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ALEP
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná
Técnico Legislativo - Legislativo 
Constituição do Estado do 
Paraná
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Obra
ALEP – Assembleia Legislativa do Estado do Paraná
Técnico Legislativo - Legislativo 
Autores
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ • Ana Philippini e Márcio Ferreira Neves
Edição: Janeiro/2024
ISBN: 978-65-5451-281-7
SUMÁRIO
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ ................................................................1
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS GARANTIDOS PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL: 
IGUALDADE, LIBERDADES E DIREITOS SOCIAIS ............................................................................. 1
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .............................................................................................................. 1
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: PRINCÍPIOS GERAIS QUE REGEM A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO 
PARANÁ ...............................................................................................................................................................1
Direitos e Garantias Fundamentais .................................................................................................................. 1
MUNICÍPIOS E REGIÕES: AUTONOMIA DOS MUNICÍPIOS, ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E 
REGIONALIZAÇÃO ..............................................................................................................................................5
ESTRUTURA DO PODER EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO NO ÂMBITO 
ESTADUAL ............................................................................................................................................ 7
COMPETÊNCIAS DE CADA PODER E SUA RELAÇÃO ......................................................................................7
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................................. 10
PRINCÍPIOS E NORMAS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL .......................................10
SERVIDORES PÚBLICOS: DIREITOS, DEVERES E ESTATUTO ........................................................................19
ORÇAMENTO E FINANÇAS ............................................................................................................... 24
FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS ...............................................................................24
NORMAS SOBRE O ORÇAMENTO ESTADUAL E SUA EXECUÇÃO .................................................................24
MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS: PROTEÇÃO AMBIENTAL E DIRETRIZES PARA 
PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS NO PARANÁ ........................................................... 25
REFORMAS E EMENDAS CONSTITUCIONAIS ................................................................................ 27
PROCESSO LEGISLATIVO PARA REFORMAS CONSTITUCIONAIS NO ESTADO DO PARANÁ ...................27
PROCEDIMENTOS E REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DE EMENDAS E 
ALTERAÇÕES NA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL ..............................................................................................27
IMPACTO DAS MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS NA ESTRUTURA E NOS DIREITOS DOS 
CIDADÃOS PARANAENSES .............................................................................................................. 28
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS GARANTIDOS PELA CONSTITUIÇÃO 
ESTADUAL: IGUALDADE, LIBERDADES E DIREITOS SOCIAIS 
A Constituição Estadual do Paraná, promulgada em 1989, é o documento que rege o orde-
namento jurídico do estado. Dessa forma, há o estabelecimento dos direitos e garantias fun-
damentais dos cidadãos paranaenses, tanto individuais quanto coletivos.
Nesse espectro, cabe ressaltar que a Constituição do Estado do Paraná não atende de for-
ma expressa ao tópico, uma vez que na extensão do texto não há um título, capítulo ou seção 
que explicite sobre o que se pede.
Sendo assim, os direitos individuais são aqueles que dizem respeito ao indivíduo, à sua 
liberdade e à sua inviolabilidade, de modo que são garantidos pela Constituição Federal e pela 
Constituição Estadual do Paraná. 
Ademais, os direitos coletivos são aqueles que dizem respeito à coletividade, à sociedade 
como um todo, assim se garantindo pela Constituição Federal e pela Constituição Estadual do 
Paraná.
Ainda, a Constituição Estadual do Paraná também garante outros direitos e garantias, 
como o direito à moradia, à alimentação, à assistência social, à proteção da criança e do ado-
lescente, entre outros.
Esses direitos e garantias são fundamentais para a construção de uma sociedade jus-
ta e igualitária, de forma que devem ser respeitados e promovidos por todos os cidadãos 
paranaenses.
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: PRINCÍPIOS GERAIS QUE REGEM A CONSTITUIÇÃO DO 
ESTADO DO PARANÁ
Capítulo I — Da Organização do Estado
O primeiro título da CE traz as regras relacionadas à organização do estado e dos 
municípios. 
Para tanto, este título se encontra subdividido em três capítulos. O primeiro capítulo cuida 
da organização do estado e engloba os arts. 1º ao 14, da CE. 
Vejamos os dispositivos:
Art. 1º O Estado do Paraná, integrado de forma indissolúvel à República Federativa do Brasil, 
proclama e assegura o Estado democrático, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os 
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valores sociais, do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político e tem por princípios e 
objetivos: [...]
O caput, art. 1º, da CE, decorre do art. 1º, da CF, de 1988. Nele, consta a forma de Estado e a 
forma de governo, ou seja, Federação e República.
Conforme mencionado, é adotada a forma federativa de Estado, sendo o Paraná um dos entes 
da Federação.
Já como forma de governo, é adotada a forma de governo republicana, tendo como carac-
terísticas a eletividade, a temporariedade dos membros dos Poderes Legislativo e Executivo e 
um regime de responsabilidade das pessoas que ocupam cargos públicos. 
Desse modo, o estado do Paraná é um dos entes políticos da República, razão pela qual lhe 
é garantida autonomia e o exercício de diversas competências. 
Como ente da federação, o Paraná possui três tipos de autonomias em razão da divisão 
interna no poder:
 z Política: elabora suas próprias normas e elege seus próprios representantes;
 z Administrativa: exerce todos os serviços que são de competência estadual e de forma 
independente;
 z Financeira: possui orçamentos e tributos próprios.
Dica
Para memorizar as autonomias, utilize o mnemônico “PAF”.
Direitos e Garantias Fundamentais
Neste ponto, atenção, pois somente o Estado brasileiro é soberano. Seus entes (União, esta-
dos, Distrito Federal e municípios) possuem autonomia e discricionariedade, mas não pos-
suem soberania. 
É por essa razão que o dispositivo, ao repetir os fundamentos da República Federativa do 
Brasil, não menciona o primeiro.
Sendo assim, os fundamentos do estado do Paraná estão listados a seguir. 
 z CIdadania;
 z DIgnidade da pessoa humana;
 z VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 z PLUralismo político.
Atenção! Quando se estuda os fundamentos na CF, de 1988, memoriza-se o mnemônico 
SO-CI-DI-VA-PLU. Já na CE, o mnemônico é CI-DI-VA-PLU, pois soberano é somente o Brasil, 
e não seusentes federativos.
Art. 1º […]
I - o respeito à unidade da Federação, a esta Constituição, à Constituição Federal e à inviolabilidade 
dos direitos e garantias fundamentais por ela estabelecidos;
II - a defesa dos direitos humanos;
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III - a defesa, a igualdade e o consequente combate a qualquer forma de discriminação;
IV - a garantia da aplicação da justiça, devendo prover diretamente o custeio da gratuidade 
processual aos reconhecidamente pobres, nos termos da lei; 
V - a busca permanente do desenvolvimento e da justiça social;
VI - a prestação eficiente dos serviços públicos, garantida a modicidade das tarifas;
VII - o respeito incondicional à moralidade e à probidade administrativas;
VIII - a colaboração e a cooperação com os demais entes que integram a Federação;
IX - a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida.
Os incisos, do art. 1º, da CE, cuidam dos princípios e objetivos do estado do Paraná. 
O artigo é inspirado nos arts. 3º e 4º, da CF, de 1988. Observa-se que o rol, além de menor, 
não separa os princípios (mandamentos nucleares do sistema jurídico) dos objetivos (com-
promissos assumidos pelo estado na condição de ente da Federação).
Em síntese, o dispositivo estabelece um rol exemplificativo de mandamentos e atuação, 
tendo força coativa imediata (tem que ser cumprido imediatamente) e eficácia vinculante 
(não há discricionariedade) de seu conteúdo.
Art. 2º A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
nos termos desta Constituição e da lei, e mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
O art. 2º cuida do regime de governo. Neste ponto, é preciso ter em mente que o Brasil 
adotou a democracia como regime de governo, uma vez que todo poder emana da vontade 
popular, em oposição aos regimes totalitários e autoritários. 
O regime totalitário é o regime em que todos os poderes ficam concentrados na mão do 
governante, não existindo espaço para a prática democrática. Nele, o líder decreta leis e toma 
decisões políticas e econômicas de acordo com sua vontade, sem observar a vontade popular 
e, por vezes, manipulando conceitos. 
