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Introdução ao Desenvolvimento Humano- resumo 1 ciclo

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· Introdução ao Desenvolvimento Humano: 
O desenvolvimento humano é um processo contínuo que se inicia quando um oócito (óvulo) de origem feminina é fecundado por um espermatozoide, de origem masculina. A divisão celular, a migração celular e a morte celular programada (apoptose), a diferenciação, o crescimento e o rearranjo celular transformam o oócito fecundado, uma célula altamente especializada e totipotente, um zigoto, em um ser humano multicelular. A maior parte das alterações ocorre durante os períodos embrionário e fetal; todavia, alterações importantes ocorrem durante períodos posteriores do desenvolvimento: o período neonatal (primeiras quatro semanas), lactância (primeiro ano de vida), infância (dos dois anos à puberdade); e adolescência (11 aos 19 anos). O desenvolvimento não para ao nascer; outras alterações, além do crescimento, ocorrem após o parto (p. ex., desenvolvimento dos dentes e das mamas femininas).
· Períodos de desenvolvimento 
O desenvolvimento humano é geralmente dividido entre os períodos pré-natal (antes do parto) e pós-natal (após o parto). O desenvolvimento de um ser humano a partir da fecundação de um oócito até o parto é dividido em dois períodos principais, o embrionário e o fetal. As principais alterações que ocorrem no período pré-natal estão ilustradas na Cronologia do Desenvolvimento Pré-natal Humano.
A análise da cronologia revela que os avanços mais visíveis ocorrem durante a terceira à oitava semanas – o período embrionário. Durante o período fetal, ocorrem diferenciação e crescimento dos tecidos e órgãos e a taxa de crescimento corporal aumenta. Estágios do Desenvolvimento Embrionário O desenvolvimento precoce é descrito em estágios devido ao período variável que os embriões levam para desenvolver determinadas características morfológicas. O estágio um começa na fecundação e o desenvolvimento embrionário termina no estágio 23, que ocorre no 56° dia. Um trimestre é um período de três meses, um terço do período de nove meses da gestação. Os períodos mais críticos de desenvolvimento ocorrem durante o primeiro trimestre (13 semanas), quando o desenvolvimento embrionário e o desenvolvimento fetal inicial estão ocorrendo. 
Período Pós-natal 
Esse é o período que ocorre após o parto. As explicações relativas aos termos e aos períodos de desenvolvimento serão apresentadas a seguir. 
Lactância Esse é o período de vida extrauterina que ocorre, aproximadamente, durante o primeiro ano após o nascimento. Um lactente de idade de um mês ou menos é denominado neonato. A transição da existência intrauterina para a extrauterina exige muitas mudanças críticas, especialmente nos sistemas cardiovascular e respiratório. Se os neonatos sobrevivem às primeiras horas cruciais após o parto, as suas chances de vida geralmente são boas. O corpo cresce rapidamente durante o primeiro ano de vida; o comprimento total aumenta em, aproximadamente, 50% e o peso geralmente triplica. Por volta do primeiro ano de vida, a maior parte dos lactentes tem de seis a oito dentes.
 Infância 
Esse é o período de vida extrauterina entre o primeiro ano de vida e a puberdade. Os dentes primários (decíduos) continuam a surgir, sendo posteriormente substituídos por dentes secundários (permanentes). Durante o início da infância, ocorre uma ossificação ativa (formação dos ossos), mas à medida que a criança fica mais velha, a taxa de crescimento corporal desacelera. Imediatamente antes da puberdade, contudo, o crescimento se acelera – o estirão de crescimento pré-puberal. 
Puberdade
 Este é o período no qual os seres humanos se tornam funcionalmente capazes de procriar (reprodução). A reprodução é o processo pelo qual o organismo produz a prole. No sexo feminino, os primeiros sinais de puberdade podem ocorrer após a idade de oito anos; no sexo masculino, a puberdade comumente se inicia na idade de nove anos. Idade Adulta A obtenção do crescimento completo e da maturidade geralmente é atingida entre as idades de 18 e 21 anos. A ossificação e o crescimento estão virtualmente completos durante o início da idade adulta (21 a 25 anos).
Significado da embriologia
 A expressão embriologia clinicamente orientada refere-se ao estudo de embriões; a expressão geralmente significa desenvolvimento pré-natal de embriões, fetos e neonatos (lactentes com idade de um mês ou menos). A expressão anatomia do desenvolvimento se refere às alterações estruturais do ser humano a partir da fecundação até a vida adulta; ela inclui a embriologia, a fetologia e o desenvolvimento pós-natal. Teratologia é a divisão da embriologia e da patologia que lida com o desenvolvimento anormal (defeitos congênitos). Esse ramo da embriologia diz respeito a diversos fatores genéticos e/ou ambientais que interrompem o desenvolvimento normal e produzem defeitos congênitos .
