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Alterações da Consciência

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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOPATOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alisson Siqueira 
 
 
 
 
2 
TEMA 1 – ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA E A ATENÇÃO 
Nesta aula focaremos as alterações mais comuns nas funções psíquicas. 
Essas alterações estão agrupadas para uma melhor distribuição do material a ser 
exposto. 
1.1 Consciência 
Como já sabemos, a consciência é a condição básica de o sujeito estar em 
contato com a realidade. Os pesquisadores que trabalham com a temática tendem 
a classificar as alterações da consciência pela sua condição qualitativa e 
quantitativa. 
1.1.1 Alterações quantitativas 
Cheniaux (2015) classifica essas alterações como fisiológicas e patológicas. 
Dalgalarrondo (2000) denomina as fisiológicas como normais. 
a. Alterações fisiológicas 
1. O sono 
O sono normal é entendido como uma alteração fisiológica da consciência. 
O sono é um estado especial da consciência, que ocorre de forma recorrente e 
cíclica nos organismos superiores. Esse sono pode ser classificado em dois 
grupos: o sincronizado não-REM e o REM. 
No sono sincronizado não-REM, a atividade elétrica é sincronizada. Há 
uma redução de atividade do sistema nervoso mantendo um mínimo de 
funcionamento do organismo. Podem ocorrer nesse sono 4 estágios. 
 Estágio 1 – Mais leve e superficial, com 2 a 5% do tempo total de sono; 
 Estágio 2 – Um pouco menos superficial, com 45 a 55% do tempo total de 
sono; 
 Estágio 3 – Sono mais profundo, com 3 a 8% do tempo total de sono; 
 Estágio 4 – Estágio de sono mais profundo. É mais difícil de despertar 
alguém nos estágios 3 e 4. Pode ocorrer do indivíduo apresentar-se 
confuso ao ser despertado. Dura cerca de 10 a 15% do tempo total de sono. 
O sono REM é diferente dos estágios anteriores. Sua duração é cerca de 
20 a 25% do tempo total de sono. É considerado um sono qualitativo. Caracteriza-
se por instabilidade no sistema nervoso autônomo simpático, com variações das 
 
 
3 
frequências cardíaca e respiratória, da pressão arterial, do débito cardíaco e do 
fluxo sanguíneo cerebral. Ocorre um padrão de movimentos oculares rápidos e 
conjugados e um relaxamento profundo e generalizado. 
2. O sonho 
Essa é outra alteração considerada normal. O sonho é inerente ao sono. 
Isso significa que uma pessoa pode sonhar várias vezes durante o sono. Os 
sonhos são considerados predominantemente visuais. O conteúdo do sonho 
ainda é causa de grandes controvérsias. 
b. Alterações patológicas 
As alterações patológicas da consciência estão relacionadas diretamente 
ao seu rebaixamento: 
1. Obnubilação ou turvação da consciência – No primeiro contato verifica-
se que o paciente pode já estar claramente sonolento ou parecer desperto. O 
paciente tem dificuldade para integrar as informações sensoriais oriundas do 
ambiente. 
2. Sopor – Diferencia-se da obnubilação pela condição mais profunda. 
Nesta, o paciente pode ser despertado apenas por estímulo enérgico, sobretudo 
de natureza dolorosa. Sua condição é sonolenta. O sujeito não apresenta 
espontaneidade, mas pode apresentar ações de defesa. Sua condição motora 
está inibida. 
3. Coma – É um estado de abolição e caracteriza-se como o grau mais 
profundo de rebaixamento do nível de consciência. Nesse estado não é possível 
qualquer atividade voluntária consciente e o sujeito não pode ser despertado nem 
por estímulos dolorosos muito intensos. 
4. Delirium – O delirium diz respeito aos vários quadros com rebaixamento 
leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de desorientação 
temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus 
variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e 
ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. São parte desse conceito os 
quadros de amência (Meynert, 1890) que era citados como obnubilação oniroide 
(Cheniaux, 2005). 
5. Estado onírico – Alteração da consciência em que, paralelamente à 
turvação da consciência, o indivíduo entra em estado semelhante a um sonho 
muito vívido (Peters, 1984). Predomina a atividade alucinatória visual intensa com 
caráter cênico e fantástico. O paciente manifesta esse estado onírico angustioso 
 
