Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO NA 
VERSÃO DIGITAL!
PROFESSOR
Me. Welington Junior Jorge 
Gestão Escolar 
e Organização 
do Trabalho 
Pedagógico 
na Educação 
Básica
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3602
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. JORGE, Welington Junior.
Gestão escolar e organização do trabalho pedagógico na 
educação básica. 
Welington Junior Jorge.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
232 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Gestão Escolar 2. Trabalho Pedagógico 3. Educação Básica. 
EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Marcia Maria Previato de Souza
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Ivana Martins
Revisão Textual
Sarah Cocato
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 370 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-275-2
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head 
de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e 
Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima Head de Recursos Digitais e Multimídias Franklin Portela 
Correia Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção Digital 
Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Recursos Educacionais Digitais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Design 
Educacional e Curadoria Yasminn T. Tavares Zagonel Supervisora de Produção Digital Daniele Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
EXPEDIENTE
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenas de cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
BOAS-VINDAS
MEU CURRÍCULO
MINHA HISTÓRIA
Olá, acadêmico(a) do curso de licenciatura em Pedagogia 
EaD da Unicesumar! Tudo bem contigo?
Antes de apresentar o livro de Gestão Escolar e Organiza-
ção do Trabalho Pedagógico na Educação Básica, quero 
contar a minha experiência com a educação. Confesso que 
foi algo desafiador. Tinha poucas motivações e até mesmo 
apoio das pessoas à minha volta, afinal, eles sempre ques-
tionaram a razão de ser professor. Assim, a pergunta que 
se repetia constantemente era: com tantas profissões para 
você escolher, por que ser professor? No entanto, essa 
questão não fazia sentido, pois eu fazia parte de uma fa-
mília de professores (duas irmãs, primos e tios). Reuniões 
de família sempre pareciam um verdadeiro conselho de 
classe: eram professores das mais diversas áreas falando 
de seus respectivos alunos.
Depois de muitas tentativas em outras graduações, esco-
lhi aquilo que me faria bem e, consequentemente, teria 
condições de exercer com excelência. Sempre digo que 
nada é melhor do que acordar, trabalhar e fazer o que 
realmente gosta. Assim, ao tomar a decisão de seguir a 
área da educação, ou seja, fazer uma licenciatura, teve 
início outro desafio: escolher o campo de atuação. Não é 
fácil escolher um curso ao qual você deseja seguir para o 
resto da sua vida. Nesse contexto, eu comecei a fazer um 
planejamento e selecionei os cursos de meu interesse. Ba-
sicamente, eram: História, Sociologia, Filosofia, Matemática 
e Pedagogia. Após o levantamento, li sobre cada curso, o 
que estudava, quais disciplinas eram ofertadas, qual era a 
proposta, campo de atuação e mercado de trabalho.
Por fim, a minha primeira graduação foi em Ciências So-
ciais. Depois do término, percebi que ficaram duas lacunas: 
contexto histórico e metodologias e práticas de ensino. Ao 
ingressar no mestrado em Educação, tive a certeza de que 
era isso o que realmente gostaria de fazer: poder colaborar 
com o processo de ensino e aprendizagem nas mais diver-
sas áreas da educação. Contudo, ainda faltava a formação 
basilar, que era constituída pela Pedagogia e pela História. 
Diante disso, continuei os meus estudos no mestrado e, 
logo depois, cursei Pedagogia e História.
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
http://lattes.cnpq.br/4561467918248070
IMERSÃO
RECURSOS DE
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONCEITUANDO
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
EXPLORANDO IDEIAS
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
PENSANDO JUNTOS
EU INDICO
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
REALIDADE AUMENTADA
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento! 
RODA DE CONVERSA
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
A gestão escolar passou por vários desafios e, dentre eles, está a visão administrativa. 
Modelos da administração ficaram acentuados dentro dos ambientes escolares. São eles: 
o fordismo, taylorismo e toyotismo. Levando em consideração o percurso histórico, qual 
é a importância de uma gestão escolar democrática? 
Os anos de 1980 e 1990 foram fundamentais para o estabelecimento de uma gestão es-
colar democrática. Dentre os acontecimentos ocorridos nesse período, podemos destacar 
a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 
nº 9.394/96. Com o estabelecimentodas questões legais, foi fortalecida a participação de 
professores, alunos, pais e responsáveis, ou seja, a comunidade escolar. Assim, foi cons-
truída uma escola aberta ao diálogo, a fim de garantir melhorias para um local público e 
de qualidade. 
Pensando nas instâncias colegiadas presentes na gestão escolar democrática, indique 
quais ações efetivas podem ser desenvolvidas pelo grêmio estudantil. 
Considerando a sua passagem pela educação básica, você participou da constituição de al-
gum grêmio estudantil ou até mesmo votou nas eleições organizadas pelos alunos? Qual é 
a sua visão sobre a participação política nas decisões que cercam os interesses estudantis?
Você, como membro do grêmio estudantil, quais ações poderia propor para a equipe 
diretiva, pensando em uma escola em que pais e alunos tivessem uma maior interação? 
Considerando o seu conhecimento e o que você estudará na disciplina “Gestão Escolar e 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica”, é possível destacar a importân-
cia de uma gestão escolar democrática e participativa. Por isso, as instâncias colegiadas 
assumem um papel de grande importância na escola, tendo em vista que permitem que 
gestor, alunos, professores, pais e responsáveis trabalhem constantemente em busca de 
uma escola que cumpra a sua função social e venha a ser uma instituição que transforme 
toda a sociedade. 
INICIAIS
PROVOCAÇÕES
GESTÃO ESCOLAR E ORGANIZAÇÃO 
DO TRABALHO PEDAGÓGICO 
NA EDUCAÇÃO BÁSICA
PERCURSO 
HISTÓRICO DA 
GESTÃO ESCOLAR
GESTÃO 
DEMOCRÁTICA 
NA ESCOLA
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1
3
2
LEGISLAÇÃO NA 
GESTÃO ESCOLAR
4
5
ORGANIZAÇÃO 
PEDAGÓGICA 
DA ESCOLA: 
CURRÍCULO, 
PLANEJAMENTO 
E AVALIAÇÃO
GESTÃO ESCOLAR 
DIGITAL
9 49
89 133
177
1Percurso Histórico da Gestão Escolar
Me. Welington Junior Jorge
Na Unidade 1, você terá a oportunidade de aprofundar a proble-
matização sobre o tema Gestão Escolar e os avanços no decorrer 
da história no Brasil; além das teorias referentes à Administração 
Científica, que foi base da construção da Gestão Escolar, já que 
o(a) gestor(a) precisava desta visão técnica para administrar a 
escola. Também, discutiremos o tema das dimensões que cercam 
a escola, sendo elas: econômica, pedagógica, política e cultural. 
É importante entendermos todas essas questões na hora de 
desenvolver um bom trabalho como gestor. Ainda, você terá 
a possibilidade de relacionar os principais aspectos que envol-
vem os fundamentos da Gestão Escolar no decorrer da história 
no Brasil e como desenvolver o trabalho pedagógico dentro do 
contexto da Gestão Democrática.
UNIDADE 1
10
Durante nossa jornada como alunos da Educação Básica, tivemos a oportunidade 
de conhecer vários gestores escolares, entre eles, diretores(as), coordenadores(as), 
supervisores(as) e outros que compõem a equipe diretiva da escola, não é mesmo? 
Você se lembra, por exemplo, da sala do(a) diretor(a)? Muitas vezes, ela era vista como 
algo inacessível, certo? Quando éramos chamados para falar com o(a) diretor(a) ou 
com algum(a) outro(a) gestor(a), já pensávamos que levaríamos uma bronca ou algo 
assim, mas, alguma vez, você parou para observar a importância desse(a) profissional 
e sua função dentro da escola?
Nos anos de 1980 e 1990, foi fundamental, para os estabelecimen-
tos de ensino uma Gestão Escolar Democrática. Porém, para serem 
colocadas em prática essas garantias, eram necessários dispositivos 
legais que sustentavam a obrigatoriedade da Gestão Democrática. 
Com a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional – Lei 9.394/96, foi possível dar os primeiros passos 
para uma proposta democrática, ou seja, com o estabelecimento 
das questões legais, foi possível uma escola aberta ao diálogo, bus-
cando melhorias para uma escola pública e de qualidade. 
Nada melhor do que estudarmos a teoria e colocarmos em prática tudo o que 
aprendemos, não é mesmo? Para isso, contudo, é fundamental ficar atento a al-
gumas questões. No decorrer desta unidade, falarei sobre o contexto histórico 
da Gestão Escolar, ou seja, precisamos recorrer às aulas de História para focar 
nas Teorias da Administração e para entender como as instituições de ensino 
funcionavam, por isso, desenvolva uma tabela apontando qual é a função de um 
administrador dentro de um empresa, o que ele faz? Vamos lá!
Em 1996, tivemos a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
– LDB 9.394/96 que trouxe mudanças significativas para a educação brasilei-
ra. A partir dela, surge um novo olhar para a Gestão Escolar. No entanto, antes 
da LDB, como as escolas eram administradas? Que papel o(a) pedagogo(a) 
exercia na escola? E, hoje, que função exerce?
Reflita sobre isso e continue lendo para descobrir um pouco mais sobre 
esse assunto.
11
UNICESUMAR
Você, como acadêmico(a) de Pedagogia, deve imaginar quantas atribuições tem 
o pedagogo(a), não é mesmo? Pois bem, dentro deste universo que podemos 
chamar de escola, algumas dimensões estão presentes de forma muito clara, são 
elas: econômica, pedagógica, política e cultural. Pensando nisso, como podemos 
entender o papel do(a) gestor(a) nessas dimensões? Na dimensão econômica, 
podemos destacar a responsabilidade de organização e estruturação, ou seja, os 
recursos financeiros. A dimensão pedagógica está voltada para a aplicabilidade da 
educação em si, possibilitando que os(as) docentes tenham condições de desen-
volver suas atividades. Quanto à dimensão política, temos o relacionamento com 
o sistema educacional e suas hierarquias e a própria sociedade, a qual vê a escola 
como um instrumento de mudança social. A cultural, como o próprio nome já 
diz, tem relação com os valores, a qualidade de vida e o desenvolvimento humano.
Partindo desse entendimento, como um(a) bom(a) gestor(a) pode desen-
volver suas atividades? É possível determinar apenas uma dimensão como a 
mais importante? Existem outras dimensões que poderiam estar presentes de 
acordo com o que estudamos nesta unidade?
DIÁRIO DE BORDO
UNIDADE 1
12
PERCURSO HISTÓRICO DA GESTÃO ESCOLAR
Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade, você fará um estudo contextualiza-
do sobre a influência da Administração e a função do(a) pedagogo(a) como 
gestor(a) ligada, diretamente, às necessidades do Capitalismo. No decorrer 
dos estudos, você precisa entender que a gestão passou – e ainda passa – por 
influências do mundo do trabalho. Sendo assim, é de extrema importância 
que façamos uma breve abordagem histórica para entendermos essa trajetória.
Vale destacar, analisando a história e as discussões apresentadas nesta 
unidade, que o modelo de produção taylorista/fordista influenciou muito a 
área da educação, pois, do mesmo modo que se exigia dos operários nas fá-
bricas e/ou indústrias, exigia-se dos professores nas escolas. A padronização 
do trabalho, a agilidade, a economia de tempo e dinheiro estavam interligadas 
nessa forma de aplicação tanto do trabalho quanto da educação. Por muito 
tempo, a escola foi vista como uma extensão da indústria, e a forma de ad-
ministrar era bem parecida.
É importante que você, aluno(a) de Pedagogia, entenda que o processo de 
gestão é fundamentado e conduzido segundo uma determinada concepção 
de educação e sociedade e, também, que ele não ocorre de forma neutra e 
descontextualizada. Ao estudar os períodos históricos, fica clara a influência 
do Estado nas decisões do(a) gestor(a)/diretor(a), ou seja, a forma com que 
se governa também reflete na escola. Desse modo, devemos compreender a 
escola como um local que tenha condições de transformar a sociedade não 
apenas com viés científico, mas, também, social, cultural, político e econômico. 
Nesta unidade, trabalharemos a trajetória da Gestão Escolar, com suas im-
plicações históricas, desde o modelo fordista/taylorista até os dias atuais; e as 
características do gestor e suas ramificações. Concebemos, assim, este material 
como um importante auxiliador no processo de ensino-aprendizagem e que 
os alunos poderão utilizarpara esclarecer suas dúvidas quanto aos processos.
Aproveite a jornada, e desejo a você uma ótima leitura. Bons estudos!
13
UNICESUMAR
CONTEXTO HISTÓRICO DA GESTÃO ESCOLAR
Se você finalizou seus estudos antes do ano de 1996, pode ter uma visão de insti-
tuição escolar diferente da dos dias atuais, isso porque a legislação, que veremos na 
Unidade 2, apresenta os avanços que a Gestão Escolar teve no decorrer do tempo. 
Neste momento, precisamos ficar atentos à questão da figura do(a) administra-
dor(a) na escola, focando suas atribuições e competências de sua função. Para que 
facilitar a compreensão, imagine a escola como uma empresa. Desta forma, sur-
gem alguns questionamentos: o que a empresa visa? Quais são os seus interesses? 
E em relação a custo e despesas? Devo ressaltar que a disciplina é Gestão Escolar, 
porém a ideia de administrador(a) esteve muito presente no decorrer da história. 
Estudaremos o Fordismo, Taylorismo e Toyotismo. Abordaremos, tam-
bém, alguns teóricos da Administração. Você pode pensar “qual é a relação 
dos conceitos?”, mas devemos lembrar que a Gestão é uma linha da Admi-
nistração, por isso, entenderemos como funciona essa teoria. É necessário 
levar em consideração que existem várias outras linhas de pesquisa na área 
da Administração, porém compreenderemos, apenas, algumas delas e qual a 
sua relação com a Gestão Escolar. 
O Taylorismo e o Fordismo tinham como objetivo eliminar o desperdício, 
tirar o maior proveito possível de todos os recursos, reduzir os custos de produção 
e o tempo e gerar maior lucro para os donos das fábricas. Isso também acontecia 
nas escolas, tendo em vista que a valorização não estava na qualidade do traba-
lho ofertado, e, sim, na quantidade de atividades passadas aos profissionais que, 
consequentemente, repassavam aos estudantes. Um aspecto importante do mo-
delo taylorista/fordista foi o controle do tempo para que a maior produtividade 
possível fosse alcançada pelos operários. Os trabalhadores eram supervisionados 
e controlados todos os dias. Da mesma forma, isso ocorria nas escolas.
Também conhecida como Teoria da Administração Científica, o Taylorismo, 
idealizado por Frederick Winslow Taylor, tinha a intenção de aplicar a Ciência à 
Administração para garantir um melhor custo/benefício às empresas da época.
 
UNIDADE 1
14
 “ Taylor propôs a ideia de uma gerência que criasse, através de mé-todos de experimentação do trabalho, regras e maneiras padrões de executar o trabalho. Essas regras padrões seriam obtidas pela 
melhor equação possível entre tempo e movimento. Para Taylor 
a garantia da eficiência era papel fundamental da gerência. Assim, 
criava-se métodos padronizados de execução que deveriam otimi-
zar a relação entre tempo e movimento (RIBEIRO, 2015, p. 66).
Já Henry Ford, idealizador do Fordismo, ao racionalizar a produção, idealizou e 
efetivou a linha de montagem, tendo a esteira mecânica como maior exemplo. 
Dessa forma, permitiu uma produção em série, em que se é possível produzir em 
grande escala, consolidando, assim, um sistema de produção altamente explora-
tório. Sobre o Fordismo, Manuel Castells afirma que: 
 “ O modelo de produção em massa, ou simplesmente fordismo, fun-damentou-se em ganhos de produtividade obtidos por economias de escala em um processo mecanizado de produção padronizada 
com base em linhas de montagem, sob as condições de um grande 
mercado por uma forma organizacional específica: a grande empresa 
estruturalizada nos princípios de integração vertical e na divisão so-
cial e técnica institucionalizada de trabalho. Esses princípios estavam 
inseridos nos métodos de administração conhecidos como tayloris-
mo e organização científica do trabalho (CASTELLS, 1999, p. 212).
No Toyotismo, a principal característica é o modelo de produção just in time 
(produção por demanda), que se refere ao trabalho realizado em equipe e não 
mais individualizado, como nos modelos taylorista e fordista.
 “ Poderíamos até afirmar que o toyotismo é o modo de organização do trabalho e da produção capitalista adequado à era das novas máquinas da automação flexível, que constituem uma nova base 
técnica para o sistema do capital, e da crise estrutural de superpro-
dução, com seus mercados restritos. Entretanto, cabe salientar que 
toyotismo é meramente uma inovação organizacional da produção 
capitalista sob a grande indústria, não representando, portanto, uma 
nova forma produtiva propriamente dita (ALVES, 2007, p. 246).
15
UNICESUMAR
O processo de qualidade anterior dá lugar ao controle interno, feito pelo próprio 
operário. No Toyotismo, passa a vigorar o trabalhador polivalente e multifuncio-
nal, que consegue operar diversas máquinas de forma simultânea.
Dentro do conceito de Administração, algumas ideias precisam ficar bem 
claras para compreender o que é uma Gestão Escolar com características admi-
nistrativas, por isso, três conceitos são fundamentais para você, acadêmico(a), 
compreendê-la, são eles: Taylorismo, Fordismo e Toyotismo.
 “ Taylorismo: um exemplo dos métodos de Taylor foi a expe-riência na qual demonstrou que 
a produtividade mais elevada 
resulta da minimização do 
esforço muscular. Essa é uma 
das ideias fundamentais da ad-
ministração científica: a produ-
tividade resulta da eficiência do 
trabalho e não da maximização 
do esforço. A questão não é tra-
balhar duro, nem depressa, nem 
bastante, mas trabalhar de for-
ma inteligente (MAXIMIANO, 
2011, p. 67).
Figura 1 – Frederick Winslow Taylor
Fonte: Wikimedia Commons (2005, on-line).
 “ Fordismo: na produção massificada, o produto é dividido em partes e o processo de fabricá-lo é dividido em etapas. Cada etapa do processo produtivo corresponde à montagem de uma parte do 
produto. Cada pessoa e cada grupo de pessoas, num sistema de pro-
dução em massa, tem uma tarefa fixa dentro de uma etapa de um 
processo predefinido. A divisão do trabalho implica a especialização 
do trabalhador (MAXIMIANO, 2018, p. 76).
UNIDADE 1
16
 “ Toyotismo: o Sistema Toyota de Produção está ancorado na filo-sofia da “eliminação completa de 
todo e qualquer desperdício”. Para 
eliminar desperdícios, os proces-
sos produtivos implementados pe-
los fundadores da Toyota incorpo-
raram, desde o início, os embriões 
dos dois princípios fundamentais 
do TPS: Jidoka e just-in-time 
(MAXIMIANO, 2011, p. 176).
Figura 2 - Henry Ford com Modelo T em 1921 Fonte: Wikimedia Commons ([2020], on-line).
Figura 3 – Kiichiro Toyoda
Fonte: Wikipedia (2013, on-line).
17
UNICESUMAR
TEORIAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO
As duas principais teorias clássicas da Administração são a de Taylor e a de Fayol. 
É importante ressaltar que uma está relacionada à divisão de tarefas, e a outra, 
focada na departamentalização. Agora, veremos mais a fundo as teorias.
Teoria Clássica de Fayol (1841-1925)
Para Henri Fayol, o conjunto das operações de toda empresa pode ser divi-
dido em seis grupos, sendo:
1. Operações técnicas: produção, fabricação, transformação.
2. Operações comerciais: compras, vendas, permutas.
3. Operações financeiras: procura e gerências de capitais.
4. Operações de segurança: proteção de bens e de pessoas.
5. Operações de contabilidade: inventários, balanços, preços de cus-
to, estatística etc.
6. Operações administrativas: previsão, organização, direção, coor-
denação e controle (FAYOL, 1989, p. 23).
Limita-se a estudar a Administração como ciência que formata e estrutura as 
organizações. Tem seu foco principal na organização formal, nos princípios gerais 
da Administração e nas competências do administrador. De acordo com Antônio 
Cesar Amaru Maximiano, Fayol estabeleceu:
O presente vídeo tem como proposta apresentar as principais ideias dos teóricos res-
ponsáveis por reinventar os processos produtivos dentro das suas particularidades. 
Com o avanço das indústrias, era necessário repensar os meios de produção. Com o 
avanço do capitalismo, as indústrias precisam produzir mais com o menor custo, sen-
do necessário criar formas paraque tal feito fosse colocado em prática. 
https://www.youtube.com/watch?v=Knm9GPIuewQ
EXPLORANDO IDEIAS
UNIDADE 1
18
Figura 4 – Teorias da Administração / Fonte: adaptado de Maximiano (2011).
19
UNICESUMAR
Teoria Clássica de Taylor (1856-1915): 
Administração Científica
Para compreender melhor a teoria proposta por Taylor, é importante destacar 
a contagem do tempo ao executar cada operação e de que forma o operário a 
realizava. Quando identificava-se uma forma mais rápida de se fazer algo, os 
outros operários precisavam realizá-la da mesma forma, havendo uma sin-
tonia no tempo e movimento da sua execução. A essência da teoria de Taylor 
é fazer com que se siga os métodos, garantindo a agilidade e, consequente-
mente, a produtividade, ou seja, sua teoria permitiu que, dentro da linha de 
produção, fossem localizadas as lacunas (desperdícios) para (re)inventar uma 
outra forma de fazer. 
Vimos, até aqui, conceitos básicos para compreender a Administração. 
Vale destacar que a nossa disciplina é de Gestão Escolar e Organização do 
Trabalho Pedagógico na Educação Básica, e as teorias anteriormente apresen-
tadas foram fundamentais para compreender como as questões técnicas esti-
veram presentes na escola. É importante dizer que a escola precisa de um(a) 
gestor(a), porém, como veremos durante toda a disciplina, não se pode deixar 
de lado as ações pedagógicas, por isso, o equilíbrio entre ambos os conceitos 
precisam estar em sintonia. 
Título: Tempos Modernos
Ano: 1936
Sinopse: não é possível falar de linha de produção, exploração do 
trabalho, supervisão das atividades, baixos salários, alta jornada 
de trabalho, sem falar do filme Tempos Modernos de Charles Cha-
plin. O filme retrata bem a condição de trabalho dentro de uma 
indústria, por meio de uma linha de montagem que acelera a todo 
momento, obrigando os operários seguir o seu ritmo. Embora lan-
çado em 1936, a produção cinematográfica é muito atual, já que faz discussões que 
persistem até os dias de hoje.
EU INDICO
UNIDADE 1
20
A atuação do pedagogo em 
diferentes períodos da história 
A Administração Escolar sofreu as influências da expansão da nossa sociedade 
e da racionalização do trabalho. Integrou-se ao campo de estudos e pesquisas, 
desenvolvendo-se como um dos fatores utilizados para atender às necessida-
des do desenvolvimento econômico. Com o passar do tempo, no contexto da 
democratização da sociedade, as novas exigências das relações de trabalho 
requerem formação diferenciada dos trabalhadores, mas, principalmente, dos 
gestores. A gestão dos processos educacionais se encontra nos vários modos de 
organização da sociedade civil, nas suas representações políticas e econômicas, 
produzindo novas culturas de organização e de administração institucional. 
No final da primeira República, no início da Era Vargas, a sociedade passou 
por uma crise de agroexportação. A modernidade é impulsionada pela indus-
trialização e pela mudança na organização social com impacto na urbanização 
(ANDREOTTI, 2006). A partir desse momento, o que marca a política é um 
Estado que intervém na economia e em todos os processos administrativos. As 
novas formas de produção e de conflitos sociais colocam a educação como pro-
pulsora do progresso e da integração social, visando a adaptação dos cidadãos 
às formas de reestruturação do trabalho. A escola precisava se adaptar a tais 
mudanças, exigindo ampliação e reorganização da administração, da educação 
e da escola (ANDREOTTI, 2006).
A sociedade depositava na escola as expectativas de superação dos proble-
mas sociais. Assim, a educação e, mais precisamente, a escola deveriam repensar 
os seus objetivos e, consequentemente, a sua forma de administrar as ações 
cotidianas para atender aos interesses políticos da sociedade, que transferia a 
responsabilidade de salvadora dos problemas econômicos. É necessário com-
preender que a escola começa a atender as demandas do mercado, isso ficará 
mais claro a seguir. 
Ao dar continuidade na leitura do livro didático, é importante conhecer os 
períodos históricos da sociedade brasileira, para que fique fácil a compreensão 
das mudanças ocorridas na escola. 
A formação do pedagogo ganha destaque no Brasil a partir de 1964. Até esse 
momento, havia a hierarquização das funções, como administração, supervisão, 
planejamento e inspeção escolar. Assim, a atuação do pedagogo consistia em 
21
UNICESUMAR
direcionar e controlar o processo escolar. Imperava o autoritarismo, a estru-
tura verticalizada, a falta de diálogo entre os profissionais que ensinavam em 
uma mesma instituição, entre outras características que constituíam o Regime 
Militar (SOUZA; TAVARES, 2014). 
A figura do profissional técnico foi rompida com a profissionalização do pe-
dagogo, deixando de ser um especialista para ser o pedagogo unitário. 
 “ Esse pedagogo unitário é a síntese proposta ou sonhada de um pro-fissional que tenha uma sólida formação teórica, um compromisso político e uma clareza das questões sociais emergenciais que se põem 
diante da escola. É um profissional que, aliado ao professor, enfrenta al-
guns desafios que a realidade impõe (URBANETZ; SILVA, 2008, p. 45).
Por isso, é necessário conhecer os processos da Administração no ambiente esco-
lar, o supervisor, coordenador, inspetor, orientador, que partiam das propostas da 
Administração, passam a assumir uma única formação, envolvendo várias áreas 
do conhecimento. 
O modelo de produção taylorista/fordista influenciou muito a área da edu-
cação, pois, do mesmo modo que se exigia dos operários nas fábricas e/ou indús-
trias, exigia-se dos professores nas escolas. Esse modelo era baseado na padroni-
zação do método de trabalho e das ferramentas utilizadas, tendo como finalidade 
atender às demandas educacionais de trabalhadores e dirigentes, definindo os 
limites entre ações intelectuais e instrumentais, determinando as funções de cada 
um no processo (PREVITALLI; SILVA, 2009).
Para atender à demanda na formação dos profissionais, a educação foi recebi-
da como fundamento para o desenvolvimento econômico, assumindo caracterís-
ticas do modelo produtivo taylorista/fordista, já que era necessária a qualificação 
em massa dos trabalhadores.
Com a Reforma Universitária de 1968, o planejamento e a execução na escola 
ficam a cargo do pedagogo-especialista, sendo esse o responsável pelo planeja-
mento, controle e avaliação (BRZEZINSKI, 1996). Na escola, havia os profissio-
nais que pensavam e os que executavam as tarefas propostas, isto é, cada um rea-
lizava a sua função de forma fragmentada, não interferindo na função do outro. 
Dessa forma, com a incorporação do modo organizacional taylorista/fordista, a 
escola consolida uma função reprodutora da sociedade capitalista.
UNIDADE 1
22
Com a crise da década de 1970, a estagnação da economia que afetou os países 
desenvolvidos, o baixo crescimento dos mercados, a sua instabilidade e a eleva-
ção da concorrência internacional colocaram dificuldades ao sistema taylorista/
fordista. As mudanças no setor de produção, principalmente, aquelas ligadas ao 
setor financeiro, e o deslocamento para o setor de serviços acarretaram em mu-
danças profundas no modelo de produção. Assim, passa a ser utilizado um novo 
modelo de produção, conhecido como Toyotismo (PREVITALLI; SILVA, 2009).
 Com esse novo modelo de produção, uma nova Pedagogia se faz necessária, 
pois a nova organização do trabalho exige novas competências. A partir dos prin-
cípios toyotistas, um diferente tipo de profissional chega à escola, em função do 
novo método flexível de organização, gestão e trabalho. O professor passa a ser 
visto como parceiro da escola, podendo dar sua opinião, suas ideias e sugestões 
em relação aos quesitos administrativos e pedagógicos de sua escola.
REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL
 
Fonte: Agência Brasil (2010, on-line).
23
UNICESUMAR
A democratização do Estado para a administração da educação manteve as 
características de centralização, controle e fiscalização.À escola, como instituição 
social, foi cobrada maior eficiência, produção e qualidade para atender às novas 
formas de produção e a adequação do trabalhador ao mundo globalizado. Para 
esses quesitos, sustenta-se a necessidade de gerenciamento da educação por pro-
fissionais capacitados, competentes e eficientes. Significa assegurar que a escola 
precisa de um(a) gestor(a) que atue como um gerente de uma empresa.
Na sociedade atual, há uma reordenação da produção impulsionada pela tec-
nologia, a qual requer novas formas de administrar para atingir os mesmos fins, 
e, assim, reveste-se de determinadas aparências para atrair os interesses dos dife-
rentes grupos sociais. A gestão da educação e da escola passa a ser caracterizada 
com a visão da democracia, da descentralização, da autonomia e da participação.
 “ Novos desafios e exigências são apresentados à escola, que recebe o estatuto legal de formar cidadãos com capacidade de não só enfrentar esses desafios, mas também de superá-los. Como consequência, para 
trabalhar em educação, de modo a atender essas demandas, torna-se 
imprescindível que se conheça a realidade e que se tenha as compe-
tências necessárias para realizar nos contextos educacionais os ajustes 
e mudanças de acordo com as necessidades e demandas emergentes 
no contexto da realidade externa e no interior da escola. No contex-
to dessa sociedade, a natureza da educação e as finalidades da escola 
ganham uma dimensão mais abrangente, complexa e dinâmica e, em 
consequência, o trabalho daqueles que atuam nesse meio. O objetivo 
maior da comunidade educacional revela-se, portanto, o de se esta-
belecer uma comunidade de ensino efetivo, onde persevere, coletiva-
mente, não somente o ideal de ensinar de acordo com o saber produ-
zido socialmente, mas o de aprender, em acordo com os princípios de 
contínua renovação do conhecimento, criando-se um ambiente de 
contínuo desenvolvimento para alunos, professores, funcionários e é 
claro, os gestores. O conhecimento da realidade ganha novas perspec-
tivas: a organização do projeto político-pedagógico da escola e o seu 
currículo; o papel da escola e o desempenho de seus profissionais, que 
devem renovar-se e melhorar sua qualidade continuamente, tendo o 
aluno como centro de toda a sua atuação (LÜCK, 2009, p.16).
UNIDADE 1
24
Aos administradores escolares, é conferida a importância estratégica como cons-
trutores do movimento democrático. Isso quer dizer que os gestores desempe-
nham papéis de coordenação, motivação e influência para compartilhar as ações 
– que são do poder público –com a família e com os que trabalham na escola e, 
desse modo, responsabilizam-se pelo “ônus” da manutenção da escola e da reso-
lução dos problemas educacionais (CARVALHO, 2009).
O trabalho dos gestores escolares tem se revelado tanto como fortalecedor 
de ações que buscam a garantia dos direitos fundamentais das crianças e dos 
adolescentes quanto como inibidor de iniciativas inovadoras, reforçando a in-
ternalização das estruturas sociais vigentes.
É importante ressaltar que é quase inconcebível qualquer outra forma de 
gestão que não a democrática. Entretanto, apesar dos discursos sobre gestão 
participativa e outras propostas democráticas, os elementos do modelo racio-
nal-burocrático permanecem na gestão escolar. É preciso ter consciência que as 
forças econômicas e sociais, assim como as ferramentas políticas e intelectuais, 
são construídas nas relações, tendo as elites dominantes como ponto de apoio às 
aspirações e expectativas de determinados grupos.
O QUE É GESTÃO ESCOLAR?
A Teoria da Administração que influenciou a gestão da educação no contexto 
brasileiro, nos anos 60, foi a Administração Científica e Gerencial de Fayol e 
Taylor, com seus princípios no enfoque organizacional. A principal preocupa-
ção de Taylor era com o controle do operário. Pensando a partir da doutrina 
de Fayol, consolidamos a formulação teórica que identifica a escola como uma 
grande empresa e estudamos uma administração que seja aplicável à escola como 
a qualquer outra empresa. Para o autor, a administração tem seus fundamentos 
em três elementos básicos, e são eles:
 ■ A racionalização do trabalho.
 ■ A divisão do trabalho.
 ■ O interesse no trato pela administração.
25
UNICESUMAR
A gestão do sistema 
educacional é constituí-
da, basicamente, por um 
processo de articulação 
para o desenvolvimento 
da proposta político-
-pedagógica das esco-
las públicas. Entretanto, 
esse processo de gestão 
é fundamentado e con-
duzido de acordo com 
uma determinada con-
cepção de educação e 
de sociedade e, também, 
não acontece de modo neutro e descontextualizado. Sendo assim, é importante 
entender que pensar um processo administrativo da educação significa definir 
um projeto de cidadania e atribuir uma finalidade à escola que seja coerente com 
esse projeto (LIBÂNEO, 2015).
Sander (1995, p. 55), “com o objetivo de realizar uma análise da administração 
da educação, apresenta uma divisão em quatro dimensões articuladas de forma 
dialética”, sendo elas:
 ■ Dimensão econômica.
 ■ Dimensão pedagógica.
 ■ Dimensão política.
 ■ Dimensão cultural.
Para o autor, para cada uma dessas dimensões de análi-
se, há, respectivamente, um critério de desempenho ad-
ministrativo, sendo eles: eficiência, eficácia, efetividade 
e relevância. Com isso, faz-se necessário compreender 
as dimensões que cercam a Gestão Escolar para ser pos-
sível analisar suas atribuições. 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3895
UNIDADE 1
26
Como o próprio Sander (1995) apresenta, este profissional precisa ter a com-
petência econômica, ou seja, quanto maior a eficiência para captar e utilizar os 
recursos econômicos para atingir os objetivos do sistema educacional, maior 
será a competência do(a) gestor(a) nesse quesito. É fundamental que ele(a) co-
nheça a origem dos recursos e como utilizá-los com responsabilidade, buscando 
a eficiência econômica. Como, também, é necessária a competência pedagógica: 
o(a) gestor(a) demonstrará sua competência neste quesito a partir da formulação 
de objetivos na área educacional e sua eficácia na execução, fazendo com que a 
equipe pedagógica, em conjunto com os professores, desenvolva suas funções de 
forma sincronizada. 
Não podemos esquecer da competência política, pela qual o(a) gestor(a) pre-
cisa perceber como o ambiente externo influencia o sistema de educação e quais 
suas responsabilidades, criando estratégias para satisfazer as demandas políticas 
e sociais da comunidade escolar, já que a escola precisa cumprir a sua função 
social ao formar pessoas capazes de se compreenderem como cidadãos. Por fim, 
não menos importante, temos a competência cultural: conhecer os valores sociais, 
políticos e culturais, compreender e respeitar toda diversidade presente na escola, 
entendendo que todas as pessoas que estão ali presentes fazem parte do processo 
educacional e precisam ser respeitadas, independentemente das diferenças. 
Assim, a administração da educação somente será considerada relevante à 
medida que oferecer condições propícias para promover a qualidade de vida 
humana no sistema educacional, nas escolas e na sociedade como um todo (SAN-
DER, 1995). É importante insistir nesta questão, tendo em vista que ter um am-
biente agradável para se trabalhar faz toda a diferença para os profissionais da 
educação. A equipe precisa chegar à escola sabendo que terá condições de exercer 
suas atividades com eficiência.
Neste vídeo, você terá o entendimento da Gestão Escolar com um viés administrativo e 
pedagógico: https://youtu.be/WhvyRmJatRs
EXPLORANDO IDEIAS
https://youtu.be/WhvyRmJatRs
https://youtu.be/WhvyRmJatRs
27
UNICESUMAR
Perfil do gestor
Você deve imaginar: é possível estabelecer um 
perfil de gestor? A resposta é “sim”! Porém, 
não se transforma em um(a) gestor(a) do 
dia para noite, é necessário muito estudo e 
dedicação, afinal esse profissional precisa 
estar aberto ao diálogo, construindo, assim, 
uma escola que possibiliteum ambiente sau-
dável para todos. Docentes, discentes, equipe 
pedagógica, operacional, pais e fornecedores pre-
cisam se deparar com um ambiente organizado, por isso, 
são fundamentais alguns elementos para a administração escolar.
Ainda de acordo com Sander (1995), são elementos da administração escolar 
e de responsabilidade do(a) gestor(a):
Planejamento: para elaborar o planejamento, o(a) gestor(a) deve partir do 
conhecimento da realidade na qual o processo educativo se desenvolverá, 
isto é, do conhecimento da comunidade escolar do seu entorno. Para essa 
efetivação, é preciso que se realize uma coleta de informações significativas 
desta realidade e, a seguir, se faça a análise e interpretação delas, transfor-
mando-as em subsídio ao planejamento que resultará no documento deno-
minado projeto político-pedagógico da escola.
Organização: o(a) gestor(a) é o(a) responsável por determinar as funções 
de cada funcionário. Deve, também, tomar providências quanto aos recursos 
físicos, materiais e financeiros que garantam o êxito das ações desenvolvidas 
pela escola. Nas escolas públicas, a estrutura do sistema educacional já é 
estabelecida. Qualquer alteração que venha a ser proposta pela escola deve 
acontecer por meio de seu colegiado e necessita de aprovação dos órgãos 
competentes. Com relação à seleção de pessoal, é realizada por meio de 
concurso público, e suas atribuições já fazem parte de estatutos da categoria. 
Porém, na estruturação da instituição escolar, é preciso superar a ruptura 
existente entre quem faz a escola e quem se beneficia de seus serviços.
UNIDADE 1
28
Neste vídeo, a Professora Heloísa Lück falará sobre as dimensões em gestão escolar e 
suas competências: https://youtu.be/Ii67fV1Wp74
EXPLORANDO IDEIAS
Assistência à execução: o diretor deve sempre verificar se todos os recur-
sos necessários estão disponíveis antes de iniciar a execução da atividade 
educativa, para possibilitar aos executores, funcionários da escola, o pleno 
desenvolvimento de suas atribuições sem prejuízos dos serviços prestados 
por eles. Durante a execução, o diretor deve ter uma postura de acompanha-
mento, apoio e cobrança, bem como de coordenação de esforços, visando ao 
alcance dos objetivos propostos pela escola.
Avaliação dos resultados: esta etapa se realiza por meio da observação 
das ações, visando verificar se realmente são coerentes com os objetivos 
propostos, dirigem-se aos objetivos estabelecidos e até que ponto estes 
objetivos estão sendo alcançados. Deve ocorrer em termos quantitativos e 
qualitativos. Em termos quantitativos, devem ser considerados: o número 
total de matrículas, a frequência dos alunos e dos funcionários, o rendimento 
escolar dos alunos e o índice de evasão escolar.
Competências do(a) gestor(a): conforme vamos avançando, podemos per-
ceber que as atribuições do pedagogo não são algo simples, muito pelo contrá-
rio, são muitas atribuições que cercam essa função. Além das atribuições, não 
podemos esquecer das competências, afinal são elas que darão base para o 
licenciado exercer suas funções. 
Você consegue imaginar como um diretor precisa estar antenado a várias 
competências dentro de um ambiente escolar? No decorrer da leitura desta 
unidade, você deve estar percebendo que não é uma tarefa fácil administrar 
uma escola, afinal, além das questões técnicas que envolvem este cenário, é ne-
cessário uma visão pedagógica para fazer com que a escola cumpra o seu papel.
No decorrer do curso de Licenciatura em Pedagogia, você observará que o 
pedagogo pode atuar em várias frentes, não apenas em sala de aula. Podemos ir 
além, em ambientes não escolares como ONGs, hospitais, empresas, institutos, 
dentre vários outros, por isso, algumas competências são necessárias para que 
o(a) gestor(a) possa desenvolver a sua atividade com plenitude. 
29
UNICESUMAR
De acordo com Heloísa Lück,
 “ A competência para o exercício de uma função ou profissão pode ser vista sob duas óticas: a da função/profissão em si e a da pessoa a exercê-la. Em relação à função/profissão, competência é o conjunto 
sistêmico de padrões mínimos necessários para o bom desempenho 
das responsabilidades que caracterizam determinado tipo de ativi-
dade profissional. Em relação à pessoa, constitui na capacidade de 
executar uma ação específica ou dar conta de uma responsabilidade 
específica em um nível de execução suficiente para alcançar os efeitos 
pretendidos. A competência envolve conhecimentos, habilidades e 
atitudes referentes ao objeto de ação, sem a qual a mesma é exercida 
pela prática do ensaio e erro. A definição de competências tem por 
objetivo estabelecer os parâmetros necessários, tanto para orientar o 
exercício do trabalho em questão, como para orientar os estudos e 
preparação para esse exercício. Também se constitui em um sistema 
de avaliação de efetividade do trabalho realizado. Em última instância, 
com a sua definição e aplicação, é possível promover o desenvolvi-
mento organizacional e seus melhores resultados (LÜCK, 2009, p. 12).
São muitas as atribuições e competências que um(a) gestor(a) precisa ter, não é 
mesmo? Não é possível ser um(a) gestor(a) com um olhar voltado apenas para a 
administração; da mesma forma que não é interessante focar apenas nas questões 
pedagógicas da escola. Podemos ter um olhar antagônico para essas duas áreas, 
por isso, a responsabilidade desse profissional é muito grande. O(A) gestor(a) é 
cercado(a) de docentes, discentes, equipes operacional, diretiva e pedagógica, pais 
e responsáveis, ou seja, é necessário ter condições de gerir todos os envolvidos, 
fazendo com que a escola seja um ambiente saudável para estar e trabalhar. 
São muitas atividades realizadas pelo(a) gestor(a)! É necessário desconstruir a imagem de 
um(a) diretor(a) autoritário(a) que apenas dá ordens e pouco faz. O(A) gestor(a), para gerir 
pessoas, precisa se deparar com desafios diários. Como já vimos até aqui, não é possível 
ter apenas um olhar administrativo, é preciso estar atento às questões pedagógicas. 
PENSANDO JUNTOS
UNIDADE 1
30
TRABALHO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
Uma coisa que precisa ficar muita clara para você, acadêmico(a), é que o(a) ges-
tor(a) precisa ter um entendimento de várias frentes no contexto escolar. O(A) 
profissional precisa ter atributos que discutirei a seguir. Neste momento, é impor-
tante deixar de lado o trabalho dentro da sala de aula e partir para um viés mais 
administrativo, porém sem esquecer das questões pedagógicas. O(A) gestor(a) 
precisa estar interligado(a) a vários setores da escola, por isso, é importante es-
clarecer os pontos a seguir.
E agora? Gestor ou administrador?
Tanto o termo gestão quanto o termo administração são de origem latina (gerere 
e administrare). O primeiro, gerere, tem o sentido de governar, conduzir, dirigir. 
O segundo, administrare, tem um significado mais específico – administrar um 
bem, defendendo os interesses daquele(a) que o possui –, constituindo-se em 
uma aplicação do administrar.
Quando falamos de educação, esses termos se aplicam como uma instância 
inerente à prática educacional, que envolve o conjunto de normas/diretrizes e 
práticas que garantem, de um lado, o significado histórico do que se faz e, do 
outro, a união do conjunto na diversidade de sua concretização.
31
UNICESUMAR
A administração da educação alcança as po-
líticas, o planejamento, a gestão e a avaliação da 
educação. Sendo assim, concebida como uma 
grande coordenação de esforços para a realização 
da implementação de políticas e planos, a gestão 
passa a ser uma parte da administração.
Ao(À) gestor(a), cabe uma visão amplificada, 
com dinamismo e boa articulação, capaz de tomar 
decisões e fazer avaliações.
De acordo com Lück et al. (2012), o modelo eficaz de um(a) diretor(a) 
apresenta o seguinte perfil:
Área administrativa:
 ■ Visão de conjunto e estratégica.
 ■ Conhecimento da política e da legislação educacional. 
 ■ Competência administrativa e pedagógica. 
 ■ Habilidades de planejamento.■ Habilidades de manejo e controle e orçamento.
 ■ Habilidades de organização.
 ■ Habilidades de acompanhamento e monitoramento.
 ■ Habilidades de avaliação.
 ■ Habilidade de usar uma grande variedade de técnicas de solução de 
problemas.
 ■ Habilidade de resolver problemas criativamente.
 ■ Habilidade de tomar decisões eficazmente.
Área de relacionamento interpessoal/inteligência emocional:
 ■ Habilidade de se comunicar eficazmente.
 ■ Habilidade de mobilizar a equipe escolar e comunidade local. 
 ■ Habilidade de facilitar processos de equipe. 
 ■ Habilidade de desenvolver equipes. 
 ■ Habilidade de negociar e resolver conflitos. 
 ■ Habilidade de avaliar e dar feedback ao trabalho dos outros.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3917
UNIDADE 1
32
A comunicação do(a) bom(boa) gestor(a): 
A boa comunicação é de extrema importância para qualquer organização 
empresarial e escolar, pois o ser humano está, a todo instante, falando, gesticu-
lando ou fazendo mímica para o seu interlocutor, ou seja, está estabelecendo 
comunicações a todo momento.
 “ Ao analisar o processo de comunicação, é fácil constatar que o processo deve começar pelo receptor. Este é o elemento principal no processo, uma vez que o objetivo da comunicação é o entendi-
mento da mensagem. Por isso, pelo receptor facilita a decodifica-
ção ao usar os apelos e termos de acordo com o público-alvo. No 
entanto, quando se comunica alguma coisa para várias pessoas ao 
mesmo tempo, a mensagem pode ser distorcida devido às dife-
rentes capacidades de entendimento (LAS CASAS, 2006, p. 147).
Para estabelecer boa comunicação, é preciso, primeiramente, conhecer o me-
canismo de comunicação dentro de uma organização. Quando há o entendi-
mento, por parte da equipe da escola, sobre o funcionamento da comunicação, 
as relações tendem a melhorar, tendem a ser menos conflituosas, o que facilita 
o trabalho de todos os profissionais dentro da instituição. 
