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TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO

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TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO 
TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
 
Sumário 
 
Transtorno Mental e Autismo ........................................................................... 4 
Sistemas de classificação e diagnóstico ...................................................... 6 
Detalhamento do CID-10 ............................................................................. 7 
F00-F09 Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos ......... 7 
F10-F19 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de 
substância psicoativa .......................................................................................... 7 
F20-F29 Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos 
delirantes ............................................................................................................ 8 
F30-F39 Transtornos do humor [afetivos] ................................................ 8 
F40-F48 Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o “stress” 
e transtornos somatoformes................................................................................ 9 
F50-F59 Síndromes comportamentais associadas a disfunções 
fisiológicas e a fatores físicos.............................................................................. 9 
F60-F69 Transtornos da personalidade e do comportamento do adulto 10 
F70-F79 Retardo mental ........................................................................ 10 
F80-F89 Transtornos do desenvolvimento psicológico .......................... 10 
F90-F98 Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que 
aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência........................ 11 
Transtornos do neurodesenvolvimento segundo o DSM-V ........................ 12 
Autismo e suas origens .............................................................................. 21 
Autismo infantil ....................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
Transtorno Mental e Autismo 
 
Desde que as pessoas se reconhecem enquanto pessoas,existe a percepção 
de comportamento normal, padrão e comportamento desviante. Em diferentes 
momentos da história, esses comportamentos desviantes receberam vários nomes 
e classificações. 
Para os antigos, alguns desses 
comportamentos eram vistos como 
sinais de deuses, tanto positivos 
quanto negativos. Alguns casos de 
esquizofrenia, por exemplo eram 
vistos como sinais de profetas. Com a 
influência do cristianismo na cultura 
ocidental, esses mesmos 
comportamentos passaram a ser 
vistos como sendo negativos e influenciados por demônios. A depressão, por 
exemplo, dizia-se que era influenciada pelo demônio do meio-dia. Como a Igreja 
tinha bastante influência na sociedade, essas pessoas eram ou abandonadas por 
estarem possuídas ou eram levadas a igrejas para serem exorcizadas. 
No final da idade média e início do Renascimento, pessoas que 
apresentavam esses comportamentos eram deixados de lado pela sociedade. Eles 
eram chamados de loucos e muitas vezes eram trancados com criminosos para 
afastar suas influências das pessoas ditas normais. 
Com o tempo e o avanço da medicina, começou-se a perceber que esses 
“loucos” não possuíam só comportamento desviante, mas apresentavam sintomas 
claros que se repetiam em várias pessoas. Agora, ao invés de trancados em 
cadeias com criminosos comuns, eles eram trancados em asilos e manicômios para 
serem estudados e tratados. 
Neste ponto, passou-se a reconhecer a loucura como doença mental. Surge 
então a psiquiatria moderna no final do século XIX e várias tentativas de tratamento 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
de doenças mentais. Sigmund Freud, por exemplo, com ajuda de Jean-Martin 
Charcot, utilizou inicialmente a hipnose para mostrar que a histeria, doença até 
então misteriosa que afetava principalmente mulheres e causava paralisias entre 
outros sintomas, era uma doença psicogênica, ou seja, de origem psicológica ou 
mental. 
Carl Jung, psiquiatra suíço que trabalhou no hospital psiquiátrico de 
Burgholzli na suíça, mostrou através de testes de associação de palavras a 
existência de complexos autônomos reprimidos e inconscientes, comprovando 
assim a tese de Freud. Ele também contribuiu no desenvolvimento do diagnóstico 
de esquizofrenia, elaborado por seu professor e mentor Eugene Bleuler, doença até 
então chamada de demência precoce. 
No século XX, houveram muitos avanços na psiquiatria e na psicopatologia, 
como ficou conhecida a área de estudos das doenças mentais. 
Durante a Primeira Guerra Mundial houveram importantes avanços na área 
da psicometria, ou de testes psicológicos. Eles eram utilizados inicialmente para 
selecionar os melhores soldados e depois para selecionar os melhores empregados 
para as indústrias. Com os testes psicológicos começaram as classificações de 
inteligência. Com isso alguns casos de transtornos mentais passaram a ser 
classificados como retardos mentais ou déficits de inteligência. Pessoas com QI 
entre 80 e 120 eram consideradas normais, pois estavam na média. Pessoas com 
QI abaixo de 80 eram consideradas com atraso no desenvolvimento mental e 
taxadas como retardadas mentais. 
Após a Segunda Guerra Mundial, a Associação de Psiquiatria Americana 
criou o Manual Estatístico e Diagnóstico de Doenças Mentais, o DSM (Diagnostic 
and Statistic Manual). Atualmente estamos na quinta edição, lançada em 2013. 
A Organização Mundial da Saúde organizou a Classificação Estatística 
International de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, atualmente em 
sua décima revisão, conhecido por sua sigla CID-10. Ela possui um capítulo 
exclusivo para distúrbios mentais e do comportamento que pretende estar 
concordante com o DSM, porém apresenta algumas diferenças significativas. Um 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
estudo foi feito mostrando que o CID-10 é mais utilizado em diagnósticos clínicos 
enquanto o DSM-V é mais utilizado em pesquisas. 
Com todas as classificações de loucura da medicina e de retardo mental da 
psicologia, o século XX trouxe muitos estigmas às pessoas que traziam tais rótulos. 
Elas eram chamadas de loucas, depois de doentes mentais ou retardadas mentais. 
Inclusive alguns problemas físicos com efeitos no comportamento e na inteligência, 
como o hipotireoidismo – também chamado de cretinismo, foram responsáveis por 
estigmatizar várias pessoas. 
Atualmente, chegou-se em um consenso 
de utilizar o termo “transtorno mental” ou 
“distúrbio mental”, para desestigmatizar essas 
condições psicológicas.Essas pessoas não são 
mais marginalizadas como loucas ou internadas 
como doentes, mas tratadas com respeito e 
compreensão. Os atuais manuais classificam os 
transtornos, não as pessoas. Por isso evita-se 
utilizar expressões como “o esquizofrênico” ou “o 
alcoólatra” e utilizam-se termos como “a pessoa com esquizofrenia” ou “o paciente 
que sofre de alcoolismo”. 
 
