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aaa Ar�r�te aaa É a inflamação da articulação, podendo apresentar todos os sinais de inflamação como dor, calor, eritema, edema. Porém no caso articular, a presença apenas de edema já configura artrite. A artrite é um sinal comum a várias doenças. Seu diagnóstico diferencial é amplo e inclui além das causas reumatológicas: condições infecciosas, neoplásicas, hematológicas, traumáticas, etc. É preciso identificar se o paciente está realmente desenvolvendo um quadro de artrite ou se apenas tem um quadro de dor articular, e se a manifestação é articular ou periarticular. -> Na dor de origem articular, tem dor tanto na movimentação ativa quanto passiva, e geralmente tem redução da amplitude de movimento passivo e ativo. Já na dor extraarticular, a movimentação ativa é mais dolorosa que a passiva e a amplitude de movimento está preservada na passiva e reduzida na ativa. Artrite x Artralgia x Dor miofascial: a artralgia é dor articular sem sinais inflamatórios. Dor miofascial é a dor no músculo, podendo ter pontos gatilho durante o exame. O padrão de envolvimento articular também é importante e ajuda no diagnóstico, definir então se as articulações envolvidas são pequenas ou grandes, se o padrão é simétrico ou assimétrico, aditivo ou migratório, e o número de articulações envolvidas. Identificar então se o paciente tem artrite e se representa uma doença da articulação ou se é uma manifestação de uma doença sistêmica de origem reumática ou não. Além das manifestações articulares, alguns pacientes apresentam manifestações sistêmicas importantes, como febre, mialgia, pleurite, pericardite, outros. Isso exige uma avaliação completa da história e um exame físico adequado para reconhecer os diferentes diagnósticos de uma artrite. As artrites podem ter início agudo, com pico de intensidade atingido em algumas horas, sendo consideradas agudas quando duram de 4-6 semanas. Acima desse período são crônicas. As possibilidades diagnósticas nos processos articulares inflamatórios variam com o padrão de envolvimento articular. A história e o exame físico devem ter informações do tipo: número de articulações envolvidas (mono ou poli), se tem acometimento axial, se é agudo ou crônico, ou se tem envolvimento sistêmico. Pelo número de articulações envolvidas: Monoartrite: uma articulação Oligoartrite: duas a quatro Poliartrite: mais de quatro articulações Os diagnósticos podem se diferenciar em inflamatório e infeccioso. A osteoartrite é um processo degenerativo da cartilagem articular, mas por apresentar um componente inflamatório, está entre as doenças que cursam com artrite. INVESTIGAÇÃO: aaa M�n�ar�r�tes aaa A artrite de uma única articulação deve ser avaliada imediatamente para identificar possibilidade de artrite séptica e necessidade urgente de tratamento. É importante determinar o curso e a duração dos sintomas. Monoartrites agudas - são as artrites que duram menos que 6 semanas e acometem apenas uma articulação. As principais causas são as artrites microcristalinas: gota, pseudogota, depósitos minerais, artrite séptica, artrite reativa, artrite psoriásica, hepatite C. - Nas monoartrites agudas, a principal preocupação diagnóstica é a artrite séptica , e o exame diagnóstico mais importante é a artrocentese. Quando não conseguir diferenciar das outras, iniciar ATB. -> Determinar fatores que antecederam o quatro, como trauma, doenças na família, hábitos de vida do paciente Artrite Séptica É a infeccção de uma articulação sinovial causada por microorganismos patogênicos. É uma doença grave com mortalidade de até 10% apesar do tratamento e sequela em 50% dos pacientes. Os principais causadores são o S. aureus e o N. gonorrhoeae (artrite gonocócica). Ainda, pode ocorrer por fungos e micobactérias em pacientes imunossuprimidos. Os microrganismos podem penetrar na articulação por: 1) Via hematogênica de um processo infeccioso primário ou à distância 2) Por inoculação direta intra-articular 3) Drenagem de ostiomielite aguda O jeito mais comum é pela via hematogênica pois os capilares sinoviais não possuem membrana basal. A penetração de bactérias no espaço articular gera uma resposta inflamatória mediada principalmente por neutrófilos. Horas depois, as bactérias já estão aderidas na cartilagem articular. Ocorre então liberação de proteases e citocinas pelos condrócitos e invasão da cartilagem pelas bactérias e células inflamatórias. O aumento da pressão intra articular decorrente do derrame articular purulento predispõe à isquemia local, que intensifica o processo destrutivo. As consequências são: perda da matriz extracelular da cartilagem, formação de abscesso na cartilagem, possibilidade de extensão para o tecido ósseo subjacente (osteomielite), necrose da cartilagem sinovial e do osso -> podem acontecer até 48h após o início do processo. FATORES DE RISCO Lesão articular prévia (artrose, AR) Diabetes Mellitus Idade > 60 anos Uso de drogas ilícitas intravenosas Imunodeficiência Terapia Imunossupressora (ex corticoides) Homens 3:2 Mulheres ETIOLOGIA Em RN - S. aureus e S. beta hemolítico grupo B e os Gram-negativos entéricos Crianças (1 mês - 5 anos): o principal agente depende se a criança foi vacinada ou não para hemófilo tipo B. Nas que foram vacinadas é mais comum o S aureus, e nas não vacinadas o Haemophilus Influenzae o B é o mais comum. Acima dos 5 anos e adultos - S. Aureus Adolescentes: Neisseria Gonorrhoeae (vida sexual ativa) -> O S. pyogenes também é respons ável por grande parte das artrites sépticas. -> Anaeróbios costumam ser encontrados por contiguidade. Ex: úlcera de pressão infectada, celulites pós mordedura humana por microbiota oral, arranhaduras e mordeduras de animais (violação da cavidade sinovial). -> Em pacientes HIV + podemos pensar em maior quantidade de germes incomuns, como fungos e outros oportunistas. Quadro clínico: sinais de artrite (dor, eritema, calor, edema). A dor é rapidamente progressiva e associada com febre alta com calafrios e limitação funcional. A articulação é mantida em posição fletida para reduzir a tensão capsular e a dor. Uma história de trauma antes dos sintomas é comum. Por infecção bacteriana, costuma apresentar febre alta (39ºC), calafrios, flogose articular (dor, edema, calor, eritema, limitação funcional). A impotência funcional é um dado muito sugestivo. -> nas outras entidades, o paciente vai ter o movimento ativo e passivo praticamente normal As bactérias são responsáveis pela maioria dos casos de artrite infecciosa, onde mais de 90% das vezes é monoarticular, sendo o local mais comum o joelho seguido de quadril, tornozelo, punho, ombro e articulação esternoclavicular. Pequenas articulações da mão são raramente acometidas. A artrite séptica poliarticular é mais comum nos portadores de artrite reumatóide e lupus, acarretando pior prognóstico. Conduta: drenar o líquido articular purulento, descomprimindo a articulação. Se osteomielite, realizar debridamento. O tratamento é a ATB guiada pelo gram e cultura. Iniciar diante de forte suspeita e até antes dos exames. As drogas mais comuns são Oxacilina e Ceftriaxona. Iniciar via IV por 2 semanas, seguido por 2-4 sem de terapia oral. Diagnóstico: Quadro clínico sugestivo + estudo do líquido sinovial Deve ser feita uma artrocentese com gram, cultura e contagem de células. Costuma ocorrer leucocitose com desvio à esquerda. VHS e PCR podem estar aumentados. -> identificação do patógeno fecha o diagnóstico. Líquido sinovial: aspecto purulento,predomínio de neutrófilos e leucocitose. Radiografia pode revelar inflamação e edema de partes moles, espessamento capsular, aumento do espaço articular mas não é necessária no início. Uma radiografia normal não afasta artrite séptica principalmente no início. Procurar por osteopenia periarticular (um osso mais transparente em ambos os lados da articulação), redução da fenda articular, e em casos avançados destruição do osso subcondral. TC e RM -> são úteis para pacientes com infecção profunda -> quadril, esternoclavicular, sacroilíca) e na busca por osteomielite e tumores ósseos. -> O abundante suprimento sanguíneo metafisário faz com que as articulações como joelho, quadril e ombro sejam as mais suscetíveis a infecções bacterianas. Se apresentar nas esternoclaviculares ou sacroilíacas questionar cirurgias pélvicas ou uso de drogas intravenosas pois são associadas com esse cenário. G�n�có�ica x Nã� G�n�có�ica O S. Aureus é responsável pela maioria dos casos de artrite não gonocócica seguido por outros cocos gram-positivos (S. pyogenes, S. pneumoniae, viridans) e bacilos gram negativos (E. coli, salmonella, pseudomonas). A artrite bacteriana não gonocócica predomina em crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos ou em usuários de drogas endovenosas. Durante a bacteremia o principal fator de risco para desenvolver artrite bacteriana é a existência de lesão articular prévia (AR, artrose..) Os pacientes com artrite não gonogócica geralmente