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O CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE

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UNIVERSIDADE FEEVALE 
 
 
 
 
 
LÚCIA HELENA GONÇALVES DA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE 
 IGREJINHA-RS SOBRE A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA MULHERES NO 
PERÍODO GESTACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novo Hamburgo, 
2018
LÚCIA HELENA GONÇALVES DA ROSA 
 
 
 
 
 
O CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE 
IGREJINHA-RS SOBRE A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA MULHERES NO 
PERÍODO GESTACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto apresentado como requisito à 
obtenção do grau de Bacharel em Educação 
Física pela Universidade Feevale 
 
 
 
 
 
Orientador (a): Prof. Me. Rafael Machado de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
Novo Hamburgo, 
2018 
 
 
 
LÚCIA HELENA GONÇALVES DA ROSA 
 
 
 
O CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE 
IGREJINHA-RS SOBRE A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA MULHERES NO 
PERÍODO GESTACIONAL 
 
 
Projeto final apresentado como requisito à 
obtenção do grau de Bacharel em Educação 
Física pela Universidade Feevale. 
 
 
 
 Novo Hamburgo, 
2018 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_________________________________________ 
Orientador (a): Prof. Me. Rafael Machado de Souza 
 
 
________________________________________ 
Prof. Prof.ª Ma. Aline S. Pinto 
 
 
_________________________________________ 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Uma gestação conduzida por uma mulher ativa traz benefícios para a gestante 
e o feto, no entanto, o sedentarismo ou a prática de exercício inadequado podem 
causar complicações durante a gestação. Neste sentido, é importante a presença de 
um profissional de Educação Física durante a prescrição e prática de exercícios físicos 
no período gestacional. 
Para isso o proposito deste trabalho foi identificar quais os conhecimentos dos 
profissionais de Educação Física sobre a prescrição de exercícios físicos para 
mulheres em período gestacional, atuantes em academias registradas no CREF 
(Conselho Regional de Educação Física) no Município de Igrejinha- RS. 
O planejamento e organização dos meios de contato com os profissionais de 
Educação Física participantes se deu através de consultas ao site do CREF-RS 
(Conselho Regional de Educação Física- RS), foi possível acesso aos endereços 
comerciais dos profissionais de Educação Física e das academias localizadas no 
Município de Igrejinha-RS. 
Participaram deste estudo 18 profissionais, dos quais 15 (83,34%) 
apresentavam formação Em Licenciatura Plena em Educação Física, com idade 
média de 38,7±5,5 anos, tempo de atuação de 13,6±4,4 anos. A maioria era do sexo 
masculino 11(61%), e 7(38,83%) eram do sexo feminino, 3(16,66%) eram 
provisionados registrados no CREF na categoria musculação e 15(83,34%) com 
formação acadêmica em Licenciatura Plena, todos devidamente registrados no CREF- 
RS (Conselho Regional de Educação Física- RS). 
Considerando os dados coletados no presente estudo sobre o conhecimento 
dos profissionais de Educação Física sobre aspectos fisiológicos ocorridos durante o 
período gestacional, constatou-se que foram 15(quinze) um número satisfatório de 
profissionais que obtinham maiores conhecimentos sobre o tema. 
Analisando também os dados coletados no presente estudo sobre o 
conhecimento dos profissionais de Educação Física sobre a prescrição de exercícios 
físicos para mulheres em período gestacional, constatou-se que foram 12 (doze) um 
número satisfatório de profissionais que obtinham maiores conhecimentos sobre o 
assunto. 
 
Palavras chave: Gestação. Profissionais. Exercícios Físicos. 
 
 
ABSTRACT 
 
Pregnancy conducted by an active woman brings benefits to the expectant 
mother and fetus, however, sedentary or inappropriate exercise can cause 
complications during pregnancy. In this sense, the presence of a physical education 
professional during the prescription and practice of physical exercises in the 
gestational period seems important. 
Therefore, the purpose of this study was to identify the knowledge of Physical 
Education professionals about the prescription of physical exercises for women during 
the gestational period, who work in Gyms accredited by CREF (Regional Council of 
Physical Education) in the Municipality of Igrejinha-RS. 
The planning and organization of the means of contact with the participating 
Physical Education professionals took place through consultations to the CREF-RS 
website (Physical Education Regional Council - RS), made on 09/30/2017, it was 
possible to access the addresses physical education professionals and academies 
located in the Municipality of Igrejinha-RS. 
A total of 18 professionals participated in this study, of which 15 (83.34%) had 
undergraduate studies in Physical Education, with a mean age of 38.7 ± 5.5 years, with 
a duration of 13.6 ± 4.4 years. The majority were male 11 (61%), and 7 (38.83%) were 
female, 3 (16.66%) were provisioned recorded in CREF in the bodybuilding category 
and 15 (83.34%) with training academic degree in Full Degree, all duly registered in 
CREF-RS (Regional Council of Physical Education - RS). 
Considering the data collected in the present study about the knowledge of 
Physical Education professionals about the physiological aspects that occurred during 
the gestational period, it was verified that 15 (fifteen) were a satisfactory number of 
professionals who got more knowledge about the subject. 
Analyzing also the data collected in the present study about the knowledge of 
physical education professionals about the prescription of physical exercises for 
women in the gestational period, it was found that 12 (twelve) were a satisfactory 
number of professionals who had better knowledge about the subject. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 PROJETO DE PESQUISA ....................................................................................... 7 
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 9 
1.3 OBJETIVO ........................................................................................................... 10 
2.0 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 10 
2.1 A importância da anamnese e o histórico patológico da gestante ...... 10 
2.1.1 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS OBSERVADAS DURANTE O PERÍODO 
GESTACIONAL ........................................................................................................ 11 
2.1.2 RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIO FÍSICO POR TRIMESTRE 
GESTACIONAL, PRIMEIRO TRIMESTRE, SEGUNDO TRIMESTRE E TERCEIRO 
TRIMESTRE. ............................................................................................................. 16 
2.1.3 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES PARA A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS.18 
2.1.4 Exercícios para membros superiores, membros inferiores, 
alongamentos de membros superiores e abdominais. ............................... 21 
2.1.5 Orientações para prescrição do treinamento físico para gestantes. ......... 25 
2.2 PRINCIPAIS MODALIDADES DE ATIVIDADES FÍSICAS INDICADAS PARA 
GESTANTES ............................................................................................................ 27 
2.2.1 A musculação, a caminhada, exercícios posturais e alongamentos.27 
2.2.2 A natação, a hidroginástica, e o pilates. .............................................. 31 
2.2.3 Mulheres atletas de auto rendimento em período gestacional .................. 34 
2.2.4 Autoestima e a imagem corporal das gestantes, e os benefícios da 
atividade física neste período. ............................................................................... 36 
2.3 AS PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES PATOLÓGICAS, ABSOLUTAS E 
RELATIVAS TANTO PARA A MÃE QUANTO PARA O FETO, OS EXERCÍCIOS 
QUE DEVEM SER EVITADOS DURANTE A GESTAÇÃO E OS PRINCIPAIS 
SINAIS PARA A INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES. ............................................ 37 
2.3.1 Sinais para interrupção das atividades.........................................................403.0 METODOLOGIA .................................................................................................41 
 
3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA.................................................................42 
 
3.3 ASPECTOS ÉTICOS...........................................................................................44 
 
3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS......................................................44 
 
4.0 RESULTADOS ................................................................................................. 45 
5.0 DISCUSSÃO......................................................................................................52 
6.0 CONCLUSÃO .................................................................................................. 61 
REFERÊNCIAS.......................................................................................................64 
APÊNDICE A – O CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
EM IGREJUNHA-RS SOBRE A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO PARA MULHERES 
NO PERÍODO GESTACIONAL ................................................................................ 70 
ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ..... 78 
 
7 
 
1 PROJETO DE PESQUISA 
 
INTRODUÇÃO 
 
A importância dos conhecimentos adquiridos pelos profissionais de 
Educação Física do município de Igrejinha-RS, relacionado à prescrição de 
exercícios para mulheres em período gestacional. 
Desde a década de 1990, começou a haver mudança de paradigma em 
relação às recomendações de atividade física durante a gestação, que passou a 
ser estimulada e até mesmo indicada pelos guias e protocolos do American 
College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG, 2002). 
São vários os benefícios da prática de exercício durante a gravidez, que 
podem ser vistos também após o parto, tanto na mãe como no bebê, incluem 
melhora na condição física e alívio do estresse, bem como prevenção de 
algumas desordens, tais como o diabetes mellitus; 
(BATISTA, 2003). 
A prática de exercício físico de forma regular é reconhecida, tanto na 
comunidade científica quanto na mídia, como parte de um estilo de vida 
saudável. Em relação ás mulheres grávidas, não é diferente. Em relação a esse 
público específico nas três últimas décadas houve uma mudança de paradigma 
em relação às recomendações de tempos anteriores, sobre repouso e 
interrupção das atividades laborais, passando-se ao estímulo da prática de 
exercícios nesse período (NASCIMENTO et al., 2014). 
O estudo de Batista et al., (2003) descreve que os benefícios da prática 
de atividades físicas durante a gestação são diversos e que atingem diferentes 
áreas do organismo materno. O exercício reduz e previne as lombalgias, devido 
à orientação da postura correta da gestante frente à hiperlordose, que 
comumente surge durante a gestação em função da expansão do útero na 
cavidade abdominal, causando o consequente desvio do centro gravitacional. 
Nesses casos, o exercício físico contribuirá para adaptação de nova postura 
física, revertendo-se em maior habilidade para a gestante durante a prática da 
atividade física e do trabalho diário. 
8 
 