 Embriologia Clinicamente Orientada:
 • Faz a ponte entre o desenvolvimento pré-natal e a obstetrícia, a medicina perinatal, a pediatria e a anatomia clínica. 
• Desenvolve o conhecimento relativo ao começo da vida e às alterações que ocorrem durante o desenvolvimento pré-natal. 
• Estabelece uma compreensão das causas das variações na estrutura humana. 
• Esclarece a anatomia clinicamente orientada e explica como as relações normais e anormais se desenvolvem. 
• Dá suporte à pesquisa e aplicação das células-tronco para o tratamento de certas doenças crônicas. 
O conhecimento que os médicos têm do desenvolvimento normal e das causas dos defeitos congênitos é necessário para dar ao embrião e ao feto a melhor chance possível de se desenvolverem normalmente. Grande parte da prática obstétrica moderna envolve a embriologia aplicada. O significado da embriologia é facilmente perceptível para os pediatras, uma vez que alguns dos seus pacientes apresentarão defeitos congênitos resultantes do mau desenvolvimento, como, por exemplo, hérnia diafragmática, espinha bífida cística e doença cardíaca congênita. Os defeitos congênitos provocam a maior parte dos óbitos durante o primeiro ano de vida. O conhecimento do desenvolvimento da estrutura e da função é essencial para a compreensão das alterações fisiológicas que ocorrem durante o período neonatal (primeiras quatro semanas) e para ajudar os fetos e neonatos em risco. O progresso na cirurgia, especialmente nos grupos etários fetal, perinatal e pediátrico, tornou o conhecimento do desenvolvimento humano ainda mais significativo clinicamente. O tratamento cirúrgico de fetos é atualmente possível em algumas situações. A compreensão e a correção da maior parte dos defeitos dependem do conhecimento do desenvolvimento normal e dos desvios que podem ocorrer. Uma compreensão dos defeitos congênitos e das suas causas também permite aos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde explicarem a base dos defeitos congênitos do ponto de vista do desenvolvimento, muitas vezes dissipando sentimentos de culpa dos pais. Os profissionais da área da saúde que têm conhecimento dos defeitos congênitos comuns e da sua base embriológica abordam situações inusitadas com confiança e não com surpresa. Por exemplo, quando se percebe que a artéria renal representa apenas um dos vários vasos que originalmente irrigam o rim embrionário, as frequentes variações do número e disposição dos vasos renais se tornam compreensíveis e não inesperadas.
· Termos descritivos em embriologia 
Os equivalentes em português das formas dos termos padronizados em latim são dados em alguns casos, como, por exemplo, esperma (espermatozoide). Todas as descrições do adulto se baseiam na presunção de que o corpo esteja ereto, com os membros superiores estendidos a cada lado e as palmas direcionadas anteriormente. Os termos anterior ou ventral e posterior ou dorsal são usados para descrever a frente e a parte de trás do corpo ou membros e as relações das estruturas corporais umas com as outras. Quando descrevemos embriões, os termos ventral e dorsal são usados .Superior e inferior são usados para indicar os níveis relativos das diferentes estruturas. Para os embriões, os termos cranial(ou rostral) e caudal são usados para indicar relações com as eminências cefálica e caudal (cauda), respectivamente .As distâncias a partir do centro do corpo ou da fonte de fixação de uma estrutura são designadas proximais (mais próximas) ou distais
(mais distantes). No membro inferior, por exemplo, o joelho é proximal ao tornozelo e distal ao quadril. O plano mediano é um plano vertical imaginário de secção que passa longitudinalmente através do corpo. As secções medianas dividem o corpo nas metades direita e esquerda . Os termos lateral e medial se referem a estruturas que estão, respectivamente, mais distantes ou mais próximas do plano mediano do corpo. Um plano sagital é qualquer plano vertical que passe através do corpo que seja paralelo ao plano mediano Um plano transverso (axial) se refere a qualquer plano que esteja em ângulos retos tanto em relação ao plano mediano quanto ao plano coronal. Um plano frontal (coronal) é qualquer plano vertical que cruze o plano mediano em um ângulo reto e divida o corpo em porções anterior, ou ventral, e posterior, ou dorsal.