apresentam monoartrite francamente inflamatória associada a sinais sistêmicos de toxemia que acompanham a infecção. Em 20% pode ter uma poliartrite, em articulações próximas (AR, LES). Quando pensar em artrite séptica não gonocócica -> em qualquer monoartrite. Principalmente associada a febre alta e início agudo, com flogose articular. Artrite Gonocócica A artrite gonocócica ou infecção gonocócica disseminada (IGD) ocorre pela propagação hematogênica do Neisseria gonorrhoeae , tendo como porta de entrada uma infecção sexualmente transmissível (IST) . TRÍADE CLÁSSICA: POLIARTRITE, TENOSSINOVITE, LESÕES CUTÂNEAS A artrite gonocócica é causada pelo N. Gonorrhoeae que é um diplococo gram negativo e é sexualmente transmissível. Geralmente envolvido com casos de cervicite, salpingite, uretrite e proctite. Outro local possivelmente acometido é a faringe (faringite gonocócica). -> Predomínio em adultos jovens (20-30 anos) com vida sexualmente ativa. Tem duas formas de apresentação clínica: Síndrome artrite-dermatite (fase poliarticular): também chamada de fase da gonococcemia. O paciente abre o quadro com manifestações sistêmicas de febre alta, calafrios e lesões de pele, acompanhadas de envolvimento poliarticular (artralgias/artrite). As lesões cutâneas ocorrem em 75% dos casos e tem preferência por extremidades, como as mãos. -> pústulas ou vesículas com base eritematosa podendo ter centros necrótivos ou hemorrágicos. Pode ter tenossinovite, geralmente acometendo múltiplos tendões, principalmente punhos, tornozelos, mãos (dactilite) e pés. Nesse estágio as hemoculturas sao positivas e as de líquido sinovial negativas. 48 a 72 horas A Neisseria pode ser encontrada em culturas de orofaringe, reto, cérvice e uretra. Artrite supurativa (fase monoarticular): o paciente apresenta monoartrite ou oligoartrite com características semelhantes à artrite séptica não gonogócica) e há um predomínio de grandes articulações periféricas. (joelho, tornozelo, punho). Nesse estágio as hemoculturas são negativas mas o líquido sinovial pode identificar o gonococo. Essas formas de apresentação são evolutivas, então o paciente desenvolve um quadro de bacteremia causado pela fase poliarticular, toxemia, tenossinovite e negatividade de culturas sinoviais evoluindo para a localização da bactéria em uma ou poucas articulações com a fase monoarticular. ⅔ começam com sindrome poliarticular e ⅓ começa com monoarticular fazendo diagnóstico diferencial com artrite nao gonocócica. Diagnóstico: é presuntivo pois os exames bacteriológicos podem vir negativos. Devem ser sempre solicitados hemocultura, cultura de líquido sinovial e cultura de material da uretra, colo, reto e faringe. Em 80% dos pacientes pelo menos um desses sítios é positivo. Na fase poliarticular é a coleta de hemocultura é obrigatória. Na fase monoarticular é melhor coletar a cultura do líquido sinovial. Gonococo é uma bactéria dificil de proliferar in vitro necessitando de uma coleta criteriosa por meio de meio de cultura própria. A resposta da artrite gonocócica a ATB com penicilina ou ceftriaxona é intensa -> prova terapêutica. aaa Ar�r�te G�t�sa (G�ta) aaa É uma artropatia crônica caracterizada por crises recorrentes de artrite inflamatória. -> Depósito de urato nos rins e articulações. Ocorre devido à oscilações de ácido úrico levando a deposição de cristais de urato nas articulações. A hiperuricemia pode resultar do aumento da produção de urato ou então de uma menor excreção renal. - O ácido úrico é produto final do metabolismo das purinas (adenina, guanosina, DNA, RNA) e é produzido em duas vias: a via de novo onde as purinas são sintetizadas a partir de precursores não purínicos e a via de salvamento onde bases purínicas são recapturadas da quedra de ácidos nucleicos derivados de fontes exógenas ou endógenas. O ácido úrico é insolúvel e excretado na urina, mas em meio ácido ele se precipita na forma de cristais e se deposita nos tecidos moles como urato monossódico -> gota úrica. Esses cristais tomam formas de agulha causando uma resposta inflamatória, com infiltração de granulócitos, liberação de espécies reativas de oxigênio -> enzimas lisossomais -> destruição tecidual -> O líquido sinovial é menos solúvel do que o plasma e os cristais são ainda menos solúveis em temperaturas menores do que 37ºC. Gota primária: herdada, corpo produz muito ou excreta pouco. Secundária: excesso de urato por medicação, disfunção renal, quimioterapia obesidade - aumenta ácido úrico Fatores de risco: Homens adultos, alta ingestão de carne, frutos do mar, cerveja e associação com síndrome metabólica. -> A artrite gotosa é incomum em mulheres em idade fértil pois o estrogênio tem fator protetivo para solubilização de ácido úrico. Volta a ocorrer após a menopausa. Mulheres com SOP tem risco aumentado. Sinais e sintomas: As manifestações podem ocorrer em 3 fases: 1) Crises recorrentes (crise monoarticular aguda) de dor excruciante, início agudo, geralmente noturno, ou início da manhã. Acomete principalmente a primeira articulação metatarsofalangeana (podagra). Responde rápido ao TTO, e se não tratato, é autolimitado a 1-2 semanas. 2) Período assintomático entre as crises, tem duração variável. 3) Artropatia crônica sendo o estágio mais avançado com crises múltiplas/persistenes e tofos visíveis que são coleçoes de cristais de urato. Se desenvolve após 10 anos da gota aguda. Crises repetidas de artrite aguda podem levar à artrite crônica, com formação de nódulos grandes -> tofos ( membrana sinovial, bolsa subcutânea do olécrano, tendão calcâneo, osso subcontral, superfície extensora do antebraço. Podem ser confundidos com nódulos reumatoides) Os cristais de urato se formam mais facilmente em baixas temperaturas, por isso tende a ter mais formação em extremidades. -> Na artrite gotosa, o ácido úrico pode estar normal ou até baixo. O importante é a oscilações entre os valores. -> Aspiração de líquido sinovial - cristais de urato e sem crescimento bacteriano - se cresceu bacterias - artrite séptica Conduta: Nacrise é aliviado por uso de AINES, Prednisona, Colchicina. Os objetivos são reduzir a dor, reduzir inflamação, restaurar capacidade articular. A longo prazo: alopurinol e uricosúrico (probenecida). A uricosúria de 24h pode ser feita para avaliar se o paciente será beneficiado com o uso de uricosúricos. RX: Pode evidenciar derrame articular, mais difícil de ver na articulação (primeira metatarsofalângica) que é a mais envolvida na crise gotosa. Podemos ver o aumento de partes moles, lesão em saca bocado com margens esleróticas e tofos gotosos -> aumento de volume e densidade das partes moles periarticulares -> bordas escleróticas, aspecto de mordida de rato, aparencia perfurada aaa Ps�ud�g�ta aaa É uma artropatia crônica caracterizada por crises recorrentes de artrite inflamatória. Ocorre por deposição de pirofosfato de cálcio nas articulações levando a inflamação. É causada também pelo processo de envelhecimento tecidual, onde a osteoartrose se desenvolve causando uma degeneração de cartilagem associada e o derrame de cristais de pirofosfato de cálcio no interior da cavidade articular. Esses cristais produzem uma inflamação crônica de baixo grau - pseudogota crônica. O acúmulo de pirofosfato de cálcio é mais comum em idosos, e não existem medicamentos que removam o cálcio das articulações. Fatores de risco: acomete principalmente idosos com mais de 65 anos. Rara em jovens. Quadro clínico: Dor excruciante que acomete principalmente joelhos, punhos, ombros e cotovelos. Pode durar até 2 semanas e entre os episódios os pacientes são assintomáticos. Os ataque podem ocorrer espontaneamente ou provocados por traumatismo, cirurgia, doença clínica grave. Simula o quadro da artrite gotosa. geralmente no joelho, punho ou outras articulações periféricas maiores; Diagnóstico: Artrocentese com identificação de cristal de pirofosfato de cálcio no líquido sinovial. RX: Pode ajudar evidenciando a deposição desses cristais através de formas lineares ou puntiformes sobre a cartilagem hialina, principalmente nos joelhos. Devido a associação entre o depósito de pirofosfato de cálcio e várias doenças metabólicas, também pedir: Ca, P, Mg, Fosfatase alcalina e TSH. Tratamento: Aines, prednisona e colchicina - são os mesmos para longo prazo. aaa Ar�r�te Rea�i�a aaa É uma artrite que ocorre após uma infecção (genital, intestinal, pós viral) ou pós vacinal na qual os agentes não podem ser identificados por cultura. Os principais são Chlamydia, Salmonella, Shigella, Campylobacter, HIV. Predomina em indivíduos com 18 - 40 anos e mais predominante em homens quando após infecção genital e ambos os sexos após enterite. A artrite acontece 1-4 sem após o relato de infecção genital ou intestinal. Acomete principalmente MMII em especial o joelho, sendo mono ou oligo - simétrica. Pode cursar com conjuntivite, eritema conjuntival, ardência, prurido. Pode ocorrer entesite, dactilite (dedo em salsicha), dor lombar. Diagnóstico: clínico pela