Além disso, embora existam os Poderes Judiciário e Legislativo, nos Estados em que se 
adota o sistema totalitário esses Poderes ficam sempre às margens do poder do governante. 
Já o regime autoritário é o regime de governo em que o governante exerce o poder sem 
respeitar a democracia, ou seja, governa de acordo com suas vontades ou com as do grupo 
político ao qual pertence. 
Ele apresenta as mesmas características do totalitário, à exceção da concepção ideológica 
imposta, da guerra de conquista externa e do partido político único. 
Em contrapartida, a democracia é o regime político em que todo o poder emana da vontade 
popular, uma vez que o povo é a única fonte de legitimidade do poder. Assim, todo poder ema-
na do povo, que o exerce diretamente ou por meio de seus representantes legais.
O regime democrático pode ser exercido de três formas:
 z De forma direta: pelo próprio povo;
 z De forma indireta: pelos representantes do povo;
 z De forma semidireta ou participativa: pela combinação dos dois critérios.
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Portanto, o adotado pelo Brasil é a democracia semidireta ou participativa. 
Com relação ao exercício por meio de representantes escolhidos pelo povo, há de se ter em 
mente que os termos “voto”, “escrutínio” e “sufrágio” possuem significados diferentes.
Sufrágio é o direito tanto de votar como de ser votado, e ele é universal, ou seja, direito de 
todos os cidadãos independentemente de qualquer razão econômica ou social. 
Desse modo, não são permitidas restrições a esse direito, como, por exemplo, nos casos de 
sufrágios censitário (questão econômica) e capacitário (questão social).
O voto, por sua vez, é a forma de exercício desse direito. Por não admitir nenhum tipo de 
intermediação entre o eleitor e o candidato, ele é tido como direto. 
Portanto, cada cidadão escolhe diretamente quem irá representá-lo. Além disso, ele é secreto, o 
que significa dizer que é garantido o sigilo no exercício desse direito.
Por fim, escrutínio refere-se ao procedimento eleitoral, isto é, à forma pela qual se pratica 
o voto. 
Com relação à forma direta, o dispositivo traz três meios: plebiscito, referendo e ações de 
iniciativa popular, como no caso da propositura de leis.
Dica
A diferença entre o plebiscito e o referendo é que, no plebiscito, a população é chama-
da para se manifestar antes de o Estado elaborar a lei. Exemplo: o plebiscito de 1993 
em que a população escolheu entre monarquia e república e entre parlamentarismo e 
presidencialismo.
Por outro lado, no referendo o Estado faz a legislação e depois a submete à população. 
Exemplo: Estatuto do Desarmamento.
Art. 3º É mantida a integridade territorial do Estado, que só poderá ser alterada mediante 
aprovação de sua população, por meio de plebiscito, e por lei complementar federal.
O art. 3º garante que os limites territoriais fixados no estado do Paraná quando da promul-
gação da CE permanecem como estão e, caso haja interesse em alterá-los, quer com relação 
ao próprio estado, quer com relação aos seus municípios — como, por exemplo, no caso de 
desmembramento, fusão ou anexação —, será necessária consulta prévia à população e lei 
complementar federal.
Art. 4º A organização político-administrativa do Estado compreende os Municípios, regidos 
por leis orgânicas próprias, observados os princípios da Constituição Federal e desta.
Em termos de organização político-administrativa, o estado paranaense será regido pela 
CE e por suas normas estaduais; enquanto isso, seus municípios, além dessas normas, elabo-
rarão leis orgânicas e normas municipais. 
Salienta-se que tanto as normas estaduais como as municipais deverão seguir os ditames 
da CF, de 1988.
Art. 5º A cidade de Curitiba é a Capital do Estado e nela os Poderes têm sua sede.
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Parágrafo único. A Capital somente poderá ser mudada mediante lei complementar e após 
consulta plebiscitária.
Esse dispositivo fixa a capital estadual e estabelece a possibilidade de troca por meio de 
consulta popular. Além disso, devem estar estabelecidos nesse local a assembleia legislativa, 
tribunal de justiça (TJ) e palácio do governador.
Art. 6º O Estado adota como símbolos, além dos nacionais, a Bandeira, o Hino, o Brasão de 
Armas e o Sinete.
O art. 6º define os símbolos estaduais. Consideram-se símbolos os elementos que repre-
sentam a identidade daquele local. Seus símbolos estaduais são: bandeira, hino, armas e sine-
te (esfera da bandeira). 
Atenção! Alguns estados-membros possuem símbolos diferentes daqueles que constam na CF, 
de 1988 (bandeira, hino, armas e selo). Paraná, Amazonas e Pernambuco, por exemplo, não adotam 
como símbolo o selo. 
Art. 7º São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. 
Parágrafo único. Salvo as exceções previstas nesta Constituição, é vedado a qualquer dos 
Poderes delegar atribuições, e quem for investido nas funções de um deles, não poderá exercer 
as de outro.
Quando se fala em Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, é preciso ter em mente que 
o poder é um só: ele pertence ao Estado brasileiro. 
Na realidade, o que se divide não é o poder, mas as principais funções do Estado, ou seja, 
a função de legislar, de administrar e de julgar. 
Para que tais funções possam ser exercidas da melhor maneira possível, cada uma delas é 
atribuída a um órgão. 
Assim, tem-se a separação dos três Poderes, ou seja, do Poder Legislativo, do Poder Exe-
cutivo e do Poder Judiciário, de modo que cada um desses Poderes possua as competências 
previstas na CE, que, por sua vez, nada maissão do que repetições da própria CF, de 1988. 
Consequentemente, para o desempenho de suas funções, cada um dos Poderes possui as 
funções para as quais foram criados, ou seja, sua função típica. 
Função típica:
 z Poder Legislativo: legislar e fiscalizar;
 z Poder Executivo: administrar;
 z Poder Judiciário: julgar (aplicar a lei no caso concreto).
No entanto, para que todos esses órgãos possam exercer suas atribuições de forma inde-
pendente, eles podem realizar funções atípicas, ou seja, as funções típicas dos outros órgãos. 
Assim, se tipicamente compete ao Legislativo legislar e fiscalizar, atipicamente ele pode 
administrar (exemplo: conceder férias, licenças, entre outros, a seus servidores) e julgar 
(exemplo: o Senado Federal julga o presidente da República por crime de responsabilidade). 
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Do mesmo modo, se tipicamente compete ao Executivo administrar, atipicamente ele pode 
legislar (exemplo: decretos autônomos) e julgar (exemplo: analisar processo administrativo). 
Por fim, se tipicamente compete ao Judiciário a aplicação da lei, atipicamente ele pode 
administrar (exemplo: conceder férias, licenças, entre outros, a seus servidores) e legislar 
(exemplo: os regimentos internos dos tribunais).
Cumpre esclarecer que, como nenhum desses órgãos (Poderes) exerce apenas as funções 
típicas, existe um sistema de interferências recíprocas, em que cada um deles exerce suas 
competências e também controla o exercício dos outros. Trata-se do denominado sistema de 
freios e contrapesos (checks and balances). 
Além disso, para garantir a independência e harmonia dos três Poderes, a Constituição 
veda que qualquer um dos Poderes delegue atribuição ou exerça funções que não são suas, 
exceto quando a própria Constituição prevê de forma diversa.
Exemplo: os deputados estaduais (Poder Legislativo) podem exercer funções no Poder 
Executivo, como secretários de estado, sem que isso enseje a perda do mandato. 
Eles se afastam do cargo eletivo para exercer o cargo político, podendo retornar àquele a 
qualquer momento. Outro exemplo é a possibilidade de a assembleia legislativa delegar ao 
governador uma atribuição que lhe é própria, que é a de legislar e aprovar projetos de lei por 
meio de lei delegada.
Dica 
Além dos três Poderes, a CE disciplina algumas atividades incumbidas de dinamizar a ativida-
de jurisdicional, atribuindo a elas o status de funções essenciais à Justiça. São consideradas 
funções essenciais à Justiça pela CE: o ministério público, a Procuradoria-Geral do Estado e a 
defensoria pública.