· Comparação dos gametas 
Os gametas (oócitos/espermatozoides) são células haploides (possuem metade do número cromossômico) que podem sofrer cariogamia (fusão dos núcleos de duas células sexuais). O oócito é uma célula grande quando comparada ao espermatozoide e é imóvel, enquanto o espermatozoide é microscópico e altamente móvel .O oócito é envolvido pela zona pelúcida e por uma camada de células foliculares, a corona radiata. Com relação à constituição dos cromossomos sexuais, existem dois tipos de espermatozoides normais: 23,X e 23,Y; enquanto existe somente um tipo de oócito secundário: 23,X. Por convenção, o número 23 é seguido por uma vírgula e X ou Y para indicar a constituição do cromossomo sexual; por exemplo, 23,X significa que há 23 cromossomos no complemento, consistindo em 22 autossomos e um cromossomo sexual (X, nesse caso). A diferença no complemento do cromossomo sexual dos espermatozoides forma a base da determinação sexual primária. 
· Transporte de gametas 
· Transporte do Oócito 
Na ovulação, o oócito secundário é expelido do folículo ovariano junto com fluido folicular. Durante a ovulação, as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-se intimamente do ovário. Os processos digitiformes da tuba, as fímbrias, movem-se para frente e para trás do ovário. A ação de varredura das fímbrias e a corrente de fluido produzida pelos cílios (extensões móveis) das células da mucosa das fímbrias “varrem” o oócito secundário para o infundíbulo afunilado da tuba uterina (Fig. 2-10B). O oócito passa então para a ampola da tuba uterina (Fig. 2-10C), principalmente como resultado da peristalse (movimentos da parede da tuba caracterizados pela contração e relaxamento alternados) que conduz o oócito na direção do útero. 
· Transporte dos Espermatozoides 
A ejaculação reflexa do sêmen pode ser dividida em duas fases: 
• Emissão: o sêmen é enviado para a porção prostática da uretra pelos ductos ejaculatórios após a peristalse (movimentos peristálticos) dos ductos deferentes ; a emissão é uma resposta autônoma simpática.
• Ejaculação: o sêmen é expelido da uretra através do óstio uretral externo; isso é resultado do fechamento do esfíncter vesical no colo da bexiga, da contração do músculo uretral e da contração dos músculos bulboesponjosos. Os espermatozoides são rapidamente transportados do epidídimo para a uretra por contrações peristálticas da espessa camada muscular dos ductos deferentes. 
As glândulas sexuais acessórias, que são as glândulas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais, produzem secreções que são adicionadas ao fluido espermático nos ductos deferentes e na uretra. De 200 a 600 milhões de espermatozoides são depositados ao redor do óstio uterino externo e no fórnice da vagina durante a relação sexual. Os espermatozoides passam através do colo uterino graças à movimentação de suas caudas. A enzima vesiculase, produzida pelas glândulas seminais, coagula pequena parte do sêmen ejaculado e forma um tampão vaginal que impede o retorno do sêmen para a vagina. Quando ocorre a ovulação, o muco do colo uterino aumenta e se torna menos viscoso, facilitando ainda mais a passagem dos espermatozoides. A passagem dos espermatozoides do útero para a tuba uterina resulta principalmente das contrações da parede muscular desses órgãos. As prostaglandinas (substâncias fisiologicamente ativas) no sêmen parecem estimular a motilidade uterina no momento da relação sexual e auxiliam na movimentação dos espermatozoides até o local da fecundação na ampola da tuba uterina. A frutose, secretada pelas glândulas seminais, é uma fonte de energia para os espermatozoides no sêmen. O volume da ejaculação (espermatozoides misturados com as secreções das glândulas sexuais acessórias) é em média de 3,5 mL, com uma variação de 2 a 6 mL. Os espermatozoides se deslocam de 2 a 3 mm por minuto, mas a velocidade varia de acordo com o pH do meio. Os espermatozoides não possuem motilidade enquanto estão armazenados nos epidídimos, mas se tornam móveis na ejaculação. Eles se movem lentamente no ambiente ácido da vagina, mas se movem mais rapidamente no ambiente alcalino do útero. Não se sabe ao certo o tempo que os espermatozoides levam para chegar ao local no qual ocorre a fecundação, na ampola da tuba uterina ,mas esse tempo provavelmente é curto. Espermatozoides móveis foram colhidos na ampola da tuba uterina 5 minutos após serem depositados no óstio uterino externo. Entretanto, alguns espermatozoides levam mais de 45 minutos para completar a jornada. Cerca de 200 espermatozoides alcançam o local da fecundação; a maioria dos espermatozoides se degenera e é reabsorvida pelo trato genital feminino. Maturação dos espermatozoides Os espermatozoides recém-ejaculados são incapazes de fecundar um oócito. Os espermatozoides devem passar por um período de condicionamento, ou capacitação, que dura aproximadamente 7 horas. Durante esse período, uma cobertura