Sistemas de classificação e diagnóstico 
 
Um dos papéis da ciência é desenvolver sistemas de classificação de seus 
objetos de estudo, para facilitar a aproximação do cientista. Na área da psiquiatria e 
dos sistemas de diagnóstico não é diferente. Aceita-se o uso da expressão 
“transtornos” ou “distúrbios mentais” para se referir aos problemas psicopatológicos. 
Eles são diagnosticados pela presença de sintomas, que são manifestações únicas 
e desviantes do comportamento dito normal. 
Um grupo de sintomas pode ser classificado como uma síndrome. Uma 
determinada síndrome psicológica classificada, então, pode receber o nome de 
transtorno mental. Vale, porém, ressaltar que esses sistemas de classificação não 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
são recortes reais da vida. Eles são somente modelos para auxiliar o profissional da 
área da saúde e deve ser visto como um mapa, um guia e não o território. 
Os transtornos e distúrbios mentais não existem de fato, somente um 
agrupamento pragmático de manifestações que chamamos de sintomas. 
 
Detalhamento do CID-10 
F00-F09 Transtornos mentais orgânicos, inclusive os 
sintomáticos 
F00* Demência na doença de Alzheimer (G30.-†) 
F01 Demência vascular 
F02* Demência em outras doenças classificadas em outra 
parte 
F03 Demência não especificada 
F04 Síndrome amnésica orgânica não induzida pelo álcool ou por outras 
substâncias psicoativas 
F05 Delirium não induzido pelo álcool ou por outras substâncias psicoativas 
F06 Outros transtornos mentais devidos a lesão e disfunção cerebral e a 
doença física 
F07 Transtornos de personalidade e do comportamento devidos a doença, a 
lesão e a disfunção cerebral 
F09 Transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado 
F10-F19 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de 
substância psicoativa 
F10 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool 
F11 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de opiáceos 
F12 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de canabinóides 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
8 
F13 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de sedativos e 
hipnóticos 
F14 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso da cocaína 
F15 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de outros 
estimulantes, inclusive a cafeína 
F16 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de alucinógenos 
F17 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo 
F18 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de solventes 
voláteis 
F19 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas 
drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas 
F20-F29 Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos 
delirantes 
F20 Esquizofrenia 
F21 Transtorno esquizotípico 
F22 Transtornos delirantes persistentes 
F23 Transtornos psicóticos agudos e transitórios 
F24 Transtorno delirante induzido 
F25 Transtornos esquizoafetivos 
F28 Outros transtornos psicóticos não-orgânicos 
F29 Psicose não-orgânica não especificada 
F30-F39 Transtornos do humor [afetivos] 
F30 Episódio maníaco 
F31 Transtorno afetivo bipolar 
F32 Episódios depressivos 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
9 
F33 Transtorno depressivo recorrente 
F34 Transtornos de humor [afetivos] persistentes 
F38 Outros transtornos do humor [afetivos] 
F39 Transtorno do humor [afetivo] não especificado 
F40-F48 Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o 
“stress” e transtornos somatoformes 
F40 Transtornos fóbico-ansiosos 
F41 Outros transtornos ansiosos 
F42 Transtorno obsessivo-compulsivo 
F43 Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação 
F44 Transtornos dissociativos [de conversão] 
F45 Transtornos somatoformes 
F48 Outros transtornos neuróticos 
F50-F59 Síndromes comportamentais associadas a disfunções 
fisiológicas e a fatores físicos 
F50 Transtornos da alimentação 
F51 Transtornos não-orgânicos do sono devidos a fatores emocionais 
F52 Disfunção sexual, não causada por transtorno ou doença orgânica 
F53 Transtornos mentais e comportamentais associados ao puerpério, não 
classificados em outra parte 
F54 Fatores psicológicos ou comportamentais associados a doença ou a 
transtornos classificados em outra parte 
F55 Abuso de substâncias que não produzem dependência 
F59 Síndromes comportamentais associados a transtornos das funções 
fisiológicas e a fatores físicos, não especificadas 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
10 
Acesse o link 
http://www.datasus.gov.br/cid1
0/V2008/WebHelp/cap05_3d.h
tm, para informações mais 
detalhadas sobre os 
transtornos mentais de acordo 
com o CID 10. 
 