 
4 
gritando, movimentando-se, debatendo-se na cama e apresentando, às vezes, 
sudorese profusa. 
1.1.2 Alterações qualitativas 
a. Alterações fisiológicas 
1. O sonho 
Essa é outra alteração considerada normal. O sonho é inerente ao sono. 
Isso significa que uma pessoa pode sonhar várias vezes durante o sono. Os 
sonhos são considerados predominantemente visuais. O conteúdo do sonho 
ainda é causa de grandes controvérsias. 
b. Alterações patológicas 
As alterações patológicas da consciência estão relacionadas a algum grau 
de rebaixamento do nível de consciência: 
1. Estado crepuscular – É um estado patológico transitório no qual uma 
obnubilação da consciência é acompanhada de relativa conservação da atividade 
motora coordenada. O estado crepuscular caracteriza-se por surgir e desaparecer 
de forma abrupta e ter duração variável, de poucos minutos ou horas a algumas 
semanas (Sims, 1995). 
2. Estado segundo – Semelhante ao estado crepuscular, caracterizado por 
uma atividade psicomotora coordenada, a qual, entretanto, permanece estranha 
à personalidade do sujeito acometido e não se integra a ela. Tende a atribuir a 
fatores emocionais e se aproxima muito da dissociação de consciência. 
3. Dissociação da consciência – Compreende-se como a fragmentação ou 
a divisão do campo da consciência, ocorrendo perda da unidade psíquica comum 
do ser humano. É comum nos quadros histéricos. 
4. Transe – Estado de dissociação da consciência que se assemelha a 
sonhar acordado, mas mantém a presença de atividade motora automática e 
estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários. 
O estado de transe possui seus principais espaços os contextos religiosos e 
culturais. 
5. Estado hipnótico – É um estado de consciência reduzida e estreitada e 
de atenção concentrada, que pode ser induzido por outra pessoa (hipnotizador). 
Trata-se de um estado de consciência semelhante ao transe, no qual a 
sugestionabilidade do indivíduo está aumentada, e a sua atenção, concentrada 
no hipnotizador. 
 
 
5 
6. Experiência de quase-morte, EQM – Um estado especial de consciência 
é verificado em situações críticas de ameaça grave à vida, como parada cardíaca, 
hipoxia grave, isquemias, acidente automobilístico grave, entre outros, quando 
alguns sobreviventes afirmam ter vivenciado as chamadas experiências de quase-
morte (EQM). São experiências muito rápidas (de segundos a minutos) em que 
um estado de consciência particular é vivenciado e registrado por essas pessoas. 
1.2 Atenção 
Já verificamos que a atenção é compreendida como a direção da 
consciência. Desta é importante tomarmos conhecimento de que alterações 
podem ocorrer na atenção e quais são suas consequências. 
1.2.1 Alterações quantitativas 
1. Hipoprosexia – É a diminuição global da atenção. É a alteração mais 
comum e menos específica da atenção. Nela se verifica uma perda básica da 
capacidade de concentração, com fatigabilidade aumentada; as lembranças 
tornam-se mais difíceis e imprecisas, há dificuldade crescente em todas as 
atividades psíquicas complexas, como o pensar, o raciocinar, a integração de 
informações etc. 
2. Aprosexia – É a total abolição da capacidade de atenção, por mais fortes 
e variados que sejam os estímulos utilizados 
3. Hiperprosexia – É um estado da atenção exacerbada, no qual há uma 
tendência incoercível a obstinar-se, a deter-se indefinidamente sobre certos 
objetos com surpreendente infatigabilidade. 
1.2.2 Alterações qualitativas 
1. Rigidez da atenção (distração) – É uma superconcentração ativa da 
atenção sobre determinados conteúdo ou objetos, com a inibição de tudo o mais 
(Nobre de Melo, 1979). A rigidez da atenção constituium estado de 
hipertenacidade com hipomobilidade da atenção. Durante um longo tempo, o 
indivíduo está concentrado em um único objeto e não é capaz de desviar sua 
atenção. 
2. Labilidade da atenção (distraibilidade) – É um estado patológico que se 
exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, 
 
