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Cnidários: Anêmonas e Corais


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CONHECIMENTOS
Hydrozoa
Cubozoa
Scyphozoa
Anthozoa
Surge a medusa
Surge o pólipo
Surgem pólipo 
e medusa
desaparece a medusa
Anthozoa
Cubozoa
Scyphozoa
Hydrozoa
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Anêmonas-do-mar são pólipos que habitam desde a zona de marés até grandes profundidades 
oceânicas. A maioria das espécies tem cerca de 10 centímetros, mas algumas chegam a atingir 
até 1 metro de altura. Há várias espécies coloniais de anêmonas, em que o tamanho dos pólipos 
varia de alguns milímetros a poucos centímetros de altura.
Corais são geralmente coloniais, e seus pólipos lembram pequenas anêmonas. Cada pólipo 
acumula, na mesogleia da base do corpo, substâncias calcárias que fornecem sustentação es-
quelética. Ao morrer, os tecidos delicados do pólipo se decompõem, mas o esqueleto calcário 
permanece intacto, mantendo até mesmo o desenho das dobras e pregas internas da cavidade 
gastrovascular. Novos pólipos desenvolvem-se sobre os esqueletos dos que morreram, e assim 
vai crescendo uma estrutura calcária denominada rocha coralínea.
Os corais preferem águas rasas e quentes; são abundantes nos mares tropicais, onde 
formam recifes, ou bancos de coral. No Brasil, os litorais da região Nordeste são os que 
apresentam a maior quantidade e variedade de corais, embora eles se distribuam em toda a 
costa brasileira. Na região de Abrolhos, no litoral da Bahia, há grandes recifes de coral habi-
tados por uma fauna marinha extremamente diversificada. A grande beleza da vida marinha 
leva muitos mergulhadores a explorar a região. Nas costas da Austrália, os recifes de coral 
formam a Grande Barreira de Corais (Great Barrier Reef), que atinge mais de 2.000 quilômetros 
de extensão. (Fig. 10.19)
Faringe
Exoesqueleto 
calcário (coral)
tentáculos
Pregas da 
cavidade 
digestória
Figura 10.19 A. Representação esquemática de pólipo coralíneo com a parte anterior removida 
para mostrar o esqueleto calcário na base do corpo. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) 
B. Vista superior dos pólipos de um coral pétreo.
A
B
Quem surgiu primeiro, pólipo ou medusa?
Cnidários que viveram no passado deixaram regis-
tros fósseis que datam de quase 600 milhões de anos 
atrás. Isso os coloca entre os animais mais antigos do 
planeta, quase tanto quanto os poríferos.
A hipótese mais aceita atualmente sobre a origem 
das formas polipoides e medusoides dos cnidários é a 
de que a forma polipoide teria surgido primeiro e que 
a forma medusoide teria surgido posteriormente, no 
ancestral comum de Hydrozoa, Cubozoa e Scyphozoa. 
Segundo essa hipótese os antozoários seriam, por-
tanto, os cnidários mais antigos. Uma outra hipótese 
admite que as formas polipoides e medusoides teriam 
surgido simultaneamente no ancestral comum dos 
cnidários e que nos antozoários a forma medusoide 
teria desaparecido. (Fig. 10.20)
Figura 10.20 Cladogramas das hipóteses sobre a origem 
das formas polipoide e medusoide dos cnidários e sua 
relação com a classificação. A. Sugere-se que a forma 
medusoide tenha surgido posteriormente no ancestral 
comum de Hydrozoa, Scyphozoa e Cubozoa, sendo a classe 
Anthozoa a mais primitiva. B. É sugerido que tanto a forma 
polipoide como a medusoide teriam surgido no ancestral 
comum dos cnidários e que em Anthozoa a medusa teria 
desaparecido. (Baseado em Bridge, 1995.)
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Os pólipos de muitas espécies de coral hospedam, no interior de suas células, algas uni-
celulares fotossintetizantes, as zooxantelas. A maioria pertence ao grupo dos dinoflagelados, 
mas algumas podem ser diatomáceas ou crisofíceas. Graças à sua capacidade de realizar fo-
tossíntese, as algas permitem aos corais viver em locais onde o plâncton (seu alimento básico) 
é escasso. 