Para saber mais! 
 
F60-F69 Transtornos da personalidade e do comportamento do adulto 
F60 Transtornos específicos da personalidade 
F61 Transtornos mistos da personalidade e outros transtornos da 
personalidade 
F62 Modificações duradouras da personalidade não atribuíveis a lesão ou 
doença cerebral 
F63 Transtornos dos hábitos e dos impulsos 
F64 Transtornos da identidade sexual 
F65 Transtornos da preferência sexual 
F66 Transtornos psicológicos e comportamentais associados ao 
desenvolvimento sexual e à sua orientação 
F68 Outros transtornos da personalidade e do comportamento do adulto 
F69 Transtorno da personalidade e do comportamento do adulto, não 
especificado 
F70-F79 Retardo mental 
F70 Retardo mental leve 
F71 Retardo mental moderado 
F72 Retardo mental grave 
F73 Retardo mental profundo 
F78 Outro retardo mental 
F79 Retardo mental não especificado 
F80-F89 Transtornos do desenvolvimento psicológico 
F80 Transtornos específicos do desenvolvimento da fala e da linguagem 
F81 Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares 
F82 Transtorno específico do desenvolvimento motor 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
11 
F83 Transtornos específicos misto do desenvolvimento 
F84 Transtornos globais do desenvolvimento 
F88 Outros transtornos do desenvolvimento psicológico 
F89 Transtorno do desenvolvimento psicológico não especificado 
F90-F98 Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que 
aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência 
F90 Transtornos hipercinéticos 
F91 Distúrbios de conduta 
F92 Transtornos mistos de conduta e das emoções 
F93 Transtornos emocionais com início especificamente na infância 
F94 Transtornos do funcionamento social com início especificamente durante 
a infância ou a adolescência 
F95 Tiques 
F98 Outros transtornos comportamentais e emocionais com início 
habitualmente durante a infância ou a adolescência 
F99 Transtorno mental não especificado 
F99 Transtorno mental não especificado em outra parte 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
12 
Acesse o link 
http://www.clinicajorgejaber.c
om.br/2015/estudo_supervisi
onado/dsm.pdf, para 
informações mais detalhadas 
sobre os transtornos de 
acordo com o DSM-V. 
 
Para saber mais! 
 