Os autores Nascimento et al., (2014), relatam uma associação benéfica 
entre o exercício e seus desfechos e nenhum exercício aplicado durante os 
estudos demonstraram risco para a mãe ou para o feto, ratificando as 
recomendações da prática de exercícios para as gestantes saudáveis. Não há 
diferenças nos resultados quanto ao tipo de exercício realizado pela gestante, e 
o recomendado é que a intensidade seja leve ou moderada para mulheres 
anteriormente sedentárias e moderada a alta para mulheres já fisicamente 
ativas. 
As vantagens da atividade física durante a gestação se estendem, ainda, 
aos aspectos emocionais, contribuindo para que a gestante se torne mais 
autoconfiante e satisfeita com a aparência, para que eleve a autoestima e 
também apresente maior satisfação na prática dos exercícios (MOMBAQUE, 
2014). 
 A prática do exercício físico regular pela gestante, por pelo menos 30 
minutos ao dia, pode promover inúmeros benefícios, incluindo – dentre eles – a 
prevenção de diabetes gestacional (DG), (ARTAL, GARDIN, 2003). 
Não há evidências de desfechos adversos para o feto e/ou recém-nascido 
(RN) com a prática de exercícios graduada entre intensidade leve e moderada; 
(NASCIMENTO ET AL., 2014). 
No estudo de Leite (2017) consta que a prática de atividade física em 
gestantes promove a manutenção da aptidão física e da saúde, a diminuição de 
sintomas gravídicos, o melhor controle ponderal, a diminuição da tensão no 
parto, e uma recuperação no pós-parto imediata e mais rápida. 
O exercício físico durante a gravidez traz inúmeros benefícios para a mãe 
e para o feto, desde que sejam tomados os devidos cuidados quanto ao tipo, 
duração e intensidade, respeitando-se as contraindicações e patologias 
associadas, com acompanhamento profissional e indicação médica realizados 
de maneira individualizada. Na ausência de complicações clínicas ou 
obstétricas, todas as gestantes devem ser estimuladas a implantar ou manter um 
estilo de vida ativo durante esse período. O exercício físico de intensidade leve 
a moderada é considerado prática segura tanto para a mãe quanto para o feto 
(COETZZE, 2009). 
As mulheres sedentárias apresentam um importante declínio do 
condicionamento físico durante a gravidez; além disso, a falta de atividade física 
9 
 
regular é um dos fatores associados a uma suscetibilidade maior a doenças 
durante e após a gestação. Como forma de compensar a sua condição 
sedentária, as mulheres são encorajadas a fazer algum tipo de atividade física; 
 (BACIUK et al., 2006). 
A gravidez é considerada, finalmente, uma modificação no estado de 
saúde da mulher, e não um estado de doença. Por isso, cada vez mais mulheres 
estão buscando programa de atividade física ao longo de sua gravidez (SILVA 
,2007). 
Nenhum tipo de atividade competitiva é recomendado durante a gestação 
e mulheres que são atletas devem cessar os treinos no período gestacional, 
 (BATISTA et al., 2003). 
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2000), não é 
recomendada a prática de exercícios físicos regulares quando a mulher possui 
doenças miocárdicas ou hipertensão arterial. 
É desaconselhável a prática de atividade física por gestantes anêmicas 
de acordo com o nível dessa doença, podendo acarretar diminuição no peso do 
feto ao nascer. Assim, a gestante deve controlar essa variável antes de iniciar a 
prática de exercícios físicos (BATISTA et al., 2003). 
Situações não recomendadas para a prática durante o período 
gestacional são: qualquer atividade competitiva, artes marciais ou levantamento 
de peso; exercícios com movimentos repentinos ou de saltos, que podem levar 
a lesão articular; flexão ou extensão profunda deve ser evitada pois os tecidos 
conjuntivos já apresentam frouxidão; exercícios exaustivos e/ou que necessitam 
de equilíbrio principalmente no terceiro trimestre (ARTAL, GARDIN, 2003). 
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
O descrito anteriormente mostra que uma gestação conduzida por uma 
mulher ativa traz benefícios para a gestante e o feto, no entanto, o sedentarismo 
ou a prática de exercício inadequado podem causar complicações durante a 
gestação. Neste sentido, parece ser importante a presença de um profissional 
de educação física durante a prescrição e prática de exercícios físicos no período 
gestacional. 
10 
 
A partir disso, pergunta-se: Qual o conhecimento adquirido pelos 
profissionais de educação física sobre a prescrição do exercício para mulheres 
em período gestacional? 
1.3 OBJETIVO 
Foi identificar quais os conhecimentos dos profissionais de Educação 
Física sobre a prescrição de exercícios físicos para mulheres em período 
gestacional, atuantes em academias registradas no CREF (Conselho Regional 
de Educação Física) no Município deIgrejinha- RS. 
2.0 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 A IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE E O HISTÓRICO PATOLÓGICO DA 
GESTANTE 
Inicialmente, deve-se realizar uma anamnese patológica bem detalhada 
com todas as mulheres em período gestacional que queiram praticar ou que já 
pratiquem atividades físicas, pois neste período, algumas patologias podem 
sofrer alterações comparadas ao período não gestacional das mulheres. Na 
avaliação, deve-se incluir também uma anamnese físico-desportiva e, sempre 
que possível, uma determinação do estado de condicionamento físico 
cardiorrespiratório (Finkelstein, 2006). 
Os riscos gerais da saúde, obstétricos e médicos deveriam ser revistos 
antes de uma mulher grávida se envolver em um programa de exercício. Na 
ausência de contraindicações, uma mulher grávida deveria ser encorajada a se 
envolver na atividade física de intensidade moderada e regular, para continuar a 
produzir os mesmos benefícios associados à saúde também durante a gravidez 
em relação antes da gravidez. Portanto, existe contraindicação para se exercitar 
por causa das condições médicas pré-existente ou em desenvolvimento, e a 
gravidez não é diferente (Lima, 2005). 
Além disso, certas complicações obstétricas podem ser desenvolvidas 
nas mulheres grávidas quando não se leva em consideração os níveis anteriores 
11 
 
de aptidão, o que pode ser evitado e permitir a elas continuarem a se exercitar 
seguramente durante a gravidez (Nascimento, 2014). 
2.1.1 Adaptações fisiológicas observadas durante o período gestacional 
As principais adaptações são: cardiovasculares, respiratórias e 
musculoesqueléticas, termorreguladoras e nutricionais. 
A gravidez induz alterações profundas na hemodinâmica maternal. Tais 
mudanças incluem um aumento no volume sanguíneo, alteração da frequência 
cardíaca e do volume sistólico, assim como o débito cardíaco e uma diminuição 
na resistência vascular sistêmica. No meio da gravidez, o débito cardíaco é de 
30-50% maior do que antes da gravidez. O volume sistólico maternal aumenta 
para 10% no final do primeiro trimestre e é seguido por um aumento de 20% na 
frequência cardíaca durante o segundo e terceiro trimestres. A média da pressão 
arterial diminui 5-10 mmHg na metade do segundo trimestre e então, 
gradualmente, vai aumentando de volta aos níveis antes da gravidez (Freire, 
2009). 
No período da gestação, devem ser evitados exercícios intensos, 
respeitando os 140 batimentos por minuto para a frequência cardíaca materna e 
os 38ºC para a temperatura do ambiente, conforme SBC et al. (2003). 
Essas mudanças hemodinâmicas parecem estabelecer uma reserva 
circulatória necessária para fornecer nutrientes e oxigênio para ambos (mãe e 
feto), em repouso e durante o exercício moderado, o que não ocorre em uma 
atividade física intensa. Larsson e Lindqvist (2005) estabeleceram que entre 50 
e 70% da capacidade cardíaca máxima durante o exercício físico são uma faixa 
segura, tanto a nível fetal quanto no que diz respeito ao aumento da temperatura 
corporal materna em atividade física no solo. 
 Gestantes com diagnóstico ou suspeita de pré-eclâmpsia devem evitar a 
prática de exercício físico, visto que isso aumenta ainda mais a pressão arterial 
e reduz o fluxo uteroplacentário que já está deficiente. Em gestantes de baixo 
risco, alguns estudos observacionais sugerem que a prática regular do exercício 
antes e no início da gestação está associada à diminuição do risco de 
desenvolvimento de pré-eclâmpsia. Mulheres ativas antes da gestação têm 44% 
menos chance de desenvolver pré-eclâmpsia (Nascimento, 2014). 
12 
 
As mudanças cardiovasculares associadas com a postura corporal são 
uma importante consideração para as mulheres grávidas, sejam no momento de 
repouso ou durante o exercício. Após o primeiro trimestre de gestação, a posição 
supina resulta numa obstrução relativa do retorno veno e, portanto, diminuiu o 
débito cardíaco. Por essa razão, as posições supinadas devem ser evitadas o 
máximo possível durante o repouso e o exercício (Freire, 2009). 
A posição em pé imóvel está associada a uma diminuição significante no 
débito cardíaco e, dessa maneira, essa posição deveria ser evitada. Existem 
evidências que conflitam sobre a resposta da frequência cardíaca maternal para 
o estado de equilíbrio do exercício submáximo durante a gravidez (Acog, 2003). 
Devido aos benefícios que o exercício físico proporciona ao sistema 
cardiovascular, nota-se que ocorre uma melhora na distribuição sanguínea, 
assim proporcionando a melhora na irrigação da placenta e no controle na 
pressão arterial. Nota-se que o exercício físico proporciona ao sistema 
respiratório uma melhora no que se refere à melhor captação, utilização e 
transporte do oxigênio, fazendo assim com que os músculos consigam captá-lo, 
o que melhora o processo de oxigenação do feto (Castro, 2013). 
A intensidade do exercício deve ser medida preferencialmente pela FC ou 
pela sensação subjetiva de esforço (Escala de Borg). Assim, recomenda-se que 
o exercício seja realizado de acordo com o seguinte critério: 60 a 80% da FC 
máxima, calculada pela fórmula FCmáx=220-idade (SBC et.al, 2003). 
A Sociedade Canadense de Ginecologistas e Obstetras (SCGO) assume 
as seguintes faixas de treinamentos para gestantes: idade<20 anos: 140 a 155 
batimentos cardíacos por minuto (bpm); 20–29 anos: 135 a 150 bpm; 30–39 
anos: 130 a 145 bpm; >40 anos: 125 a 140 (SBC et.al, 2003). 
Para Wolfe et.al (2003), outro critério é a escala de percepção subjetiva 
de esforço de Borg, que varia de 6 (sem esforço) a 20 (esforço máximo). A 
intensidade deve ser, preferencialmente, entre 12 e 14, correspondendo a uma 
atividade de intensidade leve a um pouco cansativa. 
O sistema cardiovascular está muito afetado pelo aumento das exigências 
metabólicas do exercício e, portanto, um maior fator é a dissipação do excesso 
de calor gerado pelo exercício. Durante a gravidez, a taxa metabólica basal, e, 
portanto, a produção de calor, é aumentada acima dos níveis não – grávidos. O 
aumento na temperatura corporal durante o exercício está diretamente 
13 
 
