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R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 363 C a p ít u lo 1 3 • Te ci d o s co n ju n ti vo s CIÊNCIA E CIDADANIA Alergia e reação anafilática Figura 13.10 A reação alérgica desencadeada nessa criança foi causada por pólen que atingiu a mucosa ocular. Os sintomas são inchaço e vermelhidão dos olhos, com secreção intensa de lágrimas e fluidos nasais, causados pela histamina liberada pelos mastócitos sanguíneos. Todos nós já tivemos, ou ainda teremos, algum tipo de alergia. Alergia é uma reação do organismo a alguma substância estranha ao corpo, genericamente denominada alérgeno. Por exemplo, se o alérgeno for pólen que atingiu a membrana conjuntiva dos olhos, a pessoa poderá desenvolver uma conjuntivite alérgica; se os alérgenos forem substâncias de um molusco ingerido no alimento, ela poderá ter uma resposta alérgica intestinal, com diarreias e vômitos. (Fig. 13.10) Em certos casos, a reação anafilática ao alérgeno pode ter grande amplitude, sendo então chamada de choque anafilático. A histamina, liberada em grande quantidade no sangue pelos mastócitos, é a prin- cipal responsável pelos sintomas do choque anafilático: taquicardia, queda da pressão arterial em decorrência da grande dilatação dos vasos sanguíneos, inchaço na glote (laringe), diarreia, vômitos etc. O choque anafilático pode levar à morte e deve ser tratado imedia- tamente com injeções de adrenalina, substância que combate os efeitos da histamina. AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS A derme da pele humana A derme é um tecido conjuntivo que garante suporte e nutrição às células da epiderme. Ela é rica em fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais células dérmicas são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras proteicas e de uma substância gelatinosa que preenche os espaços intercelulares, a substância fundamental. As fibras da derme são filamentos constituídos de proteínas e podem ser de três tipos: fibras colágenas (mais espessas e resistentes), fibras elásticas (mais finas e elásticas) e fibras reticulares (ainda mais finas e entrelaçadas). É o conjunto dessas fibras que confere à pele sua resistência e sua elasticidade típicas. A primeira camada dérmica, localizada imediatamente abaixo da epiderme, é chamada camada papilar, pois apresenta inúmeras saliências — as papilas dérmicas — que se encaixam em reentrâncias da epiderme. Acredita-se que essas papilas tenham a função de aumentar o contato e a adesão entre os dois tecidos, uma vez que são mais pronunciadas em áreas da pele que sofrem pressão ou atrito, como a planta dos pés. Da camada papilar, partem fibras finíssimas da proteína colágeno, que se ancoram fortemente à epiderme, garantindo sua perfeita união à derme. Sob a camada papilar, situa-se uma camada mais espessa, a camada reticular, constituída por um tecido conjuntivo mais denso e rico em fibras elásticas, mas que possui relativamente menos células que a camada papilar. Na camada reticu- lar, há vasos sanguíneos, vasos linfáticos e terminações nervosas; aí também se situam as raízes dos pelos, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas. Imediatamente abaixo da camada reticular da derme, há um tecido conjun- tivo frouxo, a tela subcutânea (ou hipoderme), rica em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas). Além de constituir reserva de energia, a gordura armazenada nesse tecido atua como isolante térmico do corpo. Apesar de estar associada à pele, a tela subcutânea não faz parte dela (reveja figura 12.8). 355_370_CAP13_BIO1.indd 363 8/8/09 5:54:06 PM R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 364 U n id a d e D • A d iv e rs id a d e c e lu la r d o s a n im a is Seção 13.3 Objetivos❱❱❱❱ Distinguir tecido CCCCCCC cartilaginoso de tecido ósseo e apontar semelhanças e diferenças entre eles. Descrever, em linhas CCCCCCC gerais, as principais funções dos tecidos cartilaginoso, ósseo e hematopoiético. Termos e conceitos❱❱❱❱ tecido cartilaginoso• condroblasto• condrócitos• tecido ósseo• osteoblasto• osteócito• osteoclasto• tecido hematopoiético• Tecidos conjuntivos especiais 1 Tecido cartilaginoso O tecido cartilaginoso forma o esqueleto de alguns animais vertebrados, como os cações, os tubarões e as raias, que por esse motivo são denomi- nados peixes cartilaginosos. Os outros vertebrados, inclusive a espécie hu- mana, têm esqueleto cartilaginoso apenas durante o estágio embrionário: à medida que o embrião amadurece, as cartilagens são substituídas por ossos. Entretanto, algumas cartilagens permanecem no corpo por toda a vida. Na espécie humana, por exemplo, há cartilagens que sustentam o nariz, as ore- lhas, a traqueia, os brônquios e, também, que revestem as extremidades de certos ossos, permitindo o deslizamento suave de um osso sobre o outro nas articulações móveis. Além disso, há tecido cartilaginoso entre as vértebras, que amortece o impacto dos movimentos sobre a coluna vertebral. O tecido cartilaginoso deve sua rigidez e consistência à matriz interce- lular, constituída principalmente por colágeno e proteoglicanos (macromo- léculas de glicídio e proteína combinados, em que esta última é o principal componente). Todo esse material intercelular é produzido e secretado por células denominadas condroblastos (do grego chondros, cartilagem, e blastos, aqui no sentido de célula jovem). Após a formação da cartilagem, a atividade dos condroblastos diminui e eles sofrem uma pequena retração de volume, passando a ser chamado de condrócitos. Cada condrócito fica confinado ao interior de uma lacuna ligeiramente maior que ele, moldada durante