Buscar

Anatomia Vegetal: Epiderme e Estômatos

Prévia do material em texto

Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Biociências
Disciplina: Anatomia Vegetal / Histologia e Anatomia Vegetal
Prof.ª Laís Angélica Borges
Areia, PB
EPIDERME VEGETAL
PADRÃO DO CORPO DE UMA PLANTA
Eixo axial bipolar
-Polos caulinar e radicular
Epiderme
Tecido mais externo dos órgãos vegetais em estrutura primária.
- Absorção de água e sais minerais x
Restringir a perda de água
- Realizar trocas gasosas
- Proteção contra:
• Ação da radiação solar, evitando o 
superaquecimento do citoplasma 
das células do mesofilo
• Invasão de agentes patogênicos
• Secreção
- Com relação à reprodução:
• Liberação dos grãos de pólen
• Reconhecimento dos grãos de 
pólen no estigma
• Atração de polinizadores 
(coloração de pétalas, odor de 
flores, produção de néctar)
Funções:
Características das células epidérmicas:
- Vivas
- Sem Cloroplastos – exceção: células-guarda dos estômatos e epiderme
de órgãos aéreos de plantas aquáticas ou terrestres de ambientes
sombreados
- Vacuoladas; vacúolos podem conter diversos tipos de substâncias (ex:
taninos, mucilagem, cristais, pigmentos - antocianinas)
- Justapostas (sem espaços intercelulares)
- Parede celular primária com cutina na parede periclinal externa
Qual é o erro nessa figura?
Parede celular periclinal externa
Bacopa monnierioides, caule, seção 
transversal.
- Cutina (lipídio), principalmente nas partes aéreas: impregnada às paredes
(cutinização) ou como camada separada – cutícula (cuticularização).
- Cutícula: proteção contra a perda de água e contra o excesso de
luminosidade ou radiação solar;
- Ceras: epicuticular (superfície da cutícula) e intracuticular (partículas dentro
da matriz de cutina); ornamentações com valor taxonômico.
Estômato e cera 
epicuticular. Musa rosacea, 
face abaxial da folha
Origem:
- Protoderme
- Divisões anticlinais (mais comuns): uma camada de células → epiderme 
simples
- Divisões periclinais: mais de uma camada de células → epiderme 
múltipla (camada mais externa com características típicas de epiderme e 
camadas subjacentes diferentes do mesofilo por apresentar pouco ou 
nenhum cloroplasto)
Epiderme bisseriada. Palicourea rigida, face 
adaxial da folha, seção transversal.
Epiderme unisseriada. Camelia sp. 
folha, seção transversal.
Velame (V). Cattleya sp., raiz,
seção transversal.
Velame ou velâmen (l. velamen=véu ou vestimenta de magistrado) –
epiderme múltipla que normalmente recobre as raízes de orquídeas e
outros grupos epifíticos como aráceas e bromélias. Normalmente
confere uma coloração esbranquiçada ou argêntea às raízes.
Atenção!
Hipoderme: uma ou mais camadas de células abaixo da epiderme que
podem ser interpretadas como epiderme múltipla.
Qual é a diferença?
Epiderme múltipla: oriunda da protoderme
Hipoderme: oriunda do meristema fundamental.
É difícil diferenciá-las, sendo necessário analisar a ontogênese dos tecidos.
Hipoderme da folha de 
Paepalanthus canastrensis. (corte 
transversal) Foto de Castro, N. M. & 
Oliveira, P.T.
Paepalanthus paulinus. Foto de 
Castro, N. M. & Oliveira, P.T.
Forma celular
Vista FRONTAL (corte paradérmico):
Impatiens sp., face abaxial 
da folha.
Células poligonais ou irregulares –
limbo das folhas com nervação 
reticulada
Células alongadas e com o maior eixo 
paralelo ao sentido longitudinal do 
órgão – órgãos alongados, limbos 
foliares com nervação paralelinérvea e 
sobre a nervura de folhas
Poaceae.
Coffea arabica, face adaxial 
da folha.
Forma celular
Vista TRANSVERSAL:
Células epidérmicas comuns: tabulares, paliçádicas, isodiamétricas
Tipos celulares:
É um tecido complexo, com diversos tipos celulares que exercem diferentes
funções:
- Células epidérmicas comuns (maior parte)
- Células-guarda dos estômatos
- Células subsidiárias
- Células buliformes
- Litocistos
- Células suberosas e silicosas
- Tricomas
Estômatos
- Do grego stoma: boca