relacionado à intensidade do exercício. Durante a intensidade moderada, no 
exercício aeróbio em condições termo – neutras, a temperatura central das 
mulheres não – grávidas aumenta numa média de 1.5ºC durante os primeiros 30 
minutos de exercício e então alcança o platô se o exercício for contínuo por um 
adicional de 30 minutos (Landi, 2007). 
O estado de equilíbrio da produção de calor versus a dissipação de calor 
é executado pelo aumento da condução do calor do centro para a periferia 
através do sistema cardiovascular, assim como através da evaporação pelo 
esfriamento pelo do suor. Se a produção de calor excede a capacidade de 
dissipação do calor - por exemplo, durante o exercício em condições de calor, 
umidade ou durante o exercício com intensidade alta -, a temperatura central 
continuará a aumentar. Durante o exercício prolongado, a perda de líquido com 
o suor pode comprometer a dissipação do calor. A administração da hidratação 
normal e, portanto, o volume sanguíneo, é importante para o equilíbrio do calor 
(Doramotal, 2007). 
Durante a gravidez, ocorrem uma série de alterações na fisiologia 
pulmonar em resultado do ambiente hormonal. A progesterona estimula o centro 
respiratório, levando a um aumento do volume corrente (que atinge 40% no 
termo) e do volume-minuto. Isso resulta numa alcalose respiratória moderada, 
com diminuição dos valores basais de PaCO2 para cerca de 30 mmHg, 
compensados pelo aumento da excreção renal de bicarbonato e queda dos 
valores séricos para cerca de 20 mEq/L. O consumo de oxigênio também 
aumenta 20-30% devido às maiores necessidades metabólicas. Finalmente, com 
o aumento do tamanho do útero, a capacidade residual funcional e o volume 
residual diminuem. Estas alterações podem resultar no rápido desenvolvimento 
de hipoxemia em consequênciada hipoventilação (Lendermann, 2001). 
A gravidez está associada a mudanças respiratórias profundas: a 
ventilação-minuto aumenta para quase 50%, principalmente como um resultado 
do aumento do volume corrente. Isso resulta num aumento na tensão do oxigênio 
arterial de 106-108 mmHg no primeiro trimestre, diminuindo para uma média de 
101-106 mmHg pelo terceiro trimestre (Paiva,2006). 
Por causa do aumento da exigência do oxigênio em repouso e o aumento 
do trabalho de respirar causado pela pressão do útero aumentado sobre o 
diafragma, existe a disponibilidade de oxigênio diminuído para a performance do 
14 
 
exercício aeróbio durante a gravidez. Dessa maneira, ambas as cargas de 
trabalho subjetivas de performance máxima do exercício são diminuídas. 
Portanto, em algumas mulheres bem condicionadas, parecem não estar 
associadas a mudanças na potência aeróbia máxima ou no equilíbrio ácido – 
base durante o exercício na gravidez, comparado com os controles não-grávidos 
(Finkelstein, 2006). 
Mudanças mecânicas, como o aumento do volume uterino, e metabólicas 
(alcalose respiratória) alteram a função respiratória. Devido a isso, até 60% das 
grávidas sem doença pulmonar têm dispneia (dificuldade respiratória) que, 
geralmente, não produz restrição às atividades da gestante. 
Mudanças anatômicas e fisiológicas durante a gravidez têm o potencial 
para afetar o sistema musculoesquelético em repouso e durante o exercício. O 
aumento de peso na gravidez pode aumentar significantemente as forças nas 
articulações, tais como os quadris e os joelhos, tanto quanto durante o exercício 
com sobrecarga, como durante o correr. Tais forças, em grande parte, podem 
causar desconforto nas articulações normais e aumentar os danos para artrite 
ou articulações instáveis (Acog, 2003). 
O principal benefício do fortalecimento muscular é a manutenção do 
condicionamento muscular ou o aumento de força muscular global, permitindo 
melhor adaptação do organismo materno às alterações posturais provenientes 
da evolução gestacional e contribuindo para a prevenção de traumas e quedas, 
bem como para a prevenção e o tratamento de desconfortos 
musculoesqueléticos (Freire, 2009). 
O fortalecimento deve priorizar a musculatura paravertebral lombar, a 
cintura escapular e, preferencialmente, envolver grandes grupos musculares. 
Deve-se preferir, como critério de escolha, utilizar o próprio peso corporal e 
faixas elásticas no lugar de aparelhos de musculação ou pesos livres. Deve-se, 
também, evitar cargas elevadas, exercícios isométricos intensos repetidos e 
posturas que coloquem a gestante em risco, principalmente aquelas que possam 
afetar seu equilíbrio. Os exercícios de resistência muscular devem ser adaptados 
com muito cuidado a cada período gestacional (Zavorsky, 2011). 
As gestantes devem evitar se exercitar em condições extremamente 
quentes e úmidas. Tanto o exercício quanto a gravidez são acompanhados de 
um aumento no metabolismo, resultando em maior produção de calor. Quando 
15 
 
exercício e gravidez são combinados, as alterações fisiológicas podem causar 
um aumento da temperatura corporal da mãe, podendo diminuir a dissipação do 
calor fetal (Zavorsky, 2011). 
É importante que o profissional, ao acompanhar a gestante nos 
exercícios, esteja atento para perceber uma condição de estresse. A sensação 
de esforço e bem-estar da gestante deve ser constantemente acessada durante 
os treinos, pois isto impedirá que a mesma atinja seu limite máximo em aspectos 
como desidratação, estresse em função de calor ou esforço demasiado 
(Gouveia, 2007). 
É importante saber que o resfriamento corporal possui maior eficiência 
quando a umidade relativa do ar é mais baixa, então se pode utilizar, além da 
temperatura, os dados de umidade relativa do ar para escolher o melhor horário 
para o treino. O treinamento em gestantes deve ocorrer preferencialmente nos 
momentos mais frescos do dia, e elas devem estar utilizando roupas leves e 
ingerindo bastante água para diminuir o risco de desidratação (Lima; Oliveira, 
2005). 
 Já os exercícios intensos, prolongados e executados em ambientes 
quentes e úmidos são demasiado perigosos e requerem hidratação adequada, 
da mesma forma que os realizados em grandes altitudes (Navarro, 2011). 
Durante a gestação, o estado anabólico permanece dinâmico em função 
das demandas nutricionais, promovendo ajustes contínuos em relação a 
diversos nutrientes e micronutrientes. O ganho de peso que no início do período 
gestacional é reduzido, se comparado à fase final, necessitando ser 
permanentemente controlado para evitar a ocorrência de deficiência ou excesso. 
O ganho de peso em excesso pode expor a gestante ao desenvolvimento de 
diversas patologias, tais como hipertensão arterial, diabetes, obesidade pós-
parto, macrossomia fetal, além de complicações no parto e puerpério (Romero, 
2013). 
A deficiência do ganho de peso pode trazer prejuízo para o crescimento e 
desenvolvimento fetal. No entanto, o ganho de peso insuficiente extrapola este 
único aspecto, sendo prejudicial para a tríade gestante, trabalho de parto e feto, 
especialmente frente à prática de atividade física regular. 
16 
 
A preocupação da gestante, quanto ao ganho de peso, divide-se entre o 
peso necessário e suficiente que deverá obter sem prejuízo para a gestação, e 
o peso que terá após o parto. (Larsson, 2005). 
Após a décima terceira semana de gravidez, aproximadamente (300Kcal) 
extra, por dia, são exigidos para atingir as necessidades metabólicas da 
gravidez. Essa exigência de energia é aumentada quando o gasto de energia 
diário é aumentado através do exercício. Nos exercícios com sobrecarga, tal 
como caminhar, a exigência de gordura aumenta progressivamente com o 
aumento do peso durante o desenvolvimento da gravidez (Gouveia, 2007). 
Todavia, vale lembrar que a dieta de controle para perda ou manutenção 
de peso não é indicada nessa fase, mesmo para gestantes obesas, praticantes 
ou não de atividade física (Larsson, 2005). 
2.1.2 Recomendações de exercício físico por trimestre gestacional, 
primeiro trimestre, segundo trimestre e terceiro trimestre. 
A gestante somente deve iniciar ou retomar a sua própria rotina de 
exercícios habituais após a primeira consulta de pré-natal, estabelecida a 
ausência de risco gestacional e após liberação médica. A atividade física de 
intensidade leve a moderada é recomendada a todas as grávidas, mesmo as 
sedentárias que desejam iniciá-la durante a gestação, sendo nesse caso a 
recomendação atual iniciá-la após a 12ª semana de gestação. As gestantes 
fisicamente ativas antes de engravidar podem manter suas atividades, inclusive 
no primeiro trimestre gestacional, porém modificando (ou adaptando) sua 
intensidade e frequência (Acog, 2002). 
Contudo, o primeiro trimestre pode ser uma fase delicada para a prática 
de exercício, pois as alterações hormonais determinam com relativa frequência 
mal-estar, como náuseas e vômitos, além de sonolência e indisposição, o que 
pode dificultar a aderência e a disposição para os exercícios (Martins, 2014). 
Os exercícios aeróbicos são recomendados para as mulheres que os 
praticavam antes da gestação, porém com menor intensidade, frequência e 
duração, de acordo com o discutido anteriormente. Os alongamentos podem ser 
realizados, sem contraindicações. Já os exercícios para o fortalecimento 
17 
 