DESCENTRALIZAÇÃO, DEMOCRATIZAÇÃO E INCLUSÃO
Uma das coisas que o Regime Militar (1964-1985) nos mostrou no decorrer da histó-
ria é que a democracia é algo muito importante e necessária dentro de uma sociedade. 
A Constituição Federal de 1988 nos apresentou outra forma de compreender a liber-
dade, não apenas no que tange às questões políticas, embora elas sejam fundamentais 
dentro do contexto ao qual estamos estudando, mas o que eu quero deixar claro para 
vocês é que a Constituição Cidadã deu o seu primeiro passo para uma escola descen-
tralizadora, inclusiva e participativa. Falar em Gestão Participativa não é algo restrito 
às instituições escolares, ela rompe barreiras que adentram outras esferas, sendo elas 
instituições públicas ou privadas, respeitando sempre suas particularidades. 
33
UNICESUMAR
Quando falamos em democracia dentro do ambiente escolar, devemos, princi-
palmente, estar aberto ao diálogo com professores, pais ou responsáveis, alunos e 
todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar. Falar em Gestão Participa-
tiva é trazer conceitos fundamentais para uma boa organização escolar. A escola 
precisa ser vista como um ambiente diverso, em que o debate deve ser garantido 
como forma de expressão de pensamentos, respeitando, claro, a dignidade do 
próximo. Sempre devemos ter em mente que as instituições de ensino são res-
ponsáveis, em conjunto com o Estado e a família, por transformar a sociedade, 
proporcionando valores do que é ser um bom cidadão. 
A proposta desta unidade é trazer esses conceitos tendo em vista que a escola 
não pode ser omissa na hora de formar os indivíduos para a sociedade, e o(a) ges-
tor(a) precisa estar em constante diálogo para ouvir os seus anseios e necessidades 
e aplicá-los, de fato, dentro da sala de aula. Por isso, ser gestor(a) não é apenas 
administrar uma escola com viés técnico, como já discutimos anteriormente, mas 
também proporcionar a toda a comunidade escolar decisões que contribuirão 
para um bom andamento na construção da autonomia e formação das pessoas 
que fazem parte desse processo. 
De acordo com Lück (2011), a Gestão Participativa é entendida como 
uma forma de regular o envolvimento dos funcionários de uma organização 
no seu processo decisório. A gestão apresenta o conceito de participação, ou 
seja, do trabalho associado de pessoas que analisam situações, decidem sobre 
seu encaminhamento e agem sobre elas em conjunto.
UNIDADE 1
34
Compete aos responsáveis pela gestão escolar promover a criação e a sus-
tentabilidade de um local propício à participação total no processo social 
escolar dos seus profissionais, de estudantes e de seus pais, uma vez que se 
entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência 
social crítica e sentido de cidadania.
Segundo Lück et al. (2012), algumas ações importantes devem ser bus-
cadas para a transformação das relações ocorridas na escola, na tentativa de 
se criar um local que estimule as participações da comunidade escolar. Essas 
ações são as seguintes:
 “ Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo;Promover um clima de confiança;Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes;
Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços;
Estabelecer demanda de trabalho centrado nas ideias e não em pessoas;
Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto 
(LÜCK et al., 2012, p. 18-19).
Ainda segundo a autora, com estas novas tendências, os chefes passam a parti-
cipar e dar maior apoio à autonomia e à liberdade dos seus colaboradores. Esta 
prática melhora a satisfação e o compromisso de todos com a escola.
A Gestão Democrática se apresenta por meio da interação da escola com a 
comunidade, em que a cidadania é exercida pela participação da população em 
variados quesitos da administração escolar.
Sobre a Gestão Democrática, Heloísa Lück nos diz que:
 “ A realização da gestão democrática é um princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º. Inciso VIII), e na Constituição Federal (Art. 206, inciso VI). O mesmo 
se assenta no pressuposto de que a educação é um processo so-
cial colaborativo que demanda a participação de todos da co-
munidade interna da escola, assim dos pais e da sociedade em 
geral. Dessa participação conjunta e organizada é que resulta a 
qualidade do ensino para todos, princípio da democratização 
da educação. Portanto, a gestão democrática é proposta como 
35
UNICESUMAR
condição de: i) aproximação entre escola, pais e comunidade na 
promoção de educação de qualidade; ii) de estabelecimento de 
ambiente escolar aberto e participativo, em que os alunos possam 
experimentar os princípios da cidadania, seguindo o exemplo 
dos adultos. Sobretudo, a gestão democrática se assenta na pro-
moção de educação de qualidade para todos os alunos, de modo 
que cada um deles tenha a oportunidade de acesso, sucesso e 
progresso educacional com qualidade, numa escola dinâmica 
que oferta ensino contextualizado em seu tempo e segundo a 
realidade atual, com perspectiva de futuro (LÜCK, 2009, p. 70).
A educação é uma ferramenta de suma importância nesse processo, tendo 
em vista que ela busca formar cidadãos completos nos quesitos físico, social, 
cognitivo e emocional. É por meio da educação que os indivíduos ampliam 
suas visões de mundo e se tornam críticos, reflexivos, dinâmicos, solidários, 
criativos e capazes de solucionarem os problemas do seu dia a dia. É impor-
tante que os indivíduos se desprendam da sua condição de alienação imposta 
pelas elites. É preciso conceber a vida com outra visão, ou seja, ter um apro-
fundamento das ideias e não olhar superficialmente os assuntos que envolvem 
nossa sociedade.
Quando falamos em Gestão Democrática, é necessário apresentar alguns 
pontos para que ela realmente seja concretizada. Além de ter um(a) gestor(a) 
aberto(a) a ouvir os anseios da comunidade escolar, deve se fazer presente o 
funcionamento das Instâncias Colegiadas de forma autônoma e participativa. 
Quero destacar que veremosessas instâncias nas próximas unidades, mas é 
importante observar se o gestor proporcionou um debate para a constitui-
ção do Conselho Escolar, Projeto Político-Pedagógico, Grêmio Estudantil, 
da Avaliação Institucional, Eleição Direta para Diretor(a). O fato de ter essas 
instâncias ativas não garante uma Gestão Democrática, é essencial que elas 
sejam realizadas de maneira coletiva e participativa. 
O objetivo da escola é disseminar o conhecimento científico, erudito e 
transformador. Deste modo, todo esforço na implantação de uma Gestão 
Democrática deve promover a função social da escola, que é socializar os 
conteúdos historicamente acumulados pela humanidade, provendo condições 
aos indivíduos de progredir, crescer e se desenvolver totalmente.
UNIDADE 1
36
Liderança e sabedoria
A liderança é uma das principais características dos(as) gestores(as). Segundo 
Grun (2007), o verdadeiro líder deveria se inspirar no modelo dos monges, 
como, por exemplo, São Bento, descrito em seu livro A sabedoria dos monges 
na arte de liderar pessoas. Acredita-se que, se o(a) diretor(a) se fundamentar 
nesses valores e atos, certamente será um(a) profissional de sucesso e um(a) 
líder respeitado(a) pela sua comunidade. São os conselhos de São Bento para 
uma boa liderança, de acordo com Grun (2007):
37
UNICESUMAR
REQUISITOS PARA UMA BOA LIDERANÇA
Experiência: para saber administrar, é preciso ser sábio, experimentar as 
coisas.
Maturidade humana: está ligada aos hábitos e ao caráter. A pessoa madura é 
sóbria, sensata e ponderada.
Modéstia: saber utilizar as palavras.
Humildade: trata-se de uma virtude que significa forças, e só quem tem 
virtudes serve para exercer a liderança. Humildade é a coragem de descer à 
própria condição de humanidade.
Serenidade: ser sereno é não ser turbulento. Uma pessoa turbulenta não 
pensa claramente, suas emoções são arruinadas e não consegue liderar.
Senso de justiça: o líder deve ser justo com todos e com as necessidades de 
cada um. O líder deve tratar a todos com justiça, respeitando os direitos de 
cada um.
Clareza nas decisões: aquele que deseja liderar outras pessoas precisa deci-
dir-se com clareza e de forma rápida, clareza é uma virtude espiritual.
Senso de economia: não se deve esbanjar. Deve-se ter cuidado, é importante 
tratar das coisas de modo correto.
Atitude de pai: o líder tem de apresentar em si a qualidade de pai, sendo 
aquele que educa, apoia, incentiva, corrige os erros.
Zelo: o líder deve zelar por tudo e por todos, mas não deve fazer tudo sozi-
nho, deve delegar funções.
Atenção: trata-se de ter cuidado, atenção, executar a tarefa e tomar decisões 
com cuidado.
Crença na pessoa humana: não se deve entristecer os irmãos, nem magoar o 
outro. O líder deve entender que todo funcionário contribui com o sucesso da 
empresa, o trabalho deve enriquecer o ser humano, trazer prazer e alegria.
Sem entristecer: para São Bento, o líder não deve transmitir tristeza, mas 
tranquilidade e paz.
UNIDADE 1
38
REQUISITOS PARA UMA BOA LIDERANÇA
Sem desprezar: aquele que despreza segrega a sua comunidade. O desprezo 
atormenta e desmotiva, corta relações afetivas, atrapalha o desenvolvimento.
A liderança como serviço: somente aquele que presta atenção em si mesmo 
e cuida de si próprio poderá cuidar bem dos outros e prestar atenção ao que 
faz bem ao outro e à equipe.
Dedicação: a dedicação tem a ver com amor, liderar exige amor aos seus 
colaboradores.
Servir à vida: liderar significa despertar vida nas pessoas, fazer com que delas 
emane a vida. Aquele que conduz vai à frente. Liderar, então, significa que o 
diretor que serve as pessoas, com o tempo, levará a empresa à vitória.
Despertar a criatividade: liderar é uma tarefa criativa. O líder deve despertar a 
criatividade em seus colaboradores, fazer exalar a vida das pessoas na empresa.
Poder de cura: o líder deve dedicar-se com toda a sua atenção e com todo o 
seu coração aos colaboradores doentes para que eles possam viver humana-
mente e trabalhar com prazer.
Reconhecer os sinais do tempo: não lamentar a passagem do tempo, utilizar 
isso de forma a desenvolver a criatividade, oferecer produtos que possam 
suprir as necessidades atuais.
Delegar responsabilidades: distribuir, de forma adequada, as funções no 
trabalho.
Responsabilidade social: liderar significa assumir responsabilidade pela socie-
dade, e somente poderá confiar uma tarefa de liderança àquele que estiver 
disposto a entender sua responsabilidade ao mundo como um todo.
Liderar como tarefa de educar: o líder é responsável pelo crescimento de 
seus funcionários e pelo seu desenvolvimento.
Hospitalidade: o líder verdadeiro é aquele que integra seus colaboradores 
internos e externos, respeitando a dignidade de cada um.
O respeito com as coisas: todos os recursos são presentes de Deus, todos 
são preenchidos pelo bem e pela sabedoria Dele. É patrimônio, por isso, o 
líder deve conservá-los e aumentá-los.
39
UNICESUMAR
REQUISITOS PARA UMA BOA LIDERANÇA
Espiritualidade ao lidar com o dinheiro: deve-se viver com os recursos sem 
negligenciar.
Usar a boa palavra: o líder é sábio, humilde, não condena e nem julga.
Não se intrometer em tudo: o líder deve contentar-se com a tarefa que lhe foi 
confiada e contribuirá para a edificação da empresa.
Disseminar as informações: escutar e dar valor às questões dos funcionários.
Consideração: o líder deve ter grande consideração para com os seus colabo-
radores.
Não melindrar: não irritar seus funcionários.
Dar asas à alma: a liderança significa reger as almas. Para isso, deve-se convi-
ver com as pessoas para conhecê-las, para satisfazê-las.
Engrandecer a vida: engrandecer significa colocar à disposição dos colabora-
dores, dando-lhes espaço para o crescimento coletivo.
Não sobrecarregar: a felicidade, a integridade, o bem-estar e a autoestima do 
indivíduo estão acima do sucesso.
Amar as pessoas: o amor precisa ser combinado com a prudência, sem exa-
geros.
Ser médico: o líder tem a responsabilidade de tornar os seus colaboradores 
saudáveis.
Reconhecer a própria fraqueza: o líder tem que reconhecer as suas fraque-
zas, ter benevolência para com seus funcionários, pois ele também pode 
errar.
Confrontar-se com a verdade: deve-se cortar a raiz dos problemas, das intri-
gas e das calúnias.
Pensar com o coração: o líder deve ser prudente.
O medo paralisa, o amor vivifica: é preciso liderar com amor e não espalhar o 
medo.
Encontrar a medida certa: o líder deve ter equilíbrio.
UNIDADE 1
40
REQUISITOS PARA UMA BOA LIDERANÇA
Sem ciúme e sem desconfiança: não se deve ter ciúme ou desconfiança da-
queles que o cercam.
Discernir e manter as proporções: o líder não deve fazer de seus próprios 
padrões um modelo para os outros.
Equilíbrio entre forças e fraquezas: o líder tem como tarefa levar os colabora-
dores que não correspondem às expectativas da empresa, deve cuidar dos 
fracos e equilibrar esses desempenhos.
Sem obsessão pelo trabalho: o trabalho por obsessão não constrói, só destrói.
Serenidade da alma: deve-se trabalhar com tranquilidade, com paz na alma e 
com equilíbrio.
Pureza de coração: o líder precisa de serenidade para lidar com as emoções.
O silêncio: quando o indivíduo está em contato com o silêncio, ele não se 
deixa perturbar tão facilmente.
Tempo certo: o ser humano não deve trabalhar contra a sua natureza e con-
tra seu ritmo. O tempo e os seres humanos devem caminhar juntos para que 
seja possível realizar um bom trabalho.
A atmosfera do trabalho: o líder deve difundir uma atmosfera de paz e de 
contentamento interior.
A casa de Deus: a casa de Deus não deve perturbar nem angustiar, mas sim 
erigir e construir. A liderança tem uma tarefa espiritual.
Visão: é preciso ter visão, ver além dos limites, motivar e modificar (GRUN, 
2007).
Os itens apresentados são os conselhos práticos retirados do livro de Grun (2007) 
para o(a) líder nos dias de hoje. O desafio da liderança é colocar esses conse-
lhos em prática e reconhecer que elessão a base para formar um bom líder. São 
muitas atribuições ao(à) gestor(a). Quando não estamos no posto, podemos ter 
dificuldade para compreender todo o contexto, mas são várias atribuições. Ser 
gestor(a) é, além de administrar, cuidar da equipe e deixar ela em condições de 
desenvolver suas atividades.
41
UNICESUMAR
Figura 5 – Pilares da gestão escolar / Fonte: o autor.
UNIDADE 1
42
1. Gestão Pedagógica
Ocupa-se da gestão da área educacional, da educação escolar, em relação aos 
objetivos gerais e específicos para o ensino; das linhas de atuação, em função dos 
objetivos e do perfil da comunidade e dos alunos; das metas a serem atingidas.
Preocupa-se com os conteúdos curriculares; acompanha e avalia o rendimen-
to das propostas pedagógicas, dos objetivos e o cumprimento de metas; avalia o 
desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um todo.
O(A) diretor(a) deve ser o(a) grande administrador(a) da Gestão Pedagógica 
e o(a) primeiro(a) responsável pelo seu sucesso, sempre auxiliado(a) nessa tarefa 
pela Equipe Pedagógica, como o(a) Supervisor(a) e o(a) Orientador(a).
2. Gestão Administrativa
A Gestão Administrativa tem como principais funções: cuidar da parte física da 
instituição, como os equipamentos, os materiais e o prédio da escola; cuidar da 
área institucional, aplicando a legislação da forma correta, de modo que os direi-
tos e deveres sejam cumpridos e respeitados; e, também, administrar as atividades 
que envolvam a secretaria.
3. Gestão Financeira
É responsável pelas funções administrativas que englobam o planejamento e a 
execução das ações referentes ao financeiro da escola e, também, com sua apli-
cabilidade e controle dentro da instituição de ensino.
4. Gestão de Recursos Humanos
Tem como objetivo manter as boas relações entre os estudantes, a equipe da escola 
e a comunidade. Por lidar diretamente com pessoas, é uma área mais sensível da 
administração. É importante, para o bom funcionamento da escola, que os pro-
fissionais estejam satisfeitos, para que tenham melhor rendimento. A Gestão de 
Recursos Humanos ajuda a manter a organização da escola, para que ela funcione 
de um modo que proporcione um bom local de ensino-aprendizagem.
 
43
UNICESUMAR
5. Gestão da Comunicação
Ocupa-se dos procedimentos necessários para manter a boa comunicação na 
escola, principalmente, para manter um bom relacionamento dentro da comu-
nidade escolar. Ela é responsável pela comunicação da escola com os alunos e 
com os pais dos alunos e da escola com seus colaboradores. 
6. Gestão de Tempo e Eficiência dos Processos
Ocupa-se de administrar o tempo para estabelecer prioridades e garantir o foco 
no cumprimento das obrigações. Encarrega-se de estabelecer listas de priorida-
des, funções bem delimitadas entre os trabalhadores e, ainda, delimitar processos 
para gerar maneiras de automatizá-los no cotidiano.
Por fim, ser gestor(a) está além de cuidar dos recursos financeiros da escola, 
é necessário ter uma visão total de todos os processos, são relações de pessoas, 
financeiro, pedagógico, comunicação, administrativo, recursos humanos, den-
tre várias outras atribuições. É preciso estar atento(a) a todos os problemas que 
venham a acontecer na escola, ter a capacidade e reconhecimento de liderança, 
para que, assim, venha a ser possível realizar um bom trabalho em prol de um 
objetivo comum, que é uma escola de qualidade.
Título: Gestão Escolar: perspectivas, desafios e função social
Autora: Andrea Ramal
Editora: Gen LTC
Ano: 2013
Sinopse: este livro destaca a importância do papel do(a) gestor(a) 
escolar na qualidade da educação básica do país. Muitas vezes, o 
trabalho do(a) gestor(a) não é reconhecido, tendo em vista que, 
sempre que se fala em educação, a primeira imagem que se tem são dos professores, 
ou seja, o trabalho do(a) gestor(a), muitas vezes, não é reconhecido pelo comunidade 
escolar. Porém, para que tenha uma equipe sólida, é necessária uma liderança que 
tenha condições de estar a frente, buscando sempre o melhor para o seu grupo. Além 
de líder, o(a) gestor(a) precisa ser um(a) administrador(a), que saiba envolver toda a 
comunidade escolar em prol de um objetivo comum. 
EU INDICO
UNIDADE 1
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), você deve ter observado que as reflexões trazidas nesta 
primeira unidade, foram apenas um início para as próximas discussões. A 
proposta não foi aprofundar nos conceitos de Gestão Escolar e Gestão De-
mocrática, mas, sim, proporcionar uma visão geral do que trataremos nas 
unidades seguintes. Desta forma, problematizarei essas questões nas próximas 
unidades, trazendo os aspectos legais e conceituais.
Foi destacado que as Teorias da Administração foram cruciais para com-
preendermos a processo da Gestão Escolar. Iniciei a discussão pelo Taylo-
rismo/Fordismo, que influenciou muito a área educacional, pois operava da 
mesma forma dentro das fábricas e das escolas, tratando os funcionários da 
indústria e os professores de forma semelhante. A forma de padronizar o 
trabalho e a tentativa de economizar tempo e dinheiro se conectam nessa 
concepção de trabalho e educação.
Fizemos, nesta unidade, um apanhado histórico sobre a função do(a) 
pedagogo(a) na educação, sobre a sua evolução. Passamos pelo Taylorismo/
Fordismo e chegamos aos tempos do Toyotismo. Assim, pudemos entender 
que o processo de gestão é baseado e constituído de acordo com uma deter-
minada concepção de educação e de sociedade e que ele não ocorre de forma 
neutra e fora de contexto.
O(A) gestor(a) de uma escola deve administrá-la como se estivesse gerindo 
uma empresa particular, utilizando-se dos mesmos processos e pilares que são 
úteis para o bom funcionamento da empresa como um todo. O(A) diretor(a) 
deve ser o(a) grande administrador(a) da Gestão Escolar, sempre auxiliado pela 
Equipe Pedagógica, como o(a) Supervisor(a) e o(a) Orientador(a).
Nesta unidade, trabalhamos a trajetória da Gestão Escolar com suas im-
plicações históricas, desde o modelo Fordista/Taylorista até os dias atuais; as 
características do(a) gestor(a) e suas ramificações. Esperamos ter facilitado 
o entendimento e a aplicação das questões que envolvem as funções dos(as) 
gestores(as) escolares, colaborando para um bom resultado no processo de 
ensino-aprendizagem.
45
AGORA É COM VOCÊ
1. Seguindo a linha da Administração dentro dos ambientes escolares, algumas teorias 
apresentadas nesta unidade tinham como proposta eliminar os desperdícios causados, 
ou seja, os recursos disponíveis precisavam ter um maior proveito, economizando custos 
para o Estado. Seguindo esta mesma linha, os(as) gestores(as) precisavam minimizar os 
custos da escola e aumentar a produtividade, ou seja, os professores precisavam passar 
muito conteúdo para os alunos, pelo fato desta ação ser resultado de eficiência. Além 
da produção dos professores em sala de aula, outro fator importante era o controle do 
tempo, para que a maior produtividade possível fosse tirada dos professores, ou seja, 
os seus trabalhos em sala de aula eram supervisionados e controlados todos os dias.
De acordo com o enunciado, quais teorias podemos identificar?
a) Taylorismo/Fordismo.
b) Fordismo/Weberianismo.
c) Toyotismo/Fordismo.
d) Toyotismo/Taylorismo.
e) Fordismo/Fayol.
2. A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, a sociedade 
exigia mão-de-obra qualificada, para isto, a escola adotou princípios empresariais vi-
sando um conhecimento técnico, fragmentando sua estrutura, excluindo a reflexão da 
realidade escolar, revelando assim marcas do taylorismo, princípios que obedecendo 
à ideologia dominante, formava pessoas que apoiavam esta ideologia e serviam a ela, 
internalizando em sua organização os elementos funcionais do processo de Fayol, com 
pequenas mudanças em sua denominação e sua aplicação (NASCIMENTO; SCHNEC-
KENBERG, s/d, p. 06).
NASCIMENTO, C. de F.; SCHNECKENBERG, M. A Trajetória da Gestão Democrática 
no Ambiente Escolar. [2020]. Disponívelem: https://silo.tips/download/a-trajetoria-da-
-gestao-democratica-no-ambiente-escolar. Acesso em: 17 de nov. 2020.
Com base na concepção de Taylorismo expressa no trecho anterior, avalie as seguintes 
asserções:
I - Para Taylor, o trabalhador precisa saber de várias áreas, reduzindo a contratação e 
aumentando a carga horário.
II - O operário deveria se especializar em um setor específico. 
III - Basear sua remuneração na quantidade de peças produzidas.
IV - Realizar o trabalho em grupo, fortalecendo a equipe.
46
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) IV, apenas.
3. A formação do diretor escolar está relacionada diretamente com o desempenho do seu 
trabalho na gestão escolar, pois esta ao envolver múltiplas dimensões e desdobramen-
tos exige desta profissão, entre outros requisitos, capacidade de liderança, atualização, 
conhecimento da legislação vigente, sobretudo em relação às suas demandas e ao 
desenvolvimento de contínuo aprimoramento (SILVA, 2015, p. 60).
SILVA, C. G. da. Dimensões da Gestão Escolar: saberes e práticas do Diretor da Escola. 
2015. 188 p. Dissertação (Mestrado em Educação: Currículo) – Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: https://leto.pucsp.br/bitstream/
handle/9860/1/Camila%20Godoi%20da%20Silva.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020.
Com base na concepção de dimensões da Gestão Escolar, avalie as seguintes asserções.
I - Dimensão econômica: envolve os recursos financeiros, ou seja, os recursos que a 
escola recebe, precisando ter conhecimento de quais aplicações bancárias de curto, 
médio ou longo prazo precisam ser realizadas.
II - Dimensão pedagógica: envolve técnicas de educação na sua execução, exemplo 
disso é o(a) pedagogo(a) montar as aulas dos professores que têm dificuldades.
III - Dimensão política: relaciona-se esse tema com a organização das eleições para 
diretor(a).
IV - Dimensão cultural: está relacionada com os valores inseridos no processo educa-
cional como um todo, exemplo disso é o trabalho com a diversidade.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) IV, apenas.
47
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
4. A gestão escolar, como área de atuação, constitui-se, pois, em um meio para a realização 
das finalidades, princípios, diretrizes e objetivos educacionais orientadores da promoção 
de ações educacionais com qualidade social, isto é, atendendo bem a toda a população, 
respeitando e considerando as diferenças de todos os seus alunos, promovendo o aces-
so e a construção do conhecimento a partir de práticas educacionais participativas, que 
fornecem condições para que o educando possa enfrentar criticamente os desafios de 
se tornar um cidadão atuante e transformador da realidade sociocultural e econômica 
vigente, e de dar continuidade permanente aos seus estudos (LÜCK, 2009, p. 23).
Neste sentido, considerando os pilares presentes na Gestão Escolar, qual podemos 
destacar no que tange à aplicação da legislação vigente?
a) Gestão Pedagógica. 
b) Gestão Administrativa.
c) Gestão de Recursos Humanos. 
d) Gestão Financeira. 
e) Gestão Logística. 
5. O que se constata na prática, é que mesmo existindo um planejamento previamente 
construído e elaborado com uma determinada finalidade, este não é aplicado efetiva-
mente. Nota-se que uma descrença geral está enraizada na prática diária dos professo-
res, no que diz respeito ao planejamento. Cabe ressaltar, também, que o gestor e toda 
a equipe diretiva necessitam adotar uma postura que vá de encontro a este marasmo 
pedagógico, transformando esta visão negativista. Postura que a maioria dos gestores 
não exercita no seu dia a dia (MIZUTA, 2014, p.16).
MIZUTA, G. D. Planejamento escolar e as dimensões políticas e técnicas: sua rela-
ção com as especificidades do cotidiano escolar. 2014. 52 f. Monografia (Especialização 
em Gestão Escolar) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Considerando o exposto anteriormente, assinale a alternativa que apresenta as competên-
cias necessárias para um bom gestor.
a) Competência Comunicativa e Pedagógica.
b) Competência Administrativa e Pedagógica.
c) Competência Administrativa e Financeira.
d) Competência de Recursos Humanos e Comunicação.
e) Competência Emocional e Liderança.
48
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. A está correta, tendo em vista que, na questão, podemos observar duas práticas: 
eliminar os desperdícios causados e controle do tempo. As teorias presentes são 
Taylorismo e Fordismo.
2. C está correta, tendo em vista que a proposta do Taylorismo é fazer com que o ope-
rário fosse especializado em um área, proporcionando mais agilidade na produção, 
e os operários deveriam ganhar de acordo com a produção, ou seja, quem produz 
mais ganharia mais.
3. E está correta, já que o conceito de Dimensão Cultural está atrelada à diversidade 
cultural presente na escola, cada indivíduo com sua bagagem cultural.
4. B. A Gestão Administrativa tem como principais funções: cuidar da parte física da 
instituição, como os equipamentos, os materiais e o prédio da escola; cuidar da 
área institucional, aplicando a legislação da forma correta, de modo que os direitos 
e deveres sejam cumpridos e respeitados; e, também, administrar as atividades que 
envolvam a secretaria.
5. B está correta, já que o(a) gestor(a) precisa ter um olhar em duas esferas – Admi-
nistrativa e Pedagógica –, tendo em vista que o seu trabalho é desenvolvido em 
instituições de ensino.
2Legislação na Gestão Escolar
Me. Welington Junior Jorge
Na Unidade 2, você terá a oportunidade de aprofundar a pro-
blematização sobre o tema da Legislação na Gestão Escolar e os 
avanços pós-Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional – LDBEN (9.394/96). A proposta foi 
analisar a legislação vigente da Gestão Escolar Democrática e 
quais os princípios para se fazer uma boa gestão nos estabeleci-
mentos de ensino. As discussões desta unidade têm como intuito 
a observação das principais legislações a nível federal, afinal são 
as previsões legais que respaldam o trabalho do(a) gestor(a)/
diretor(a), e tais discussões são necessárias para atingirmos o 
objetivo de termos uma escola que seja o espaço de transfor-
mação de toda a sociedade. O(A) gestor(a) precisa estar atento(a) 
para que possa desenvolver um trabalho visando à participação 
de toda comunidade escolar. Ainda, você terá a possibilidade de 
compreender as leis de uma forma crítica, relacionando-as com 
o contexto da Gestão Democrática.
UNIDADE 2
50
Você já teve que ir à coordenação/direção por não fazer a atividade ou não 
entregar o dever de casa no dia correto? Ou, então, ficou de castigo na sua 
casa porque não cumpriu as regras? De fato, seguir as leis vigentes em nossa 
sociedade é um exercício diário, mas elas são necessárias para que seja possível 
termos uma sociedade justa e que promova o bem-estar para todos. Contudo, 
quem é responsável por criar essas leis? Na esfera municipal, temos os vereado-
res; na estadual, os deputados estaduais; e, a nível federal, os nossos deputados 
federais e senadores; ou seja, de forma típica, é o Legislativo o responsável por 
essa função. Por isso, muitas coisas só podem ser feitas se estiverem dentro da 
legalidade, e, com a Gestão Escolar, não é diferente. Como seria uma sociedade 
sem leis? Seria fácil governar/administrar? 
Para aprofundarmos nossa discussão acerca da atuação do gestor escolar, 
proponho, nesta unidade, uma análise fundamentando conceitos teóricos e 
legais que cercam a Gestão Democrática, partindo da Constituição Federal de 
1988 até a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
9.394/96). É importante destacar que, a partir desses dois momentos, foi pos-
sível pensar em uma escola democrática, ou seja, discutir questões pertinentes 
à educação não é um dever exclusivo do Estado, mas, sim,de toda a sociedade. 
51
UNICESUMAR
Vale destacar que não vamos nos ater a textos constitucionais anteriores, já 
que nosso foco é entendermos esse movimento pós-publicação da obrigato-
riedade de criar uma lei específica para a Gestão Democrática, ou seja, quais 
parâmetros legais foram necessários se criar para termos ela regulamentada. 
Existem várias formas de acessar as nossas legislações vigentes, porém, 
para termos uma lei atualizada, é necessária a sua publicação ou atualização. 
Por isso, você precisa acessar o Portal de Legislação do Brasil (http://www4.
planalto.gov.br/legislacao/), pois, por meio dele, você terá acesso à legislação 
de nosso país. Que tal aproveitar alguns minutinhos e conhecê-lo? 
Já pensou em uma escola sem regras? O(A) diretor(a) tomar as decisões 
sem a consulta de um colegiado? Parece estranho pensar isso nos dias de hoje, 
mas a discussão da Gestão Democrática se iniciou apenas com a Constituição 
Federal de 1988 e, logo após, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB 9.394/96). Mesmo com respaldo legal, é possível dizer que 
todas as escolas partem deste princípio?
DIÁRIO DE BORDO
http://www4.planalto.gov.br/legislacao/
http://www4.planalto.gov.br/legislacao/
UNIDADE 2
52
CONTEXTUALIZAÇÃO DO DIREITO EDUCACIONAL
Caro(a) aluno(a), sempre que 
falamos em legislação, logo vem 
à mente algum tipo de restrição 
ou, até mesmo, burocracia, esse 
sentimento é muito comum, 
tendo em vista que a sociedade 
moderna é pautada em direitos 
e deveres, possibilitando a vivên-
cia em sociedade. Se fôssemos 
elencar todos os decretos, leis, 
resoluções, declarações inter-
nacionais, enfim, ficaríamos em 
uma discussão sem fim, mas a 
proposta desta unidade é compreender a importância do Direito e como a educa-
ção está em conjunto com este conceito. Já pensou uma sociedade sem lei? Imagine 
uma escola sem regras, sem uma legislação vigente como forma de controle e, até 
mesmo, sua organização: já pensou como seria? São muitos os questionamentos que 
podemos fazer, por isso, o Direito é fundamental em nossa sociedade, só assim con-
seguimos viver em harmonia. Vale destacar que só a existência da lei não é garantia 
de mudar a realidade, mas é por meio dela que nos orientamos e compreendemos o 
que podemos ou não fazer. 
Falar em Direito Educacional ou Legislação Educacional é destacar o ordena-
mento jurídico e suas peculiaridades no campo da educação. Ressaltaremos o con-
junto de leis que envolve toda a comunidade escolar, direta ou indiretamente, ou seja, 
vamos destacar, nesta unidade, a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional e as regulamentações dentro da esfera federal. Cabe a 
você, acadêmico(a) de Pedagogia, conhecer as especificidades de cada localidade em 
que for atuar, proporcionando uma boa relação aos envolvidos do meio educacional. 
Sendo assim, para que seja possível a efetivação na norma jurídica, é necessária a sua 
positivação. 
53
UNICESUMAR
Segundo Ivan de Oliveira Silva, Direito Positivo é
 “ [...] o conjunto de regras e princípios que regulam a vida do homem em sociedade e vigora em determinada época para um número de pessoas sujeitas a determinado poder estatal. Está ele 
fortemente vinculado à noção de lei escrita e vigente em deter-
minado período histórico (SILVA, 2011, p. 9). 
O Direito Educacional, embora esparso em várias esferas, encontra-se positi-
vado, facilitando ao Poder Público sua fiscalização, determinando aos órgãos 
competentes o cumprimento da lei. É com esses preceitos que vamos expor 
as principais normativas envolvendo a educação, dentre elas, a Constituição 
Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Plano 
Nacional da Educação, as portarias, resoluções, os regimentos, decretos e nor-
mas que envolvam o processo de ensino e aprendizagem. 
 “ Direito educacional é o ramo do Direito que trata do conjunto de leis e normas legais que oferecem base legal à educação no país, normatizando as relações entre os elementos que a constituem: 
os sujeitos (professor, aluno, técnicos), as instituições (escolas/
órgãos de supervisão), tendo por finalidade a garantia do direito 
à educação (TOLEDO, 2016, p. 10).
Cada pessoa tem um comportamento diferente e vontades diferentes. Já 
pensou se cada pessoa fizesse o que acha correto? Qual é a importância 
das leis para o controle social? Mesmo com as leis vigentes, é possível dizer 
que não existem crimes? A proposta deste vídeo é falar sobre a importância 
do Direito para a sociedade. Vale a pena a reflexão. 
EXPLORANDO IDEIAS
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6496
UNIDADE 2
54
Para facilitar a compreensão do Direito Educacional e seus desdobramentos, 
segue um diagrama que expressa a forma hierárquica dos dispositivos legais 
envolvendo a temática educação. É importante ressaltar que as diretrizes, os 
decretos e as resoluções têm suas particularidades de acordo com cada Estado 
e Município, porém ambos devem seguir a Constituição Federal. 
Quadro 1 –Grau de autonomia / Fonte: o autor.
Por mais que exista uma autonomia dos Estados e Municípios, eles não podem 
criar decretos divergentes à Constituição Federal e à Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Um exemplo para ilustrar melhor este caso é a Lei 9.394/96 
em seu artigo 31, inciso II, que diz: “carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) 
horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional”. 
Um prefeito ou governador, por achar que 800 horas é muito tempo, resolve, por 
meio de um decreto, determinar 600 horas de carga horária mínima anual, ou seja, 
200 horas a menos do que a lei federal prevê. Por não haver essa sintonia, não será 
possível que os alunos tenham apenas 600 horas de aula anualmente.
A quantidade de normas envolvendo a educação se dá, justamente, para que seja possível 
o Poder Público garantir o acesso à educação de qualidade e gratuita. Devo destacar que a 
sociedade está em constante mudança e, consequentemente, buscando atender os anseios 
sociais, por isso, as normas podem sofrer alterações ou, até mesmo, acontecimentos que 
impossibilitem o cumprimento da lei devido a situações imprevistas que possam vir a ocorrer.
PENSANDO JUNTOS
DECRETOS
55
UNICESUMAR
Você pode pensar: qual é a importância de estudarmos legislação na disciplina 
de Gestão Escolar e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica? 
A resposta é simples! O acesso e a permanência na escola estão previstos no texto 
constitucional, além disso, temos uma lei exclusiva para tratar questões que envol-
vam a educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, que 
será analisada logo mais, ou seja, não é possível estar em um ambiente educacio-
nal sem falar de Direito, e podemos ir além: todo o regimento escolar deve estar 
em consonância com a Constituição Federal – CF e a LDBEN. Partindo deste 
entendimento, vamos explorar as questões que envolvem o Direito Educacional.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Antes de adentrarmos 
no estudo da Consti-
tuição Federal de 1988, 
é importante fazer uma 
retomada breve da his-
tória até a data da sua 
promulgação. O Brasil 
passou por um perío-
do ditatorial nos anos 
de 1964 até 1985, nesta 
época, as pessoas ti-
nham seus direitos li-
mitados, exemplo disso 
eram os direitos políticos, ou seja, não era possível votar para presidente. Mui-
tas pessoas foram presas, torturadas, exiladas e até mortas. Com o desgaste 
do governo militar, o então presidente João Figueiredo iniciou o processo de 
redemocratização, ganhando força com as eleições indiretas para presidente, 
as quais Tancredo Neves e José Sarney venceram. Devido à morte de Tancredo, 
Sarney assumiu a presidência do Brasil. No ano de 1986, novos senadores e 
deputados federais foram eleitos e assumiram a responsabilidade de elaborar 
uma nova Constituição, esse movimento ficou conhecido como Assembleia 
Nacional Constituinte (PADILHA, 2014). 
UNIDADE 2
56
Assim, no dia05 de outubro de 1988, foi promulgada a Constituição Fe-
deral, também conhecida como Constituição Cidadã, iniciando-se o respeito 
aos direitos individuais, sociais, políticos, resultando na não interferência do 
Estado na autonomia das pessoas. O Estado assume a responsabilidade da tu-
tela do seu povo, mas sem grandes interferências na autonomia do indivíduo, 
exemplo disso foram as eleições diretas para presidente (MENDES, 2019). 
Destaco que procurei fazer apenas um resumo para falarmos sobre o di-
reito à educação dentro da Constituição Federal, porém precisamos concei-
tuar o termo constituição e a sua magnitude no ordenamento social: “(...) A 
Constituição é a lei fundamental proclamada pelo país, na qual baseia-se a 
organização do Direito público dessa nação” (LASSALE, 1933, p. 10). Assim, 
podemos entender por Constituição o conjunto de leis que rege o Estado, 
sendo que, nesse conjunto, encontram-se princípios capazes de manter a es-
trutura jurídica organizada, já que seu próprio nome se refere a constituir, 
criar, organizar um Estado de Direito.
Segundo Gilmar Mendes,
 “ A Constituição, em sentido formal, é o documento escrito e so-lene que positiva as normas jurídicas superiores da comunidade do Estado, elaboradas por um processo constituinte específico. 
São constitucionais, assim, as normas que aparecem no diploma 
constitucional, que resultam das fontes do direito constitucional, 
independentemente do seu conteúdo. Em suma, participam do 
conceito da Constituição formal todas as normas que forem tidas 
pelo poder constituinte originário ou de reforma como normas 
constitucionais, situadas no ápice da hierarquia das normas ju-
rídicas. Como se nota, a noção de Constituição formal adere a 
uma concepção igualmente importante — a de fonte do direito 
constitucional. Da mesma forma, a distinção entre Constituição 
material e Constituição formal enseja uma classificação de nor-
mas constitucionais. São dois temas que merecem ser examina-
dos (MENDES, 2019, p. 57).
Para Miguel Reale,
57
UNICESUMAR
 “ O Direito Constitucional tem por objeto o sistema de regras refe-rente à organização do Estado, no tocante à distribuição das esferas de competência do poder político, assim como no concernente aos 
direitos fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como 
membros da comunidade política (REALE, 2001, p. 322).
De acordo com Alexandre de Moraes,
 “ Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e supre-ma de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aqui-
sição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, 
garantias e deveres dos cidadãos (MORAES, 2014, p. 06).
Perceba a importância da nossa Constituição Federal. A proposta é, justamente, 
apresentar para você que as leis constitucionais existem para dar sustentação aos 
nossos direitos. É por meio dela que temos garantias sociais, a livre manifestação de 
pensamento, que a educação é dever do Estado, a independência dos poderes, os di-
reitos fundamentais, dentre inúmeras outras tutelas. Por isso, é importante ressaltar os 
princípios norteadores da Constituição, para que a sociedade tenha conhecimento do 
que cobrar dos seus representantes, sejam eles do Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Agora que você, acadêmico(a) do curso de Licenciatura em Pedagogia, com-
preendeu o caminho percorrido para chegarmos à atual Constituição Federal e a 
sua importância, adentraremos nos direitos sociais. É preciso lembrar que nossa 
Constituição é composta por 250 artigos até o atual momento, e estudá-los na 
íntegra não faria muito sentido para nossa proposta, que é a área educacional, 
por isso, centralizaremos nossas discussões nos artigos que tratam da temática 
educação. Antes, porém, vamos compreender o significado do termo direitos 
sociais de acordo com o texto constitucional. 
 “ Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o traba-lho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição (BRASIL, 1988, on-line).  
UNIDADE 2
58
Quando falamos em direitos sociais, estamos tratando de questões que envol-
vem todos da sociedade, independente da sua religião, raça, ideologia partidá-
ria, idade, sexo, condição financeira, ou seja, têm como prerrogativa melhorar a 
condição social das pessoas por meio de leis e regulamentações em diferentes 
áreas, tais como educação, trabalho, segurança, alimentação, lazer, proteção à ma-
ternidade e à infância, previdência e assistência aos desamparados. Eles “[...] são 
múltiplos, de acordo com as necessidades em uma sociedade diferenciada como 
a nossa: direito à educação, à saúde, ao lazer etc.” (SLAIBI FILHO, 2009, p. 303). 
Para José Afonso da Silva, 
 “ [...] os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, 
que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, 
direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais 
desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igual-
dade. Valem como pressupostos do gozo dos direitos individuais 
na medida em que criam condições materiais mais propícias ao 
auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona con-
dição mais compatível com o exercício efetivo da liberdade (SILVA, 
2005, p. 286-287).
Assim, os direitos sociais procuram proporcionar uma melhor condição de vida 
e de trabalho para todos. Ao trazer essa temática para o meio educacional, en-
tende-se como ações governamentais aquelas que possibilitam a todo cidadão 
o desenvolvimento integral, atuando como agentes de transformação na socie-
dade, com habilidades científicas, valores éticos e morais, criticidade, autonomia 
e convivência coletiva. 
Dúvidas sobre Artigo, Caput, Parágrafo, Inciso, Alínea e Item: esse vídeo vai 
te ajudar a compreender cada um deles, de forma breve e simples! 
EXPLORANDO IDEIAS
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6500
59
UNICESUMAR
Os temas que tratam a educação na Constituição Federal estão presentes nos ar-
tigos de 205 a 214. Neste momento, é importante trazer os textos na íntegra para 
discussão, afinal, sempre que você tiver alguma dúvida sobre a lei, é necessário 
recorrer ao texto constitucional e fazer uma leitura. 
 “ A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será pro-movida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, on-line).
Como o próprio texto diz, a responsabilidade da educação não deve ser exclusi-
vamente do Estado, cabendo à família, também, assumir esse dever, criando con-
dições para uma educação pública e gratuita e na idade adequada. A Constituição 
apresenta o desenvolvimento da pessoa e, consequentemente, a responsabilidade 
da educação neste processo. 
Dando sequência, temos o Art. 206, que afirma:
 “ O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber; 
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistên-
cia de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, 
na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII – garantia de padrão de qualidade; 
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela 
Emenda Constitucionaln. 53, de 2006) 
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores con-
siderados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo 
para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído 
pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006) (BRASIL, 1988, on-line).
UNIDADE 2
60
Embora não tratemos deste assunto neste tópico, temos a primeira menção à 
Gestão Democrática, ou seja, inicia-se a obrigatoriedade de criar uma lei es-
pecífica tratando deste tema. Apesar de discutirmos a Gestão Democrática nas 
próximas unidades, vale enfatizar que ela está presente no texto constitucional, 
ou seja, deveria ser aplicada em todas as escolas públicas. 
Sobre o Art. 207, não exploraremos o tema, tendo em vista que trata da auto-
nomia das universidades, e o foco desta discussão é sobre a Educação Básica e o 
dever do Estado, como consta no próximo artigo. 
 “ Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezes-
sete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos 
os que a ela não tiveram acesso na idade própria; 
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996.) 
III – atendimento educacional especializado aos portadores de defi-
ciência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 
(cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
n. 53, de 2006.) 
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um; 
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando; 
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação bási-
ca, por meio de programas suplementares de material didático-esco-
lar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 59, de 2009.) 
§ 1º – O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público 
subjetivo; 
§ 2º – O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Públi-
co, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade 
competente; 
§ 3º – Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino 
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou respon-
sáveis, pela frequência à escola (BRASIL, 1988, on-line).
61
UNICESUMAR
Percebeu a responsabilidade do Estado no que tange à educação? Por isso, 
a necessidade de criar leis específicas que tratam desta temática, tendo em 
vista que a Constituição Federal não especifica com detalhes cada item, mas 
expressa a necessidade desta discussão que, por meio de leis, decretos ou reso-
luções, proporciona essas implementações. A partir deste momento, o Poder 
Legislativo (senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores) 
irão propor projetos de lei para regulamentar esses compromissos previstos 
na Constituição Federal. 
 “ Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as se-guintes condições: I – cumprimento das normas gerais da educação nacional; 
II – autorização e avaliação da qualidade pelo poder público 
(BRASIL, 1988, on-line).
A Constituição Federal de 1988 procurou se ater a todos os pontos referentes 
à educação, não apenas à obrigatoriedade do ensino, mas que outros setores 
também tivessem autonomia de oferecer o ensino, desde que fossem super-
visionados pelo Estado e seguissem a legislação educacional, ou seja, a ini-
ciativa privada pode explorar esse setor, porém será necessária a supervisão e 
autorização do Estado para regulamentar o funcionamento, assim “as escolas 
de educação básica privadas estão subordinadas ao sistema municipal ou 
estadual de ensino” (TOLEDO, 2016, p. 13). 