Art. 8º Incluem-se entre os bens do Estado:
I - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem em seu domínio, excluídas aquelas 
sob o domínio da União, dos Municípios ou de terceiros; 
II - as ilhas fluviais e lacustres e as terras devolutas situadas em seu território, não pertencen-
tes à União;
III - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósitos, ressalvadas, 
neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
IV - os rendimentos decorrentes das atividades e serviços de sua competência e da exploração 
dos bens imóveis de se domínio.
O art. 8º repete o art. 26, da CF, de 1988. Em síntese, os bens podem ser da União, dos esta-
dos, do Distrito Federal, dos municípios e dos particulares. 
Os bens de titularidade dos entes federativos estão sujeitos a um regime administrativo 
especial, não se aplicando a eles as regras de direito de propriedade previstas no Código Civil. 
Por essa razão, tais bens não podem ser doados ou vendidos. 
Também não podem ser utilizados por particulares de acordo com o interesse da Adminis-
tração Pública, como no caso da cessão de uso. 
Não podem, ainda, ser aforados, de modo a não existir a coexistência entre o domínio dire-
to do Estado e o domínio útil do particular. 
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No aforamento, é conferida ao titular (foreiro ou enfiteuta) a plena posse do bem, ou seja, 
o direito de usar, gozar e dispor do bem (aliená-lo, doá-lo, transmiti-lo para herdeiros, por 
exemplo), desde que pague anualmente ao proprietário direto (União e estado, por exemplo) 
um valor denominado de foro ou pensão anual. 
Para que tais bens possam ser sujeitos à doação, venda, aforamento e cessão de uso, lei 
deverá disciplinar o seu procedimento.
Art. 9º Cabe ao Estado explorar, diretamente ou mediante concessão, a ser outorgada após 
licitação pública, os serviços locais de gás canalizado, na forma da Lei
O art. 9º decorre do art. 25, da CF, de 1988, que traz como competência estadual a explora-
ção dos serviços de gás canalizado.
Art. 10 Os bens imóveis do Estado não podem ser objeto de doação ou de uso gratuito, exceto 
nos casos de: 
I - doação: 
a) mediante autorização legislativa, se o beneficiário for a União, outros Estados, Distrito 
Federal ou Municípios, ou integrar-lhes a Administração direta ou indireta, desde que, neste 
último caso, não explore atividade econômica, nos termos do Art. 147 desta Constituição; 
b) mediante autorização legislativa, para fins de assentamentos de caráter social e regulari-
zação fundiária; 
c) entre entes da Administração Pública direta e indireta estadual, com personalidade jurídica 
de direito público ou de direito privado que não explore atividade econômica, nos termos do 
art. 147 desta Constituição, ou serviço social autônomo, criado pela Administração Pública 
Estadual; 
d) mediante autorização legislativa, para entidades de assistência social, organização da 
sociedade civil sem fins lucrativos que não distribuam entre os seus sócios ou associados, 
conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, exce-
dentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, partici-
pações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e 
que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou 
por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva, desde que vinculado ao 
interesse público e social. 
II - uso gratuito: 
a) por entes da Administração Pública direta ou indireta do Estado do Paraná, desde que, nes-
te último, não explore atividade econômica, nos termos do art. 147 desta Constituição; 
b) pela União, outros Estados, Distrito Federal ou Municípios, ou entes integrantes da Admi-
nistração direta ou indireta, desde que, neste último caso, não explorem atividade econômica, 
nos termos do art. 147 desta Constituição; 
c) por entidades de assistência social, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que não 
distribuam entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou 
terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, 
isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o 
exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo obje-
to social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de 
reserva, desde que vinculado ao interesse público e social; 
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d) por serviço social autônomo, criado pela Administração Pública Estadual. 
III - áreas de domínio do Estado para a realização de eventos de natureza recreativa, esporti-
va, cultural, religiosa ou educacional, com uso de até 120 (cento e vinte) dias, conforme disci-
plinado por ato do Chefe do Poder Executivo, em caráter precário; 
IV - o uso de imóveis para a instalação e a consolidação de ambientes promotores da inova-
ção, diretamente as empresas e as Instituições Cientificas, Tecnológicas e de Inovação interes-
sadas ou por meio de entidade com ou sem fins lucrativos que tenha por missão institucional a 
gestão de parques e polos tecnológicos e de incubadorade empresas, mediante contrapartida 
obrigatória, financeira ou não financeira, na forma da lei. 
Parágrafo único. A alienação onerosa de bens imóveis do Estado dependerá de avaliação pré-
via, autorização legislativa e será precedida de licitação pública, ressalvadas as hipóteses de 
dispensa ou inexigibilidade de licitação definidas em lei. 
O art. 10 traz as exceções à regra de que os bens imóveis estaduais não podem ser doados 
nem utilizados de forma gratuita.
A competência do estado tem suas regras disciplinadas nos arts. 11 a 14, da CE. Vejamos 
seus dispositivos: 
Art. 11 O Estado exerce em seu território toda a competência que não lhe seja vedada pela 
Constituição Federal.
Entende-se por competência a faculdade jurídica atribuída a cada um dos entes da Fede-
ração. Quanto ao tipo de atribuição, a competência se divide em competência administrativa 
e em competência legislativa. 
A competência administrativa é aquela que se refere à atuação político-administrativa, 
ou seja, tudo o que não se refira à atividade de legislar, de modo a regular o exercício das 
funções governamentais. 
Já a competência legislativa é aquela que diz respeito à atividade legiferante, ou seja, de 
criar leis.
Art. 12 É competência do Estado, em comum com a União e os Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o 
patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de 
valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacio-
nais e de saneamento básico;
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X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração 
social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de 
recursos hídricos e minerais em seu território;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. A cooperação entre o Estado, a União e os Municípios será definida em lei 
complementar e visará ao equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar no âmbito estadual 
e municipal.
Fazendo um paralelo com a Constituição Federal, o art. 12 remete aos incisos contidos no 
art. 23, da CF, de 1988, de modo a trazer as competências administrativas comuns ao estado 
e aos municípios. 
A competência administrativa, quando compartilhada, é comum aos quatro entes: União, 
estados, municípios e Distrito Federal. 
Já a competência legislativa é concorrente (memorize: o município “não entra na corren-
te”). Só a União, os estados e o Distrito Federal podem legislar sobre esses assuntos. Município 
só pode legislar sobre assunto local ou de forma suplementar à legislação federal e estadual. 
Há de se mencionar, ainda, a possibilidade de competência administrativa residual dos 
estados-membros. Isso ocorre porque a CF, de 1988, estabeleceu expressamente as competên-
cias da União (arts. 21 e 23) e dos municípios (art. 30), deixando aos estados tudo aquilo que 
não foi expressamente previsto; ou seja, tudo aquilo que não está disciplinado nesses artigos 
é de competência dos estados.
Art. 13 Compete ao Estado, concorrentemente com a União, legislar sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos natu-
rais, proteção ao meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor e a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desportos;
X - criação, competência, composição e funcionamento dos juizados especiais de que trata o 
art. 109 desta Constituição, observado o disposto no art. 98, I, da Constituição Federal;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil.
§ 1º O Estado, no exercício de sua competência suplementar, observará as normas gerais esta-
belecidas pela União.
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§ 2º Inexistindo lei federal sobre as normas gerais, o Estado poderá exercer competência legis-
lativa plena para atender às suas peculiaridades. 
§ 3º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no 
que lhe for contrário.
XVII - organização, garantias, direitos e deveres da Polícia Penal.
O art. 13 remete ao art. 24, da CF, de 1988, de modo a trazer a competência legislativa 
concorrente do estado. 
Dica
Compete à União traçar as regras gerais e aos estados-membros suplementar essas nor-
mas gerais. Caso a União não estabeleça lei federal com tais normas, poderá o estado-mem-
bro legislar de forma plena para atender a suas peculiaridades, salientando que, caso seja 
editada lei federal sobre as normas gerais, a eficácia da lei estadual será suspensa se lhe for 
contrária.
Art. 14 O Estado do Paraná poderá celebrar convênios com entidades de direito público ou 
privado, para a realização de obras ou serviços.
O art. 14 concede ao estado a possibilidade de descentralização do serviço ou obra pública 
por meio de convênios. 