muscular são recomendados, desde que de forma supervisionada. (Azevedo, 
2011). 
Recomenda-se preferir sempre exercícios envolvendo grandes grupos 
musculares, com pouca carga e maior número de repetições, bem como evitar 
manobra de valsava durante o treino de resistência muscular. Todas as 
gestantes devem ser orientadas a realizar diariamente o treinamento dos 
músculos do assoalho pélvico (MAP) com contrações sustentadas e rápidas 
desde o primeiro trimestre. Também não há contraindicação para as 
mobilizações articularese relaxamento (Botelho, 2012). 
Em geral, o segundo trimestre é o melhor período para a prática de 
exercícios, pois a mulher se encontra mais disposta, livre em geral dos 
inconvenientes do início da gravidez. Mulheres que não praticavam exercício 
antes da gestação podem iniciar sua prática a partir do segundo trimestre. A 
partir da 20ª semana, com o crescimento acelerado do volume uterino, deve-se 
ter cuidado com a realização de exercícios em posição supina por tempo 
prolongado, a fim de evitar a síndrome da hipotensão supina (Baciuk, 2006). 
 Os exercícios aeróbicos continuam recomendados para todas as 
gestantes, mesmo as que eram sedentárias antes da gestação, desde que sigam 
as instruções de tipos, intensidade e frequência do exercício escolhido. Quanto 
ao alongamento, embora recomendado para esse período, deve-se levar em 
conta alguns cuidados a partir da décima semana de gestação, quando ocorre o 
pico do hormônio relaxina circulante, levando à maior flexibilidade dos tecidos 
articulares e ligamentares; logo, alongamentos extensos e extremos podem 
aumentar o risco de lesões dessas estruturas (Barakat; Ruiz, 2009). 
Exercícios para o fortalecimento muscular, exercícios perineais e 
mobilizações articulares e relaxamento seguem as mesmas recomendações do 
primeiro trimestre. (Nascimento, 2014). 
A gestante naturalmente tende a diminuir a intensidade dos exercícios em 
função do aumento de peso corporal e de outros desconfortos e limitações. No 
entanto, a prática de exercícios leves deve continuar a ser estimulada. Nesse 
período, atividades aeróbicas na água, como natação e hidroginástica, e 
caminhadas são indicadas para manter a capacidade aeróbica e o 
condicionamento físico, assim como os exercícios de respiração, mobilizações e 
relaxamento envolvidos na preparação para o parto (Kasawara et.al, 2012). 
18 
 
Algumas adaptações ao exercício podem ser necessárias nesse período, 
por exemplo, pedalar em bicicleta ergométrica horizontal pode ser mais 
confortável para a gestante do que em bicicleta ergométrica vertical tradicional. 
O TMAP (treino de músculos de assoalho pélvico) deve continuar durante o 
terceiro trimestre, não havendo contraindicação para a sua prática. Para as 
mulheres que realizaram treino do MAP durante a gestação, o terceiro trimestre 
é o momento ideal para conscientização sobre o relaxamento dos MAP e o 
aumento da sua flexibilidade (Barakat; Ruiz, 2009). 
No entanto, enquanto a efetividade do fortalecimento dos MAP durante a 
gestação está bem estabelecida na literatura para a prevenção de sintomas 
urinários. A utilização de técnicas como massagem perineal ainda necessita de 
mais estudos para esclarecer seu efeito protetor sobre o assoalho pélvico 
durante e após o parto, (Kasawara et.al, 2012). 
Não existe claramente descrita na literatura consultada uma idade 
gestacional limite para a interrupção da prática de exercícios, sendo muito 
variável entre as grávidas. Nesse período, as mulheres devem ficar atentas e ser 
muito bem orientadas sobre sinais e sintomas que indiquem a proximidade e o 
início do trabalho de parto e perceptíveis aos sinais de alerta para interromper a 
prática. 
2.1.3 Recomendações importantes para a prática de exercícios. 
Questões que devem ser levadas em consideração durante o período 
gestacional para a prática de exercícios: tempo de prática, a intensidade, escolha 
da atividade, vestimentas e locais de práticas, aparelhos e acessórios a serem 
utilizados. 
Gestantes sedentárias, ao iniciarem um programa de exercícios físicos 
aeróbicos, devem respeitar suas individualidades, começando com sessões de 
curta duração (15 minutos), três vezes na semana, e irem gradualmente 
aumentando para sessões de 30 minutos, quatro vezes na semana (Lima; 
Oliveira, 2005). 
As grávidas deveriam acumular pelo menos 30 minutos ao dia, o que 
significa que aquelas que quiserem, puderem ou estiverem acostumadas a fazer 
19 
 
mais tempo estarão incluídas na mensagem, embora não se recomende 
atividades contínuas que durem mais de 60 minutos (Navarro, 2011). 
De acordo com ACSM 2006, para mulheres sedentárias é recomendada 
uma frequência de 3 vezes por semana, com uma duração de 30 minutos e 
atividades de baixo impacto. Já para as que se exercitam regularmente, é 
recomendada uma frequência de 3 a 5 vezes por semana, com uma duração de 
30 a 60 minutos e atividade de baixo impacto, sendo realizadas prioritariamente 
atividades seguras. Para atletas de elite, é recomendada uma frequência de 4 a 
6 vezes por semana, com uma duração de 60 a 90 minutos, com atividades 
competitivas que possam ser toleradas durante a gestação. 
A intensidade sugerida é a moderada (que permite conversar enquanto 
realizada; de 4 a 7 METS), mas com o progredir da gestação ou nos casos de 
dúvida, deve-se fazer atividades leves (abaixo de 4 METS) (Freire, 2009). 
Está recomendando atividade física e não esporte. Assim, atividades do 
dia a dia, como ir andando ao banco, escola, mercado, ao trabalho, subir 
escadas ou dançar contam (Acog, 2003). 
As características das atividades mencionadas não exigem roupas ou 
sapatos especiais, locais incrementados ou monitores ao seu redor; o que 
barateia seu custo, mas principalmente facilita o acesso, reforçando o caráter de 
inclusão da mensagem, (Acog, 2003). 
Independentemente da sua classificação, os exercícios leves ou 
moderados são os mais adequados, realizados pelo menos três vezes por 
semana, praticados de forma regular, nos horários de menor temperatura do dia, 
com vestimenta confortável e ingerindo grande quantidade de líquidos. 
Levamos em consideração também a falta de tempo ou pouco apreço por 
atividades físicas, pois autores dizem que se a mulher tiver condições física e 
tempo para realizar as atividades de forma continuada, isso será ótimo. Mas, se 
não for o caso e principalmente nas grávidas sedentárias ou nas fases mais 
tardias da gestação, deve-se lembrar deste novo conceito: pode-se "acumular" 
saúde em sessões de pelo menos 10 minutos de duração, conforme Acog 
(2003). 
Já Silva (2007) apresenta algumas recomendações para a prescrição de 
exercícios físicos durante a gestação. Dentre elas: limite de 140bpm de 
frequência cardíaca; duração aproximada de 40 minutos por sessão de treino; 
20 
 
evitar exercícios extenuantes e resistidos para que a gestante não sofra de 
intolerância ao calor; máximo de 38 graus centígrados para a temperatura 
corporal materna; realizar exercícios que ofereçam inclinação pélvica, 
favorecendo o controle, estabilidade e força da musculatura pélvica e 
propriocepção da postura; progressão gradual de variações e séries de 
exercício; alterações de posições durante a realização do exercício, evitando a 
posição supina e exercícios para os pés e tornozelos, minimizando edemas e 
dores musculares e melhorando a estabilidade da circulação sanguínea. 
A escolha do exercício envolve grandes decisões como a ação muscular 
e a escolha do tipo do aparelhamento a ser usado no exercício. O equilíbrio entre 
músculo agonista e antagonista diminui o índice de lesões articulares e dos 
tecidos muscular e conjuntivo. Percebe-se que esse equilíbrio é importante, uma 
vez que nas mulheres gestantes ocorre frouxidão das articulações aumentando 
a probabilidade de lesões osteomusculares, além disso, devemos diminuir a 
amplitude do movimento nos exercícios para diminuir a possibilidade de lesões 
(Castro, 2013). 
Os equipamentos de forma guiada (aparelhos com polias e placa de peso) 
ou livre (alteres, anilhas e barras) também têm influência na prescrição adequada 
dos exercícios (Uchida et al., 2008). 
Percebe-se que nos aparelhos de forma guiada o praticante realiza o 
movimento de maneira padronizada de acordo com equipamento. Esse tipo de 
aparelho possibilita diminuir o risco de lesão, uma melhor postura e equilíbrio ao 
realizar o exercício. Sendo assim, é um tipode equipamento que pode ser 
utilizado na prescrição dos exercícios de musculação para gestantes. (Castro, 
2013). 
Levando em consideração as restrições dos exercícios físicos para 
mulheres gestantes, os principais aparelhos e exercícios disponíveis nas 
academias de musculação que podem ser utilizados no programa de treino das 
futuras mamães, com base nos aspectos cinesiológicos para Uchida et. al, 2008, 
que serão discutidos a seguir: 
21 
 