 
6 
com dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que 
implique esforço produtivo. A atenção do indivíduo é muito facilmente desviada de 
um objeto para outro. 
TEMA 2 – ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO E AS VIVÊNCIAS TEMPO E ESPAÇO 
2.1 Orientação 
1. Desorientação por redução do nível de consciência – É aquela na qual o 
indivíduo está desorientado por turvação da consciência. Nesse caso, há um 
empecilho para que o indivíduo apreenda a realidade de forma clara e precisa e 
integre, assim, a cronologia dos fatos. 
2. Desorientação por déficit de memória imediata e recente – Nessa, o 
indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua 
memória. 
3. Desorientação apática ou abúlica – Aqui o indivíduo torna-se 
desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição, 
comumente em quadro depressivo, produzido por uma apatia ou desinteresse 
profundos. 
4. Desorientação delirante – Ocorre em sujeitos que se encontram imersos 
em profundo estado delirante, vivenciando ideias delirantes muito intensas, 
crendo com convicção plena que estão “habitando” o lugar (e/ou o tempo) de seus 
delírios. 
5. Desorientação por déficit intelectual – Ocorre em indivíduos com 
deficiência ou retardo mental grave ou moderado. 
6. Desorientação por dissociação – Ocorre em geral em quadros histéricos 
graves, normalmente acompanhada de alterações da identidade pessoal e de 
alterações da consciência secundárias à dissociação histérica. 
7. Desorientação por desagregação – Ocorre em pacientes psicóticos, 
geralmente esquizofrênicos em estado crônico e avançado da doença, quando o 
indivíduo, por desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a sua 
atividade mental gravemente desorganizada, o que o impede de se orientar de 
forma adequada quanto ao ambiente e quanto a si mesmo. 
8. Desorientação quanto à própria idade – É definida como uma 
discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que o paciente diz 
ter. 
 
 
7 
2.2 Vivências tempo e espaço 
2.2.1 Anormalidades da vivência do tempo 
1. Velocidade – a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa 
quando ocorre um bradipsiquismo, com lentificação de todas as atividades 
mentais, comum nos estados depressivos. Já nos quadros de mania, ocorre um 
taquipsiquismo geral, com aceleração de todas as funções psíquicas, e nesta a 
passagem do tempo é percebida como rápida e acelerada. 
2. Conteúdo 
a. Ilusão sobre a duração do tempo – Trata-se da deformação acentuada 
da percepção da duração temporal. O tempo pode parecer transcorrer de modo 
extremamente veloz ou comprimido, ou de forma muito lenta e dilatada. 
b. Atomização do tempo – O indivíduo não consegue inserir-se 
naturalmente na continuidade do devir, adere a momentos quase descontínuos. 
O tempo parece uma colagem de recortes sem lógica. 
c. Inibição da sensação de fluir do tempo – A anormalidade da sensação 
do fluir do tempo corresponde à falta da sensação do avançar subjetivo do tempo, 
na qual o sujeito perde o sincronismo entre o passar do tempo objetivo, 
cronológico, e o fluir de seu tempo interno. 
2.2.2 Anormalidades da vivência do espaço 
As anormalidades em relação ao espaço são verificadas conforme os 
quadros psicopatológicos. 
a. No estado de êxtase – Há perda das fronteiras entre o eu e o mundo 
exterior. 
b. No estado maníaco – O espaço é extremamente dilatado e amplo, que 
invade o das outras pessoas. 
c. Nos quadros depressivos – O espaço exterior pode ser vivenciado como 
muito encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos 
outros. 
d. No quadro paranoide – O espaço interior é invadido por aspectos 
ameaçadores, perigosos e hostis do mundo. 
e. No quadro agorafobia – O espaço exterior é percebido como sufocante, 
pesado, perigoso e potencialmente aniquilador. 
 
 
8 
TEMA 3 – ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO E MEMÓRIA 
3.1 Sensopercepção 
3.1.1 Alterações quantitativas 
1. Agnosia – É um distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, 
auditivos ou táteis, na ausência de déficits sensoriais. As sensações continuam a 
ocorrer normalmente, porém não são associadas às representações e, assim, não 
se tornam significativas. 
2. Hiperestesia – Consiste num aumento global da intensidade perceptiva: 
as impressões sensoriais tornam-se mais intensas, mais vívidas ou mais nítidas e 
podem ser desagradáveis. Na modalidade visual, as cores ficam mais brilhantes. 
3. Hiperpatia – No sentido neurológico, ocorre quando uma sensação 
desagradável (geralmente de queimação dolorosa) é produzida por um leve 
estímulo da pele. A hiperpatia ocorre tipicamente nas síndromes talâmicas. 
4. Hipoestesia – Consiste numa diminuição global da intensidade 
perceptiva. O mundo parece mais escuro e sem brilho, a comida é insossa, os 
sons são abafados etc. 
5. Anestesias táteis – A anestesia consiste numa abolição da sensibilidade. 
Pode-se usar também o termo analgesia. 
6. Alterações visuais – São aquelas em que os objetos parecem ser 
maiores do que são (macropsia) ou podem parecer menores do que são 
(micropsia). E os objetos podem parecer deformados, maiores ou menores do que 
são (dismegalopsia). 
7. Parestesias – São sensações táteis desagradáveis (embora não sentidas 
propriamente como dor), em geral espontâneas, descritas pelos pacientes como 
“formigamentos, adormecimentos, picadas, agulhadas ou queimação” mais ou 
menos intensas. 
8. Disestesias – São sensações anômalas, em geral dolorosas, 
desencadeadas por estímulos externos; assim, ao estimular a pele do paciente 
com calor, este refere sensação de frio; e, após um leve roçar sobre a pele, refere 
dor. 
 