Nos últimos anos, os cientistas perceberam que os corais, em várias partes do mundo, 
estão perdendo suas zooxantelas. Estudos sugerem que esse fenômeno, conhecido como 
branqueamento dos corais, seja consequência de desequilíbrios ambientais causados pela 
espécie humana. 
6 Reprodução dos cnidários
Reprodução assexuada
Todos os grupos de cnidário têm reprodução assexuada. Em certos pólipos de hidrozoários e 
de antozoários formam-se pequenos brotos que posteriormente se soltam, originando indivíduos 
independentes. Fala-se, neste caso, em brotamento. Em certas espécies, os brotos permanecem 
unidos, constituindo colônias.
No ciclo de vida de diversas espécies, os pólipos reproduzem-se assexuadamente por um 
processo denominado estrobilização, que leva à formação de medusas.
Reprodução sexuada
Todos os grupos de cnidário têm reprodução sexuada. Há tanto espécies monoicas (her-
mafroditas) como dioicas (sexos separados). Os gametas originam-se a partir das células 
intersticiais, que se agrupam e constituem uma espécie de gônada. Essas formações não são 
consideradas gônadas verdadeiras porque não constituem órgãos, mas apenas aglomerados 
de células sexuais. Não há canais para a saída dos gametas, que são liberados pela ruptura dos 
tecidos que os envolvem.
Muitos cnidários têm fecundação externa: óvulos e espermatozoides são liberados pelos 
genitores e a fecundação ocorre na água. Há também espécies com fecundação interna, em 
que os óvulos são retidos dentro do corpo da fêmea, em geral na cavidade gastrovascular, onde 
são fecundados por espermatozoides que penetram pela boca.
7 Tipos de desenvolvimento nos cnidários
Desenvolvimento direto
São poucas as espécies de cnidário que apresentam desenvolvimento direto, sem estágios 
larvais. Esse tipo de desenvolvimento ocorre, por exemplo, em hidras, nas quais o óvulo permanece 
unido ao corpo da hidra-mãe, onde é fecundado e se desenvolve até formar um pequeno embrião. 
Este se solta da mãe e se transforma em uma hidra semelhante aos pais.
Desenvolvimento indireto e alternância de gerações 
No ciclo de vida da maioria dos hidrozoários, cifozoários e cubomedusas ocorre meta-
gênese, ou alternância de gerações medusoide e polipoide. As medusas-machos sempre 
libertam seus espermatozoides na água, e as medusas-fêmeas, dependendo da espécie, 
podem liberar os óvulos na água ou retê-los no interior do corpo, onde serão fecundados. O 
zigoto desenvolve-se em uma larva ciliada de corpo achatado, a plânula, que, depois de nadar 
livremente durante algumas horas ou dias, fixa-se a um objeto submerso, perde os cílios e 
transforma-se em um pólipo. Este se desenvolve e origina, assexuadamente, novas medusas, 
fechando o ciclo. (Fig. 10.21)
Nenhum antozoário apresenta medusas em seu ciclo de vida. Nessa classe de cnidários, os 
gametas são formados pelos pólipos. A fecundação pode ocorrer externa ou internamente e o 
zigoto origina uma larva plânula, que se desenvolve em um pólipo sexuado, fechando o ciclo.
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Texto: Recifes de coral e “branqueamento”
Animação: Animais invertebrados, veja aba Cnidários
Figura 10.21 Acima, representação esquemática do ciclo de vida alternante do hidrozoário 
Obelia sp. Abaixo, representação esquemática do ciclo de vida alternante do cifozoário 
Aurelia sp. (Imagens sem escala, cores-fantasia.)
Gastrozoides
Liberação de 
medusas jovens
diferenciação
Fecundação
externa
Larva 
plânula
Fixação ao 
substrato
desenvolvimento da 
colônia de pólipos
Parte de uma 
colônia adulta
Gonozoide Espermatozoides
Obelia sp.
Aurelia sp.
Óvulo
medusa 
medusa
Cifístoma(larva 
poliploide)
Fecundação 
interna
medusas 
adultas
Espermatozoides 
liberados na água
Liberação 
das 
éfiras
Éfiras 
(medusas imaturas)
divisão 
transversal 
(estrobilização)
Fixação ao 
substrato
Liberação da 
larva plânula
desenvolvimento 
da éfira
desenvolvimento 
da plânula

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