2.1.4 Exercícios para membros superiores, membros inferiores, 
alongamentos de membros superiores e abdominais. 
O exercício conhecido como Peck deck: posição, com as costas bem 
apoiadas manter um ângulo de 90° nas articulações dos ombros, cotovelos 
quadril, joelhos e tornozelo. Realiza o movimento de adução do ombro até se 
aproxima do antebraço. Retornar à posição inicial (Uchida et al., 2008). 
A ação muscular está centrada no peitoral maior (parte esterno costal); 
deltoide (parte clavicular); peitoral maior (parte abdominal); peitoral maior (parte 
esterno costal) e coracobraquial (Uchida et al., 2008). 
Remada na polia alta: iniciar com os cotovelos entendidos e apontados 
lateralmente. Pegada neutra no triângulo, sentar no banco, inclinar o banco 
levemente para trás, tracionar na direção do osso do externo até tocar os punhos 
na região peitoral (Uchida et al., 2008). 
Os principais músculos envolvidos nesse aparelho são: braquiorradial, 
braquial, bíceps braquial, peitoral maior (parte esterno costal), peitoral maior 
(parte abdominal), redondo maior e latíssimo do dorso (Uchida et al., 2008). 
Este tipo de exercício é excelente para gestantes, pois segundo Uchida et 
al., (2008) diminui muito a probabilidade de lesões. Como é um exercício que 
trabalha vários músculos, é interessante diminuir a carga e a intensidade, o que, 
sendo assim, diminui o consumo de oxigênio. 
Tríceps na polia alta: posiciona-se em pé com as pernas flexionadas e 
abertura aproximadamente dos ombros. Utilizar a pegada fechada, manter os 
braços em contato com o tronco e movimentar os antebraços, realizar extensão 
dos cotovelos (Uchida et al., 2008). 
Ação dos músculos: tríceps braquial (cabeça longa), tríceps braquial 
(cabeça lateral) e flexor ulnar do carpo. Apesar de ser um aparelho guiado, a 
gestante deve adotar uma posição bem estável (Uchida et al., 2008). 
Flexão alternada dos cotovelos com halteres: posição, em pé, com as 
pernas semiflexionadas em uma abertura aproximadamente a dos ombros. 
Pegada supinada no alteres, realizar o movimento de flexão dos cotovelos e 
retornar à posição inicial. 
Extensão do joelho (cadeira extensora): as costas apoiadas no encosto e 
com o eixo do equipamento muito próximo do eixo das articulações dos joelhos, 
22 
 
realizar a extensão dos joelhos. Retornar até um ângulo de 90° na articulação 
dos joelhos (Uchida et al., 2008). 
Neste aparelho vamos priorizar o músculo reto femoral, vasto lateral, 
vasto medial, tíbia anterior e extensor longo dos dedos (Uchida et al., 2008). 
 A mulher gestante, ao realizar a extensão do joelho, não precisa utilizar 
toda amplitude possível do movimento. Temos que ressaltar que o movimento 
de extensão de modo intenso prejudica o tecido conjuntivo da gestante, pois o 
mesmo já possui certa elasticidade (Artal, ,2003). 
Cadeira abdutora: posição 90° em relação ao quadril, de acordo com 
posição do encosto, os rotadores externos (quadrado femoral, obturador externo 
e interno, gêmeos superiores e inferiores e o piriforme) ficam mecanicamente 
favorecidos para atuar na abdução do quadril (Lima; Pinto, 2006). 
Ação muscular: Glúteo médio, reto femoral, trato iliotibial, glúteo máximo 
e tensor da fáscia lata (Lima; Pinto, 2006). 
Segundo Lima e Pinto (2006), neste exercício, como o lado direito e 
esquerdo das coxas se movem ao mesmo momento, não ocorre uma inclinação 
lateral da pelve e flexão lateral da coluna. Além disso, a carga não pode ser muito 
grande e também não aumentar a amplitude do movimento, pois as mulheres 
gestantes têm articulações mais frouxas, podendo ocorrer um estresse articular 
excessivo, predispondo as gestantes às lesões. 
Cadeira adutora: segundo Campos (2000), a posição é 90° em relação ao 
quadril, a coluna deve ficar totalmente apoiada no encosto e, durante o exercício, 
as mãos devem estar sempre nas manobras, pois isso evita qualquer tipo de 
deslocamento. Os músculos que são envolvidos nesses exercícios são: 
pectíneo, adutor magno, glacial e adutor longo (Lima; Pinto, 2006). 
Segundo Wilmore (2001), quando esses músculos estão bem fortalecidos, 
ajudam a melhorar o desempenho na hora do parto normal. 
O exercício de adutor tem várias variações, porém, a melhor forma e mais 
segura da gestante fazer é na cadeira adutora, pois a postura fica adequada e o 
movimento juntamente com a carga é controlado, além disso, a intensidade da 
ativação dos músculos envolvidos no movimento pode sofrer algumas alterações 
(Lima; Pinto, 2006). 
Um ponto principal a ser frisado é com relação ao ajuste do aparelho. 
Segundo Lima (2006), as posições do encosto podem provocar um 
23 
 
tensionamento dos músculos eretores da espinha. Contudo, é contraindicada 
para quem possui hiperlordose lombar (Lima; Pinto, 2006). 
“Panturrilha” Posição: em pé, com apoio de uma base fixa, a gestante com 
dois pés no chão. Em seguida, realiza-se o movimento de flexor-extensão plantar 
dos pés (Barros, 2009). 
A musculatura priorizada é o gastrocnêmico. Além desses 09 exercícios, 
temos o crossover e a estação. Esses aparelhos proporcionam ao praticante 
realizar vários tipos de exercício como: rosca tríceps que tem ação no tríceps 
braquial, rosca bíceps que trabalha músculos como; bíceps braquial (cabeça 
longa, cabeça curta), braquial e braquiorradial. Percebe-se que o professor de 
educação física, levando em consideração as contraindicações, pode prescrever 
outros exercícios nesses aparelhos (Artal,2003). 
Para Rodrigues (2001), os aparelhos guiados de musculação se 
enquadram dentro de uma perspectiva segura de realizar o exercício correto e 
com ótimo equilíbrio. Contudo, devemos levar em consideração essa informação 
ao prescrever exercício de musculação para gestante. Todavia, isso não quer 
dizer que os exercícios livres (alteres, anilhas e barras) não podem ser 
prescritos. Portanto, exercícios livres podem ser inseridos no programa de 
musculação, uma vez que se leve em consideração os fatores de risco 
gestacionais citados pelo Acog (2003). 
 Além do mais, os exercícios de alongamentos devem ser incluídos no 
programa de musculação na gestação. Diante disso, Barros (2009) e Achour 
(2006) descrevem alguns alongamentos para membros superiores e inferiores 
os quais podem ser realizadas por gestante. 
O primeiro alongamento listado é de peitoral e bíceps: posição - a gestante 
em pé, entrelaça os dedos por traz do corpo com as palmas da mão voltadas 
uma para a outra, os cotovelos estirados, elevar os braços na direção dos 
ombros (Barros, 2009 p.50). 
Outro exercício de alongamento ressaltado por Barros (2009) é de tríceps: 
posição - um dos braços flexionado a trás da cabeça com a mão apontada para 
baixo, e com a outra mão puxar levemente o cotovelo para o outro lado. 
 Achour (2006) apresenta também alongamento para região cervical: 
posição, em pé, com as pernas numa abertura aproximadamente à dos ombros, 
colocar as mãos atrás da cabeça e pressionar levemente para baixo. 
24 
 
Os alongamentos realizados por gestantes devem ser estáticos, pois gera 
uma tensão de baixa intensidade não permitindo desconforto. Podem ser 
realizados após os exercícios, pois aliviar tensões musculares constitui uma 
ótima opção para o corpo voltar à calma no final dos exercícios (Domingues, 
2007).Outro assunto que chama bastante atenção das gestantes e dos 
professores de Educação Física, está relacionado com os exercícios abdominais 
durante a gestação. Alguns autorescomo Barros (2006), Matsudo (2000) e Acog 
(2003), entre outros, falam que os exercícios para a região abdominal são 
recomendados na gestação. Entretanto, os exercícios têm que ser 
criteriosamente estudados para não trazerem nenhum prejuízo, nem à mãe e 
nem ao feto. Percebe-se que a maioria dos exercícios de abdominais são na 
posição supinada ou pronada, essas duas posições não são recomendadas para 
a gestante, mas existem alguns exercícios que trazem segurança na hora de 
realizar o trabalho com os músculos abdominais sem trazer nem um dano. 
Assim, pode ser realizado o abdominal sentado na máquina. Posição: a 
gestante sentada na máquina, com as mãos fazendo a pegada nas manoplas 
logo acima dos ombros. Realizar o movimento de flexão do tronco, retornando 
depois à posição inicial. É fundamental ressaltar que o exercício deve ser 
realizado com pouca amplitude e sem carga. Outro exercício é o abdominal na 
posição de quatro apoios. Posição: a gestante fica com o apoio das mãos, com 
os braços estendidos, e dos joelhos numa superfície plana e estável, formando 
a angulação de 90º no quadril e na região axilar. Saindo da posição inicial, 
realizar o movimento de extensão do quadril, sem ampliar de forma excessiva o 
movimento, devendo-se respeitar o alinhamento da coluna cervical à linha da 
perna em 180º, e retornando à posição inicial (Silva, 2017). 
Diante disso, estará sendo evitada a hiperlordose durante o exercício e 
também não se proporcionará desconforto e nenhum perigo para a gestante. A 
variável relacionada à ordem dos exercícios no treinamento de musculação, 
segundo Uchida et al. (2008), deve ser bem estudada para que os objetivos 
sejam alcançados de forma mais eficiente. A ordem dos exercícios ajuda a evitar 
lesões osteomusculares. 
25 
 