presença de mono ou oligoartrite inflamatória com histórico de infeção intestinal ou genital. A análise do líquido sinovial pode ser importante para afastar artrite de cristais e a séptica. Revela líquido inflamatório com 2.000- 50.000 leucócitos com cultura estéril. TTO: Aines ou injeção de corticoide intra articular. Drogas que interferem no metabolismo do folato - metotrexato e sulfassalazina - modificadores da doença TRÍADE: ARTRITE + LOMBALGIA + OLHO VERMELHO _____________________________________________ Tenossinovite x artrite x entesite Existem estruturas articulares e não articulares (periarticulares). O acometimento inflamatório das estruturas articulares cursa com diminuição da amplitude de movimento por dor, tanto ativo (realizado pelo paciente) quando passivos (realizados pelo examinador). Já nas periartrites a limitação se restringe aos movimentos ativos. -> Articulares: sinóvia, liquido sinovial, cartilagem articular, ligamentos intra-articulares, cápsula articular, osso justarticular. O acometimento de uma dessas estruturas é artrite. -> Periarticulares: fáscia, ossos, pele, nervos, tendão, êntese, bursas. tendões e bainhas - o acometimendo dos tendões é a tendinite, e o acometimento da bainha peritendínea é tenossinovite. Cursa com dor à palpação do trajeto do tendão, e dor a mobilização ativa, muitas vezes longe da articulação mobilizada. EX: Tenossinovite gonocócica dos extensores do carpo a flexão dos dedos gera dor na bainha dos músculos extensores, longe das articulações interfalangeanas. êntese - é o local onde os tendões se ligam aos ossos, ligamentos ou cápsulas articulares. A inflamação dessas estruturas se chama entesite, e quanto tem caráter crônico, por calcificação e fibrose, pode gerar anquilose. Ocorre geralmente nas espondiloartropatias soronegativas. bursa - são pequenas bolsas periarticulares que facilitam o deslizamento dos tendões sobre proeminências ósseas. Inflamação dessas estruturas é bursite. Dor a mobilização ativa e à palpação de pontos específicos. aaa Ar�r�te Tu���ul�sa aaa A tuberculose articular é a terceira forma mais comum de tucerbulose extrapleuropulmonar (infecção pelo Mycobacterium Tuberculosis) - perdendo para linfonodos e trato geniturinário. Faixa etária mais comum: idosos Mais comum em pacientes com HIV. Se apresenta de diversas formas: 1) Espondilite ou mal de Pott 2) Artrite periférica 3) Osteomielite/dactilite 4) Doença de Poncet ou Artrite reativa da tuberculose. O envolvimento articular da tuberculose acontece por reativação de um foco latente no osso ou sinóvia, que chegou por via hematogênica durante a primeira infecção. É uma monoartrite crônica, geralmente não associada a sintomas constitucionais, e as articulações mais envolvidas são: joelhos, quadris e cotovelos. Pode ter edema no exame físico. As radiografias só tem alteração após meses de infecção e são sutis: borramento do osso subcondral e erosões marginais. A radiografia de tórax raramente tem tuberculose pulmonar ativa, mas pode ter de infecção antiga. VHS elevado, exame do líquido sinovial com leucocitose. PPD positivo em 90% dos pacientes. -> monoartrite crônica de evolução insidiosa -> compromete mais as articulações sustentadoras de peso - joelho e quadril -> sintomas sistêmicos ausentes ou muito leves -> rx tórax pode estar normal -> Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol __________________________________________________ aaa P��iar�r�tes aaa O envolvimento de mais de quatro articulações é chamado de poliartrite. infecciosa - imunossuprimidos artrite inflamatória - artrite reumatoide, psoriásica, espondiloartropatias, gota, osteoartrite, lúpus, esclerose sistêmica, polimiosite, febre reumática, artrite reativa, sarcoidose, vasculites. simétricas - acometem as articulações bilateralmente. existem 5 etiologias que podem cursar com uma poliartrite aguda não cronificada, e são infecções virais: dengue, parvovírus B19, rubéola, infecção por Epstein-Barr e hepatite B. aaa Ar�r�te R�umatóide aaa É a forma mais comum de artrite inflamatória crônica. A etiologia é desconhecida, por provável mecanismo autoimune. É uma poliartrite de pequenas articulações da mão (interfalângicas proximais e metacarpofalângicas) e dos pés (interfalângicas e metatarsofalângicas), tornozelos e joelhos. Na maioria das vezes é crônico, bilateral, simétrico e fixo. Dura mais que 6 semanas. Evolui para deformidades articulares, como desvio ulnar, subluxação, dedo em pescoço de cisne e botoeira. Epidemiologia: mulheres de meia idade (3:1 homens)principalmente caucasianas. A incidência aumenta entre os 25-55 anos. -> Predisposição genética: maior em parentes de primeiro grau + tabagismo A doença se inicia em um indivíduo geneticamente predisposto pela ativação de uma resposta mediada por linfócitos T a um gatilho imunológico, com formação de anticorpos. . Essa resposta imune causa inflamação sinovial e destruição da arquitetura da articulação. Patogênese: o elemento principal é a proliferação inflamatória da membrana sinovial (Sinovite). O tecido inflamatório sinovial em proliferação é chamado de Pannus - extensa rede de novos vasos sanguíneos. -> diferencia a AR de outras artrites inflamatórias. O pannus é um manto que recobre as estruturas intra-articulares e por estar cronicamente inflamado vai fazer uma lesão por contiguidade dos tecidos vizinhos, como a cartilagem articular e o tecido ósseo subjacente. A destruição final da cartilagem, ossos, ligamentos e tendões resulta da produção local de enzimas proteolíticas. Após iniciado a resposta imune, ela não desaparece na maioria dos pacientes, e linfóticos TCD4+ hiperestimulados migram para a membrana sinovial atraindo e ativando macrófagos e linfócitos B. Ocorre produção desordenada de citocinas principalmente o TNF-alfa. -> autoperpetuação do processo inflamatório -> proliferação de células sinoviais. -> expansão progressiva do pannus. Com a progressão da doença, a inflamação das articulações e alterações estruturais levam a instabilidade articular, atrofia muscular por desuso -> são irreversíveis. Os linfócitos B se transformam em plasmócitos que são células capazes de secretar anticorpos. Inicia a produção de autoanticorpos como o fator reumatoide. É um anticorpo na maioria das vezes IGM que reconhece a porção Fc de IGG e se une com ele formando imunocomplexos. Também forma anticorpos anti CCP. As quimiocinas no local atraem neutrófilos polimorfonucleares que se concentram no líquido sinovial. -> A dependência de TCD4+ é exemplificada pela doença regredir no HIV. Quadro clínico: Rigidez articular matinal que dura cerca de 1h ou mais,, sinais de artrite (dor, edema, calor, vermelhidão), principalmente nas articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais, pés e punhos ( mão-pé-punho ). Pode ocorrer deformidades como o dedo em gatilho ou deformidade em pescoço de cisne. O envolvimento espinal geralmente é limitado à região cervical. O aumento de volume articular é seu principal sinal. A origem da dor está na cápsula articular que possui fibras nociceptivas ao estresse mecânico - paciente tende a manter as articulações em flexão. -> IMPORTANTE: POUPA AS IFDistais!!!! E FEBRE ACIMA DE 38 É INCOMUM -> SUSPEITAR INFECÇÃO. -> NÃO CAUSA SACROILEÍTE NA COLUNA LOMBAR E TORÁCICA - APENAS NA COLUNA CERVICAL SUPERIOR -> CALOR E RUBOR SUGEREM ARTRITE INFECCIOSA OU POR CRISTAIS. A destruição progressiva das articulações pode levar à subluxação (um deslocamento da articulação resultando em desalinhamento das extremidades ósseas), com instabilidade da articulação e limitação de movimento. As forças aplicadas diariamente nessas articulações podem provocar deformidades, como os tendões extensores das articulaçoes MCF deslizando para o lado ulnar da cabeça metacarpal causando desvio ulnar dos dedos. -> Fibrose dos tecidos periarticulares, anquilose das superfícies ósseas, atrofia muscular -> deformidades fixas. A hiperextensão da articulação IFP e a flexão parcial da IFD é chamada de deformidade em pescoço de cisne. -> perca grave de função, incapacidade de fechar a mão. O envolvimento do tornozelo pode limitar a flexão e extensão. -> dificuldade para deambular. O envolvimento das articulações metatarsofalângicas pode causar subluxação, hálux valgo, deformidades de dedo em martelo. Marco da AR: Sinovite crônica que causa formação de erosões ósseas e deformidade articular -> Geralmente esse quadro inicia e é acompanhado de sintomas constitucionais (fadiga, anorexia, mal-estar). Está associada com manifestações extra-articulares: nódulos subcutãneos firmes, vasculite necrosante, síndrome de Sjogren, derrame pleural, pericardite, derrame pericárdico, nefropatia membranosa, anemia de doença crônica. Condições associadas: A principal causa de óbito em portadores de AR são as doenças cardiovasculares, com destaque para a doença coronariana e insuficiência cardíaca congestiva. Também é predominante aterosclerose acelerada por conta do estado inflamatório crônico - é