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R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 288 U n id a d e B • Ev o lu çã o b io ló g ic a Os primeiros répteis Os répteis surgiram no período Carbonífero, entre 359,2 e 299 milhões de anos atrás, diversificando-se muito e tornando-se o grupo dominante no período seguinte, o Permiano. Uma novidade evolutiva importante, que contribuiu definitivamente para o grande sucesso dos rép- teis, foi o aparecimento de ovos dotados de casca impermeável e que podiam armazenar grande quantidade de nutrientes. Com isso, os répteis deixaram de depender de ambientes aquáticos para se reproduzir e espalharam-se nos ambientes até então dominados por anfíbios de grande porte, competindo com eles e, provavelmente, contribuindo para sua extinção. O fim da era Paleozoica e início da era Mesozoica, há cerca de 251 milhões de anos, foi marcado por uma brusca mudança climática no planeta, que se tornou frio e seco. Geleiras passaram a cobrir a maior parte dos continentes e a maioria das espécies existentes se extinguiu. 3 Vida na era Mesozoica Os répteis que sobreviveram à extinção no final da era Paleozoica voltaram a se diversificar durante a era Mesozoica e ocuparam ambientes aquáticos e de terra firme, até mesmo com o aparecimento de espécies voadoras. Um dos grupos de répteis que surgiu nessa época deu origem aos mamíferos, como veremos mais adiante. Expansão dos dinossauros A partir do período Jurássico, entre 199,6 e 145,5 milhões de anos atrás, um grupo de répteis conhecidos como dinossauros diversificou-se muito e passou a ser o grupo dominante nos am- bientes de terra firme. Havia desde dinossauros pequenos, de tamanho comparável ao de uma galinha, até formas gigantescas, com mais de 10 m de altura e dezenas de toneladas de massa. A maioria dos dinos- sauros era herbívora, mas também havia diversas espécies carnívoras, que se alimentavam de insetos, de anfíbios e de outros dinossauros. Alguns cientistas admitem que pelo menos alguns dinossauros tinham “sangue quente”, isto é, eram endotérmicos, como ocorre com as aves e mamíferos atuais. (Fig. 11.15) Figura 11.15 Representação artística, com base no documentário fóssil, de algumas espécies de dinossauros. A. Triceratops sp. B. Tyranossaurus sp. C. Segnossaurus sp. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) A B C R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 289 C a p ít u lo 1 1 • O ri g e m d a s e sp é ci e s e d o s g ra n d e s g ru p o s d e s e re s vi vo s Origem das aves Acredita-se que as aves tenham surgido no período Jurássico, entre 199,6 e 145,5 milhões de anos atrás, a partir de um grupo primitivo de répteis. De fato, as aves são consideradas por muitos zoólogos os remanescentes vivos dos dinossauros. Esses pesquisadores também consideram que aves e répteis atuais, apesar das aparentes diferenças, são essencialmente semelhantes e deveriam ser incluídos na mesma classe. As novas descobertas paleontológicas revelaram que muitos répteis primitivos apresentavam penas, como o famoso Archaeopteryx sp., que viveu no final do período Jurássico, há cerca de 150 milhões de anos. Apesar do sucesso causado pela descoberta do Archaeopteryx sp. no século XIX, quando o primeiro fóssil desse animal foi encontrado, acredita-se que eles provavelmente não foram os ancestrais das aves atuais. Em 1986, foram descobertos fósseis de um animal extinto classificado como gênero Protoavis, que parece ser mais diretamente relacionado às aves atuais do que os animais do gênero Archaeopteryx (Fig. 11.16) No final do período Cretáceo, há pouco mais de 65 milhões de anos, as aves já apresentavam muitas de suas características atuais. Atualmente, a classe das aves é muito diversificada e explora com sucesso os ambientes aéreo, de terra firme e aquático. Extinção em massa do fim do Cretáceo Há 65 milhões de anos, no final da era Mesozoica, ocorreu extinção em massa de diversas es- pécies de plantas e de animais, entre elas a maioria dos dinossauros. Uma das hipóteses aceitas é que essas extinções tenham sido causadas pelas mudanças climáticas desencadeadas pela queda de um cometa ou asteroide na superfície da Terra. (Fig. 11.17) Figura 11.16 Fóssil de Archaeopteryx sp. (A). Reconstrução