 “ Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fun-damental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º – O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá 
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino 
fundamental;
§ 2º – O ensino fundamental regular será ministrado em lín-
gua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também 
a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem (BRASIL, 1988, on-line).
UNIDADE 2
62
Uma outra ação do Estado na regulamentação de conteúdos mínimos exi-
gidos. Ao analisarmos esse artigo, os(as) gestores(as) precisam compreender 
que suas convicções políticas, religiosas e culturais não devem prevalecer 
sobre a vontade do Estado. Um gestor ateu ou agnóstico não pode proibir a 
disciplina de Ensino Religioso, cabendo a obrigatoriedade da oferta e a matrí-
cula facultativa, como previsto em lei. Outro exemplo que podemos destacar 
é a obrigatoriedade das aulas serem ministradas em língua portuguesa: o(a) 
diretor(a), por gostar de língua estrangeira, não pode obrigar que os professo-
res ensinem seus alunos utilizando outra língua senão a oficial. O(a) gestor(a) 
precisa ter o conhecimento do texto constitucional para não infringir a lei, 
pois não pode ir contra a Constituição Federal. 
 “ Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º – A União organizará o sistema federal de ensino e o dos 
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas fede-
rais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva 
e supletiva, de forma a garantir a equalização de oportunidades 
educacionais e o padrão mínimo de qualidade do ensino me-
diante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios.
§ 2º – Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fun-
damental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 14, de 1996.)
§ 3º – Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente 
no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 14, de 1996.)
§ 4º – Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de 
colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino 
obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 59, 
de 2009.). 
§ 5º – A educação básica pública atenderá prioritariamente ao 
ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 
2006) (BRASIL, 1988, on-line). 
63
UNICESUMAR
Percebe-se que a divisão das responsabilidades da criação e manutenção do 
ensino não é apenas do Governo Federal, cada esfera assume seu papel. Nes-
te caso, um(a) gestor(a) do Ensino Médio não pode recorrer à Secretaria de 
Educação do Município para solicitar benfeitorias ou, até mesmo, recursos 
para sua manutenção, tendo em vista que a responsabilidade é do Estado ou 
Distrito Federal. Esses são alguns exemplos de como o Poder Público organiza 
os níveis de escolarização. É importante destacar essas questões até mesmo 
para instrução dos pais e/ou responsáveis. Não se pode exigir melhorias do(a) 
prefeito(a) em escolas que são administradas pelo Estado. 
 “ Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreen-
dida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvol-
vimento do ensino. 
§ 1o – A parcela da arrecadação de impostos transferida pela 
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos 
Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito 
do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. 
§ 2o – Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” deste 
artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual 
e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213. 
§ 3o – A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridadeao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se 
refere à universalização, garantia de padrão de qualidade e equi-
dade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 59, de 2009.) 
§ 4o – Os programas suplementares de alimentação e assistência 
à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos 
provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamen-
tários. 
§ 5º – A educação básica pública terá como fonte adicional de 
financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhi-
da pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 53, de 2006.) (Vide Decreto n. 6.003, de 2006.)
UNIDADE 2
64
§ 6º – As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contri-
buição social do salário-educação serão distribuídas proporcio-
nalmente ao número de alunos matriculados na educação básica 
nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda 
Constitucional n. 53, de 2006.).
 “ Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públi-cas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: 
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus exce-
dentes financeiros em educação; 
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola 
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, 
no caso de encerramento de suas atividades. 
§ 1º – Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados 
a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma 
da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quan-
do houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na 
localidade da residência do educando, ficando o Poder Público 
obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na 
localidade;
§ 2º – As atividades universitárias de pesquisa e extensão pode-
rão receber apoio financeiro do Poder Público (BRASIL, 1988, 
on-line).
Os artigos 212 e 213 tratam de recursos e financiamentos da educação, ou 
seja, os recursos que o Estado arrecada por meio de impostos e que deverão, 
obrigatoriamente, ser destinados em uma porcentagem para a educação. Caso 
os Estados e Municípios precisem de recursos, a União poderá repassá-los 
por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica 
e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). Seguindo o texto 
constitucional, é importante destacar que a porcentagem estabelecida para 
investir na educação é a mínima, desta forma, caso for necessário um repasse 
maior, o Poder Público não receberá uma sanção por parte do Legislativo e 
do Judiciário. 
65
UNICESUMAR
 “ Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e 
estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desen-
volvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades 
por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes 
esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 59, de 2009.) 
I – erradicação do analfabetismo; 
II – universalização do atendimento escolar; 
III – melhoria da qualidade do ensino; 
IV – formação para o trabalho; 
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País; 
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em 
educação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela 
Emenda Constitucional n. 59, de 2009.) (BRASIL, 1988, on-line). 
Fechando o ciclo dos artigos referentes à educação, precisamos dar uma atenção 
especial ao 214. Por meio dele, faz-se necessário um planejamento com objetivos 
claros no que tange ao desenvolvimento da educação. A Constituição Federal 
estabelece a criação deste plano, cabendo ao Legislativo da esfera federal, estadual, 
municipal e distrital organizá-los. 
Título: Direito Educacional
Autora: Margot de Toledo
Editora: CENGAGE
Ano: 2015
Sinopse: este livro apresenta as questões legais voltadas para a 
educação, iniciando pelo contexto histórico do direito educacio-
nal. A Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente: estes são temas 
abordados neste livro. Todos os profissionais da educação precisam conhecer as leis 
que regulamentam o ensino, proporcionando um conhecimento mais amplo. A propos-
ta deste livro é, justamente, fazer um compilado de dispositivos legais, envolvendo a 
educação não apenas como um processo, mas sim com respaldo legal. 
EU INDICO
UNIDADE 2
66
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA 
EDUCAÇÃO NACIONAL – LDB
A LDB é um instrumento de suma importância para a educação. Ela contém 
normas que regem o funcionamento do sistema educacional brasileiro, po-
dendo ser público ou privado. A base em que foi redigida este documento 
foi a Constituição Federal de 1934, em que ela aparece, pela primeira vez, em 
um texto constitucional, no seu artigo 5º, inciso XIV: “traçar as diretrizes da 
educação nacional” (BRASIL, 1934, on-line). A construção deste instrumento 
normativo tinha como providência organizar e administrar o ensino, criando 
normas gerais e caminhos para uma educação de qualidade. 
De acordo com Elias de Oliveira Mota, 
Diretriz, como substantivo, é a linha que mostra o caminho, define objetivos 
e tendências e significa direção, orientação. Como adjetivo, é a qualidade do 
que dirige, que orienta, ou seja, conjunto de instruções, indicações e regras 
gerais que conduzem as ações em uma determinada área. 
Bases são os alicerces que servem de apoio a uma estrutura ou de sustentá-
culos a uma construção. As bases indicam a disposição das partes e mantêm 
a coesão de toda a estruturação (MOTA, 1997, p. 1, grifo nosso). 
EXPLORANDO IDEIAS
Partindo deste conceito, devemos compreender a LDB não como algo estático 
e entender que os legisladores, em conjunto com a sociedade organizada, pre-
cisam discutir sobre quais direções a educação precisa seguir. Afinal, a nossa 
sociedade está avançando e precisamos (re)pensar quais medidas tomar de 
acordo com a nossa realidade. 
Os cenários da educação, no decorrer dos anos, foram os mais diversos 
possíveis, por fim, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, con-
teúdo já estudado nesta unidade, abrem-se novos olhares. Com a alteração do 
texto constitucional (pós-ditadura), houve a necessidade da criação de uma 
diretriz, de acordo com o Art. 22: “Compete privativamente à União legislar 
sobre: diretrizes e bases da educação nacional” (BRASIL, 1988, on-line). 
67
UNICESUMAR
Com a nova Constituição e a reabertura para um país democrático de 
direito, inicia-se uma nova discussão para a LDB. Como já estudamos nesta 
unidade, a Constituição Federal de 1988 reformulou o olhar para as insti-
tuições como um todo, os anos de ditadura demonstraram a importância da 
liberdade e democracia. Atrelado a isso, fez-se necessária a reformulação do 
instrumento normativo, proporcionando, assim, novos avanços e metas para 
a educação. Com todo esse cenário e o pluralismo de ideias vigentes no fim 
dos anos 80, uma nova organização precisava ser criada e, assim, o fizeram até 
a chegada da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96.
Para compreender o contexto histórico, Margot de Toledo (2016) descreve 
como se construiu a nova LDB. 
 
Figura 1 – Construção da Nova LDB / Fonte: Toledo (2016, p. 19).
UNIDADE 2
68
Apesar de todos esses anos que passaram pós-Constituição, várias discussões 
foram necessárias, disputas ideológicas foram marcadas neste período, afinal 
tínhamos, de um lado, uma proposta libertadora, democrática, que buscava a 
autonomia do indivíduo e a defesa da escola pública e, por outro lado, uma po-
lítica neoliberal que se apresentava como responsabilidade dos indivíduos e do 
sistema educacional (TOLEDO, 2016). 
De fato, a Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional 9.394/96 se mostrou 
bastante ampla na sua formulação, visando não apenas a Educação Infantil, mas, 
também, o Ensino Superior, contemplando as modalidades de ensino. Para não 
nos prolongarmos em nossa discussão, apresentarei os princípios base da LDB e 
sua contemplação na Gestão Escolar Democrática. 
 “ Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos prin-cípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
 “ Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta 
Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas 
sociais.
II - consideração com a diversidade étnico-racial. 
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da 
vida (BRASIL, 1996, on-line, grifo nosso).
69
UNICESUMAR
Por fim, chegamos a uma das principais partes que cercam a proposta deste 
livro: sinalizamos a essência legal para termos uma Gestão Democrática nos 
ambientes escolares. Cumpre-se o dispositivo constitucional, em seu Art. 
206, VI, “gestão democrática do ensino público, na forma da lei” (BRA-
SIL, 1988, on-line). Devemos observar que, para que se tenha uma Gestão 
Escolar Democrática, precisa existir uma Gestão Participativa, na qual seja 
possível fomentar a participação de toda a comunidade escolar, discutindo 
sobre a função social da escola e, consequentemente, o interesse de todos 
que fazem parte dela, claro, respeitando os aspectos legais. A escola precisa 
compreender que não é possível haver um espaço democrático que não te-
nha condições de respeitar a diversidade presente, por isso, faz-se necessário 
levantar esses questionamentos e colocá-los em prática. 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96
Sempre que falarmos em educação, precisamos destacar a LDB, é por meio 
dela que as instituições de ensino público e privado seguem as orientações 
desde a educação básica até o superior.
EU INDICO
PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
Fazer um plano é algo que envolve vários seto-
res. Muitas vezes, podemos desejar 
algo, mas não é possível devido 
a outros impedimentos e inte-
resses. Quando falamos de Po-
der Público, isso também não é 
diferente. Já vimos, anteriormente, 
que existe uma porcentagem mínima para se apli-
car na educação, porém, devido aos vários fatores, 
isso não acontece em sua plenitude. 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6505
UNIDADE 2
70
Você, que está na sua cidade, já conheceu outras escolas, já estudou em al-
guma que tinha uma estrutura mínima de funcionamento? É possível dizer que 
nossos governantes estão cumprindo o seu papel? Eles estão interessados em 
uma educação de qualidade, para que todas as pessoas tenham acesso e se tor-
nem mais críticas? É possível a escola cumprir a sua função social sem investi-
mento? São esses alguns dos questionamentos que precisamos fazer para termos 
a necessidade de elaborar um plano para a educação e que possa ser viabilizado. 
Para contextualizar de forma breve o Plano Nacional de Educação, é pre-
ciso dar início a um movimento popular nos anos de 1930. Foi graças ao 
Movimento dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, que se criou um do-
cumento de forma coletiva, por vários educadores, que tinha como proposta 
pensar a educação de forma planejada, ou seja, o Estado deveria assumir a 
responsabilidade com as gerações futuras do país, pensando a educação de 
forma planejada e com metas, fixando um plano nacional em caráter de lei. 
Resultado deste manifesto foi a inclusão de um Plano Nacional de Educação 
na Constituição de 1934 no Art. 150, ‘a’: “[...] fixar o plano nacional de educa-
ção, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especia-
lizados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do país” 
(BRASIL, 1934, on-line).
O fato de ter um artigo constitucional não significou uma ação imediatista, 
apenas no ano de 1962, após a criação da Lei de Diretrizes e Bases (1961), 
que o Conselho Federal de Educação, até mesmo para cumprir o que estava 
previsto na Constituição de 1934 e na LDB de 1961, traçou metas para Ensino 
Primário, Ensino Médio e Ensino Superior. 
Segundo Dermeval Saviani, 
 “ Na vigência da lei, a primeira providência tomada foi a instala-ção do Conselho Federal de Educação (CFE), o que ocorreu em fevereiro de 1962. Para a composição do órgão, contou-se com a 
“clarividência de Anísio Teixeira”, conforme depoimento de New-
ton Sucupira. Também foi Anísio quem cuidou, ainda em 1962, da 
Elaboração do Plano Nacional de Educação previsto no parágrafo 
2º do artigo 92 da LDB. O Plano por ele proposto foi aprovado 
pelo CFE em 12 de setembro de 1962 e homologado pelo ministro 
Darcy Ribeiro em 21 do mesmo mês (SAVIANI, 2010, p. 305). 
71
UNICESUMAR
Assim, o Brasil começa a dar os primeiros passos para pensar a educação de 
forma planejada, porém, com o decorrer das décadas, poucos avanços foram 
conquistados, estabelecendo, assim, uma característica pessimista do país no 
que tange à área da educação. Esta desatenção por parte do Poder Público se 
prolongou por muitos anos: a própria LDB, apenas em 1996, passou por uma 
reestruturação. 
Um marco para se pensar em um novo planejamento voltado para a área 
da educação foi com a promulgação da Constituição Federal, mais especifica-
mente em seu artigo 214, como já trabalhamos nesta unidade. O dispositivo 
deixa claro a importância do conhecimento científico e tecnológico e que não 
poderá haver uma descontinuidade nos avanços da educação. Somente no ano 
de 2001, foi aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE), por meio da Lei 
nº 10.172/01, ao qual fica expressa a duração de dez anos. 
 “ O PNE 2001-2010 tem como objetivo assegurar que, até 2011, todas as crianças, os jovens e os adultos tenham condições de acesso e permanência nas escolas públicas do país. Os setores 
organizados da sociedade civil que se envolveram na construção 
do PNE esperavam que, a despeito das dificuldades de ordem 
política e administrativa, este se configurasse como um plano de 
Estado, não um plano de governo, desde que ultrapassaria, pelo 
menos, o período de duas gestões governamentais. Aliás, vale 
ressaltar que, dois anos após a aprovação do PNE, houve mudan-
ça do governo no Brasil e a agenda das políticas educacionais, a 
partir de 2003, foi reorientada, com ênfase, sobretudo, na expan-
são da educação pública de qualidade (AGUIAR, 2010, p. 712). 
O PNE se consagrou na história da educação brasileira por estar em diálogo 
com vários setores da sociedade e unificado com a Constituição Federal e a 
LDB. A partir do momento em que toma essa postura, o Congresso Nacio-
nal dá o seu aval, transformando-o em lei. Outro ponto a ser destacado foi 
a contemplação de todos os níveis de ensino e colocar o Poder Público e a 
sociedade para fiscalizarem a sua execução (DIDONET, 2000). 
Com o fim do PNE 2001-2010, iniciam-se novas discussões e um novo 
substituto, porém, devido às questões políticas e trocas no Ministério da Edu-
cação, o novo PNE só foi publicado no ano de 2014, com a Lei 13.005/2014, 
UNIDADE 2
72
mantendo, assim, a vigência por dez anos (2014-2024), fixando 20 metas para 
a educação brasileira. De acordo com a proposta e a legislação vigente, o PNE, 
em seu artigo 2º, incisoVI, traz a “promoção do princípio da gestão democrá-
tica da educação pública” (BRASIL, 2014, on-line), reforçando, em seguida, 
no artigo 9º da mesma Lei: 
 “ Art. 9o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão apro-var leis específicas para os seus sistemas de ensino, disciplinando a gestão democrática da educação pública nos respectivos âmbitos 
de atuação, no prazo de 2 (dois) anos contado da publicação desta 
Lei, adequando, quando for o caso, a legislação local já adotada com 
essa finalidade (BRASIL, 2014, on-line).
Outro ponto a ser considerado nesta nova formulação (2014-2024) são as 20 
metas. Desta forma, os “[...] objetivos quantificados e localizados no tempo e no 
espaço; são previsões do que se espera fazer em um determinado período para 
superar ou minimizar um determinado problema” (BRASIL, [2020], on-line). 
Dentre as metas estipuladas, destaco a meta 19, que afirma:
 “ Meta 19. Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comuni-
dade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e 
apoio técnico da União para tanto (BRASIL, 2014, on-line).
Para que seja possível o cumprimento da meta 19, foram elaboradas oito estra-
tégias, sendo elas:
 “ 19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para os entes federados que tenham aprova-do legislação específica que regulamente a matéria na área de sua 
abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere, 
conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, 
critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a participa-
ção da comunidade escolar;
73
UNICESUMAR
19.2) ampliar os programas de apoio e formação aos (às) conse-
lheiros (as) dos conselhos de acompanhamento e controle social 
do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, dos conselhos 
regionais e de outros e aos (às) representantes educacionais em de-
mais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantin-
do a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, 
equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com 
vistas ao bom desempenho de suas funções;
19.3) incentivar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a 
constituírem Fóruns Permanentes de Educação, com o intuito de 
coordenar as conferências municipais, estaduais e distrital bem 
como efetuar o acompanhamento da execução deste PNE e dos 
seus planos de educação;
19.4) estimular, em todas as redes de educação básica, a consti-
tuição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de 
pais, assegurando-se-lhes, inclusive, espaços adequados e condi-
ções de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação 
orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas 
representações;
19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos es-
colares e conselhos municipais de educação, como instrumentos de 
participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive 
por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-
-se condições de funcionamento autônomo;
19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais da edu-
cação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos po-
lítico-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e 
regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na ava-
liação de docentes e gestores escolares;
19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa 
e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino;
19.8) desenvolver programas de formação de diretores e gestores 
escolares, bem como aplicar prova nacional específica, a fim de 
subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento 
dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão 
(BRASIL, 2014, on-line).
UNIDADE 2
74
Analisando o PNE (2014-2024), podemos ver avanços nas propostas, construção 
e consolidação de uma gestão democrática escolar, fortalecendo, assim, a comuni-
dade. De fato, todos esses planejamentos, por si só, não terão eficácia se todos não 
estiverem envolvidos no processo. Todos os questionamentos apontados são para 
apresentar para você quais ações o Estado está tomando para termos qualidade na 
educação. São várias metas a serem alcançadas, por isso o papel do(a) gestor(a)/
diretor(a) e de toda equipe é fundamental, para que, assim, seja possível termos 
uma escola capaz de transformar a sociedade. 
Plano Nacional da Educação 
O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estraté-
gias para a política educacional no período de 2014 a 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. O Plano Nacional de Educação (201/2024) 
em movimento. Disponível em: http://pne.mec.gov.br. Acesso 17 nov. 2020.
EU INDICO
REGIMENTO ESCOLAR: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA
Para finalizar este conteúdo, não podemos esquecer de falar sobre o Regimen-
to Escolar, documento fundamental para o funcionamento da escola. Como 
vimos nos tópicos anteriores, são vários dispositivos legais presentes em nosso 
ordenamento jurídico para que tenhamos uma educação de qualidade e para 
todos. Assim, para que uma escola tenha autorização de funcionamento, ela 
precisa estar em sintonia com a legislação vigente, cumprir os requisitos bá-
sicos dos órgãos competentes, autorizando o funcionamento. Seguindo este 
entendimento, ao fazer o Regimento Escolar, o(a) gestor(a), em conjunto com 
a comunidade escolar, precisa cumprir alguns requisitos em sua formulação, 
respeitando a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, o Conselho Nacional da Educação, o Plano Nacional da Educação, 
o Conselho Estadual de Educação e o Conselho Municipal de Educação. 
Lembrando, caro(a) aluno(a), que estamos falando da Educação Básica (Edu-
cação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio), e caberá à instituição escolar 
recorrer ao seu órgão competente. 
http://pne.mec.gov.br/
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6506
75
UNICESUMAR
De acordo com Albertina Maria Rocha Salazar,
 “ O regimento escolar constitui o conjunto das normas e das regras que regulam o projeto político-pedagógico da instituição, possibilitando a sua execução por todos. É o documento que representa a norma legal, 
no contexto da escola, determinando e disciplinando, nesse universo 
escolar, o cumprimento das leis federais, dos decretos e das regula-
mentações estaduais e municipais (SALAZAR, 2007, p. 105).
Com essa proposta, o Regimento Escolar tem como função a organização escolar, 
sendo ela administrativa e pedagógica, enfatizando as normas e critérios que serão 
regulamentados e a função social da escola. Cada escola precisa ter o seu regimento, 
lembrando que ela precisa atender às necessidades de cada comunidade escolar, 
por isso, a participação coletiva na construção desse documento é fundamental. 
Muitas vezes, temos uma ideia de escola e da sua função, porém é preciso levar 
em consideração a realidade em que ela está locada. Outro ponto importante a ser 
destacado no regimento é a sua validade, pois não é interessante para o(a) gestor(a) 
alterar mensalmente o documento; e, embora sua construção tenha um tempo con-
siderável, ela não pode ser estática, respeitando as mudanças que possam ocorrer. 
UNIDADE 2
76
Ao pensar no Regimento Escolar, alguns pontos são fundamentais, afinal pre-
cisam assegurar que as propostas administrativas e pedagógicas da instituição 
estejam de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ao 
desenvolver esse texto, o trabalho coletivo deve se sobressair aos interesses indi-
viduais, articulando esse regimento com diretor(a), coordenador(a), professores, 
funcionários, pais e alunos, possibilitando a pluralidade de ideia e uma gestão 
participativa, indo de encontro com o texto constitucional e a LDB. 
Na construção de um Regimento Escolar, alguns itens são essenciais, mas 
não podemosconstruir um regimento padrão, tendo em vista que cada escola, 
em conjunto com sua comunidade escolar, precisa elaborá-lo de acordo com 
suas necessidades e realidades. Um regimento em um Estado terá planos de ação 
diferentes de outro Estado, para ser mais específico, o regimento de uma escola 
não poderá ser igual ao de outra instituição, como já foi discutido aqui, pois 
existem particularidades que devem ser respeitadas e precisam estar presentes no 
regimento. Por isso, a comunidade escolar é tão importante neste momento, para 
que juntos possam discutir e elaborar um regimento que contemple a realidade. 
Alguns tópicos são fundamentais na hora de fazer um Regimento Escolar, 
são eles:
Tsutaka Watanabe sintetizou o Regimento Escolar da seguinte forma:
Define a organização de cada escola e formaliza as concepções adotadas a respei-
to de sua estrutura básica, de fora a assegurar o alcance, com maior êxito possível, 
dos objetivos educacionais a que se propõe;
Orienta as decisões pedagógicas, administrativas e disciplinares;
Expressa formalmente a organização escolar e garante a regularidade legal dos 
atos escolares e consequentemente a autenticidade da vida escolar;
Caracteriza a escola tendo em vista o tipo e grau de ensino, suas dimensões e sua 
filosofia educacional;
Individualiza cada escola, assumindo características próprias, de acordo com sua 
filosofia e suas peculiaridades (autonomia administrativa, didática e disciplina) 
(WATANABE, 1999, p. 40-41). 
EXPLORANDO IDEIAS
77
UNICESUMAR
ÍNDICE
TÍTULO I 
DA IDENTIFICAÇÃO, DOS FINS E DOS OBJETIVOS DO COLÉGIO 
CAPÍTULO I 
Da Identificação 
CAPÍTULO II 
Dos Fins e Objetivos do Colégio 
TÍTULO II 
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E TÉCNICO-PEDAGÓGICA
CAPÍTULO I 
Da Estrutura 
SEÇÃO I 
Do Conselho Coordenador 
SEÇÃO II 
Da Direção 
SEÇÃO III 
Do Núcleo de Apoio Técnico-Pedagógico 
Subseção I 
Da Coordenação Pedagógica 
Subseção II 
Da Orientação Educacional 
Subseção III 
Dos Conselhos de Classe 
SEÇÃO IV 
Do Núcleo de Apoio Administrativo 
Subseção I 
Da Secretaria 
UNIDADE 2
78
Subseção II 
Das Atividades Complementares 
Subseção III 
Da Tesouraria e Contabilidade 
SEÇÃO V 
Dos Recursos Pedagógicos Auxiliares 
Subseção I 
Da Sala de Leitura 
Subseção II 
Dos Laboratórios e Outros Ambientes 
SEÇÃO VI 
Das Instituições Auxiliares 
SEÇÃO VII 
Do Corpo Docente 
SEÇÃO VIII 
Do Corpo Discente 
TÍTULO III 
DA ORGANIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR 
CAPÍTULO I 
Dos Níveis de Educação e Ensino 
CAPÍTULO II 
Dos Fins e Objetivos dos Cursos 
CAPÍTULO III 
Do Currículo 
SEÇÃO I 
Da Composição Curricular 
79
UNICESUMAR
Subseção I 
Da Composição Curricular da Educação Infantil 
Subseção II 
Da Composição Curricular do Ensino Fundamental e do Ensino 
Médio 
SEÇÃO II 
Da Organização da Educação Básica 
Subseção I 
Da Organização da Educação Infantil 
Subseção II 
Da organização do Ensino Fundamental e do Ensino Médio 
CAPÍTULO IV 
Da Proposta Pedagógica 
CAPÍTULO V 
Do Processo de Planejamento e do Plano Escolar 
CAPÍTULO VI 
Da organização das Classes e Turmas 
SEÇÃO I 
Da Classificação e Reclassificação 
CAPÍTULO VII 
Do Processo de Avaliação 
SEÇÃO I 
Das Finalidades da Avaliação 
SEÇÃO II 
Da Avaliação dos Alunos da Educação Infantil 
SEÇÃO III 
Da Avaliação dos Alunos no Ensino Fundamental e Médio 
UNIDADE 2
80
Subseção I 
Da Recuperação e Do Reforço 
Subseção II 
Da Promoção 
Subseção III 
Da Retenção 
CAPÍTULO VIII 
Do Sistema do Controle de Frequência 
CAPÍTULO IX 
Da Matrícula 
CAPÍTULO X 
Da Transferência, Da Adaptação e Do Aproveitamento de Estudos 
CAPÍTULO XI 
Da Expedição de Documentos da Vida Escolar
TÍTULO IV
DOS DIREITOS E DEVERES DOS PARTICIPANTES DO PROCESSO
EDUCATIVO
CAPÍTULO I 
Dos Direitos e Deveres do Pessoal em Geral do Colégio 
CAPÍTULO II 
Dos Direitos e Deveres do Corpo Docente 
CAPÍTULO III 
Dos Direitos e Deveres do Corpo Discente 
CAPÍTULO IV 
Dos Direitos e Deveres dos Pais ou Responsável 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (REGIMENTO..., 2018, p. 1-5).
81
UNICESUMAR
Como podemos perceber, o Regimento Escolar é algo bem complexo e que de-
manda a participação de toda a comunidade escolar. Porém, o fato de ter essa 
normativa não quer dizer que as ações acontecerão automaticamente, é necessá-
rio que todos ajudem em sua execução, e o papel do(a) gestor(a), neste momento, 
é muito importante, afinal é ele(a) quem dará os primeiros passos para a sua 
organização, coordenação e implementação. 
Lembre-se, aluno(a) de Pedagogia: ter conhecimento do Regimento Escolar é 
o início de um trabalho eficaz na escola, e cabe a todos acompanhar diariamente 
as ações da escola, para saber se ela está cumprindo a sua função social na loca-
lidade em que está inserida. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), você deve ter observado que as legislações são a base da 
Gestão Escolar e que, sem elas, não é possível uma escola começar as suas ativida-
des, já que cabe ao Poder Público a fiscalização e autorização de funcionamento. 
Como foi exposto, é importante destacar que os dispositivos normativos que re-
gem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), o Plano Nacional 
de Educação e, até mesmo, o Regimento Escolar precisam estar em sintonia com 
a Constituição Federal (CF), pois foi ela que deu abertura para novas discussões 
e leis específicas voltadas para a educação. 
Cada Estado e Município tem regimentos específicos para o funcionamento, e 
ele, respeitando suas particularidades, precisa respeitar a CF e a LDBEN, visto que 
não basta colocar em prática as vontades individuais e/ou o ideário na construção 
de uma instituição escolar, é necessária a participação coletiva, promovendo a 
discussão sobre as questões que cercam a comunidade escolar. 
Assim, cabe ao(à) gestor(a)/diretor(a) saber a importância dos dispositivos 
legais na hora de iniciar seus trabalhos, compreendendo que existem normativas 
que devem ser seguidas para a execução do seu trabalho. Por isso, é importante 
ressaltar que a educação é um direito social, logo todo cidadão tem direito a estar 
na escola e completar o seu ciclo, independente da sua condição social, religião, 
sexo, raça, etnia e ideologia. Como a própria a Constituição diz no seu artigo 205: 
“a educação [é] direito de todos e dever do Estado e da família [...]” (BRASIL, 
1988, on-line). 
UNIDADE 2
82
Dentro desse contexto legal, não poderíamos deixar de falar sobre a lei 
específica que rege nossa educação, que é a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional, é por meio dela que sabemos quais medidas seguir no que 
tange à organização e administração do ensino. A LDB contempla, de forma 
aberta e democrática, as ações que a União, os Estados, Municípios e o Distrito 
Federal precisam seguir, proporcionando igualdade, liberdade, pluralismo, 
respeito, coexistência, gratuidade, valorização, Gestão Democrática, qualidade 
e garantias, ou seja, proporcionar uma escola para todos.
Por fim, conclui-se, nesta unidade, a importância da legislação na admi-
nistração e organização escolar, conhecendo as diferentes dimensões legais 
que cercam a educação. Lembre-se, acadêmico(a) de Pedagogia, que a es-
cola precisa cumprir a sua função social, ou seja, diretor(a), vice-diretor(a), 
professores, pedagogos, equipe operacional, pais e alunos precisam estar em 
sintonia com um só objetivo: construir uma escola capaz de transformar a 
vida das pessoas, respeitando as diferenças e proporcionando uma sociedade 
mais justo e democrática para todos. 
Vimos, nesta unidade, as questões legais que cercam a Gestão Democrática, prin-
cipalmente, a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional. Seguindo esta linha de pensamento, qual é a função do Plano 
Nacional de Educação para a manutenção dessa Gestão Democrática?
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3896
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3915
83
AGORA É COM VOCÊ
1. O PNE foi aprovadopela Câmara de Deputados no dia 14 de junho de 2000 e es-
tava estruturado em torno de três eixos: a) a educação como direito individual; b) a 
educação como fator de desenvolvimento econômico e social; c) a educação como 
meio de combate à pobreza. Os objetivos gerais da educação estabelecidos no PNE 
são: a elevação global do nível de educação da população; a melhoria da qualidade 
do ensino em todos os níveis; a redução das desigualdades sociais e regionais, no 
tocante ao acesso e à permanência na educação pública, e a democratização da 
gestão do ensino público (AGUIAR, 2010, p. 710).
Com base no Plano Nacional de Educação expresso no trecho anterior, avalie as seguin-
tes asserções: 
I - O Plano Nacional de Educação está previsto na Constituição Federal de 1988 e 
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
II - O Plano Nacional de Educação é flexível, tendo em vista que cada Estado tem a 
sua particularidade, não precisando seguir as metas. 
III - O Plano Nacional de Educação fixa 20 metas para a educação brasileira, a serem 
atingidas durante o período de 2014 a 2024.
IV - Trata-se de um plano anual de consulta obrigatória para a construção dos planos 
dos demais níveis do sistema educacional.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
2. Durante as décadas de 1970 e 1980, as políticas públicas em educação estiveram 
voltadas para a questão da universalização do ensino fundamental, ou seja, todas 
as crianças com idade entre sete a quatorze anos, na época, deveriam estar na 
escola. Tal intento não foi atingido tão facilmente. Na década de 1990, os esforços 
se voltaram para a universalização da educação básica, ou seja, ampliar a meta aos 
jovens em idade para cursar o ensino médio. Hoje, apesar da carência de vagas na 
educação infantil, o cenário educacional brasileiro se desenha a partir de políticas 
públicas voltadas para a qualidade em educação (TOLEDO, 2016, p. 26).
84
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
Com base na concepção do Princípio da Garantia de padrão de qualidade, qual(is) tipo(s) 
de avaliação tem(têm) essa função? Avalie as asserções: 
I - Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb.
II - Vestibular. 
III - Processo de Avaliação Seriada. 
IV - Prova Brasil. 
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) II e III, apenas. 
3. A Constituição Federal é o documento oficial maior do nosso Estado Brasileiro que 
pontua direitos e deveres, mas não especifica sua dinâmica, por isso é necessária 
uma Lei Complementar, como previsto na Carta de 88, para operacionalizar a oferta 
e orientar a aplicação de todas as variáveis que envolvem este serviço. É possível 
considerar que a Lei 9.394/96 foi uma grande conquista, mas sofreu muitas mudan-
ças e atualmente encontramos o documento original desfigurado pela necessidade 
que houve ao longo do tempo, pela discussão atropelada e falta de consenso den-
tro do Poder Legislativo. Talvez, se tivesse sido melhor discutida e sem as vaidades 
de nossos políticos a referida Lei seria mais completa, objetiva, buscando atender 
plenamente as necessidades da nossa educação. Hoje, o desafio maior é organizar 
políticas de governo que consigam dar cumprimento a tudo o que está disposto na 
LDBEN 9.394/96, fato que ainda não ocorreu plenamente (MONTEIRO; GONZÁLEZ; 
GARCIA, 2011, p. 92). 
MONTEIRO, R. A. C.; GONZÁLEZ, M. L.; GARCIA, A. B. Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional: o porquê e seu contexto histórico. Revista Eletrônica de Edu-
cação, São Carlos, v. 5, n. 2, p. 82-95, nov. 2011. Disponível em: http://www.reveduc.
ufscar.br/index.php/reveduc/article/download/225/142. Acesso em: 6 nov. 2020. 
Com base na concepção da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, avalie as 
seguintes asserções. 
85
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
I - A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e 
nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento 
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para 
o trabalho.
II - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino 
público na educação básica de acordo com as suas peculiaridades. 
III - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação bá-
sica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa 
e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. 
IV - A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe 
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe 
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e III. 
4. De acordo com a Constituição Federal de 1988, no Art. 214: “A lei estabelecerá o pla-
no nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema 
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas 
e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do 
ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas 
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas [...]” (BRASIL, 1988, on-line).
Com base na Constituição Federal de 1988, avalie as seguintes asserções. 
I - A educação, direito de todos e dever do Estado, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
II - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de educação 
básica obrigatória e gratuita dos três aos dezoito anos de idade, assegurada inclusi-
ve sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
86
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
III - Serão fixados conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira a 
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais.
IV - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime 
de colaboração seus sistemas de ensino.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e III. 
5. A Constituição, em sentido formal, é o documento escrito e solene que positiva as 
normas jurídicas superiores da comunidade do Estado, elaboradas por um processo 
constituinte específico. São constitucionais, assim, as normas que aparecem no di-
ploma constitucional, que resultam das fontes do direito constitucional, independen-
temente do seu conteúdo. Em suma, participam do conceito da Constituição formal 
todas as normas que forem tidas pelo poder constituinte originário ou de reforma 
como normas constitucionais, situadas no ápice da hierarquia das normas jurídicas. 
Como se nota, a noção de Constituição formal adere a uma concepção igualmente 
importante — a de fonte do direito constitucional. Da mesma forma, a distinção en-
tre Constituição material e Constituição formal enseja uma classificação de normas 
constitucionais. São dois temas que merecem ser examinados (MENDES, 2019, p. 57).
Dentre os artigos descritos na Constituição Federal, qual é o mais importante para Gestão 
Democrática?
a) Art. 206.
b) Art. 207.
c) Art. 208.
d) Art. 209.
e) Art. 210. 
87
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. B é a correta, tendo em vista que o Plano Nacional de Educação está previsto na Cons-
tituição Federal de 1988, Art. 212-A, inciso X. O Plano Nacional de Educação fixa 20 
metas para a educação brasileira, a serem atingidas durante o período de 2014 a 2024.
2. D, está correta, já que é o Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb, com a 
Prova Brasil, que faz essas avaliações.
3. E estácorreta, tendo em vista que a educação, dever da família e do Estado, inspirada 
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade 
o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania 
e sua qualificação para o trabalho. Os sistemas de ensino definirão as normas da 
Gestão Democrática do ensino público na Educação Básica, de acordo com as suas 
peculiaridades. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de 
Educação Básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e ad-
ministrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro 
público. A Educação Básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe 
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios 
para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
4. D está correta, já que serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, 
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e 
artísticos, nacionais e regionais. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
5. A está correta, tendo em vista que o Art. 206 diz: “O ensino será ministrado com base 
nos seguintes princípios: VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei. Já 
que é por meio deste artigo que se fez necessário a aplicação da Gestão Democrática 
nas escolas públicas” (BRASIL, 1988, on-line).
M
EU
 E
SP
A
Ç
O
3Gestão Democrática na Escola 
Me. Welington Junior Jorge
Na Unidade 3, você terá a oportunidade de aprofundar a proble-
matização sobre Gestão Escolar Democrática, além de relacionar 
os conceitos sobre Regimentos Escolar e a sua importância na 
organização escolar. Também discutiremos sobre o Projeto Po-
lítico Pedagógico, destacando a sua função e os fundamentos 
para construção. Ainda, você terá a possibilidade de conhecer 
as Instâncias Colegiadas e suas especificidades na construção de 
uma escola democrática e participativa. Por fim, demonstrar a 
importância da Gestão de Pessoas no contexto escolar.
UNIDADE 3
90
Dificilmente, vamos encontrar uma escola perfeita que, em algum momento, não 
tenha passado por qualquer dificuldade, seja ela social, política, econômica e cultural. 
Falar em Gestão Escolar Democrática é permitir à comunidade escolar condições de 
construir uma escola que cumpra a sua função social. Nos dias de hoje, não é possível 
pensar uma sociedade sem a participação da escola, são diversas atividades e, até mes-
mo, profissões que necessitam da figura do professor, seja ela formal ou não formal. 
Agora, imagine toda essa construção sendo feita dentro de um ambiente sem a 
participação dos maiores interessados? Desta forma, a Gestão Democrática na 
escola tem a proposta de garantir de forma coletiva a participação mais efetiva 
da comunidade, capaz de tornar a escola um local mais coeso, consolidando sua 
pluralidade, ao combater preconceitos e contribuir com a diminuição das desi-
gualdades. Desta forma, o interesse em melhorar a organização escolar deve ser 
da própria escola? Alunos/as? Docentes? Pais ou responsáveis? Será possível uma 
escola que cumpra a sua função social sem envolvimento de toda a comunidade?
São vários os desafios que escola assume; além das questões administrati-
vas e pedagógicas, existem interesses individuais ou até mesmo comuns que 
precisam ser levados em consideração. O Gestor precisa assumir o papel de 
mediador no que tange esses conflitos de interesse, mas para que isto ocorra, 
são necessários um conjunto de pessoas que tenham o interesse em manter a 
escola organizada e que cumpra o seu papel. 
91
UNICESUMAR
Embora o desafio seja grande, é fundamental que o gestor esteja aberto ao diá-
logo e que envolva toda a comunidade escolar em prol do bem comum. Você deve 
entender que o processo educacional é fundamentado e conduzido segundo uma 
determinada concepção de educação e de sociedade e, também, que ele não ocorre de 
forma neutra e descontextualizada. Deste modo, é preciso compreender que pensar 
um processo administrativo e pedagógico é ir além de questões burocráticas, mas sim 
em um projeto de vida, que tenha condições de mudar a vida de toda a sociedade. O 
modelo democrático de gestão escolar assegura o direito universal à educação, tor-
nando a escola uma instituição mais forte em virtude de sua pluralidade, combatendo 
preconceitos e contribuindo para a diminuição das desigualdades como um todo.
Vivemos em uma democracia na sociedade brasileira, e dentro da escola públi-
ca não é diferente. Para que se tenha esse reflexo dentro dos ambientes escolares, é 
fundamental a participação das Instâncias Colegiadas, promovendo discussões que 
cercam os interesses da escola. Partindo desse entendimento, desenvolva uma lista 
das Instâncias Colegiadas que estão presentes na escola democrática e aponte a sua 
importância para a escola. 
Algumas questões são fundamentais para que se tenha uma Gestão Democrática 
na Escola, dentre elas Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar e as Instâncias 
Colegiadas. Pensando no alinhamento desses itens, é possível dizer que a simples 
implementação resulta em uma Gestão Democrática? 
DIÁRIO DE BORDO
UNIDADE 3
92
GESTÃO DEMOCRÁTICA - Princípios da Gestão Escolar - como já vimos 
nas unidades anteriores, as questões legais estão regidas pela Constituição Fede-
ral e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Assim, a Gestão escolar 
é a ação de gerir a dinâmica cultural da escola, alinhado às diretrizes e políticas 
educacionais públicas que implementam o projeto político pedagógico (PPP). 
Tem também o compromisso de manter os princípios democráticos, criando 
métodos capazes de organizar e criar uma escola autônoma, com as características 
de participação, compartilhamento e autocontrole. 
 “ Em caráter abrangente, a gestão escolar engloba, de forma associa-da, o trabalho da direção escolar, da supervisão ou coordenação pedagógica, da orientação educacional e da secretaria da escola, 
considerados participantes da equipe gestora da escola. Segundo o 
princípio da gestão democrática, a realização do processo de gestão 
inclui também a participação ativa de todos os professores e da co-
munidade escolar como um todo, de modo a contribuírem para a 
efetivação da gestão democrática que garante qualidade para todos 
os alunos (LÜCK, 2009, p. 23). 
A gestão escolar tem como objetivo organizar, mobilizar e articular todas as ações 
necessárias para assegurar o progresso dos processos socioculturais das escolas, 
de forma que promovam uma aprendizagem eficiente, possibilitando ao aluno 
sua integração completa dentro da sociedade.
93
UNICESUMAR
A partir desta proposta, a escola e os problemas educacionais passam a ser 
observados, e ações estratégicas podem ser tomadas para que haja a resolução de 
tais questões. A gestão escolar tem seu foco voltado para a atuação, não apenas 
para a discussão dos problemas. Seu principal objetivo é a aprendizagem dos 
alunos, e o gestor deve ser capaz de colocar em ação as melhores estratégias para 
que esse objetivo seja alcançado de forma eficaz.
A Gestão Participativa na Escola
Autor: Heloísa Lück
Editora: Vozes
Ano: 2011
Sinopse: A série Cadernos de Gestão foi desenvolvida para o gestor educacional refletir so-
bre o seu trabalho. O livro destaca a importância do trabalho coletivo para o gestor. Neste 
volume, a autora fala dos processos de melhoria da gestão escolar e a importância da ges-
tão participativa nesse panorama e na formação humana social a que a escola se propõe. 
EU INDICO
Questões legais da Gestão Democrática - sobre a representação da gestão de-
mocrática na legislação, a encontramos na Constituição Federal (1988) e na Lei das 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), vale destacar que já 
estudamos em outra unidade esse tema, mas para ressaltar, destaco, o art. 206 da 
ConstituiçãoCidadã que diz, “O ensino será ministrado nos seguintes princípios:”, 
dando sequência no inciso VI, “gestão democrática do ensino público, na forma da lei”. 
UNIDADE 3
94
Na LDBEN, no art. 3º “O ensino será ministrado nos seguintes princípios:” e 
no § VIII, “gestão democrática, do ensino público, na forma desta lei e da legisla-
ção dos sistemas de ensino”. No art. 14 da mesma lei, diz, “Os sistemas de ensino 
definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, 
de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:”, no 
inciso I, “participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola” e por fim o inciso II, “participação das comunidades escolar 
e local em conselhos escolares ou equivalentes” (BRASIL, 1988).
 “ A realização da gestão democrática é um princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º. Inciso VIII), e na Constituição Federal (Art. 206, inciso VI). O mesmo se assenta no 
pressuposto de que a educação é um processo social colaborativo que 
demanda a participação de todos da comunidade interna da escola, 
assim dos pais e da sociedade em geral. Dessa participação conjunta e 
organizada é que resulta a qualidade do ensino para todos, princípio da 
democratização da educação. Portanto, a gestão democrática é propos-
ta como condição de: I) aproximação entre escola, pais e comunidade 
na promoção de educação de qualidade;
II) de estabelecimento de ambiente escolar aberto e participativo, em 
que os alunos possam experimentar os princípios da cidadania, seguin-
do o exemplo dos adultos. Sobretudo, a gestão democrática se assenta 
na promoção de educação de qualidade para todos os alunos, de modo 
que cada um deles tenha a oportunidade de acesso, sucesso e progresso 
educacional com qualidade, numa escola dinâmica que oferta ensino 
contextualizado em seu tempo e segundo a realidade atual, com pers-
pectiva de futuro (LÜCK, 2009, p. 70).
O interesse em melhorar a qualidade educacional deve ser da comunidade escolar 
como um todo, isso inclui a equipe da escola, os estudantes, suas famílias e o Estado. 
É importante que haja uma sintonia entre seus participantes para que a construção 
de uma escola democrática seja eficaz. Embora a Gestão Democrática seja algo que 
deveria estar presente, muitas escolas, por várias razões, limitam a participação de 
toda comunidade, não abrindo espaço para o diálogo e compartilhamento de ideias.
95
UNICESUMAR
Para a Gestão Democrática na Escola - é necessário o estabelecimento de 
objetivos, metas e procedimentos que possibilitem a participação da coletividade 
nas decisões. O diretor que adota esse tipo de gestão toma suas decisões de forma 
coletiva, atuando na coordenação e avaliação sistemática das ações.