 
2.1.5 ORIENTAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO 
PARA GESTANTES. 
Percebe-se que uma das melhores opções de montagem da ordem dos 
exercícios para gestantes é o método conhecido como alternância de exercícios 
para membros superiores e para os inferiores em sessões em que todo corpo é 
treinado, pois podem ser aplicadas em qualquer fase do treino em que o 
praticante se encontra (iniciante, intermediário, avançado) (Uchida et al., 2008). 
Neste tipo de programa, o professor de educação física pode adaptar um 
número adequado de exercícios de acordo com a individualidade biológica das 
gestantes. Ainda segundo Uchida et al (2008), os iniciantes não têm necessidade 
de mais de um exercício por grupo muscular, os intermediários podem realizar 
dois exercícios, e os avançados até três exercícios para grandes grupos 
musculares e dois para pequenos. É importante também ficar atento a quais 
grupos musculares devem ser treinados e também em relação à sessão, que 
jamais pode ser muito estressante. 
Para montar um programa de treinamento seguro e eficaz, é necessário 
observar algumas orientações: 
 Prescrever exercícios leves e de forma regular, numa frequência de três 
e cinco vezes por semana, de acordo com o histórico de atividades físicas 
da praticante (Martins, 2014); 
 Realizar um aquecimento orgânico geral de pelo menos 10 minutos, 
para evitar mudanças bruscas no estado do organismo, como elevação 
do batimento cardíaco de forma repentina e alterações da pressão 
arterial (Martins, 2014); 
 Evitar movimentos de balanço e que contraiam de forma exagerada o 
abdome, (Martins, 2014); 
 Evitar todo e qualquer tipo de impacto sobre as articulações (Martins, 
2014); 
 Não realizar exercícios elevando o quadril e as pernas acima do nível do 
peito, evitando dessa forma a movimentação brusca do sangue para a 
cabeça (Martins, 2014); 
26 
 
 Controlar constantemente a frequência cardíaca, mantendo a mesma 
entre 50 % a 70% da máxima, para segurança da gestante e do bebê, 
evitando assim a falta de oxigênio para o feto (Martins, 2014); 
 Movimentos de deitar e levantar do chão devem ser feitos de forma suave, 
evitando assim a hipotensão (queda brusca da pressão arterial) (Martins, 
2014); 
 Mulheres sedentárias deverão iniciar um programa com menor 
intensidade do que mulheres acostumadas a realizar exercícios físicos 
(Martins, 2014); 
 A qualquer sintoma anormal (dores e desconfortos), deve-se parar 
imediatamente a atividade e comunicar o obstetra (Martins, 2014); 
 Evitar exercícios na posição supinada, ou seja, de barriga para baixo; 
 Abolir todo e qualquer tipo de exercício que provoque apneia (prender a 
respiração) (Martins, 2014); 
 Adequar o consumo de calorias para a gestação e para suportar o ritmo 
de treinamento sem afetar o bebê, que está em formação. Para isso, é 
aconselhado um auxílio de nutricionista a fim garantir o consumo dos 
nutrientes essenciais; 
 Evitar que a temperatura corporal da gestante ultrapasse os 38ºC 
(Martins, 2014); 
 Antes de iniciar um programa de atividade física, consultar o obstetra para 
que o mesmo informe particularidades sobre a gestação e exercícios 
contraindicados para o caso específico da gestante (Martins, 2014); 
 Mulheres com complicações na gravidez não devem praticar exercícios 
(Martins, 2014); 
 A intensidade sugerida é a moderada (que permite conversar enquanto a 
realize; de 4 a 7 METS), mas com o progredir da gestação ou nos casos 
de dúvida, deve-se fazer atividades leves (abaixo de 4 METS) 
(Freire,2009). 
 Os exercícios físicos com maiores índices de recomendações são: 
atividades aquáticas (hidroginástica), alongamentos, reforço muscular 
geral e exercícios aeróbios de baixa intensidade e sem impacto (pedalar 
27 
 
na bicicleta horizontal, andar na esteira ou em superfícies macias) (Freire, 
2009). 
2.2 PRINCIPAIS MODALIDADES DE ATIVIDADES FÍSICAS INDICADAS 
PARA GESTANTES 
O conhecimento das modificações físicas e fisiológicas que ocorrem no 
corpo da mulher durante esse período é de vital importância para que se possa 
escolher o exercício e saber quais cuidados devem ser tomados, para que não 
ocorram lesões ortopédicas e musculares, desconfortos para a gestante e para 
não prejudicar o desenvolvimento fetal (Wilmore, 2011). 
As principais atividades indicadas para gestantes seriam: 
2.2.1 A musculação, a caminhada, exercícios posturais e alongamentos. 
O treinamento de musculação consiste em vencer uma determinada 
resistência, que podem ser máquinas, pesos livres, elásticos e o próprio peso 
corporal realizando-se contrações musculares de forma repetida (Azevedo, 
2011). 
É recomendado que programas de composição corporal, 
cardiorrespiratório, força muscular e flexibilidade façam parte de programas para 
gestantes. Como uma recomendação mais recente, o treinamento de 
musculação vem sendo recomendado como parte do programa, sendo composto 
de preferência por exercícios de grandes grupos musculares de baixo impacto, 
com 2 séries de 8 até 10 repetições com frequência entre 2 e 3 vezes por 
semana. A preocupação com exercícios para a região pélvica e respiratórios é 
importante devido às alterações posturais causadas pela gestação 
(Leitão,2017). 
A musculação produz diferentes respostas ao organismo da mulher tais 
como, as cardiovasculares, respiratórias, metabólicas e fatores psicológicos. 
Apresenta também alterações na composição corporal, aumentando a massa 
magra e diminui a massa gorda, perda de peso, aumento da força e manutenção 
de ossos fortes e sadios. O exercício deve ser quantificado e controlado, pois 
várias adaptações fisiológicas durante a gravidez ocorrem devido à pratica de 
28 
 
exercício físico. Por essa razão, as cargas devem ser monitoradas e ajustadas, 
o treino deve ser específico para cada gestante e, com o avanço da gravidez, a 
intensidade dos exercícios tende a diminuir proporcionalmente (Matsudo, 2000). 
A musculação traz benefícios, como melhoria da aptidão aeróbia e 
muscular, facilidade de recuperação pós-parto, diminuição de lombalgias e 
menor ganho de peso corporal na gestante(Guedes, 2007). 
Quanto aos exercícios físicos de força muscular, quando realizados em 
intensidade adequada para o período gestacional, promovem melhora na força, 
resistência e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, 
complicações relativas à gestação ou ao peso do feto ao nascer (Lima; Oliveira, 
2005). 
Durante a gravidez, os exercícios isométricos devem representar uma 
forma de lazer e descartar o caráter de competição e de preparação física, pois 
deve ser realizado com baixa intensidade, ou seja, com pouca sobrecarga. Ainda 
a musculação durante a gestação deve ser praticada duas vezes por semana, 
estimulando-se de 10 a 15 grupamentos musculares. Os exercícios devem ter 
séries de 3 a 5 repetições, e a intensidade das cargas deve ser moderada, ou 
seja, de 30 a 40% da carga máxima suportada em condições de não gestação, 
com recuperação energética total entre os exercícios (Costa, 2011). 
Exercícios de musculação permitem que o organismo materno se adapte 
às alterações de postura causadas pela gestação e contribuem para a prevenção 
de traumas e quedas, assim como na prevenção e tratamento de desconfortos 
musculoesqueléticos. O fortalecimento deve priorizar os músculos 
paravertebrais, a cintura escapular e, de preferência, envolver músculos maiores 
(Navarro, 2011). 
Como critério de seleção, em gestantes iniciantes, deve-se optar por 
utilizar o próprio peso corporal e faixas elásticas no lugar de aparelhos de 
musculação ou pesos livres. Cargas elevadas devem ser evitadas, assim como 
exercícios isométricos intensos, repetidos e posturas que coloquem a gestante 
em risco, principalmente aquelas que possam afetar seu equilíbrio. Deve-se 
adaptar os exercícios de resistência muscular com muita cautela, 
correlacionando-os a cada período gestacional (Zavorsky, 2011). 
A musculação é importante para o trabalho reforço do assoalho pélvico, 
pois é a única musculatura transversal do corpo humano que suporta carga, 
29 
 
sendo responsável por diversas funções: suporte dos órgãos abdominais e 
pélvicos, manutenção da continência urinária e fecal, auxílio no aumento da 
pressão intra-abdominal, na respiração e na estabilização do tronco. Além disso, 
esses músculos permitem o intercurso sexual e o parto; suas contrações 
involuntárias são as características principais do orgasmo e, quando fracos, 
podem causar hipoestesia vaginal e anorgasmia (Novaes, 2008). 
Porém, para que os exercícios para o assoalho pélvico sejam 
desenvolvidos com eficácia, D'ancona (2001) demonstrou a necessidade de as 
mulheres trabalharem a contração e o relaxamento da musculatura envolvida, já 
que esses músculos não são normalmente treinados. Existe evidência científica 
de que o treinamento dos músculos do assoalho pélvico durante a gestação 
diminui o risco de incontinência urinária no pós-parto. 
A grávida deve realizar o treinamento dos músculos do assoalho pélvico 
com contrações sustentadas, ou seja, deve contrair e manter durante cinco a dez 
segundos, com contrações rápidas em diferentes posturas. Sugere-se que a 
realização seja diária com duas séries de oito contrações sustentadas por cinco 
segundos e duas séries realizando dez contrações rápidas (Boyle et al., 2012). 
A recomendação para prática de exercícios para as gestantes é de que 
se mantenha a mesma atividade que se praticava antes da gestação, não 
existindo uma atividade específica, podendo a musculação trazer benefícios, 
sem aumentar o risco de lesão (Coetzze, 2009). 
A musculação pode auxiliar na gestação aumentando a força muscular, 
fortalecendo as articulações, reduzindo a gordura intra-abdominal e aumentando 
a massa magra, aumentando o bem-estar e melhorando o estado psicológico da 
gestante (Azevedo, 2012). 
A caminhada é um dos exercícios mais indicados para a gestante, porém, 
devem-se seguir algumas recomendações. O horário da caminhada deve ser de 
temperatura agradável e em terrenos planos. A praticante deve estar alimentada 
e se hidratar durante todo o percurso (La Roque, 2003). 
No primeiro trimestre, devido às vertigens que podem ocorrer nessa fase, 
é recomendável estar sempre acompanhada, e ao final da gravidez também, por 
sentir maior cansaço e estar próxima do trabalho de parto. A caminhada 
proporciona melhora da circulação, da postura e da musculatura, ajudando a 
30 
 