MUNICÍPIOS E REGIÕES: AUTONOMIA DOS MUNICÍPIOS, ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E 
REGIONALIZAÇÃO
Capítulo II — Da Organização Municipal
Art. 15 Os municípios gozam de autonomia, nos termos previstos pela Constituição Federal e 
por esta Constituição.
Art. 16 O município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com interstício míni-
mo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promul-
gará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, nesta Constituição e os 
seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito e Vice-Prefeito, entre eleitores inscritos maiores de vinte e um anos, e 
dos Vereadores, entre maiores de dezoito anos, para mandato de quatro anos, mediante pleito 
direto e simultâneo, em todo País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro Domingo de outubro do ano ante-
rior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 da Constituição 
Federal no caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores;
III - os Prefeitos ou quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão 
ser reeleitos para um único período subseqüente;
IV - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1° de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
[…]
VIII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o mon-
tante de 5%(cinco por cento) da receita do município;
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IX - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do manda-
to e na circunscrição do Município;
[…]
XI -julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
[…]
XIV - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de 
bairros, através de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
As disposições da constituição estadual em face dos municípios reproduzem os manda-
mentos da Constituição Federal, de modo que os alunos que já estudaram a CF, de 1988, per-
ceberão que se trata de uma repetição desta.
Os municípios possuem autonomia, mas não possuem soberania. Apenas a República 
Federativa do Brasil possui soberania, nenhum ente federado é dotado de soberania, nem 
mesmo a União, de modo que esta apenas exerce a soberania da República Federativa. 
Muita atenção, pois a banca costuma afirmar que os entes possuem soberania, o que está 
incorreto.
A lei orgânica municipal (LOM) é a lei maior do município, mas não pode ser denominada 
de constituição e não corresponde ao poder constituinte derivado decorrente. 
Será votada em dois turnos, por 2/3 dos votos. Atenção a questões que afirmem que a 
LOM será aprovada por 3/5, nos termos do quórum das constituições, assertiva incorreta em 
prova.
A idade mínima para prefeito é de 21 anos, analisada na data da posse. Por outro lado, os 
vereadores possuem idade mínima de 18 anos a ser comprovada na candidatura. 
Os prefeitos só podem exercer dois mandatos consecutivos e possuem foro por prerroga-
tiva de função, sendo processados e julgados pelo tribunal de justiça.
Não se listou todos os incisos do artigo: filtramos os mais importantes para a prova, otimi-
zando o tempo e o esforço do aluno.
Art. 17 Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem 
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a lei estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, os serviços 
públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de edu-
cação pré-escolar, de educação especial e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendi-
mento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e 
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a 
ação fiscalizadora federal e estadual;
X - garantir a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida;
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XI - instituir guardas municipais incumbidas da proteção de seus bens, serviços e instalações, 
na forma da lei.
As competências dos municípios materializam parte de sua autonomia, disposição expres-
sa em edital, motivo pelo qual o aluno deve se atentar ao rol acima. 
Reforça-se que os conteúdos acerca dos municípios são derivados da própria Constituição 
Federal, motivo pelo qual o aluno pode pensar nas questões como se fossem uma prova de 
direito constitucional.
Art. 19 Lei complementar estadual disporá sobre a criação, a incorporação, a fusão e o des-
membramento de Municípios.
§ 1º Os seguintes requisitos serão observados na criação de Municípios:
I - efetivação por lei estadual;
II - a criação, incorporação, fusão e desmembramento de município far-se-ão por Lei Estadual, 
dentro do período determinado por lei complementar federal e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após a divulgação dos estudos 
de viabilidade municipal, apresentados e publicados na forma da lei;
III - preservação da continuidade e da unidade histórico-cultural do ambiente urbano;
IV - não-constituição de área encravada no Município de origem.
§ 2º O procedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios terá 
início mediante representação dirigida à Assembléia Legislativa, subscrita por 100 eleitores 
das áreas interessadas, devidamente identificados.
§ 3º O projeto de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios apresentará 
a área da unidade proposta em divisas claras, precisas e contínuas.
§ 4º A aprovação do eleitorado, prevista no § 1°, II, deste artigo, dar-se-á pelo voto da maioria 
simples, exigindo-se o comparecimento da maioria absoluta do eleitorado.
§ 5º Se o comparecimento do eleitorado não tiver sido suficiente ou o resultado do plebiscito 
for desfavorável à proposição, esta não poderá ser renovada na mesma sessão legislativa.
A criação de municípios ocorre por lei ordinária estadual, mas o Texto Constitucional gera 
uma certa dúvida acerca da necessidade de lei complementar. 
Lei complementar federal estabelecerá um período em que poderá ocorrer a criação de 
municípios, ao passo que lei complementar estadual disporá sobre as regras e procedimen-
tos. Contudo, a criação em si ocorre por lei ordinária estadual.
O procedimento de criação, previsto no inciso II, é muito cobrado em provas, devendo 
o aluno memorizar que depende de estudo prévio que demonstra viabilidade, consulta 
mediante plebiscito e aprovação da lei pela assembleia legislativa.
Art. 20 O Estado não intervirá nos Municípios, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas as contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvol-
vimento do ensino;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de 
princípios indicados na Constituição do Estado, ou para prover a execução de lei, de ordem ou 
de decisão judicial.
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§ 1º A intervenção será decretada pelo Govenador, de ofício, ou mediante solicitação da Câma-
ra Municipal, aprovada pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, ou do Tribunal de 
Contas do Estado, dependendo sua execução de prévia apreciação e aprovação da Assembléia 
Legislativa, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Aprovada a intervenção, o Governador nomeará o interventor, que assumirá seus encar-
gos perante a Mesa Executiva da Câmara Municipal ou, se for o caso, perante a autoridade 
judiciária competente, mediante a prestação do compromisso de cumprir as Constituições 
Federal e Estadual, observar as leis e os limites do decreto interventivo, para bem e lealmente 
desempenhar as funções de seu encargo extraordinário.
§ 3º Se a Assembléia Legislativa estiver em recesso, a mesma será convocada extraordinaria-
mente, em vinte e quatro horas.
§ 4º O interventor prestará contas de sua administração à Câmara Municipal e ao Tribunal de 
Contas, nas mesmas condições estabelecidas para o Prefeito Municipal.
§ 5º No caso do inciso IV deste artigo, dispensada a apreciação pela Assembléia Legislativa, 
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao 
restabelecimento da normalidade.
§ 6º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a esses 
retornarão, salvo impedimento legal.
Mesmo tendo autonomia, os municípios podem sofrer intervenções estaduais, assim como 
os estados sofrem intervenção federal, mas jamais a União intervirá em municípios. 
Importante!
As hipóteses de intervenção devem ser memorizadas, pois é altíssima a incidência em 
provas.
A intervenção é decretada pelo governador, mediante decreto, o qual é submetido à apro-
vação da assembleia legislativa no prazo de 24 horas, exigindo quórum de maioria absoluta 
para aprovação. Na hipótese de rejeição, cessa-se, imediatamente, a intervenção.
CapítuloIII — Das Regiões Metropolitanas, Aglomerações Urbanas e Microrregiões
Art. 21 O Estado instituirá, mediante lei complementar, regiões metropolitanas, aglomera-
ções urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para 
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, 
assegurando-se a participação dos Municípios envolvidos e da sociedade civil organizada na 
gestão regional.
[...]
Art. 25 Poderão os municípios do mesmo complexo geoeconômico e social, com a anuência 
e fiscalização das respectivas Câmaras Municipais, associarem-se uns aos outros, median-
te convênio, para a gestão, sob planejamento, de funções públicas ou serviços de interesse 
comum, de forma permanente ou transitória.
[…]
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A criação de regiões metropolitanas acontecerá por lei complementar, sendo elas consti-
tuídas por agrupamentos de municípios limítrofes (que fazem fronteira), visando à prestação 
de serviços públicos em conjunto, além de estipular diretrizes em comum.
Essa possibilidade de criação das regiões e aglomerações, pelo Estado, já gerou discussão 
sobre sua constitucionalidade por, em tese, ser uma invasão do Estado na autonomia dos 
municípios. Entretanto, prevaleceu pela possibilidade da criação das regiões e aglomerações.