a deposição da matriz intercelular. O tecido cartilaginoso é o único tipo de tecido conjuntivo que não contém vasos sanguíneos, ou seja, é avascular. O alimento e o gás oxigênio para con- droblastos e condrócitos difundem-se na matriz cartilaginosa a partir dos vasos sanguíneos localizados no tecido conjuntivo que envolve a cartilagem, o chamado pericôndrio (do grego peri, ao redor). No pericôndrio, também estão presentes células mesenquimatosas que podem se transformar em condró- citos, permitindo o crescimento e a regeneração do tecido cartilaginoso. Tipos de cartilagem As cartilagens podem ser de três tipos básicos: hialina, elástica e fibro- sa. A cartilagem hialina é a mais comum, apresentando matriz homogênea e poucas fibras colágenas. Esse tipo de cartilagem é encontrado na laringe, na traqueia, nos brônquios e nas extremidades de ossos articulados. A cartilagem elástica é semelhante à hialina, mas apresenta, além de fibras colágenas, fibras elásticas entrelaçadas, que lhe conferem maior grau de elasticidade. Esse tipo de tecido é encontrado na orelha, no septo nasal e na epiglote (válvula localizada no fundo da garganta, cuja função é tapar a traqueia quando engolimos). A cartilagem fibrosa, ou fibrocartilagem, possui grande quantidade de fibras colágenas e é a mais resistente das três. Ela está presente entre os ossos púbis da bacia e entre as vértebras. A função da cartilagem inter- vertebral é separar uma vértebra de outra, evitando o atrito entre elas e amortecendo os choques transmitidos à coluna durante atividades como caminhar, correr etc. (Fig. 13.11) Figura 13.11 A. Postas de cação, em que se veem as vértebras formadas por cartilagem. B. Micrografia ao microscópio óptico de um corte da cartilagem presente no joelho de rato. Note as lacunas na matriz cartilaginosa, onde se localizam os condrócitos (aumento . 353). C. Micrografia de um corte da cartilagem presente em orelha de rato (microscópio óptico; aumento . 253). Na parte central, pode-se ver uma lâmina cartilaginosa, cercada pelo tecido conjuntivo frouxo quecompõe a pele da orelha. Matriz cartilaginosa Lacunas com condrócitos Tecido conjuntivo frouxo Condrócitos nas lacunas Matriz cartilaginosa Vértebra cartilaginosa A B C 355_370_CAP13_BIO1.indd 364 8/8/09 5:54:09 PM R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 365 C a p ít u lo 1 3 • Te ci d o s co n ju n ti vo s Núcleos Borda crespa 10 m Retículo endoplasmático Complexo golgiense Lisossomos Mitocôndrias As células que produzem a matriz óssea são chamadas osteoblastos (do grego osteon, osso, e blastos, no sentido de célula jovem). Elas apresentam longas projeções citoplasmáticas que tocam os osteoblastos vizinhos. Ao secretar a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos vão ficando confinados às pequenas câmaras que eles mesmos produziram, das quais partem canais que contêm as projeções citoplasmáticas. Quando a célula ós- sea amadurece, seus prolongamentos citoplasmáti- cos se retraem, de maneira que ela passa a ocupar apenas a lacuna central, sendo então denominada osteócito. Os canalículos onde ficavam os prolon- gamentos do osteoblasto agora servem de comuni- cação entre uma lacuna e outra e, através deles, as substâncias nutritivas e o gás oxigênio provenien- tes do sangue chegam às células ósseas. Além dos osteoblastos e dos osteócitos, o te- cido ósseo possui outras células importantes, os osteoclastos (do grego klastos, quebrar, destruir), originados pela fusão de células sanguíneas denomi- nadas monócitos. Osteoclastos são células gigantes e multinucleadas (podem ter de 6 a 50 núcleos), que se movem nas superfícies ósseas e destroem áreas lesadas ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para sua regeneração pelos osteoblastos. Os ossos estão em contínua remodelação devido à atividade conjunta de destruição e reconstrução empreendidas, respectivamente, por osteoclastos e osteoblastos. (Fig. 13.13) Figura 13.13 Representação esquemática de um osteoclasto em corte. A borda crespa da célula secreta ácidos que dissolvem os cristais de sais minerais constituintes do osso e enzimas que digerem os componentes orgânicos da matriz óssea. (Imagem em cores-fantasia.) (Baseado em Alberts, B. e cols., 1994.) Medula óssea vermelha Medula amarela (tutano) Osteócitos Osteoblasto Vaso sanguíneo Núcleo Osteônio Osteônio Figura 13.12 De A a D, representações esquemáticas de ampliações progressivas de cortes de osso, mostrando a estrutura do tecido ósseo e uma célula óssea jovem, o osteoblasto. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) No quadro à direita, micrografia de um corte transversal de osso, mostrando osteônios e osteócitos (microscópio óptico; aumento 285). A B C D 2 Tecido ósseo O tecido ósseo constitui os ossos, presentes nos animais vertebrados, com exceção dos peixes cartilaginosos. O tecido ósseo caracteriza-se por apresentar as células encerradas em uma matriz intercelular rica em fibras colágenas e fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2], além de íons mi- nerais como o magnésio (Mg2), o potássio (K) e o sódio (Na). Os cristais de fosfato de cálcio associados às fibras proteicas são os responsáveis pela rigidez dos ossos. Muitos ossos apresentam unidades microscópicas denominadas osteônios ou sistemas haversianos, formadas por camadas concêntricas de matriz óssea mineralizada, depositadas ao redor de um canal central (antigamente denominado canal de Havers) dotado de vasos san- guíneos e nervos. (Fig. 13.12) Células ósseas (osteócitos) Canais de vasos sanguíneos Células ósseas (osteócitos) Canais de vasos sanguíneos
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