um fator de risco independente, ou seja, permanece mesmo após o controle dos FR tradicionais. A inflamação sistêmica sustentada aumenta o estresse oxidativo no meio interno, aumentando a carga de radicais livres -> maior oxidação dos lipídios -> mais propensos a se depositar na camada dos vasos -> estrias gordurosas que aceleram a formação dessas placas em ateroma. Osteoporose: Cerca de 50% dos pacientes desenvolvem osteoporose pelas citocinas liberadas na circulação sistêmica (IL1, IL6 E TNF) estimulam osteoclastos levando ao surgimento de osteoporose difusa. Também pode ocorrer perca de massa óssea por imobilização prolongada e terapia com glicocorticoides. Anemia por baixo ferro sérico ou por baixa capacidade de ligação do ferro. Nódulos Reumatoides: são lesões granulomatosas que se desenvolvem em torno de pequenos vasos sanguíneos. Surgem devido a vasculite de pequenas veias com necrose fibrinoide e proliferação fibroelástica. São geralmente encontrados em pontos de pressão como as superfícies extensoras da ulna e tendão de aquiles . Esses nódulos podem ser permanentes ou se resolverem espontaneamente. FR positivo na maioria dos pacientes. Vasculite: inflamação das artérias de pequeno e médio calibre causando áreas isquêmicas na prega ungueal e polpa digital. Podem ocasionar ulcerações. Síndrome do Túnel do Carpo: A compressão do nervo mediano contra o ligamento transverso do carpo origina parestesia do polegar, segundo e terceiro dedos. Tinel (percussão dos punhos - dor e parestesia). Phalen Mãos em flexão forçada por 30 a 60 seg (dor e parestesia) Joelhos: são frequentemente afetados pela AR causando derrames articulares (compressão da patela - sinal da Tecla) Percepção de flutuação patelar, sensação que a patela “afunda e volta” é indicativo de líquido sinovial em excesso. + membrana sinovial da região poplítea desenvolve uma bolsa que pode invadir os planos musculares da panturrilha - cisto de baker que pode simular uma TVP por dor e edema local. - USG DOPPLER Coluna Cervical: É grave e pode levar a óbito, geralmente causa subluxação de C1 E C2 -> manifestação de tetraparesia ou tetraplegia podendo levar a paralisia diafragmática e compressão das artérias vertebrais resultando em insuficiência respiratória e vertebrobasilar (vertigens + síncope). (dorso de camelo) Síndrome de Sjogren: É secundária, e é a manifestação ocular mais comum (20-30% dos casos). É associada com ressecamento dos olhos (ceratoconjuntivite seca), muitas vezes acompanhada de xerostomia e aumento de parótidas. Pulmonares: Derrame pleural, nódulos reumatoides no parênquima, cavitação e pneumotórax, bronquiolite constritiva… O acometimento das pleuras (pleurite e derrame pleural) é uma complicação clássica. Geralmente unilateral. O derrame pleural reumatóide geralmente é pouco volumoso ou assintomático. O derrame é um exsudato, com positividade para FR e acentuada redução de glicose e baixo pH. Comprometimento do transporte de glicose pela pleura inflamada. -> Nódulos reumatoides: podem estar presentes no parênquima pulmonar. São encontradosem pacientes soropositivos com sinovite generalizada e nódulos em outras localizações. Podem infectar formando cavidades ou romper para a cavidade pleural - pneumotórax ou então sofrer calcificação. Nódulo isolado - câncer pulmão. Cardíacas: A pericardite é uma manifestação comum. Normalmente é assintomática. Também associada com soropositivos e com nódulos subcutâneos. Quando tem derrame pericárdico o liquido tem o mesmo conteúdo q o derrame pleural. Nódulos reumatoides podem aparecer no miocárdio e nas válvulas, sendo uma causa rara de IAM. Renais: nefropatia membranosa, nefropatia associada a medicamentos para AR, glomerulonefrite mesangial, amiloidose. A clássica é a nefropatia membranosa que em geral se associa com drogas: AINEs, D-penicilamina. Glomerulonefrite mesangial desencadeada pela própria artrite reumatóide. Podem apresentar microalbuminúria. Pode causar amiloidose que pode causar síndrome nefrótica (com rins aumentados). Pode ter tbm vasculite renal. Síndrome de Felty - AR+ Esplenomegalia + neutropenia idiopática persistente RX Manifestação mais precoce - edema de parte moles. Com o passar da doença as articulações vão sendo afetadas em padrão proximal e simétrico. - IDS PRESERVADAS - osteopenia periarticular Mais tardia - erosão marginal Diagnóstico: Colégio Americano de Reumatologia (1987) - pouco sensível para identificar casos mais precoces, não inclui o anti CCP, inclui erosões marginais e nódulos reumatoides que são achados tardios. ACR/EULAR (2010) - 6 ou + pontos -> diagnóstico CLÍNICO Se o paciente apresenta 1) sinovite clinicamente evidente em três ou mais articulações periféricas típicas (mãos, punhos, pés), 2) positividade para FR ou ACPA 3) aumento de VHS ou PCR, 4) exclusão de outros diagnósticos Acometimento articular (0-5) 1 grande articulação - 0 2-10 grandes articulações - 1 1-3 pequenas articulações - 2 4-10 pequenas articulações - 3 >10 articulações com pelo menos uma pequena - 5 -> poliartrite pontua mais para AR Sorologia (0-3). Fr negativo e Anti CCP negativo - 0 FR positivo ou Anti CCP positivo em baixos títulos (menor que 3x o limite superior) - 2 FR positivo ou Anti CCP positivo em altos títulos - 3 Duração dos sintomas (0-1) Menos que 6 semanas - 0 Mais que 6 semanas - 1 -> crônica Provas de atividade inflamatória (0-1). PCR e VHS normais - 0 PCR e VHS anormais - 1 -> inflamatória Tratamento Sintomáticos x DMARDs -> 80% do dano articular causado pela AR ocorre nos primeiros 2 anos de atividade da doença. A estratégia ideal é intervir de maneira precoce e agressiva com Drogas Antirreumáticas Modificadoras da Doença antes que se chegue nas lesões mais avançadas (com erosão articular) -> O objetivo é colocar a doença em remissão ou deixar no menor grau de atividade. -> O tratamento inicial deve incluir uma DARMD sendo o metotrexato a droga de primeira escolha. Remissão da doença: menos que 1 articulação dolorosa, menos de 1 articulação edemaciada, PCR menor que 1, Autoavaliação pelo paciente menor que 1. Sintomáticas: trazem alívio rápido mas não alteram o curso natural da doença, não alteram progressões radiográficas e deve ser realizado o desmame assim que possível. AINES - São drogas adjuvantes no tratamento sintomático da AR, promovendo analgesia e desinflamação imediata do tecido osteoarticular. Evitar uso a longo prazo. - nefrotoxicidade Glicocorticoides: Corticoides em dose baixa e intermediária como prednisona ( menos que 7,5mg dia ou de 7,5 a 30) fornecem alívio rápido sintomático. Também são bons para os surtos agudos da doença (flares) em pacientes que já usam uma DARMD. -> A longo prazo podem retardar a progressão das erosões ósseas. Em pacientes que não respondem a primeira linha, podemos usar corticoide em baixa dose. Injeções intra articulares: são indicadas noas casos de artrite limitada a poucas articulações, como persistência de atividade inflamatória em apenas um joelho. Descartar artrite séptica antes de fazer. DARMD - Tem propriedade de atrasar ou evitar a progressão das lesões estruturais induzidas pela AR. A primeira linha é o metotrexato. - Metotrexato, cloroquina, sulfassalazina METOTREXATO É a primeira escolha no TTO, devido a sua comprovada eficácia e segurança. Tem um início de ação mais rápido que as outras. Mecanismo: inibição da enzima di-hidrofolato redutase interferindo no metabolismo de purinas e pirimidinas nas células do sistema imune. Efeitos adversos: estomatite, intolerância gastrointestinal, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, risco aumentado de infecções. Reposição com ácido fólico reduz a toxicidade do MTX sem interferir na sua eficácia. É contraindicado na gravidez teratogênico). Antes de iniciar o TTO, avaliar função renal, hemograma, hepatograma e um RX de tórax para comparações futuras. Avaliar esses exames a cada 3 meses. Dose inicial de 7,5mg/semana com incremento semanal de 2,5 caso não haja resposta após 4 semanas. Dose máxima é 25mg por semana. GUIDELINES PARA TRATAMENTO DA AR - depende da duração e gravidade dos sintomas Doença precoce - que iniciou a menos de 6 meses Doença persistente: ainda presente após 6 meses de tratamento. ________________________________________ aa Lú�us Er�t�mat�s� Sistêmic� aa É uma doença inflamatória autoimune crônica de causa desconhecida, que pode atingir vários órgãos e tecidos. Faz parte das colagenoses junto com esclerodermie, dermatopolimiosite, síndrome de sjogren, doença mista do tecido conjuntivo. -> são patologias inflamatórias multissistêmicas O LES é uma doença autoimune multissistêmica crônica e sua característica mais marcante são os focos de inflamação em vários tecidos e órgãos. Acomete principalmente a pele (dermatite), seroras (serosites), articulações (artrites) e glomérulos (glomerulite). -> Enquanto a AR tem mecanismo dependende da imunidade em linfócitos T, o lúpus está relacionado com multiplos anticorpos ou seja uma forte participação de