Se porventura a criação das regiões ocasionar impacto na receita dos municípios envolvi-
dos, o Estado ficará obrigado a compensar financeiramente. 
ESTRUTURA DO PODER EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO NO 
ÂMBITO ESTADUAL 
COMPETÊNCIAS DE CADA PODER E SUA RELAÇÃO 
Capítulo II - Do Poder Executivo 
Art. 79 O poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, com o auxílio dos Secretá-
rios de Estado.
Art. 80 A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 anos, 
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, e no último domingo de outubro em segundo 
turno, se houver, do ano anterior ao término do mandato de seus antecessores e a posse ocor-
rerá em primeiro de janeiro de ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 
77 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000)
O Poder Executivo do estado do Paraná será exercido pelo governador e seu vice, com man-
dato de 4 anos, de modo a serem eleitos por meio de pleito realizado no primeiro domingo de 
outubro do ano eleitoral.
Art. 85 Substituirá o Governador, em caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o 
Vice-Governador do Estado.
§ 1º. Em caso de impedimento do Vice-Governador, ou vacância do seu cargo, serão sucessi-
vamente chamados ao exercício da Governadoria o Presidente da Assembléia Legislativa e o 
Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2º. Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador do Estado, far-se-á eleição noventa 
dias depois de aberta a última vaga.
§ 3º. Ocorrendo vacância nos últimos dois anos do período governamental, a eleição para 
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembléia Legislativa, na 
forma da lei.
§ 4º. Em qualquer dos casos os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Cabe ressaltar que, na ausência do governador, seja por impedimento ou qualquer outra 
condição, será seu sucessor o vice-governador eleito em pleito. De maneira sucessiva, caso 
este também se encontre impedido, serão chamados ao exercício da Governadoria o presi-
dente da Assembleia Legislativa e o presidente do Tribunal de Justiça.
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SEÇÃO II - DAS ATRIBUIÇÕES DO GOVERNADOR
Art. 87 Compete privativamente ao Governador:
I - representar o Estado nas suas relações jurídicas, políticas e administrativas;
II - nomear e exonerar os Secretários de Estado;
III - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração 
estadual;
IV - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
V - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e expedir decretos e regulamentos para a sua 
fiel execução;
VI - dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração esta-
dual, quando não implicar aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
(Redação dada pela
Emenda Constitucional 39 de 12/12/2017)
VII - vetar projeto de lei, total ou parcialmente;
VIII - solicitar a intervenção federal no Estado, nos termos da Constituição Federal;
IX - decretar e fazer executar a intervenção estadual nos Municípios, na forma desta 
Constituição;
X - remeter mensagem e plano de governo à Assembléia Legislativa, por ocasião da abertura 
da sessão
legislativa, expondo a situação do Estado;
XI - prestar contas, anualmente, à Assembléia Legislativa, dentro de sessenta dias após a aber-
tura da sessão legislativa, relativamente ao ano anterior;
XII - prestar informações solicitadas pelos Poderes Legislativo e Judiciário, nos casos e prazos 
fixados em lei;
XIII - nomear agentes públicos, nos termos estabelecidos nesta Constituição;
XIV - enviar à Assembléia Legislativa o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orça-
mentárias e as propostas de orçamentos previstos nesta Constituição;
XV - indicar dois dos Conselheiros, auditores e controladores do Tribunal de Contas do Estado; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000) (vide ADIN 979) (vide ADIN 2208)
XVI - prover e extinguir os cargos públicos estaduais, na forma da lei e com as restrições pre-
vistas nesta Constituição;
XVII - nomear os conselheiros, auditores e controladores do Tribunal de Contas do Estado, 
sendo cinco após aprovação da Assembléia Legislativa, obedecido o disposto no art. 77, § 1º. 
(Redação dada pela
Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000) (vide ADIN 2208)
XVIII - celebrar ou autorizar convênios ou acordos com entidades públicas ou particulares, na 
forma desta Constituição; (Redação dada pela Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000)
XIX - realizar as operações de crédito previamente autorizadas pela Assembléia; (Redação 
dada pela
Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000)
XX - mediante autorização da Assembléia Legislativa, subscrever ou adquirir ações, realizar 
ou aumentar capital, desde que haja recursos hábeis, de sociedade de economia mista ou de 
empresa pública, bem como dispor, a qualquer título, no todo ou em parte, de ações ou capital 
que tenha subscrito, adquirido, realizado ou aumentado. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal 7 de 24/04/2000)
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Parágrafo único. O Governador do Estado poderá delegar aos Secretários de Estado, ao Pro-
curador-Geral de Justiça e ao Procurador-Geral do Estado as atribuições previstas nos incisos 
VI, XVI, primeira parte, XVIII, e ainda, na forma da lei, a prevista no inciso I deste artigo.(NR) 
(Redação dada pela Emenda Constitucional
39 de 12/12/2017)
A Seção II, das Atribuições do Governador, da Constituição do Estado do Paraná, com-
preende o art. 64, que enumera as competências e os deveres do governador do estado, que 
é o chefe do Poder Executivo estadual, eleito pelo voto direto e secreto dos cidadãos para um 
mandato de quatro anos, podendo ser reeleito uma vez.
SEÇÃO III - DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR
Art. 88 São crimes de responsabilidade os atos do Governador que atentarem contra a 
Constituição
Federal, a Constituição do Estado e, especialmente:
(vide Lei 14034 de 19/03/2003)
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos 
poderes
constitucionais;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a lei orçamentária;
V - a segurança interna do País;
VI - a probidade na administração;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes de responsabilidade serão os definidos em lei federal.
Art. 89 Admitida a acusação contra o Governador do Estado,por dois terços dos membros da 
Assembléia
Legislativa, será ele submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas infra-
ções penais
comuns, ou perante a própria Assembléia Legislativa, nos crimes de responsabilidade.
(vide ADIN 4791)
§ 1º. O Governador ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribu-
nal de Justiça;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração de processo pela Assembléia Legislativa.
§ 2º. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará 
o
afastamento do Governador, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
A Seção III, da Constituição do Estado do Paraná, trata dos crimes de responsabilidade que 
o governador pode cometer e das consequências jurídicas e políticas que ele pode sofrer. 
Assim, se o governador for acusado de algum crime de responsabilidade, ele será julgado 
pela Assembleia Legislativa, com o auxílio do Tribunal de Justiça. Se for condenado, ele pode-
rá perder o cargo e ficar inelegível por até 8 anos.
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CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 93 São órgãos do Poder Judiciário no Estado:
I - o Tribunal de Justiça;
II - os Tribunais de Alçada;
(Revogado pela Emenda Constitucional 16 de 26/10/2005)
III - os Tribunais do Júri;
IV - os Juízes de Direito;
V - os Juízes Substitutos;
VI - os Juizados Especiais;
VII - os Juízes de Paz.
No estado do Paraná, o Poder Judiciário é organizado pela Constituição Estadual, que esta-
belece suas competências, organização e funcionamento. Assim, ele é competente para julgar 
todas as causas que não sejam de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo. 
Entre as principais competências do Poder Judiciário estão: julgar as causas cíveis e cri-
minais; julgar as ações de controle de constitucionalidade; julgar as ações de improbidade 
administrativa; julgar os recursos interpostos contra decisões das Justiças Federal, Militar e 
Eleitoral; julgar os conflitos de competência entre os poderes e entre as unidades do poder 
judiciário.