- Função: entrada e saída de ar no interior dos órgãos em que se encontram ou
saída de água.
Célula comum da epiderme
Estômato
Folha cafeeiro
Estômatos
- Duas células-guarda ou estomáticas + fenda estomática (ostíolo)
Folha cafeeiro
Célula comum 
da epiderme
Células-guarda 
dos estômatos
Células subsidiárias
Ostíolo 
(fenda estomática)
Estômatos
- Células subsidiárias: circundam o estômato e são diferentes das demais células
epidérmicas
- Complexo ou aparelho estomático: conjunto das células-guarda e subsidiárias
- Câmara subestomática: espaço intercelular delimitado pelas células do
parênquima clorofiliano e que se comunica com os espaços intercelulares do
mesofilo
Células-guarda 
dos estômatos
Células subsidiárias
Estômatos - funcionamento
Abertura e fechamento dos estômatos: variação de turgescência das células-
guarda (vídeos).
Estômatos - classificação
Anomocítico (ranunculáceo):
número variável de células
subsidiárias que não diferem em
formato e tamanho das demais
células epidérmicas.
Anisocítico (crucífero): três
células subsidiárias de tamanhos
diferentes
Estômatos - classificação
Paracítico (rubiáceo): cada lado
do estômato com uma ou mais
células subsidiárias cujo eixo
longitudinal é paralelo à fenda
estomática
Diacítico (cariofiláceo): duas
células subsidiárias cujo maior
eixo forma um ângulo reto com a
fenda estomática.
Estômatos - classificação
Actinocítico: células subsidiárias
dispõem-se radialmente; pouco
comum.
Tetracítico: quatro células
subsidiárias, duas paralelas às
células-guarda e o outro par é
polar e frequentemente menor.
Estômatos - distribuição
Frequentes nas partes aéreas fotossintetizantes, principalmente na lâmina
foliar; ausentes em raízes e partes aéreas de plantas aclorofiladas.
Estômatos não funcionais: pétalas, plantas aquáticas submersas, áreas
despigmentadas de folhas de plantas variegadas
Lâmina foliar:
Folha epiestomática: estômatos na face adaxial
Folha hipoestomática: estômatos na face abaxial
Folha anfiestomática: estômatos em ambas as faces
Anfiepiestomáticas
Anfihipoestomáticas
Número por mm2: variável
Distribuição aleatória, em faixas paralelas ou agrupados
Apêndices epidérmicos
Presentes em qualquer órgão vegetal, de forma permanente ou
efêmera. Apresentam grande variedade de formas e conteúdo
diversificado.
Células com parede celular em geral celulósica, podendo espessar-se e
sofrer lignificação, impregnação de sílica e carbonato de cálcio.
Tricomas: altamente variados em estrutura e função, podem ser
classificados em:
- Tricomas tectores (não glandulares)
- Tricomas glandulares
Apêndices epidérmicos
- Tricomas tectores: não produzem nenhum tipo de secreção. Podem
ser unicelulares, multicelulares, ramificados ou não..
Pluricelular ramificado 
Croton sonderianus
(marmeleiro)Unicelular
(pelos radiculares)
Pluricelular unisseriado
Apêndices epidérmicos
- Tricomas tectores:
Algodão
Apêndices epidérmicos
- Tricomas glandulares: secreção de várias substâncias: óleos, néctar,
sais, resinas, mucilagem, sucos digestivos, água, substâncias urticantes.
- São cobertos por cutícula, possuem um pedúnculo e uma cabeça uni ou
pluricelular e uma célula basal inserida na epiderme. A cabeça geralmente é a
porção secretora.
Pedúnculo
Cabeça
Apêndices epidérmicos
- Tricomas glandulares:
Células especializadas da epiderme
Buliformes ou motoras:
- Maiores que as demais células
epidérmicas
- Sem cloroplastos
- Parede celular fina
- Grande vacúolo com água
- Monocotiledôneas, principalmente
Poaceae
- Movimento de enrolamento e
desenrolamento das folhas
Folha de pastinho-de-inverno 
(Poa annua) – C3
Células especializadas da epiderme
Litocisto: células grandes
contendo um cristal de
carbonato de cálcio,
denominado cistólito.
- Silicosas: corpos silicosos de
forma variada no lume ou
sílica depositada na parede
celular.
Recapitulando:
Epiderme
Definição
Funções
Características celulares
Cutina e cutícula
Epiderme simples xmúltipla x hipoderme
Estômatos
Tricomas
Outros tipos celulares