autoimunidade humoral. Epidemiologia: Muito mais comum em mulheres do que homens 9:1. principalmente em idade fértil e populações afrodescendentes e asiáticos. -> andrógenos protegem contra LES. Idade mais comum de manifestação: 15-45 anos Patogênese: o LES é resultado de diversos autoanticorpos produzidos por um desequilíbrio do sistema imunológico. Quando os autoanticorpos se ligam com seus autoantígenos se formam imunocomplexos que ativam o sistema complemento dando inicio ao processo de quimiotaxia e inflamação tecidual. Esses complexos podem se formar em nível local ou então viajar pelo soro onde se depositam nos tecidos e causam inflamação. São autoanticorpos nucleares (ANA) como o anti DNA e anticorpos Smith (SM). Pode haver também outros autoanticorpos como (contra substâncias nucleares, citoplasmáticas, membrana celular) Fatores genéticos: Incidència aumentada em parentes de primeiro grau. Fatores ambientais: Vários fatores podem ser importantes para a expressão clínica da doença sendo o mais bem estabelecido a exposição aos raios UV que desencadeiam atividade lúpica em 70% dos pacientes. Outros contribuintes são: estrógenos, drogas, tabagismo, agentes microbiológicos. RAIOS UV: Exercem um efeito imunogênico nos queratinócitos da pele e induzem apoptose dessas células, promovendo lesão direta do DNA. Aumentam a liberação de interleucinas como IL1, IL6, IL3, TNF-alfa favorecendo a produção de anticorpos autorreativos -> perfil epidêmico de lupus no verão. Hormônios: Os estrogênios são imunoestimulantese aumentam a atividade dos linfócitos B, os androgênios e progestógenos fazem o oposto. Pacientes com uso de ACO tem o risco aumentado. Medicamentos: podem provocar o lúpus farmacoinduzido. Hidralazina, procainamida, isoniazida. Tabagismo: alguma substância presente no cigarro faz alteração de DNA provocando o desenvolvimento de anticorpos antiDNA. Agentes microbiológicos: Os vírus podem causar modificações antigênicas e simular autoantígenos (mimetismo molecular). Apenas o vírus epstein-barr mostrou esse potencial. A infecção por HIV quando é reduzida de linfócitos T CD4+ inibe dçs autoimunes. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Cursa com poliartrite não erosiva, distal, simétrica e migratória. Acomete principalmente mãos (metacarpofalangeanas e interfalangeanas distais), punhos e joelhos. NÃO HÁ RIGIDEZ MATINAL COMO NA AR. Pode cursar com artropatia de Jaccoud que é uma deformidade articular que reduz a manipulação. -> Pode se manifestar de diversas maneiras e afetar muitos sistemas do corpo. Pode começar de maneira aguda e fulminante ou insidiosa. Os sintomas constitucionais são frequentes: mal-estar, fadiga, queda do estago geral, febre. -> são inespecíficos para diagnóstico. Locais mais acometidos: pele, articulação, membranas serosas, rins, SNC. Sua apresentação inicial pode afetar apenas um sistema orgânico dificultando o diagnóstico, ou então já exteriorizar de forma completa envolvendo diversos órgãos e sistemas. A maioria dos doentes tem períodos de exacerbação intercalado com períodos de melhora ou inatividade. Articulares Artralgia e Mialgia são muito prevalentes (95%) e são as manifestações mais comuns. Tem um caráter simétrico, distal e migratório com os sintomas durando de 1-3 dias em cada articulação. A rigidez matinal quando presente geralmente é inferior a uma hora. As articulações mais envolvidas são mãos, punhos e joelhos. Diferente da AR, o lúpus não produz erosões articulares. Porém como resultado da doença nos tecidos periarticulares (tendões e ligamentos), podem surgir deformidades semelhantes da AR. -> artropatia de jaccoud. -> é redutível se for manipulado. -> No lúpus, em exames radiológicos raramente tem destruição articular. A artrite lúpica tem pouco ou nenhum derrame articular. Porém se for feito artrocentese tem padrão levemente inflamatório e positividade de anticorpo antinuclear. A osteonecrose (Necrose óssea avascular) deve ser suspeitada em pacientes lúpicos com dor persistente em topografias como o quadril após resolução de uma poliartrite. Ocorre por obliteração de microvasos que suprem o osso medular causando infarto. Lesões Cutâneas Podem ser divididas em: agudas, subagudas ou crônicas e também como específicas e não específicas. Específicas: 1) Agudas: a lesão mais comum é a erupção malar em asa de borboleta. Se apresenta de forma aguda como uma erupção sobre as bochechas e nariz, elevada, podendo ser dolorosa e pruriginosa, frequentemente precipitada por exposição solar. Pode persistir por horas a dias e o diagnóstico diferencial deve ser feito com causas de eritema na face como acne rosácea. Sugere lúpus: ausência de pápulas e pústulas típicas da rosácea e não pega sulcos nasolabiais. 2) Fotossensibilidade: É o surgimento de uma erupção cutânea que se apresenta logo após exposição ao sol ou luz artificial. As lesões predominam em áreas expostas ao sol (V cervical, face e extremidades) SUBAGUDAS - Lúpus cutâneo sugabudo, podendo estar associado ou não com a forma sistêmica do lúpus, cursa com lesões eritematodescamativas difusas, não ulcerativas, que predominam em MMSS e parte superior do tronco, com face geralmente poupada. Também são precipitadas por exposição solar, acompanhada por sintomas musculares. O lúpus subagudo pode se apresentar como erupção papuloescamosa lenticular que simula uma psoríase. CRÔNICAS A principal lesão crônica é o lúpus discoite que pode ocorrer sem manifestação sistêmica ou no quadro clássico. Se desenvolve em 20% dos pacientes. Predomina na face, pescoço, couro e pavilhão auricular. São placas eritematosas, hiperpigmentadas que se tornam uma cicatriz despigmentada e atrófica. Costuma deixar sequelas cicatriciais como alopecia. Paniculite de Kaposi: é uma forma rara e são nódulos firmes e dolorosos no tecido subcutâneo que evoluem com atrofia e é causado por vasculite de arteríolas do tecido adiposo. NÃO ESPECÍFICAS Vasculite cutânea: observada em até 20% dos casos e se manifesta com lesões purpúricas e petéquias ou lesões urticariformes. Nos casos mais graves podem surgir úlceras cutâneas como necrose digital. Livedo reticular e telangiectasias: livedo é o vasoespasmo de arteríolas da derme intercalado com áreas de dilatação: aspecto de escamas ou de mármore da pele. Fenômeno de Raynaud: vasoespasmo episódico de pequenas artérias digitais com sequência palidez-cianose-rubor. Ocorre em 30% dos pcts. Também é típico de esclerose sistêmica. Úlceras mucosas: ocorrem no palato, lábios, septonasal, vagina, etc. São diferenciadas das úlceras hepéticas pq essas doem. As úlceras orais do LES não doem . Renais Ocorre em cerca de 50% dos pcts. 1) Proteinúria >500mg ou +3 no EAS 2) Cilindros celulares na urinálise 3) Síndrome nefrítica 4) Síndrome nefrótica 5) Nefrite intersticial 6) Insuficiência Rena Glomérulos: são o principal alvo do lúpus. Pode aparecer qualquer síndrome glomerular. A deposição de imunocomplexos é a base fisiopatológica da nefrite lúpica. Esperamos encontrar proteínas e hemácias pois o glomérulo é um filtro. Outra manifestação que não envolve glomérulo é a nefrite intersticial aguda -> Insuficiência renal oligúrica, lombalgia, febre, piúria maciça, hematúria não dismórfica, proteinúria. Urocultura negativa. Pulmonares Se manifesta principalmente com pleurite e derrame pleural. Com menos frequência pode ter pneumonite aguda, hemorragia pulmonar, hipertensão pulmonar e síndrome do pulmão contraído. Dor pleurítica (pleurite lúpica): ocorre em 50% dos casos. Pode ter derrames maciços, porém a dor pleurítica é mais comum do que o próprio achado. A pleurite é uma inflamação da pleura que pode ou não estar associada com derrame pleural. Causa um quadro de dor torácica, febre, dispneia e tosse. -> atrito pleural. -> progressão para insuficiência respiratória aguda. Dor ventilatório dependente com piora ao espirrar, tossir ou inspiração profunda. Derrame pleural: pode ser unilateral, ou mais comumente bilateral. O conteúdo é exsudato com níveis de glicose normais (diferente da AR). Pode ter FAN. Cardiovasculares Pericardite e Miocardite são as mais comuns. A pericardite mesmo quando sintomática não costuma causar tamponamento e pericardite constritiva. Miocardite: pode se manifestar como taquicardia sinusal sem outra causa aparente, sem febre. taquipneia aos esforços, associados ao aumento da área cardíaca no RX. Endocardite de Libman-Sacks: forma verrucosa e não bacteriana de endocardite ou valvulite cardíaca. Ocorre principalmente na valva mitral e aórtica. Neurológicas e SNC: Psicose lúpica: se manifesta geralmente no primeiro ano de doença como um quadro de delírum e estado confusional, ilusões, alucinações auditivas ou visuais e flutuação do nível de consciência. Cefaleia, convulsões, etc. Hematológicas Anemia normocítica e normocrômica: causada por eritropoese deficitária e disponibilidade de ferro reduzida (anemia de doença cronica). Pode ter queda de hematócrito. Leucopenia autoimune: comumente encontrada com contagem