 “ A gestão democrática na escola pública é concebida como um ins-trumento metodológico que a escola vem realizando com toda a equipe gestora e comunidade escolar de forma participativa e ob-
jetiva com a finalidade de construir um processo democrático di-
nâmico e contínuo de esforço e coletividade visando à autonomia 
de todos os integrantes da Instituição escolar. Percebe-se que por 
intermédio da participação ocorre uma participação na aplicabi-
lidade dos recursos financeiros, a execução e avaliação das ações 
pedagógicas, contribuindo para melhoria do ensino aprendizagem 
dos discentes.
A Escola autônoma não é uma escola sem regras ou sem controle 
do Estado, ela é uma escola autônoma que se deseja caminhar para 
se tornar cidadã e necessita compreender que a sua autonomia de 
limita a estabelecer normas e regras pelas quais será gerida, de forma 
democrática com a participação de todos os atores envolvidos em 
suas ações educacionais, porém, essas regras e ações estarão sujeitas 
a uma lei maior: a Constituição Federal e a LDB vigente, além das 
normas do Conselho Nacional (CNE) e do Conselho Estadual de 
Educação – CEE de seu Estado (BARBA et al., 2009, p. 129).
Seguindo essa linha, a escola precisa ter condições de desenvolver as suas ati-
vidades e ações respeitando as necessidades locais ao qual ela está inserida, 
isso é, dar autonomia para a escola e, consequentemente, compartilhando es-
sas responsabilidades não apenas para o gestor da escola, mas também toda 
a comunidade ao qual ela está presente. Esse modo de gerir é resultante de 
um processo pedagógico da coletividade que engloba a legislação vigente e a 
criação de meios que propiciem maior participação coletiva, como os grêmios 
estudantis e o conselho escolar.
UNIDADE 3
96
 “ Esse novo modelo de gestão não só abre espaço para iniciativa e participação, como cobra isso da equipe escolar, alunos e pais. Ele delega poderes (autonomia administrativa e orçamentária) para a 
Diretoria da Escola resolver o desafio da qualidade da educação 
no âmbito de sua instituição. A dimensão sociopolítica da escola 
torna-se mais exigente e complexa e exige parceria e corresponsa-
bilidade na sua gestão. A responsabilidade sócio-política da escola 
não dispensa seus agentes sociais inseridos na comunidade escolar, 
nem o governo, nem a sociedade de lutar pela universalização da 
educação de qualidade e excelência (LÜCK, 2009, p. 70). 
Em grupos onde a prática dos direitos humanos é fundamental, a democracia se 
constitui. Estes reconhecem o direito e o dever de se assumir a responsabilidade 
pela melhoria dos bens e dos serviços. A partir dessa ideia, é impossível dissociar 
os direitos e os deveres, sendo essa junção a verdadeira democracia, em que a 
cidadania é praticada em prol da construção de um bem comum.
 “ No contexto das sociedades e organizações democráticas, dado o seu caráter dinâmico e participativo, direito e dever são conceitos que se desdobram e se transformam de forma contínua e recíproca 
pela própria prática democrática, que é participativa, aberta, flexível 
e criativa. Portanto, não são conceitos que representam condições 
isoladas e dissociadas. Não se trata, portanto de um sentido norma-
tivo e imperativo de direitos e deveres e sim de um sentido intera-
tivo pelo qual se transformam continuamente e são superados por 
estágios sucessivos de complexidade que vão tornando mais amplas, 
complexas e significativas as funções sociais do grupo, ao mesmo 
tempo em que seus membros vão desenvolvendo a consciência do 
processo como um todo e de seus múltiplos desdobramentos. A 
construção da consciência e responsabilidade social sobre o papel 
de todos na promoção da aprendizagem e formação dos alunos (in-
clusive deles próprios com esse fim), constitui-se, pois em condição 
imprescindível para a construção de escola democrática e realização 
de gestão democrática. Essa condição se constrói mediante uma 
perspectiva proativa, empreendedora, competente e orientada por 
elevado espírito educacional, critérios que qualificam a participação 
no contexto da escola (LÜCK, 2009, p. 71). 
97
UNICESUMAR
Pode-se concluir, a partir do trecho apresentado, que a participação é uma responsa-
bilidade social. Assumir o compromisso necessário na tomada de decisões que abran-
gem a coletividade é um direito e um dever de todos dentro do processo democrático. 
Sempre que falamos em Gestão Escolar Democrática, logo pensamos em participação 
coletiva e toda comunidade presente na escola. Será mesmo que isso acontece na 
realidade? O que precisamos pensar é que ter amparo legal não significa a sua implan-
tação, por isso, a luta da comunidade é fundamental.
PENSANDO JUNTOS
Com uma maior participação, maior é a possibilidade dos membros da escola se 
aproximarem, fazendo com que as desigualdades sejam reduzidas. Sendo assim, a 
participação tem o objetivo de alcançar uma gestão em que haja unidade social.
A responsabilidade social sempre deve ser voltada para o desenvolvimento do 
estudante, seu aprimoramento, tanto para o exercício da cidadania, quanto para a 
aprendizagem significativa. Sendo assim, a gestão democrática no âmbito escolar 
é responsável pela formaçãodo aluno em sua vivência social e democrática e para 
a sua conscientização quanto aos seus direitos e deveres. 
Para que haja participação, é necessário organização. É importante que os 
membros da comunidade escolar estejam preparados para efetivar as ações pro-
postas. A orientação por meio de objetivos pessoais ou mal organizados, não 
pode ser aplicada. A participação engloba a capacidade de decidir e se compro-
meter com as decisões tomadas.
Não existe ambiente perfei-
to ou regra definitiva sobre o 
que é ideal para a participa-
ção, mesmo que a escola te-
nha bons métodos para pos-
sibilitar as discussões entre a 
comunidade escolar. Por isso, a 
figura do diretor é importante, 
pois é ele quem lida e organiza 
as reuniões, e deve sempre man-
tê-las e melhorá-las. 
UNIDADE 3
98
A Comunidade Escolar na Gestão Democrática
A relação entre escola, comunidade e os pais é um importante quesito para a boa 
qualidade e o bom funcionamento da instituição escolar. Essa relação pode ser cons-
truída de modo lento e informal, mas deve ser realizada de forma organizada. Com 
a sistematização e organização desse processo, os resultados são mais positivos.
A gestão democrática vai muito além da participação dos membros da co-
munidade escolar nas instâncias colegiadas, ela precisa estar aberta ao diálogo 
constantemente com a comunidade, proporcionando que os envolvidos direta-
mente tenham condições de expor suas necessidades. A escola consegue, assim, 
tornar-se uma unidade social efetiva, sendo possível apenas com a junção da 
participação da comunidade.
Parcerias entre as escolas e a comunidade podem ser formadas, inclusive com 
a participação de empresas. As empresas podem agir de forma a trazer tutores e 
palestrantes, fazer doações financeiras, proporcionar capacitações, entre outros. 
As parcerias que duram e trazem resultados são aquelas recíprocas, em que ambos 
os lados saem com algum benefício e possuem objetivos e metas bem definidos. 
É importante que a instituição escolar apresente seus objetivos educacio-
nais, defina suas necessidades, planeje e estruture a forma com que o parceiro 
deve intervir, sempre acompanhando os resultados alcançados. Quando a par-
ceria entre escola e comunidade é boa, as atividades exercidas serão enrique-
cedoras na educação dos estudantes.
A escola pode realizar variadas ações para a promoção da participação da 
comunidade escolar, como a realização de festas, arrecadação de fundos, abertura 
aos sábados para atividades, entre outros. Para isso, comitês podem ser criados, 
formados por membros da escola, da comunidade e dos pais.
99
UNICESUMAR
A escolha do diretor na gestão democrática
Para exercer o cargo de diretor/a escolar, existem algumas formas, entre elas desta-
cam-se: “1) diretor livremente indicado pelos poderes públicos (Estados e Muni-
cípios); 2) diretor de carreira; 3) diretor aprovado em concurso público; 4) diretor 
indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; e 5) eleição direta para 
diretor” (BRASIL, 2004, p. 35). 
Dentro da gestão democrática, o processo mais utilizado é o de eleição direta:
 “ As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido uma das modalidades tidas como das mais democráticas formas, apesar de se constituírem também uma grande polêmica. A defesa dessa modali-
dade vincula-se à crença de que o processo implica uma retomada ou 
conquista da decisão sobre os destinos da escola pela própria escola. 
O processo de eleição apresenta-se de formas variadas, indo desde a 
delimitação do colégio eleitoral – que pode ser restrito a apenas uma 
parcela da comunidade escolar, ou à sua totalidade, compreendida 
como o universo de pais, estudantes, professores, técnicos e funcioná-
rios – até a definição operacional para o andamento e a transparência 
do processo – data, local, horário, valorização operacional dos votos de 
participação dos vários segmentos envolvidos (BRASIL, 2004, p. 39).
A eleição é um importante mecanismo dentro da gestão democrática, apresenta-se 
como um canal na democratização da escola e das relações sociais. A eleição em si 
não garante a democratização da gestão, mas é um meio primordial para o exercício 
democrático. 
É possível a demissão de um diretor? Esse cargo é vitalício? A função de diretor 
tem um tempo determinado, ou seja, não é definitivo. Caso venha ocorrer alguma ir-
regularidade ou até mesmo uma transgressão da sua função, o gestor pode responder 
de forma administrativa, civil e até penal, isso vai depender do ato que foi cometido. 
Competências do diretor na Gestão Democrática - a gestão escolar realizada pelo 
diretor tem como características a liderança e o compartilhamento da liderança. É 
necessário que o diretor compartilhe esse poder não só com a comunidade interna da 
escola, mas também com a externa. Tendo como objetivo o melhor funcionamento 
possível do âmbito escolar em frente aos seus desafios. 
UNIDADE 3
100
São competências do diretor na gestão democrática:
 “ Lidera e garante a atuação democrática efetiva e participativa do Conselho Escolar ou órgão colegiado semelhante, do Conselho de Classe, do Grêmio Estudantil e de outros colegiados escolares.
Equilibra e integra as interfaces e diferentes áreas de ação da escola 
e a interação entre as pessoas, em torno de um ideário educacional 
comum, visão, missão e valores da escola.
Lidera a atuação integrada e cooperativa de todos os participantes 
da escola, na promoção de um ambiente educativo e de aprendiza-
gem, orientado por elevadas expectativas, estabelecidas coletiva-
mente e amplamente compartilhadas.
Demonstra interesse genuíno pela atuação dos professores, dos 
funcionários e dos alunos da escola, orientando o seu trabalho em 
equipe, incentivando o compartilhamento de experiências e agre-
gando resultados coletivos.
Estimula participantes de todos os segmentos da escola a envol-
verem-se na realização dos projetos escolares, melhoria da escola 
e promoção da aprendizagem e formação dos alunos, como uma 
causa comum a todos, de modo a integrarem-se no conjunto do 
trabalho realizado.
Estimula e orienta a participação dos membros mais apáticos e dis-
tantes, levando-os a apresentar suas contribuições e interesses para 
o desenvolvimento conjunto e do seu próprio desenvolvimento.
Mantém-se a par das questões da comunidade escolar e interpreta 
construtivamente seus processos sociais, orientando o seu melhor 
encaminhamento.
Promove práticas de co-liderança, compartilhando responsabilida-
des e espaços de ação entre os participantes da comunidade esco-
lar, como condição para a promoção da gestão compartilhada e da 
construção da identidade da escola.
Promove a articulação e integração entre escola e comunidade pró-
xima, com o apoio e participação dos colegiados escolares, mediante 
a realização de atividades de caráter pedagógico, científico, social, 
cultural e esportivo (LUCK, 2009, p. 69). 
101
UNICESUMAR
O diretor deve incentivar a criação desses comitês, pois estes trazem bons resul-
tados na transformação da escola em um local de participação, estreitando os 
laços entre comunidade e escola, propiciando uma melhoria na qualidade do 
processo de ensino-aprendizagem.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)
O PPP apresenta a base teórica metodológi-
ca, os objetivos, e a forma de organização e 
implementação da avaliação da instituição 
de ensino. O PPP da escola é um guia dos 
compromissos assumidos pela comunidade 
escolar, sendo responsabilidade da escola sua 
construção, execução e avaliação (NOGUEI-
RA, 2009). É também um projeto político, pois 
se articula às responsabilidades sociopolíticas 
e com as demandas da comunidade escolar. 
Há um compromisso do PPP com a formação do indivíduo para uma determinada 
sociedade, em que este se torne participativo, responsável, crítico e criativo.
A escola tem autonomia para a elaboração e execução da sua proposta pedagó-
gica, segundo o Art. 12 da Lei 9394/96. Com o Projeto Político Pedagógico, a escoladeve realizar uma autocrítica, reorganizar o trabalho de modo a diminuir sua frag-
mentação e controle burocrático. O PPP é um plano escolar global, elaborado por 
meio de um planejamento participativo e como uma ação da gestão democrática.
De acordo com Padilha (2002), a construção do Projeto Político Pedagógico é 
um princípio de democracia, sendo de extrema importância que as decisões toma-
das em relação às ações a serem realizadas pela escola 
sejam apresentadas e debatidas pelos membros da co-
munidade escolar. O PPP é a identidade da escola, ele 
não deve ficar engavetado. Deve ser disponibilizado 
para o público, de forma que tenha seu amplo acesso 
garantido. Veiga (2001, p. 11), ao tratar sobre a execu-
ção de um Projeto Político Pedagógico de qualidade, 
afirma que ele se ratifica quando:
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3897
UNIDADE 3
102
 “ a) Nasce da própria realidade, tendo como suporte a explicação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas acontecem;
b) É exequível e prevê as condições necessárias ao desenvolvimento 
e à avaliação;
c) Implica a ação articulada de todos os envolvidos com a realidade 
da escola;
d) É construído continuamente, pois, como produto, é também pro-
cesso, incorporando ambos numa interação possível.
As promessas apresentadas no PPP são ações possíveis, englobando todos os 
agentes educacionais da instituição escolar. Para que a escola possa acompanhar 
as mudanças propostas, é necessário que haja a colaboração entre os membros da 
sociedade envolvidos, desde a nível local, quanto regional: as decisões precisam 
se desprender da esfera estatal. 
Fundamentos Teóricos do PPP - as bases da legislação que fundamentam o 
PPP são: a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional n.º 9394/96. O PPP também deve estar alinhado com as legislações vi-
gentes, como os estudos da Cultura Afro-brasileira e Africana, a Cultura indígena, 
entre outros.
Escritores da Liberdade, (2007) - Para desenvolver um PPP é ne-
cessário conhecer a comunidade escolar. A sugestão desse vídeo, 
é para compreendermos as desigualdades presentes em nossa 
sociedade. O filme apresenta a diversidade presente na escola, os 
jovens são criados no meio de tiroteios e agressividade, um meio 
social que não proporciona meios para uma educação de qualidade e a professora 
que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. A missão da professora é, 
além de fazer com que os alunos tenham uma visão diferente do ambiente escolar, 
lutar e combater as diferenças presentes entre os próprios alunos. Após uma con-
versa aberta com os alunos e deixando eles contarem sua própria história, inicia-se 
a recuperação social dos alunos. O filme é baseado no aclamado best-seller O Diário 
dos Escritores da Liberdade.
EU INDICO
103
UNICESUMAR
O PPP deve propor um modo político e pedagógico de se trabalhar, formulando 
metas, prevendo ações, instituindo meios de ação, respeitando as bases da legis-
lação que fundamentam a educação. 
 “ A importância desses princípios está em garantir sua operaciona-lização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no papel, na legislação, na proposta, no currículo, e outra é estar ocorrendo na di-
nâmica interna da escola, no real, no concreto (VEIGA, 1991, p. 82).
Na construção do Projeto Político Pedagógico, a proposta deve se comprometer 
com um modo de ver a sociedade, e como a educação pode realizar seu papel de 
modo a transformá-la. Toda escola deve cumprir a sua função social e política 
na sociedade. Com a participação efetiva dos membros da comunidade escolar, 
é possível construir um projeto consistente e realizável.
Orientações para elaboração do PPP
ESTRUTURA DO PPP QUESTÕES PARA ANÁLISE DO PPP OBSERVAÇÕES
1. Marco Referencial
Projeção de:
•Finalidades
•Princípios
•Objetivos
•Diretrizes Educacionais
a) Os valores, princípios e concepções 
explicitados no PPP da Escola estão 
coerentes com a Política Educacional 
do Paraná e com as reais necessida-
des da Escola?
b) As concepções e princípios do PPP 
da Escola focam efetivamente a apren-
dizagem dos alunos?
c) No PPP da Escola estão claras as 
atividades de intervenção pedagógica 
que contemplem as necessidades 
de aprendizagem dos alunos?
d) O PPP desta Escola, em sua identifi-
cação, forneceu parâmetros e critérios 
para o seu diagnóstico? Quais?
e) Você pode afirmar que as concep-
ções e valores vivenciados na Escola 
estão de acordo com os princípios 
enunciados no PPP?
UNIDADE 3
104
ESTRUTURA DO PPP QUESTÕES PARA ANÁLISE DO PPP OBSERVAÇÕES
2. Diagnóstico
•A prática pedagógica
- Currículo
- Práticas pedagógicas da 
Escola
- Formas de enturmação 
dos Alunos
- Aprendizagem dos 
alunos
-Formação continuada 
dos Professores
- Formas de relaciona-
mento com os pais e 
comunidade
a) O diagnóstico explicitado no PPP 
retrata a realidade da Esco-
la? (desempenho dos alunos, da 
Equipe Pedagógica, etc.).
b) Percebe-se no PPP, a distância 
entre o real e o ideal desejado?
c) No PPP estão claras as estratégias, 
os recursos e as oportunidades de 
transformação da escola? Ideal?
d) As reais necessidades da Escola 
estão claramente definidas no PPP?
3. Programação
Formas de Mediação:
•Ação Concreta
•Linha de Ação
•Atividade permanente
•Norma
a) As ações propostas no PPP es-
tão coerentes com a Escola que o 
PPP propõe que seja construída?
b) As ações propostas no PPP têm 
como meta a satisfação 
das necessidades apontadas 
tanto no marco teórico quanto no 
diagnóstico?
c) A prática pedagógica explicita-
da no PPP poderá contribuir para 
diminuir a distância entre a Escola 
Real e a Escola Ideal?
d) As ações planejadas e definidas 
no PPP levam em conta as possibili-
dades de sua efetivação?
e) As condições para implementação 
e concretização do PPP estão explici-
tadas nele?
f) As formas de acompanhamento e 
avaliação da implementação do PPP 
estão bem definidos?
g) O Plano de Intervenção peda-
gógica de sua Escola contempla as 
necessidades de aprendizagem dos 
alunos apontadas no PPP?
Quadro 1 - Instrumento para revisão do Projeto político pedagógico.
Fonte: Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (s.d., p. 2-5).
105
UNICESUMAR
O Projeto Político Pedagógico deve ser construído de forma coletiva, analisando o 
contexto escolar antes da definição de suas ações. Entretanto, no dia a dia da escola, 
há uma dificuldade em conseguir que a comunidade participe e se envolva na ela-
boração desse documento.
Cada escola tem autonomia para assumir a sua construção do PPP, visto que 
cada instituição tem um contexto, um perfil diferente. No Paraná, a Secretaria 
de Estado e Educação (SEED) é que faz a orientação de como o PPP deve ser 
estruturado em cada escola.
De acordo com o Conselho de Educação do Paraná, são os elementos constitu-
tivos do PPP, apresentados na indicação 004/99:
 “ I - explicitação sobre a organização da entidade escolar;II - filosofia e os princípios didático-pedagógicos da instituição;III - conteúdos, competências e habilidades propostas e os respectivos 
encaminhamentos metodológicos;
IV - atividades escolares, em geral, e as ações didático-pedagógicas a 
serem desenvolvidas durante o tempo escolar;
V - matriz curricular específica e a indicação da área ou fase de estudos 
a que se destina;
VI - processos de avaliação, classificação, promoção e dependência;
VII - regime escolar;
VIII - calendário escolar;
IX - condições físicas e materiais;
X - relação do corpo docente e técnico-administrativo;
XI - plano de formação continuada para os professores;
XII - plano de avaliação interna e sistemática do curso (PARANÁ, 
1999, on-line).
Segundo Padilha (2002), a elaboração do PPP deve compreender a seguinte meto-
dologia: 
a) Estabelecimento de um marco referencial, que responda algumas perguntas, 
como: quais são as utopias que nos movem neste mundo? Como entendemos 
o mundo em que vivemos?Qual o retrato da escola que temos? Qual escola 
idealizamos?
UNIDADE 3
106
b) Após definido o marco referencial, a equipe deve confrontá-lo com a reali-
dade escolar. Isso deve ser feito a partir de avaliações do ano anterior, para 
que se possa definir o que será feito futuramente na escola. 
Segundo Padilha (2002) e Gadotti (2003, p. 4) são cinco as etapas básicas para 
a construção do PPP: 
 “ 1. Discussão do marco referencial;2. Conhecimento da realidade da escola e do seu entorno;3. Definição dos objetivos a serem alcançados;
4. Indicação das ações que se pretende desenvolver para alcançar 
os objetivos;
5. Avaliação constante do trabalho desenvolvido.
Ainda segundo a análise de Gadotti (2003, p. 4), alguns elementos devem 
constar no registro documental do PPP, sendo eles:
 “ a) Nome do Projeto;b) histórico da escola;c) justificativa do projeto;
d) objetivos gerais e específicos;
e) metas a serem alcançadas (curto, médio e longo prazos);
f) desenvolvimento metodológico;
g) recursos (materiais e humanos);
h) cronograma de execução;
i) avaliação.
O PPP, a Escola e a Comunidade - em instituições onde há uma gestão demo-
crática, os funcionários se envolvem em diversos processos, desde a resolução de 
problemas até a manutenção das ações e nas tomadas de decisões. Todos partici-
pam da melhoria da escola: os professores, os alunos, os pais, os funcionários e a 
comunidade. O PPP é responsabilidade de todos, não apenas do diretor escolar.
O Projeto Político Pedagógico prevê a autonomia e a participação, sen-
do de grande importância que suas ações sejam sentidas no Colegiado Escolar, 
no planejamento educacional, entre outros, não ficando limitado apenas ao 
107
UNICESUMAR
documento que foi elaborado. Todos os segmentos ligados à instituição esco-
lar devem se envolver na concretização das funções de gestão, utilizando uma 
autoridade compartilhada, em que há a delegação de poderes aos membros 
da comunidade, juntamente com suas responsabilidades. 
Não sendo uma responsabilidade única da equipe pedagógica, o PPP deve 
reunir todos os interessados em sua consolidação, inclusive a comunidade. 
Os pedagogos devem realizar a mobilização da comunidade escolar como 
ponto de partida. Isso pode ser feito por meio de reuniões, convites aos pais 
e mobilização dos estudantes.
Após a mobilização da comunidade, ela pode ser organizada em grupos ou 
equipes para que sejam realizadas as discussões e elaborados os temas. Presen-
te (2001, p. 23) sugere a organização dos grupos de trabalho da seguinte forma: 
 “ Destacar os dados que serão relevantes para o trabalho;A quem e onde recorrer na busca de informações;A organização dos dados;
As pessoas que poderiam contribuir no esclarecimento de even-
tuais dúvidas ou no aprofundamento das questões relativas à 
fundamentação teórica;
O cronograma das reuniões das equipes;
O cronograma das reuniões gerais, para socialização das infor-
mações levantadas e do andamento dos trabalhos de cada equipe;
O modo de divulgação do trabalho, de forma a manter a comu-
nidade permanentemente informada sobre o seu andamento e 
as conclusões obtidas;
O prazo para a conclusão do trabalho;
A pessoa que atuará como coordenador do trabalho; e, por fim, 
as pessoas responsáveis pela elaboração do documento.
A escola representa uma força de transformação, que deve ser construída com 
a ajuda dos que participam dela. É de extrema importância que todos os ramos 
da comunidade escolar sejam participativos na escola, que se envolvam nas 
atividades realizadas, que ajudem a realizar o PPP juntamente com o diretor.
UNIDADE 3
108
CONSTRUÇÃO DO REGIME ESCOLAR
O Regimento Escolar é um do-
cumento legal indispensável 
para o funcionamento da esco-
la. Nele estão expressas as regras 
e normas que regulam as ações 
desempenhadas por cada mem-
bro da comunidade escolar, de 
acordo com o Conselho Muni-
cipal de Educação. O documen-
to tem como objetivo a organi-
zação curricular, administrativa 
e pedagógica da instituição educacional.
 “ As secretarias estaduais e municipais de educação disponibilizam em seus sites oficiais modelos básicos de regimento para que as escolas possam construir a sua versão com base em uma referência 
comum. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) e outros marcos legais estaduais e municipais 
fazem parte do conteúdo de todo regimento escolar. 
Depois de construído coletivamente, o documento final passa por apro-
vação do conselho escolar e por homologação em um órgão regional 
da secretaria de educação estadual ou municipal. É necessário verificar 
qual o local de registro do regimento aprovado pela comunidade, pois 
ele muda de uma rede de ensino para outra (FERREIRA, 2019, p. 1). 
O Regimento Escolar garante o fortalecimento da autonomia pedagógica da 
instituição de ensino. Ocorre a valorização da comunidade escolar e, por con-
sequência, a melhoria na qualidade da educação. É necessário que o regimento 
seja socializado com toda a comunidade, para que todos conheçam e cumpram 
com as normas da escola.
Regimento Escolar e o PPP - o Regimento escolar tem origem na Proposta 
Pedagógica, tendo o embasamento legal em seu conteúdo. Como se trata de um 
documento legal, a elaboração do texto deve estar de acordo com as normas e 
redações de atos normativos.
109
UNICESUMAR
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o regimento 
escolar deve elencar os temas que constam no infográfico a seguir: 
Temas do Regimento Interno
UNIDADE 3
110
O regimento deve apresentar detalhes sobre o funcionamento da escola, suas 
regras, os direitos, os deveres, entre outros. É um manual de ordem prática, que, 
em sua constituição, deve incluir a participação de toda a comunidade escolar.
O regimento apresenta a fundamentação legal de como se dá o funciona-
mento da escola. Já o PPP é o definidor das estratégias que serão utilizadas para 
desenvolver o processo de ensino e aprendizagem. Assim, os dois documentos 
devem estar interligados.
O PPP apresenta qual o tipo de avaliação que a escola deverá ter. No re-
gimento, há um tópico sobre avaliação, definindo as ações e os critérios que 
levarão o aluno à aprovação e qual a média de notas que ele deverá ter. Isto 
é, os dois documentos se conectam. Ambos apresentam a organização didá-
tico-pedagógica escolar, mas é o regimento que faz a regulação, no âmbito 
da escola, das concepções educacionais, dos princípios da Constituição e da 
legislação vigente. 
Aspectos sociológicos e filosóficos da educação
A escola se apresenta com algumas funções principais. Ela se divide em: repas-
sar aos alunos informações que a sociedade considera importante; estimular as 
ações necessárias para o amadurecimento do estudante em sua vivência coti-
diana; e preparar o aluno para o exercício de uma profissão e de sua cidadania.
111
UNICESUMAR
Com o passar dos anos, a escola precisou se modificar para acompanhar as 
mudanças da sociedade. Atualmente, os conhecimentos que precisam ser repassa-
dos não são do domínio de todos, são muito extensos, sendo assim, transmitidos 
por meio de instituições organizadas das quais chamamos de escolas. 
 ■ Fundamentos sociológicos
A escola é um espaço de socialização, atende às condições sociais e está sujeita a 
transformações. À escola compete formar o indivíduo, inserindo as normas sociais 
por meio da reprodução de valores e hábitos. A educação dentro e fora da escola está 
interligada, pois ambas socializam o indivíduo e formam os membros da sociedade.
 “ A forma como se realiza o processo de formação humana na so-ciedade moderna, portanto, a educação no interior da instituição social chamada escola, diz respeito aos valores, ideologias e in-
tenções dos diferentes grupos sociais que disputam seu lugar na 
hierarquia social. É necessário compreender que a escola não tem 
apenas o papel de formação dos sujeitos sociais, uma formação 
descomprometida com as formas organizativas da sociedade, mas 
um papel comprometidocom a dinâmica social dominante ou 
popular (MAZZONETO et al., 2017, p. 26). 
A escola pode ser considerada como a instituição pela qual é transmitida a he-
rança social e os novos conhecimentos; porém, sua ação abrange um campo bem 
maior do que esses, já que ela promove o desenvolvimento da personalidade do 
indivíduo, para que ele tenha um bom desenvolvimento social. Desta forma, ela 
deve produzir cultura, prestar serviços, garantir o bem-estar físico e social da 
comunidade, já que ela tem expectativas sobre o trabalho produzido. Expectativas 
estas que devem ser identificadas pelo diretor e servir como ponto de partida 
para a elaboração dos objetivos a serem alcançados pelo pedagógico da escola. 
Sendo assim, a comunidade influencia na constituição do currículo escolar e deve 
garantir a sua participação através da gestão democrática. 
Hoje, a escola deve priorizar e valorizar o seu espaço como um local que 
garanta a igualdade de oportunidades, respeitando as diferenças e os conheci-
mentos trazidos pelos alunos de seus cotidianos.
UNIDADE 3
112
 ■ Fundamentos filosóficos 
Sendo a escola um local de pro-
cessamento da educação conce-
bido em seu aspecto formal, há 
uma interação educativa entre 
quem leciona e quem aprende. 
Por meio da filosofia da educa-
ção, há um direcionamento da 
ação educativa, já que é por meio 
de uma reflexão organizada, geral 
e aprofundada dos problemas que 
giram em torno da escola que os 
educadores norteiam suas ações.
 A filosofia, ao longo da história, foi construída em sintonia com o pensa-
mento científico. Conforme os problemas iam surgindo, tornava-se mais forte a 
necessidade de uma filosofia para se orientar. Da mesma forma, podemos con-
ceber a filosofia, que fornece os fundamentos para projeto pedagógico
 “ A Filosofia tem um papel importante em nossa época, pois estando presente nesta realidade, não segue o mesmo ritmo daquilo que lhe é imposto. Ela oferece possibilidades de outras vias, aumentando, 
assim, nossa capacidade crítica e não deixando o ser se perder entre 
os emaranhados de fenômenos que nos envolvem a cada instante. 
Na era de incertezas, imediatismo e velocidade de informações em 
que vivemos, as chances de a Filosofia sobreviver precisam ser bus-
cadas e argumentadas, pois não é possível que uma ciência que deu 
tanto suporte em momentos cruciais da humanidade, agora pereça 
ou se torne sem sentido (MAZZONETO et al., 2017, p. 13). 
Partindo do entendimento filosóficos, falar em educação é a busca da satisfação, 
necessidades e as expectativas do indivíduo; sendo assim, ao construir uma pro-
posta pedagógica para a sua escola, a equipe deve sempre considerar os funda-
mentos filosóficos e sociológicos da educação. 
113
UNICESUMAR
Organização escolar - além de aspectos materiais e econômicos, a organização 
escolar é composta pelas determinações resultantes de uma estrutura racional-le-
gal, onde se é estabelecida as bases do funcionamento da escola, como a atribuição 
das funções dos professores, dos alunos e dos agentes administrativos.
 “ Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de es-tudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e 
em outros critérios, ou por forma diversa de organização, em que o 
interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. 
§1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tra-
tar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no 
exterior, tendo como base as normas curriculares gerais. 
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, 
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema 
de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto 
nesta lei (BRASIL, 1996, on-line). 
A Lei nº 9394/96 (BRASIL, 1996) apresenta alguns modos de organização es-
colar, devendo o diretor estar ciente sobre eles. Entre esses tipos, apresenta-se a 
organização em séries ou em ciclos. A organização em séries é a mais utilizada 
nas escolas públicas do Brasil.
Segundo o Art. 31 da Lei de Diretrizes e Bases - Lei 9394/96:
 “ A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).I  - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvol-
vimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o 
acesso ao ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013).
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuí-
da por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; 
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias 
para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; (In-
cluído pela Lei nº 12.796, de 2013).
UNIDADE 3
114
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, 
exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total 
de horas; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013).
V - expedição de documentação que permita atestar os processos 
de desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei 
nº 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996, on-line).
Calendário Escolar 
O calendário escolar é a forma de divisão do tempo que engloba o ano letivo, 
estabelecendo os dias de aula, os recessos e outras datas, embasado nas necessi-
dades educativas apresentadas no projeto pedagógico.
“O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive 
climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com 
isso reduzir o número de horas letivas previsto nessa Lei”, de acordo com a Lei 
de Diretrizes e Bases da educação (LDB), de 1996 (BRASIL, 1996, on-line). Ele 
deverá ser organizado com carga horária anual mínima de oitocentas horas, di-
vidido em, no mínimo, duzentos dias letivos de trabalho na escola. Contudo, de 
acordo com a LDB, é possível que seja ampliada a carga horária, conforme as 
necessidades da escola.
Administração escolar
O gestor é o principal responsável pela execução da política educacional da 
escola, ele deve organizar, dinamizar e coordenar as ações necessárias para 
atingir um processo de ensino eficiente. O desempenho dos agentes educa-
cionais e a qualidade do ensino e aprendizagem estão conectados diretamente 
ao desempenho do gestor.
As decisões envoltas na administração escolar devem ser embasadas, pen-
sadas a partir da realidade escolar e social em que se vive. A função do diretor 
necessita promover relações lógicas para obter um desempenho eficaz de 
todos os envolvidos no processo educativo.
115
UNICESUMAR
 “ Como ação primordial em prol da qualidade na educação, os direto-res devem organizar a instituição de ensino, articulando os proces-sos realizados por todos que nela atuam. Devem, primeiramente, es-
tar atentos à validade dos atos que legalizam a instituição de ensino 
em que são diretores. Isso porque, a expedição dos documentos dos 
alunos depende do regular funcionamento da instituição de ensino. 
Em segundo lugar, o diretor, juntamente com a equipe gestora e 
secretário escolar, deve orientar os profissionais que atuam na ins-
tituição de ensino para que suas ações estejam em consonância com 
o disposto no PPP e Regimento Escolar. 
Uma dica para a equipe gestora é organizar reuniões periódicas 
com os segmentos escolares, a fim de informar sobre as ações que 
lhe cabem e que estão apresentadas no PPP e Regimento Escolar. 
Além disso, nessas reuniões a equipe gestora pode verificar se os 
procedimentos realizados estão de acordo com o disposto nesses 
documentos. E, se acaso forem identificadas divergências ou mu-
danças nas ações e nos procedimentos elencados, deve-se atuali-
zar estes documentos por meio de uma (re)construção coletiva. 
Em seguida, a equipe gestora deve submeter às atualizações para 
aprovação do Conselho Escolar, que posteriormente encaminhará 
o documento ao NRE (SEED, 2018, p. 15).
UNIDADE 3
116
O diretordeve se preocupar com as questões necessárias para desenvolver as ati-
vidades administrativas. Isto envolve os recursos financeiros, materiais e humanos 
encontrados na escola, tudo efetivado com planejamento e organização. 
O diretor, com a intenção de obter um bom desempenho de sua função, assume 
determinados papéis, sendo estes de natureza administrativa e pedagógica: 
a) Atividades de natureza administrativa
 ■ Organizar e articular todas as áreas da escola.
 ■ Controlar o financeiro e o material da escola.
 ■ Articular a parceria entre a escola e comunidade.
 ■ Articular o bom relacionamento entre os recursos humanos.
 ■ Articular as relações com os superiores no sistema de ensino.
 ■ Delegar e supervisionar as funções dos componentes da comunidade 
escolar.
b) Atividades de natureza pedagógica
 ■ Formular objetivos sociopolíticos e educacionais para a instituição.
 ■ Atualizar o currículo.
 ■ Dinamizar e assistir os funcionários da escola.
 ■ Promover um sistema de ação integrado e cooperativo.
 ■ Manter a comunicação aberta com os membros da comunidade escolar.
 ■ Acompanhar, avaliar e estimular a melhoria da qualidade educativa desen-
volvida na instituição. 
AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS
Com a adoção da Gestão Democrática, a escola passou a estimular a criação das 
Instâncias Colegiadas, sendo estas instrumentos que facilitam a participação dos 
membros escolares no processo educativo, fazendo com que o diretor não exerça 
seu trabalho apenas de forma individual, mas sim coletivamente.
São as Instâncias Colegiadas da escola:
 ■ Conselho Escolar.
 ■ Conselho de Classe.
 ■ Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF).
 ■ Grêmio Estudantil.
117
UNICESUMAR
Todas as instâncias colegiadas citadas são locais onde os professores, alunos, 
funcionários, pais e a comunidade podem ser ouvidos e consultados, para a efe-
tivação de uma escola mais democrática. Nesses locais são relatados tanto os 
problemas da escola, como sugestões de melhorias, para que o processo de ensino 
aprendizagem seja o mais eficiente possível.
 “ Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão de-mocrática do ensino público na Educação Básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do 
Projeto Político-Pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos es-
colares e equivalentes (BRASIL, 1996, on-line).
Cada instância tem um objetivo específico, com 
uma finalidade diferente. Entretanto, todas levam 
ao mesmo ponto em comum: o aprimoramen-
to do processo educacional. Para isto, a formação 
dos Conselhos e sua participação na escola estão 
previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional - LDBEN, nº 9394/96:
O Conselho Escolar
O Conselho Escolar - é um órgão 
colegiado formado por participan-
tes da comunidade escolar que tem 
como função realizar as delibera-
ções necessárias referentes ao admi-
nistrativo, ao financeiro e ao político 
pedagógico da escola.
De acordo com o Artigo 4º do 
Estatuto do Conselho Escolar do 
Paraná:
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3897
UNIDADE 3
118
 “ O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Co-munidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho peda-
gógico e administrativo da instituição escolar em conformidade 
com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a 
Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-Pedagógico e o Re-
gimento da Escola/ Colégio, para o cumprimento da função social 
e específica da escola.
§ 1º - A função deliberativa, refere-se à tomada de decisões relativas 
às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas 
e financeiras quanto ao direcionamento das políticas públicas, de-
senvolvidas no âmbito escolar. 
 § 2º - A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para 
dirimir dúvidas e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, 
administrativas e financeiras, no âmbito de sua competência. 
§ 3º - A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático 
das ações educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivan-
do a identificação de problemas e alternativas para melhoria de seu 
desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola bem 
como, a qualidade social da instituição escolar. 
§ 4º - A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscaliza-
ção da gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade esco-
lar, garantindo a legitimidade de suas ações (PARANÁ, 2009, p. 9-10). 
A Criação de um Conselho Escolar - pode ser de iniciativa tanto do diretor 
da escola, como de qualquer indivíduo que faça parte da comunidade escolar. 
Qualquer um deles pode convocar a todos para a organização das eleições para 
o colegiado. Devem participar do Conselho Escolar, de acordo com o Artigo 18º 
do Estatuto do Conselho Escolar do Paraná:
 “ a. Diretor.b. Representante da equipe pedagógica.c. Representante do corpo docente (professores).
d. Representante da equipe técnico-administrativa e assistentes de 
execução.
e. Representante da equipe auxiliar operacional.
119
UNICESUMAR
f. Representante dos pais de alunos ou responsáveis.
g. Representante do Grêmio Estudantil ou alunos (apenas quando 
o Grêmio não estiver instituído).
h. Representante da APMF.
i. Representante dos movimentos sociais organizados da comuni-
dade (Associação de Moradores, Sindicatos, Instituições Religiosas, 
Conselhos Comunitários, Conselho de Saúde, entre outros) (PA-
RANÁ, 2009, p. 14).
Conselho de Classe - é uma instância colegiada de avaliação permanente e 
se relaciona ao processo educativo, sendo sua ação de natureza consultiva e 
deliberativa. De acordo com Dalben (2006), os participantes do Conselho de 
Classe (professores, equipe pedagógica e diretiva) devem fazer a deliberação 
sobre os seguintes assuntos:
 “ a) objetivos de ensino a serem alcançados; b) uso de metodolo-gias e estratégias de ensino; c) critérios de seleção de conteúdos curriculares; d) projetos coletivos de ensino e atividades; e) for-
mas, critérios e instrumentos de avaliação utilizados; f ) formas 
de acompanhamento dos alunos; j) propostas curriculares alter-
nativas para alunos com dificuldades específicas; l) adaptações 
curriculares para alunos portadores de necessidades especiais; 
m) propostas de organização de estudos complementares (DAL-
BEN, 2006, p. 33). 
O Conselho de Classe faz parte do processo avaliativo realizado pela escola. 
Nele, a avaliação do desempenho dos alunos é realizada e ocorrem as reflexões 
sobre as práticas pedagógicas utilizadas, tendo como finalidade a melhora do 
processo de ensino aprendizagem. As discussões feitas durante o conselho, jun-
tamente com as informações levantadas, devem ser registradas. Ao pedagogo 
cabe coordenar a execução do conselho, mediando as discussões e encami-
nhando as ações necessárias. Ele é um instrumento primordial da educação, 
pois possibilita o cumprimento da função social da escola, sendo responsabi-
lidade da direção a realização de um conselho eficiente e responsável. 
UNIDADE 3
120
Associação de pais, mestres e funcionários (APMF) - a Associação 
de Pais, Mestres e Funcionários é uma instância colegiada democrática que 
visa a integração dos segmentos escolares, colaborando e auxiliando com o 
processo de ensino aprendizagem e promovendo a integração entre escola e 
família. Compõem a APMF, segundo o Capítulo VIII, da Regulamentação da 
Associação de Pais, Mestres e Funcionários, de 2003:
 “ Art. 9º O quadro social da APMF será constituído com número ilimitado das seguintes categorias de integrantes: efetivos, co-laboradores e honorários. § 1º Serão integrantes efetivos todos 
os Pais, ou responsáveis legais, Mestres e Funcionários da Uni-
dade Escolar. § 2º Serão integrantes colaboradores, ex-alunos, 
pais de ex-alunos, ex-professores, ex funcionários e membros da 
comunidade que manifestaremo desejo de participar. § 3º Serão 
integrantes honorários, por indicação dos integrantes efetivos, 
com a aprovação da Assembleia Geral, todos aqueles que tenham 
prestado relevantes serviços à Educação e à APMF. § 4º São con-
siderados Mestres para efeito deste Estatuto todos os professores 
e especialistas em exercício na Unidade Escolar. Art. 10º Cons-
tituem direitos dos integrantes efetivos: I - votar e ser votado; 
II - apresentar novos integrantes para a ampliação do quadro 
social; III - apresentar sugestões e oferecer colaboração à APMF; 
IV - convocar Assembleia Geral Extraordinária, observando o 
disposto no parágrafo único do art. 18; V - solicitar, em Assem-
bléia Geral, esclarecimentos acerca do controle dos recursos e 
encaminhamentos da APMF; VI - verificar, a qualquer momento 
que se fizer necessário, livros e documentos da APMF; VII - parti-
cipar das atividades promovidas pela APMF, bem como solicitar 
utilização das dependências do estabelecimento nos termos do 
art. 4° do inciso II deste Estatuto (PARANÁ, 2003, on-line). 
A APMF é um órgão onde os pais, os professores e os funcionários da escola 
são representados. Não tem fins lucrativos, partidários ou religiosos. É uma 
instituição auxiliar que tem como objetivo ajudar e melhorar a educação com 
a integração entre escola, família e comunidade.
121
UNICESUMAR
A participação dos membros da APMF promove autonomia à escola, pois au-
xilia nas decisões no que cabe às atividades escolares, curriculares ou culturais, 
podendo auxiliar na elaboração do calendário escolar, na construção do Projeto 
Político Pedagógico, entre outros.
Grêmio Estudantil - é uma instância colegiada que possibilita dar voz aos alunos, 
para que estes participem e tenham interesses que vão além da sala de aula. A 
criação de um Grêmio deve ser estimulada pela equipe diretiva de todas as escolas.
A Lei Federal nº. 7.398, de 4 de novembro de 1985, apresenta a fundamenta-
ção legal para a criação do Grêmio Estudantil:
 “ Art . 1º - Aos estudantes dos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus fica assegurada a organização de Estudantes como entidades au-tônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas 
com finalidades educacionais, culturais, cívicas esportivas e sociais.
§ 1º - A organização, o funcionamento e as atividades dos Grêmios serão 
estabelecidos nos seus estatutos, aprovados em Assembleia Geral do cor-
po discente de cada estabelecimento de ensino convocada para este fim.
§ 2º - A aprovação dos estatutos, e a escolha dos dirigentes e dos re-
presentantes do Grêmio Estudantil serão realizadas pelo voto direto 
e secreto de cada estudante observando-se no que couber, as normas 
da legislação eleitoral (BRASIL, 1985, on-line).
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, entendendo a importância 
da Associação de pais, mestres e funcionários (APMF) no interior de nossas 
escolas, valoriza e incentiva a participação de todos os paranaenses no 
processo de tomada de decisões coletiva e na implementação de políticas 
públicas educacionais, estaduais e federais.
É de suma importância que pais, professores, funcionários e equipe direti-
va, que compõem a diretoria da APMF, tenham consciência que toda e qualquer decisão 
tomada em reunião por esse colegiado deverá ser discutida e amplamente debatida, se-
jam questões de ordem pedagógica ou administrativa, pois essas decisões terão um papel 
fundamental no processo de ensino aprendizagem dos nossos alunos (PARANÁ, 2003).
Sobre as atribuições da APMF, segundo o Caderno de Apoio à elaboração ao estatuto da 
APMF da Secretaria de Estado e Educação (SEED), você pode conferir no link a seguir: 
EU INDICO
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3918
UNIDADE 3
122
O Grêmio Estudantil existe de forma independente em relação à direção es-
colar, sendo um meio democrático, com Estatuto próprio e eleições com voto 
secreto e direto. Durante o processo eletivo, deve haver discussões, debates, 
apresentação das propostas da chapa, de forma a praticar o exercício político 
e favorecer o desenvolvimento da cidadania.
O Grêmio deve desenvolver atividades culturais, como exposições e ex-
cursões; atividades sociais, abordando temas como desigualdade e preconcei-
to; atividades esportivas, como campeonatos e gincanas; atividades políticas, 
como palestras sobre direitos humanos e eleições; atividades comunicativas, 
como a criação de um jornal escolar, entre outros. 