 
 
 
9 
3.1.2 Alterações qualitativas 
1. Ilusão – É uma percepção falseada, deformada, de um objeto real e 
presente. A deturpação da imagem perceptiva se dá em função da mescla desta 
com uma imagem representativa. A ilusão pode ocorrer em uma condição: 
a. Por desatenção – Nesta, elementos representativos são introduzidos 
para completar ou corrigir estímulos externos escassos ou incorretos, 
respectivamente. 
b. Catatímica – A deformação do objeto tem origem em um afeto intenso, 
relacionado a desejo ou a temor. 
c. Onírica – Está relacionada a um quadro de rebaixamento do nível de 
consciência 
2. Pareidolia – Esse fenômeno consiste numa imagem criada 
intencionalmente com base em percepções reais de elementos sensoriais 
incompletos ou imprecisos. Exemplificando: ver figuras humanas, cenas, animais, 
objetos, etc. em nuvens, em manchas ou relevos de paredes, no fogo, na Lua, 
etc.; ou “ouvir” sons musicais com base em ruídos monótonos. 
3. Alucinações – A alucinação é classicamente definida como “percepção 
sem objeto”, ou como uma percepção na ausência dos estímulos externos 
correspondentes. Pode-se entender também alucinação como “interpretar-se 
como estando no campo perceptual um objeto que de fato não está” (Del Nero, 
1997). 
As alucinações apresentam todas as características de uma imagem 
perceptiva real, incluindo a corporeidade e a localização no espaço objetivo 
externo. Possuem uma irresistível força de convencimento, ou seja, são aceitas 
pelo juízo de realidade, por mais que pareçam para o próprio paciente estranhas 
ou especiais. 
As alucinações podem ser auditivas, musicais, visuais, táteis, olfativas e 
gustativas, cenestésicas e cinestésicas, funcionais e alucinações combinadas. 
4. Alucinoses – Para essas, o objeto percebido encontra-se no espaço 
objetivo externo. Diferenciam-se das alucinações verdadeiras por serem 
adequada e imediatamente criticadaspelo indivíduo, que reconhece o fenômeno 
como algo patológico. O paciente percebe essa alucinação como estranha à sua 
pessoa. As alucinoses ocorrem sob lucidez de consciência. Falta ao sujeito a 
crença que comumente o alucinado tem em sua alucinação. 
 
 
10 
3.2 Memória 
3.2.1 Alterações quantitativas 
1. Hipermnésias – As representações (elementos mnêmicos) afluem 
rapidamente, em tropel, ganhando em número, perdendo, porém, em clareza e 
precisão (Nobre de Melo, 1979). 
2. Amnésias (ou hipomnésias) – É a perda da memória, seja a da 
capacidade de fixar ou a da capacidade de manter e evocar antigos conteúdos 
mnêmicos. Podem ser: amnésia psicogênica e amnésia orgânica. 
3. Amnésia anterógrada – O indivíduo não consegue mais fixar elementos 
mnêmicos a partir do evento que lhe causou o dano cerebral. A amnésia 
anterógrada é um distúrbio-chave e bastante frequente na maior parte dos 
distúrbios neurocognitivos. 
4. Amnésia retrógrada – O indivíduo perde a memória para fatos ocorridos 
antes do início da doença (ou trauma). 
3.2.2 Alterações qualitativas 
1. Paramnésias – As alterações qualitativas da memória envolvem 
sobretudo a deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos 
previamente fixados. O indivíduo apresenta lembrança deformada que não 
corresponde à sensopercepção original. Podem ocorrer como: 
a. Ilusões mnêmicas – Há o acréscimo de elementos falsos a um núcleo 
verdadeiro de memória. 
b. Alucinações mnêmicas – São verdadeiras criações imaginativas com a 
aparência de lembranças ou reminiscências que não correspondem a qualquer 
elemento mnêmico, a qualquer lembrança verdadeira. 
2. Fabulações – As fabulações (ou confabulações) são invenções, produtos 
da imaginação do paciente, que preenchem um vazio da memória. Os elementos 
da imaginação do doente ou mesmo lembranças isoladas completam 
artificialmente as lacunas de memória, produzidas, em geral, por déficit da 
memória de fixação. 
3. Criptomnésias – É um falseamento da memória, em que as lembranças 
aparecem como fatos novos ao paciente, que não as reconhece como 
lembranças, vivendo-as como uma descoberta. 
 