glicoproteica e de proteínas seminais é removida da superfície do acrossoma do espermatozoide. Os componentes da membrana dos espermatozoides são consideravelmente alterados. Os espermatozoides capacitados não mostram alterações morfológicas, mas eles são mais ativos. A capacitação dos espermatozoides ocorre enquanto eles estão no útero ou na tuba uterina pela ação de substâncias secretadas por essas regiões. Na fertilização in vitro, a capacitação é induzida pela incubação dos espermatozoides em um meio específico por várias horas .O término da capacitação permite que ocorra a reação acrossômica. O acrossoma do espermatozoide capacitado se liga a uma glicoproteína (ZP3) da zona pelúcida . Alguns estudos mostraram que a membrana plasmática do espermatozoide, íons de cálcio, prostaglandinas e progesterona possuem um importante papel na reação acrossômica. Essa reação do espermatozoide deve terminar antes da fusão do espermatozoide com o oócito. Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a corona radiata que envolve o oócito secundário, eles passam por alterações moleculares complexas que resultam no desenvolvimento de perfurações no acrossoma. Ocorrem, então, vários pontos de fusão da membrana plasmática do espermatozoide com a membrana acrossômica externa. O rompimento das membranas nesses pontos produz aberturas. As mudanças induzidas pela reação acrossômica estão associadas à liberação de enzimas da vesícula acrossômica que facilitam a fecundação, incluindo a hialuronidase e a acrosina. A capacitação e a reação acrossômica parecem ser reguladas por uma tirosina quinase, a src quinase.
· Viabilidade dos gametas 
Estudos dos estágios iniciais do desenvolvimento indicam que os oócitos humanos são geralmente fecundados dentro de 12 horas após a ovulação. As observações in vitro mostraram que os oócitos não podem ser fecundados após 24 horas e que eles se degeneram rapidamente após esse tempo. A maioria dos espermatozoides humanos provavelmente não sobrevive por mais de 48 horas no tratogenital feminino. Após a ejaculação, os espermatozoides passam pelo colo uterino e chegam ao interior do útero. Alguns espermatozoides são armazenados nas pregas da mucosa do colo e gradualmente liberados, atravessam o útero e entram nas tubas uterinas. O curto armazenamento dos espermatozoides no colo proporciona a liberação gradual de espermatozoides, aumentando, assim, as chances de fecundação. Os espermatozoides e os oócitos podem ser congelados e armazenados por muitos anos para serem utilizados na fertilização in vitro.
Sequência da fecundação 
Normalmente, o local da fecundação é a ampola da tuba uterina. Se o oócito não for fecundado na ampola, ele passa lentamente pela tuba e chega ao corpo do útero, onde se degenera e é reabsorvido. Embora a fecundação possa ocorrer em outras partes da tuba, ela não ocorre no corpo do útero. Sinais químicos (atrativos) secretados pelos oócitos e pelas células foliculares circundantes guiam os espermatozoides capacitados (quimiotaxia dos espermatozoides) para o oócito. A fecundação é uma sequência complexa de eventos moleculares coordenados que se inicia com o contato entre um espermatozoide e um oócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto; o embrião unicelular Alterações em qualquer estágio na sequência desses eventos podem causar a morte do zigoto. O processo da fecundação leva aproximadamente 24 horas. 
· Fases da Fecundação 
• Passagem de um espermatozoide através da corona radiata. A dispersão das células foliculares da corona radiata que circunda o oócito e a zona pelúcida parece resultar principalmente da ação da enzima hialuronidase liberada da vesícula acrossômica do espermatozoide, mas isto ainda não está totalmente esclarecido. Algumas enzimas da mucosa da tuba uterina também parecem auxiliar a dispersão. Os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes na penetração da corona radiata 
• Penetração da zona pelúcida. A passagem do espermatozoide pela zona pelúcida é uma fase importante do início da fecundação. A formação de uma passagem também é resultado da ação de enzimas acrossômicas. As enzimas esterase, acrosina e neuraminidase parecem causar a lise (dissolução) da zona pelúcida, formando assim uma passagem para o espermatozoide penetrar o oócito. A mais importante dessas enzimas é a acrosina, uma enzima proteolítica. 
• Uma vez que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ocorre a reação zonal, uma alteração nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides. A composição dessa cobertura glicoproteica extracelular muda após a fecundação. Acredita-se que a reação zonal é o resultado da ação de enzimas lisossomais liberadas por grânulos corticais próximos a membrana plasmática do oócito. O conteúdo desses grânulos, que são liberados no espaço perivitelino , também provoca alterações na membrana plasmática tornando-a impermeável a outros espermatozoides.
 • Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do espermatozoide. As membranas plasmáticas ou celulares do oócito e do espermatozoide se fundem e se rompem na região da fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do oócito mas a membrana celular espermática (membrana plasmática) e as mitocôndrias não entram.
 • Término da segunda divisão meiótica do oócito e formação do pronúcleo feminino. Quando o espermatozoide penetra o oócito, este é ativado e termina a segunda divisão meiótica formando um oócito maduro e um segundo corpo polar. Em seguida, os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do oócito maduro se torna o pronúcleo feminino. 
• Formação do pronúcleo masculino. Dentro do citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o pronúcleo masculino, e a cauda do espermatozoide degenera. Morfologicamente, os pronúcleos masculino e feminino são indistinguíveis. Durante o crescimento dos pronúcleos, eles replicam seu DNA-1 n (haploide), 2 c (duas cromátides). O oócito contendo os dois pronúcleos haploides é denominado oótide. Logo que os pronúcleos se fundem em um único agregado diploide de cromossomos, a oótide se torna um zigoto. Os cromossomos no zigoto se organizam em um fuso de clivagem, em preparação para as sucessivas divisões do zigoto. 
• O zigoto é geneticamente único porque metade dos cromossomos é materna e a outra metade é paterna. O zigoto contém uma nova combinação de cromossomos diferente da combinação das células paternas. Esse mecanismo é a base da herança biparental e da variação da espécie humana. A meiose possibilita a distribuição aleatória dos cromossomos paternos e maternos entre as células germinativas .O crossing-over dos cromossomos, por relocação dos segmentos dos cromossomos paterno e materno “embaralha” os genes, produzindo uma recombinação do material genético
· Fecundação 
· Estimula o oócito a completar a segunda divisão meiótica. 
· Restaura o número diploide normal de cromossomos (46) no zigoto. 
· Resulta na variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos paternos e maternos. 
· Determina o sexo cromossômico do embrião. 
· Causa a ativação metabólica da oótide (oócito quase maduro) e inicia a clivagem do zigoto.
· Clivagem do zigoto 
· consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um aumento rápido do número de células (blastômeros). Essas células embrionárias tornam-se menores a cada divisão. A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero. Durante a clivagem, o zigoto continua dentro da zona pelúcida. A divisão do zigoto em blastômeros se inicia aproximadamente 30 horas após a fecundação. As divisões subsequentes seguem-se uma após a outra, formando, progressivamente, blastômeros menores. Após o estágio de nove células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns com os outros para formar uma bola compacta de células. Esse fenômeno, a compactação, é provavelmente mediado por glicoproteínas de adesão de superfície celular. A compactação possibilita uma maior interação célula-célula e é um pré-requisito para a separação das células internas que formam o embrioblasto (massa celular interna) do blastocisto. A via de sinalização hippo desempenha um papel essencial na separação do embrioblasto do trofoblasto. Quando existem 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de mórula. As células internas da mórula são circundadas pelas células trofoblásticas. A mórula se forma aproximadamente 3 dias após a fecundação e chega ao útero.
· Formação do blastocisto 
Logo após a mórula ter alcançado o útero (cerca de 4 dias após a fecundação), surge no interior da mórula um espaço preenchido por líquido, a cavidade blastocística. O líquido passa da cavidade uterina através da zona pelúcida para formar esse espaço. Conforme o líquido aumenta na cavidade blastocística, ele separa os blastômeros em duas partes: 
• Uma delgada camada celular externa, o trofoblasto (Grego trophe, nutrição), que formará a parte embrionária da placenta 
• Um grupo de blastômeros localizados centralmente, o embrioblasto (massa celular interna), que formará o embrião. Uma proteína imunossupressora, o fator de gestação inicial, é secretada pelas células trofoblásticas e aparece no soro materno cerca de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator de gestação inicial é a base do teste de gravidez durante os primeiros 10 dias de desenvolvimento. Durante esse estágio de desenvolvimento, ou blastogênese, o concepto (embrião e suas membranas) é chamado de blastocisto. O embrioblasto agora se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Depois que o blastocisto flutuou pelas secreções uterinas por aproximadamente 2 dias, a zona pelúcida gradualmente se degenera e desaparece. A degeneração da zona pelúcida e a incubação do blastocisto foram observados in vitro. A degeneração da zona pelúcida permite o rápido crescimento do blastocisto. Enquanto está flutuando no útero, o blastocisto obtém nutrição das secreçõesdas glândulas uterinas. Aproximadamente 6 dias após a fecundação (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao epitélio endometrial, normalmente adjacente ao polo embrionário. Logo que o blastocisto adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em duas camadas: 
• Uma camada interna, o citotrofoblasto. 
• Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada na qual nenhum limite celular pode ser observado
Fatores intrínsecos e da matriz extracelular modulam em sequências cuidadosamente programadas a diferenciação do trofoblasto. O fator de crescimento transformador β (TGF-β) regula a proliferação e a diferenciação do trofoblasto por interação de ligantes com receptores dos tipos I e II das quinases proteicas serina/treonina. Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem pelo epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo. No final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e obtém a sua nutrição dos tecidos maternos erodidos. O sinciciotrofoblasto, altamente invasivo, se expande rapidamente em uma área conhecida como polo embrionário, adjacente ao embrioblasto. O sinciciotrofoblasto produz enzimas que erodem os tecidos maternos, possibilitando ao blastocisto se implantar, no endométrio. As células endometriais também participam controlando a profundidade da penetração do sinciciotrofoblasto. Por volta de 7 dias, uma camada de células, o hipoblasto (endoderma primário), aparece na superfície do embrioblasto voltada para a cavidade blastocística. Dados embriológicos comparativos sugerem que o hipoblasto surge por delaminação dos blastômeros do embrioblasto.
· Segunda Semana do Desenvolvimento Humano
À medida que a implantação do blastocisto ocorre, mudanças morfológicas no embrioblasto produzem um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto e pelo hipoblasto. O disco embrionário origina as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. As estruturas extraembrionárias que se formam durante a segunda semana são a cavidade amniótica, o âmnio, a vesícula umbilical conectada ao pedículo e o saco coriônico.
· Término da implantação do blastocisto 
A implantação do blastocisto termina durante a segunda semana. Ela ocorre durante um período restrito entre 6 e 10 dias após a ovulação e a fecundação. Conforme o blastocisto se implanta mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em duas camadas: 
• Uma camada interna, o citotrofoblasto, que é mitoticamente ativa (isto é, figuras mitóticas são visíveis) e forma novas células que migram para a massa crescente de sinciciotrofoblasto, onde se fundem e perdem as membranas celulares. 
• O sinciciotrofoblasto, uma massa multinucleada que se expande rapidamente, na qual nenhum limite celular é visível. O sinciciotrofoblasto é erosivo e invade o tecido conjuntivo endometrial enquanto o blastocisto vagarosamente vai se incorporando ao endométrio). As células sinciciotrofoblásticas deslocam as células endometriais no local de implantação. As células endometriais sofrem apoptose (morte celular programada), o que facilita a invasão.
Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o blastocisto invasor e um endométrio receptivo. As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular (integrinas), citocinas, protaglandinas, hormônios (gonadotrofina coriônica humana [hCG] e progesterona), fatores de crescimento, enzimas de matriz extracelular e outras enzimas (metaloproteinases de matriz e proteína quinase A) têm o papel de tornar o endométrio mais receptivo. Além disso, as células endometriais ajudam a controlar a profundidade de penetração do blastocisto. As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam glicogênio e lipídios e assumem um aspecto poliédrico (muitos lados). Algumas dessas células, as células deciduais, se degeneram nas proximidades do sinciciotrofoblasto invasor. O sinciciotrofoblasto engolfa essas células que servem como uma rica fonte de nutrientes para o embrião. O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação sanguínea materna através de cavidades isoladas (lacunas) no sinciciotrofoblasto o hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação. O corpo lúteo é uma estrutura glandular endócrina que secreta estrogênio e progesterona para manter a gestação. 
· Formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e da vesícula umbilical
Com a progressão da implantação do blastocisto, surge um pequeno espaço no embrioblasto; o primórdio da cavidade amniótica. Logo, as células amniogênicas (formadoras do âmnio), os amnioblastos, se separam do epiblasto e formam o âmnio, que reveste a cavidade amniótica. Concomitantemente, ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto (massa celular da qual se desenvolve o embrião) que resultam na formação de uma placa bilaminar, quase circular, de células achatadas. O disco embrionário, que é formado por duas camadas
• O epiblasto, uma camada mais espessa, constituída de células cilíndricas altas, voltadas para a cavidade amniótica. • O hipoblasto, composto de células cuboides pequenas adjacentes à cavidade exocelômica. O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio. O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica (Fig. 3-1A) e é contínuo à delgada membrana exocelômica. Essa membrana, juntamente com o hipoblasto, reveste a vesícula umbilical primitiva. O disco embrionário agora situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula (Fig. 3-1B). As células do endoderma da vesícula produzem uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extraembrionário (Fig. 3-2A), que passa a envolver o âmnio e a vesícula umbilical. A vesícula umbilical e a cavidade amniótica possibilitam os movimentos morfogenéticos das células do disco embrionário. Assim que se formam o âmnio, o disco embrionário e a vesícula umbilical aparecem lacunas (pequenos espaços) no sinciciotrofoblasto (Figs. 3-1A e 3-2). As lacunas são preenchidas por um mistura de sangue materno proveniente dos capilares endometriais rompidos e os restos celulares das glândulas uterinas erodidas (Capítulo 2, Fig. 2-6C). Esse fluido dos espaços lacunares, o embriotrofo, chega ao disco embrionário por difusão e fornece material nutritivo para o embrião. A comunicação dos capilares endometriais rompidos com as lacunas no sinciciotrofoblasto estabelece a circulação uteroplacentária primitiva. Quando o sangue materno flui para rede lacunar (Fig. 3-2A e B), o oxigênio e as substâncias nutritivas passam para o embrião. O sangue oxigenado passa para as lacunas a partir das artérias endometriais espiraladas (Capítulo 2, Fig 2-6C), e o sangue pouco oxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. No décimo dia, o concepto (embrião e membranas) está completamente implantado no endométrio uterino (Fig. 3-2A). Inicialmente, existe uma falha superficial no epitélio endometrial que logo é fechada por um tampão, um coágulo sanguíneo fibrinoso (Fig. 3-2A). Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente regenerado recobre o tampão (Fig. 3-3B). Isso resulta parcialmente da sinalização de AMPc e progesterona. Assim que o concepto se implanta, as células do tecido conjuntivo endometrial continuam passando por transformações: é a reação decidual. As células incham devido ao acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma. A principal função da reação decidual é fornecer nutrientes para o embrião e um local imunologicamente privilegiado para o concepto.
FIGURA 3-3 Fotografia da superfície endometrial do corpo do útero, mostrando o local de implantação do embrião de 12 dias mostrado na Figura 3-4. O concepto implantado causa uma pequena elevação (seta) (8x). (De Hertig AT , Rock J: Two human ova of the pre-villous stage, having an ovulation age of abouteleven and twelve days respectively , Contrib Embryol Carnegie Inst 29:127, 1941. Cortesia de Carnegie Institution of Washington, DC.) Em um embrião de 12 dias, as lacunas sinciociotrofoblásticas adjacentes se fusionam para formar a rede lacunar (Figs. 3-4 e 3-2B), dando ao sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa. As redes lacunares, particularmente ao redor do polo embrionário, são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta (Capítulo 7, Fig. 7-5). Os capilares endometriais ao redor do embrião implantado se tornam congestos e dilatados, formando os sinusoides maternos, vasos terminais de paredes finas e mais largos do que os capilares normais (Fig. 3-5A). A formação dos vasos sanguíneos no estroma endometrial (estrutura de tecido conjuntivo) está sob a influência do estrogênio e da progesterona. A expressão de conexina 43 (Cx43), uma proteína de junção comunicante, possui um papel decisivo na angiogênese do local de implantação e na manutenção da gestação.
FIGURA 3-4 Blastocisto implantado. A,Secção do local de implantação do embrião de 12 dias descrito na Figura 3-3. O embrião está implantado superficialmente na camada compacta do endométrio (30x). B, Aumento maior do concepto e do endométrio uterino ao redor (100x). Lacunas (pequenas cavidades) contendo sangue materno são visíveis no sinciciotrofoblasto. (De Hertig AT , Rock J: Two human ova of the pre-villous stage, having an ovulation age of about eleven and twelve days respectively , Contrib Embryol Carnegie Inst 29:127, 1941. Cortesia de Carnegie Institution of Washington, DC.)