hipotética do aspecto geral de seu corpo (B). Esse animal apresentava penas e diferia das aves típicas por não ter ossos pneumáticos (cheios de ar), por suas asas e pelve tipicamente reptilianas e por apresentar dentes e uma longa cauda. Figura 11.17 Representação artística da colisão de um grande asteroide com a Terra, que teria ocorrido na região de Chicxalub, na península de Yucatán, no México, há cerca de 65 milhões de anos. O impacto desse asteroide na Terra é uma das hipóteses do que teria sido a causa da extinção dos dinossauros. A B AtIvIDADEs R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 290 U n id a d e B • Ev o lu çã o b io ló g ic a 4 Vida na era Cenozoica O início da era Cenozoica, há 65,5 milhões de anos, foi marcado por dois eventos principais: a grande expansão e diversificação das plantas angiospermas (plantas com flores), que haviam surgido no período Cretáceo, e a diversificação e expansão dos mamíferos. Estes surgiram no período Triássico, há cerca de 230 milhões de anos, mas até então tinham tido pouca diversifi- cação, provavelmente devido à supremacia dos grandes répteis. Expansão dos mamíferos Com o desaparecimento dos dinossauros, os mamíferos primitivos, então pouco maiores que um rato e com hábitos noturnos, diversificaram-se e expandiram-se. Segundo os cientistas, praticamente todos os mamíferos atuais surgiram a partir de três grupos de mamíferos primiti- vos que sobreviveram à catástrofe do final da era Mesozoica. Um desses grupos foi o ancestral dos monotremados (mamíferos ovíparos), outro dos mamíferos marsupiais, e o terceiro, dos mamíferos placentários. Esses três grupos de mamíferos apresentam uma diferença no modo de desenvolvimento dos embriões. Os monotremados são ovíparos e o embrião desenvolve-se dentro de um ovo, fora do corpo da mãe. Nos marsupiais, o desenvolvimento embrionário começa no interior do sistema reprodutor feminino, mas logo os embriões saem do corpo da mãe e se arrastam para uma bolsa revestida de pele, o marsúpio, onde terminam de se desenvolver. Nos mamíferos placentários, o desenvolvimento embrionário ocorre inteiramente no interior do útero materno e o embrião é alimentado por meio da placenta. Na Austrália, os marsupiais tiveram grande diversificação e originaram diversas espécies, adaptadas a diferentes hábitats. Na América do Sul, os mamíferos placentários foram os que mais se diversificaram e se expandiram, embora também tenha ocorrido certa diversificação de marsupiais. Na Europa e na América do Norte, não surgiram marsupiais; os mamíferos que evoluíram com grande sucesso nessas regiões foram os placentários, que se adaptaram a diversos hábitats. Alguns grupos de placentários chegaram a retornar ao ambiente aquático, onde originaram os ancestrais de baleias, golfinhos, focas etc., ao passo que outros, como roedores, carnívoros, ungulados e primatas, tornaram-se predominantes em terra firme. Há 2 milhões de anos, a América do Norte e a América do Sul tornaram-se ligadas novamen- te pelo istmo do Panamá, depois de terem permanecido isoladas por cerca de 40 milhões de anos. Graças a essa ligação, diversas espécies de mamíferos migraram entre os dois conti- nentes. Placentários invadiram a América do Sul, competindo com os placentários e com os marsupiais locais, causando a extinção da maioria das espécies. Apenas algumas espécies de marsupial sobreviventes, entre elaso gambá, conseguiram estabelecer-se com sucesso na América do Norte. Durante o período Neogene evoluíram as espécies modernas de mamíferos placentários, entre eles os ancestrais dos cavalos, dos elefantes, dos ursos e da espécie humana, que rapidamente se expandiram pela Europa e Ásia. No Neogene ocorreram quatro períodos de frio muito intenso, conhecidos por glaciações ou períodos glaciais. Durante as glaciações, grandes massas de gelo expandiram-se a partir do Ártico e da Antártica, cobrindo extensas regiões da Europa, da Ásia e das Américas. A última glaciação terminou há apenas 11 mil anos. Desde então, nosso planeta se aqueceu, a humanidade desenvolveu a agricultura, surgiram as cidades e a civilização moderna teve início. Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br Texto: Será que a evolução leva ao progresso e, finalmente, à perfeição?