SEÇÃO II - DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 100 O Tribunal de Justiça, com sede na Capital e jurisdição em todo o território do Estado, 
compõe-se de desembargadores, em número fixado em lei, nomeados entre os juízes de última 
entrância, observando o disposto nos arts. 95 e 96, V, desta Constituição. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional 16 de 26/10/2005)
Art. 101 Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, através de seus órgãos:
(vide Lei Complementar 113 de 15/12/2005)
I - propor à Assembléia Legislativa, observado o disposto no art. 169 da Constituição Federal:
a) a alteração do número de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional 16 de
26/10/2005)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juí-
zos que lhe forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, 
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III e 153, § 2º, I da Constituição Federal; 
(Redação dada pela Emenda
Constitucional 7 de 24/04/2000)
c) a criação, extinção ou alteração do número de membros dos tribunais inferiores; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000)
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
e) a criação e extinção de comarcas, varas ou distritos judiciários;
II - prover, na forma prevista na Constituição Federal e nesta, os cargos de magistratura esta-
dual, de
primeiro e segundo graus, incluídos os de desembargador, ressalvada a competência pertinen-
te aos cargos
do quinto constitucional; (Redação dada pela Emenda Constitucional 16 de 26/10/2005)
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III - aposentar os magistrados e os servidores da justiça;
IV - conceder licença, férias e outros afastamentos aos magistrados que lhe forem vinculados;
V - encaminhar a proposta orçamentária do Poder Judiciário;
VI - solicitar, quando cabível, a intervenção federal no Estado;
VII - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns e de responsabilidade, os deputados estaduais, os juízes de direito e 
juízes
substitutos, os secretários de Estado, os membros do Ministério Público e os prefeitos 
municipais,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral, e, nos crimes comuns, o vice-governador do
Estado; (Redação dada pela Emenda Constitucional 16 de 26/10/2005)
b) os mandados de segurança contra atos do Governador do Estado, da Mesa e da Presidência 
da Assembléia Legislativa, do próprio Tribunal ou de algum de seus órgãos, de Secretário de 
Estado, do Presidente do Tribunal de Contas, do Procurador-Geral de Justiça, do Procurador-
-Geral do Estado e do Defensor-Geral da Defensoria Pública;
c) os mandados de injunção e os “habeas-data”;
d) os “habeas-corpus” nos processos cujos os recursos forem de sua competência, ou quando 
o coator ou paciente for autoridade diretamente sujeita à sua jurisdição;
e) as ações rescisórias de seus julgados e as revisões criminais nos processos de sua 
competência;
f) as ações diretas de inconstitucionalidade e de constitucionalidade de leis ou atos normati-
vos estaduais e municipais contestados em face desta Constituição e a inconstitucionalidade 
por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional 7 de 24/04/2000)
g) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de 
atribuições para a prática de atos processuais;
h) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas 
decisões;
i) as causas e os conflitos entre o Estado e os Municípios, inclusive entre as respectivas enti-
dades de
administração indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000)
j) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias do Estado, ou 
entre estas e as administrativas municipais;
VIII - julgar em grau de recurso os feitos de competência da justiça estadual, salvo os atribuí-
dos, por lei, aos órgãos recursais dos juizados especiais; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional 16 de 26/10/2005)
IX - exercer as demais funções que lhe forem atribuídas por lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional 16 de 26/10/2005)
X - exercer as demais funções que lhe forem atribuídas por lei.
(Revogado pela Emenda Constitucional 16 de 26/10/2005)
§ 1º Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado compete a administração, conservação e o uso 
dos imóveis e instalações forenses, podendo ser autorizada a sua utilização por órgãos diver-
sos, no interesse da justiça, como dispuser o Tribunal de Justiça.
§ 2º. Os agentes do Ministério Público e da Defensoria Pública terão, no conjunto arquitetônico 
dos fóruns, instalações próprias ao exercício de suas funções, com condições assemelhadas às 
dos juízes de Direito junto aos quais funcionem.
(vide ADI - 4796)
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A Seção II, do Tribunal de Justiça, da Constituição do Estado do Paraná, compreende os 
arts. 100 a 101, que tratam da composição, da competência e da organização do Tribunal de 
Justiça do Paraná (TJPR). O TJPR é o órgão máximo do Poder Judiciário estadual, com sede na 
capital Curitiba e jurisdição em todo o território paranaense.
Dessa forma, a organização do TJPR é baseada nos princípios da unidade, da independên-
cia e da harmonia com os demais poderes. O TJPR é dividido em órgãos de direção, de juris-
dição e de administração. 
Os órgãos de direção são o presidente, o vice-presidente e o corregedor-geral da Justiça, 
que são eleitos pelos desembargadores para um mandato de dois anos, vedada a reeleição. 
Os órgãos de jurisdição são o Tribunal Pleno, o Órgão Especial, as Seções, as Câmaras e as 
Turmas Recursais. Os órgãos de administração são o Conselhoda Magistratura, a Escola da 
Magistratura, a Ouvidoria-Geral da Justiça e o Centro de Documentação e Informação.
SEÇÃO VII - DO CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
Art. 111 São partes legítimas para propor a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo estadual ou municipal, em face desta Constituição:
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembléia Legislativa;
II - o Procurador-Geral de Justiça e o Procurador Geral do Estado; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional 7 de 24/04/2000)
III - o Prefeito e a Mesa da Câmara do respectivo Município, quando se tratar de lei ou ato 
normativo local;
IV - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
V - os partidos políticos com representação na Assembléia Legislativa;
VI - as federações sindicais e as entidades de classe de âmbito estadual; 
VII - o Deputado Estadual.
Art. 111A Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma 
legal ou ato normativo estadual, citará previamente o Procurador-Geral do Estado e o Pro-
curador-Geral da Assembleia Legislativa, que defenderão o ato ou texto impugnado, ou, no 
caso de norma legal ou ato normativo municipal, o Prefeito e o Presidente da Câmara, para a 
mesma finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional 44 de 28/10/2019)
Art. 112 Somente pelo voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros do órgão 
especial,
poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder 
Público.
Parágrafo único. O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade.
Art. 113 Declarada a inconstitucionalidade, a decisão será comunicada à Assembléia Legisla-
tiva ou à Câmara Municipal para suspensão da execução da lei ou ato impugnado.
§ 1º Reconhecida a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma 
desta Constituição, a decisão será comunicada ao poder competente para adoção das provi-
dências necessárias à prática do ato ou início do processo legislativo, e, em se tratando de 
órgão administrativo, para emiti-lo em trinta dias, sob pena de responsabilidade.
§ 2º Na ação direta de inconstitucionalidade incumbirá à Procuradoria Geral do Estado atuar 
na curadoria de presunção de legitimidade do ato impugnado. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional 7 de 24/04/2000)
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A Seção VII, da Constituição do Estado do Paraná, versa sobre o Controle da Constitucio-
nalidade e compreende os arts. 102 a 105, que tratam dos mecanismos de verificação da con-
formidade das leis e dos atos normativos estaduais e municipais com a Constituição Federal 
e a Constituição Estadual.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
PRINCÍPIOS E NORMAS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL
Capítulo I — Disposições Gerais
A Administração Pública tem suas regras disciplinadas nos arts. 27 a 51, estando divididos 
em quatro partes. 
A primeira parte cuida das disposições gerais. A segunda trata dos servidores públicos 
civis, enquanto a terceira parte cuida dos servidores públicos militares. Por fim, a quarta 
parte cuida das regras da segurança pública. Vejamos alguns desses dispositivos: 
Art. 27 A administração pública direta, indireta e fundacional, de qualquer dos Poderes do 
Estado e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade, razoabilidade, eficiência, motivação, economicidade e, também, ao seguinte: [...]
Conforme se observa no caput, art. 27, a Administração Pública se divide em Adminis-
tração Pública direta, composta dos quatro entes federativos (União, estados, municípios e 
Distrito Federal), e Administração Pública indireta, composta pelas autarquias, fundações 
públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas.
De acordo com o dispositivo, são princípios que regem a Administração Pública direta 
e indireta: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Tais princípios 
estão também disciplinados no caput, art. 37, da CF, de 1988. 
O princípio da legalidade estabelece a sujeição da Administração Pública aos mandamen-
tos da lei. A legalidade traduz o sentido de que a Administração Pública somente pode fazer 
o que a lei manda ou permite, bem como somente pode proibir o que a lei expressamente 
proíbe. 
O princípio da impessoalidade traz a neutralidade necessária para o exercício da ativi-
dade administrativa. Destinado tanto ao administrador como ao administrado, o princípio 
impõe a objetividade e a isonomia da conduta administrativa.
O princípio da moralidade diz respeito à moral administrativa. Segundo ele, os atos da 
Administração Pública devem ser balizados nas matrizes éticas dominantes. A finalidade do 
princípio é fixar limites à atuação da Administração, evitando, por exemplo, o excesso de 
poder ou o desvio de finalidade.