O Grêmio Estudantil tem a possibilidade de promover eventos com o 
objetivo de arrecadar fundos para a escola. Ele também deve elaborar seu 
estatuto de funcionamento, para que suas ações sejam legitimadas. 
GESTÃO DE PESSOAS
As pessoas que compõem a escola, com suas inúmeras características, são a 
base da qualidade educacional. Ao trabalhar em conjunto, dividir responsa-
bilidades, compartilhar desafios, os membros da escola fazem total diferença 
nos bons resultados que a instituição pode vir a ter. 
A gestão de pessoas, com sua ação organizada de forma coletiva, é o fun-
damento básico para a gestão escolar. Suas ações são orientadas pelo diretor 
da escola, por meio de uma liderança clara e organizada. São inúmeras as ne-
cessidades e possibilidades que a gestão de pessoas pode abranger, já que todos 
os encaminhamentos realizados na escola são processos da gestão escolar.
Trabalhar com pessoas, não é uma tarefa fácil, já imaginou, em um mesmo ambiente, 
várias pessoas com interesses totalmente diferentes, são pais, alunos, professores, ope-
racional, equipe pedagógica, equipe diretiva, enfim, são muitas pessoas para equilibrar o 
ambiente escolar, e ter uma boa gestão de pessoas é fundamental. 
PENSANDO JUNTOS
123
UNICESUMAR
São elementos fundamentais da gestão de pessoas:
• Motivação e desenvolvimento de espírito comprometido com o 
trabalho educacional, pelos quais os participantes da comunidade 
escolar reconhecem em si os valores correspondentes aos valores 
educacionais e a perspectiva de, com seu empenho e competências, 
contribuírem para a realização de seus objetivos, e, ao mesmo tempo 
em que contribuem para a formação e aprendizagem dos seus alu-
nos, alcançam e reconhecem os mesmos resultados em si próprios.
• Formação de espírito e trabalho de equipe, ação constituída pelo 
acompanhamento cotidiano de organizar, orientar e articular as 
interações que ocorrem no interior da escola, que são naturalmente 
orientadas por múltiplos interesses de validade e intensidade dife-
rentes, superando eventuais situações de altos e baixos, fazendo su-
perar essa diversidade de modo a equacionar motivações em torno 
dos objetivos educacionais.
• Cultivo de diálogo e comunicação abertos e contínuos, que se 
constituem em elementos educacionais fundamentais para que uma 
equipe se constitua e se mantenha como tal e orientada por obje-
tivos comuns de promoção da aprendizagem e desenvolvimento.
UNIDADE 3
124
• Inter-relacionamento pessoal orientado pelo espírito humano e 
educacional, segundo o qual, construir um bom relacionamento 
com os outros e ter tato para expor um ponto de vista ou fazer 
alguma crítica ao trabalho do outro se tornam diferenciais do 
trabalho educativo e se constituem tanto em um aspecto mo-
tivacional entre os participantes da escola como elemento de 
formação dos alunos.
• Capacitação em serviço orientada pela promoção de um am-
biente centrado na aprendizagem continuada. O processo so-
cioeducacional da escola e as experiências a ele relacionadas se 
constituem em elemento de aprendizagem e formação das pes-
soas que atuam nesse ambiente. Essa aprendizagem não ocor-
re espontaneamente e deve ser orientada segundo o sentido 
de desenvolvimento pretendido pela escola, em relação ao seu 
processo educacional. Essa orientação se dá em um processo de 
capacitação continuada e em serviço.
• Desenvolvimento de uma cultura de avaliação e autoavaliação 
contínua de desempenho, que corresponde à prática realizada 
de modo a permitir reflexão orientadora da revisão de práticas e 
promoçãodo seu desenvolvimento contínuo (LÜCK, 2009, p. 83).
A liderança tem um papel primordial no desenvolvimento de pessoas e de 
equipe. O diretor precisa liderar de forma aberta, orientando e mobilizando 
a todos os membros da escola para que o trabalho ocorra de forma eficiente. 
Cabe a ele, também, articular todos os esforços para que a importância da 
formação de uma cultura de aprendizagem seja formada, propiciando um 
ambiente escolar íntegro e ético.
Motivação
O ser humano precisa ter suas necessidades atendidas, ele precisa ser reco-
nhecido e valorizado. O funcionário motivado trabalha melhor, apresenta 
um melhor desempenho em suas funções. O entusiasmo, a vitalidade e o 
comprometimento são qualidades necessárias nos membros escolares, para 
que a instituição se fortaleça em seu trabalho coletivo.
125
UNICESUMAR
A motivação consiste no reconhecimento e na adesão de métodos que 
favoreçam uma pedagogia bem sucedida na escola, destacando o esforço de 
todos na construção de um ambiente favorável para o processo de ensino 
aprendizagem. 
O diretor escolar é o principal responsável pela criação de um ambiente mo-
tivador, organizando uma aprendizagem dinâmica e competente. Cabe ao diretor 
estimular a motivação se sua equipe de trabalho, devendo, assim, promover:
 “ I) uma boa organização do trabalho;II) concentração na aprendizagem e melhoria contínua;III) prevenção contra as condições de dispersão e desconcentração 
em relação aos objetivos educacionais;
IV) ambiente ordeiro e focado em objetivos;
V) limpeza, segurança, tranquilidade;
VI) relações interpessoais dinâmicas bi e multilaterais;
VII) bom humor, entusiasmo, espírito de servir;
VIII) participação e envolvimento, dentre outros aspectos (LÜCK, 
2009, p. 85). 
Toda a comunidade escolar deve participar do desenvolvimento dessas ações, 
sendo a participação um fator motivacional dentro do ambiente educativo. A 
ação efetiva do diretor em manter os seus colaboradores motivados traz bons 
resultados para a construção de uma escola justa e democrática. 
Formando a equipe escolar
A formação da equipe escolar é um processo contínuo, coletivo, onde devem 
ser levados em consideração todos os segmentos de atuação da escola. É pre-
ciso que as pessoas estejam articuladas, realizando trabalhos em equipe, sendo 
orientados por objetivos afins. 
A formação da equipe é um processo complexo, necessita de conhecimen-
tos, habilidades e ações voltadas para os mesmos objetivos, em que os mem-
bros da equipe escolar trabalhem de forma colaborativa. Algumas condições 
são necessárias para que os profissionais que exercem suas funções na escola 
constituam uma equipe, segundo Lück (2009, p. 86), são os seguintes:
UNIDADE 3
126
 “ I) o cultivo do mesmo ideário educacional;II) o respeito pela legislação, normas e regulamentos educacionais;III) o entendimento dos objetivos educacionais a nortearem as 
ações específicas de cada setor ou área de atuação;
IV) a adequação de interesses pessoais aos interesses sociais e 
educacionais;
V) a existência de práticas de comunicação, diálogo e relaciona-
mento interpessoal abertas, frequentes e sistemáticas;
VI) formação de redes de interação;
VII) transformação de progressos individuais em progressos 
coletivos;
VIII) dinâmica de grupo equilibrada e diligente;
IX) ação interativa com objetivos compartilhados, dentre outros 
aspectos;
X) transformação de desenvolvimentos individuais em desenvol-
vimento coletivo.
O diretor da escola deve observar os desenvolvimentos pessoais e colocá-los a 
disposição da coletividade, já que o trabalho em equipe necessita de um esforço 
coletivo para alcançar determinado objetivo. A Liderança tem papel fundamental 
da formação de uma boa equipe de trabalho, devendo manter seus colaboradores 
sempre motivados. 
Avaliação de desempenho - é um processo sobre o qual se observa o desenvol-
vimento da competência de cada funcionário da escola, seja da equipe adminis-
trativa ou pedagógica. Ela é utilizada para que haja um acompanhamento desse 
desenvolvimento e, consequentemente, seu aperfeiçoamento. 
Não é possível separar a gestão de pessoas da avaliação de desempenho, já 
que a autonomia da gestão escolar prevê o aperfeiçoamento da escola, o que está 
ligado diretamente aos profissionais que nela atuam.
127
UNICESUMAR
Sendo assim, uma estratégia da gestão objetiva a promoção de uma análise 
clara, concreta e direta sobre os desempenhos dos profissionais, de forma que 
identifiquem as questões que devem ser melhoradas. A avaliação permite ao pró-
prio funcionário analisar o seu método de trabalho, sua organização, entre outros.
Ela precisa ser: contínua, dinâmica, sistemática, e busca o desenvolvimento 
da escola em sua totalidade. É função do diretor liderar e orientar esse processo, 
de forma que se aproxime do trabalho dos seus funcionários. 
 “ O sucesso ou não de um sistema de avaliação não deve ser deter-minado a partir de casos individuais, já que o próprio conceito de sucesso é variável. Assim, Bracken e outros (2001) sugerem que se 
defina como um processo bem sucedido aquele que cria mudanças 
claras e duráveis de comportamento e/ou desenvolvimento de habi-
lidades em um número suficiente de pessoas, de modo a promover 
um incremento na efetividade da organização. Podemos então con-
cluir que a avaliação é essencial para a saúde da instituição e para a 
qualidade de seu serviço e produto (REIFSCHNEIDER, 2008, p. 56). 
Por isso, é necessário seu planejamento e implementação voltados para que os 
profissionais sejam autocríticos quanto ao seu desempenho, para que melhorem 
seu desempenho individual e coletivo, para que se crie o diálogo dentro da ins-
tituição, promovendo o surgimento de ideias. 
A avaliação de desempenho deve ser um processo de autoconhecimento 
do profissional individual e do profissional em equipe. O feedback é neces-
sário, e este precisa ser claro e simples, para que o colaborador possa desen-
volver sua identidade profissional. E ao fim de tudo, transformar suas ações, 
melhorar seu desempenho, a fim de construir um bom ambiente de trabalho 
e uma escola mais coesa.
128
AGORA É COM VOCÊ
1. O grêmio estudantil se torna um mecanismo de participação dos estudantes nas dis-
cussões do cotidiano escolar e em seus processos decisórios, constituindo-se num 
laboratório de aprendizagem da função política da educação e do jogo democrático. 
Possibilita, ainda, que os estudantes aprendam a se organizarem politicamente e a 
lutar pelos seus direitos (DOURADO; OLIVEIRA; MORAES, 2013).
Sobre Gestão Democrática Escolar, qual lei que fundamenta a obrigatoriedade do Grêmio 
Estudantil? Analise as alternativas e assinale a correta.
a) Lei nº 7.398/85.
b) Lei nº 7.396/85.
c) Lei nº 7.397/85.
d) Lei nº 7.398/83.
e) Lei nº 7.398/88.
2. Seja na escola, seja na sociedade observada ampliadamente, a democracia tem se 
organizado apenas dessa maneira formal. A democracia tem se ampliado, atingido 
os países mais diversos e, em certo sentido, instituições da sociedade, como a es-
cola. Contudo, via de regra, ela se efetiva como um conjunto de regras que estabe-
lecem a lógica da representação, considerando que não é possível todos discutirem 
e decidirem tudo todo o tempo. Para Touraine, a democracia implica mais do que 
a constituição de procedimentos e instituições, com vistas a tomar decisões acerca 
daquilo que é de interesse coletivo (SOUZA, 2009).
Com base na concepção de Gestão Democrática na referida LDBEN 9394/96, avalie as 
seguintes asserções. 
I - Para que a Gestão Democrática tenha a sua efetividade, o gestor pode optar na 
ausência do Grêmio Estudantil.
II - Pensando em uma escola pública e de qualidade, prefeitos e governadores indi-
cam diretores de escola, seguindo a legislação que cerca a Gestão Democrática. 
III - Gestão democrática do ensino público está prevista na Constituição Federal de 
1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96.
IV - A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 9.394/96tem como premissa 
definir as normas e regulamento da Gestão Democrática no ensino público. 
129
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
3. O lugar da escola se encontra em educar para a democracia no sentido da cons-
trução de um ser humano reflexivo, crítico, criativo, participativo, comprometido 
socialmente e transformador da realidade, garantindo a aprendizagem de certas 
habilidades e conhecimentos necessários para a vida em sociedade, contribuindo no 
processo de inserção social das novas gerações (MIRANDA; LEITE; MARQUES, 2010).
Sobre quais são as Instâncias Colegiadas, analise as alternativas e assinale a correta.
a) Conselho Escolar, Conselho de Classe, APMF e Comunidade Escolar.
b) Comunicado Escolar, Conselho de Classe, APMF e Grêmio Estudantil.
c) Conselho Escolar, Comunidade Escolar, APMF e Grêmio Estudantil.
d) Conselho Escolar, Conselho de Classe, Comunicado Escolar e Grêmio Estudantil.
e) Conselho Escolar, Conselho de Classe, APMF e Grêmio Estudantil.
4. O Regimento Escolar, sendo um instrumento da organização administrativa e peda-
gógica da escola, é sua lei maior. Ele define a natureza e a finalidade da escola, bem 
como as normas e os critérios que regulam seu funcionamento. Ele deve ser cons-
truído em cada escola, com a participação de todos os que nela atuam. No entanto, 
sua elaboração não pode ferir a legislação hierarquicamente superior, isto é, deve 
estar sujeita às normas do sistema de ensino a que pertence (WOLF; CARVALHO, s.d).
Sobre o Regimento Escolar, está correto o que se afirma em:
a) São normas para regulamentar o calendário escolar, sendo este a base para a 
construção de atividades presentes na escola.
b) São normas que estão em sintonia com a filosofia e a política educacional do 
país, observando os princípios constitucionais e a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional.
130
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
c) São normas para oficializar a participação do Grêmio Estudantil, já que ele está 
previsto no ordenamento jurídico e sendo obrigatório nas escolar. 
d) São normas internas para execução das atividades dos professores, conhecido 
também como Plano de Trabalho Docente. 
e) São normas organizadas pelo gestor/diretor para administrar a escola, sendo a 
base da Gestão Escolar Democrática. 
5. Um projeto político-pedagógico não nega o instituído da escola que é a sua história, 
que é o conjunto dos seus currículos, dos seus métodos, o conjunto dos seus atores 
internos e externos e o seu modo de vida. Um projeto sempre confronta esse insti-
tuído com o instituinte. Por exemplo, hoje a escola pública burocrática se confronta 
com as novas exigências da cidadania e busca de nova identidade de cada escola, 
pautas de uma sociedade cada vez mais pluralista (GADOTTI, 2000).
Com base na concepção de Projeto Político-Pedagógico, avalie as seguintes asserções. 
I - É um documento feito pelo gestor da escola, apresentando as principais carac-
terísticas da instituição de ensino.
II - É um documento que se apoia no desenvolvimento e envolvimento de toda a 
comunidade escolar.
III - É um documento que está em constante diálogo com as instâncias colegiadas.
IV - É um documento que está em constante construção, ou seja, um processo in-
concluso.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III apenas.
c) III e IV apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
131
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. A. Está correta, já que o Grêmio Estudantil foi instituído por meio da Lei 7.398/85
2. C. Está correta, tendo em vista que a Gestão Escolar está prevista na Constituição Fe-
deral e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Os sistemas de ensino que vão 
determinar as normas do estabelecimento, considerando toda a diversidade presente. 
3. E. Está correta, tendo em vista que que as Instâncias Colegiadas são formadas pelo 
Conselho Escolar, Conselho de Classe, APMF e Grêmio Estudantil.
4. B. Está correta, o Regimento Escolar são as normas presentes nas instituições de 
ensino em sintonia com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
5. D. Está correta tendo em vista que o Projeto Político Pedagógico precisa estar ali-
nhado com a realidade da comunidade escolar e aberto às mudanças, ou seja, em 
constante transformação. 
M
EU
 E
SP
A
Ç
O
4Organização Pedagógica da Escola: Currículo, 
Planejamento e 
Avaliação
Me. Welington Junior Jorge
Na Unidade 4, você terá a oportunidade de aprofundar a proble-
matização sobre o tema Organização Pedagógica da Escola, além 
de aprimorar os conceitos sobre Currículo, Planejamento e Ava-
liação, e qual a importância desses conceitos dentro da Gestão 
Escolar Democrática. Também discutiremos o tema da avaliação 
interna e externa, diferenciando os conceitos e identificando a 
importância de cada uma delas no contexto educacional. Ainda, 
você terá a possibilidade de relacionar os principais aspectos que 
envolvem os elementos básicos do planejamento, as Competên-
cias da BNCC e, por fim, o Plano de Trabalho Docente.
UNIDADE 4
134
São muitos os desafios encontrados dentro de uma Gestão Escolar De-
mocrática, isso se deve ao fato da sociedade estar em constante transforma-
ção, exigindo políticas e práticas nas áreas da educação e gestão escolar, que 
possibilitem que a escola seja construída e direcionada para a formação de 
um modelo participativo, dinâmico e democrático. Como já sa-
bemos, a Gestão Democrática é pautada na legislação brasilei-
ra, expressa na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional, ou seja, não podemos descartar 
o empenho dos legisladores em construir uma educação que 
visa a participação de todos. 
Dentro desse processo de Gestão Democrática 
Escolar, encontramos o planejamento pedagógico 
e o planejamento financeiro, que cada vez mais 
necessitam da participação de toda a co-
munidade escolar em sua construção. A 
autonomia da escola se consolida com a 
maior participação dos envolvidos, as-
sim, os gestores precisam estar atentos 
em como gerir uma escola nas questões 
administrativas, mas sem se desvincular do 
pedagógico. 
Para todo trabalho dos profissionais que estão 
envolvidos com a escola, dentre eles, alunos, pais, 
professores, equipe pedagógica e diretiva, é essencial 
discutir sobre a Avaliação Escolar, já que é indispen-
sável no processo educacional. Ela consiste em duas 
dimensões: a interna, avaliação realizada pelos pro-
fessores, alunos, equipe diretiva e pedagógica; e a ex-
terna, que avalia o desempenho escolar, realizada por 
um agente responsável de fora da escola, por exemplo, 
o Estado, como a aplicação da Prova Brasil. 
Com a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), o currículo passa a ser concebido por 
competências. Ele norteia o trabalho pedagógico da 
escolar, auxiliando o profissional da educação a ela-
135
UNICESUMAR
borar o seu Plano de Trabalho Docente e suas avaliações. Desta forma, além 
dos conteúdos programáticos, a escola passa a envolver outros fatores, como 
a diversidade e tecnologia, possibilitando uma formação mais integral. Par-
tindo desses pontos elencados, podemos dizer que a Organização Escolar é 
baseada apenas nas questões administrativas e pedagógicas? Quais os desafios 
enfrentados pelo gestor ao assumir a administração da escola? 
São muitas as possibilidades e visões que o gestor precisa ter; muitas ve-
zes, o conhecimento pedagógico não é o suficiente para conseguir gerir toda 
uma escola, por isso, o trabalho em conjunto com as instâncias colegiadas é 
fundamental neste trajeto. O significado que o aluno dá aos conhecimentos 
que adquire no âmbito escolar se relaciona de forma direta ao modo de ensino 
e avaliação, pois este é levado a refletir sobre os conteúdos trabalhados, for-
mando novas estruturas. Desta forma, a escola deve realizar seu planejamento 
pedagógico com a participação da comunidade escolar.O gestor deve mobilizar toda sua equipe para que consigam desenvolver 
um bom planejamento, considerando as possibilidades e os recursos disponí-
veis para que seja possível a criação de um ambiente favorável, alcançando os 
desafios estabelecidos. Quando os profissionais envolvidos na Gestão Escolar 
passam a refletir e analisar o processo educacional de forma geral, a qualida-
de do ensino e aprendizagem aumenta. É preciso derrubar as barreiras que 
atrasam o desenvolvimento educacional, promover um maior contato com a 
BNCC e entender a divisão do saber para atingir o sucesso no ensino. Esses 
pontos são fundamentais para a organização escolar, assim como o planeja-
mento pedagógico, a avaliação, o orçamento escolar e o currículo. 
Não podemos nos esquecer da BNCC, que 
procura trazer uma igualdade no currícu-
lo e o plano de trabalho docente. É sem-
pre importante lembrar que, dentro da 
Gestão Democrática, todo esse pro-
cesso deve envolver a participa-
ção dos membros da comuni-
dade escolar, pois, assim, 
podemos alcançar 
uma aprendizagem 
significativa. 
UNIDADE 4
136
A Base Nacional Comum Curricular - BNCC é um 
documento que visa a desfragmentação das políticas edu-
cacionais, o que garante o direito de todos os estudantes do 
pleno desenvolvimento da cidadania. Para que a BNCC 
seja colocada em prática, algumas competências precisam 
ser destacadas. Aqui, http://basenacionalcomum.mec.gov.
br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf 
você terá acesso a todas elas. Pensando nisso, quais competências gerais da educação 
básica estão presentes na BNCC e quais os reflexos na Gestão Escolar?
Você vai, no decorrer desta unidade, compreender a importância do trabalho 
coletivo, e para que venha ser possível ter uma boa organização dentro dos esta-
belecimentos de ensino, é necessário que toda equipe trabalhe em sintonia. Não 
devemos nos esquecer que trabalhar com pessoas não é uma tarefa fácil e que 
exige resiliência entre os pares. De fato, o gestor terá vários desafios, afinal, é ele que 
precisa manter o equilíbrio das questões administrativas e pedagógicas. Contudo, 
o responsável por essa função não conseguirá fazer esse trabalho sozinho, por isso, 
é necessário o trabalho em conjunto, com docentes, pais ou responsáveis, alunos e 
operacional, ou seja, toda a comunidade escolar. Quando se tem uma gestão escolar 
participativa e democrática, o gestor terá mais condições de colocar o planejamento 
produzido em prática, resultando na efetivação do processo de ensino e aprendiza-
gem, ou seja, uma escola capaz de transformar a vida de crianças e jovens. 
DIÁRIO DE BORDO
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3919
137
UNICESUMAR
Planejamento Pedagógico - 
como já vimos até aqui, a escola 
é um lugar bem complexo, e para 
que seja possível administrá-la, é 
necessário um bom planejamen-
to, não exclusivamente no aspec-
to financeiro, mas como um todo. 
Lembre-se que a escola não deve 
ser vista apenas com olhar téc-
nico administrativo/financeiro, 
mas também na área pedagógica. Por isso, o planejamento pedagógico é funda-
mental, para estabelecer tratativas de como funcionará o ano letivo e quais desa-
fios e metas deverão ser superados. Além do planejamento anual realizado pelas 
Secretaria da Educação Municipal ou Estadual, as escolas precisam desenvolver 
seu planejamento, respeitando as particularidades locais.
De acordo com o que vimos na Unidade 2, conforme expresso na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, no seu art. 24, inciso I, “ a 
carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o Ensino Fundamental 
e para o Ensino Médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo 
trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver” 
(BRASIL, 1996, on-line), e o planejamento escolar precisa estar dentro desta carga 
horária. O gestor, em conjunto com a comunidade escolar, precisa elaborar um 
calendário que esteja dentro dessa proposta. Você deve estar pensando, por que 
não se faz um calendário único para todas as escolas? Devemos lembrar que o 
Brasil é um país continental, ou seja, cada região tem as suas particularidades, por 
isso, faz-se necessário a construção individual, logo, o planejamento é algo neces-
sário e de extrema importância. Como a nossa disciplina está voltada para Gestão 
Democrática, a participação da comunidade escolar é mais do que necessária. 
Entretanto, o que vamos trabalhar nesta unidade é o planejamento escolar 
crítico, ou seja, “um processo de racionalização, organização e coordenação da 
ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social” 
(LIBÂNEO, 1994, p. 222). Desta forma, a execução precisa ser desenvolvida de 
forma que possibilite uma reflexão sobre a função social da escola e quais ações 
docentes poderão ser executadas no decorrer do ano, proporcionando aos dis-
centes uma visão mais crítica sobre os fatos que acontecem na sociedade.
UNIDADE 4
138
Para José Carlos Libâneo,
 “ O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organiza-ção e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a 
sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O 
planejamento é um meio para se programar as ações docentes, 
mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente 
ligado à avaliação (LIBÂNEO, 2001, p. 221).
As instituições escolares precisam apresentar o planejamento escolar, a fim 
de que possibilite, por meio de diagnósticos, tomar decisões sobre a dinâ-
mica escolar, ou seja, quais ações serão propostas e que venha ser possível o 
cumprimento do seu papel. Sendo assim, essa atividade, embora desafiadora, 
alcance as metas e objetivos docentes propostos, as equipes pedagógica e di-
retiva precisam se reunir e discutir quais as intenções da escola durante o ano 
letivo, para que, posteriormente, os docentes tenham condições de organizar 
o seu planejamento e colocá-lo em ação.
 “ O planejamento consiste na identificação, na análise e na estru-turação dos propósitos da instituição rumo ao que se pretende alcançar, levando em consideração suas políticas e recursos dis-
poníveis. Contempla indagações no âmbito do que fazer, como, 
por que, quando, por quem e onde (COLOMBO, 2007, p. 17).
O gestor precisa mobilizar toda equipe para que, juntos, consigam desenvol-
ver um bom planejamento, considerando as possibilidades e, até mesmo, os 
recursos disponíveis, sendo possível criar um ambiente favorável, alcançando 
os desafios estabelecidos (GADOTTI, 2003). Esta ação não pode ser vista 
apenas como um trabalho burocrático, tendo em vista que a escola tem a sua 
importância na sociedade e que a sua função vai além de ministrar conteúdos 
curriculares, mas sim preparar as crianças e jovens para a vida em sociedade, 
ou seja, uma educação transformadora.
139
UNICESUMAR
As instituições de ensino, ao desenvolverem o planejamento, asseguram proce-
dimentos mais eficazes, proporcionando aos docentes uma articulação do con-
teúdo teórico com a vivência prática do aluno, ou seja, as práticas pedagógicas 
precisam estar sincronizadas com a realidade social, a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, Diretriz Curricular e Base Nacional Comum Curricular. 
Esses são documentos base, assegurando um ensino de qualidade e que respeite 
a diversidade. Vale destacar que o Projeto Político-Pedagógico prevê esse pla-
nejamento, tendo em vista o marco referencial, realidade da escola, objetivos e 
metas a serem alcançados e a avaliação institucional (GADOTTI, 2003).
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96, diz:
 “ Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:I - elaborar e executar sua propostapedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e finan-
ceiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula es-
tabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola;
Título: Gestão da Cultura e do Clima Organizacional da Escola
Autor: 2017
Editora: Vozes
Sinopse: este livro faz parte do quinto volume da série Cadernos 
de Gestão, que oferece uma discussão permitindo aos gestores 
escolares compreender a sua importância e ações dentro do am-
biente escolar de forma articulada, acompanhando o que ocorre 
no interior da escola. Seguindo essa linha, a autora propõe, de for-
ma conceitual, ações que permitem ver as interligações entre fenômenos da cultura e 
clima organizacional e como eles se manifestam no cotidiano escolar. Assim, como os 
gestores podem atuar de modo mais consistente, superando as dificuldades que acon-
tecem diariamente na escola. 
EU INDICO
UNIDADE 4
140
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se 
for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos 
alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola;
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos 
que apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) 
do percentual permitido em lei; 
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate 
a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática 
(bullying), no âmbito das escolas; 
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz 
nas escolas. 
XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de pre-
venção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas (BRASIL, 
1996, on-line). 
Podemos perceber que a lei não traz uma normativa específica sobre Planejamento 
Escolar, porém, dentro das incumbências dos estabelecimentos de ensino, ela destaca 
o diálogo entre diversos setores que envolvem o meio educacional. Ao estabelecer um 
planejamento escolar de forma democrática e que envolva a comunidade, facilitará 
a execução das metas propostas no decorrer do ano letivo.
 Lembre-se, acadêmico, para termos uma Gestão Escolar eficiente, é ne-
cessário o envolvimento de todos, não é possível a escola cumprir com a sua 
função social sem articular um trabalho colaborativo, afinal, devemos ter uma 
escola que seja capaz de transformar a sociedade e ela não se constrói sozinha.
As Políticas Públicas e a Administração Educacional estão vinculadas. O Sistema 
de Ensino no Brasil é centralizado e tem como base a Constituição Federal e a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, mas as duas determi-
nam a Gestão Democrática no sistema educacional, discussão essa que já realizamos 
nas unidades anteriores. O progresso do sistema educativo é o grande objetivo a ser 
atingido pela administração educacional.
 “ As políticas públicas evoluem, e com elas evoluem os paradigmas gerenciais. Buscam-se soluções para o gerenciamento e a qualidade educacional mediante a parceria com os que fazem a educação acon-
tecer no cotidiano da escola. Todavia, a parceria iniciada e todas as 
discussões sobre os novos paradigmas gestores não podem escamo-
tear a possibilidade da simples adoção pela escola dos novos padrões 
141
UNICESUMAR
gerenciais da organização. Esses padrões, com mais flexibilidade e 
outorgando um certo grau de participação aos trabalhadores (agora 
chamados de colaboradores), não lhes garante o controle efetivo do 
processo produtivo, nem dos seus resultados. Se os educadores não se 
empenharem, política e tecnicamente, em prol de uma participação efe-
tiva, a reorganização das funções administrativas e da gestão da escola 
na rede pública continuará ocorrendo com sua ilusória participação 
nos processos decisórios (FREITAS, 2000, p. 49).
A autonomia da escola é uma conquista contínua, sendo importante a preparação 
de toda comunidade que busca por uma melhor qualidade na educação. O exercício 
da autonomia e do planejamento participativo escolar necessitam de uma boa co-
municação, de uma mudança comportamental entre a comunidade escolar local. É 
necessário que fiquem claras para o gestor as diversidades presentes em sua região, 
afinal, a instituição precisa estar de acordo com os interesses daqueles que estão a sua 
volta, cumprindo a sua função social. 
De acordo com Freitas (2000, p. 50), “Gestores educacionais no sistema e 
nas escolas precisam desenvolver habilidades em planejamento, identificação e 
resolução de problemas, de modo participativo, em gestão financeira, em lide-
rança democrática, currículo e relações interpessoais”. As escolas devem fazer 
um planejamento tendo como base sua realidade, fazendo a integração entre 
questões de cunho administrativo e financeiro, com o currículo e as outras ques-
tões político-pedagógicas. A função do gestor no momento do planejamento é 
fazer um equilíbrio de todos os setores, por isso a participação da comunidade é 
fundamental, até mesmo para ajudar o trabalho do diretor/a. 
A ação do gestor escolar deve ser organizada e direcionada, de forma adequada 
e específica aos objetivos. Ele/a não pode administrar pensando apenas nas suas 
convicções do que é necessário ou não, tendo em vista que o foco é coletivo. É 
preciso que seja feito um bom planejamento de organização e trabalho em todos 
os departamentos da escola. Quando não há um plano de ação bem organizado, o 
trabalho e as atitudes tendem a ser impensadas, improvisadas, causando prejuízos 
e erros à escola. Muitas vezes, a imagem do gestor é daquele que fica na direção 
apenas dando ordem; isso é um equívoco! Como podemos observar, a responsabi-
lidade é muito grande e envolvem alunos, equipe pedagógica e diretiva, docentes, 
pais ou responsáveis, ou seja, todos esses setores precisam estar alinhados, para que 
venha ser possível manter a organização escolar. 
UNIDADE 4
142
É importante um planejamento, a fim de que as ações sejam claras e obje-
tivas. É função do diretor da escola a promoção das condições necessárias e 
das ações pertinentes à instituição, de modo que se possa promover:
 “ [...] o desenvolvimento de maior compreensão dos fundamentos e dos desdobramentos das ações educacionais;a construção de um quadro abrangente e com maior clareza sobre o 
conjunto dos elementos envolvidos em relação à situação sobre a qual 
se vai agir e sua relação com interfaces;
uma maior consistência e coerência entre as ações educacionais;
uma preparação prévia para a realização das ações;
um melhor aproveitamento do tempo e dos recursos disponíveis;
uma concentração de esforço na direção dos resultados desejados;
uma superação da tendência à ação reativa, improvisada, rotineira e 
orientada pelo ensaio e erro;
um controle e redução das hesitações, ações aleatórias e de ensaio e erro;
a formação de acordos e integração de ações;
a definição de responsabilidades pelas ações e seus resultados;
o estabelecimento de unidade e continuidade entre operações e 
ações, superando-se a fragmentação e mera justaposição destas 
(LÜCK, 2009, p. 34).
Planejar consiste em examinar e analisar dados, de forma criteriosa, observando 
suas limitações e desafios, de forma a superar as dificuldades encontradas. Esse 
processo é uma reflexão diagnóstica, em que se analisa a realidade educacional e 
busca os meios necessários para a sua melhoria. Um planejamento eficaz necessita 
de uma reflexão rigorosa, crítica, livre de preconceitos e ideias tendenciosas. É 
uma tomada de decisão sobre a ação, sobre o que será feito e como será feito. O 
planejamento sempre almeja o alcance de determinado objetivo.
O planejamento é um processo inseparável da atividade educacional. A edu-
cação é complexa e precisa ser trabalhada de forma organizada, apontando, assim, 
a necessidade de se planejarcada ação que for tomada dentro da escola. É uma 
forma organizada de se enfrentar os desafios que surgem no cotidiano escolar.
O planejamento não deve ser considerado apenas como uma formalidade 
burocrática, mas como um instrumento que dinamiza o trabalho. Devem ser 
considerados os desdobramentos das ações, os objetivos, o que elas abrangem, e 
143
UNICESUMAR
também, articular a organização dos meios necessários para que sejam efetivadas.
Tendo em vista que o planejamento é inseparável da atividade educa-
cional, é preciso que ele seja competente e apropriado para a produção de 
projetos com ações eficientes.
 “ Observa-se haver em várias circunstâncias do contexto educacional a desconsideração em relação à importância do planejamento para a determinação da qualidade do ensino, pela organização do seu 
trabalho com esse foco. Essa desconsideração é demonstrada quan-
do os planos são delineados com uma orientação formal, de que 
resulta, por exemplo, que o Projeto Político-Pedagógico da Escola e 
o seu Plano de Desenvolvimento fiquem guardados em gavetas ou 
armários, em vez de estarem na mesa do diretor, dos coordenado-
res ou supervisores pedagógicos e dos professores; que até mesmo 
sejam desconhecidos por profissionais que trabalham na escola; 
que os planos de aula sejam cópias daqueles realizados em outras 
turmas e outros anos letivos, isto é, “planeja-se”, mas não se usa o 
plano resultante para orientar o cotidiano do trabalho escolar (ou, 
na pior das hipóteses, que esses planos nem existem, por falta de 
acompanhamento e reforço por parte do diretor escolar); que os 
planos sejam considerados como meros instrumentos burocráticos 
e não como mapas orientadores do trabalho (LÜCK, 2009, p. 33).
O planejamento deve ter uma visão abrangente, que integra toda a escola e 
a comunidade. Deve superar a aleatoriedade e ser sistemático. Ele envolve a 
fase que antecede as ações, projetando as atitudes necessárias para a resolução 
dos problemas encontrados no processo de análise.
O planejamento é um processo contínuo, ou seja, ele não fica restrito ape-
nas a fase que antecede as ações, mas sim deve estar presente durante todos os 
momentos de execução do projeto: “planeja-se antes, durante e depois das ações, 
pois não é possível prever antecipadamente todas as condições de execução de 
planos, notadamente, das dinâmicas sociais, como é o caso da educação” (LÜCK, 
2009, p. 33). Assim, o planejamento deve ser utilizado no decorrer da imple-
mentação das ações, pois pode haver imprevistos ou novas situações naturais 
do processo educativo, que necessitam de um preparo prévio, para que novas 
decisões sejam tomadas, inclusive, para reorientar ações que estavam previstas. 
UNIDADE 4
144
A avaliação escolar 
é um meio utilizado 
pelos profissionais da 
educação que objetiva 
averiguar o aprendi-
zado dos estudantes, 
analisar a eficácia dos 
métodos aplicados e 
refletir sobre o proces-
so de ensino aprendiza-
gem. Envolve os alunos, 
os professores e a pró-
pria escola. O proces-
so avaliativo não deve 
apenas valorizar res-
postas corretas, mas também utilizar das atividades diárias dos alunos como 
meio de verificar o processo de ensino, assim, o professor deve incorporar 
possíveis mudanças em sua metodologia para que os alunos tenham uma 
melhor aprendizagem. “Educar é fazer ato de sujeito, é problematizar o mundo 
em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse 
mundo para recriá-lo constantemente” (GADOTTI, 1984, p. 40).
A Lei de Diretrizes e Bases Educação Nacional (LDB) apresenta uma 
ruptura da avaliação tradicional que possui um caráter quantitativo, classi-
ficatório, baseado em notas. A LDB também permitiu a inclusão de um pro-
cesso avaliativo de caráter nacional, a nível institucional e acadêmico, com o 
objetivo da melhora da qualidade de ensino. É imprescindível que todos os 
profissionais da educação conheçam os detalhes do processo avaliativo, já que 
um docente que não sabe avaliar, não consegue rever sua própria prática, não 
conseguindo alcançar as necessidades dos estudantes.
Segundo Bloom et al. (1983), a avaliação do processo de ensino-apren-
dizagem apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa 
(controladora) e somativa (classificatória). A seguir, apresentarei como cada 
uma delas funciona. Lembre-se que a avaliação não é algo estático, sua apli-
cação envolve vários fatores e condições cognitivas dos discentes. 
145
UNICESUMAR
Título: Como Estrelas na Terra
Ano: 2007
Sinopse: o jovem Ishaan tem muita dificuldade para se concentrar 
nos estudos e mal consegue escrever o alfabeto. Depois de diversas 
reclamações da escola, o pai, que acredita que Ishaan não faz as ta-
refas por falta de compromisso, decide levá-lo a um internato, o que 
leva o menino a entrar em depressão; mas um professor substituto 
de artes, Nikumbh, logo percebe o problema de Ishaan, e entra em 
ação com seu plano para devolver a ele a vontade de aprender e, sobretudo, viver.
EU INDICO
A avaliação diagnóstica (analítica) - é realizada pelos professores no co-
meço do ano letivo, permitindo que observem o quanto cada aluno conhece 
sobre o conteúdo que será trabalhado durante o ano. Tem como principal 
objetivo a verificação do que cada aluno já aprendeu, para que possa formu-
lar as ações para uma aprendizagem significativa. Muitos docentes ficam em 
dúvida, para saber de onde partir para trabalhar um conteúdo, principalmente 
os professores que estão tendo contato com os alunos pela primeira vez. Desta 
forma, é necessário a aplicação da Avaliação Diagnóstica, para que o professor 
consiga desenvolver seu conteúdo e caso o resultado for insatisfatório, será 
necessário a retomada no assunto para dar sequência. 
 “ Para que a avaliação diagnóstica seja possível, é preciso com-preendê-la e realizá-la comprometida com uma concepção peda-gógica. No caso, considerarmos que ela deva estar comprometida 
com uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta 
concepção está preocupada com a perspectiva de que o educando 
deverá apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilida-
des necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta 
sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção. 
A avaliação diagnóstica não se propõe e nem existe uma forma 
solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma 
concepção pedagógica progressista (LUCKESI, 2003, p. 82).
UNIDADE 4
146
A avaliação diagnóstica conduz a uma tomada de decisão, a um direcionamento para 
a elaboração das atividades no decorrer do ano. Deve servir como uma possibilidade 
de reflexão, possibilitando uma mudança de posicionamento do professor diante da 
prática docente. Essa avaliação é importante para definir quais ações serão execu-
tadas pelos professores. Para exemplificar esta situação, podemos partir do seguinte 
contexto: imagine que a professora quer que um aluno faça um texto sobre as suas 
férias, mas ele não tem condições de formular uma frase. O exemplo em questão é 
bem simples, mas a proposta é deixar claro a importância da avaliação diagnóstica, 
mostrando que o professor precisa conhecer as necessidades dos alunos e as suas 
limitações e, a partir daí, se necessário, retomar/iniciar o conteúdo proposto. 
 Embora o tema seja avaliação diagnóstica, você deve estar pensando, qual a 
função do gestor? Ele/a precisa saber se os professores estão fazendo essa retomada 
para dar sequência ao conteúdo. Lembre-se, acadêmico(a), a função do gestor não 
se resume às questões administrativas, mas também pedagógica; embora a escola 
tenha uma equipe pedagógica que tem como atribuição acompanhar as atividades 
dos docentes em sala de aula, o gestor precisa saber as ações dos professores.
 A avaliação formativa (controladora) - ocorre no decorrer do ano letivo. Tem 
como função averiguar se os estudantes estão atingindo as metas propostas previa-
mente. Essa avaliação se faz necessária, não apenas para avaliar o aluno,mas também 
o próprio docente, afinal, os alunos podem não estar conseguindo acompanhar o 
professor e é neste momento que se faz necessário uma avaliação na metodologia. 
 “ Formativa tem como função informar o aluno e o professor sobre os resultados que estão sendo alcançados durante o desenvolvimento das atividades; melhorar o ensino e a aprendizagem; localizar, apontar, 
discriminar deficiências, insuficiências, no desenvolvimento do en-
sino-aprendizagem para eliminá-las; proporcionar feedback de ação 
(leitura, explicações, exercícios) (SANT’ANNA, 2001, p. 34).
A partir da avaliação formativa, o estudante fica sabendo no que está “errando” e 
“acertando”, de forma que seja estimulado a continuar seus estudos com dedicação 
e organização. Esse tipo de avaliação precisa ser controlada, já que o docente é res-
ponsável por orientar os estudos dos discentes e buscar a melhor metodologia. Vale 
destacar que um bom diálogo com os alunos se faz necessário neste momento, afinal, 
não cabe ao docente responsabilizar o aluno por não aprender, por isso, conversar 
147
UNICESUMAR
com os alunos é a melhor forma de alcançarem o objetivo comum que é a efetivação 
do ensino e aprendizagem. 
A avaliação somativa (classificatória) - é realizada ao fim de um curso 
ou módulo de ensino. Tem como objetivo classificar os alunos, possibilitando 
a comparação dos resultados atingidos e a atribuição de notas, tem caráter 
objetivo e quantitativo. Essa avaliação é comum para determinar se o discente 
está aprovado ou reprovado; também, utiliza-se para comparação com outros 
alunos, caso haja um sistema de “ranking”. 
 “ Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de al-guma coisa, tendo por base um sistema de unidades convencionais. Na nossa vida diária estamos constantemente usando unidades de medi-
das, unidades de tempo. O resultado de uma medida é expresso em nú-
meros. Daí a sua objetividade e exatidão. A medida se refere sempre ao 
aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito (HAYDT, 2000, p. 9).
Sendo a aprendizagem escolar uma ação qualitativa, os instrumentos de avaliação 
quantitativos não podem ser considerados eficientes para constatar se a aprendi-
zagem dos estudantes foi significativa. É importante considerar meios qualitativos 
de avaliação durante o ano letivo, para que a aprendizagem dos alunos não seja 
reduzida apenas a notas.
Os três tipos de funções de avaliação devem ser vinculados para que seja garan-
tido um bom processo de ensino e aprendizagem. Lembrando que as decisões sobre 
como serão implantados deverá envolver os docentes, a direção e os alunos, para 
que o objetivo da aprendizagem seja atingido da forma mais eficaz. Como já visto 
na Unidade 3, o Conselho Escolar é fundamental para definir os critérios que foram 
utilizados para avaliação, por isso, é fundamental a participação de todos. 
Avaliação institucional - de acordo o Dias Sobrinho (1995), a avaliação 
institucional é dividida em dois campos que apontam as diferenças sobre o ensino 
na universidade e a educação em si. Um dos enfoques da avaliação institucional 
está ligado à execução de uma política neoliberal, baseada nas expectativas de 
órgãos internacionais, como o Banco Mundial, buscando maior produtividade 
e eficiência. Ainda segundo o autor, o outro enfoque seria a autoavaliação, como 
resultado das imposições apresentadas pelo Programa de Avaliação das Univer-
sidades Brasileiras - PAIUB.
UNIDADE 4
148
A autoavaliação é realizada pelos próprios participantes da escola e leva em 
consideração os resultados das avaliações de sistema, como a Prova Brasil, reali-
zada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
 “ A grande escassez de referências bibliográficas sobre monitora-mento e avaliação em relação à educação brasileira é um indica-dor da desconsideração dessa fundamental dimensão da gestão 
educacional. O que existe diz respeito a sistemas educacionais, 
sobretudo em relação ao SAEB, nada havendo de substancial 
sobre o processo nas escolas ou mesmo na gestão de sistemas. 
Fato curioso é que a expressão da língua inglesa accountability 
que implica na prática de monitoramento e avaliação, não tem 
correspondente em português. Ela representa responsabilidade e 
prestação de contas, combinados. O termo é traduzido ou como 
responsabilidade ou como prestação de contas, desconectando 
ambos os significados, daí porque ser preferível adotar o ter-
mo inglês accountability. Reconhece-se agora o grande prejuízo 
que essa desconsideração promoveu à educação brasileira, pois 
nenhuma atuação político-pedagógica é implementável sem os 
cuidados técnicos e que estes são apoiadores da realização des-
sa dimensão. Por outro lado, entende-se que monitoramento e 
avaliação carregam consigo conotações conceituais e estas é que 
estabelecem o limite da sua realização, se burocrática ou educa-
cional (LÜCK, 2009, p. 44).
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi criado em 
1990 e é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educa-
cionais (INEP), tendo participação das Secretarias Estaduais e Municipais de 
Educação de todos os estados brasileiros.
 “ O SAEB foi a primeira iniciativa brasileira, em escala nacional, para se conhecer o desempenho do sistema educacional brasileiro. Ele começou a ser desenvolvido no final dos anos 80 e foi aplicado 
pela primeira vez em 1990. Em 1995, o SAEB passou por uma 
reestruturação metodológica de modo a possibilitar a comparação 
149
UNICESUMAR
dos desempenhos ao longo dos anos. Desde a sua primeira avalia-
ção, fornece dados sobre a qualidade dos sistemas educacionais 
do Brasil como um todo, das regiões geográficas e das unidades 
federadas (estados e Distrito Federal). Baseado em amostragem, 
os gestores podem ter uma representação do nível de qualidade e 
identificar áreas de aprendizagem dos alunos (LÜCK, 2009, p. 66).