gestante a se adaptar às modificações do seu corpo nesse período (La Roque, 
2003). 
As algias posturais gestacionais são queixas comuns na gravidez, 
podendo provocar insônia, estados de depressivos e estão relacionadas com 
prejuízos domésticos e profissionais (Baciuk, 2006). 
Lima e Oliveira (2005) afirmam que o exercício físico aeróbico auxilia de 
forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, 
além de reduzir riscos de DG, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação 
dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e 
aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina. 
Especificamente, o exercício físico aeróbico durante a gestação tem 
resultado na redução do número de mulheres que apresentam DG que precisam 
de insulina. Apesar dos conceitos sobre a possibilidade de efeitos deletérios do 
exercício físico em gestantes, o do tipo aeróbico adequado é seguro durante a 
gestação, (Coetzze, 2009). 
Em um estudo com técnicas de exercícios de alongamento e retificação 
lombar, Coetzze (2009) observou grande alívio da dor e desconfortos 
decorrentes de alterações físicas comuns na gravidez. 
Surita, (2014) cita que exercícios que contribuem para o alongamento da 
região lombar são particularmente benéficos, uma vez que eles tendem a se 
encurtar com o enfraquecimento e estiramento da musculatura abdominal, à 
medida que o feto cresce. Essa ênfase pode ajudar a prevenir o exacerbamento 
da condição lordótica. A mesma autora ainda menciona que exercícios que 
promovem o fortalecimento e alongamento da musculatura dorsal também 
devem ser enfatizados, uma vez que o peso dos seios tende a puxar ombros 
para frente, encurtando o peitoral e superestendendo romboides e trapézios, 
acentuando a cifose. 
O alongamento muscular é parte fundamental do programa de exercício, 
permitindo melhorar a flexibilidade e o relaxamento muscular, e ajudando na 
adaptação postural e na prevenção de dores de origem musculoesqueléticas. 
Deve ser complementar ao exercício aeróbico e ao treinamento de resistência 
(Wolfe, 2003). 
Técnicas de alongamento muscular, como o Yoga e o Strecthing Global 
Ativo, comprovadamente diminuem as queixas de dor pélvica posterior e de dor 
31 
 
lombar durante a gestação. Diante do aumento nos níveis de relaxina e da 
progesterona durante a gestação, devem-se evitar alongamentos extremos para 
prevenir lesões ligamentares e articulares (Martins 2014). 
As alterações posturais decorrentes da gestação, associadas com 
alterações hormonais e relaxamento dos ligamentos costumam trazer algias na 
região lombar e dorsal, e de membros inferiores, cujas queixas tornam-se mais 
comuns e estão relacionadas com prejuízos domésticos e profissionais, estados 
depressivos e insônia. Somado a isso, músculos da região perineal passam a 
suportar mais peso e muitos deles são solicitados em movimentos dos quais não 
participavam (Gomes; Costa, 2013). 
Botelho e Miranda (2012) acrescentam ainda que os exercícios de 
alongamento devem ser de baixa intensidade e não devem provocar movimentos 
bruscos e desconfortáveis. É importante que os exercícios sejam realizados em 
posição de decúbito dorsal ou sentados, para não ocorrerem riscos de queda e 
podem ser de forma dinâmica ou estática. Essa atividade pode ser praticada 
todos os dias da semana e deve-se utilizar a amplitude máxima do movimento, 
além de não utilizar sobrecarga, principalmente nas costas. 
2.2.2 A natação, a hidroginástica, e o pilates. 
São indicadas especialmente pela característica de flutuabilidade.Coelho 
(2009), considera que a flutuação aumenta a amplitude dos movimentos, diminui 
o estresse articular e reduz a sensação de corpo pesado, queixa de muitas 
gestantes. O trabalho aquático produz menor incidência de varizes, controle da 
frequência cardíaca, melhora da postura, aumento da resistência muscular e 
melhoria da autoimagem. A água aquecida reduz a sensibilidade das 
terminações nervosas, proporcionando diminuição da dor, espasmos e edemas, 
reeducação da marcha, maior relaxamento, fortalecimento muscular, equilíbrio e 
consciência corporal. 
Segundo Dertkgil et al. (2005), os exercícios aquáticos vêm se 
destacando como ideais para o período gestacional. Nas atividades feitas na 
água, os joelhos recebem menor sobrecarga, reduz-se o edema pela ação da 
pressão hidrostática, o que facilita e estimula a passagem de líquido do meio 
intersticial para o intravascular; ocorre ainda maior gasto energético, aumento da 
32 
 
capacidade cardiovascular e o relaxamento corporal, reduzindo assim, 
desconfortos músculo esqueléticos comuns nesse período. 
A natação é um tipo de exercício aquático recomendado para esse 
período devido à sua propriedade da flutuabilidade. Esta prática, pode trazer 
melhorias para a circulação sanguínea e fortalecimento muscular. É uma 
atividade de baixo risco por oferecer pouca chance de lesão, por isso é um 
esporte indicado para ser praticado durante a gestação. O volume e a 
intensidade dos exercícios devem ser prescritos de acordo com recomendações 
médicas, baseadas na individualidade de cada gestante (Costa, 2013). 
Para Surita (2014), a hidroginástica é outra modalidade aquática que 
beneficia tanto a gestante quanto o feto. A hidroginástica atua reduzindo a 
formação de edemas, resultado muito comum em gestantes, diminuindo o 
estresse articular, os desconfortos musculares e melhorando a termo regulação 
e assim possibilita ao feto uma estabilidade maior quanto à elevação de 
temperatura. É uma modalidade que inclui exercícios aeróbios e de 
alongamentos trabalhando com todos os grupos musculares, envolvendo 
exercícios de respiração auxiliam na diminuição da sensação de ansiedade. 
A hidroginástica pode ser realizada de duas a três vezes por semana, com 
duração variada; auxilia no relaxamento e pode ser positiva no âmbito mental 
por ser realizada em grupo, e assim ajuda na socialização da mulher com outras 
gestantes e dessa forma reduz os riscos de depressão gestacional (Coelho, 
2009). 
Sobre exercícios na água para gestantes, Dertkgil et al. (2005) estudou 
as respostas uterina e fetal durante a imersão simples e durante exercícios em 
que a mulher se encontrava em imersão, comparando com períodos descanso. 
Ele não observou diferenças quanto à temperatura corporal fetal, frequência 
cardíaca do feto e frequência cardíaca da gestante, sugerindo que a expansão 
no volume plasmático total, causada pela imersão, compensaria a redistribuição 
de volume que é gerada pelos exercícios e que temperatura corporal seria 
compensada pela água, tornando-a estável. 
Outra observação é o fato da imersão e exercícios sob imersão 
diminuírem as contrações uterinas, uma vez que a expansão de volume 
plasmático faria possivelmente diminuir os níveis de ocitocina circulantes, por 
diluição. Ainda, os exercícios aquáticos geram maior conforto à mulher, em 
33 
 
especial nos últimos três meses, quando o aumento do volume do abdômen 
causa maior desconforto para a realização de exercícios em solo. A pressão 
hidrostática e os aspectos da circulação durante a imersão são apontados como 
vantagens de atividades realizadas no meio líquido para as gestantes (Coelho, 
2009). 
A diminuição do peso hidrostático influencia também a redução da carga 
mecânica imposta às articulações dos membros inferiores, devido ao fato de que 
a carga mecânica depende da força vertical (peso hidrostático) e da aceleração 
com que o corpo entra em contato com o solo. Assim, pode-se sugerir que o 
ambiente aquático é benéfico para essa população e pode ser indicado para a 
prática de exercícios físicos, possibilitando à gestante continuar se exercitando 
até os últimos dias de gestação (Finkelstein et al., 2004). 
A implicação da água fria sobre o corpo serve também como 
termorreguladora, proporcionando ao feto a possibilidade de maior estabilidade 
frente à elevação de temperatura e a subsequente diminuição do fornecimento 
de sangue. A água deve ficar entre. 28ºC e 30ºC, tida como a temperatura ideal 
durante a prática de atividades aquáticas para gestantes, e esse tipo de atividade 
é mais relaxante que outros exercícios, (Botelho; Miranda, 2012). 
Recomenda-se que a hidroginástica seja praticada de duas a três vezes 
por semana, com duração de 40 minutos a uma hora; com intensidade leve a 
moderada, proporcionando relaxamento. Somado a isso, por ser realizada em 
grupo, a atividade pode ser divertida e socializar a mulher com outras gestantes, 
diminuindo os riscos de depressão gestacional, (Coelho, 2009). 
O método Pilates tem uma proposta reabilitadora, aliando a prática física 
ao relaxamento mental. A meta de alcance do movimento eficiente no retorno 
dos movimentos funcionais e melhora da performance é o fundamento do Pilates 
evoluído, que na gestação acredita-se promover a saúde da mulher e do bebê, 
(BITTAR 2003). 
Uma técnica bastante utilizada, que trabalha o alongamento aliado à força 
muscular, é o método Pilates. Este método ajuda a alongar e relaxar os 
músculos, preparando a musculatura perineal para o parto e pós-parto, 
estimulando a circulação e desenvolvendo a consciência corporal, além de 
melhorar a respiração e aumentar a sensação de bem-estar e autoestima. A 
praticante reorganiza o seu centro de força, através de uma prática variada com 
34 
 
poucas repetições e fluidez de movimentos, melhorando a postura e 
minimizando as compensações típicas desse período (Machado, 2006). 
O pilates previne e/ou ameniza as dores na coluna vertebral; alonga e 
relaxa os músculos; fortalece a musculatura perineal preparando para o parto e 
pós-parto; estimula a circulação; desenvolve a consciência corporal; melhora a 
respiração; aumenta a sensação de bem-estar, além de, otimizar a auto estima. 
Percebe-se que o método acaba apontando a consciência corporal e o domínio 
sinestésico durante o movimento como definições do seu trabalho. Tudo isso é 
adquirido pela educação apropriada de ideias de tensão e relaxamento, que 
corrigiriam os maus hábitos assegurando, assim, melhor saúde. É através 
desses princípios de consciência corporal, domínio sinestésico e proprioceptivo 
durante o movimento e repouso que o método é utilizado atualmente nas 
diversas áreas da reabilitação (Azevedo, 2011). 
Segundo Kroetz e Santos (2015), este método ajuda a alongar e relaxar 
os músculos, preparando a musculatura perineal para o parto e o pós-parto, 
estimula a circulação, desenvolve técnicas de respiração e correção postural, 
por meio da reorganização do centro de força aumenta a força, o equilíbrio, a 
coordenação, além da sensação de bem-estar e autoestima. 
O método Pilates é um programa de exercícios que pode trazer conforto 
à gravidez e ao parto, com foco na estabilidade da musculatura postural e do 
assoalho pélvico e no fortalecimento e alongamento suave dos músculos. 
Mulheres que nunca praticaram o Pilates não devem iniciá-lo na gestação; 
aquelas que já praticavam previamente devem iniciá-lo novamente após o 
terceiro mês de gravidez (Leite, 2017). 
 