O princípio da publicidade exige a divulgação dos atos da Administração Pública com o 
objetivo de permitir o conhecimento e o controle por toda a sociedade, pois ao administrador 
compete agir com transparência. 
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O princípio da eficiência impõe à Administração a obrigação de realizar suas atribuições 
com rapidez, perfeição e rendimento, pois quem administra gere o que pertence à sociedade. 
Assim, cabe ao administrador gerir os interesses públicos com plena satisfação do adminis-
trado e com o menor custo para a sociedade.
Além desses cinco princípios que coincidem com a CF, de 1988, a norma estadual acresce 
mais três: princípio da razoabilidade, princípio da motivação e princípio da economicidade.
O princípio da motivação refere-se à obrigação de a Administração Pública fundamentar 
seus atos, isto é, de justificar de fato e de direito o motivo do ato administrativo.
O princípio da economicidade impõe à Administração a obrigação de realizar seus atos 
com o menor custo para a sociedade, ou seja, que exista uma melhor gestão do dinheiro 
público.
O princípio da razoabilidade tem como objetivo impor limites à discricionariedade da 
Administração Pública, uma vez que os atos administrativos devem ser racionais, sensatos e 
coerentes. Salienta-se que o princípio da razoabilidade é complementado pelo princípio da 
proporcionalidade.
Princípios da CF, de 1988 — mnemônico “LIMPE”:
 z Legalidade;
 z Impessoalidade;
 z Moralidade;
 z Publicidade;
 z Eficiência.
Princípios da CE do Paraná — mnemônico LIMPE + MER:
 z Legalidade;
 z Impessoalidade;
 z Moralidade;
 z Publicidade;
 z Eficiência;
 z Motivação;
 z Economicidade;
 z Razoabilidade.
Art. 27 […]
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
O inciso I estabelece os requisitos e a forma de preenchimento dos cargos, empregos e fun-
ções tanto por brasileiros como por estrangeiros. São requisitos para acesso: 
 z previsão obrigatória em lei;
 z observância do princípio da isonomia e razoabilidade; 
 z compatibilidade com a natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
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No que se refere à forma de acesso, há de se esclarecer, inicialmente, que se trata dos car-
gos não privativos de brasileiros natos, uma vez que os cargos privativos de brasileiro nato 
constam expressamente do § 3º, art. 12, da CF, de 1988. 
Observa-se que os cargos não privativos de brasileiros natos podem ser preenchidos por 
brasileiros (natos ou naturalizados) de forma ampla. 
No entanto, pode a lei estabelecer requisitos limitadores, tais como formação escolar, ida-
de, entre outros. Em contrapartida, para que o estrangeiro possa ter acesso a tais cargos, a lei 
deve especificar as hipóteses de admissibilidade.
Veja:
 z Brasileiro: norma constitucional de eficácia contida, ou seja, todos os brasileiros têm acesso 
aos cargos, empregos e funções públicas, porém a norma infraconstitucionalpode conter tais 
efeitos estabelecendo critérios diferenciados — portanto, todos os cargos, empregos e funções 
desde que a norma não restrinja;
 z Estrangeiro: norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, para que o estrangeiro 
tenha acesso, é necessária norma infraconstitucional regulando a hipótese — portanto, 
somente os cargos, empregos e funções públicas que a lei autorizar.
Art. 27 […]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo 
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão; 
O inciso II estabelece a necessidade de procedimento administrativo destinado à seleção 
das pessoas que irão ocupar empregos públicos ou cargos públicos de provimento efetivo ou 
vitalício. 
Trata-se, portanto, de uma forma de escolha para atender aos princípios da igualdade e da 
moralidade administrativa, evitando-se, com isso, que o ingresso no serviço público se dê por 
critérios de favorecimento pessoal ou nepotismo.
Dica
Os concursos públicos devem ser abertos a todos os interessados. Portanto, não se admite que 
a seleção se dê de forma interna (concursos internos).
Cabe consignar que os concursos públicos podem ser de provas ou de provas e títulos. 
Desse modo, não se admite concurso apenas de títulos nem admissão sem concurso público.
Observa-se, no entanto, que existem exceções à regra do concurso público para os seguin-
tes casos:
 z cargos de mandato eletivo;
 z cargo comissionado;
 z contratação temporária por excepcional interesse público;
 z ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas durante a Segun-
da Guerra Mundial (ADCT, alínea “i”, art. 53, da CF, de 1988);
 z outras hipóteses:
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 � ministros ou conselheiros dos tribunais de contas; 
 � ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do 
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Superior 
Tribunal Militar (STM); 
 � integrantes do quinto constitucional dos tribunais judiciários.
Art. 27 […]
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por 
igual período; 
O inciso III traz o prazo de validade do concurso público, ou seja, até dois anos. Assim sen-
do, cabe ao edital definir qual o prazo do concurso, não podendo, no entanto, ser superior a 
dois anos. 
Além disso, é possível a prorrogação do prazo de validade por uma única vez e por igual 
período, ou seja, se o prazo de validade do edital é de um ano, ele somente poderá ser pror-
rogado por um ano. 
Aqui, cabe uma observação importante: a prorrogação só é possível de ser feita enquanto 
não expirado o prazo inicial.
O candidato que for aprovado em concurso público dentro do número de vagas previstas 
no edital e em concurso que ainda estiver dentro do prazo da validade possui o direito subje-
tivo de ser nomeado, assim como a prioridade na nomeação. 
Em contrapartida, o candidato aprovado fora do número de vagas possui mera expectati-
va de direito à nomeação, devendo se submeter ao juízo de conveniência e oportunidade da 
Administração:
Art. 27 […]
IV - durante o prazo previsto no edital de convocação, respeitado o disposto no item anterior, 
os aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos serão convocados, com 
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego; 
O inciso IV regula a hipótese de novo concurso para o mesmo cargo enquanto os can-
didatos aprovados em certame anterior e com prazo de validade não expirado ainda não 
foram convocados. Assim, é estabelecida a prioridade de convocação destes face aos novos 
aprovados.
Importante! Segundo entendimento do STF, para gozar da prioridade na nomeação não 
basta ao candidato a mera aprovação, é necessário que ele tenha sido classificado dentro do 
número de vagas disponibilizadas no concurso; ou seja, se o edital previu uma vaga e foram 
aprovados dois indivíduos, somente o primeiro tem prioridade de nomeação.
Art. 27 […]
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efe-
tivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, con-
dições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, 
chefia e assessoramento; 
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O inciso V trata de duas situações distintas: a função de confiança e o cargo de confiança 
(em comissão). 
Cargo público é a unidade estrutural e funcional em que o servidor exerce suas atribui-
ções e responsabilidades, ou seja, é o local dentro da estrutura organizacional que deve ser 
atribuído a um servidor. Já função é a própria atribuição e responsabilidade.
Atenção! Em regra, os cargos públicos somente podem ser criados, transformados ou 
extintos por lei. Assim, cabe ao Poder Legislativo, com a sanção do chefe do Poder Executivo, 
dispor sobre a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas.
A iniciativa da lei que cria, extingue ou transforma cargos varia conforme o caso. Por 
exemplo, no caso dos cargos do Poder Judiciário, dos tribunais de contas e do ministério 
público, a lei será de iniciativa dos respectivos tribunais ou procuradores-gerais.
A regra é excepcionada quando os cargos ou funções se encontram vagos, uma vez que a 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001, possibilitou a extinção por meio de decreto do presi-
dente da República. 
Com relação aos governadores e prefeitos, a extinção do cargo vago é possível se houver 
semelhante previsão nas respectivas constituições estaduais ou leis orgânicas (princípio da 
simetria).
No que se refere às garantias e características especiais, os cargos podem ser classificados 
em vitalícios, efetivos e comissionados.
Cargo vitalício é aquele com a maior garantia em relação à permanência. Trata-se daque-
le destinado a receber o ocupante em caráter permanente, como no caso dos magistrados 
(inciso I, art. 95, CF, de 1988), dos membros do ministério público (alínea “a”, inciso I, § 5º, 
art.128, CF, de 1988) e dos ministros do tribunal de contas (§ 3º, art. 73, CF, de 1988). 