Transtornos do neurodesenvolvimento segundo o DSM-V 
 
Seguindo a proposta de lançar um olhar longitudinal sobre o curso dos 
transtornos mentais, o DSM-V excluiu o capítulo “Transtornos geralmente 
diagnosticados pela primeira vez na infância ou na adolescência”. Parte dos 
diagnósticos do extinto capítulo passou a compor os “Transtornos do 
neurodesenvolvimento”. 
Os critérios para Deficiência Intelectual 
enfatizaram que, além da avaliação cognitiva, é 
fundamental avaliar a capacidade funcional 
adaptativa. Os “Transtornos de comunicação”agrupam antigos diagnósticos com discretas 
alterações quanto à divisão e nomenclatura. Os 
“Transtornos globais do desenvolvimento”, que 
incluíam o Autismo, Transtorno desintegrativo 
da infância e as Síndromes de Asperger e Rett, foram absorvidos por um único 
diagnóstico, “Transtornos da gama do autismo”. 
A mudança refletiu a visão científica de que aqueles transtornos são na 
verdade uma mesma condição com gradações em dois grupos de sintomas: Déficit 
na comunicação e interação social; Padrão de comportamentos, interesses e 
atividades restritos e repetitivos. Apesar da crítica de alguns clínicos que 
argumentam que existem diferenças significativas entre os transtornos, a APA 
entendeu que não há vantagens 
diagnósticas ou terapêuticas na divisão e 
observa que a dificuldade em subclassificar 
o transtorno poderia confundir o clínico 
dificultando um diagnóstico apropriado. 
Os critérios para o diagnóstico de 
“Transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade” (TDAH) são bastante 
similares aos do antigo manual. O DSM-V manteve a mesma lista de dezoito 
sintomas divididos entre desatenção e hiperatividade/impulsividade. Os subtipos do 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
13 
transtorno foram substituídos por especificadores com o mesmo nome. Indivíduos 
até os dezessete anos de idade precisam apresentar seis dos sintomas listados, 
enquanto indivíduos mais velhos precisam de apenas cinco. A exigência de que os 
sintomas estivessem presentes até os sete anos de vida foi alterada. 
No novo manual, o limite é expandido para os doze anos de idade. Além 
disso, o DSM-V permitiu que o TDAH e os Transtornos da Gama do Autismo sejam 
diagnosticados como transtornos comórbidos. Ambas as alterações provocam 
polêmica pelo risco de gerarem uma superestimativa com aumento da incidência de 
TDAH na população geral. 
No entanto, a APA e outros diversos especialistas defendem a mudança 
como favorável. Os “Transtornos específicos da aprendizagem” deixaram de ser 
subdivididos em transtornos de leitura, cálculo, escrita e outros, especialmente pelo 
fato de que indivíduos com esses transtornos frequentemente apresentam déficits 
em mais de uma esfera de aprendizagem. Encerrando o capítulo, tiques, 
movimentos estereotipados e Síndrome de Tourette foram organizados como 
“Transtornos motores”. 
Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições com 
início no período do desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se manifestam 
cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança ingressar na escola, sendo 
caracterizados por déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no 
funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits de 
desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no 
controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou 
inteligência. 
É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento; 
por exemplo, indivíduos com transtorno do espectro autista frequentemente 
apresentam deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual), e 
muitas crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) 
apresentam também um transtorno específico da aprendizagem. 
No caso de alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto 
de excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos esperados. Por 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
14 
exemplo, o transtorno do espectro autista somente é diagnosticado quando os 
déficits característicos de comunicação social são acompanhados por 
comportamentos excessivamente repetitivos, interesses restritos e insistência nas 
mesmas coisas. A deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) 
caracteriza-se por déficits em capacidades mentais genéricas, como raciocínio, 
solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem 
acadêmica e aprendizagem pela experiência. 
Os déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que 
o indivíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e 
responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo 
comunicação, participação social, funcionamento acadêmico ou profissional e 
independência pessoal em casa ou na 
comunidade. 
O atraso global do 
desenvolvimento, como o nome implica, 
é diagnosticado quando um indivíduo 
não atinge os marcos do 
desenvolvimento esperados em várias áreas do funcionamento intelectual. Esse 
diagnóstico é utilizado para indivíduos que estão incapacitados de participar de 
avaliações sistemáticas do funcionamento intelectual, incluindo crianças jovens 
demais para participar de testes padronizados. A deficiência intelectual pode ser 
consequência de uma lesão adquirida no período do desenvolvimento, decorrente, 
por exemplo, de traumatismo craniano grave, situação na qual um transtorno 
neurocognitivo também pode ser diagnosticado. 
Os transtornos da comunicação incluem o transtorno da linguagem, o 
transtorno da fala, o transtorno da comunicação social (pragmática) e o transtorno 
da fluência com início na infância (gagueira). Os três primeiros caracterizam-se por 
déficits no desenvolvimento e no uso da linguagem, da fala e da comunicação 
social, respectivamente. 
O transtorno da fluência com início na infância é caracterizado por 
perturbações da fluência normal e da produção motora da fala, incluindo sons ou 
 
 
 
 
 
