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Relatório Psicologia Social

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Este trabalho trata de um relatório sobre a quarta atividade realizada na disciplina de Psicologia Social. Tem como objetivo relacionar a atividade que foi realizada na sala de aula, com o conteúdo programático “Reflexões sobre exclusão e desigualdade social: estigma, preconceito, estereótipo e discriminação” que tem como base os textos Pérez-Nebra e Jesus, denominado de “Preconceito, estereótipo e discriminação”, e o de JODELET, que se chama “Os processos psicossociais da exclusão”.
No dia 11 de junho de 2015 assistimos a dois vídeos na sala D3 do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, o primeiro vídeo se chamava “Vida Maria”, e o segundo “Severinas: as novas mulheres do Sertão”. Nesta atividade nós tínhamos que relacionar o conteúdo desses vídeos com os textos propostos para o conteúdo programático da disciplina. 
Dessa forma, o primeiro vídeo trata da representação de um ciclo que se repete na vida de muitas Marias de determinado local, pois pela falta de oportunidades e a presença marcante de uma cultura conservadora e excludente, essas Marias tem seus destinos traçados sem se quer ao menos poder questioná-los. Neste vídeo, a pequena Maria ainda é sonhadora, podemos perceber que existe vontade de viver algo diferente do que lhe é imposto, mas a sua mãe, que é outra Maria, logo corta esses pensamentos e mostra a pequena que o lugar dela é cuidando dos afazeres domésticos. E seguindo esse ciclo, como foi dito anteriormente, a pequena Maria cresce, casa e reproduz tudo que foi feito com ela na sua infância, quando ainda tinha pensamentos de mudanças, que logo foram cortados. 
Logo, podemos perceber uma representação do machismo, pois este ao afirmar que o lugar da mulher é cuidando da casa, faz com que as próprias mulheres também reproduzam esse tipo de pensamento. Segundo Pérez-Nebra e Jesus, o estereótipo é uma atribuição de crenças direcionadas a grupos ou pessoas, ou seja, são feitas generalizações a determinado grupo, ou indivíduo. Diante disso, criou-se o estereótipo que mulheres devem realizar os afazeres domésticos, e quando estas não os realiza existe o preconceito, pois este como afirmam as autoras, procede o estereótipo.
Com relação ao segundo vídeo “Severinas: as novas mulheres do sertão”, que foi documentado no interior do Piauí mais precisamente no município de Guaribas, podemos observar que ainda é vivenciado um forte machismo, expressos principalmente pelos homens da comunidade, como é dito no vídeo por Horácio Alves da Rocha um dos homens mais respeitados do município: “O homem é o gigante da mulher”. Porém, as mulheres possuem uma maior autonomia tanto econômica, já que há o programa de redistribuição de renda o “Bolsa Família”, como de emancipação dos objetivos de vida, pois mesmo estando inseridas num contexto desfavorável elas buscam meios para modificar essa realidade, demonstrando através de novos valores e proporcionando oportunidades de educação para seus filhos (as), assim dando-lhes o direito de escolher seu próprio destino.
É certo que, ambos os vídeos relatam a forte presença da exclusão social, uma vez que com foco na situação que as mulheres estão inseridas não está apenas pelas atitudes e práticas cotidianas nas diversas comunidades, mas também conforme Pérez-Nebra e Jesus (idem), é por meio da estrutura social que exclui as populações sócio historicamente, estratificando de maneira desigual os grupos e os indivíduos. Diante disso, é perceptível que o preconceito no Brasil é dissimulado pela cordialidade de uma cultura miscigenada, e que tem como tendência fazer generalizações a partir de questões singulares, com o intuito de predizer comportamentos através de um processo de aprendizagem.
Como consequência desse processo educativo, que se encontra numa dimensão de interação entre pessoas, o laço social se constrói de maneira perversa e contribui para que ocorra uma manifestação do preconceito através do ato discriminatório podendo se desenvolver de maneira social, econômica ou sexual. A precarização das relações de trabalho da mulher, é um exemplo explícito da discriminação, já que está sujeita ao trabalho informal, dependência financeira do marido, ou das políticas públicas de transferência de renda. E no que tange ao papel da mulher ela absorve e naturaliza à condição designada a mesma. Tanto que em um determinado momento do vídeo, é perguntado a uma moradora da comunidade, “O que é ser mulher?” E após muito pensamento ela não chega a conclusão alguma. Ou seja, ela não sabe definir sua posição, e isso é resultado de um histórico de vida e tradição que reforça a submissão feminina perante o homem, reflexo também da exclusão das mulheres para com a sociedade fazendo com que ela não saiba quem é e qual o seu papel.
Segundo Jodelet (apud, BILLIG,1987), preconceitos e estereótipos se sustentam do discurso social para servir as forças de poder e regular as relações de um determinado grupo em meio a socialização, em que a psicologia social possui um papel secundário, mas que explicita tais mecanismos de opressão, agressão, dominação, exploração e violência das formas mais variadas no cotidiano das sociedades.
Contudo, os processos psicossociais da exclusão, discriminação e estereótipos são bastante polissêmicos, sendo os indivíduos afetados por uma marginalização na tentativa de manutenção de um status quo. Sendo assim, a psicologia social busca através de estudos das relações sociais contribuir para análise das diversas formas de exclusão.
REFERÊNCIAS
PÉREZ-NEBRA, A. R.; JESUS, J. G. Preconceito, estereótipo e discriminação. In: TORRES, C. V.; NEIVA, E. R. Psicologia social: principais temas e vertentes. Editora Artmed, 2011, p. 219-237.
 JODELET, D. Os processos psicossociais da exclusão. In: SAWAIA, B. As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 17-28.

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