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Geografia Crítica e Autores

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Geografia Crítica
Alunos: Antônio Silveira de Souza Junior, Elizabeth Rodrigues dos Santos, Madonna Gada Maldonado, Margreht Ana Woitchach & Romário Douglas Penha Lopes
Geografia – licenciatura - UEMS
Antônio Carlos Robert Moraes, nasceu em 7 de junho de 1954 em Poços de Caldas – MG. Moraes participou da luta contra a ditadura militar foi membro do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), se formou em geografia em 1977 e em Ciências Sociais em 1979. Sua grande contribuição foi nas áreas de geografia, história, política, sociologia. Se formou na USP, onde obteve seus títulos de mestrado e doutorado, nessa mesma universidade foi professor a partir de 1982 e em 2005 foi alçado professor titular do Departamento de Geografia. Publicou mais de 26 livros e elaborou para o governo brasileiro políticas de ordenamento territorial e ambiental. Faleceu no hospital São Luís em São Paulo em 16 de julho de 2015 em decorrência de complicações devido a um transplante de fígado.
Em seu livro Geografia – Pequena História Crítica, Antônio Carlos Robert Moraes, faz uma reflexão acerca da geografia. Para isso o autor faz um apanhado do desenvolvimento do pensamento geográfico. Em seus dois primeiros capítulos, o autor se debruça na questão da definição da geografia e seu objeto de estudo. No capítulo terceiro, aborda as origens do pensamento geográfico, sendo que do quarto ao oitavo capítulo, o autor trabalha o surgimento e evolução da geografia tradicional, as escolas francesa, alemã e racionalista. Nos três últimos capítulos do livro é trabalhador o movimento de renovação geográfica, a geografia Pragmática e Critica. Em toda analise o autor faz a abordagem histórica para o melhor entendimento do desenvolvimento das escolas ou correntes do pensamento geográfico.
A geografia Crítica surge no contexto dos anos 70. Temos nesse período grandes problemas econômicos e ecológicos, como por exemplo a crise do petróleo, a guerra do Vietnã, o mundo bi polarizado a Alemanha dívida em zonas de influência, entre outros. Toda essa problemática embasara essa nova geografia, que surge para romper com a geografia Tradicional e a Pragmática. Os autores da geografia crítica, veem o objeto da geografia, ou seja, o espaço não como algo descritivo, como era até então visto pelas outras correntes, mas como, algo um espaço que deve ser levado em conta, analisando profundamente o contexto histórico, social, econômico.
A geografia crítica, faz a interdisciplinaridade, da ciência geografia com as outras áreas do saber, como por exemplo, a história, a economia, a filosofia entre outras. A nova corrente, busca romper com as anteriores, ao fazer duras críticas ao Estado, ao sistema capitalista, a estratificação social, a alienação provocada pelo trabalho. O Estado, é visto como o mantenedor do poder e da ordem social, protegendo a burguesia que são os donos do meio de produção. Aliás, essa análise, se aproxima da tese Hegeliana, de justificativa do estado, que é de manter a ordem social. O tempo todo essa corrente flertara com outras áreas do conhecimento.
Um dos grandes nomes da Geografia Crítica é sem dúvidas, Yves Lacoste, que sofreu exilio de seu pais, a França, justamente por suas atitudes e sobretudo ideias revolucionarias. Lacoste afirmava existir duas geografias. A “Geografia dos Estados Maiores” e a “Geografia dos Professores”. A primeira, seria para fundamentada para manter o poder do Estado, e a segunda, com função dupla: de ocultar a atuação da Geografia do Estado e de apresentar a geografia como conhecimento “inútil”.
Lacoste, via a Geografia Tradicional, como aliada do Estado Capitalista com a função de manter o poder com a burguesia detentora dos meios de produção capitalista. A esta classe poderosa, pertence a visão mais abrangente do espaço, que ele denomina “espaço integrado”, enquanto, aos proletários resta a visão mais restrita deste mesmo espaço. Lacoste, via a geografia como uma alternativa para se combater essa dominação, para este autor, a Geografia poderia ser usada como uma arma para combater os detentores do poder.
Outro autor de destaque na geografia Crítica é Pierre George, um dos responsáveis pela Geografia da Denúncia, que recebe esta pecha pelo fato de fazer a denúncias das realidades espaciais injustas e contraditórias, proporcionalizada pelo capitalismo. Essa Geografia da Denúncia, é a que mostra a realidade da subnutrição, miséria, favelas, a alienação no trabalho. Nesta esteira, um grande nome da Geografia Crítica no Brasil, é Milton Santos. Tal autor aborda suas teses críticas no livro Por uma nova Geografia Nova, onde com fundamento na revolução do pensamento geográfico, promovida pela geografia Crítica, busca uma nova concepção de espaço geográfico e responder a questão do que é geografia.
Diante do exposto, infere-se que a geografia Crítica promoveu uma verdadeira revolução no pensamento geográfico de até então. Esta, se atentou para a questão do objeto da geografia, a ser o espeço geográfico, não visto como descritivo, mais próximo da geografia física, porém, de forma mais contundente. Ao se abordar o espaço geográfico insta atentar-se, para o viés social, econômico, histórico, ou seja, enxergar o espaço como um todo muito mais abrangente.
Com isso, vemos, a aproximação do espaço geográfico, com a geografia humana, levando em conta na abordagem, inúmeros fatores e principalmente o fator “Homem”, o grande ator de todo esse arco. Vale salientar, que nesse processo, a ciência geografia, deixou de ser vista como algo isolado, a par das outras ciências. A geografia Crítica traz para a discussão geográfica, noções de economia, política, história, sociologia, filosofia entre outras. Cumpre ressaltar, a contribuição de vários nomes de outras áreas das ciências, como Karl Marx, e seu materialismo histórico e Dialético; Michel Foucault e sua reflexão filosófica embasado no tripé saber-poder-sujeito; como também Immanuel Kant e sua ideia, tese e antítese. Tudo isso contribuindo para a grande evolução do pensamento geográfico promovido por esta corrente.
Referências Bibliográficas
MORAES,A.C.R.Geoagrafia: Pequena história critica ..Ed Annablume,2003 ,p 113- 149
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