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RAIMUNDO NONATO MENDES PIMENTA A INFLUÊNCIA DA ARTE INDÍGENA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL PARAENSE: UMA ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO DA ARTE E CULTURA NA SOCIEDADE Belém 2024 A INFLUÊNCIA DA ARTE INDÍGENA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL PARAENSE: UMA ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO DA ARTE E CULTURA NA SOCIEDADE Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Universidade Cruzeiro do Sul, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Artes Visuais. Orientador: Belém 2024 A INFLUÊNCIA DA ARTE INDÍGENA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL PARAENSE: UMA ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO DA ARTE E CULTURA NA SOCIEDADE Foto RAIMUNDO NONATO MENDES PIMENTA RESUMO Este estudo explora a influência da arte indígena na formação da identidade cultural paraense e sua importância para a sociedade do estado do Pará. A arte indígena, com suas raízes históricas profundas, é uma expressão vital da identidade cultural e social do Pará. Ela não só preserva tradições ancestrais, mas também desempenha um papel fundamental na sociedade contemporânea paraense, influenciando movimentos artísticos modernos e contribuindo para a educação e a consciência social. Palavras-chave: influência; identidade; cultural; indígena; sociedade. INTRODUÇÃO Este trabalho visa aprofundar a compreensão sobre a influência da cultura indígena amazonica na formação da identidade cultural paraense e sua importância para a sociedade do estado do Pará, com base na visão analitica das autoras Sara da Silva Suliman e Sara Concepción Chena Centurión que escreveram alguns livros e estudos sobre a cultura indigina paraense. A cultura indígena, com sua riqueza e diversidade, oferece um vasto leque de conhecimentos e práticas que são essenciais para a compreensão da história e da identidade brasileira. No Pará, a arte indígena se manifesta de diversas formas, refletindo a cosmovisão e as tradições de etnias como os Aparai, que utilizam o grafismo em cestos como expressão cultural e visual. Esses grafismos não são apenas decorativos; eles carregam significados míticos e estéticos que são fundamentais para a cultura Aparai e para a compreensão da arte como um todo. Além disso, a região é amplamente conhecida por suas artes marajoara e tapajônica, que são diretamente inspiradas nas tradições e no modo de vida dos primeiros povos indígenas que ocuparam a área. As esculturas em madeira, trabalhadas com maestria, as fibras vegetais trançadas com habilidade ancestral, o couro moldado com precisão, as raízes aromáticas que carregam o perfume da floresta e as conhecidas bonecas-de-cheiro são mais do que simples objetos; eles são expressões tangíveis do rico artesanato paraense. Essas obras não apenas refletem a habilidade e a criatividade dos artesãos locais, mas também se estabelecem como marcas distintas da cultura local, contando histórias de um passado vibrante e de uma identidade cultural que continua a florescer no presente. Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar a influência da cultura indígena amazônica na formação da identidade cultural paraense. Adotando uma abordagem multicultural, onde examinaremos o impacto dessa influência no cotidiano dos paraenses e como ela contribui para a construção da identidade local. Utilizando uma metodologia que inclui pesquisa de campo, entrevistas com artistas locais e análise de obras publicadas, este estudo busca destacar a relevância da arte indígena como um pilar fundamental da identidade cultural do Pará. ASPECTOS CONCEITUAIS Através de pesquisa em livros e sites que tratam sobre a influência indígena na sociedade, observa-se a influência significativa da arte indígena na formação da identidade cultural paraense. A riqueza das expressões artísticas dos povos originários da região amazônica não apenas enriquece esteticamente a cultura paraense, mas também ressalta a importância dos saberes tradicionais e da conexão com a natureza. Suas pinturas, esculturas, cerâmicas e outros artefatos não só adornam espaços, mas contam histórias, transmitindo valores e visões de mundo que resistem ao tempo e às influências externas. Essa herança cultural indígena é uma parte vital da identidade