FIGURA 3-5 Desenhos de secções de embriões humanos implantados, baseados principalmente nos estudos de Hertig e colaboradores (1956). Observe (1) a falha no epitélio endometrial desapareceu; (2) a formação de uma pequena vesícula umbilical secundária; (3) uma grande cavidade, o celoma extraembrionário, agora envolve a vesícula umbilical e o âmnio, exceto onde o âmnio está preso ao córion pelo pedículo de conexão; e (4) o celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: o mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio; e o mesoderma esplâncnico extraembrionário em torno da vesícula umbilical. A, Um embrião de 13 dias, mostrando a redução de tamanho relativo à vesícula umbilical primitiva e o início do aparecimento das vilosidades coriônicas primárias. B, Um embrião aos 14 dias, mostrando a vesícula umbilical secundária recém-formada e a localização da placa pré-cordal em seu teto. C, Detalhe da placa pré-cordal destacada em B. Os sinusoides são erodidos pelo sinciciotrofoblasto e o sangue materno flui livremente para dentro da rede lacunar (Figs. 3-4B e 3-8B). O trofoblasto absorve o fluido nutritivo proveniente da rede lacunar, que é transferido para o embrião. O crescimento do disco embrionário bilaminar é lento quando comparado com o crescimento do trofoblasto (Figs. 3-1, 3-2 e 3-8). O embrião implantado de 12 dias produz uma leve elevação na superfície endometrial que se projeta para a cavidade uterina (Figs. 3-3 e 3-4). Conforme ocorrem mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário aumenta e aparecem espaços celômicos extraembrionários isolados dentro dele (Figs. 3-2B e 3-4B). Esses espaços rapidamente se fundem e formam uma grande cavidade isolada, o celoma extraembrionário (Fig. 3-5A). Essa cavidade cheia de fluido envolve o âmnio e a vesícula umbilical, exceto onde eles estão aderidos ao córion (membrana fetal mais externa) pelo pedículo de conexão (Fig. 3-8A e B). Com a formação do celoma extraembrionário, a vesícula umbilical primitiva diminui e se forma a vesícula umbilical secundária um pouco menor (Fig. 3-5B). Essa vesícula menor é formada por células endodérmicas extraembrionárias que migram do hipoblasto do interior da vesícula umbilical primitiva (Fig. 3-6). Durante a formação da vesícula umbilical secundária, uma grande parte da vesícula umbilical primitiva se desprende, deixando uma vesícula remanescente (Fig. 3-5B). A vesícula umbilical dos humanos não contém vitelo; entretanto, possui funções
importantes – por exemplo, ela é o local de origem das células germinativas primordiais (Capítulo 12). Ela pode ter função também na transferência seletiva de nutrientes para o embrião.
FIGURA 3-6 Origem dos tecidos embrionários. As cores nos retângulos são usadas nos desenhos das secções do embrião.
Desenvolvimento do saco coriônico O final da segunda semana é marcado pelo aparecimento das vilosidades coriônicas primárias (Fig. 3-5A e B). As vilosidades (processos vasculares do córion) formam colunas com revestimentos sinciciais. As extensões celulares crescem para dentro do sinciciotrofoblasto. Acredita- se que o crescimento dessas extensões seja induzido pelo mesoderma somático extraembrionário subjacente. As projeções celulares formam as vilosidades coriônicas primárias (Fig. 3-5A e B), que são o primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta (órgão fetomaternal de troca metabólica entre o embrião e a mãe). O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas (Fig. 3-5A e B): • O mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio. • O mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve a vesícula umbilical. O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto formam o córion (membrana fetal mais externa), que forma a parede do saco coriônico (Fig. 3-5A e B). O embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos dentro desse saco pelo pedículo de conexão. (O termo vesícula umbilical é mais apropriado porque o saco vitelino não contém vitelo em humanos.) O celoma extraembrionário é o primórdio da cavidade coriônica. A ultrassonografia transvaginal (endovaginal) é usada para medir o diâmetro do saco coriônico (Fig. 3-7). Essa medida é importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário inicial e da progressão da gestação.
FIGURA 3-7 Ultrassonografia endovaginal (sagital e axial) de um saco coriônico precoce (5 semanas) (+). O diâmetro médio do saco coriônico é calculado pela soma das três dimensões ortogonais (d1, d2, d3). A vesícula umbilical secundária também pode ser observada na imagem da esquerda. Um embrião de 14 dias ainda tem o formato de um disco embrionário bilaminar plano (Figs. 3-8B e 3-5C), mas as células hipoblásticas de uma área localizada são agora cilíndricas e formam um região circular espessada, a placa pré-cordal (Fig. 3-5B e C). Essa placa indica o local da boca e é um importante organizador da região da cabeça.
FIGURA 3-8 Fotomicrografias de secções longitudinais de um embrião de 14 dias implantado. Note o grande tamanho do celoma extraembrionário. A, Vista em pequeno aumento (18x). B, Vista em grande aumento (95x). O embrião está representado pelo disco embrionário bilaminar composto pelo epiblasto e hipoblasto. (De Nishimura H, editor: Atlas of human prenatal histology , Tokyo, Igaku-Shoin, 1983.)
Locais de implantação do blastocisto A implantação do blastocisto normalmente ocorre no endométrio da região superior do corpo do útero, um pouco mais frequente na parede posterior do que na parede anterior do útero (Fig. 3-10). A implantação do blastocisto pode ser detectada por ultrassonografia e por radioimunoensaio altamente sensíveis para hCG, já no final da segunda semana (Fig. 3-9).
FIGURA 3-9 A, Secção frontal do útero e da tuba uterina esquerda, ilustrando uma gestação ectópica na ampola da tuba uterina.

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