2.2.3 Mulheres atletas de auto rendimento em período gestacional 
Os problemas da gravidez das atletas competitivas seriam de duas 
categorias gerais: os efeitos da gravidez sobre a capacidade competitiva e os 
efeitos do treinamento intenso e a competição na gravidez, particularmente o 
feto. Tais atletas poderiam certamente exigir supervisão obstétrica mais próxima 
do que o cuidado pré-natal (Artal, 2003). 
35Para atletas de elite em período gestacional, a intensidade indicada de 
treinamento é de 70%a 80% da FC máx, ou controlado pela classificação intenso 
pela TPE (Taxa de percepção de esforço) (ACOG, 2003). 
Conforme o progresso da gravidez, várias mudanças ocorrem para 
prevenir a atleta de atingir os mesmos níveis de performance antes da gravidez. 
O ganho de peso por ela mesma e na presença da frouxidão das articulações e 
dos ligamentos e a mudança no centro de gravidade causariam limitações 
inevitáveis na maioria das atividades esportivas (Botelho, 2012). 
A capacidade de parar e iniciar ou mudar a direção progressivamente 
diminuiria. Qualquer tentativa de substituir movimentos compensatórios por 
movimentos bem coordenados, resulta num movimento ineficiente, diminuição 
na capacidade competitiva, e aumento no risco de lesão. A performance nos 
esportes em que a endurance é importante pode ser adversamente afetada pela 
anemia fisiológica, geralmente associada com o aumento do volume sanguíneos 
da gravidez (Acog, 2003). 
Apesar do fato de que a gravidez afeta adversamente a performance na 
atleta competitiva, a maioria das atletas competitivas de elite preferem continuar 
a treinar durante a gravidez. A intensidade relativamente alta, longa duração, e 
agendas de treinos frequentes da maioria das atletas competitivas podem 
colocá-las em maior risco de complicações termo regulatórias durante a 
gravidez. A atenção particular deveria ser dada para manter a hidratação 
adequada durante e entre essas sessões de exercício. O balanço do líquido 
durante uma sessão de exercício pode ser monitorado pela pesagem antes e 
após a sessão. 
Por causa do tipo de treinamento feito pelas atletas de elite, é provável 
que o ganho de peso seria menor para ambos, mãe e feto, do que para as 
mulheres sedentárias. Esse peso de nascimento menor foi atribuído para a 
massa gorda neonatal diminuída (Artal, 2003). 
Lima e Oliveira (2005), ao analisarem os fatores que podem gerar 
estresse fetal e restrição de crescimento intrauterino, destacam que existem 
evidências de que a participação em exercícios de intensidade moderada, ao 
longo da gravidez, pode aumentar o peso do bebê ao nascer, enquanto que 
exercícios mais intensos e com grande frequência, mantidos por longos períodos 
da gravidez, podem resultar em crianças com baixo peso. 
36 
 
A preocupação com a intensidade reside no fato de que a prática de 
exercícios com intensidade muito alta acarreta riscos potenciais para o feto, o 
que pode criar um estado de hipóxia para o mesmo. Também são preocupantes 
situações em que há risco de trauma abdominal e de hipertermia da gestante. 
Atividades físicas extenuantes devem ser cuidadosamente monitorizadas em 
relação ao desenvolvimento de complicações e se exercitar apenas sob 
supervisão médica (Acog, 2003). 
 
2.2.4 Autoestima e a imagem corporal das gestantes, e os benefícios da 
atividade física neste período. 
A formação da autoimagem está diretamente relacionada com a interação 
entre o meio em que o indivíduo vive e pode ser compreendida como uma 
representação mental do corpo, sendo o resultado de uma organização cognitiva 
e afetiva. 
Para a gestante, as alterações do corpo devido ao crescimento do feto, 
podem gerar muita angústia. O pânico de se achar “gorda” geralmente traz para 
a mulher problemas de distúrbios de imagem corporal, podendo até contribuir 
para o aparecimento de transtornos alimentares. Esse é um fator preocupante, 
pois a ingestão calórica da gestante deve ser adequada para atender às 
necessidades exigidas pela gravidez, e às do exercício físico realizado (Segato, 
2009). 
O descontentamento com o corpo reflete diretamente na preocupação 
com o peso, que é uma das mudanças corporais mais significativas. O conflito 
entre a autoimagem e o corpo idealizado pode ser acentuado durante a gravidez, 
devido às inúmeras transformações corporais ocorridas em um curto espaço de 
tempo, exigindo uma adaptação por parte da gestante, o que interfere na sua 
imagem corporal (Azevedo, 2011). 
A baixa autoestima, o aumento do tamanho do corpo e a sensação de 
estar acima do peso é insatisfatória em qualquer época da vida da mulher e não 
só durante a gestação. Os autores relatam também que gestantes com baixa 
autoestima possuem maiores chances de desenvolver problemas como 
depressão pós-parto, por exemplo (Segato, 2009). 
37 
 
Neste sentido, a atividade física pode ajudar na formação de uma imagem 
corporal positiva, além de proporcionar melhora na autoestima da gestante. 
Segundo Botelho (2011), a atividade física oferece vantagens durante a 
gestação também nos aspectos emocionais, colaborando para que a gestante 
se torne mais autoconfiante e satisfeita com a aparência, eleve a autoestima e 
apresente maior satisfação na prática dos exercícios. 
 
 2.3 AS PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES PATOLÓGICAS, ABSOLUTAS 
E RELATIVAS TANTO PARA A MÃE QUANTO PARA O FETO, OS 
EXERCÍCIOS QUE DEVEM SER EVITADOS DURANTE A GESTAÇÃO E OS 
PRINCIPAIS SINAIS PARA A INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES. 
As contraindicações absolutas seriam: doenças miocárdicas, insuficiência 
cardíaca congestiva, enfermidade cardíaca reumática, tromboflebite, embolismo 
pulmonar recente, risco de parto prematuro, colo uterino incompetente, gestação 
múltipla, retardo de crescimento intrauterino, macrossomia, enfermidade 
hipertensiva grave, suspeita de estresse fetal (Freire, 2009). 
 Já classificadas como contraindicações relativas seriam: hipertensão 
arterial essencial, falta de controle pré-natal, anemia e outras alterações 
sanguíneas, enfermidade tiroideia, diabetes mellitus, obesidade excessiva ou 
baixo peso extremo (Freire, 2009). 
Importantes cuidados durante o exercício incluem hidratação adequada, 
pois desidratação durante o exercício pode causar parto prematuro, por 
liberação de hormônios antidiureico, que estimula a fosfolipase, AZ. 
Temperaturas apropriadas, em atividades ao ar livre ou em ambientes fechados, 
também devem ser observadas (Carbon, 2004). 
 Existe a atenção e a necessidade de proporcionar períodos de 
aquecimento e “volta à calma”. As gestantes devem evitar se exercitar em 
condições extremamente quentes e úmidas. Tanto o exercício quanto a gravidez 
são acompanhados de um aumento no metabolismo, resultando em maior 
produção de calor. Quando exercício e gravidez são combinados, as alterações 
fisiológicas podem causar um aumento da temperatura corporal da mãe, 
podendo diminuir a dissipação do calor fetal (Freire, 2009). 
38 
 
O exercício físico durante a gravidez traz inúmeros benefícios para a mãe 
e para o feto, desde que sejam tomados os devidos cuidados quanto ao tipo, 
duração e intensidade, respeitando as contraindicações e patologias associadas 
com acompanhamento profissional e indicação médica de maneira 
individualizada. Na ausência de complicações clínicas ou obstétricas, todas as 
gestantes devem ser estimuladas a implantar ou manter um estilo de vida ativo 
durante esse período. O exercício físico de intensidade leve a moderada é 
considerado prática segura, tanto para a mãe quanto para o feto (Coetzze, 2009). 
A prática de exercício físico deve ser encorajada pelos profissionais de 
saúde e realizada conforme a motivação da gestante. Não existindo nenhuma 
padronização quanto ao tipo de exercício, a grávida pode optar pelo que mais 
lhe agrada, desde que tenha acompanhamento do profissional de educação 
física especializado e que as contraindicações sejam respeitadas (Gouveia, 
2007). 
O exercício ideal é aquele em que a gestante se sinta bem e confortável. 
Por isso, a escolha da modalidade deve partir da gestante, desde que respeite 
as condições provenientes da gravidez e qualquer mudança ou sintoma que 
acusem qualquer tipo de doença. O profissional de educação física deve estar 
bem informado e conhecer todas as alterações e sintomas desse período, para 
que a