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AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS Hydrozoa Cubozoa Scyphozoa Anthozoa Surge a medusa Surge o pólipo Surgem pólipo e medusa desaparece a medusa Anthozoa Cubozoa Scyphozoa Hydrozoa A B R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 335 C a p ít u lo 1 0 • P o rí fe ro s e c n id á ri o s Anêmonas-do-mar são pólipos que habitam desde a zona de marés até grandes profundidades oceânicas. A maioria das espécies tem cerca de 10 centímetros, mas algumas chegam a atingir até 1 metro de altura. Há várias espécies coloniais de anêmonas, em que o tamanho dos pólipos varia de alguns milímetros a poucos centímetros de altura. Corais são geralmente coloniais, e seus pólipos lembram pequenas anêmonas. Cada pólipo acumula, na mesogleia da base do corpo, substâncias calcárias que fornecem sustentação es- quelética. Ao morrer, os tecidos delicados do pólipo se decompõem, mas o esqueleto calcário permanece intacto, mantendo até mesmo o desenho das dobras e pregas internas da cavidade gastrovascular. Novos pólipos desenvolvem-se sobre os esqueletos dos que morreram, e assim vai crescendo uma estrutura calcária denominada rocha coralínea. Os corais preferem águas rasas e quentes; são abundantes nos mares tropicais, onde formam recifes, ou bancos de coral. No Brasil, os litorais da região Nordeste são os que apresentam a maior quantidade e variedade de corais, embora eles se distribuam em toda a costa brasileira. Na região de Abrolhos, no litoral da Bahia, há grandes recifes de coral habi- tados por uma fauna marinha extremamente diversificada. A grande beleza da vida marinha leva muitos mergulhadores a explorar a região. Nas costas da Austrália, os recifes de coral formam a Grande Barreira de Corais (Great Barrier Reef), que atinge mais de 2.000 quilômetros de extensão. (Fig. 10.19) Faringe Exoesqueleto calcário (coral) tentáculos Pregas da cavidade digestória Figura 10.19 A. Representação esquemática de pólipo coralíneo com a parte anterior removida para mostrar o esqueleto calcário na base do corpo. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) B. Vista superior dos pólipos de um coral pétreo. A B Quem surgiu primeiro, pólipo ou medusa? Cnidários que viveram no passado deixaram regis- tros fósseis que datam de quase 600 milhões de anos atrás. Isso os coloca entre os animais mais antigos do planeta, quase tanto quanto os poríferos. A hipótese mais aceita atualmente sobre a origem das formas polipoides e medusoides dos cnidários é a de que a forma polipoide teria surgido primeiro e que a forma medusoide teria surgido posteriormente, no ancestral comum de Hydrozoa, Cubozoa e Scyphozoa. Segundo essa hipótese os antozoários seriam, por- tanto, os cnidários mais antigos. Uma outra hipótese admite que as formas polipoides e medusoides teriam surgido simultaneamente no ancestral comum dos cnidários e que nos antozoários a forma medusoide teria desaparecido. (Fig. 10.20) Figura 10.20 Cladogramas das hipóteses sobre a origem das formas polipoide e medusoide dos cnidários e sua relação com a classificação. A. Sugere-se que a forma medusoide tenha surgido posteriormente no ancestral comum de Hydrozoa, Scyphozoa e Cubozoa, sendo a classe Anthozoa a mais primitiva. B. É sugerido que tanto a forma polipoide como a medusoide teriam surgido no ancestral comum dos cnidários e que em Anthozoa a medusa teria desaparecido. (Baseado em Bridge, 1995.) R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 336 U n id a d e D • A d iv e rs id a d e d o s a n im a is Os pólipos de muitas espécies de coral hospedam, no interior de suas células, algas uni- celulares fotossintetizantes, as zooxantelas. A maioria pertence ao grupo dos dinoflagelados, mas algumas podem ser diatomáceas ou crisofíceas. Graças à sua capacidade de realizar fo- tossíntese, as algas permitem aos corais viver em locais onde o plâncton (seu alimento básico) é escasso. Nos últimos anos, os cientistas perceberam que os corais, em várias partes do mundo, estão perdendo suas zooxantelas. Estudos sugerem que esse fenômeno, conhecido como branqueamento dos corais, seja consequência de desequilíbrios ambientais causados pela espécie humana. 