 
11 
4. Ecmnésia – É uma recapitulação e revivescência intensa, abreviada e 
panorâmica, da existência, uma recordação condensada de muitos eventos 
passados, que ocorre em breve período. O indivíduo tem a vivência de uma 
alucinação, a visão de cenas passadas como forma de presentificação do 
passado. 
5. Lembrança obsessiva – Recebe o nome também de ideia fixa ou 
representação prevalente. Manifesta-se como o surgimento espontâneo de 
imagens mnêmicas ou conteúdos ideativos do passado que, uma vez instalados 
na consciência, não podem ser repelidos voluntariamente pelo indivíduo. A 
imagem mnêmica, embora reconhecida como absurda e indesejável, reaparece 
de forma constante e permanece, como um incômodo, na consciência do 
paciente. 
6) Agnosias – São definidas como déficits do reconhecimento de estímulos 
sensoriais, objetos e fenômenos, que não podem ser explicados por um déficit 
sensorial, por distúrbios da linguagem ou por perdas cognitivas globais. São 
classificadas como agnosias visuais, táteis e auditivas e as agnosias para 
percepções complexas. 
TEMA 4 – ALTERAÇÕES DA AFETIVIDADE, VONTADE E PSICOMOTRICIDADE 
4.1 Afetividade 
4.1.1 Alterações do humor 
1. A ansiedade – É definida como estado de humor desconfortável, 
apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável. 
2. Angústia – Relaciona-se diretamente à sensação de aperto no peito e na 
garganta, de compressão, sufocamento. 
3. Medo – É caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso 
e diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objetos 
precisos. 
4. Distimia – É o termo que designa a alteração básica do humor, tanto no 
sentido da inibição como no sentido da exaltação. 
5. Disforia – É a distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva 
desagradável, mal-humorada. 
 
 
12 
6. Euforia – Define o humor morbidamente exagerado, no qual predomina 
um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias. 
7. Puerilidade – É uma alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto 
infantil, simplório, regredido. 
8. Irritabilidade patológica – Ocorre uma hiper-reatividade desagradável, 
hostil e, eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do meio exterior. 
Qualquer estímulo é sentido como perturbador, e o indivíduo reage prontamente 
de forma disfórica. 
4.1.2 Alterações das emoções e dos sentimentos 
1. Apatia – É a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. 
2. Hipomodulação do afeto – Incapacidade do paciente de modular a 
resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua 
relação com o mundo. 
3. Paratimia – Reação completamente incongruente a situações 
existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando desarmonia 
profunda da vida psíquica. 
4. Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo – Há o 
empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alternâncias e variações 
sutis na esfera afetiva. 
5. Embotamento afetivo e devastação afetiva – Perda profunda de todo tipo 
de vivência afetiva. 
6. Sentimento de falta de sentimento – É a vivência de incapacidade para 
sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo paciente. 
7. Anedonia – É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com 
determinadas atividades e experiências da vida. 
8. Indiferença afetiva – Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível 
diante dos sintomas que o paciente apresenta, uma frieza e uma indiferença que 
parecem indicar que, no fundo, o paciente sabe que seus sintomas são 
psicogênicos e potencialmente reversíveis, denotando até certo exibicionismo por 
trás da indiferença (Ramadan, 1985). 
9. Labilidade afetiva e incontinência afetiva – São os estados nos quais 
ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. O 
indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para 
outro. 
 
 
13 
10. Ambivalência afetiva – sentimentos opostos em relação a um mesmo 
estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de modo absolutamente simultâneo. 
11. Neotimia – É a designação para sentimentos e experiências afetivas 
inteiramente novos vivenciados por pacientes em estado psicótico. 
12. Fobias – São medos determinados psicopatologicamente, 
desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas 
pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. 
13. Pânico – É uma reação de medo intenso, de pavor, relacionada 
geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. 
14. Ciúme – É um fenômeno emocional complexo no qual o indivíduo sente 
receio, medo, tristeza ou raiva diante da ideia, sensação ou certeza de que a 
pessoa amada gosta mais de outra pessoa (ou objeto) e pode abandoná-lo ou 
preteri-lo. 
15. Inveja – É a sensação de desconforto, raiva e angústia diante da 
constatação de que outra pessoa possui objetos, qualidades, relações que o 
indivíduo gostaria de ter, mas não tem. 
4.2 Vontade 
1. Hipobulia/abulia – É a diminuição ou até abolição da atividade volitiva. 
Nela o sujeito descreve que não tem vontade para nada, sente-se muito 
desanimado, sem forças, sem “pique”. 
2. Ato impulsivo – É uma espécie de curto circuito do ato voluntário, da fase 
de intenção à fase de execução. O ato impulsivo abole abruptamente as fases de 
intenção, deliberação e decisão, em função tanto da intensidade dos desejos ou 
temores inconscientes como da fragilidade das instâncias psíquicas implicadas na 
reflexão, na análise, na ponderação e na contenção dos impulsos e dos desejos. 
3. Ato compulsivo – É reconhecido pelo indivíduo como indesejável e 
inadequado. A compulsão é geralmente uma ação motora complexa que pode 
envolver desde atos compulsivos relativamente simplesaté rituais compulsivos 
complexos. 
4.3 Psicomotricidade 
1. Agitação psicomotora – Implica a aceleração e a exaltação de toda a 
atividade motora do indivíduo, em geral secundária a taquipsiquismo acentuado. 
A agitação psicomotora é um sinal psicopatológico muito frequente e 
 