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sílabas repetidas, prolongamento de sons de consoantes ou vogais, interrupção de 
palavras, bloqueio ou palavras pronunciadas com tensão física excessiva. Tal como 
outros transtornos do neurodesenvolvimento, os transtornos da comunicação 
iniciam-se precocemente e podem acarretar prejuízos funcionais durante toda a 
vida. 
O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na 
comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits 
na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados 
para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender 
relacionamentos. 
Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do 
espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de 
comportamento, interesses ou atividades. Considerando que os sintomas mudam 
com o Gama da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos 
O diagnóstico de Esquizofrenia sofreu alterações significativas nesta nova 
versão do DSM. O critério que define a sintomatologia característica (Critério A) 
continua requerendo a presença de no mínimo dois dos cinco sintomas para ser 
preenchido, mas a atual versão exige que ao menos um deles seja positivo (delírios, 
alucinações ou discurso desorganizado). 
Embora os sintomas listados sejam os mesmos, o DSM-IV permitia que o 
Critério A fosse preenchido com apenas um sintoma nos casos de delírios bizarros 
ou alucinações auditivas de primeira ordem/schneiderianas (exemplo: vozes 
conversando entre si). No DSMV-5 essa exceção foi retirada por se considerar que 
a classificação de um delírio como bizarro é pouco confiável, especialmente por 
esbarrar em questões culturais, e a definição de sintomas schneiderianos é pouco 
específica. 
O DSM-V abandonou a divisão da esquizofrenia em subtipos: paranoide, 
desorganizada, catatônica indiferenciada e residual. Os subtipos apresentavam 
pouca validade e não refletiam diferenças quanto ao curso da doença ou resposta 
ao tratamento. O diagnóstico de “Transtorno esquizoafetivo” sofreu uma pequena 
alteração em seu texto, sendo exigido que um episódio de alteração importante do 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
16 
humor (depressão ou mania) esteja presente durante a maior parte do curso da 
doença, após o preenchimento do Critério A de esquizofrenia. 
A mudança busca aumentar a confiabilidade do diagnóstico,apesar de 
reconhecer que ele ainda é um grande desafio para o clínico. Os critérios para o 
“Transtorno delirante” não exigem mais que os delírios apresentados não sejam 
bizarros. A demarcação entre o Transtorno Delirante e outras variantes psicóticas foi 
reforçada com a presença de critérios de exclusão que impedem que o diagnóstico 
seja efetuado na presença de quadros como o “Transtorno obsessivo-compulsivo” e 
o “Transtorno dismórfico corporal”. 
A catatonia não é mais apresentada como um subtipo da esquizofrenia ou 
uma classe independente. Na atual versão passa a ser dividida como: “catatonia 
associada com outros transtornos mentais”; “catatonia associada com outras 
condições médicas”; ou “catatonia não-especificada”. 
Aceita-se que o quadro possa ocorrer em diversos contextos e o diagnóstico 
requer a presença de no mínimo três dos doze sintomas listados. O dsm-5 permite 
que a catatonia seja empregada como um especificador no “Transtorno depressivo”, 
“Transtorno bipolar” e “Transtornos psicóticos”, ou diagnosticada de forma isolada 
no contexto de outras condições médicas. 
O espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos inclui 
esquizofrenia, outros transtornos psicóticos e transtorno (da personalidade) 
esquizotípica. Esses transtornos são definidos por anormalidades em um ou mais 
dos cinco domínios a seguir: delírios, alucinações, pensamento (discurso) 
desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal 
(incluindo catatonia) e sintomas negativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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17 
Delírios 
 
Os delírios são crenças fixas, não passíveis de mudança à luz de evidências 
conflitantes. Seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas (p. ex., 
persecutório, de referência, somático, religioso, de grandeza). 
Delírios persecutórios (i.e., crença de que o indivíduo irá ser prejudicado, 
assediado, e assim por diante, por outra pessoa, organização ou grupo) são mais 
comuns. 
Delírios de referência (i.e., crença de que alguns gestos, comentários, 
estímulos ambientais, e assim por diante, são direcionados à própria pessoa) 
também são comuns. 
Delírios de grandeza (i.e., quando uma pessoa 
crê que tem habilidades excepcionais, riqueza ou fama) 
e delírios erotomaníacos (i.e., quando o indivíduo crê 
falsamente que outra pessoa está apaixonada por ele) 
são também encontrados. 
Delírios niilistas envolvem a convicção de que 
ocorrerá uma grande catástrofe, e delírios somáticos 
concentram-se em preocupações referentes à saúde e à função dos órgãos. 
Delírios são considerados bizarros se claramente implausíveis e 
incompreensíveis por outros indivíduos da mesma cultura, não se originando de 
experiências comuns da vida. Um exemplo de delírio bizarro é a crença de que uma 
força externa retirou os órgãos internos de uma pessoa, substituindo-os pelos de 
outra sem deixar feridas ou cicatrizes. Um exemplo de delírio não bizarro é acreditar 
que a pessoa está sob vigilância da polícia, apesar da falta de evidências 
convincentes. 
Os delírios que expressam perda de controle da mente ou do corpo 
costumam ser considerados bizarros; eles incluem a crença de que os pensamentos 
da pessoa foram “removidos” por alguma força externa (retirada de pensamento), de 
que pensamentos estranhos foram colocados na mente (inserção de pensamento) 
 
 
 
 
 
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ou de que o corpo ou as ações do indivíduo estão sendo manipulados por uma força 
externa (delírios de controle). 
Distinguir um delírio de uma ideia firmemente defendida é algumas vezes 
difícil e depende, em parte, do grau de convicção com que a crença é defendida 
apesar de evidências contraditórias claras ou razoáveis acerca de sua veracidade. 
 
