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QUESTÃO 40 - 40 EXAME DA OAB

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QUADRAGÉSIMO EXAME DA ORDEM UNIFICADO. 
DIREITO CIVIL 
QUESTÃO 40 
Joana trabalhou por 15 anos como empregada doméstica na residência 
de Alzira, um imóvel de 60 metros quadrados, herdado de seu falecido 
pai. Durante todo esse período, Joana percebeu salários mensais, tal 
como acordado, porém nunca recebeu as verbas referentes às férias e ao 
décimo terceiro salário, bem como nunca teve as contribuições 
previdenciárias devidamente recolhidas. 
Depois da rescisão contratual, Joana promoveu a ação trabalhista, 
visando receber as verbas devidas e não pagas, tendo seus direitos 
reconhecidos por sentença transitada em julgado. 
Não obstante, o pagamento das verbas não foi realizado e, fato 
seguinte, foi promovida a execução, momento em que Joana, 
representada por seu advogado, diante do não pagamento e da 
inexistência de outros bens, requereu a penhora do imóvel residencial de 
Alzira. 
Ante a hipótese narrada, considerando que o imóvel residencial de 
Alzira é o único que ela possui, assinale a afirmativa correta. 
A) O imóvel é impenhorável, mas os bens móveis que o guarnecem são 
penhoráveis, independentemente do valor dos mesmos. 
B) O imóvel é impenhorável, bem como são impenhoráveis os móveis 
que guarnecem a casa, exceto as obras de arte e os adornos suntuosos. 
C) O imóvel na execução promovida por Joana é, em qualquer 
hipótese, penhorável. 
D) O imóvel, na execução promovida por Joana, é penhorável, desde 
que comprovada a má-fé da devedora. 
LETRA “B” CORRETA. 
FUNDAMENTO: ARTS. 1° E 2° DA LEI Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990 
(DISPÕE SOBRE A IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA). 
Vejamos: 
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é 
impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, 
fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou 
 
 
pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas 
hipóteses previstas nesta lei. 
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual 
se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer 
natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou 
móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. 
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras 
de arte e adornos suntuosos. 
Considerando a situação apresentada, a correta interpretação legal é 
que o imóvel residencial de Alzira, onde Joana trabalhou como 
empregada doméstica, é considerado impenhorável. Isso significa que 
ele não pode ser utilizado para o pagamento das verbas trabalhistas 
devidas a Joana, pois é o único bem de Alzira. 
Essa proteção é garantida pela Lei nº 8.009/1990, que estabelece a 
impenhorabilidade do bem de família. Segundo essa lei, o imóvel 
residencial próprio do devedor, desde que seja utilizado como moradia 
da entidade familiar, não pode ser penhorado para pagamento de dívidas 
civis, comerciais, fiscais, previdenciárias ou de outra natureza, exceto em 
algumas situações específicas previstas na legislação. 
Além disso, é importante ressaltar que, de acordo com a lei, os móveis 
que guarnecem a casa também são considerados impenhoráveis. No 
entanto, existem exceções, como os veículos de transporte, obras de 
arte e adornos suntuosos, que podem ser penhorados para pagamento 
de dívidas. 
Portanto, a impenhorabilidade do imóvel residencial de Alzira e dos 
móveis que guarnecem a casa protege esses bens da execução 
trabalhista movida por Joana, mesmo que ela tenha direito às verbas não 
pagas (exceto as obras de arte e os adornos suntuosos). Segue julgado 
que trata do tema: 
OBRAS DE ARTE. PENHORA. POSSIBILIDADE. 
Como se sabe, nos termos do art. 2º da Lei 8009/90, que dispõe sobre a 
impossibilidade de constrição de bens de família, "excluem-se da 
impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos 
suntuosos." Desta forma, a simples alegação de que os quadros 
encontrados na residência dos Executados, ora Agravantes, possuem valor 
sentimental não é o bastante para impedir a penhora de tais bens. (TRT-3 - 
 
 
APPS: 00013548120105030008 MG 0001354-81.2010.5.03.0008, Relator: 
Carlos Roberto Barbosa, Data de Julgamento: 22/07/2021, Oitava Turma, 
Data de Publicação: 22/07/2021.)

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