6 Reprodução dos cnidários Reprodução assexuada Todos os grupos de cnidário têm reprodução assexuada. Em certos pólipos de hidrozoários e de antozoários formam-se pequenos brotos que posteriormente se soltam, originando indivíduos independentes. Fala-se, neste caso, em brotamento. Em certas espécies, os brotos permanecem unidos, constituindo colônias. No ciclo de vida de diversas espécies, os pólipos reproduzem-se assexuadamente por um processo denominado estrobilização, que leva à formação de medusas. Reprodução sexuada Todos os grupos de cnidário têm reprodução sexuada. Há tanto espécies monoicas (her- mafroditas) como dioicas (sexos separados). Os gametas originam-se a partir das células intersticiais, que se agrupam e constituem uma espécie de gônada. Essas formações não são consideradas gônadas verdadeiras porque não constituem órgãos, mas apenas aglomerados de células sexuais. Não há canais para a saída dos gametas, que são liberados pela ruptura dos tecidos que os envolvem. Muitos cnidários têm fecundação externa: óvulos e espermatozoides são liberados pelos genitores e a fecundação ocorre na água. Há também espécies com fecundação interna, em que os óvulos são retidos dentro do corpo da fêmea, em geral na cavidade gastrovascular, onde são fecundados por espermatozoides que penetram pela boca. 7 Tipos de desenvolvimento nos cnidários Desenvolvimento direto São poucas as espécies de cnidário que apresentam desenvolvimento direto, sem estágios larvais. Esse tipo de desenvolvimento ocorre, por exemplo, em hidras, nas quais o óvulo permanece unido ao corpo da hidra-mãe, onde é fecundado e se desenvolve até formar um pequeno embrião. Este se solta da mãe e se transforma em uma hidra semelhante aos pais. Desenvolvimento indireto e alternância de gerações No ciclo de vida da maioria dos hidrozoários, cifozoários e cubomedusas ocorre meta- gênese, ou alternância de gerações medusoide e polipoide. As medusas-machos sempre libertam seus espermatozoides na água, e as medusas-fêmeas, dependendo da espécie, podem liberar os óvulos na água ou retê-los no interior do corpo, onde serão fecundados. O zigoto desenvolve-se em uma larva ciliada de corpo achatado, a plânula, que, depois de nadar livremente durante algumas horas ou dias, fixa-se a um objeto submerso, perde os cílios e transforma-se em um pólipo. Este se desenvolve e origina, assexuadamente, novas medusas, fechando o ciclo. (Fig. 10.21) Nenhum antozoário apresenta medusas em seu ciclo de vida. Nessa classe de cnidários, os gametas são formados pelos pólipos. A fecundação pode ocorrer externa ou internamente e o zigoto origina uma larva plânula, que se desenvolve em um pólipo sexuado, fechando o ciclo. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 337 C a p ít u lo 1 0 • P o rí fe ro s e c n id á ri o s Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br Texto: Recifes de coral e “branqueamento” Animação: Animais invertebrados, veja aba Cnidários Figura 10.21 Acima, representação esquemática do ciclo de vida alternante do hidrozoário Obelia sp. Abaixo, representação esquemática do ciclo de vida alternante do cifozoário Aurelia sp. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) Gastrozoides Liberação de medusas jovens diferenciação Fecundação externa Larva plânula Fixação ao substrato desenvolvimento da colônia de pólipos Parte de uma colônia adulta Gonozoide Espermatozoides Obelia sp. Aurelia sp. Óvulo medusa medusa Cifístoma(larva poliploide) Fecundação interna medusas adultas Espermatozoides liberados na água Liberação das éfiras Éfiras (medusas imaturas) divisão transversal (estrobilização) Fixação ao substrato Liberação da larva plânula desenvolvimento da éfira desenvolvimento da plânula