 
14 
relativamente inespecífico, sendo vista todos os dias nos serviços de emergência 
e internação. 
2. Lentificação psicomotora – É a lentificação de toda a atividade psíquica. 
Toda a movimentação voluntária torna-se lenta, difícil, “pesada”, podendo haver 
período de latência entre uma solicitação ambiental e a resposta motora do 
paciente. 
3. Inibição psicomotora – É um estado acentuado e profundo de lentificação 
psicomotora, com ausência de respostas motoras adequadas, sem que haja 
paralisias ou déficit motor primário. 
4. Estupor – É a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o 
indivíduo globalmente, na vigência de um nível de consciência aparentemente 
preservado e de capacidade sensório-motora para reagir ao ambiente. 
5. Catalepsia – É um acentuado exagero do tônus postural, com grande 
redução da mobilidade passiva dos vários segmentos corporais e com hipertonia 
muscular global de tipo plástico. 
6. Flexibilidade cerácea – Nessa, o indivíduo ou uma parte de seu corpo é 
colocado pelo examinador em determinada posição e assim permanece, como se 
fosse um homem de cera, moldável por uma outra pessoa. 
7. Estereotipias motoras – São repetições automáticas e uniformes de 
determinado ato motor complexo, indicando geralmente marcante perda do 
controle voluntário sobre a esfera motora. 
8. Maneirismo – É um tipo de estereotipia motora caracterizada por 
movimentos bizarros e repetitivos, geralmente complexos, que buscam certo 
objetivo, mesmo que esdrúxulo. 
9. Tiques – São atos coordenados, repetitivos, resultantes de contrações 
súbitas, breves e intermitentes, envolvendo geralmente um grupo de músculos 
que atua em suas relações sinérgicas normais. 
10. Conversão – É o surgimento abrupto de sintomas físicos de origem 
psicogênica. A conversão motora ocorre geralmente em situação estressante, de 
ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal significativos para o indivíduo. 
11. Alteração da marcha – São observadas quando o sujeito faz a 
caminhada na forma não convencional, ereto e com a direção para o horizonte. 
As alterações na marcha são verificadas nos quadros específicos. 
12. Apraxia – É a impossibilidade ou a dificuldade de realizar atos 
intencionais, gestos complexos, voluntários, conscientes, sem que haja paralisias, 
 
 
15 
paresias ou ataxias, e sem que faltem também o entendimento da ordem para 
fazê-lo ou a decisão de fazê-lo. 
TEMA 5 – Alterações da pensamento, Juízo de realidade e linguagem 
5.1 Pensamento 
1. Alterações dos conceitos 
a. Desintegração dos conceitos – Ocorre quando os conceitos sofrem um 
processo de perda de seu significado original. 
b. Condensação dos conceitos – Ocorre quando dois ou mais conceitos 
são fundidos, o paciente involuntariamente condensa duas ou mais ideias em um 
único conceito, que se expressa por uma nova palavra. 
2. Alterações dos juízos 
a. Juízo deficiente ou prejudicado – É um tipo de juízo falso que se 
estabelece porque a elaboração dos juízos é prejudicada por deficiência 
intelectual e pobreza cognitiva do indivíduo. 
b. Juízo de realidade ou delírio – São alterações mais importantes para a 
psicopatologia. 
3. Alterações do raciocínio e do estilo de pensar 
a. Pensamento mágico – É o tipo de pensamento que fere frontalmente os 
princípios da lógica formal, bem como os indicativos e imperativos da realidade. 
b. Pensamento dereístico – É um tipo de pensamento que se opõe 
marcadamente ao pensamento realista, o qual se submete à lógica e à realidade. 
c. Pensamento concreto – É um pensamento no qual não ocorre a distinção 
entre dimensão abstrata e simbólica e dimensão concreta e imediata dos fatos. 
d. Pensamento inibido – Nesse pensamento ocorre a inibição do raciocínio, 
com diminuição da velocidade e do número de conceitos, juízos e representações 
utilizados no processo de pensar, tornando-se o pensamento lento, rarefeito, 
pouco produtivo à medida que o tempo flui. 
e. Pensamento vago – As relações conceituais, a formação dos juízos e a 
concatenação destes em raciocínios são caracterizadas pela imprecisão. 
f. Pensamento prolixo – Nesse o paciente não consegue chegar a qualquer 
conclusão sobre o tema de que está tratando, senão após muito tempo e esforço. 
 