A avaliação do SAEB é feita de dois em dois anos (aplicação em ano ímpar e 
divulgação dos resultados em ano par) e permite um levantamento estatístico 
sobre a situação da educação no Brasil. Ela avalia a Educação Básica e obje-
tiva melhorar a qualidade do ensino e universalidade do acesso à educação, 
fornecendo dados para a formulação de políticas públicas voltadas para a 
Educação Básica. Esses dados são relevantes para o Governo, para que venha 
ser possível definir metas e, até mesmo, plano de ações para garantir uma 
qualidade no ensino, podendo, caso necessário, promover políticas públicas 
e investimentos que, de alguma forma, contribuam para a educação. 
A Portaria nº 366, de 29 de abril de 2019, estabelece as diretrizes de rea-
lização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) no ano de 2019:
 “ Art. 2º O SAEB é um sistema de avaliação externa em larga escala, composto por um conjunto de instrumentos, realizado periodi-camente pelo INEP desde os anos 1990, e que tem por objetivos, 
no âmbito da Educação Básica:
I - Produzir indicadores educacionais para o Brasil, suas Regiões 
e Unidades da Federação e, quando possível, para os Municí-
pios e as Instituições Escolares, tendo em vista a manutenção da 
comparabilidade dos dados, permitindo, assim, o incremento 
das séries históricas;
II - Avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência da educação 
praticada no país em seus diversos níveis governamentais;
III - Subsidiar a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento 
de políticas públicas em educação baseadas em evidências, com 
vistas ao desenvolvimento social e econômico do Brasil;
IV - Desenvolver competência técnica e científica na área de ava-
liação educacional, ativando o intercâmbio entre instituições de 
ensino e pesquisa (BRASIL, 2019a, on-line).
UNIDADE 4
150
 O SAEB busca coletar dados que promovam a compreensão dos fatores que 
podem influenciar o desempenho dos estudantes e também propor ações para 
que as dificuldades possam ser superadas. Os números do SAEB devem ser 
aproveitados para a melhoria do processo de aprendizagem, considerandoos 
fatores que possam tê-lo influenciado. Embora esse critério possibilite contro-
vérsias, já que o investimento na educação não deve ser baseado apenas nos 
indicadores, é um meio que o Estado tem de identificar se existem lacunas 
ou não nos estabelecimentos de ensino. 
O SAEB é composto pelas seguintes avaliações em larga escala:
 
Figura 1 - SAEB / Fonte: adaptada de SEDUC (2019).
Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) - avaliação realizada pelos 
estudantes de escolas públicas e privadas do Brasil, urbanas e rurais, da 4ª série e 
5º ano, da 8ª série e 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio.
 “ Cada prova do Saeb é constituída por dois blocos de língua por-tuguesa e dois de matemática. Os estudantes do quinto ano res-pondem a 22 questões de língua portuguesa e 22 de matemática. 
Os do nono ano, a 26 de cada disciplina. Esse número de questões 
é aplicado também aos estudantes do terceiro ano do ensino mé-
dio. As escolas participantes recebem boletim de desempenho 
com os resultados das séries avaliadas. Os resultados de cada 
unidade escolar são liberados para consulta pela internet, na pá-
gina eletrônica do Inep. Como o alvo da avaliação é a unidade de 
151
UNICESUMAR
ensino, não são divulgados resultados ou emitidos certificados 
de desempenho individual dos estudantes. As escolas que parti-
cipam da Aneb não recebem resultados por unidade de ensino, 
mas as notas contribuem para gerar os resultados agregados por 
dependência, município, estado e Brasil (BRASIL, 2019b, p. 1).
Tem como objetivo principal realizar uma avaliação da qualidade, equidade e 
eficiência da educação no nosso país, apresentando os resultados obtidos de 
forma geral, das regiões geográficas e dos estados. É importante destacar que as 
avaliações institucionais são necessárias para que o Poder Público faça um pla-
nejamento de ação caso as instituições de ensino estiverem com índices baixos. 
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) ou Prova Bra-
sil - realizada pelos estudantes da 4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano do Ensino 
Fundamental das escolas públicas do município, do estado e da federação. 
 “ Nos testes aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental, os estudantes respondem a itens (ques-tões) de língua portuguesa, com foco em leitura, e matemática, 
com foco na resolução de problemas. No questionário socioe-
conômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de 
contexto que podem estar associados ao desempenho. Professores 
e diretores das turmas e escolas avaliadas também respondem a 
questionários que coletam dados demográficos, perfil profissional 
e de condições de trabalho (BRASIL, [2020], on-line).
Tem como objetivo a avaliação da qualidade do ensino ofertado pelo sis-
tema de educação no Brasil a partir de testes padronizados e questionários 
socioeconômicos.
A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) - a avaliação era rea-
lizada pelos estudantes 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas:
 “ A ANA, um dos instrumentos do Sistema de Avaliação da Edu-cação Básica (Saeb), avalia os níveis de alfabetização e letramen-to em língua portuguesa, a alfabetização em matemática e as 
condições de oferta do ciclo de alfabetização das redes públicas. 
Passam pela avaliação todos os estudantes do terceiro ano do 
UNIDADE 4
152
ensino fundamental matriculados nas escolas públicas no ano 
da aplicação da avaliação. Em 2016, os testes da ANA foram 
aplicados para 2,5 milhões de estudantes, de 50 mil escolas e 
100 mil turmas (BRASIL, 2017a, on-line).
A Avaliação Nacional de Alfabetização foi incorporada ao SAEB por meio da Por-
taria nº 482, de 7 de junho de 2013. A finalidade deste exame é identificar os níveis 
de alfabetização da Língua Portuguesa e Matemática. Após o ano de 2019, os estu-
dantes do segundo ano que tenham feito a matrícula fazem a prova.
No ano de 2019, por meio da Portaria nº 366, de 29 de abril de 2019, ficou 
estabelecido as diretrizes de realização do Sistema de Avaliação da Educação Bá-
sica (SAEB). Assim, as siglas ANA, ANEB e ANRESC deixam de existir e todas as 
avaliações externas em larga escala passam a ser identificadas com o nome SAEB, 
porém, respeitando as particularidades de cada etapa e nível de ensino, área de 
conhecimento e os tipos de instrumentos envolvidos. A proposta da unificação é 
fortalecer o exame em todas as esferas, deixando com mais peso e uma responsa-
bilidade maior para as instituições de ensino, professores, gestores, alunos e para o 
próprio Estado, permitindo avaliar a qualidade, eficiência e equidade da educação, 
praticadas nos diversos níveis governamentais.
Infelizmente, as avaliações em larga escala podem colocar em descrédito o 
trabalho de vários profissionais da educação e até mesmo dos próprios alunos. 
Um baixo indicador pode representar que o trabalho não está sendo realizado 
com eficiência, porém, existem vários outros fatores que precisam ser levados em 
consideração. O senso comum, ao analisar os resultados, pode indicar que o esta-
belecimento de ensino é fraco ou muito bom, porém, precisamos fazer uma análise 
crítica sobre essas questões, afinal, a responsabilidade da qualidade do ensino, não 
está atrelado apenas ao professor ou, até mesmo, o gestor, mas sim de todos os 
envolvidos, principalmente o Estado. 
Por isso, essas avaliações precisam ter o caráter de subsidiar meios de monito-
ramento ou, até mesmo, possibilitar a criação de políticas públicas para aumentar 
resultados “negativos”, para que assim seja possível avaliar a qualidade do ensino e 
promover ações a partir dos resultados obtidos. A comunidade escolar não pode 
se sentir inferiorizada com os resultados obtidos, precisa fazer uma reflexão crítica 
sobre os índices e promover ações para reverter a situação. 
153
UNICESUMAR
IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - os resultados 
obtidos por meio da Prova Brasil/ANRESC e SAEB/ANEB embasam a constituição 
do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O Ideb foi criado em 
2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
(INEP), em uma escala de zero a dez.
 Apresenta, em síntese, dois conceitos sobre a qualidade educacional no Brasil, a 
aprovação e a média de desempenho dos alunos em português e matemática. O in-
dicador é calculado mediante os dados obtidos sobre a aprovação no Censo Escolar 
e em médias de desempenho nas avaliações do INEP, do SAEB e da Prova Brasil. 
 “ Baseado em exames padronizados e análises estatísticas, esse indicador, constitui-se, portanto, em um instrumento capaz de proporcionar in-formações significativas e consistentes que permitem aferir o estado e 
a situação de sistemas ou redes de ensino e de escolas e descrevê-los de 
forma objetiva e facilmente entendível, uma vez que abrange elementos 
observáveis e mensuráveis. Os indicadores de desempenho da escola 
servem para apontar sucessos, como também expor dificuldades, limi-
tações e indicar situações que necessitam de mais cuidado e atenção, 
de modo a orientar a tomada de decisão e a determinação de ações de 
melhoria e a necessária correção de rumos. Também servem para re-
forçar as ações bem sucedidas, apontando a sua adequação em relação 
aos resultados desejados (LÜCK, 2009, p. 58).
É importante que estudos em relação à avaliação institucional sejam desenvolvi-
dos, pois acarretam em uma reflexão da comunidade escolar sobre o que pode ser 
melhorado e aperfeiçoado dentro da escola. Com esse tipo de avaliação, é possível 
que dados importantes sejam repassados, a fim de efetivar o Projeto Político-Peda-
gógico escolar, em que, a partir de princípios democráticos e participativos, possa 
haver uma construção da identidade da escola, de sua autonomia e objetivos.
Acabamos de ver vários tipos de avaliação, seja ela interna ou externa. Você percebeu 
que não tem uma avaliação para os gestores, qual a sua ideia sobre isso? A mesma forma 
que alunos e professores são avaliados,seria necessário ter avaliação para os gestores?
PENSANDO JUNTOS
UNIDADE 4
154
Orçamento escolar - mudanças 
profundas na organização da edu-
cação ocorreram nas últimas déca-
das, novas exigências educacionais 
foram requeridas, ocasionadas pelas 
transformações sociais, econômicas, 
políticas e culturais que exigiam 
uma educação de qualidade como 
fator de desenvolvimento para o 
país. Na década de 90, a Gestão Democrática viabilizou a descentralização dos 
recursos financeiros, sendo concebida como um processo de autonomia e par-
ticipação da comunidade escolar, além de possibilitar uma melhor aplicação e 
acompanhamento dos recursos aplicados na escola. A autonomia da gestão es-
colar está prevista na legislação e promove maior alcance da gestão democrática.
O financiamento educacional é um importante meio na promoção das po-
líticas públicas da educação, ele é primordial para a melhoria da qualidade de 
ensino. As fontes orçamentárias previstas em lei são: o Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (FUNDEB); o Salário-Educação; e os programas nacionais de finan-
ciamentos educacionais.
 “ A gestão financeira da escola, a partir dos esforços pela demo-cratização da educação e da gestão escolar e dos movimentos de descentralização da gestão e construção da autonomia da escola, 
ganhou uma expressão especial, favorecendo a escola a resolução 
de muitos de seus próprios problemas de consumo, manutenção e 
reparos, pelo repasse de recursos a ela feito. A partir desse enfoque, 
os sistemas de ensino têm destinado recursos para as escolas, em 
proporção ao número de alunos nela matriculados, a fim de que 
possam realizar despesas diversas (LÜCK, 2009, p. 113).
Em 1995, o Ministério de Educação e Cultura (MEC), por meio do Fundo Nacio-
nal de Desenvolvimento da Educação (FNDE), iniciou o Programa de Manuten-
ção de Desenvolvimento do Ensino (PMDE), que repassa recursos da federação 
para as escolas públicas do Ensino Fundamental.
155
UNICESUMAR
O recurso recebido pela escola, por meio do Fundo Nacional, deve ser dire-
cionado à promoção de uma educação de qualidade, tendo como base o Projeto 
Político-Pedagógico (PPP) da escola. O valor dos recursos financeiros recebidos 
por cada escola varia de acordo com a quantidade de alunos. A LDB também 
prevê as responsabilidades a nível estadual e municipal quanto à educação:
 “ Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: I – organizar, manter e de-senvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensi-no; II – definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta 
do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição 
proporcional das responsabilidades, de acordo com a população 
a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma 
dessas esferas do Poder Público; III – elaborar e executar políticas 
e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos 
nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e 
as dos seus Municípios; IV – autorizar, reconhecer, credenciar, su-
pervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de 
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino; 
V – baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; 
VI – assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o 
ensino médio. Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão 
as competências referentes aos Estados e aos Municípios. Art. 11. 
Os Municípios incumbir-se-ão de: I – organizar, manter e desen-
volver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, 
integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos 
Estados; II – exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; 
III – baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; 
IV – autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do 
seu sistema de ensino; V – oferecer a educação infantil em creches 
e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida 
a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem 
atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência 
e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela 
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se inte-
grar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema 
único de educação básica (BRASIL, 1996, on-line).
UNIDADE 4
156
A Constituição Federal delimita a responsabilidade de cada setor da esfera públi-
ca em relação à educação. O Ensino Fundamental e a Educação Infantil devem ter 
a maioria de seus recursos advindos dos municípios. A descentralização da edu-
cação, essa divisão entre as responsabilidades da União, do Estado e do Município, 
é uma estratégia para que os objetivos educacionais sejam atingidos. Intenciona a 
transferência do espaço de decisão do nível central para as unidades executoras.
Pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que é do Governo Federal, 
pelo qual a escola pública com mais de 50 alunos e com uma unidade executora 
(UEX), como, por exemplo, Conselho Escolar e Associação de Pais e Mestre, pode 
registrar-se para o repasse anual de recursos, cuja utilização deve ser feita de 
acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola. Esses recursos podem 
ser utilizados para as seguintes finalidades:
 “ • aquisição de material permanente;• manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar;• aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento 
da escola;
• capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação;
• avaliação de aprendizagem;
• implementação de projeto pedagógico e desenvolvimento de ati-
vidades educacionais (LÜCK, 2009, p. 113).
O valor que cada escola recebe tem como base a quantidade de estudantes ma-
triculados no ensino fundamental ou em educação especial no ano anterior do 
recebimento dos recursos. As escolas públicas também recebem recursos da rede 
de ensino que pertencem, não apenas do governo federal, e os valores dependem 
de quais programas estão incluídos. A escola recolhe os recursos advindos dos 
órgãos administrativos na esfera federal, estadual e municipal. A legislação con-
fere o direito à destinação dos recursos públicos para a educação:
 “ A União aplicará anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no míni-mo, da receita resultante de impostos, compreendida e proveniente 
de transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino (CF 
Art. 212 e LDB Art. 69) (BRASIL, 1996, on-line).
157
UNICESUMAR
As escolas recebem recursos de fontes públicas, mas também podem receber de 
meios privados, por meio de doações, como campanhas de arrecadação na comu-
nidade escolar. Cabe à direção da escola a responsabilidade pela administração 
dos recursos financeiros que chegam à instituição. Essa gestão financeira deve 
ser realizada com o apoio do colegiado, podendo ser ele o Conselho Escolar, a 
Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), entre outros, que não tenha 
fins lucrativos, de pessoa jurídica própria.
Há uma série de questões que devem ser feitas para avaliar a administração 
das finanças da escola: 
 “ Quais são as fontes e o montante de recursos de que a escola dispõe?Como é decidido o seu gasto? – por quem e tendo por base o quê?É feito um orçamento de gastos possíveis da escola no seu Plano de 
Desenvolvimento?
Esse orçamento é definido com base numa perspectiva reativa ou 
proativa, isto é, depende do que é dado pelo governo, ou também 
leva em consideração a possibilidade e o esforço de levantar novos 
recursos, a partir de iniciativas da escola e da unidade executora?
A decisão da distribuição de recursos leva em conta a definição de 
prioridades educacionais, isto é, sua contribuição para a melhoria 
da qualidade do ensino?
Os gastos são corretamente calculados e de acordo com as prio-
ridades?
As compras realizadaspela escola são feitas de modo a atender às 
disposições legais orientadoras de compras pelo serviço público?
Os registros e documentações financeiras da escola são mantidos 
organizados e atualizados?
Que situações podem assegurar o uso mais satisfatório dos recur-
sos? (LÜCK, 2009, p. 114).
A administração dos recursos financeiros da escola deve seguir todas as orien-
tações e cuidados exigidos pela legislação do serviço público, sempre de acordo 
com as leis vigentes. É obrigação do diretor ter conhecimento das legislações 
escolares, a federal, a estadual e as normas da rede de ensino a qual está inserido, 
seguindo todos os princípios da administração pública.
UNIDADE 4
158
Entre 1998 e 2006, o Ensino Fundamental foi a única etapa da Educação 
Básica que teve seu financiamento assegurado por lei, por meio do Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do 
Magistério (FUNDEF), regulamentado pela lei nº 9.424/96, com o objetivo 
de garantir a universalização do ensino.
No ano de 2007, o FUNDEF foi substituído pelo FUNDEB (Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação):
 “ O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb é um fundo espe-cial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo por estado e 
Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado, na quase 
totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências 
dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por 
força do disposto no art. 212 da Constituição Federal. Além desses 
recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma 
parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, 
seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. 
Independentemente da origem, todo o recurso gerado é redistribuído 
para aplicação exclusiva na educação básica (BRASIL, 2007, on-line).
O FUNDEB foi inserido de forma gradativa, até que atingisse todos os alunos 
da Educação Básica pública. Um recurso importante para o financiamento 
da educação no Brasil é o Salário-Educação, sendo uma contribuição social 
cujas ações são voltadas para educação básica pública, sendo prevista no § 5º 
do art. 212 da Constituição Federal de 1988.
 “ O Salário-Educação subsidia os grandes programas federais no âmbito da educação – Merenda Escolar, Livro Didático, Biblio-tecas nas Escolas, Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), 
Ações Complementares do FNDE. Para Estados e Municípios mais 
abastados esse recurso pode não significar muito, mas é de grande 
importância para as unidades da federação que precisam do apoio 
financeiro da União (ALMEIDA; KELLER-FRANCO, 2016, p. 21).
159
UNICESUMAR
No ano de 2020, por meio da Emenda Constitucional nº 108, o FUNDEB so-
freu alteração em seu art. 212-A, a União vai aumentar os recursos até atingir 
o percentual de 23%, formando um novo fundo até o ano 2026. Passará de 
10% para 12% até o fim de 2021, em seguida para 15% em 2022; 17% em 2023; 
19% em 2024; 21% em 2025, prevendo chegar a 23% em 2026. 
É possível averiguar, na legislação do Brasil, a necessidade de uma auto-
nomia das escolas, em que os profissionais da educação sejam valorizados e 
que a comunidade escolar participe de seu desenvolvimento, o que estimula 
essa autonomia.
 “ A descentralização do poder, o trabalho coletivo e o modelo de gestão democrática, beneficiam as instituições escolares em vários fatores que são essenciais para o bom funcionamento da 
escola. As escolas em que funcionam os colegiados escolares 
deliberativos, onde todos os segmentos os representam, con-
seguem por sua vez gerenciar melhor as ações educacionais e 
os gastos, atuando com maior autonomia no uso dos recursos 
financeiros recebidos por parte das escolas (ALMEIDA; KEL-
LER-FRANCO, 2016, p. 23).
A descentralização do poder é um processo político, e a gestão democrática 
a trata dessa mesma forma. Referindo-se a meios ligados à educação política, 
em que é possível pensar e repensar o cotidiano escolar, promovendo uma 
participação democrática, o bom gerenciamento dos recursos e a melhoria 
da qualidade de ensino.
Currículo Escolar – BNCC - o termo “Currículo” vem do latim Curri-
culum, que remete à ideia de um tempo que corre, e esse tempo inserido na 
escola conecta a educação e a sociedade. A escola tende a valorizar o conheci-
mento quando este significa o mesmo que currículo e ensino-aprendizagem, 
originando uma organização do conhecimento. A organização do currículo 
na efetivação da educação nem sempre foi fácil, pois divergências teóricas 
apresentam diversas concepções sobre ele. Com a adoção da lógica capita-
lista, o currículo passa a ser muito criticado, visto que preza por um caráter 
independente.
UNIDADE 4
160
 “ Atendendo às aspirações capitalistas, o currículo escolar sofre críti-cas já que seu caráter independente é duramente questionado. Cur-rículo e escola têm uma inter-relação que pode ser considerada pra-
ticamente obrigatória. Por mais que tenham existido tentativas de 
operar com o currículo de espaços não escolares, a associação entre 
o dispositivo curricular e a instituição escolar pode ser considerada 
como historicamente constitutiva da própria teoria curricular (LO-
PES; DELBONI, 2018, p. 719).
Desde a década de 90, o Brasil tem implantado políticas educacionais e econômi-
cas que visam atender as demandas da globalização. Desse modo, há uma busca 
pela modernização, que possa atender as necessidades de eficiência e produtivi-
dade geradas pelo mundo moderno.
Em 2013, durante o governo Dilma Rousseff, foram aprovadas as Diretri-
zes Curriculares da Educação Básica (Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013) que 
mudam a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Essas diretrizes apontam a 
delimitação de uma base nacional comum, com a intenção de orientar as formas 
de avaliar e a elaboração dos livros didáticos.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normati-
vo, em que estão estabelecidos os conteúdos principais que todos os estudantes 
devem desenvolver durante a educação básica. Os princípios que nortearam a 
BNCC foram as Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
161
UNICESUMAR
 “ Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traça-dos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Bá-sica (DCN), a BNCC soma-se aos propósitos que direcionam 
a educação brasileira para a formação humana integral e para 
a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva 
(BRASIL, 2017b, p. 7).
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) apresenta a BNCC como um im-
portante documento que visa a desfragmentação das políticas educacionais, 
o que garante o direito de todos os estudantes do pleno desenvolvimento da 
cidadania. A BNCC é compreendida em aspectos socioemocionais, sendo 
dez as Competências Gerais, de acordo com o Movimento pela base nacional 
comum curricular:
Competências Gerais da BNCC
As dez Competências Gerais da BNCC promovem a ordenação da cognição 
emocional, o que facilita a padronização em grande escala das avaliações. 
A Base Nacional Comum Curricular apresenta os conceitos de igualdade 
e equidade com o mesmo significado, com o objetivo de estabelecer o bem 
coletivo sem diferenciação.
UNIDADE 4
162
 “ A equidade supõe a igualdade de oportunidades para ingressar, permanecer e aprender na escola, por meio do estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento a que todos têm 
direito. Decorre disso a necessidade de definir, mediante pactuação 
interfederativa, direitos e objetivos de aprendizagem essenciais a 
ser alcançados por todos os alunos da educação básica. A BNCC 
vem cumprir esse papel, tendo como foco principal a igualdade e a 
unidade nacional. (BRASIL, 2017b, p. 11).
Seguindo esse argumento, a BNCC concretiza um pacto de promoção da igualda-
de em nível nacional, tendo consequência a efetivação da equidadenas decisões 
voltadas para o currículo, para as decisões didático-pedagógicas de cada estado 
e no planejamento escolar anual. Assim, o currículo dividido por competências 
não é uma ação exclusiva do Brasil:
 “ Essa mesma tendência de elaboração de currículos referenciados em competências é verificada em grande parte das reformas cur-riculares que vêm ocorrendo em diferentes países desde as déca-
das finais do século XX e ao longo deste início do século XXI. É 
esse também o enfoque adotado nas avaliações internacionais da 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), que coordena o Programa Internacional de Avaliação 
de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), e da Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em 
inglês), que instituiu o Laboratório Latino-americano de Avaliação 
da Qualidade da Educação para a América Latina (LLECE, na sigla 
em espanhol) (BRASIL, 2017b, p. 16).
A BNCC está ligada ao contexto histórico das reformulações de currículo que 
vem acontecendo em várias partes do mundo nas últimas décadas, tendo como 
base as transformações do mundo moderno e suas novas demandas de mun-
dialização do capital. A BNCC, em seus princípios formativos, não apresenta 
ideias novas, mas promove a perpetuação dos fundamentos de reforma que 
foram introduzidos no final do século XX. As resoluções aplicadas na BNCC 
foram construídas de forma histórica, em uma relação entre sociedade, produ-
tividade, trabalho e educação.
163
UNICESUMAR
 “ Dos anos 90, até a atualidade a educação é percebida dentro de um contexto multicultural onde o currículo deve ser organizado levan-do em consideração a raça, gênero, diferenças individuais, proble-
mas sociais e equidade. Nessa perspectiva o currículo “pós-moder-
no” deve se construir pautado no contexto histórico com intuito 
a provocar mudanças sociais e não narrar linearmente a história 
privilegiando determinado espaço, povo e cultura em detrimento 
a outros. [...] O currículo foi construído desde os tempos mais re-
motos e continua sendo elaborado nesse momento histórico que 
vivenciamos (MASCARENHAS; GIORI, 2020, p. 7).
É importante que a construção curricular seja significativa, que crie possibili-
dades de transformação social, que seja aberto, inovador e esteja sempre pronto 
para ser reavaliado. O currículo escolar não é apenas uma forma organizada de 
conteúdos a serem trabalhados na escola, por isso ele deve levar em conta a rea-
lidade do aluno, para que sua construção seja realmente eficaz.
 “ Faz-se necessário um currículo vivo, em que as questões cotidianas apresentam-se como material de estudo e análise para toda a comunida-de escolar: pais, professores, diretor, coordenador e estudantes, cada um 
dentro de sua competência tem sua participação. Ressalta-se que para 
se viver uma escola dinâmica, com um currículo vivo, a auto avaliação 
deve ser constante, pois vai responder que tipo de sociedade desejamos, 
sendo primordial para sua transformação, trazer essa questão ao centro 
para discussão, entendendo que transformar a escola só é possível quan-
do temos um novo olhar sobre velhas e novas questões. Assim, produzir 
um currículo significativo, como uma forma de pensar o mundo, onde 
as questões cotidianas apresentam-se como material de estudo e análise 
para os estudantes, é estar aberto às questões emergentes neste novo 
contexto social para que haja, assim, a formação de cidadãos que saibam 
se posicionar e atuar no mundo (FERREIRA et al., 2020, p. 148).
O currículo é um componente fundamental da escola, pois é sobre ele que 
o processo de ensino e aprendizagem é realizado, uma vez que ele define o 
que será ensinado, porque será ensinado e como será ensinado, abrindo um 
caminho para a prática docente.
UNIDADE 4
164
Antes da BNCC, a centralidade do currículo era voltada para os conheci-
mentos; após ela, o centro do currículo se torna as competências e habilidades. 
O processo educacional no Brasil é influenciado diretamente por órgãos inter-
nacionais, em que outros países são beneficiados, colocado nosso país em uma 
situação desfavorável. Segundo Peroni, Caetano e Arelaro (2019, p. 51) “quando 
avançamos alguns passos no processo democrático, em um processo de correla-
ção de forças, o setor empresarial e neoconservador se reorganiza, em uma grande 
ofensiva, para retomar a direção política da educação”. 
 São as demandas sociais que determinam os conteúdos do currículo; a re-
lação entre homem e sociedade o estruturam, o que facilita o processo de ensi-
no-aprendizagem, proporcionando a consumação do conhecimento ao aluno. 
Precisamos partir da ideia que a consciência foi substituída pela eficiência e 
competência no mundo moderno, o que não seria diferente com a organização 
dos parâmetros curriculares. O pensamento crítico e a consciência devem ser 
construídos com a escola. Nenhuma ideologia que subjuga o indivíduo pode 
prevalecer na formação do currículo. O conhecimento promove a emancipação 
humana, mais do que a verificação da eficiência de cada estudante.
 “ Sob o nome BNCC, vem sendo projetado um conjunto de práticas pelas quais se dá a vinculação entre educação-conhecimento-equi-dade, parecendo tornar equivalentes as noções de democracia (de-
mocratização), direito, e distribuição de conhecimentos como bens 
(objetos) a serem apropriados (DA CUNHA; LOPES, 2017, p. 24).
Em seu discurso, a BNCC apresenta a ideia de equidade e democracia juntas, 
o que parece contraditório quando falamos sobre a educação no Brasil. A sua 
execução gera muitos questionamentos e discussões entre os profissionais da 
educação no país, sobre a premissa de que a BNCC não conseguirá suprir os 
problemas que existem na sociedade. A BNCC atende as demandas da Organi-
zação das Nações Unidas (ONU), que, com a Agenda 2030, prevê 17 Objetivos 
de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Considerando o objetivo 4 da ODS, 
“assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover opor-
tunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos” (ONU, 2015, 
on-line), podemos observar a relação com a BNCC, visto que suas competências 
básicas estão de acordo com tal objetivo.
165
UNICESUMAR
A ideia de que a BNCC é um documento independente e democrático é questio-
nável quando ele permite a interferência de um órgão estrangeiro na educação básica 
do Brasil. É necessário que as condições adversas que existem ao redor de cada escola 
sejam consideradas para que o processo de ensino-aprendizagem possa ser realmente 
significativo, e não apenas a execução dos preceitos de uma cartilha internacional.
Plano de Trabalho Docente - a educação tem seu foco voltado para o saber 
erudito, para o conhecimento científico. Suas especificações devem constar no Plano 
de Trabalho Docente (PTD) – um planejamento elaborado pelo professor que deve 
estar de acordo com o Projeto Político-Pedagógico (PPP). O principal recurso de 
trabalho do professor é o planejamento. É uma ação diária que necessita de reflexão 
para a elaboração das atividades didáticas e dos objetivos a serem alcançados no 
processo educacional, sendo uma atividade consciente e organizada.
 “ É fundamental levar o professor a pensar sobre o planejamento, mais especificamente sobre o plano de trabalho docente, sobre sua elabo-ração e a importância deste no processo ensino-aprendizagem e na 
formação de cidadãos, bem como evidenciar a importância da articula-
ção conteúdo/metodologia no desenvolvimento da prática pedagógica 
buscando superar os desacertos entre concepção e execução do plano 
de trabalho docente desencadeando ações que oportunizem reflexão 
sobre a prática do planejamento no processo ensino aprendizagem, 
buscando um significado transformador para os elementos curricula-
res básicos (TORMENA; FIGUEIREDO, 2010, p. 5).
Os resultados no campo educacional não podem ser aleatórios, é necessário que 
sejam construídos com disciplina e metodologia para que o objetivo seja alcançado. 
Assim, o PTD éo local onde o docente aplica esses métodos, descrevendo como e 
quando serão realizados. É no Plano de Trabalho Docente que encontramos a fer-
ramenta de ação do professor, que o estimula a ter um planejamento com ações 
significativas de forma a identificar as dificuldades e a realidade de seus alunos.
O planejamento precisa ser entendido no seu contexto social, senão, não será 
eficaz. A dinâmica enfrentada na escola, com suas influências econômicas, políticas 
e culturais devem ser consideradas na elaboração do plano de trabalho. O ato de pla-
nejar não deve ser concebido apenas como uma burocracia, mas como uma atividade 
consciente que prevê as ações dos professores, tendo como base o PPP e também as 
questões sociais que envolvem a escola. Para que venha ser possível a execução de 
UNIDADE 4
166
um bom planejamento, precisa-se destacar alguns pontos, sendo eles a finalidade, 
que tem como proposta o fim que deseja alcançar, a realidade, ter a dimensão do que 
deseja e, por fim, o plano de ação, meios para diminuir a distância. 
O PPP é o documento que norteia as ações da instituição, já o PTD específica 
o trabalho docente dentro da sala de aula. O professor precisa ter consciência 
sobre como os conteúdos devem ser trabalhados com os alunos, quais serão esses 
conteúdos e para que eles servem. A improvisação em sala de aula não é uma ação 
adequada, por isso a necessidade de um bom planejamento, sendo este flexível, 
podendo ser alterado quando necessário.
É necessário que o Plano de Trabalho Docente considere o conhecimento 
científico e como ele se relaciona com o cotidiano dos estudantes. A produção 
do conhecimento condiz com o desenvolvimento da curiosidade do aluno, que 
o faça refletir constantemente a partir dos conteúdos estudados.
 “ A questão porque planejar parece ter resposta óbvia; planeja-se porque “não há ventos favoráveis para quem não sabe para onde navega”. Na prática, no entanto a questão do planejamento no con-
texto escolar não parece ter a importância que deveria ter. Há quem 
pense que tudo já está planejado nos livros-texto ou nos materiais 
adotados como apoio ao professor. Há, ainda, quem pense que sua 
experiência como professora seja suficiente para ministrar suas au-
las com eficiência (MORETTO, 2007, p. 100).
No PTD, registra-se como serão realizadas as ações, quando serão realizadas e 
com quem. Ele norteia e formaliza as ações educacionais em seus diversos mo-
mentos dentro do processo de planejar. É uma forma sistemática de apresentação 
e justificativa dos caminhos a serem tomados. O planejamento escolar não é 
uma tarefa simples, precisa ser bem estudado, elaborado de forma consciente. 
Ele pode ser um instrumento para que a escola recupere sua função social, com 
a materialização de preceitos sociológicos, filosóficos e políticos da instituição, 
previstos no PPP.
O planejamento não é algo ultrapassado, o pedagogo deve conhecer a fina-
lidade de sua ação. Planejar pode resultar em uma sociedade menos desigual e 
democrática, ao considerar os fatores internos e externos à escola e à realidade 
dos alunos em sua composição.
167
UNICESUMAR
 “ Ao longo da história, o planejamento tem se constituído como um documento meramente burocrático, desvinculado da prática, muitas vezes transcrito de um ano para outro, como forma de cumprir uma 
obrigação, sendo entregue e posteriormente engavetado. Esse conceito 
leva o educador a certa descrença na importância do planejamento. 
Nota-se na área educacional que esta está inserida na rápida transfor-
mação social, e que o planejamento deve tomar lugar, e nos levar a uma 
reflexão constante para que a educação atinja os êxitos tão esperados. 
A educação não pode e não deve ficar de fora dessa dinâmica global. 
É na educação que vemos a formação do cidadão para o mundo con-
temporâneo (TORMENA; FIGUEIREDO, 2010, p. 6).
As transformações nas dinâmicas sociais precisam ser encaradas pela escola, pois 
tanto os professores quanto os alunos precisam estar preparados para elas, até mes-
mo como uma forma de garantir a escola como uma instituição social fundamen-
tal. Sendo assim, é importante que o professor enxergue as condições em que seus 
alunos existem, pois o contexto fora de sala de aula tende a influenciar o processo 
de ensino-aprendizagem dentro dela. É com um planejamento que considera essa 
existência que o professor se compromete com a transformação da realidade social.
Um professor que objetiva atuar de forma eficiente deve elaborar um plano 
que estimule a participação do aluno, a fim de que sua aprendizagem seja real-
mente significativa. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 
nº 9394/96, estabelece que:
 “ Art. 13º. Os docentes incumbir-se-ão de:I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimen-to de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagó-
gica do estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor 
rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de partici-
par integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação 
e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famí-
lias e a comunidade (BRASIL, 1996, on-line).
UNIDADE 4
168
Mesmo sendo o Plano de Trabalho Docente uma exigência legal, como vimos 
anteriormente, seu principal objetivo é a garantia de qualidade na aprendi-
zagem dos estudantes. Isso pode ser realizado com o planejamento prévio 
das ações, de modo sistemático e flexível, que possam proporcionar medidas 
efetivas de intervenção no sistema educacional.
 “ Uma instituição onde os professores planejam com eficiência tem certamente maior garantia de que o processo ensino aprendiza-gem aconteça com qualidade contribuindo assim para a melhoria 
da educação pública. É importante que o pedagogo oriente os 
professores na sua prática pedagógica com metodologias e didá-
ticas que venha de encontro com a pedagogia Histórico Crítica, 
pois é essa perspectiva teórica que está contemplada no Projeto 
Político Pedagógico da escola e essa clareza e compreensão no 
ato de planejar torna nossa ação pedagógica mais coerente e sig-
nificativa, voltada para garantir a aprendizagem de nossos alu-
nos. Dessa forma, quando acontece um atendimento da equipe 
pedagógica de forma segura e coerente junto aos professores, o 
trabalho em sala de aula fica enriquecido e o professor sente- se 
acolhido e respeitado (TORMENA; FIGUEIREDO, 2010, p. 16).
O plano traz a possibilidade ao docente de manter a articulação da disciplina 
com o currículo e também de autoavaliar suas aulas com o objetivo de melho-
rá-la sempre. Ele pode ser alterado caso a reflexão do professor norteia nesse 
sentido. Como o ambiente escolar pode resultar em situações imprevisíveis, 
o plano de aula não obriga o professor a cumpri-lo de forma rígida. Com 
essas imprevisibilidades, o professor utilizando da reflexão como ferramenta 
para um bom plano de trabalho, pode fazer o redirecionamento de ações, o 
que não quer dizer que o professor esteja despreparado, mas sim que tem a 
habilidade para agir e decidir quando necessário.
Contudo, quando o docente se afasta constantemente do plano, pode-se 
entender que o planejamento deixou de prever as dificuldades e situações 
que podem acontecer no cotidiano da sala de aula. Então, primeiramente, 
169
UNICESUMAR
o professor deve conhecer o aluno. A partir daí, ele consegue estabelecer 
os objetivos, métodos e estratégias para alcançar uma prática pedagógica 
efetiva. Um bom planejamento apresenta diversas vantagens ao professor 
e aos alunos, mesmo que não possam ser observados de forma imediata. É 
improvável que uma prática educativa orientada pelo improviso e pela falta 
de sistematização seja eficiente e eficaz.
 “ Elaborar, executar e avaliar planos de ensino exige que o professor tenha clareza (crítica): da função da educaçãoescolar na sociedade brasileira; da função político-pedagógica dos educadores escola-
res (diretor, professores, funcionários, conselho de escola...); dos 
objetivos gerais da educação escolar (em termos de país, estado, 
município, escola, áreas de estudo e disciplinas), efetivamente com-
prometida com a formação da cidadania do homem brasileiro; 
do valor dos conteúdos como meios para a formação do cidadão 
consciente, competente e crítico; das articulações entre conteúdos, 
métodos, técnicas e meios de comunicação; e da avaliação no en-
sino-aprendizagem (FUSARI, 1990, p. 51).
 Com o planejamento, os objetivos são definidos e ordenados, estruturando e 
direcionando as ações a serem realizadas, evitando que recursos sejam utili-
zados de forma desnecessária, o que facilita o controle das ações e a forma de 
avaliá-las. É importante que o professor planeje sua aula considerando que os 
alunos vivem na Era da informação, o que necessita de um plano que aborda 
o que o aluno realmente precisa e deseja saber. A partir do Plano de Trabalho 
Docente, a escola procura alcançar seu grande obje-
tivo, que consiste na aprendizagem significativa dos 
estudantes e o estímulo para que queiram aprender 
cada vez mais, de forma autônoma. Desse modo, é 
importante que a prática pedagógica esteja voltada 
para o desenvolvimento dos estudantes, isto é, ob-
servá-los, conhecê-los, compreendê-los, entendendo 
suas dificuldades e incentivando a superá-las.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3898
170
AGORA É COM VOCÊ
1. [...] o planejamento escolar é apontado como alternativa de organização coletiva, 
em que diversos segmentos (envolvendo professores das diversas áreas, alunos, 
funcionários administrativos e comunidade) se reúnem para discutir e decidir co-
letivamente e publicamente os objetivos, metas, finalidades, valores, atitudes e 
solucionem os problemas comuns à escola, viabilizando, assim, a materialização 
de uma escola realmente democrática e objetiva. Devido ao enorme grau de com-
plexidade dos problemas nos dias de hoje, maior é a necessidade de planejar. Se 
em qualquer atividade da nossa vida exige um planejamento, a educação não foge 
dessa exigência; mas infelizmente, em algumas situações, ele tem sido utilizado de 
maneira errada, onde se reduz a atividade em que o professor preenche e entrega 
à secretaria da escola um formulário. Em que é padronizado e colocado em colunas, 
e o docente redige os seus “objetivos gerais”, “objetivos específicos”, “conteúdos”, 
“estratégias” e “avaliação” (CONCEIÇÃO, 2016, on-line). 
Com base no pensamento da autora e tratando sobre Planejamento Escolar, analise 
as asserções a seguir:
I - O diretor/gestor precisa desenvolver um bom planejamento, afinal, é ele que 
vai nortear o trabalho dos professores dentro do ambiente escolar. 
II - O planejamento escolar inclui tanto a previsão das atividades didáticas em 
termos da sua organização quanto pedagógica. 
III - O Planejamento de um Sistema Educacional consiste na tomada de decisões 
sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país.
IV - A preocupação do professor é conseguir ministrar seu conteúdo dentro da 
sala de aula, ou seja, o Plano de Trabalho Docente é um mero documento 
burocrático. 
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
171
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
2. A avaliação educacional, em geral, e a avaliação de aprendizagem escolar, em par-
ticular, são meios e não fins, em si mesmas, estando delimitadas pela teoria e pela 
prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não 
se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo 
teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica (LUCKESI, 2003, 
p. 28).
Sobre os três tipos de Avaliações Internas, está correto o que se afirma em:
a) Diagnóstica, Formativa e Somativa. 
b) Analítica, Diagnóstica e Controladora. 
c) Somativa, Classificatória e Controladora. 
d) Analítica, Controladora e Formativa. 
e) Formativa, Prova Brasil e Enem. 
3. Tal como o FUNDEF, o FUNDEB, previsto na PEC 415, operaria apenas no âmbito 
de cada estado e, portanto, não transferiria recursos de uma para outra Unidade 
da Federação, sendo redistribuído entre o governo estadual e os municipais de 
acordo com o número de matrículas que tivessem em quase toda a educação 
básica (as creches foram excluídas). O substitutivo, por sua vez, não só incluiu as 
creches, como também estipulou que o FUNDEB seria distribuído em função do 
número de matrículas que os governos tivessem no seu âmbito de atuação priori-
tária, conforme definido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da CF. Estas modificações foram 
mantidas na PEC do Senado, que estipulou que as matrículas são presenciais. Isso 
significa que as matrículas municipais no ensino médio não seriam levadas em 
conta na distribuição do FUNDEB, porque as prefeituras não devem atuar priori-
tariamente no ensino médio, mas apenas na educação infantil e no ensino funda-
mental. Analogamente, as matrículas estaduais na educação infantil não seriam 
contabilizadas na distribuição do FUNDEB, porque os governos estaduais devem 
atuar prioritariamente no ensino fundamental e no ensino médio. No caso da EJA, 
seriam consideradas as matrículas estaduais e municipais no ensino fundamental 
e só as estaduais no ensino médio (DAVIES, 2006).
172
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
Sobre o significado da sigla FUNDEB, está correto o que se afirma em:
a) Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e do Ensino Su-
perior. 
b) Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Superior e de Valorização 
dos Profissionais da Educação. 
c) Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação Infantil. 
d) Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação. 
e) Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Desvaloriza-
ção dos Profissionais da Educação. 
4. A BNCC se constituiu devido a determinações legais e político-sociais, influindo na 
instituição de políticas públicas. Todo projeto curricular se dá em um movimento 
contraditório, envolvendo tensões, debates e embates de classes e grupos sociais 
em que se imiscuem questões políticas, ideológicas e pedagógicas. Percebe-se que, 
nesse campo de disputas, a hegemonia dos ideários neoliberais, ancorada nas com-
petências, ganhou espaço e lugar no campo da educação brasileira, sobretudo com 
as reformas do Estado e a reestruturação produtiva, que influenciaram, por sua vez, 
as reformas educacionais das décadas de 90 e dos anos 2000. Essa luta de forças 
pode ser visualizada no processo de discussão sobre a BNCC da Educação Infantil, 
que em parte contribuiu para se conhecer diferentes concepções político-ideológicas 
demarcadas nas propostas concretas e discursivas daqueles que dela participaram 
(BARBOSA; SILVEIRA, 2019).
Sobre a Base Nacional Comum Curricular, está correto o que se afirma em:
a) São normas para regulamentar o planejamento escolar, proporcionando mais 
eficiência no trabalho do professor, gestor e dos próprios alunos.
b) É um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e pro-
gressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver 
ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
c) São normas para oficializar a inclusão dos conteúdos contemplados no Plano de 
Trabalho Docente, permitindo que o aluno tenha condições do que estudar e 
como será pautada a aula do docente.
173
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
d) É um documento de caráter normativo que prevê a inclusão de todos os conteú-
dos de forma igualitária, ou seja, respeitando a diversidade dentro dos ambientes 
escolares. 
e) São normas organizadas pelo gestor/diretor para administrar a escola, visando 
o Plano de Trabalho Docente e, consequentemente, o plano deação que será 
executado. 
5. O plano possibilita ao professor manter, na medida do possível e do desejável, a 
articulação da disciplina como um todo pela relação com o plano curricular e, ainda, 
realizar uma autoavaliação da aula para direcionar ações futuras. Pontos a serem 
mantidos ou a reformular poderão ser evidenciados com mais segurança. Cabe 
destacar, no entanto, que o plano de aula não implica, necessariamente, seu cum-
primento rígido. O ambiente da sala de aula exige do docente uma constante atitude 
reflexiva para criar e redirecionar ações sempre que surgirem imprevistos que des-
pertam novos interesses e necessidades (TORMENA; FIGUEIREDO, 2010).
Com base na concepção de Plano do Trabalho Docente (PTD), avalie as seguintes as-
serções. 
I - O PTD deve estar centrado no livro didático, permitindo ao professor concluir 
toda a programação. 
II - PTD é a forma de o professor organizar suas aulas no decorrer do ano letivo.
III - O PTD é ferramenta que ampara as ações do docente dentro do ambiente es-
colar; sem essa ferramenta corre o risco do trabalho do professor ficar inconsis-
tente, ou seja, impede que seu trabalho seja efetuado na íntegra.
IV - O PTD é um documento estático que o professor desenvolve no início do ano 
letivo para conseguir cumprir com suas atividades. 