Alucinações 
 
Alucinações são experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem um 
estímulo externo. São vívidas e claras, com toda a força e o impacto das 
percepções normais, não estando sob controle voluntário. Podem ocorrer em 
qualquer modalidade sensorial, embora as alucinações auditivas sejam as mais 
comuns na esquizofrenia e em transtornos relacionados. 
Alucinações auditivas costumam ser vividas como vozes, familiares ou não, 
percebidas como diferentes dos próprios pensamentos do indivíduo. As alucinações 
devem ocorrer no contexto de um sensório sem alterações; as que ocorrem ao 
adormecer (hipnagógicas) ou ao acordar (hipnopômpicas) são consideradas como 
pertencentes ao âmbito das experiências normais. Em alguns contextos culturais, 
alucinações podem ser elemento normal de experiências 
religiosas. 
 
Desorganização do Pensamento (Discurso) 
 
A desorganização do pensamento (transtorno do 
pensamento formal) costuma ser inferida a partir do 
discurso do indivíduo. Este pode mudar de um tópico a outro (descarrilamento ou 
afrouxamento das associações). As respostas a perguntas podem ter uma relação 
oblíqua ou não ter relação alguma (tangencialidade). 
 
 
 
 
 
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Raras vezes, o discurso pode estar tão gravemente desorganizado que é 
quase incompreensível, lembrando a afasia receptiva em sua desorganização 
linguística (incoerência ou “salada de palavras”). Uma vez que o discurso levemente 
desorganizado é comum e inespecífico, o sintoma deve ser suficientemente grave a 
ponto de prejudicar de forma substancial a comunicação efetiva. 
A gravidade do prejuízo pode ser de difícil avaliação quando a pessoa que 
faz o diagnóstico vem de um contexto linguístico diferente daquele de quem está 
sendo examinado. Pode ocorrer desorganização menos grave do pensamento ou do 
discurso durante os períodos prodrômicos ou residuais da esquizofrenia. 
 
Comportamento Motor Grosseiramente Desorganizado ou Anormal (Incluindo 
Catatonia) 
 
Comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal pode se 
manifestar de várias formas, desde o comportamento “tolo e pueril” até a agitação 
imprevisível. Os problemas podem ser observados em qualquer forma de 
comportamento dirigido a um objetivo, levando a dificuldades na realização das 
atividades cotidianas. 
Comportamento catatônico é uma redução acentuada na reatividade ao 
ambiente. Varia da resistência a instruções (negativismo), passando por 
manutenção de postura rígida, inapropriada ou bizarra, até a falta total de respostas 
verbais e motoras (mutismo e estupor). Pode, ainda, incluir atividade motora sem 
propósito e excessiva sem causa óbvia (excitação 
catatônica). 
Outras características incluem movimentos 
estereotipados repetidos, olhar fixo, caretas, mutismo e 
eco da fala. Ainda que a catatonia seja historicamente 
associada à esquizofrenia, os sintomas catatônicos 
são inespecíficos, podendo ocorrer em outros 
transtornos mentais (p. ex., transtornos bipolar ou 
 
 
 
 
 
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depressivo com catatonia) e em condições médicas (transtorno catatônico devido a 
outra condição médica). 
 