coletiva do povo paraense, evidenciando a continuidade e a vitalidade das tradições ancestrais. Um estudo publicado em janeiro de 2023 por Izabel Cristina Mota Luz destacou-se por sua abordagem cultural, que incluía a arte indígena como parte essencial da cultura paraense. O objetivo desse estudo era descrever expressão artística local e suas influências na sociedade, à luz das tradições locais, incluindo aquelas dos povos indígenas. A arte indígena, com suas raízes históricas e preservação cultural, tem sido um pilar de resistência e memória contra a assimilação e o esquecimento. No Pará, a influência indígena é particularmente forte nas áreas da arte, dança e música. Por exemplo, o carimbó, uma dança tradicional, incorpora elementos de referência indígena em sua execução. Além disso, cantores como Jaloo e Gaby Amarantos, ambos do Pará, incorporam em suas músicas influências que vão desde o tecnobrega até elementos mais tradicionais da música paraense, refletindo a diversidade cultural do estado. Outros artistas visuais, como Éder Oliveira, são conhecidos por suas obras que exploram a identidade e a cultura da região, frequentemente fazendo referências à herança indígena. O evento Festribal, uma celebração da cultura e dos costumes indígenas, também representa a luta dos povos da floresta por valorização e respeito, se tornou um símbolo de um novo tempo para a arte, sendo referência da interação cultural que influencia muitos aspectos da sociedade paraense. CONTEXTO HISTÓRICO A arte indígena no Pará, assim como em todo o Brasil, remonta a milhares de anos e serve como uma crônica visual das crenças, histórias e estilos de vida das várias etnias indígenas que habitaram a região. Desde pinturas rupestres até intrincados artefatos cerâmicos, essas obras fornecem informações valiosas sobre as civilizações pré-colombianas que prosperaram nessas terras. Durante o período de colonização, o Estado do Pará foi uma região de intensa interação entre os povos indígenas e os colonizadores portugueses. A arte indígena desempenhou um papel crucial nesse contexto, sendo um meio essencial para a preservação da identidade, língua e costumes das comunidades nativas diante das mudanças impostas pela colonização. Programas educacionais que incluem a arte indígena como parte do currículo são fundamentais para fomentar uma maior compreensão e apreciação da diversidade cultural do Brasil, especialmente no contexto paraense, onde a presença indígena é marcante. Além disso, museus, exposições e workshops dedicados à arte indígena proporcionam plataformas para a discussão sobre questões sociais, direitos indígenas e a importância da diversidade cultural, ressaltando a história e a contribuição dos povos originários para a formação do Estado do Pará. No cenário da arte contemporânea paraense, artistas indígenas como Denilson Baniwa e Jaider Esbell têm se destacado, trazendo questões sociais e políticas enfrentadas pelos povos indígenas para o público mais amplo através de suas obras. A influência indígena é particularmente forte na cultura paraense, refletindo-se na arte, culinária, dança e música. O carimbó, por exemplo, é uma dança tradicional que incorpora elementos indígenas em sua forma, instrumentos e execução, sendo uma expressão cultural marcante no Estado. Além disso, o artesanato indígena desempenha um papel fundamental na preservação da identidade cultural das comunidades, contribuindo para o senso de pertencimento e preservando os valores tradicionais transmitidos ao longo das gerações. Conclusão A arte indígena é uma expressão cultural rica e diversa que reflete a identidade e a história dos povos originários do Pará e do Brasil. Ela desempenha um papel crucial na preservação da biodiversidade, na luta pela demarcação de terrasindígenas e na construção de uma sociedade mais consciente e integrada. Através da arte, a identidade cultural paraense é continuamente reforçada e celebrada, mantendo viva a herança indígena para as gerações futuras. A análise da integração da arte e cultura na sociedade paraense destaca como a arte indígena não apenas enriquece o cenário cultural, mas também promove a valorização e o respeito pela diversidade étnica e cultural do Estado, contribuindo assim para uma identidade coletiva mais inclusiva e autêntica. REFERÊNCIAS: SULIMAN, Sara da Silva, CENTURIÓN, Sara Concepción Chena (org.). História indígena e do indigenismo na Amazônia. São Carlos: Pedro e João, 2018. E-book (274 p.). Disponível em: https://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/663. Acesso em: 01 de maio de 2024. Luz, Izabel Cristina Mota. Carimbó: multiculturalismo e multietnicidade na formação cultural Paraense. Repositório da Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Dissertações de Mestrado. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/56208. Acesso em: 01 de maio de 2024. Schweickardt, Júlio Cesar; Barreto, João Paulo. Trançar, destrançar e tecer na dança e no canto: práticas da medicina indígena na Amazônia. 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O carimbó: cultura tradicional paraense, patrimônio imaterial do Brasil. Revista CPC, 18, 81-105. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i18p81-105 A população indígena da cidade de Belém, Pará: alguns modos de sociabilidade https://www.scielo.br/j/bgoeldi/a/fGZ9Jt8kgwtg5XqwBMrvnzk/?lang=pt A arte indígena no Pará e em todo o Brasil remonta a milhares de anos, servindo como uma crônica visual das crenças, histórias e estilos de vida das várias etnias indígenas. Desde pinturas rupestres até intrincados artefatos cerâmicos, essas obras fornecem informações valiosas sobre as civilizações pré-colombianas. No contexto da colonização e das mudanças subsequentes na sociedade brasileira, a arte indígena tem sido um meio crucial para a preservação da identidade, língua e costumes dos povos indígenas1. Programas educacionais que incluem a arte indígena como parte do currículo ajudam a fomentar uma maior compreensão e apreciação da diversidade cultural do Brasil. Museus, exposições e workshops dedicados à arte indígena proporcionam plataformas para a discussão sobre questões sociais, direitos indígenas e a importância da diversidade cultural1. No cenário da arte contemporânea, artistas indígenas como Denilson Baniwa e Jaider Esbell têm se destacado, trazendo questões sociais e políticas enfrentadas pelos povos indígenas para o público mais amplo através de suas obras1. No Pará, a influência indígena é particularmente forte na arte, dança e música. O carimbó, por exemplo, é uma dança que incorpora elementos indígenas em sua forma, instrumentos e execução2. Além disso, o artesanato indígena fortalece a identidade cultural das comunidades e contribui para o senso de pertencimento, preservando os valores tradicionais3. 10 ANEXOS A - Plano de Aula Interdisciplinar Escola de Ensino Médio Dr. Djalma da Cunha Batista Professora: Milene da Silva Figueirêdo Turma: 3ª Série “B” Turno: Matutino Público Alvo: Jovens com a faixa etária entre 16 e 17 anos. Carga Horária: 03hs20min (quatro aulas de 50mim). Objetivo Geral: · Conhecer e valorizar a cultura indígena. Objetivos específicos: · Identificar os costumes e hábitos dos índios; · Produzir objetos utilizando a técnica cerâmica; · Utilizar a grafia indígena; · Analisar obras com a temática indígena; · Expor os objetos produzidos. Conteúdos: Disciplina de História: Hábitos e costumes dos índios brasileiros. Disciplina de Arte: Cerâmica e grafismo indígena. Metodologia: 1ª Aula: Avaliar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do tema da disciplina de História. Apresentar vídeos e slide com a temática indígena. Atividade: Pesquisar sobre a arte indígena, em especial, a cerâmica. Providenciar barro (argila). 2ª Aula: Trabalhar o tema proposto no conteúdo de Arte. Demonstrar como se manuseia o barro. Produzir objetos ou utensílios indígenas por meio da técnica cerâmica. Atividade: Pesquisar sobre o grafismo indígena presente nas etnias locais. Visitar blog do artista Ismael Martins. Observar o grafismo indígena presente nas obras visualizadas no blog. 3ª Aula: Distribuir tintas colorida nas cores mais usadas pelos índios. Pintura nos objetos produzidos usando o grafismo indígena. 4ª Aula: Revisão dos conteúdos abordados. Reflexão sobre os conhecimentos adquiridos. Exposição dos objetos produzidos. Materiais Utilizados: Notebook, data show, vídeos, caixa de som, pinceis, argilas e tintas. Avaliação: Participação nos trabalhos em grupo, interesse pela pesquisa, respeito pela produção do colega, reconhecimento das qualidades artísticas e estéticas presentes nas produções de outras culturas. image1.jpg