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
174
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. C. O gestor precisa desenvolver um bom planejamento, norteando o trabalho do pro-
fessor e toda equipe. O planejamento escolar precisa conter as atividades didáticas 
e também pedagógicas para uma boa organização. Com um bom planejamento, é 
possível tomar decisões dentro do ambiente escolar. Vale destacar que o PTD não 
é apenas burocrático. 
2. A. Tendo em vista que as avaliações são Diagnóstica, Formativa e Somativa. 
3. D. A sigla FUNDEB significa Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. 
4. B. Vale destacar que se trata de um documento de caráter normativo que define o 
conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos 
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
5. B. O Plano de Trabalho Docente é a forma de o professor organizar suas aulas no 
decorrer do ano letivo, sendo possível o cumprimento das suas atividades. O PTD 
é ferramenta que ampara as ações do docente dentro do ambiente escolar, sem 
essa ferramenta corre o risco do trabalho do professor ficar inconsistente, ou seja, 
impede que seu trabalho seja efetuado na íntegra.
M
EU
 E
SP
A
Ç
O
M
EU
 E
SP
A
Ç
O
5GESTÃO ESCOLAR DIGITAL
Me. Welington Junior Jorge
Nesta unidade, você terá a oportunidade de aprofundar os seus 
conhecimentos sobre o tema “Gestão Escolar e Tecnologias Edu-
cacionais”. Assim, trabalharemos as Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TICs), a cibercultura, o ciberespaço e as platafor-
mas digitais, relacionando-os com a sua importância para a ges-
tão escolar. Também discorreremos sobre o aluno na era digital 
e outras formas de compreender o mundo, ao apresentarmos 
as possibilidades de ensino por meio de recursos digitais. Você 
ainda terá a possibilidade de conhecer os principais aspectos 
que envolvem os elementos da gestão escolar e a utilização 
de aplicativos que proporcionam uma forma mais eficiente de 
organização. Bons estudos!
UNIDADE 5
178
Será que é possível proporcionar uma gestão escolar democrática utilizando 
recursos tecnológicos? O que trabalharemos nesta unidade está relacionado 
com a ideia de tornar o trabalho do gestor mais digital, ou seja, buscaremos 
conciliar as suas atribuições com os recursos que podem facilitar a sua rotina. 
Considere a seguinte situação: um gestor precisa fazer uma reunião com 
os pais ou responsáveis. Diante disso, passa em todas as salas comunican-
do os alunos sobre a necessidade e qual será o horário do encontro. No 
entanto, apenas 20% dos pais ou responsáveis comparecem. Questiona-se: 
houve uma falha na comunicação ou desinteresse por parte dos alunos em 
transmitir o recado? 
Neste momento, você deve estar se perguntando: por que o gestor não 
imprimiu um convite aos 1.200 alunos e solicitou que ele fosse entregue aos 
seus pais? De fato, seria possível fazer dessa forma, mas será que funciona-
ria? O fato de os alunos não falarem sobre a reunião mudaria se existisse o 
convite? Considerando os recursos da escola, não seria um gasto desneces-
sário? Existiam outras formas de realização dessa atitude? Gratuitamente? 
A escola não poderia formular outra alternativa mais eficaz e sem custo? 
Não existem outras formas de comunicação com os pais? Caso 
o comunicado fosse enviado por um aplicativo de men-
sagens, não haveria uma maior ade-
são? Quantas são as possibilidades 
proporcionadas graças às tecnolo-
gias digitais? Considerando todas 
as transformações existentes em 
nossa sociedade, a comunicação 
analógica ainda é eficiente? 
É importante fazermos es-
ses questionamentos, tendo 
em vista que o gestor precisa 
compreender qual é 
a melhor forma de 
se comunicar. As-
sim, é necessário 
179
UNICESUMAR
repensar as práticas e a condução da própria gestão. Para agilizar o trabalho da 
equipe pedagógica e diretiva, estabelecer uma comunicação mais ágil facilitará 
e aproximará os pais ou responsáveis para as questões que envolvem a escola. 
De forma geral, as tecnologias nos proporcionam muitas coisas e são vá-
rias as possibilidades que um professor, gestor e equipe pedagógica ou diretiva 
podem desenvolver com o seu uso. Para as atividades do gestor, as tecnologias 
são uma forma de acelerar os processos e a comunicação com a comunidade 
escolar. É necessário ter isso em mente, para que seja possível desenvolver o 
trabalho do gestor. 
Em relação ao trabalho docente, o gestor também precisa estar em sintonia 
com a sua equipe para que ela se sinta motivada a desenvolver as atividades com 
as tecnologias educacionais. A escola de hoje é totalmente diferente da dos anos 
2000, assim como a dos anos de 1990. As metodologias foram desenvolvidas e 
trouxeram consigo os recursos tecnológicos. Assim, as informações não ficam 
restritas apenas ao livro didático ou à biblioteca física e o professor não pode 
ser entendido como o único responsável pelo conhecimento dos seus alunos. 
Por isso, todas as mudanças ocorridas ao longo do tempo precisam ser 
acompanhadas pelo gestor, afinal, a escola é um reflexo das ações que acon-
tecem na sociedade e ambas precisam estar em sintonia. Além disso, as insti-
tuições de ensino precisam preparar os jovens a viver em grupo, assumir a sua 
posição social e fazer uma leitura de como os processos sociais, econômicos, 
políticos e culturais acontecem. Utilizar as tecnologias educacionais em prol 
de uma educação libertadora proporciona novas compreensões em relação 
à realidade social.
É fundamental que os professores, independentemente de suas disciplinas, 
consigam desenvolver esse trabalho. Já o gestor, consciente da importância, 
precisa acompanhar os profissionais da educação. Quando houver uma la-
cuna por falta de formação, é necessário suprir a demanda. Se o fator for 
desmotivação, o gestor tem a responsabilidade de reverter a situação. Falar em 
gestão escolar não é simplesmente administrar uma escola, mas saber fazer 
uma leitura dos problemas que acontecem ou podem acontecer e procurar 
soluções para resolver, proporcionando uma boa condição de trabalho para 
os profissionais cumprirem a sua função dentro da instituição. 
UNIDADE 5
180
No decorrer desta unidade, realizaremos uma leitura 
sobre a importância das Tecnologias de Informação 
e Comunicação (TICs) no ambiente escolar. A pro-
posta é apresentar recursos que possam contribuir 
para o trabalho do gestor, tornando o seu trabalho 
mais eficiente e ágil. Pensando nisso, convido-lhe a 
conhecer duas plataformas que podem facilitar essetrabalho. São elas: Google for Education e Office 365. 
É importante mergulhar nas ferramentas não apenas 
para o trabalho do gestor, mas também do professor. 
São várias as formas de atuação, afinal, devemos nos 
lembrar de que os nossos alunos estão inseridos em 
outra realidade, devido principalmente às tecnolo-
gias digitais. Por isso, acesse os links a seguir e co-
nheça o que esses recursos são capazes.
Office 365
Google for Education
Depois de conhece-las e determinar qual é a que mais lhe agrada, desenvolva um 
planejamento de estudos do módulo e agende os prazos de todas as atividades, 
para que, assim, não se esqueça de nenhuma. 
Convido-lhe a utilizar esse espaço como registro dos aspectos que achou 
importante em relação à gestão escolar e ao uso das tecnologias educacionais. 
Questione-se: um gestor consegue gerir uma escola sem alia-la às tecnologias 
educacionais? Como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) vêm 
impactando a nossa realidade?
DIÁRIO DE BORDO
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6247
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6248
181
UNICESUMAR
A ESCOLA NA ERA DIGITAL
A sociedade está passando por várias mudanças não apenas na agilidade da infor-
mação e da comunicação, mas principalmente no modo como tem impactado o 
ambiente escolar. Ao fazermos uma analogia, as preocupações dos professores e até 
mesmo dos gestores da escola eram bem diferentes das atuais, tendo em vista que, 
além dos impasses e atribuições já existentes, a tecnologia trouxe outros, como a 
falta de atenção, assédio virtual, exposição de alunos e docentes nas redes e bullying 
virtual. Assim, não podemos desconsiderar os avanços que as Tecnologias de In-
formação e Comunicação (TICs) trouxeram, mas precisamos fazer uma avaliação 
crítica de todas as mudanças que ocorreram ao longo dos anos (SILVA, 2006).
Os gestores e os docentes precisam compreender os avanços tecnológicos 
ocorridos no processo de ensino-aprendizagem. De fato, o desafio não é fácil, 
tendo em vista que muitos alunos têm mais facilidade em operacionar os re-
cursos do que os próprios professores. Entretanto, as tecnologias educacionais 
já são uma realidade e é necessário aceitar as mudanças que aconteceram. Não 
podemos pensar em uma escola que proporcione aos seus alunos uma única for-
ma de pensar, ou seja, é preciso realizar novas reflexões sobre o que acontece na 
sociedade não apenas no aspecto educacional, mas também nos âmbitos social, 
político, cultural e econômico (CARMO, 2016). 
UNIDADE 5
182
Por muitos anos, o conhecimento e até 
mesmo a informação estavam restritos às 
mídias impressas. No entanto, eles foram 
disseminados por meio do rádio, da tele-
visão e das redes, o que proporcionou e 
gerou novas informações e conhecimen-
tos que não se limitavam mais aos livros 
e às bibliotecas físicas. Em detrimento 
de toda a informação presente em nos-
sa sociedade, não nos contentamos com 
respostas simples ou de senso comum, 
mas precisamos de abordagens mais es-
pecíficas. Por isso, o uso das Tecnologias 
de Informação e Comunicação (TICs) abrem novas possibilidades de inserção 
em outros contextos e realidades:
 “ Do ponto de vista científico e tecnológico, constatamos profun-das transformações na maneira como produzimos conhecimento contemporaneamente. Vivemos em um mundo onde as grandes 
velocidades e, principalmente, a aceleração com que os aparatos se 
deslocam, provocam modificações profundas nas nossas formas 
de pensar e de ser. Movemo-nos em velocidades nunca antes expe-
rimentadas. A humanidade passou de deslocamentos que giravam 
em torno dos três a 10 km/h — velocidade do caminhar ou dos 
animais — para velocidades em torno de 1.000 km/h — a dos aviões 
supersônicos. Tudo isso no tempo equivalente à vida de apenas uma 
ou duas gerações (PRETTO, 2011, p. 96).
Todas as mudanças que ocorrem em nossa sociedade precisam ser objetos de es-
tudo não apenas no ensino superior, mas em outros níveis de ensino. A relação que 
o homem vem construindo em conjunto com a tecnologia precisa ser discutida 
no ambiente escolar, afinal, são as crianças e os jovens os responsáveis por criar e 
aprimorar as novas tecnologias. A instituição escolar não pode abrir mão das novas 
demandas existentes e a relação do homem com a máquina é irreversível. Nesse 
contexto, o corpo docente precisa estar preparado e capacitado para novos desafios, 
rompendo com novos espaços e até mesmo com o tempo (GABRIEL, 2013). 
183
UNICESUMAR
Seguindo essa linha, o gestor precisa compreender que as tecnologias se trans-
formam a todo tempo, o que exige que os docentes compreendam e decifrem as 
potencialidades do mundo digital e como elas estão inseridas na realidade da es-
cola. Assim, é necessário rever as práticas que são adotadas. Além disso, é preciso 
ter em mente que falar de tecnologia não é simplesmente fazer a substituição da 
lousa, do livro didático, do giz ou até mesmo do papel. A discussão presente se 
concentra em entender que o processo de ensino-aprendizagem está mudando 
e precisamos superá-lo a partir das ferramentas disponíveis a nosso favor. Em 
paralelo, o trabalho pedagógico se torna mais complexo, já que muitos professores 
ainda resistem em utilizar tais recursos. Portanto, capacita-los é fundamental para 
que sejam refletidas as potencialidades na sala de aula (MORAN, 2003). 
Precisamos desconstruir a cultura de que o conhecimento está centrado apenas no 
docente e a ideia de que ele é o único responsável pelo processo de ensino-aprendiza-
gem. É necessário romper essas práticas tradicionais, tendo em vista as possibilidades 
que as tecnologias educacionais podem contribuir na sala de aula. O formato tradi-
cional perdura em uma sociedade conectada. Nesse sentido, o gestor, em conjunto 
com os professores, precisa fazer as leituras presentes na sociedade e reproduzi-las de 
forma crítica dentro da sala de aula, provocando o aluno a pensar de vários modos, o 
que permite que, a partir dessas mudanças, surjam novas reflexões sobre a educação. 
É fato: toda transformação pode gerar uma divergência entre os docentes, 
afinal, nenhuma mudança ocorre aleatoriamente e momentaneamente. Por essa 
razão, é imprescindível que os professores tenham condições técnicas e pedagó-
gicas de colocar esses processos em prática, o que torna fundamental a função 
do gestor nesse processo (PRATA, 2002). Além disso:
 “ Nas práticas escolares, isso implica que produzir conhecimento é cons-truir relações de significação e, com elas, os seres que as criam, ou seja, implica promover o exercício da comunicação como exercício 
formador do indivíduo e do cidadão. Em vista disso, está criada uma 
forte demanda sobre os gestores escolares, exigindo investimentos 
bem planejados em recursos tecnológicos, humanos e organizacionais, 
uma vez que é fundamental que haja nas escolas equipamentos dispo-
níveis e em funcionamento, pessoal capacitado, acervos organizados, 
critérios claros para aquisição de tecnologias e softwares educacionais, 
entre outros recursos (MARTINS, 2002, p. 82).
UNIDADE 5
184
Dessa forma, o Estado precisa fazer a sua parte, que é a de permitir que as ins-
tituições de ensino tenham condições de produzir novos conhecimentos por 
meio do digital, com equipamentos que possam ser trabalhados pelos profes-
sores e alunos, suprindo demandas presentes no mercado de trabalho. É con-
senso que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) estão presentes 
em nossa sociedade e a escola precisa estar em sintonia com essas mudanças. 
Contudo, apenas manifestar a vontade da utilização da tecnologia dentro da 
escola não é o suficiente: é essencial que sejam elaboradas políticas públicas 
que garantam que a comunidade escolar tenha acesso a esses recursos, para 
que, assim, o trabalho possa ser colocado em prática. 
De forma resumida, elucidaremos três aspectos: 
 ■ É necessária a presença de professores qualificados para trabalhar com as 
tecnologias educacionais em sala de aula.
 ■ É preciso formaralunos engajados em aprender de forma ativa, e não 
esperar do professor a informação para gerar conhecimento.
 ■ O Estado deve garantir os recursos necessários para a escola, a fim de que 
os alunos aprendam a partir do meio digital. 
De acordo com Martins (2002, p. 85):
 “ Em princípio, a tecnologia faz parte do progresso social. Nesse sen-tido, ela é positiva por ser potenciadora. Acontece que, ao mesmo tempo, toda realidade é ambivalente e toda tecnologia possui uma 
dupla face. Portanto, deve ser assumida com uma atitude responsá-
vel, lúcida e consciente. Na criação de um ambiente informatizado 
que tenha como objetivo gerenciar dados e permitir a criação e me-
lhoria do conhecimento sobre os processos da escola.
Agora, faz-se pertinente o seguinte questionamento: como o gestor deve agir 
defronte a todas essas mudanças? Já estudamos, nas unidades anteriores, que o 
gestor/diretor precisa lidar com todas as diferenças presentes na escola. Além 
de administrar, ele também precisa cuidar das pessoas, para que elas desen-
volvam o seu trabalho com qualidade e eficiência. Contudo, como fazer isso 
na prática? A resposta não é tão simples assim, uma vez que envolve pessoas 
e todas são sempre complexas. 
185
UNICESUMAR
O primeiro passo é proporcionar formações voltadas para a área da tec-
nologia, a fim de que o professor possa aplicar os seus conteúdos teóricos 
por meio de recursos digitais em sala de aula. Entender que o processo de 
ensino-aprendizagem vem se transformando ao longo do tempo também é 
uma atribuição do gestor: não basta que o Estado promova todos os recursos 
tecnológicos e os insira na sala de aula, se não são dadas ao professor as con-
dições de usá-los. Por fim, entende-se que toda a comunidade escolar precisa 
fazer uma leitura das necessidades da sociedade e colocá-las em prática na 
sala de aula. Quando esse trabalho apresentar alguma dificuldade, é preciso 
que as instâncias colegiadas discutam essas questões de forma colaborativa e 
participativa, para que, juntas, possam fazer com que a escola cumpra a sua 
função social (PIEDADE; PEDRO, 2014). 
AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS 
E O PAPEL DO GESTOR
Sempre que falamos de 
tecnologia, temos a ideia 
de que se trata de algo 
muito recente e con-
temporâneo, mas isso 
não é verdade. Falar em 
tecnologia é demonstrar 
tudo aquilo que o ho-
mem fez e vem fazendo 
em benefício de algo ou 
de alguém. A ideia não 
é tecer um conceito de 
tecnologia, mas apenas 
apresentar a noção de que toda mudança humana está presente e já faz parte 
da nossa realidade. Seguindo essa linha de pensamento, devemos compreen-
der que a revolução tecnológica vem nos acompanhando há milhares de anos 
e toda intervenção humana por intermédio dos meios digitais, ou não, está 
presente na tecnologia (COSTAS, 2018). 
UNIDADE 5
186
Com a inserção das redes e dos computadores na educação nos anos de 1990, 
houve o início de um processo de reinvenção, a chegada de um universo até en-
tão desconhecido por muitos. Apesar de as redes gerarem muitas possibilidades 
no meio educacional, ainda persistia uma cultura tradicional e receio por parte 
de seus integrantes. A tecnologia digital permitiu que o usuário adentrasse em 
mundos nunca antes visitados, por meio das redes, além de ter compactado e 
transmitido todos os tipos de mensagens, incluindo sons e imagens, para qual-
quer parte do globo onde houvesse acesso à Internet.
Segundo Castells (2002, p. 362):
 “ A mídia é a expressão de nossa cultura e nossa cultura funciona principalmente por intermédio dos materiais propiciados pela mí-dia. Enquanto o processo de comunicação se efetiva através da inte-
ração emissor/receptor para interpretação da mensagem, a televisão, 
como um grande meio de comunicação, caracteriza-se por ser um 
sistema de mão única, que não possibilita a interação.
Você deve estar se perguntando: se a disciplina é sobre gestão escolar, por que falar 
de tecnologias educacionais? Devemos reforçar que o papel do gestor não está atre-
lado apenas às questões administrativas, assim como já discutimos, mas também se 
relaciona com as questões pedagógicas. Por isso, precisamos entender como a tec-
nologia vem avançando na sociedade, qual é o seu reflexo dentro da escola e saber o 
motivo pelo qual devemos rever os processos de ensino-aprendizagem. Diante das 
tecnologias existentes, o ato de ensinar não se limita apenas à sala de aula, mas se dá 
em toda a comunidade escolar. Por esse motivo, é preciso fazer uma reflexão sobre 
esses avanços e como eles podem alterar os instrumentos de ensino e as suas práticas.
Devido às várias atribuições do gestor, o que inclui as questões administrativas e pedagó-
gicas, será que a sua função é também é a de engajar os professores para que eles desen-
volvam as suas atividades por meio do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TICs), a fim de que a aula tenha um melhor aproveitamento?
PENSANDO JUNTOS
187
UNICESUMAR
Em meio a tantas tecnologias, é perceptível que o acesso à informação se 
torna cada vez mais rápido, sem mencionar as habilidades que os recursos 
digitais nos trouxeram. O ato de aprender não se restringe apenas ao am-
biente escolar. Muito pelo contrário, basta um clique para termos a nossa 
indagação respondida pelos buscadores on-line. Dificilmente, uma pessoa 
busca uma informação, em um primeiro instante, nos livros, tendo em vista 
toda a facilidade proporcionada pela tecnologia. Assim, é por intermédio das 
instituições de ensino que podemos e devemos entender a integrar a lingua-
gem da mídia, trabalhando os seus códigos, as suas expressões e possíveis 
manipulações (CARMO, 2016). 
Hoje, crianças e jovens utilizam as mídias digitais para se informar e até 
mesmo se entreter, o que faz com que os recursos tecnológicos venham a 
ser entendidos apenas como lazer. Quando essas ferramentas chegam até a 
sala de aula, não há identificação entre o entretenimento e a aprendizagem. 
Como exemplo, podemos citar as redes sociais, que, de forma geral, são uti-
lizadas para o entretenimento. Todavia, elas também podem ser utilizadas 
pelo professor para a postagem de conteúdos, atividades, tarefas, materiais 
complementares, dentre outros. 
Essa diferenciação é um dos grandes desafios dos docentes e é uma luta 
diária que precisa ser feita não apenas por um professor, mas por todos. A 
função do gestor, nesse momento, é a de fomentar a equipe a utilizar de forma 
crítica e reflexiva as mídias digitais (BARBOSA, 2007).
Almeida e Moran (2005, p. 43) explicam que:
 “ [...] caso o professor não conheça as características, as poten-cialidades e as limitações das tecnologias e mídias, ele poderá desperdiçar a oportunidade de favorecer um desenvolvimento 
mais poderoso do aluno. Isso porque para questionar o aluno, 
desafiá-lo e instigá-lo a buscar construir e reconstruir conheci-
mento com o uso articulado de tecnologias, o professor precisa 
saber quais mídias são tratadas por essas tecnologias e o que 
elas oferecem em termos de suas principais ferramentas, fun-
ções e estruturas.
UNIDADE 5
188
Essa discussão é importante para que o gestor tenha uma visão ampla dos desafios 
presentes no ambiente escolar. As crianças e os jovens, a todo momento, estão se 
apropriando das informações existentes nas redes e, muitas vezes, são conteúdos 
equivocados, colocando em xeque o conhecimento gerado pelo professor. De-
vemos destacar que a finalidade da tecnologia dentro das escolas é a de formar 
cidadãos críticos e capazes de fazer uma reflexão sobre o contexto social e apli-
ca-la na realidade. Em consequência disso, com a popularização da Internet e das 
mídias digitais, precisamos repensar o modo de ensinar e a forma de gerir uma 
escola. O gestor não pode ter uma visão tradicional ao trabalhar com professores 
e alunos digitais. Portanto, dominar essas mudanças é fundamental:
 “ Enquanto a escola organiza conteúdos e aplica métodos para atingir objetivos éticos, a mídia oferece, numa competição caótica, infor-maçõesdifusas, descentradas, mas voltadas, exclusivamente, para o 
consumo. Mesmo quando campanhas de propagandas pretendem 
“educar”, podemos afirmar que a razão maior é a de condicionar 
condutas, pois a educação pressupõe conteúdos críticos e métodos 
criteriosos, enquanto a superficialidade das mensagens publicitárias 
ou propagandísticas se baseia nas técnicas, na repetição (redun-
dância) da imagem e do texto, distanciados, em sua unidade, das 
relações estruturais da construção e da reconstrução do mundo 
(CHEIDA, 2002, p. 28).
A sala de aula acaba se tornando um campo de batalha, afinal, o desafio do pro-
fessor é o de disputar com as informações disponíveis nas mídias, tendo em vista 
o meio ao qual estão inseridos. Assim, a escola precisa fazer uma desconstrução 
de forma crítica para combater a desinformação. Ter professores capacitados 
para lidar com essa situação é fundamental, uma vez que o ambiente escolar 
precisa formar indivíduos que tenham condições de conviver em sociedade e de 
fazer uma leitura das necessidades e das demandas existentes. As relações sociais 
também são permeadas pelas tecnologias, sendo assim, as instituições de ensino 
precisam proporcionar aos alunos as condições de interpretar o que é real ou não. 
Diante do exposto, o gestor precisa estar alinhado com a equipe pedagógica 
durante o trabalho desenvolvido pelos professores e, quando necessário, deve fazer 
intervenções, sempre pensando no bom andamento do processo de aprendizagem:
189
UNICESUMAR
O conhecimento que deve ser usado pelo cidadão para compreender e atuar 
nos complexos cenários contemporâneos já não se encontra apenas, nem prin-
cipalmente, na mente individual, mas está fundamentalmente distribuído em 
redes físicas e virtuais, externas ao próprio indivíduo. Ao contrário da percepção 
comum e clássica do conhecimento como um conjunto de conteúdos ou objetos 
estáveis que aparecem nos livros didáticos, na era digital, é necessário enfatizar 
a importância dos processos de interação em redes nas quais os conhecimentos 
são construídos e modificados (GÓMEZ, 2015, p. 49).
 “ Tudo o que foi exposto até este momento foi importante para lhe apresentar, acadêmico(a) do curso de Pedagogia, que as atribuições dos gestores vão muito além das questões burocráticas, pois é exigi-
do um equilíbrio entre a sua função administrativa e a pedagógica. 
No entanto, a construção de uma escola que cumpre a sua função 
social não deve ser realizada apenas pelo profissional responsável 
pela administração, mas por toda a comunidade escolar, visto que 
os alunos que estão sendo formados serão os próximos profissionais 
a exercerem os mais diversos trabalhos. 
A CIBERCULTURA E O CIBERESPAÇO 
NO AMBIENTE ESCOLAR
Para entendermos a cibercultura 
e o ciberespaço no ambiente esco-
lar, precisamos ter em mente dois 
conceitos basilares abordados 
pelo sociólogo Pierre Lévy. O es-
tudioso defende que, no atual con-
texto digital, é possível alcançar 
outras esferas e ambientes, uma 
vez que o mundo está conectado 
e o conhecimento já não se encon-
tra restrito em espaços físicos: bas-
ta um clique para termos acesso a 
várias obras científicas. 
UNIDADE 5
190
São diversos os ambientes para sanarmos as mais variadas dúvidas, o que 
gera uma cultura cibernética, ou seja, a cibercultura. Assim, “qualquer reflexão 
sobre o futuro dos sistemas de educação e de formação na cibercultura deve 
ser fundada em uma análise prévia da mutação contemporânea da relação 
com o saber” (LÉVY, 2010, p. 159). As Tecnologias de Informação e Comu-
nicação (TICs) foram capazes de popularizar o conhecimento por meio do 
compartilhamento. Atualmente, quando você visualiza uma informação inte-
ressante, a probabilidade de compartilha-la com outras pessoas é bem grande. 
Alguns conceitos precisam ser esclarecidos dentro do contexto da tecnolo-
gia, afinal, são eles os responsáveis por compor todas as informações que estão 
disponíveis na rede. Com o avanço da tecnologia digital, foi possível romper 
as barreiras existentes entre os continentes. Hoje, é possível acessar qualquer 
informação pública de qualquer país e estar sempre presente. Um professor 
de História, para explicar o Antigo Egito e como os povos de lá viviam, basta 
acessar o buscador on-line de sua preferência e navegar pelos mais diversos 
caminhos por meio de imagens, sons ou audiovisual. Isso faz com que o tra-
balho dos professores se tornem mais reais, visto que foi criada uma cultura 
em que se defende que as informações disponíveis nas redes são reais. 
Diante do exposto, é importante utilizar as Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TICs) de forma crítica e: 
 “ Ao professor cabe o papel de estar engajado no processo, cons-ciente não só das reais capacidades da tecnologia, do seu po-tencial e de suas limitações para que possa selecionar qual é a 
melhor utilização a ser explorada num determinado conteúdo, 
contribuindo para a melhoria do processo ensino-aprendiza-
gem, por meio de uma renovação da prática pedagógica do pro-
fessor e da transformação do aluno em sujeito ativo na constru-
ção do seu conhecimento, levando-os, através da apropriação 
desta nova linguagem a inserirem-se na contemporaneidade 
(MERCADO, 2002, p. 18).
A cibercultura desfez vários paradigmas não apenas na educação, mas na socie-
dade como um todo. Os espaços foram rompidos, as informações contidas em 
livros, aos poucos, estão sendo trocadas e as bibliotecas físicas, em muitos lugares, 
estão dando espaço ao laboratório de informática. Ocorre, dessa forma, uma 
191
UNICESUMAR
desterritorialização, ou seja, estamos vivendo um momento em que a informação 
deixou de estar centralizada e passou a ser de um espaço universalizado. Esse fato 
fez com que a forma de se trabalhar e até mesmo de estudar há cinco anos seja 
bem diferente do que estamos vivendo nos dias de hoje (LÉVY, 2010). 
Consequentemente, com o avanço da cultura digital, novos espaços estão 
surgindo. Além da educação formal das instituições escolares, vários espaços 
não-escolares estão ganhando força e campo no mundo digital. As pessoas já não 
estão preocupadas com o local que detém a informação, mas como acessá-la de 
forma rápida. O lugar, atualmente, não é o mais importante, mas a informação 
que está sendo transmitida. Falar em ciberespaço é justamente compreendermos 
que é possível aprender português, matemática, história, geografia e ciências, por 
exemplo, sem estar presente fisicamente. Um exemplo disso é você, acadêmico(a), 
que está cursando Pedagogia a distância e busca uma formação sem estar presente 
fisicamente em nossa sede. Isso é a prova de como a educação está rompendo as 
barreiras e abrindo várias oportunidades independentemente do local em que 
ela se encontra, graças às tecnologias presentes em nossa sociedade: 
 “ Com as Novas Tecnologias da Informação abrem-se novas pos-sibilidades à educação, exigindo uma nova postura do educador. Com a utilização de redes telemáticas na educação, pode-se obter 
informações em fontes, como centros de pesquisa, Universidades, 
bibliotecas, permitindo trabalhos em parceria com diferentes esco-
las; conexão com alunos e professores a qualquer hora e local, favo-
recendo o desenvolvimento de trabalhos com troca de informações 
entre escolas, estados e países, através de cartas, contos, permitindo 
que o professor trabalhe melhor o desenvolvimento do conheci-
mento (MERCADO, 2002, p. 13). 
Por isso, devemos ter em mente que “ciberespaço”, de acordo com o teórico 
Pierre Lévy (2010), não se baseia em determinar o local onde está a informação 
ou até mesmo o conhecimento, mas assimilar que, por onde andamos, estamos 
aptos a aprender coisas novas. Não importa o dia, a semana, a hora, se é feriado, 
ou não: o lugar de aprender deixou de ser fixo e passou a ser atemporal. Para 
o autor, diante das conexões presentes em todos os lugares, deixam de existir 
tempo e espaços específicos: basta um dispositivo com acesso à Internet e você 
poderá buscar qualquer tipo de informação.UNIDADE 5
192
A cultura do conhecimento e da informação está se alterando diariamente. Não é 
possível viver informado apenas com o conteúdo de livros e jornais. De acordo com 
Lévy (2010), a cibercultura soma todas as informações existentes e as centraliza nas 
redes, o que gera os mais variados espaços e lugares em um único lugar, que é a In-
ternet. À medida que os espaços vão se alterando, o comportamento dos indivíduos 
também acompanha essas mudanças, logo, os paradigmas que cercam o tempo e o 
espaço vão sendo rompidos:
 “ As novas tecnologias podem ter um significativo impacto sobre o papel dos professores, pela formação constante recebida via internet, em termos de conteúdos, métodos e uso da tecnologia, apoiando um 
modelo geral de ensino que encara os estudantes como participantes 
ativos do processo de aprendizagem e não como receptores passivos 
de informações ou conhecimento, incentivando-se os professores a 
utilizar redes e começarem a reformular suas aulas e encorajar seus 
alunos a participarem de novas experiências (MERCADO, 2002, p. 26).
 Com o avanço da tecnologia, muitas coisas deixarão de existir, tais como profissões, 
equipamentos, bens e serviços, e todas essas mudanças precisam estar presentes no 
ambiente escolar. É importante destacar essas questões, tendo em vista que as me-
todologias e as práticas de ensino também se alteram com o passar do tempo. Por-
tanto, rever e até mesmo repensar no modo como se está conduzindo o processo de 
ensino-aprendizagem é urgente. Embora o professor não venha perder a sua função 
ou terá a sua substituição por robôs, ele precisará dar um novo significado ao seu 
cargo, ao entender que a sociedade está se transformando e as instituições de ensino 
precisam acompanhar esse processo. 
O gestor escolar precisa reconhecer que a escola não é somente um lugar 
em que se é buscado conhecimento científico, mas a sua função é muito mais 
abrangente. As instituições de ensino visam propiciar uma formação social que 
enfrenta outras formas de socialização e transmissão de saberes. Estar alinhado 
com todas essas mudanças faz com que a sociedade seja construída por pessoas 
que compreendem a realidade.
Por isso, ter professores que utilizem a tecnologia para ensinar poderá mostrar 
as diversidades presentes, e não apenas um conhecimento restrito. Essas ações rom-
pem com as diferenças e evidenciam aos alunos que o convívio em grupo é mais 
193
UNICESUMAR
abrangente do que a tolerância ao outro, já que é preciso conviver e, acima de tudo, 
respeitar o “diferente”:
 “ Pode-se dizer que as tecnologias digitais quando bem utilizadas na educação podem ser um ponto de partida para o levantamen-to de questões e a busca de soluções para os problemas identifica-
dos nos respectivos níveis de aprendizagem, com a finalidade de 
produzir conhecimento. Já que o avanço da internet, dos disposi-
tivos móveis e de outros aplicativos alterou radicalmente a forma 
de socializar, construir, colaborar e inovar. Essa dinâmica social 
possibilita pensar a aprendizagem a partir das novas tecnologias 
(OLIVEIRA, 2019, p. 147). 
Por fim, devemos entender que, embora toda a tecnologia presente não tenha 
sido elaborada, a princípio, para fins pedagógicos ou até mesmo didáticos, a 
educação se apropriou dela com o passar do tempo. Nesse contexto, à medida 
que as necessidades foram surgindo, adequações precisaram ser realizadas. 
Também é preciso ter em mente que a tecnologia está presente dentro do 
ambiente escolar e na própria sociedade, por isso, a forma de se comunicar 
ou até mesmo de se informar não está restrita apenas aos materiais impressos. 
Muito pelo contrário, a Internet nos possibilita uma variedade de caminhos 
para aprender. Assim, compreender essas demandas e ter uma formação con-
tinuada adequada são elementos extremamente necessários, pois proporcio-
nam uma aprendizagem plural e, consequentemente, digital. 
A importância da gestão escolar e a contribuição 
da tecnologia
A tecnologia nos proporciona uma infinidade de pos-
sibilidades. Para o gestor, em suas atividades, não é 
diferente. No podcast de hoje, falaremos da impor-
tância da gestão escolar e como a tecnologia contri-
bui para a sua organização e eficiência, afinal, saber 
lidar com esse recurso é fundamental para se obter 
uma gestão que gere bons resultados e aproxime 
toda a comunidade escolar. Vamos lá! 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3901
UNIDADE 5
194
O PAPEL DO GESTOR FRENTE À ERA DIGITAL
Você deve estar se perguntando: por que estamos falando de tecnologia em uma 
disciplina de gestão escolar? A resposta é simples! O diretor precisa dar respaldo 
administrativo e pedagógico dentro da instituição a qual faz parte e essa atitude 
exige que todas as suas ações estejam centradas naquilo que está acontecendo na 
sociedade, afinal, a escola precisa preparar os jovens não apenas para o mercado 
de trabalho, mas para viver em sociedade. 
Seguindo essa linha de pensamento, consideramos que o papel do gestor frente 
à essa era digital é o de dar condições para que professores e alunos possam desen-
volver as suas atividades dentro do ambiente escolar. Quando isso não for possível, 
precisa criar meios, seja por meio da secretaria municipal, seja pelo próprio Estado, 
de solicitar suprimentos para que a escola tenha condições de preparar os alunos 
para a realidade digital e proporcionar outros meios de aprendizagem.
A educação vem sofrendo transformações diariamente e as instituições de 
ensino precisam realizar essa leitura para que, assim, venha ser possível atender 
às demandas existentes. O aluno precisa estar apto e ter condições de fazer uma 
leitura crítica, ao desenvolver uma reflexão sobre as ações que acontecem na 
sociedade. Assim como já foi apresentado, o processo de ensino-aprendizagem 
não está centrado apenas na escola, mas, com o avanço da tecnologia e até mes-
mo da Internet, outros espaços foram construídos e os docentes precisam estar 
preparados para essas alterações. 
195
UNICESUMAR
Você consegue perceber a importância do gestor dentro do processo de en-
sino-aprendizagem? É em decorrência disso que é importante ter uma equipe 
bem treinada e qualificada para a função, não apenas os docentes, mas todos os 
que estão envolvidos com a escola. Essas transformações precisam ser proble-
matizadas no ambiente escolar, para que os alunos sejam engajados, motivados e 
atentos a tudo aquilo que está a sua volta. Além disso, um gestor não pode admitir 
que professores e alunos sofram qualquer tipo de “ataque”, presencial ou on-line: 
a ideia é compreender os problemas que a tecnologia traz e encontrar soluções. 
Desse modo, o papel do gestor ultrapassa as questões burocráticas de sua função 
e, para que seja possível desenvolver o seu trabalho, é necessária uma comunidade 
escolar engajada nas ações da escola. 
Entretanto, como o gestor conseguirá reunir todas essas informações, mu-
danças e transformações e atender às demandas já existentes na escola? Assim 
como em qualquer outra área, é necessário ter organização e um bom planeja-
mento. Lembre-se de que ninguém faz nada sozinho e ter uma equipe treinada 
e engajada faz toda a diferença. O gestor precisa partir do princípio democrático 
e participativo, assim como consta na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 
9.493/96, que estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional. 
Nesse contexto, a responsabilidade de discutir as questões que cercam a tec-
nologia não cabe apenas ao diretor ou aos professores, mas a toda comunidade 
escolar. Portanto, as instâncias colegiadas também precisam participar desse pro-
cesso, ao darem sugestões e ao elaborarem ações de engajamento com os alunos, 
pais e professores, a fim de se edificar um local que atenda aos discentes de forma 
plena. Em outras palavras, devemos ter uma escola que cumpra a sua função 
com base nos interesses atuais. Por isso, as metodologias e as práticas precisam 
ser revistas, além de serem inseridas as tecnologias educacionaise realizada a 
ressignificação das formas de aprender.
Seguindo os preceitos expostos, a função do gestor escolar é a de proporcio-
nar condições para facilitar as práticas pedagógicas, seja por meio de estratégias, 
seja por intermédio da orientação aos professores e a toda equipe pedagógica, 
proporcionando um ambiente propício para que os docentes contribuam com a 
construção do conhecimento, ao reconhecerem que os seus alunos estão inseri-
dos em uma cultura digital. O gestor não pode se esquecer do seu trabalho bu-
rocrático, mas precisa proporcionar para a equipe um ambiente favorável, o que 
inclui pessoas envolvidas com a missão de fazer a diferença no ambiente escolar:
UNIDADE 5
196
 “ É importante a boa relação entre os indivíduos; seja no ambiente escolar, ou em outros espaços, para o crescimento daquele am-biente e das pessoas envolvidas, visto que é de forma coletiva que 
se consegue alcançar mais rápido os objetivos comuns. Um ges-
tor consciente e crítico do seu papel deve promover um espaço 
que seja adequado para que todos possam participar, sem existir 
distinção, levando-se em consideração que todos os membros se 
sintam responsáveis pelo progresso da instituição de ensino. Ao 
agir dessa maneira o gestor escolar estará criando um vínculo entre 
os profissionais e a instituição. Esta proposta deve acenar para um 
ambiente prazeroso e democrático, pois a escola deve cumprir sua 
função social que é a de formar cidadãos com valores éticos, 
emocionais, respeito e discernimento (SOUZA, 2020, p. 7).
Quando um gestor trabalha com uma equipe motivada em prol da qualidade na edu-
cação, a instituição de ensino, em conjunto com toda a comunidade escolar, fortale-
ce-se. Entretanto, muitas escolas ainda carecem de recursos tecnológicos, o que exige 
o envolvimento de todos na construção de uma educação que atenda a todos e tenha 
como pilar o respeito às diferenças. Dessa forma, um ambiente prazeroso para trabalhar 
faz com que toda a equipe exerça a sua função com excelência. Os desafios aparecerão, 
porém o gestor precisa estar atento ao que acontece na escola, a fim de que, quando 
necessário, convoque as instâncias colegiadas para discutir as reais necessidades. 
Diante do exposto, as transformações não podem acontecer apenas no que 
tange à estrutura, mas também no processo de ensino-aprendizagem. Além do 
mais, os dispositivos tecnológicos por si só não são capazes de mudar a educação, 
mas é preciso que haja professores capacitados e comprometidos com a educação:
 “ Noções como tempo, espaço, identidade, sujeito, verdade, autorida-de ou ordem estão muito diferentes do que eram há cerca de vinte ou trinta anos; e estão muitíssimo diferentes do que eram antes disso. 
Do ponto de vista educacional, essas noções são fundamentais para as 
concepções que se tem acerca do conhecimento, de suas funções e do 
seu processo de construção e compartilhamento. E, uma vez que essas 
coisas se rearranjam em suas interrelações, todo o aparato de coisas a 
elas ligado, como métodos, instrumentos, rituais e especialistas, tam-
bém mudará de lugar (MONTEIRO; MOTTA, 2013, p. 15).
197
UNICESUMAR
A seguir, explicaremos como as tecnologias podem melhorar a comunicação 
entre o gestor e a comunidade escolar. Imagine a necessidade de uma reunião de 
pais ou responsáveis em um dia qualquer. Os professores comunicam os alunos e, 
consequentemente, eles deverão avisar os seus pais ou responsáveis que precisam 
ir até a escola para participar de uma reunião. Todavia, será que todos os jovens 
comunicarão os seus responsáveis para a reunião? Agora, suponha que a escola 
utilize um meio digital para convocar os pais ou responsáveis para essa reunião. 
Podemos ir além, uma vez que esse encontro poderia ser transmitido ao vivo. Será 
que a participação não seria maior? Você consegue observar como a tecnologia 
pode ajudar o gestor em uma reunião de pais, por exemplo?
Quando falamos de tecnologia, não estamos discutindo o seu uso apenas 
em sala de aula, mas todos os departamentos da escola podem usar os meios 
digitais para facilitar a sua comunicação, acelerar processos e garantir que as 
informações sejam de fácil acesso, com o objetivo de que a comunidade escolar 
esteja em sintonia com os assuntos escolares. O exemplo expresso foi apenas 
uma das possibilidades que o gestor pode utilizar para se comunicar com a parte 
interessada, porém existem outras formas e até mesmo ferramentas para colocar 
essas ações em prática. 
APLICATIVOS PARA A GESTÃO ESCOLAR
No decorrer da unidade, foi expli-
cada a importância da tecnologia 
e a visão que o gestor precisa ter 
diante desse recurso. Embora a es-
cola ainda esteja estabelecida em 
um modelo tradicional, é necessá-
rio que toda a comunidade reveja 
as suas práticas. Vale destacar que 
é importante que as instituições 
de ensino acompanhem os an-
seios sociais, porque as pessoas estão inseridas em uma cibercultura, logo, em 
espaços diversos. Portanto, o distanciamento não pode ser um empecilho para 
termos uma comunicação rápida e eficiente. 
UNIDADE 5
198
Os recursos tecnológicos nos proporcionam uma forma mais dinâmica de exe-
cução dos projetos. Pensando nisso, serão apresentadas algumas ferramentas 
que podem ser trabalhadas por gestores, equipe pedagógica e diretiva, profes-
sores e até mesmo alunos. Não faremos um passo a passo de como utilizar essas 
ferramentas, mas a nossa finalidade é a de apresentar as que podem ser usadas 
gratuitamente, de que forma e qual é a sua finalidade. No entanto, é importante 
frisar que, para que seja possível desenvolver um trabalho colaborativo e mais 
participativo, é necessária a colaboração de todos.
 Dentre os diversos aplicativos e até mesmo softwares disponíveis no mercado, 
gratuitos ou pagos, apresentaremos, a seguir, uma plataforma de fácil integração e 
que, com acesso à Internet, poderá ser utilizada por qualquer usuário que tenha a 
sua liberação. Assim, divulgaremos as plataformas Google e Microsoft 365, ambas 
com versões gratuitas (algumas limitações) e pagas (uso mais amplo). As duas 
são compatíveis com vários dispositivos Android ou iOs, smartphones, tablets, 
desktop, notebook, dentre outros. Por se tratar de uma disciplina de gestão escolar, 
focaremos em suas funcionalidades. 
Para a utilização da plataforma Google, é necessário ter uma conta no 
Google, que pode ser criada ou acessada por meio do link: https://accounts.
google.com/signup. Já para o uso da Microsoft 365, o cadastro deve ser rea-
lizado em: https://login.live.com/. 
https://accounts.google.com/signup
https://accounts.google.com/signup
199
UNICESUMAR
De acordo com o infográfico, é possível observar as funcionalidades que um 
gestor pode se apropriar e aplicar em sua gestão. Embora as funcionalidades 
tenham a mesma proposta, existem as particularidades de cada empresa, ao 
desenvolver os seus programas. Foram apresentadas as funcionalidades apli-
cadas na área de gestão escolar, propondo, assim, um modo de deixar o tra-
balho mais organizado e compartilhado. Lembre-se de que o diretor precisa 
prestar contas do seu trabalho, as decisões são tomadas de forma coletiva e 
as instâncias colegiadas precisam ter acesso às informações em relação às 
suas atribuições. Por isso, além de uma gestão democrática, é preciso que ela 
venha a ser transparente. 
CONCEITUANDO
UNIDADE 5
200
Toda instituição precisa de um e-mail para se comunicar, que pode ser 
institucional, ou não. O importante é que ela tenha como premissa criar 
departamentos para que a comunidade escolar saiba para o local de dire-
cionamento de sua dúvida, sugestão, reclamação ou até mesmo observação. 
A proposta é a de justamente tornar o processo mais ágil, ou seja, se o pai 
ou responsável pretende falar sobre questões pedagógicas e não pode ir até 
a escola ou não consegue ligar, é necessária a existência de um e-mail dire-
cionado para esse indivíduo fazer um agendamento,sanar as suas dúvidas 
ou até mesmo resolver o possível problema. Também é necessário que ele 
seja utilizado para resolver os problemas relacionados à escola e tenha o 
uso exclusivo para esse fim. Isso significa que não é ético utilizar o e-mail de 
trabalho para fins pessoais.
São vários os provedores que podem ser utilizados. Entretanto, em de-
trimento do fato de que a nossa proposta é a de fazer um trabalho com-
partilhado, é importante que todos os setores utilizem o mesmo provedor. 