 
16 
g. Pensamento deficitário (ou oligofrênico) – É um pensamento de estrutura 
pobre e rudimentar. O indivíduo tende ao raciocínio concreto; os conceitos são 
escassos e utilizados em sentido mais literal que abstrato ou metafórico. 
h. Pensamento demencial – Trata-se também de pensamento pobre, porém 
tal empobrecimento é desigual, ao contrário do que ocorre no pensamento 
deficitário, no qual o empobrecimento é mais homogêneo. 
i. Pensamento confusional – Verifica-se, devido à turvação da consciência, 
um pensamento incoerente, de curso tortuoso, que impede que o indivíduo 
apreenda de forma clara e precisa os estímulos ambientais e possa, assim, 
processar seu raciocínio adequadamente. 
j. Pensamento desagregado – Trata-se de pensamento radicalmente 
incoerente, no qual os conceitos e os juízos não se articulam minimamente de 
forma lógica. 
l. Pensamento obsessivo – Nesse pensamento, predominam ideias ou 
representações que, apesar de terem conteúdo absurdo ou repulsivo para o 
indivíduo se impõem à consciência de modo persistente e incontrolável. 
4. Alterações do processo de pensar 
a. Curso do pensamento – As principais alterações do curso do 
pensamento são a aceleração, a lentificação, o bloqueio e o roubo do 
pensamento. 
b. Forma do pensamento – As principais alterações da forma ou estrutura 
do pensamento são: fuga de ideias, dissociação e incoerência do pensamento, 
afrouxamento das associações, descarrilhamento e desagregação do 
pensamento. 
c. Conteúdo do pensamento – O conteúdo do pensamento é aquilo que 
preenche a estrutura do processo de pensar. Nesse sentido, o conteúdo 
corresponde à temática do pensamento. Assim, não se pode falar propriamente 
em alterações patológicas do conteúdo do pensamento. Há tantos conteúdos 
quanto são os temas de interesse ao ser humano. Os principais conteúdos que 
preenchem os sintomas psicopatológicos são os seguintes: persecutórios, 
depreciativo, religiosos, sexuais, de poder, de riqueza, de prestígio ou de 
grandeza, de ruína ou culpa e de conteúdos hipocondríacos. 
 
 
 
 
17 
5.2 Juízo de realidade 
5.2.1 Ideias prevalentes ou sobrevaloradas 
São ideias que, por conta da importância afetiva que têm para o indivíduo, 
adquirem predominância enorme sobre os demais pensamentos, conservando-se 
obstinadamente em sua mente. 
Segundo Dalgalarrondo (2000), as ideias sobrevaloradas possuem 
algumas características: 
1. A ideia é sustentada com forte convicção (mas menos que em um 
delírio). 
2. A ideia prevalente ou sobrevalorizada é egossintônica (comparável a 
muitas ideias obsessivas). 
3. É associada a um alto grau de emoção ou afeto (ansiedade ou raiva, 
quando há a ameaça de perda de uma pessoa ou do objetivo expresso na ideia). 
4. Geralmente se desenvolve em personalidade alterada. 
5. Em geral, é compreensível a partir das experiências passadas do 
indivíduo e de sua personalidade. 
6. Causa sofrimento ou disfunção no sujeito ou naqueles que com ele 
convivem. 
7. Geralmente induz o indivíduo a agir. 
8. Pode, eventualmente, progredir para delírio verdadeiro. 
9. O paciente não busca ajuda por conta dessas ideias. 
10. Assemelha-se a convicções religiosas ou políticas apaixonadas. 
5.2.2 Delírio 
Segundo Jaspers (2006), as ideias delirantes, ou delírio, são juízos 
patologicamente falsos. Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que tem 
origemna doença mental. Sua base é mórbida, pois é motivado por fatores 
patológicos. 
São características dos delírios: 
1. Convicção extraordinária – Uma certeza subjetiva praticamente absoluta. 
A sua crença é total; o sujeito não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu 
delírio. 
 