inferiora 4.000 sendo critério diagnóstico. Ceratoconjuntivite: Sjogren. -> Aumento de VHS e PCR. DIAGNÓSTICO: sensibilidade de 96% e especificidade de 83%. É clínico + labs Manifestações laboratoriais específicas: FAN - é muito sensível sendo que 98% dos pacientes tem FAN + e pode ser usado como teste de triagem sendo significativo um título > 1:80. Porém não tem especificidade pq outras doenças podem ter FAN positivo. Valores maiores do que 1/320 são muito relevantes e indicam doença autoimune em 97% dos casos. O fan é uma pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares. Anticorpos sensíveis para a doença: anti DNA dupla hélice é 95% específico e traduz atividade da doença e o antígeno Smith ou anti SM confirma a doença, porém é pouco sensível e tá ausente em 70% dos casos. Altos títulos de anti-DNA dupla hélice estão relacionados com a forma grave de nefrite lúpica. ● Nuclear pontilhado grosso (AC-5): doença mista do tecido conjuntivo, lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia ou artrite reumatoide - pontilhado fino e nuclear homogênico também podem indicar LES 4 DOS 11 - DIAGNÓSTICO. TRATAMENTO Medidas gerais: repouso (quanto mais ativa a doença maior a necessidade de repouso) - fadiga. Proteção contra luz UV com protetor solar > 30FPS. Aumenta o RCV - monitorização e controle de PA, glicemia, perfil lipídico, tabagismo. TTO com aine, cloroquina e corticoide. __________________________________________ aa Escl��se Sistêmica aa É uma doença autoimune do tecido conjuntivo, caracterizada por deposição excessiva de colágeno na pele e órgãos internos. A esclerose sistêmica é a forma sistêmica da esclerodermia que é uma doença rara. Se caracteriza pela fibrose das estruturas. Fibrose- endurecimento da pele é o principal marcador da doença. É uma doença rara com preferência pelo sexo feminino (4:1) e predomínio entre 30-50 anos. Mais comum em negros. Parante de primeiro grau aumenta o risco em 13x. Pode ser sistêmica ou localizada (restrita à pele). Forma limitada: acometimento cutâneo nas extremidades (cotovelos, joelhos e fase), ritmo lento de acometimento cutâneo, calcinose, incidência tardia de manifestaçoes viscerais. -> Geralmente poupa o tronco A forma difusa cursa com: envolvimento cutâneo generalizado, com início do endurecimento nos dedos (esclerodactilia) ascendente de forma distal para proximal dos membros e afetando tronco face. Tendência a rápida progressão, contraturas articulares, crepitação tendínea, comprometimento visceral precoce (fibrose pulmonar, miocardioesclerose, crise renal), . Anticorpos Antitopoisomerase I. Seus mecanismos de lesão tecidual não são os focos de inflamação aguda como no lúpus. Seus processos patogênicos são por: 1) disfunção vascular de pequenas artérias e 2) desenvolvimento de fibrose nos tecidos A deposição excessiva de colágeno, que é o marco fundamental, é decorrente do acúmulo de uma grande quantidade de fibroblastos ativados. A fibrose pode ser secundária a atividade autoimune. Teoria imunológica: fibrose secundária a mecanismo imune com ativação de linfócitos T autorreativos se acumulam nos tecidos envolvidos -> células inflamatórias ativadas -> fatores de crescimento que atraem e ativam fibroblastos Teoria vascular - pequenas artérias e arteríolas (microvasculatura) estão bastante afetadas na esclerose sistêmica. A disfunção endotelial e o espessamento fibrótico da camada íntima formam a base da lesão. O endotélio lesionado forma mais fatores vasoconstritores como endotelina e menos óxido nítrico e prostaciclina. Ainda a lesão endotelial predispõe a ativação plaquetária -> formação de microagregados de plaquetas nos capilares e liberação de tromboxano A2 que é um potente vasoconstritor. Então, os vasos estão propensos a vasoconstrição e vasoespasmo -> isquemia e reperfusão. -> acúmulo de fibroblastos e fibrose. Manifestações clínicas A esclerose sistêmica é uma doença monofásica ou seja ela não evolui com remissões e recidivas e sim se instala como uma única onda de lesão tecidual que começa pelo edema inflamatório (fase precoce) seguido pela fibrose progressiva e atrofia tecidual (fase tardia). O fenomeno de Raynaud pode ser uma fase pré esclerodermia. Em alguns pacientes com esclerose o fenômeno de Raynaud e outras manifestações características da ES ocorrem na ausência de espessamento da pele - síndrome ES sem esclerodermia. Síndrome de CREST C calcinose R raynaud E esôfagopatia S esclerodactilia T teleangiectasia -> corresponde à esclerose limitada OU ABCD CREST A autoanticorpos B fibrose pulmonar bibasal C contraturas articulares digitais D espessamento dérmico proximal aos punhos -> Em pacientes com CREST raramente tem comprometimento de rins, coração, pulmões. Está associada com Anticorpos Anticentrômero (AAC). PELE: o espessamento da pele é o principal critério diagnóstico, sendo bilateral e simétrico. A pele se torna firme, espessa e áspera com aspecto brilhoso. A lesão esclerodérmica segue as fases de: edema, endurecimento e atrofia. Inicialmente se tem um edema duro inflamatório nas áreas comprometidas com sensação de pele menos flexível e inchada, principalmente mãos e antebraços. Após semanas ou meses o endurecimento e espessamento se tornam objetivos. Na fase tardia a pele se torna fina e aderida aos tecidos subjacentes. Dedos: edemaciados com pele espessa e brilhosa fortemente ligada ao tecido subcutâneo. Desaparecem as pregas cutâneas normais sobre as articulações originando uma incapacidade de pinçar tecidos moles dessas regiões. A pele tensa sobre os dedos limita a sua extensão completa produzindo contraturas fixas de flexão. Tem queda de pelos e redução de sudorese pois a fibrose dérmica também afeta os fâneros cutâneos. -> esclerodactilia. -> Quando muito tensa a pele fica muito fina sobre os pontos de proeminência óssea como nas articulações IFP podendo surgir úlceras nas pontas dos dedos ou nas proeminencias. Em alguns pacientes, principalmente os que tem a síndrome CREST surgem depósitos de cálcio que é a Calcinose. Esses depósitos ocorrem quando o cálcio precipita em tecidos danificados por inflamação, hipoxia ou traumatismo local FACE: perda de pregas cutâneas normais, da expressão facial e da capacidade de abrir a boca (microstomia). Os dentes costumam ficar a mostra e os lábios finos. O nariz afina -> fácies esclerodérmica. A pele pode ficar seca e áspera. Em pacientes com a forma difusa da doença surge a sensação de aperto ou de dificuldade na movimentação de ombro e tórax superior. A região anterior do pescoço pode ter espessamentos formando o sinal do pescoço. Capilares: o número de capilares na pele é menor pelo processo fibrótico, e os capilares remanescentes sofrem dilatação -> telangiectasias. Podem aparecer na face, tórax, palma da mão e mucosas. Fenômeno de Raynaud - visto em 99% dos casos. Normalmente é o primeiro sinal. É um episódio de vasoconstrição temporária de arteríolas digitais que normalmente é precipitado por frio ou estresse emocional. Após cerca de 10 min -> vasodilatação rebote: palidez - cianose - rubor. A tríade não ocorre em todos os pacientes então episódios de palidez -> possibilidade de raynaud. Costuma ser de forma simétrica em ambas as mãos com as fases de cianose causando dormência. O rubor causa dor e formigamento. Nos casos mais graves -> úlceras em polpa digital. Manifestações sistêmicas (constitucionais) - Mais comuns: perda ponderal e fadiga. Febre não é um achado característico -> procurar outras causas. Musculoesqueléticas: poliartralgiae mialgia são também sintomas comuns e precoces da esclerose sistêmica. A primeira manifestação geralmente é déficit funcional das mãos decorrente do acometimento cutãneo. -> pode gerar poliartrite simétrica. Atrofia e fraqueza muscular: restrição da mobilidade das articulações pela retração fibrótica, extensão do processo fibrótico atingindo músculos e superposição com polimiosite (10% dos casos). O espessamento das bainhas tendinosas -> síndrome do túnel do carpo por compressão do nervo mediano. -> tinel e phalen TGI - podem ser encontradas alterações da boca ao reto. A substuição colágena da arquitetura normal compromete a contração da musculatura lisa e diminui a atividade peristáltica com dismotilidade, supercrescimento bacteriano, obstrução do intestino e perfuração. Principais: refluxo, dismotilidade de esôfago, estômago em melancia. Esofagopatia: é a terceira manifestação mais comum. Está comprometido em 90% dos casos. 