Caso a escola venha a optar pela Plataforma Google para desenvolver as 
suas atividades e os seus trabalhos, é essencial que utilize o Gmail. O mesmo 
ocorre se a escola utilizar a plataforma da Microsoft, que exige o Hotmail 
ou Outlook. Tudo isso torna o uso das ferramentas disponíveis mais fácil. 
Além disso, é imprescindível a realização do login na conta que deseja, o que 
permite fazer o uso de todas as ferramentas disponíveis. Vale destacar que, 
por meio do cadastro, também é possível acessar todos os programas que 
discutiremos em seguida. 
No que tange ao armazenamento nas nuvens, dentre as várias opções 
gratuitas, temos o Google Drive e o OneDrive: ambas são ferramentas para 
armazenamento e sincronização de arquivos, visto que abrigam uma va-
riedade de aplicações. Dentre elas, é possível salvar documentos, planilhas, 
apresentações, fotos, vídeos, arquivos e pastas. Muitos documentos precisam 
ficar disponíveis para a comunidade escolar, tais como o Projeto Político 
Pedagógico, o regimento escolar, o plano de trabalho docente e as prestações 
de conta. Em consequência disso, todos precisam estar na escola e, mesmo 
em formato impresso, eles podem estar disponíveis on-line. 
201
UNICESUMAR
Assim que você se formar 
e começar a trabalhar em uma 
escola, será necessário conhecer 
os seus documentos. Para que 
a equipe pedagógica e diretiva 
não gastem tempo procurando, 
é possível disponibilizar o link 
de acesso, pois, dessa forma, 
você terá o que precisa. Outro 
exemplo, é um pai que fará a 
matrícula do seu filho e precisa 
da ficha de cadastro. Para ace-
lerar o processo, ela pode ficar 
disponível no drive, o que exige 
apenas o acesso, a impressão e a 
ida até a secretaria da escola. O 
compartilhamento de arquivos 
é fundamental para facilitar o 
trabalho das pessoas, além de 
ser possível que fiquem visíveis 
apenas para um grupo específi-
co ou sejam públicos: cabe ao gestor fazer essas definições.
Para iniciar a utilização do Google Drive, é preciso acessar o site: http://drive.
google.com em um navegador de sua preferência. No caso do OneDrive, basta 
acessar o link: https://onedrive.live.com/. É significativo criar cada pasta e con-
ceder o acesso às pessoas de acordo com os seus interesses, dado que, assim, é 
possível determinar por usuário se ele terá a possibilidade de visualizar o arqui-
vo ou se poderá até mesmo criar, editar ou excluir. Depois de criada a conta, o 
drive já pode ser utilizado. A adição de arquivos pode ser por meio da criação 
de documentos ou uploads. Para fazer o upload de arquivos, você precisa arras-
tá-los, como se estivesse movendo arquivos do seu computador, ou pode clicar 
em “Novo” e fazer o upload do arquivo. 
UNIDADE 5
202
Lembre-se de que a proposta é apre-
sentar as ferramentas para você se aper-
feiçoar. Depois de lido o conteúdo, 
você precisa acessar os links que foram 
disponibilizados e saber mais sobre os 
itens que deseja. Ficou difícil compreen-
der? Detalhemos para que fique mais fácil. 
O upload também pode ser feito pela forma convencional, com as caixas de 
diálogo do sistema. Para isso, basta clicar em “Novo” e, em 
seguida, em “Upload de arquivo” ou “Fazer o upload 
de arquivos”, respectivamente. Em seguida, será aber-
ta uma janela do sistema operacional para que você 
busque e selecione os arquivos desejados. Tanto o 
Google Drive quanto o OneDrive permitem ane-
xar várias extensões de arquivos dentro do limite 
de cada versão. As versões gratuitas partem de 5 a 
15 GB, dependendo da plataforma utilizada. 
Outra ferramenta para se trabalhar de forma colaborativa e on-line são os 
editores de texto, planilha e apresentação. O Google Docs é uma ferramenta 
localizada dentro do pacote Google Drive e está relacionada à produção de 
documentos de textos, planilha de cálculos, uma apresentação ou formulá-
rios para coleta de dados em conjunto com outras pessoas de seu grupo. Para 
acessar a plataforma, é só digitar https://www.google.com/intl/pt-BR/docs/
about/ no navegador de sua preferência. Pela Microsoft (Office 365), não é 
muito diferente: você acessa todas as ferramentas similares e pode trabalhar 
on-line com vários outros colaboradores. Basta acessar https://login.live.
com/ e usa-la de acordo com a sua necessidade. 
Os editores de texto são ótimas ferramentas para que professores e até 
mesmo a equipe pedagógica desenvolvam projetos, plano de trabalho docen-
te, relatórios, avaliações e insiram sugestões. Dessa forma, é muito comum 
fazer a impressão dessas atividades e leva-las para a equipe fazer uma pré-
-avaliação antes mesmo de aplicá-las. Essas atitudes podem ser resolvidas a 
partir do momento em que há arquivos on-line compartilhados, que agilizam 
o processo para a equipe pedagógica. No caso do Projeto Político Pedagó-
203
UNICESUMAR
gico, que é um documento que precisa ser construído de forma coletiva, ele 
também pode estar disponível para consultas, sugestões, reavaliação, críticas, 
a fim de que todos tenham acesso e possam contribuir de alguma forma. São 
muitas as possibilidades que podem ser desenvolvidas e trabalhadas de forma 
compartilhada, inclusive, a publicação de comunicados. 
Resumidamente, é possível fazer a criação e o compartilhamento de seu 
trabalho on-line. Não só, mas também é permitida a formulação de documen-
tos, planilhas e apresentações on-line, o compartilhamento, a colaboração em 
tempo real, a organização e o armazenamento de seu trabalho com segurança. 
São muitas as possibilidades, mas, assim como qualquer mudança de rotina, 
pode causar estranhamento. Contudo, tenha em mente que esse é um hábito 
que facilita os processos dentro de uma gestão e, consequentemente, ajuda 
o meio ambiente. Os usuários que estão acostumados com os programas da 
Microsoft Office estranharão as funcionalidades do Google Docs, porém, 
com pouco tempo de uso e diante do que proporciona, será fácil a utilização.
E você? O que achou? Vale a pena conhece-las, visto que são plataformas 
que podem contribuir para a atividade do gestor. Além do mais, assim como 
já descrevemos no decorrer da unidade, a escolha de um editor de texto se 
relaciona com as necessidades do usuário. Não é possível defendermos o me-
lhor ou mais eficiente, já que cada um apresenta características diferentes: 
basta se adaptar e aprimorar. 
Não há como falar de organização e, principalmente, de prestação de 
contas, sem a utilização de planilha. É claro que você pode utilizar outros 
programas, porém, para a criação de tabelas e gráficos, é fundamental o uso 
de programas específicos que agilizam o trabalho do gestor. Assim como já 
estudamos, as instâncias colegiadas têm um papel fundamental na escola e 
precisam acompanhar vários processos realizados pelo gestor. Em contrapar-
tida, essas ações precisam ser repassadas as partes interessadas. 
Para que tudo seja aprovado, todos devem ter acesso ao que está sendo rea-
lizado na escola, como o dinheiro que está sendo aplicado e as movimentações 
financeiras. Agora, imagine todo esse trabalho disponível on-line para consulta? 
Poder acompanhar a atuação da gestão não é ter uma atitude transparente? Por 
isso, a utilização de planilhas é de extrema importância, afinal, do mesmo modo 
que é possível o compartilhamento de textos, é possível partilhar planilhas. 
UNIDADE 5
204
Tratemos da utilização das planilhas. Muitos podem acreditar que só é pos-
sível fazer planilhas com o Excel, da Microsoft, mas isso não é uma verdade. 
Existem outras opções de editor de planilhaseletrônicas. Em decorrência da 
familiaridade entre o Google e a Microsoft, os programas possuem recursos bem 
parecidos: inserir bordas, formatação de células, incluir imagens e desenhos, fazer 
comentários, criar gráficos e tabelas, e desenvolver fórmulas e funções. Enfim, são 
muitos recursos que podem ser utilizados por ambos os programas.
A planilha do Google é bem similar a Excel, da Microsoft, porém, de acordo 
com o que deverá ser realizado, o caminho pode ser distinto. Ao acessar a barra 
de ferramentas, é possível localizar o que deseja fazer. Algumas limitações podem 
existir, mas, assim como já foi discutido, tudo dependerá das suas necessidades. 
Diante do fato de que a nossa proposta é o trabalho com essas ferramentas na 
sala de aula ou para uso do professor, a sua utilização pode ser muito útil. 
Para que se tenha um bom desempenho nas atividades, é importante que 
o diretor passe segurança para a sua equipe e para todos que estão envolvidos 
com a escola. Assim, dar a liberdade de ser avaliado ou até mesmo de receber 
opiniões ou sugestões das instâncias colegiadas é fundamental para uma gestão 
democrática. No entanto, pais, professores e até mesmo os alunos podem se sentir 
desconfortáveis na hora de expor as suas ideias frente ao gestor. Nesse contexto, 
suponha que exista um link que, ao acessa-lo, a comunidade escolar encontra 
um formulário em que é possível expressar anonimamente as suas angústias ou 
até mesmo sugerir ações a serem desenvolvidas na escola. Será que não haveria 
uma maior participação? É claro que os formulários existem para as mais diversas 
situações: o que apresentamos são sugestões do que pode ser feito para aprimorar 
ainda mais a participação da comunidade escolar. 
Outro exemplo que podemos destacar é a realização de uma pesquisa com 
alunos, pais, professores e equipes pedagógica, operacional e diretiva sobre os 
projetos a serem desenvolvidos na escola, a fim de se obter os resultados de forma 
organizada, os quais poderão ser elencados em forma de gráficos para compreen-
der os dados. Isso já é possível com o Formulário Google e o Forms da Microsoft. 
Ambos captam e compilam as informações por meio de vários formatos de per-
guntas, como a múltipla escolha, as listas suspensas e as escalas lineares: 
205
UNICESUMAR
 “ O formulário construído pode ser disponibilizado através de um endereço eletrônico e, quando preenchido pelos respondentes, as respostas aparecem imediatamente na página do Google Forms 
do usuário que os criou. Essa é uma das principais vantagens no 
seu uso à visualização dos dados coletados. As respostas aparecem 
organizadas em uma tabela (...), onde cada coluna corresponde às 
resoluções de uma questão e cada linha corresponde a um respon-
dente. Essa planilha pode ser exportada em diversos formatos, in-
clusive como uma planilha Excel (MATHIAS; SAKAI, 2013, p. 7). 
Além de ser possível realizar uma exportação com programas compatíveis, é 
permitido inserir imagens e vídeos, realizar testes com corretor automático 
e até mesmo ramificar as perguntas de acordo com as respostas. A utilização 
desses recursos é fundamental para os gestores que precisam de respostas 
imediatas e já organizadas em planilhas. Além disso, é importante destacar 
que cada gestor tem as suas necessidades e deve se adaptar conforme aquilo 
que realmente precisa em sua função. Portanto, a nossa proposta é a de mos-
trar que é possível usar recursos tecnológicos para facilitar a organização do 
gestor e até mesmo a aceleração dos processos.
Você, acadêmico(a) de Pedagogia, perceberá que professores, tutores e 
coordenadores utilizam as ferramentas digitais para expor as suas ideias e os 
seus ensinamentos devido à simplicidade e à objetividade que possibilitam ou 
a fim de repassar as informações de forma rápida e dinâmica. A apresentação 
de slides é algo que faz parte da vida do docente e até mesmo do gestor, ao 
conduzir reuniões ou ao ministrar aulas. No ensino superior, nós, professores, 
a utilizamos para fazer as nossas aulas conceituais, mapas, lives, atividades e 
dentre várias outras ações.
Com esse recurso, é possível criar slides ou abrir um já existente, assim 
como o Powerpoint. Pode-se, ainda, apresentar de forma on-line, sem a ne-
cessidade de qualquer outro programa. Com esse aplicativo, é possível inserir 
tabelas, imagens, desenhos, vídeos do Youtube, formas geométricas, caixa de 
texto e outras apresentações de slides. Por fim, também é possível escolher um 
modelo já pronto ou criar um de acordo com as suas necessidades.
UNIDADE 5
206
Um grande desafio por parte dos pedagogos e da equipe pedagógica e di-
retiva é a montagem do calendário escolar. Essa é uma atitude difícil, porque 
é ele que define todas as ações que serão feitas no ano seguinte. Certamente, 
sempre haverá alguma alteração devido aos fatores que não cabem ao ges-
tor, mas uma coisa é fato: é necessário que o calendário seja bem elaborado 
e contemple todas as previsões legais. É por intermédio do calendário que 
toda a escola e até mesmo a comunidade escolar realizará o planejamento 
do ano letivo, ou seja, ele precisa ser acessível à parte interessada. Será que é 
possível fazer isso de forma on-line? A resposta é sim! Com o Google Agenda 
e o Calendário da Microsoft, a equipe responsável pelo planejamento pode 
disponibilizar o calendário para a comunidade escolar. 
O Google Agenda e o Calendário da Microsoft estão disponíveis na Web 
e, com eles, é possível adicionar e controlar eventos e compromissos, com-
partilhar a programação com outras pessoas, agregar diversas agendas pú-
blicas a sua e dentre outras funções. Eles também podem ser sincronizados 
com o seu e-mail ou dispositivo eletrônico que tenha acesso à Internet. Para 
usar a Google Agenda, acesse: https://calendar.google.com. Já para conhecer 
o Calendário da Microsoft, acesse: https://outlook.office365.com/calendar. 
Com a agenda, é possível compartilhar compromissos com outras pessoas e 
o aplicativo pode ser acessado por qualquer dispositivo móvel. 
Os recursos tecnológicos foram apresentados pensando justamente em 
uma escola inserida no meio digital, que facilita a comunicação entre pro-
fessores, pais, alunos e equipe pedagógica e diretiva. Assim como acontece 
com vários elementos de nossa vida, precisamos de adaptação. O gestor não 
pode simplesmente afirmar que transformará a comunicação da escola, mas 
é preciso um trabalho coletivo, em que todos estejam abertos a pensar de for-
ma digital. Devemos utilizar a tecnologia a nosso favor e, consequentemente, 
tornar a comunicação mais eficaz e efetiva. 
O USO DAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DE 
PROFESSORES
Falar em gestão escolar, dentre várias outras funções, é se preocupar com a for-
mação dos professores. São vários os desafios encontrados diariamente dentro 
https://calendar.google.com
207
UNICESUMAR
do ambiente escolar e isso 
faz com que os educadores 
tenham condições de lidar 
com o diferente. A diversi-
dade presente na escola é de 
suma importância, pois con-
tribui para que a comunidade 
escolar compreenda o “outro” 
e, principalmente, respeite os 
que estão presentes. Para que 
seja possível trabalhar com o 
“diferente”, é necessária uma formação que permita que o gestor, em conjunto com 
a equipe pedagógica, estabeleça pautas a serem discutidas no curso de formação. 
Em todo início de ano letivo, os professores passam por uma formação, tam-
bém conhecida como “semana pedagógica”. Nela, são trabalhados temas de di-
versas áreas e é nesse momento que todos que fazem parte da escola precisam 
fazer uma reflexão e estabelecer ações para resolver os problemas que venham a 
acontecer dentro da escola. Assim como já destacamos, a escola é um local que 
proporciona aos indivíduos não somente o conhecimento científico, mas eviden-
cia a convivência em sociedade. Contudo, para que isso ocorra, é necessário que 
os docentes tenham dimensão da sua importância enquanto mediadores nessa 
jornada e o gestor, em conjunto com a equipe,deve levantar pautas e discutir 
assuntos que fazem parte da realidade da comunidade escolar. 
Título: Entre os muros da escola
Ano: 2008
Sinopse: o professor François Marin assume aulas em um colégio de 
periferia em Paris, na França. A maioria de seus alunos é imigrante e 
ele tem como função ensinar o idioma local. Além disso, o professor 
tem um grande desafio no que tange à disciplina, tendo em vista que 
os alunos não se importam com a matéria, o que dificulta a execução 
do seu trabalho. Os discentes, a todo momento, resistem em atender 
às solicitações do professor, o que gera um clima desagradável para toda a turma. Além do 
descaso por parte dos discentes, há a falta de educação, que é constante durante o ano letivo.
EU INDICO
UNIDADE 5
208
São vários os temas que podem ser abordados na semana pedagógica. Alguns 
exemplos são: ensino-aprendizagem na era digital; metodologias; práticas; 
direitos humanos; educação ambiental; diversidade; racismo; xenofobia; de-
sigualdades sociais; inclusão; acessibilidade; tecnologias educacionais; in-
disciplina; educação financeira; metodologias ativas; projetos educacionais; 
pesquisa científica; bullying; e ciberbullying. Essas pautas podem ser traba-
lhadas em conjunto com os professores no ambiente escolar e esse momen-
to é muito importante para a realização de uma reflexão sobre os aspectos 
sociais, políticos, culturais, econômicos e tecnológicos. 
O uso das tecnologias é fundamental para a formação dos professores, 
a fim de que seja desenvolvido o conhecimento científico e elucidado o 
modo de pratica-lo com os alunos. Além disso, utilizar os recursos digitais 
é fazer com que o professor tenha olhares diversos sobre o mesmo tema. 
Exemplo disso é quando um conteúdo está exposto no livro didático e o 
docente realiza um contraponto com o que está disponível nas redes, a fim 
de promover uma reflexão se aquilo que está expresso faz parte, ou não, da 
realidade dos alunos.
 Esse momento é de reflexão, sobretudo quando acontece dentro do 
ambiente escolar. Por isso, é importante que o gestor elabore pautas e as 
problematize com todos os que fazem parte da formação. Vale destacar as 
particularidades de cada disciplina, porém a formação não é exclusivamente 
voltada para um conteúdo que os professores já dominam, mas se relaciona 
com os assuntos que estão sendo discutidos nos ambientes escolares. 
 Os assuntos que permeiam os alunos e os professores não precisam se 
restringir apenas a um docente ou até mesmo a uma disciplina. Lembre-se 
de que estamos tratando de gestão democrática e a participação da comuni-
dade escolar é fundamental para que seja possível transformar a sociedade e, 
consequentemente, a escola cumpra a sua função social. A responsabilidade 
de uma boa educação ou até mesmo uma boa escola não pode ser atribuída 
apenas a uma disciplina, um professor ou equipe pedagógica e diretiva, mas 
todos devem assumir o compromisso de fazer com que aquele conhecimento 
faça a diferença na sociedade. Devemos ressaltar a importância das instâncias 
colegiadas, ao assumirem o compromisso com a escola, compreenderem as 
diferenças e ao colocarem em prática o respeito pelo outro. 
209
UNICESUMAR
Conscientes da importância do professor no processo ensino-aprendizagem, sentía-
mos a necessidade de investirmos no professor, em sua formação inicial e continua-
da, pensando em uma forma de contribuirmos para a reversão do quadro apontado. 
Percebemos a urgência e a necessidade de estudos sobre a relação do professor com 
as novas práticas de leitura-escrita digital e com os processos de aprendizagem neste 
tempo de inovações tecnológicas. Consideramos que, na formação dos professores, 
tanto inicial quanto continuada, poucas e incipientes têm sido as iniciativas capazes de 
apontar saídas reais ou de contribuir de forma eficiente com um trabalho que integre 
a questão da aprendizagem, com o computador e a internet, presentes na contempo-
raneidade. Preocupando-nos com essa situação, e acreditando que o mundo acadê-
mico pode e deve contribuir com seus esforços investigativos para trazer um avanço a 
essas questões, enfrentamos uma nova pesquisa.
Fonte: Freitas (2009, p. 58).
EXPLORANDO IDEIAS
O gestor precisa compreender que à medida que a sociedade traça novos caminhos 
e realiza novas escolhas, a escola também precisa fazer o mesmo. Assim, sair da linha 
tradicional e trilhar novos caminhos são importantes dentro do contexto tecnológico. 
A ideia não é transformar o ambiente escolar em um mundo digital, até mesmo de-
vido à falta de estrutura das escolas, porém é preciso compreendermos que a cultura 
tecnológica e o ciberespaço estão aumentando em uma velocidade muito rápida.
A cada dia, os nossos alunos conhecem e adquirem informações de forma muito 
mais rápida do que os próprios professores, que ainda resistem em fazer uma leitura 
do mundo digital. Se eu desejo que o discente tenha condições de ser um sujeito 
crítico e tenha a capacidade de se comunicar de forma eficiente, os professores tam-
bém precisam ter essa preocupação. A aproximação das diversas realidades pelo 
mundo faz com que os alunos se tornem mais engajados e se comprometam com 
os assuntos levantados na escola.
O curso de formação precisa garantir que o professor tenha as competências 
necessárias para gerar, nos alunos, novas habilidades e competências, ou seja, formas 
de compreender o mundo em que vivem. O gestor escolar não pode admitir profes-
sores que não tenham condições de fazer uma leitura do mundo digital, da mesma 
forma que os docentes não podem aceitar uma formação que não seja eficiente e 
não lhe proporcione uma reflexão aprofundada. 
UNIDADE 5
210
As próprias metodologias e as práticas em sala de aula precisam estar em 
constante mudança. O trabalho deve ser coletivo e constantemente avaliado, 
ao apresentar as deficiências e a sua possível resolução. Por isso, a formação 
docente não pode ser compreendida apenas como um trabalho burocrático 
que precisa ser feito, mas como algo que permite que os professores façam 
uma reflexão sobre aquilo que estão realizando. 
No decorrer da unidade, procuramos apresentar a importância das Tec-
nologias de Informação e Comunicação (TICs) para o gestor. Além dessa 
discussão, foi possível observar a importância da formação dos professores 
não apenas para colocar em prática os assuntos pedagógicos enquanto prá-
ticas e metodologias, mas para formar pessoas críticas e reflexivas por meio 
do uso das tecnologias. Ter um corpo docente qualificado faz toda a diferença 
no processo de ensino-aprendizagem, afinal, para construirmos uma escola 
que realmente cumpra a sua função social, é necessário um trabalho colabo-
rativo e que possibilite o fortalecimento da 
escola pública e de qualidade. 
Considerando todos os avanços 
tecnológicos presentes em nossa so-
ciedade, não podemos argumentar que 
a falta de comunicação venha ser um 
motivo ou até mesmo uma desculpa 
para não se informar. Tudo o que fazemos 
ou podemos fazer precisa ter um elo que 
visa fortalecer a comunicação em várias fren-
tes. Além disso, o gestor precisa estar 
alinhado com a sua equipe diretiva e 
pedagógica e com o seu corpo docente, 
ao passo que o inverso também é necessário, 
a fim de que não haja falhas de comunicação. 
Tudo isso objetiva a criação de um ambiente 
em que a boa comunicação venha a ser a base da 
relação entre os sujeitos. O mesmo processo também deve 
ocorrer entre professores, alunos e todas as instâncias colegiadas presentes. 
Uma escola forte é colaborativa, ou seja, aquela em que todos participam, de-
senvolvem as suas funções e colocam em prática o conhecimento adquirido.
211
UNICESUMAR
Estamos rodeados de tecnologia e precisamos usar essa ferramenta para desen-
volver novas habilidades, fortalecer a comunicação e criar novas práticas e meto-
dologias no processo de ensino-aprendizagem. Precisamos ter a consciência de que 
falar de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) não é apenas fazeruma 
pesquisa com os alunos em um laboratório de informática, mas abrange outros 
aspectos. Além do mais, precisamos de professores cada dia mais engajados e que 
utilizem várias ferramentas na sala de aula, para que o discente tenha a possibilida-
de de conhecer outras ideias e até mesmo informações, o que atrela a qualidade ao 
ato de educar. Não podemos pensar em uma escola que apenas oferece ao seu aluno 
um conteúdo teórico, mas é necessário que ele esteja integrado com a realidade 
digital, a fim de que o sujeito flexibilize vários papéis na sociedade. 
Para que os professores tenham condições de exercer a sua função dentro des-
se mundo digital, é necessário que recebam uma formação sobre esses temas. Essa 
atitude gera docentes alinhados com os objetivos da escola e é nesse âmbito que se 
encontra a importância da formação continuada. O papel do gestor é fundamental 
nesse processo, visto que é ele que precisa liderar a sua equipe, fazer uma leitura das 
reais necessidades e compreender que a escola não é um espaço que não possibilita 
discussão, reflexão e problematização entre seus pares. Muito pelo contrário, estar 
aberto a discussão é fundamental, afinal, as pessoas só se desenvolvem a partir do 
momento em que elas estão abertas ao diálogo. Dessa forma, nos dias atuais, não há 
como falar de formação sem o uso das tecnologias educacionais. Portanto, é preciso 
pensar e executar os processos com base na realidade a qual o aluno está inserido, a 
fim de obter mais sucesso no processo educacional. 
A plataforma Google e sua utilização
Convido-lhe a aprender um pouco mais sobre a pla-
taforma Google e a sua utilização na gestão escolar. 
É importante destacar que cada gestor utilizará esse 
recurso de acordo com as suas necessidades. Por isso, 
cada item tem as suas funcionalidades e finalidades. 
Alguns recursos, tais como o editor de texto, a planilha, 
a apresentação e a videoconferência, têm a premissa 
de deixar a gestão mais participativa e democrática. 
Portanto, utilizá-los dará agilidade à comunicação. Va-
mos aprender mais sobre essa plataforma?
 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6246
212
AGORA É COM VOCÊ
1. Segundo Prata (2020, p. 13), “a formação continuada dos profissionais da edu-
cação (direção, pedagogos, professores e outros) é uma condição estratégica de 
atualização e promoção que, consequentemente, contribui para a melhoria da 
qualidade de ensino/aprendizagem e criação de novos modelos de gestão. Essa 
condição pode cumprir-se com rapidez e extensão através da tecnologia, mediante 
o uso dos recursos da TV, vídeos e informática e na criação de redes virtuais de 
informação e produção de conhecimentos. Dentre os recursos que tem auxiliado 
esse processo através da informática/internet destacam-se o correio eletrônico 
(meio de comunicação para envio e recepção de mensagens eletrônicas), listas 
de discussão ou fóruns (formado por pessoas e grupos que têm como objetivo 
a discussão de determinado assunto), chat (permite a conversa entre pessoas de 
forma interativa e em tempo real), teleconferências (conferências que envolvem 
usuários fisicamente distantes podendo envolver a transmissão e o recebimento 
de texto, som e imagem). Esses recursos devem subsidiar metodologias voltadas 
para aprendizagens, habilidades e competências que o professor queira desen-
volver com seus alunos”. 
PRATA, C. L. Gestão escolar e as tecnologias. In: ALMEIDA, M. E. B. de. et al. (org.). 
Formação de gestores escolares. São Paulo: Takano Editora e Gráfica, 2002. p. 
13-84.
Com base no que foi apresentado e em relação à formação docente por meio da 
tecnologia, analise as asserções a seguir:
I - Saber realizar uma leitura das tecnologias dentro do conteúdo que ministra na 
sala de aula faz com que o aluno tenha um engajamento maior, uma vez que 
é considerada a realidade ao qual ele vive. 
II - Os professores e os gestores precisam estar alinhados com as tecnologias, 
devido às mudanças que ocorrem na sociedade. Assim, consequentemente, 
devem buscar outras formas de facilitar a comunicação. 
III - O professor não pode considerar a tecnologia como algo que irá substituí-lo, 
mas que proporcionará outros olhares ao discente, ao relacionar o que está 
no livro didático e as informações disponíveis nas redes.
IV - Professores capacitados e que utilizam os recursos tecnológicos tornam o 
trabalho mais organizado, proporcionando uma maior eficiência nos processos. 
É correto o que se afirma em:
213
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
2. Moran (2003, p. 152) sustenta que “um diretor, um coordenador tem nas tecnologias, 
hoje, um apoio indispensável ao gerenciamento das atividades administrativas e peda-
gógicas. O computador começou a ser utilizado antes na secretaria do que na sala de 
aula. Neste momento há um esforço grande para que esteja em todos os ambientes e 
de forma cada vez mais integrada. Não se pode separar o administrativo e o pedagógico: 
ambos são necessários. Numa primeira etapa privilegiou-se o uso do computador para 
tarefas administrativas: cadastro de alunos, folha de pagamento. Depois, os computa-
dores começaram a ser instalados em um laboratório e se criaram algumas atividades 
em disciplinas isoladas, em implementação de projetos. As redes administrativa e pe-
dagógica, nesta primeira etapa, estiveram separadas e ainda continuam funcionando 
em paralelo em muitas escolas. Encontramo-nos, neste momento, no começo da inte-
gração do administrativo e do pedagógico do ponto de vista tecnológico”.
MORAN, J. Gestão inovadora da escola com tecnologias. In: VIEIRA, A. (org.). Gestão 
educacional e tecnologia. São Paulo, Avercamp, 2003. p. 151-164.
Com base no que foi apresentado e em relação à gestão e à tecnologia, analise as 
asserções a seguir:
I - A plataforma Google possibilita que gestores tenham mais organização e efi-
ciência em suas atividades. Além disso, o seu uso se dá de acordo com cada 
aplicativo. 
II - Ter o calendário escolar disponível no Google Agenda limita a comunicação, difi-
cultando o trabalho do pedagogo no momento de elaborar o planejamento anual. 
III - A prestação de contas é uma forma de apresentar os gastos e os investimentos 
da escola com a comunidade escolar. A utilização do Microsoft Excel dificulta o 
entendimento desses dados e é necessária a utilização de uma planilha on-line.
IV - Editores de texto, tais como o Word e o Excel, ajudam o pedagogo no momento 
de organizar as suas atividades, possibilitando que o Projeto Político Pedagó-
gico fique disponível on-line para consulta. 
É correto o que se afirma em:
214
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
3. De acordo com Alonso ([2021], p. 6), “é possível afirmar que tanto o clima como a cultura 
da escola são fatores importantes que condicionam em grande parte a ação docente 
influenciando os resultados das práticas que se desenvolvem em sala de aula e da apren-
dizagem do aluno. É nesse espaço que se pode notar a importância da gestão como 
elemento facilitador ou obstaculizador do trabalho pedagógico. Além disso, é do conhe-
cimento efetivo da comunidade escolar e de suas reais necessidades que deve alimen-
tar-se a direção para definir a sua proposta de ação e aplicação dos recursos existentes. 
Enquanto responsável último pelo desempenho escolar compete ao dirigente prover as 
condições necessárias para que o trabalho pedagógico possa desenvolver-se da melhor 
forma possível e de acordo com a Proposta Pedagógica estabelecida em conjunto com 
a comunidade escolar. Ao tempo que se espera do diretor uma ação provedora das 
condições e facilitadora desse trabalho, é de se supor que ele desenvolva instrumentos 
adequados de acompanhamento e orientação das atividades pedagógicas, permitindo 
a ele e aos demais educadores o controle dessas ações segundo critériosclaramente 
estabelecidos com os professores e demais membros da comunidade escolar”. 
ALONSO, M. Gestão escolar: revendo conceitos. [S. l.: s. n.], [2021]. Disponível em: 
http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto06.pdf. 
Acesso em: 20 jan. 2021.
Com base no que foi apresentado e em relação à gestão e à tecnologia, analise as 
asserções a seguir:
I - Embora o trabalho da escola venha a ser muito burocrático, principalmente o da 
equipe diretiva, utilizar as tecnologias para otimizar os trabalhos permite que os 
setores possam se comunicar mediante os recursos corretos. 
II - Cabe ao gestor fazer com que os professores utilizem a ferramenta tecnológica 
voltada para a educação. Assim, permanece em segundo plano a formação es-
pecífica, ou seja, o diretor orienta os professores a utilizarem os recursos digitais 
sem a necessidade de uma formação específica. 
III - As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) permitem que o professor 
avance no modelo tradicional de aula e apresente novas formas de ensinar e 
até mesmo de aprender aos alunos.
215
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
IV - Considerando a realidade a qual o professor está inserido e o aluno, que já está 
vinculado ao mundo digital, é necessário criar formas de engajar o discente, para 
que ele tenha condições de interpretar o que está disponível nas redes. 
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. Segundo Cavalli (1992, p. 243, tradução nossa), “os professores estão, na sua esma-
gadora maioria, agudamente conscientes da inadequação da formação profissional 
recebida; eles se sentem jogados na água sem que ninguém esteja preocupado em 
ensiná-los a nadar. De um lado, eles julgam quase sempre suficiente a preparação 
disciplinar obtida, mas se sentem desguarnecidos na linha de frente do conhecimen-
to dos problemas educativos, dos processos de aprendizagem na idade evolutiva, 
das metodologias didáticas gerais (programação curricular, avaliação etc.) e das me-
todologias didáticas específicas da matéria ensinada”. 
CAVALLI, A. Insegnare oggi: prima indagine IARD sulle condizioni di vita e di lavoro 
nella scuola italiana. Bologna: Il Mulino,1992.
Com base no que foi apresentado e em relação à formação de professores, analise 
as asserções a seguir:
I - Professores precisam utilizar o espaço de formação para debater os assuntos 
que são relevantes para a sociedade, afinal, os estudantes de hoje serão os 
profissionais do futuro. 
II - O curso de formação docente é um processo importante. Nele, o gestor pre-
cisa conduzir e ouvir os anseios dos professores, para que, no ano recorrente, 
venha a ser possível resolver os problemas do passado, garantindo uma maior 
efetividade nos reais problemas da escola. 
III - O gestor precisa garantir que os professores tenham a capacidade específica de 
suas disciplinas, tendo em vista que muitos docentes, mesmo frequentando a sala 
de aula, esquecem-se dos conteúdos que precisam ser aplicados com os alunos.
IV - Deve ser revista a necessidade de discussão sobre as tecnologias educacionais 
nas formações de professores, tendo em vista o distanciamento desse tema 
com o contexto atual. 
216
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
5. De acordo com Belloni (1998, on-line), “a escola é agora apenas mais uma entre 
as muitas agências especializadas na produção e na disseminação da cultura. Em 
concorrência com as diferentes mídias, a escola tende a perder terreno e prestígio 
no processo mais geral de transmissão da cultura e particularmente no processo de 
socialização das novas gerações, que é sua função específica. Num mundo cada vez 
mais ‘aberto’ e povoado de máquinas que lidam com o saber e com o imaginário, a 
escola apega-se ainda aos espaços e tempos ‘fechados’ do prédio, da sala de aula, do 
livro didático, dos conteúdos curriculares extensivos, defendendo-se da inovação. No 
campo da comunicação, duas tendências aparentemente contraditórias delineiam-se 
claramente: de um lado, uma extrema concentração da produção globalizada de 
bens culturais com base na publicidade; de outro, uma fragmentação cada vez mais 
acentuada de textos, máquinas, meios, mitos, linguagens e públicos que se mesclam, 
se adaptam e transformam as diversidades culturais”.
BELLONI, M. L. Tecnologia e formação de professores: rumo a uma pedago-
gia pós-moderna? Educução & Sociedade, Campinas, v. 19, n. 65, p. 143-162, 
1998. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0101-73301998000400005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 21 jan. 2021.
Sobre as tecnologias educacionais no ambiente escolar, assinale a alternativa correta:
a) Educar pelas mídias é uma forma de problematizar as questões sociais recorrentes 
na sociedade, permitindo que a discussão seja efetuada de forma interdisciplinar.
b) Com o avanço das mídias, a escola deixa de ser um ambiente que visa ao conhe-
cimento e passa a ser um espaço focado na informação.
c) Com o avanço das tecnologias, a função do professor deixa de ser a de ensinar 
para mediar o processo de ensino e aprendizagem.
d) As mídias são uma opção de conhecimento de caráter normativo que prevê a in-
clusão de todos os conteúdos de forma igualitária, ou seja, respeita a diversidade 
dentro dos ambientes escolares. 
217
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
e) O plano de trabalho docente precisa ser voltado para as mídias digitais, propor-
cionando, ao aluno, novas formas de conhecimento sem precisar do auxílio das 
instituições de ensino. 
6. Segundo Menezes e Silva (2020, p. 18), “termos como letramento digital, multimo-
dalidade, hipertextualidade e gêneros digitais já não são exatamente uma novidade 
no meio acadêmico científico. Muito tem se discutido acerca das Novas Tecnologias 
de Informação e Comunicação – as NTIC – e sobre a utilização desses recursos no 
processo de ensino-aprendizagem, devido à ampla adesão por pessoas de diferen-
tes classes sociais e ao constante surgimento e crescimento de novas plataformas 
digitais. Tendo em vista que a internet e suas tecnologias, hoje em dia, são partes 
essenciais no cotidiano da grande maioria, nos mais diversos contextos, formais e in-
formais, e que há inúmeras pesquisas voltadas para essa realidade contemporânea, é 
de se esperar que a escola acompanhe as inovações de uma sociedade virtual, cada 
vez mais acelerada, com praticamente tudo a um clique de distância. É necessário, 
portanto, investigar esses espaços digitais e refletir sobre o que podemos considerar 
como novos espaços de leitura e escrita”.
MENEZES, G. de F.; SILVA, H. M. de L. Ciberespaço, cibercultura e formação de jovens 
leituras: desafios e possibilidades no ensino médio. In: SILVA, H. M. de L. (org.). Da 
teoria à práxis: o Pibid Língua Portuguesa da UFPB. João Pessoa: Ideia, 2020. p. 18-32.
Sobre o ciberespaço e a cibercultura, assinale a alternativa correta:
a) Com o avanço das bibliotecas físicas nas escolas públicas, os alunos podem nave-
gar pelos livros, rompendo os espaços que existem do mundo analógico e digital.
b) Com o avanço das tecnologias, os livros impressos foram ganhando espaço, de-
mocratizando a leitura em vários níveis de ensino.
c) Os espaços digitais foram se transformando em físicos, devido à demanda exis-
tente para o público jovem, que prefere o contato com o livro.
d) O uso dos livros didáticos é o primeiro passo para se ter contato com a informa-
ção, tendo em vista o acesso aos hiperlinks disponíveis. 
e) Com o avanço das tecnologias, as bibliotecas físicas perderam espaço para os 
laboratórios de informática, rompendo os muros da escola e trazendo novas 
formas de aprender e ensinar. 
218
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
7. De acordo com Carneiro, Lopes e Campos Neto (2018, p. 403), “um dos principais 
exemplos concretosda inserção de elementos típicos da EaD nos espaços educa-
cionais tradicionais, está na utilização das plataformas digitais de aprendizagem. 
Plataformas estas, que correspondem ao principal canal e meio pedagógico tipi-
camente característico da Educação a Distância (EAD). No entanto, mesmo nesse 
contexto inovador em que diferentes espaços (presencial e virtual) e as tecnologias 
digitais têm convergido, é perceptível que alguns professores ainda demonstram 
forte resistência quanto à prática com os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) 
em atividades de ensino. Por outro lado, diferentemente destes, temos aqueles 
que têm vontade de conhecer e trabalhar com AVAs, que compreendem seu valor 
pedagógico e potencial para interações, que podem em última instância resultar 
em aprendizagem. Considerando, portanto, a utilização destas plataformas educa-
cionais em atividades de ensino-aprendizagem como uma atitude empreendedora 
do profissional docente - haja vista, existirem inúmeras barreiras para integração 
destes ambientes nos espaços escolares, que vão desde a infraestrutura escolar 
(acesso à computador e internet), quanto à formação docente (para o uso das TICs) 
-, temos que estes, além de compreenderem os valores e potenciais pedagógicos 
dos ambientes virtuais para desenvolverem atividades de ensino-aprendizagem, 
estão assim, significativamente correlacionado e/ou aproveitando esse potencial 
dos jovens que convivem constantemente com as tecnologias, com as atividades 
diárias de ensino-aprendizagem”. 
CARNEIRO, J. R. S.; LOPES, A. S. B.; CAMPOS NETO, E. B. A utilização do Google Sala de 
Aula na Educação Básica: uma plataforma pedagógica de apoio à Educação Contex-
tualizada. In: WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA, 24., 2018, Fortaleza. Anais 
[...]. Fortaleza: WIE, 2018.
Com base no que foi exposto e em relação às plataformas digitais, analise as asser-
ções a seguir:
I - A plataforma Google, embora seja gratuita, carrega várias limitações de uso, 
uma vez que exige vários logins para acessar os recursos disponíveis. 
II - A plataforma Google e o Office 365 são ferramentas digitais que podem ser 
utilizadas em qualquer dispositivo com acesso à Internet, tais como tablets, 
smartphones e desktops. 
219
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
III - Com o Google Docs e o Word 365, é possível disponibilizar o Projeto Político 
Pedagógico das instituições de ensino, para que a comunidade escolar tenha 
acesso e realize sugestões.
IV - Com o Excel 365 e o Google Planilhas, é possível que o gestor disponibilize a 
prestação de contas da escola de forma on-line. 
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
8. Mapa de empatia:
Aqui, o estudante fará a sua autoavaliação, uma espécie de checklist, mas em um 
formato mais divertido.
9. Um mapa mental ou conceitual
Olá, acadêmico(a)! Chegamos ao fim de mais uma unidade e, neste momento, é 
importante que você organize as suas ideias para que seja fácil no momento de 
realização de alguma atividade, avaliação e até mesmo concurso público. Por isso, 
os mapas mentais ou conceituais são fundamentais para organizar os conceitos 
que a unidade propõe. Pensando nisso, proponho alguns termos-chave que pre-
cisam estar evidentes diante do contexto estudado. 
Esta unidade tratou da gestão escolar e da tecnologia. Definições de cibercultura e 
de ciberespaço, Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), formação docen-
te, plataformas digitais, diferenças entre a plataforma Google e o Office 365 e as 
suas funcionalidades, editor de texto, planilha, apresentação de slide e programas 
utilizados para videoconferência. Esses são termos importantes que você precisa 
saber no momento de compreender a unidade. 
Aproveite este momento para construir o seu mapa mental/conceitual incluindo 
os aspectos mais importantes sobre a utilização de tecnologias educacionais na 
gestão escolar. 
220
C
O
N
FI
R
A
 S
U
A
S 
R
ES
P
O
ST
A
S
1. Alternativa E. 
Todas as asserções estão corretas. Aplicar tecnologias educacionais no processo de en-
sino-aprendizagem contribui para que os alunos se engajem, tendo em vista a cultura a 
qual estão inseridos, assim como professores e gestores precisam estar alinhados com 
esses recursos. As tecnologias não substituem o trabalho do professor, mas o facilitam, 
no momento de expor os seus conteúdos. Além disso, a capacitação é fundamental para 
que as tecnologias sejam utilizadas de forma eficiente.
2. Alternativa A. 
A plataforma Google permite que gestores tenham mais organização e eficiência em 
suas atividades, mas a sua utilização deve acontecer de acordo com cada aplicativo. O 
calendário escolar pode ser disponibilizado on-line, assim como a prestação de contas e 
até mesmo o regimento escolar.
3. Alternativa D.
A asserção II afirma que a formação docente precisa ficar em segundo plano, o que não 
é correto. Para que os professores tenham condições de desenvolver as suas atividades, 
é necessária uma formação adequada.
4. Alternativa B. 
As asserções III e IV estão erradas, tendo em vista que o gestor não precisa garantir que 
os professores tenham capacidade específica das suas disciplinas. O que precisa ser 
trabalhado não é conteúdo, mas como aplicar as metodologias e as práticas. A discussão 
voltada para as tecnologias educacionais, na formação de professores, precisa ser revista, 
visto que os adolescentes dominam os smartphones.
221
C
O
N
FI
R
A
 S
U
A
S 
R
ES
P
O
ST
A
S
5. Alternativa A. 
Educar pelas mídias é uma forma de problematizar problemas sociais recorrentes na socie-
dade, permitindo que a discussão seja efetuada de forma interdisciplinar. Os professores 
precisam utilizar as mídias para mostrar ao aluno as mais diversas formas de informação 
e como fazer uma reflexão sobre o tema.
6. Alternativa E. 
Tendo em vista os avanços das tecnologias, as bibliotecas físicas foram perdendo espaço 
para os laboratórios de informática, rompendo os muros da escola e trazendo novas formas 
de aprender e ensinar. Existem várias formas e lugares a que os alunos podem buscar 
informação, ou seja, o professor precisa apresentar as possibilidades e problematizá-las 
com os alunos.
7. Alternativa D. 
A plataforma Google e o Office 365 são ferramentas digitais que podem ser utilizadas em 
qualquer dispositivo com acesso à Internet, tais como tablets, smartphones e desktops. 
Pelo Google Docs e o Word 365, é possível disponibilizar o Projeto Político Pedagógico das 
instituições de ensino para que a comunidade escolar tenha acesso e insira sugestões. 
Além do mais, com o Excel 365 e o Google Planilhas, é possível que o gestor disponibilize 
a prestação de contas da escola de forma on-line.
222
REFERÊNCIAS
UNIDADE 1
ALVES, G. Dimensões da Reestruturação Produtiva: ensaios de sociologia do trabalho. 2. ed. 
Londrina: Práxis, 2007.
ANDREOTTI, A. L. A administração escolar na Era Vargas e no Nacional-Desenvolvimentismo (1930-
1964). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p. 102-123, ago. 2006. Disponível em: 
http://escolas.educacao.ba.gov.br/system/files/private/midiateca/documentos/2014/administra-
cao-escolar-na-era-vargas.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.
BRZEZINSKI, I. Pedagogia, pedagogos e formação de professores: busca e movimento. Campi-
nas: Papirus, 1996.
CARVALHO, E. J. Gonçalves. Reestruturação produtiva, reforma administrativa do Estado e gestão 
da educação. Rev. Educ. Soc., Campinas, v. 30, n. 109, p. 1139-1166, set./dez. 2009. Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/es/v30n109/v30n109a11.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
EM FOCO - Heloisa Lück. [S. l.: s. n.], 12 jun. 2013. 1 vídeo (25 min). Publicado pelo canal TV USC. 
Disponível em: https://youtu.be/Ii67fV1Wp74. Acesso em: 10 dez. 2020.
FAYOL, H. Administração Insdustrial e Geral: previsão, organização, comando, coordenação, 
controle. 10. ed. São Paulo:

Mais conteúdos dessa disciplina