de repercussão geral interrompem automaticamente os efeitos temporais das decisões transitadas em julgado nas referidas relações, respeitadas a irretroatividade, a anterioridade anual e a noventena ou a anterioridade nonagesimal, conforme a natureza do tributo.
Sugestão para pesquisa suplementar
•	Cap. V do livro Curso de direito tributário, de Paulo de Barros Carvalho. 31 ed. São Paulo: Noeses, 2021. 
•	MASSUD, Rodrigo G. N.. Jurisdição tributária e coisa julgada. https://www.conjur.com.br/2021-mar-23/rodrigo-massud-jurisdicao-tributaria-coisa-julgada
•	SOUZA, Fernanda Donnabella Camano de. Coisa julgada sobre questão prejudicial no direito tributário. https://www.conjur.com.br/2021-jun-06/processo-tributario-coisa-julgada-questao-prejudicial-direito-tributario
•	Itens 5.3 e 5.4 do livro Jurisdição constitucional tributária: reflexos nos processos administrativo e judicial, de Rafael Pandolfo. São Paulo: Noeses. 
•	Artigo: “A Ação de Repetição de Indébito, o cumprimento de sentença e a nova hipótese de ação rescisória prevista no código de processo civil de 2015”, de Juliana Furtado Costa Araújo, In CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume III. São Paulo: Noeses.
•	Artigo: “Coisa julgada em mandado de segurança coletivo sobre matéria tributária – estudo de caso”, de Thais de Laurentiis, In CONRADO, Paulo Cesar. Processo tributário analítico, volume III. São Paulo: Noeses.
•	Capítulo II, Seção II, itens 1 e 1.1 do livro Teoria da proibição de bis in idem no direito tributário e sancionador tributário, de Fabio Brun Goldschmidt. São Paulo: Noeses.
•	Artigo: “A repercussão geral, as súmulas vinculantes e as decisões do Supremo Tribunal Federal em matéria tributária”, de Carla de Lourdes Gonçalves, in VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET.
•	Artigo: “Técnicas processuais de desconstituição da coisa julgada: o controle processual da coisa julgada “inconstitucional” no CPC projetado”, de Cassio Scarpinella Bueno, in IX Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET.
•	Artigo: “Exceção de pré-executividade em matéria tributária: do sincretismo processual ao dever de cooperação (art. 6º do CPC/2015), passando pela ‘nova’ definição de coisa julgada”, de Paulo César Conrado. São Paulo: Fiscosoft.
•	Artigo: “Conflitos de jurisprudência entre STJ e STF”, de Renato Lopes Becho, in VII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET 
•	Artigo: “Relativização da coisa julgada tributária inconstitucional x princípio da segurança jurídica”, de Estefânia Maria de Queiroz Barboza (RDDT n. 129, p. 35/49).
•	Itens 3.3.2, 3.3.2.1, 3.3.2.2, 3.3.2.3, 3.3.4, 3.3.4.1 e 3.3.4.2 do livro Os limites objetivos e “temporais” da coisa julgada em ação declaratória no direito tributário, de Fernanda Donnabella Camano. São Paulo: Quartier Latin.
•	Livro: Direito Constitucional tributário e segurança jurídica de Heleno Taveira Torres. São Paulo: RT.
•	Livro: Teoria da Segurança Jurídica de Humberto Ávila. São Paulo: Malheiros. 
•	Artigo: Súmula Vinculante n. 8 e modulação dos efeitos em controle difuso de constitucionalidade: efeitos em relação à repetição do indébito tributário, de Carlos Carlos Renato Cunha (Revista Argumentum n. 11, p. 33-73)
Anexo I
RE 161.031
DJ 06/06/1997
ICMS - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - MERCADORIA USADA - BASE DE INCIDÊNCIA MENOR - PROIBIÇÃO DE CRÉDITO - INCONSTITUCIONALIDADE. Conflita com o princípio da não- cumulatividade norma vedadora da compensação do valor recolhido na operação anterior. O fato de ter-se a diminuição valorativa da base de incidência não autoriza, sob o ângulo constitucional, tal proibição. Os preceitos das alíneas “a” e “b” do inciso II do § 2º do artigo 155 da Constituição Federal somente têm pertinência em caso de isenção ou não-incidência, no que voltadas à totalidade do tributo, institutos inconfundíveis com o benefício fiscal em questão.
(RE 161031, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 24/03/1997, DJ 06-06-1997 PP-24881 EMENT VOL-01872-05 PP-00994)
Anexo II
RE 174.478
DJ 30/09/2005
TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias. ICMS. Créditos relativos à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram realizadas com redução da base de cálculo. Caso de isenção fiscal parcial. Previsão de estorno proporcional. Art. 41, inc. IV, da Lei estadual nº 6.374/89, e art. 32, inc. II, do Convênio ICMS nº 66/88. Constitucionalidade reconhecida. Segurança denegada. Improvimento ao recurso. Aplicação do art. 155, § 2º, inc. II, letra “b”, da CF. Voto vencido. São constitucionais o art. 41, inc. IV, da Lei nº 6.374/89, do Estado de São Paulo, e o art. 32, incs. I e II, do Convênio ICMS nº 66/88.
(RE 174478, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2005, DJ 30-09-2005 PP-00005 EMENT VOL-02207-02 PP-00243 RIP v. 7, n. 33, 2005, p. 264)
Anexo III
RE 730.462
DJ 09/09/2015
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE PRECEITO NORMATIVO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EFICÁCIA NORMATIVA E EFICÁCIA EXECUTIVA DA DECISÃO: DISTINÇÕES. INEXISTÊNCIA DE EFEITOS AUTOMÁTICOS SOBRE AS SENTENÇAS JUDICIAIS ANTERIORMENTE PROFERIDAS EM SENTIDO CONTRÁRIO. INDISPENSABILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO OU PROPOSITURA DE AÇÃO RESCISÓRIA PARA SUA REFORMA OU DESFAZIMENTO. 1. A sentença do Supremo Tribunal Federal que afirma a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência (= eficácia normativa) de manter ou excluir a referida norma do sistema de direito. 2. Dessa sentença decorre também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao julgado uma qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais (= eficácia executiva ou instrumental), que, para viabilizar-se, tem como instrumento próprio, embora não único, o da reclamação prevista no art. 102, I, “l”, da Carta Constitucional. 3. A eficácia executiva, por decorrer da sentença (e não da vigência da norma examinada), tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do Supremo no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). É, consequentemente, eficácia que atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação, não os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada inconstitucional. 4. Afirma-se, portanto, como tese de repercussão geral que a decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC,art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado. 5. No caso, mais de dois anos se passaram entre o trânsito em julgado da sentença no caso concreto reconhecendo, incidentalmente, a constitucionalidade do artigo 9º da Medida Provisória 2.164-41 (que acrescentou o artigo 29-C na Lei 8.036/90) e a superveniente decisão do STF que, em controle concentrado, declarou a inconstitucionalidade daquele preceito normativo, a significar, portanto, que aquela sentença é insuscetível de rescisão. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 730462, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-177 DIVULG 08-09-2015 PUBLIC 09-09-2015)
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