1) redução da pressão de repouso do EEI -> refluxo (pirose, regurgitação e dor retroesternal). Disfagia para sólidos por dismotilidade. Se o refluxo se tornar grave e persistente pode ocorrer sangramento e úlcera com disfagia progressiva (sensação de entalamento). Nos ⅔ inferiores do esôfago pode ter atrofia da mucosa e camada muscular lisa com fibrose. Se tiver acometido o terço superior suspeitar de polimiosite - engasgos. Intestino delgado - afetado em 60% dos casos com hipomotilidade, atrofia da musculatura lisa e fibrose submucosa periglandular. Causa distensão abdominal e cólicas intensas. Pode ter síndrome de má absorção com esteatorreia provocando deficiência nutricional e emagrecimento - supercrescimento bacteriano pela estase intestinal. Acometimento do intestino grosso- presente em 10-50%: hipotonia causando constipação e dismotilidade do esfincter anal interno -> incontinência fecal. A atrofia muscular do cólon permite a formação dos divertículos em boca larga -> luz ampla -> patognomônicos e esclerose sistêmica. Pulmonares As principais alterações são pneumopatia intersticial e hipertensão arterial pulmonar. Ocorrem em 65% dos pacientes e são: 1) alveolite com fibrose intersticial mais comum da difusa e 2) vasculopatia pulmonar com hipertensão arterial pulmonar mais comum da limitada. (MAIS COMUM EM CREST) Alveolite com fibrose - doença intersticial pulmonar com alveolite + fibrose. Se manifesta com tosse seca, dispneia e estertoração fina bibasal - estertor em velcro. Hipertensão Arterial Pulmonar - envolve a obliteração de pequenos e médios vasos pulmonares por conta da fibrose da íntima. Pode ser assintomático ou dispneia aos esforços, tonteira ou síncope. Pode se instalar de forma brusca -> emergência. Exame físico com sobrecarga de VD, insuficiência tricúspide, turgencia de jugular, hepatomegalia e edema. -> episódios de pneumonia por aspiração por conta da disfunção esofágica. Cardiológicas Geralmente envolve miocárdio e pericárdio. Pericardite sintomática: com formação de derrame pericárdico -> menos comum Miocardiopatia difusa fibrótica - substituição das fibras miocárdicas por tecido fibrótico com vasoespasmo de vasos coronarianos -> áreas de necrose com bandas de contração no miocárdio. O comprometimento nos feixes de condução que passa por esses tecidos -> arritmias e bloqueios de condução. Renais O envolvimento renal é exclusivo da forma difusa. Insuficiência renal oligúrica, hipertensão arterial acelerada maligna, anemia hemolítica, trombocitopenia. - Crise renal esclerodérmica: necrose aguda de arteríolas aferentes com proliferação intimal e colapso isquêmico de glomérulos. -> trombose vascular, colapso e esclerose glomerular com depósitos em capilares peritubulares causam insuficiência renal irreversível. - Sintomas predominantes: hipertensão acelerada maligna (cefaleia, encefalopatia, convulsões, EAP) associado com síndrome urêmica e diálise de urgência. - A crise renal ocorre por vasoespasmo prolongado das artérias interlobulares provocando isquemia cortical e ativação do SRAA aumentando a renina plasmática durante a crise Síndrome Seca - xeroftalmia e xerostomia representa um overlap com a síndrome de Sjogren. Forma visceral isolada: é uma apresentação rara que acomete apenas as vísceras, sem acometimento cutâneo. Ocorre em menos de 5% dos casos e deve ser diagnóstico de exclusão em pacientes com: fibrose pulmonar, ICC, insuficiência renal. Diagnóstico: clínico baseado no espessamento da pele. A presença de acometimento da pele em padrão simétrico associado a manifestações orgânicas típicas estabelece o diagnóstico com alto grau de certeza. Em qualquer paciente esclerodérmico: pesquisar esôfago e pulmão. Não existem critérios e nem exames definitivos. esôfago - EDA (esofagite), esofagomanometria (hipomotilidade do EEI) e exame radiológico contrastado (hipomotilidade, hérnia hiatal). Pulmão: TC de tórax (pneumopatia intersticial “vidro fosco” e hipertensã opulmonar (eco cardio doppler anual) Crise renal esclerodérmica: é associada com hipertensão arterial grave associada à injúria renal aguda ocorrendo na forma difusa nos primeiros 5 anos de doença. FAN presente em > 90% dos pacientes. Anticentrômero para limitada e hipertensão pulmonar e Anti SCI 70 -> marcadores de prognóstico da doença. Avaliação laboratorial e biomarcadores: 1) Anemia microcítica pode indicar hemorragia de GI ou esofagite crônica 2) Anemia macrocítica por deficiencia de folato e b12 pelo supercrescimento bacteriano quando envolve intestino grosso 3) Anemia hemolítica microangiopatia que ocorre por fragmentação mecânica de eritrócitos durante a sua passagem por microvasos retidos por fibrina ou trombos de plaquetas 4) VHS: normal 5) Anticorpos antinucleares - Antitopoisomerase I e Anticentrômero são específicos para ES. Capilaroscopia periungueal: é feita com oftalmoscópio ou microscópio estereoscópico - visualiza capilares cutâneos do leito ungueal. Avalia número de alças, numero de capilares dilatados, desvascularização, micro-hemorragias, capilares tortuosos ou ramificados. Raynaud secundário: capilares distorcidos, alças irregulares, lúmen dilatado, microhemorragias. aa D�mat�mi�s�te e P�l�mi�s�te aa Doença idiopática inflamatória crônica que afeta a musculatura estriada, pele e outros órgãos. É uma doença do tecido conjuntivo que associa miopatia e manifestações cutâneas -> causa IDIOPÁTICA -> É um processo inflamatório na musculatura esquelética se manifestando principalmente com fraqueza muscular. Epidemio: é mais comum em mulheres e tem 2 picos de distribuição: entre 7-15 anos e entre 30-50 anos. Apresentam manifestações cutâneas e sistêmicas -> lesões em áreas fotoexpostas, fraqueza muscular proximal, alteração em musculatura respiratória e disfagia. - Ao contrário da PM, a DM apresenta manifestações cutãneas características (heliótropo, pápulas de Gottron) e está mais associada com malignidades. - DM está associada com deposição de imunocomplexos nos vasos com microangiopatia e isquemia muscular -> destruição de célula muscular esquelética Manifestações clínicas: As lesões cutâneas precedem a fraqueza muscular em 56% dos casos; a fraqueza muscular precede as lesões cutâneas em 16% dos casos, e os dois sinais aparecem simultaneamente em 28% dos pacientes Musculares: A fraqueza muscular é o sinal mais precoce. Se desenvolve de forma progressiva. Em raras situações pode ter início agudo com rabdomiólise e mioglobinúria. A distribuição da fraqueza é simetrica e proximal (tríceps, quadríceps) acometendomúsculos da cintura escapular e pélvica progredindo para a musculatura proximal dos membros. Acomete os flexores do pescoço. Músculos faciais e oculares raramente são acometidos. Queixas de fraqueza muscular proximal: dificuldade para pentear cabelo, pegar objetos em alta posição, subir escadas, dificuldade em elevar os braços acima do ombro. Musculatura da parede posterior da faringe e terço proximal do esôfago é comprometida com frequência originando disfagia com dificuldade de engolir em sincronismo o alimento - engasgos, aspiração broncopulmonar. Pode ter disfonia por acometimento dos músculos da laringe. Hipersensibilidade muscular e mialgias - pode ter contraturas e atrofias em casos avançados. ao exame neurológico a sensibilidade e os reflexos tendíneos estão OK. Manifestações Cutâneas: Pápulas de Gottron: são formações escamosas, elevadas, de coloração violeta e simetrica, observadas sobre os nós dos dedos. - PATOGNOMÔNICO Heliótropo: é uma erupção eritematoviolácea característica nas pálpebras superiores. + edema -> LESÃO CARACTERÍSTICA -> Gottron,heliótropo e edema de pálpebra - específicos de DM. Erupções eritematosas em face: pode ter o rash malar mas ao contrário do lúpus envolve a região nasolabial, queixo e ponte nasal, pescoço, tórax. Articulares: O mais comum é artralgia e não artrite inflamatória. Menos frequente pode apresentar rigidez matinal. O padrão de acometimento é semelhate ao da AR acometendo primeiro as mãos. Não costuma ter erosão óssea. Pulmonares: Pode ter miosite do diafragma e da musculatura intercostal prejuducando as incurssões respiratórias adequadas com acúmulo de secreções e hipoventilação alveolar. -> atelectasia e infecções de repetição. Doença pulmonar intersticial: ocorre em 10% dos casos. Sua apresentação severa é a lesão alveolar difusa com quadro clínico de síndrome respiratória aguda. Mas o mais comum é a lenta evolução pra fibrose com dispneia aos esforços e tosse. Cardíacas: manifestações mais comuns é alteração de ritmo e de condução caracterizado por palpitações e arritmias. Síndromes de superposição: é a associação de uma miopatia inflamatória com doenças do tecido conjuntivo. A presença de LES + Esclerose Sistêmica + Polimiosite - doença mista do tecido conjuntivo. Diagnóstico: aa D��nça Mista d� Te�id� C�njun�i�� aa Doença autoimune crônica sistêmica. É composta por 4 doenças que podem ou não atacar o indivíduo de forma concomitante: LES, ES, DM/PM e AR. - mais frequente em mulheres 20-30 anos. Tem etiologia desconhecida. -> Geralmente ocorre na ausência de outros anticorpos e principalmente o anti Sm que é altamente sugestivo de LES. Geralmente está presente o anti U1RNP. -> mas sua presença não prediz diagnóstico definitivo. Quadro clínico: costuma iniciar com Raynaud em 90% dos casos, associado a edema em luva (70%). Também pode iniciar com quadro de ES, de LES ou de DPM. O envolvimento articular é muito predominante com 95% dos casos: artralgia ou artrite não erosiva como a do Lupus, ou então erosiva e deformante como a da AR. O comprometimento muscular predominantemente proximal se assemelha a dermatopolimiosite e ocorre em 60% dos casos; A pele pode estar comprometida em 40% com esclerodactilia, calcinose, telangiectasias, rash malar. Edema de mãos em luva lembrando dedos em salsicha - sugere 70%. TGI- esôfago com disfagia, dispepsia, DRGE, semelhante à esclerose sistêmica. Pulmonar: pulmões e pleura envolvidas em até 85% dos casos. Hipertensão pulmonar é a mais frequente. Rins: Comprometimento renal com flomerulonefrite membranosa e síndrome nefrótica com IRA aguda e HAS maligna como na ES. Quadro laboratorial: A presença do anti corpo ANTI U1RNP > 1/1.600 é uma condição obrigatória para o diagnóstico. O FAN está positivo em todos os casos. Outros anticorpos como o AntiDna, Anti Sm, anticentrômero devem estar negativos. Diagnóstico: Critérios de Alarcon-Segóvia: inclui um sorológico ou seja a busca do anti- u1rnp e cinco critérios clínicos - edema de mãos, sinovite, miosite, Raynaud e acrosclerose.