A vitaliciedade é adquirida após dois anos de efetivo exercício no cargo, e tais servidores 
só poderão ser demitidos por sentença judicial transitada em julgado. 
Cargo efetivo é aquele provido por concurso público, cujos integrantes possuem a esta-
bilidade, ou seja, após três anos de efetivo exercício só poderão ser demitidos por decisão 
judicial transitada em julgado, processo administrativo disciplinar ou processo de avaliação 
periódica de desempenho. 
Por fim, cargo em comissão é aquele preenchido de acordo com a confiança. Como regra, 
ele deve ser preenchido preferencialmente por servidores de carreira. Portanto, para os 
demais casos (pessoal de fora da Administração) a nomeação deve ser exceção. 
Além disso, a nomeação aos cargos em comissão somente é possível para os cargos de 
chefia, direção ou assessoramento. Assim, são para as atribuições de execução, e não para as 
atribuições técnicas e operacionais. 
Exemplo: cabe a nomeação para cargo em comissão para o secretário de Transportes 
por demandar conhecimento específico e confiança. Já para o motorista isso não é cabível, 
pois, diferentemente do secretário, sua atribuição é operacional e não demanda a relação de 
confiança.
É importante saber que, como regra, os cargos em comissão são de livre nomeação e exo-
neração (ad nutum). Exceção: nepotismo ou nepotismo cruzado, isto é, quando as autorida-
des de Poderes distintos nomeiam de forma recíproca parentes uns dos outros. Atenção:
Súmula Vinculante nº 13 (STF) A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha 
reta, colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive,da autoridade nomeante ou de servi-
dor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para 
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o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na admi-
nistração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.
Atenção! A Súmula Vinculante nº 13 se aplica apenas aos cargos de natureza adminis-
trativa, estando de fora do seu âmbito as nomeações para cargos políticos. Exemplo: o STF 
considerou válida a nomeação para o cargo de secretário estadual de Transportes de irmão 
de governador de estado, sob a alegação de que o cargo em questão possuía natureza política 
(Rcl 6.650-MC-AgR).
Por fim, para o exercício da função de confiança, ou seja, atribuição de confiança, o pres-
suposto é que o nomeado já exerça cargo na Administração. Exemplo: escrevente técnico 
nomeado para a função de assessor do juiz.
 z Função de confiança: deve ser agente público;
 z Cargo em confiança: pode ou não ser agente público.
Art. 27 […]
VI - é garantido ao servidor público civil, estadual e municipal, o direito à livre associação 
sindical; 
O inciso VI decorre do direito à liberdade do art. 5º, da CF, de 1988. Lembre-se: ninguém é 
obrigado a se associar ou a se manter associado.
Art. 27 […]
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em legislação federal 
específica; 
O direito de greve dos servidores públicos é diferente do dos demais trabalhadores da 
iniciativa privada. Enquanto estes podem interromper completamente suas atividades, os 
servidores públicos precisam garantir que os serviços sejam mantidos e em percentual que 
possa atender à população. 
Trata-se da aplicação do princípio da continuidade, uma vez que não é possível a inter-
rupção total da atividade prestada pela Administração à população por ser esta essencial e 
necessária à coletividade. 
Para tanto, a norma constitucional estabelece que os termos e limites devem ser estabele-
cidos em lei.
Atenção! Ainda não foi elaborada lei para dar aplicabilidade ao inciso VII. Por essa razão, 
o STF proferiu a seguinte decisão nos autos do Mandado de Injunção 670-ES:
MI 670-ES (STF) Mandado de injunção. Garantia fundamental (CF, art. 5º, INCISO LXXI). 
Direito de greve dos servidores públicos civis (CF, art. 37, inciso VII). Evolução do tema na 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF). Definição dos parâmetros de competência 
constitucional para apreciação no âmbito da justiça federal e da justiça estadual até a edição 
da legislação específica pertinente, nos termos do art. 37, VII, da CF. Em observância aos dita-
mes da segurança jurídica e à evolução jurisprudencial na interpretação da omissão legislati-
va sobre o direito de greve dos servidores públicos civis, fixação do prazo de 60 (sessenta) dias 
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para que o Congresso Nacional legisle sobre a matéria. Mandado de injunção deferido para 
determinar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989.
Voltando ao estudo da CE:
Art. 27 […]
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
O inciso VIII estabelece a reserva de vagas para pessoas com deficiência. Trata-se de uma 
norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, que depende da edição de lei infraconsti-
tucional para poder gerar os efeitos.
Com relação à reserva, cumpre salientar que as atribuições do cargo devem ser compatí-
veis com a deficiência e que a CE não fixou o limite do número de vagas a ser reservado. 
Art. 27 […]
IX - lei complementar estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para 
atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, atendidos os seguintes 
princípios:
a) realização de teste seletivo, ressalvados os casos de calamidade pública;
b) contrato com prazo máximo de dois anos;
O servidor temporário se encontra disciplinado no inciso IX. Trata-se de uma categoria à 
parte, uma vez que ele não titulariza cargo público nem possui qualquer vínculo trabalhista 
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sendo regido por regime especial, vei-
culado por meio de lei específica de cada ente da Federação. 
O servidor público exerce funções públicas sem ocupar cargos ou empregos públicos e sua 
contratação é por tempo determinado e para atender a necessidade temporária de excep-
cional interesse público. Exemplo: agente sanitário em caso de surto de dengue.
Art. 27 […]
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 da Consti-
tuição Federal, somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a inicia-
tiva privativa em cada caso, assegurada revisão anual, sempre na mesma data e sem distinção 
de índices;
O inciso X trata da remuneração dos servidores públicos. Cumpre esclarecer, no entanto, 
que remuneração é gênero, do qual salário, vencimentos e subsídios são espécies. 
Salário é a contraprestação pecuniária paga aos empregados públicos regidos pela CLT. 
Vencimento é a modalidade remuneratória da maioria dos servidores submetidos a regi-
me jurídico estatutário, englobando o vencimento-base e as vantagens pecuniárias.
Subsídio é uma parcela única sem qualquer acréscimo, obrigatório para as seguintes 
categorias:
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 z membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos, senadores, deputados, vereadores, 
magistrados), detentores de mandato eletivo, ministros de Estado e secretários estaduais 
e municipais;
 z ministros ou conselheiros dos tribunais de contas; 
 z membros do ministério público; 
 z integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia-Geral da União, à Procuradoria-Geral 
da Fazenda Nacional, às procuradorias dos estados e do Distrito Federal e às defensorias 
públicas da União, DF e territórios, bem como às defensorias públicas estaduais (art. 135, 
CF, de 1988); 
 z servidores policiais integrantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polí-
cia Ferroviária Federal, das polícias civis, das polícias militares e dos corpos de bombeiros 
militares.
Dica
Súmula nº 679 (STF) “A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser obje-
to de convenção coletiva.”
No que se refere à revisão, o dispositivo trata apenas da revisão geral, ou seja, do reajuste 
anual genérico, que tem por objetivo repor as perdas inflacionárias do período e que é apli-
cável a todos os servidores. 
Portanto, não confundir com reajuste específico, que é aquele aplicado apenas a alguns 
cargos ou carreiras funcionais com a finalidade de evitar a defasagem remuneratória.
Art. 27 […]
XI - fica instituído o limite único previsto no § 12 do art. 37 da Constituição Federal para 
a remuneração, o subsidio, os proventos e as pensões no âmbito da Administração Pública 
direta, autárquica e fundacional, de quaisquer dos poderes, ressalvadas as remunerações 
em espécie dos membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Procuradores e dos 
Defensores Públicos, as quais não poderão exceder o limite mensal do subsidio do Ministro do 
Supremo Tribunal Federal, nos termos da parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição 
Federal. 
Com relação ao teto do funcionalismo público, a CE repetiu a regra da CF, de 1988, e esta-
beleceu duas regras. 
A primeira é a do teto geral, ou seja, o limite máximo de remuneração, que é o valor dos 
subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal. 
A segunda regra trata do denominado subteto, ou seja, o teto para os estados, municípios 
e Distrito Federal. Para eles, o dispositivo previu duas hipóteses de subtetos: o teto

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