Sintomas Negativos 
 
Sintomas negativos respondem por uma porção substancial da morbidade 
associada à esquizofrenia, embora sejam menos proeminentes em outros 
transtornos psicóticos. Dois sintomas negativos são especialmente proeminentes na 
esquizofrenia: expressão emocional diminuída e avolia. 
Expressão emocional diminuída inclui reduções na expressão de emoções 
pelo rosto, no contato visual, na entonação da fala (prosódia) e nos movimentos das 
mãos, da cabeça e da face, os quais normalmente conferem ênfase emocional ao 
discurso. A avolia é uma redução em atividades motivadas, autoiniciadas e com 
uma finalidade. 
A pessoa pode ficar sentada por períodos longos e mostrar pouco interesse 
em participar de atividades profissionais ou sociais. Outros sintomas negativos 
incluem alogia, anedonia e falta de sociabilidade. A alogia é manifestada por 
produção diminuída do discurso. 
A anedonia é a capacidade reduzida de ter 
prazer resultante de estímulos positivos, oudegradação na lembrança do prazer anteriormente 
vivido. A falta de sociabilidade refere-se à aparente 
ausência de interesse em interações sociais, podendo 
estar associada à avolia, embora possa ser uma 
manifestação de oportunidades limitadas de interações 
sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Autismo e suas origens 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Partindo do pressuposto que o autismo não tem ainda uma causa específica 
definida trata-se, pois de uma síndrome (conjunto de sintomas), mas sendo também 
tratada através de remédios e terapias, levando em consideração o posicionamento 
da Classificação Internacional de Doenças 10 – (CID 10), que classifica o autismo 
como sendo um Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) e mais recentemente 
como Transtorno Invasivo de Desenvolvimento (TID) por não estar oficialmente 
ainda na CID 10 será usado do termo TGD, e assim desmistificando a sua relação 
com fatores raciais, étnicos ou até mesmo sociais. Existem, no entanto, apenas 
suspeitas de fatores psicológicos no meio ambiente dos portadores de autismo, 
porém não existem provas cientificas que respaldem provando a influência. 
Identificar a origem do autismo não é tarefa fácil, são várias as hipóteses da origem 
desse transtorno. 
 Uma das principais características do TGD é um pequeno grau de interação 
social, comportamento e comunicação, a complexidade dos sintomas e a 
diversidade das explicações perpetuam até hoje. Diferentes autores concordam em 
citar o autismo como uma questão que apresenta grandes controvérsias, uma vez 
que engloba, dentro dos seus conceitos, uma gama bastante variada de doenças 
com diferentes quadros clínicos que tem como fator comum o autismo. 
 
 
 
 
 
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A primeira vez que a nomenclatura autista 
foi utilizada em 1906, por Plouller, identificando 
como a perda de contato com a realidade que por 
consequência acarreta uma dificuldade e até 
mesmo uma impossibilidade de comunicação e 
interação social. (GAUDERER, 1997, p. 6). 
Arrisca-se até em afirmar que é um mundo 
impenetrável, o relacionamento com uma pessoa 
com autismo é muito complexo e de difícil compreensão e explicação. Por isso tanto 
divergências a respeito do próprio conceito de autismo, vários pesquisadores 
entram em conflito quando visa à conceituação deste transtorno, de forma que o 
estudo do mesmo é comparado como se fosse uma pesquisa de antropológica em 
Marte. Sendo o autismo um mundo desconhecido, sem um inicio e um fim, afirma 
também o autor que a incidência poderia ser cinco vezes mais comum que a própria 
síndrome de Down e três vezes mais comuns que os diabetes. (OLIVER, 1995, p. 
09). 
A necessidade de imutabilidade é uma das características típicas entre as 
pessoas com autismo, que tem, diga–se de passagem, a fascinação por 
movimentos circulares, repetição de movimentos incansavelmente como ficar 
rolando caneta entre os dedos ascender e apagar a luz ou até mesmo ficar 
observando o movimento de um ventilador durante horas. 
Entretanto, os autistas têm uma ótima memória, gravando com muita 
facilidade datas, nomes, fatos que são repetidos com precisão após um 
determinado tempo semanas. Alguns dos movimentos dessas pessoas são 
considerados estereotipados como sacudir as mãos, autoninar, girar objetos 
compulsivamente. São ótimos também atividades como montagem de quebra-
cabeças, mas apresentam dificuldade se nessa tarefa for requerido compreender o 
significado, como, por exemplo, compreender uma seqüência de imagens que 
contenham uma história. (PEETERS, 1998, p.10). 
 
[...] eles sentem, ouvem e veem, mas seu cérebro administra estas 
informações de maneira peculiar (por este motivo a definição do autismo no 
 
 
 
 
 
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Manual de Diagnostico e Estatística de Distúrbios Mentais - DSM IV é 
relacionada com desajustes qualitativos na comunicação e interação social 
(PEETERS, 1998, p.10). 
 
O autismo mesmo com os avanços tecnológicos não se pode chegar a um 
diagnostico preciso, uma série de condições tem sido descritas e estudada, visando 
assim uma maior compreensão do significado do ser autista. Conhecido desde a 
década de 40 quando foi descrita por Leo Kanner que publicou em 1943 nos 
Estados Unidos em sua obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, que 
identificou entre os autistas uma grande diferença entre os demais pelo 
comportamento peculiar com dificuldade extrema de manter relações interpessoais 
consistindo esse conjunto de sinais a relação direta com o quadro de esquizofrenia. 
(GAUDERER, 1997, p.6). 
Autores, como Barack, reforçam a ideia do déficit cognitivo, frisando que o 
autismo tem sido, nos últimos anos, enfocado sob a ótica desenvolvimentista, sendo 
relacionado à deficiência mental uma vez que cerca de 70 a 80% das pessoas com 
autismo o são. No entanto, pela penetração e abrangência dos conceitos, somos 
obrigados a nos reter ao autismo a partir de sua constelação comportamental, para 
que possa ser explorado minuciosamente e para que possam ser estabelecidas 
conexões causais dentro das possibilidades atuais (BARACK, 1992, p 324). 
Segundo Gauderer a definição resumida de autismo pela “The National 
Society for Autistic Childrem” USA - 1978 é: 
 
 Autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de 
maneira grave, durante toda a vida. É incapacidade, e aparece tipicamente 
nos três primeiros anos de vida. Acontece cerca de cinco entre cada dez 
mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas. 
É uma enfermidade encontrada em todo o mundo e em famílias de toda 
configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu provar nenhuma 
causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar 
autismo (GAUDERER, 1993, p. XI). 
 
Embora haja estudos no mundo inteiro, apesar das várias definições a mais 
adequada e aceita é de Gauderer, as causas do autismo ainda não puderam ser 
detectadas, os sintomas variam amplamente e manifestam-se de diversas formas, 
 
 
 
 
 
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variando do mais leve ao mais alto comprometimento. Não existe ainda uma cura, 
apenas tratamento com o objetivo de desenvolver suas habilidades da melhor 
maneira possível. 
 
Autismo infantil 
 
A síndrome aparece em idades 
precoces tendo em vista a presença de 
desvios nas relações interpessoais 
principalmente desenvolvendo dificuldades 
em suas comunicações linguagens e comportamentos. Cabe ressaltar que o 
autismo infantil é predominante de condições crônicas com início na infância, 
permanecendo até o final do terceiro ano de vida. (SCHWARTZMAN, 1994, p. 7). 
Segundo Gauderer (1997) é de extrema importância que se tenha 
observação bem clara sobre a criança com autismo, pois as mesmas apresentam 
algumas características que trazem como base elementos nítidos para se ter uma 
percepção maior do autismo em si. Dentro de uma visão clínica de diagnostico o 
portador de autismo apresenta comportamentos estereotipados. Exemplificando: 
1. Início antes dos dois anos e seis meses (trinta meses); 
2. Os mesmos apresentam uma forma de desvio do desenvolvimento social; 
3. Uma determinada forma de desvio do desenvolvimento da linguagem; 
4. Apresentam comportamentos estereotipados e rotinas; (por exemplo, as 
brincadeiras são repetitivas pouco imaginativas e sem variedades trazendo uma 
rotina frequente; 
5. Ausência de delírios, alucinações e distúrbios do pensamento do tipo 
esquizofrênico. 
 A criança autista apresenta um rosto inexpressivo dificultando a apreensão 
de suas emoções, porém essa internalização reflete em contato com outras 
pessoas. A maioria das crianças com autismo possui uma fisionomia normal, porém 
 
 
 
 
 
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sua seriedade pode dar a impressão errada de muita inteligência. (GAUDERER, 
1997, p 43). 
A pessoa portadora de autismo tem uma expectativa de vida normal. Uma 
reavaliaçãoperiódica é necessária para que possam ocorrer ajustes necessários 
quanto às suas necessidades, pois os sintomas mudam e alguns podem 
desaparecer com a idade. As formas mais graves dessa síndrome apresentam 
sintomas como os de autodestruição, gestos repetitivos e, raramente, 
comportamento agressivo, que podem ser muito resistentes a mudanças 
necessitando frequentemente de tratamento e 
técnicas de aprendizagens muito criativas e 
inovadoras. (GAUDERER, 1997, p. 3) 
Ainda conforme autor acima, o autismo 
infantil é mais frequente em meninos do que 
em meninas, tendo uma proporção aproximada 
de três para um, todavia nas meninas com 
autismo a probabilidade está associada a sua 
história familiar comumente ligada a problemas cognitivos. Perante a importância da 
observação provinda dos genitores faz-se necessário lembrar que os pais são os 
maiores conhecedores dos seus filhos, sendo eles, as pessoas mais importantes 
aos aspectos que originam tais preocupações, aspectos esses, direcionados a uma 
avaliação segura do dia a dia da criança ligados a uma proximidade da síndrome do 
autismo, no entanto quando os pais se deparam com esse problema, cabe a eles 
então procurarem um profissional conhecedor do assunto, assegurando ai um 
tratamento adequado a essa criança. Uma vez que esse profissional estará 
utilizando de perguntas usuais sobre o desenvolvimento da criança autista. 
(GAUDERER, 1997, p. 03). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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