- diagnóstico: três clínicos + sorológico. Critérios com sensibilidade de 62 e especificidade de 86. Sob a suspeita de DMTC, exames complementares que devem ser feitos: Hemograma completo - citopenias Pesquisa dos Autoanticorpos - Anti RNP, anti Sm e Anti DNA. Dosagem de CPK - miopatia Eletroneuromiografia - suspeita clínica de miopatia e dosagem normal das enzimas. aa Sínd��me de Sj�gr�n aa É uma síndrome caracterizada por diminuição da função das glândulas salivares e lacrimais levando a xerostomia e xeroftalmia, chamado de síndrome seca. Pode ser primária quando aparece isoladamente, ou então quando está associada com doenças reumatológicas autoimunes, caracteriza a secundária o que corresponde a 60% dos casos. Os principais sintomas são: Diagnóstico: anamnese + exame físico + exames complementares. Com os critérios: sensi e especific. de 97,2 e 90,2. Primária: 4 dos 6 itens sendo obrigatório V ou VI. Secundária: presença do item I ou II e + 2 dos: III, IV ou V. Teste de Schirmer: avalia quantitativamente a produção de lágrima com a colocação de uma fita de papel filme no saco conjuntival inferior - positivo quando menos de 5mm da fita é umidificada em 5min. Coloração de Rosa-Bengala: realizado com a aplicação do corante rosa bengala que quando visualizado com uma lâmpada de fenda é capaz de detectar ceratoconjuntivite seca. Sialometria: Mede durante 15 min o fluxo salivar não estimulado em um tubo- fluxo normal maior que 1,5ml. Sialografia: é um RX contrastado - avalia as mudanças anatõmicas do sistema ductal das glândulas salivares - distorção dos ductos com retenção do contraste. Anticorpos: Anti Ro e anti SSA aa P��iar�r�tes Ass�mé�ricas aa aa Fe�e R�umá�ica aa É uma doença inflamatória sistêmica aguda que ocorre como sequela tardia de uma faringoamigdalite por S. Pyogenes. (Streptococos B-hemolítico do grupo A). O aparecimento de febre + poliartrite em crianças > 3 anos até a adolescência - febre reumática aguda. Homens afetados da mesma forma que mulheres. Casos em menores que 4 anos e adultos é raro. Fator desencadeante: o Streptococcus é o fator desencadeante da FR e está bem estabelecido que surtos de FR acompanham epidemias de escarlatina e faringite bacteriana. A FR não costuma acontecer após outros Streptococcus como pneumonia, feridas, sepse. Cerca de 1 a 3% da população vai ter FR mesmo se infectado pela cepa causadora. -> A via faríngea de infecção é necessária para iniciar o processo. -> Se caracteriza pelo comprometimento preferencial de articulações, coração, pele, tecido subcutâneo e gânglios da base. Sinais e sintomas: quadro agudo de febre, sintomas gerais, poliartrite assimétrica e migratória, acometendo principalmente grandes articulações (ombros, cotovelos, punhos, joelhos). Qual a forma mais comum de apresentação? febre, sintomas constitucionais e poliartrite migratória. O período de latência entre a infecção e o surgimento da febre gira em torno de 2-4 semanas (Máximo de 5 semanas). - a ausência de história de FA não afasta o diagnóstico pois até ½ dos portadores não refere essa queixa). Pensar nos diferenciais - outras artrites sépticas. Artrite: manifestação mais precoce e mais comum. Tipicamente poliarticular, assimétrica e migratória, de grandes articulações. Não costuma afetar mãos e pés. Há edema, calor, rubor e a dor costuma ser exuberante. -> Migratória: enquanto a inflamação de uma articulação estácedendo, outra começa a inflamar. Em cada articulação dura cerca de 5 dias. Na ausência de TTO pode durar 2-4 semanas. Não ocorrem deformidades irreversíveis. Cardite: é a segunda manifestação mais comum - responsável por 100% da morbimortalidade. Tem início brando e vai piorando, deixam sequelas. Pode afetar os três folhetos cardíacos. A valvulite é universal do endocárdio, já os outros folhetos nem sempre são envolvidos. Então alterações miocárdicas e pericárdicas sem a valvulite -> não é FR. Agudamente é insuficiência valvar principalmente mitral depois evolui com estenose. -> sopro de regurgitação valvar mitral. O portador de cardite reumática pode estar taquicárdico -> processo inflamatório. Nódulos subcutâneos - se assemelha com os de outras doenças como AR ou LES. São firmes, indolores, medem de 0,5 a 2cm “grão de ervilha” podendo ser sozinhos ou numerosos. Não apresentam sinais flogísticos e a pele sobre eles é móvel. Duram cerca de 1 mês no máximo. É a manifestação mais rara. Coreia de Sydenham - é uma síndrome que se instala cerca de 1 - 6 meses de um quadro de febre reumática aguda em geral após os outro sintomas terem regredido. Aproximadamente 20% dos pac desenvolvem coreia. É um distúrbio motor involuntário (extrapiramidal) caracterizado pela presença de movimentos bruscos e fora de propósito nas extremidades e na face. É a causa mais comum de coreia em crianças. Faz diagnóstico diferencial com Tourette, lúpus infantil e coreia familiar benigna. Sua presença depende de autoanticorpos que se ligam à neurônios dos gânglios da base. Geralmente começam nas mãos e depois pés, face - podendo ser simétrico ou assimétrico. Pode ter uma hemicoreia onde tem acometimento da face com sorriso largo, caretas e contorções podendo gerar distúrbios de fala como disartria e movimentos involuntários da língua. O exame neurológico apresenta inconsistência ao apertar a mão com mão de ordenha, alteração da escrita com disgrafia e fasciculação da língua. As manifestações podem sumir com sono e sedação. Pioram com estresse emocional. a SÍNDROME É AUTOLIMITADA! -> DURA CERCA DE 4 MESES. É livre de sequelas -> porém aumenta história de TOC e tiques. Diagnóstico: critérios de Jones. Deve ter duas maiores ou uma maior e duas menores + evidência de faringoamigdalite por S do grupo A. -> cardite e coreia isoladas são altamente sugestivas. Não tem alterações laboratoriais patognomônicas. -> apenas mostram a inflamação aguda: PCR, VHS. Podemos usar 3 parâmetros para investigação de infecção estreptocócica anterior: escarlatina recente, cultura de orofaringe positiva para SB e aumento do título de anticorpos específicos. TTO: antibióticoterapia com penicilina - reduz a frequência da FR se administrada até 9 dias pós início de faringite. Ou eritromicina em caso de alergia. Artrite: aspirina 100mg Cardite Prednisona 1-2mg/kg/dia. Retirada completa em 8-12 sem. Coreia: haloperidol. aa Sínd��me de B�hç�t aa É um distúrbio multissistêmico que se apresenta com ulcerações orais e genitais recorrentes assim como comprometimento ocular. É uma inflamação crônica dos vasos sanguíneos (vasculite). Epidemio: início dos sintomas geralmente entre 20 a 40 anos de idade, com homens e mulheres acometidos de forma semelhante. Suas manifestações clínicas acontecem de forma recorrente, ou seja em crises que melhoram com o tratamento e retornam após um período sem sintomas. Manifestações clínicas: as ulcerações aftosas orais são dolorosas, rasas ou profundas, com base necrótica, podem estar em qualquer parte da cavidade oral. São úlceras pequenas que somem após 1-2 semanas sem deixar cicatrizes. As úlceras genitais são menos comuns porém mais específicas. São dolorosas e não afetam a glande e nem a uretra. -> Produzem cicatrizes escrotais e vulvares. Pele - observado em 80% dos pacientes: foliculite, eritema nodoso, erupções semelhantes à acne, vasculite. Artrite - não deformante e artralgias. Acometem principalmente joelhos e tornozelos. Trombose de veias periféricas: embolia pulmonar é raro. A vasculite pode causar aneurismas nas paredes enfraquecidas dos vasos. Pode ocasionar AVC e danos renais. Acometimento ocular: ocorre uma inflamação do olho (uveíte) que provoca dor, vermelhidão, fotofobia, visão turva. -> pode levar a cegueira. Diagnóstico: critérios + exames de sangue - não tem teste laboratorial específico para confirmar. Suspeitar em -> adultos jovens que tiveram três episódios de feridas orais em um ano + feridas genitais, problemas oculares, lesões cutâneas com saliências sob a pele.