 
18 
2. Impossível modificação do delírio – Ou seja, nem a experiência objetiva, 
por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos, plausíveis e 
aparentemente convincentes. Assim, diz-se que o delírio é irremovível e, mesmo 
pela prova de realidade mais cabal, ele não é passível de ser influenciado 
externamente por pessoas que queiram demover o delirante de suas crenças. 
 3. É, quase sempre, um juízo falso – O seu conteúdo é impossível. 
4. É uma produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural do 
sujeito – Geralmente se trata de uma convicção de um só homem. 
5.3 Linguagem 
5.3.1 Alterações da linguagem secundárias a lesão neuronal identificável 
1. Afasia – É a perda da linguagem, falada e escrita, por incapacidade de 
compreender e utilizar os símbolos verbais. 
2. Parafasias – São formas mais discretas de déficit de linguagem, nas 
quais o indivíduo deforma determinadas palavras, como designar de “cameila” a 
cadeira, de “ibro” o livro, e assim por diante. 
3. Agrafia – É a perda, por lesão orgânica, da linguagem escrita, sem que 
haja qualquer déficit motor ou perda cognitiva global. 
4. Alexia – É a perda, de origem neurológica, da capacidade previamente 
adquirida para a leitura. 
5. Disartria – É a incapacidade de articular corretamente as palavras devido 
a alterações neuronais referentes ao aparelho fonador, alterações estas que 
produzem paresias, paralisias ou ataxias da musculatura da fonação. 
6. Disfonia – É a alteração da fala produzida pela mudança na sonoridade 
das palavras. 
7. Disfemia – Ou afemia, está comumente associada a estados emocionais 
intensos, a quadros histéricos conversivos e a conflitos inconscientes intensos. 
8. Dislalia – É a alteração da linguagem falada que resulta da deformação, 
da omissão ou da substituição dos fonemas, não havendo alterações identificáveis 
nos movimentos dos músculos que participam da articulação e da emissão das 
palavras. 
 
 
 
19 
5.3.2 Alterações da linguagem associadas a transtornos psiquiátricos 
primários 
1. Logorreia – É o aumento da fala e pode ser: 
a. Taquifasia – É o aumento da fluência verbal, frequentemente associado 
ao taquipsiquismo geral, podendo haver perda da lógica do discurso. 
b. Loquacidade – É o aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo da 
lógico do discurso. 
2. Bradifasia – Nesse, o sujeito fala muito vagarosamente, as palavras 
seguem-se umas às outras de forma lenta e difícil. 
3. Mutismo – De forma simples, é a ausência de resposta verbal oral por 
parte do doente. 
4. Perseveração e estereotipia verbal – Há repetição automática de 
palavras ou trechos de frases, de modo estereotipado, mecânico e sem sentido e 
podem ser: 
a. Ecolalia – É a repetição da última ou das últimas palavras que o 
entrevistador falou ou dirigiu ao paciente. 
b. Palilalia – É a repetição automática e estereotipada pelo paciente da 
última ou das últimas palavras que ele próprio emitiu em seu discurso. 
c. Logoclonia – É um fenômeno semelhante à palilalia, sendo que aqui a 
repetição automática e involuntária é a das últimas sílabas que o paciente 
pronunciou. 
d. Glossolalia – É a produção de uma fala gutural, pouco compreensível, 
um verdadeiro conglomerado ininteligível de sons. 
 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
APA - DSM-5 - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 5. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 
Rio de Janeiro: Artes Médicas, 2000. 
BERCHERIE, P. Os fundamentos da clínica: história e estrutura do saber 
psiquiátrico. Rio de Janeiro: Zahar, 1989. 
CHENIAUX Jr., E. Manual de psicopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2005. 
DEL NERO, H. S. Pensamento, emoção e vontade no cérebro humano. São 
Paulo: Collegium Cognitio, 1997. 
FOUCAULT, M. Doença mental e psicologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Tempo 
Brasileiro, 2000. 
JASPERS, K. Psicopatologia geral – volumes 1 e 2. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 
2006. 
MELO, A. L. N. Psiquiatria. São Paulo: Atheneu, 1979. 
SIMS, A. Symptoms in the mind: an introduction to descriptive psychopathology. 
London: Sounders, 1995. 
MEYNERT, T. L'Amentia, ou confusion. Paris: Presses Universitaires de France, 
1890. 
RAMADAN, Z. B. A. A histeria. São Paulo: Ática, 1985.

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