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História Página | 1 Sumário Atenas .................................................................... 3 Esparta ................................................................... 3 Roma ...................................................................... 3 Formação, apogeu e crise do sistema feudal ........... 4 Alta idade média ..................................................... 4 Cruzadas ................................................................. 5 Crise do feudalismo ................................................ 5 Portugal .................................................................. 6 Espanha .................................................................. 6 Inglaterra ................................................................ 6 França ..................................................................... 6 Absolutismo na França ............................................ 6 Absolutismo na Inglaterra ....................................... 7 Absolutismo na Espanha ......................................... 7 Absolutismo em Portugal ........................................ 7 Nicolau Maquiavel .................................................. 7 Thomas Hobbes ...................................................... 7 Revolução científica ................................................ 8 Reforma Luterana ................................................... 8 A reforma calvinista ................................................ 9 A reforma anglicana ................................................ 9 Comércio triangular ................................................ 9 Revoluções Inglesas .............................................. 10 Francis Bacon ........................................................ 11 René Descartes ..................................................... 11 Jon Lock ................................................................ 11 Voltaire ................................................................. 11 Montesquieu ........................................................ 11 Jean-Jacques Rousseau ......................................... 11 Denis Diderot ........................................................ 11 Espanha ................................................................ 11 Portugal ................................................................ 11 França ................................................................... 11 França ................................................................... 12 Astecas ................................................................. 12 Incas ..................................................................... 12 Maias .................................................................... 12 Argentina .............................................................. 13 Haiti ...................................................................... 13 Lei do açúcar - 1764 ............................................. 14 Lei do Selo – 1765 ................................................ 14 Atos Townshend – 1767 ....................................... 14 Lei do Chá – 1773 ................................................. 14 Guerra civil americana 1861 – 1865 ...................... 15 Colonialismo século XVI x Imperialismo do século XIX ....................................................................... 16 Imperialismo na África.......................................... 16 Imperialismo na Ásia ............................................ 17 Imperialismo na América ...................................... 17 Expansionismo português .................................... 18 Expansionismo espanhol ...................................... 18 Atividades complementares ................................. 19 Invasões francesas ............................................... 19 Invasões holandesas ............................................. 19 Bandeiras ............................................................. 20 Período Pombalino ............................................... 20 Rebeliões nativistas .............................................. 20 Rebeliões separatistas .......................................... 21 A abertura dos portos – 1808 ............................... 21 A independência do Brasil, 1822........................... 22 Primeiro Reinado ................................................. 22 Constituição de 1824 ............................................ 22 Crise ..................................................................... 23 Período Regencial................................................. 23 Revolta dos Malês – Bahia, 1835 .......................... 24 Cabanagem – Grão-Pará, 1835-1840 .................... 24 Sabinada – Bahia, 1837 ........................................ 24 Balaiada – Maranhão, 1838-1841 ......................... 24 Guerra dos Farrapos – Rio Grande do Sul, 1835-1845 ............................................................................ 24 Segundo Reinado ................................................. 24 O desenvolvimento industrial ............................... 25 O movimento abolicionista ................................... 25 Lei Eusébio de Queirós – 1850 .............................. 25 Lei do Ventre Livre - 1871 ..................................... 25 Lei do Sexagenário – 1885 .................................... 25 Lei Áurea - 1888 ................................................... 25 Guerra do Paraguai 1864-1870 ............................. 25 O golpe republicano ............................................. 26 Governo provisório .............................................. 26 História Página | 2 Café, indústria e movimento operário. .................. 27 Arraial de Canudos ................................................ 28 Contestado ........................................................... 28 Cangaço ................................................................ 28 Revolta da Vacina ................................................. 28 Revolta da Chibata ................................................ 28 As eleições de 1930 – Ruptura do café com leite ... 29 Governo Provisório 1930 - 1934 ............................ 29 Governo Constitucional – 1934, 1937.................... 29 O fim do Estado Novo ........................................... 30 Governo Eurico Gaspar Dutra – 1946, 1950 ........... 30 Governo Vargas – 1951-1954 ................................ 31 Governo de Café Filho – 1954, 1955 ...................... 31 Governo Juscelino Kubitschek 1956-1961 ............. 31 Governo Jânio Quadros – 1961 ............................. 32 Governo João Goulart 1961 – 1964 ....................... 32 Governo Castelo Branco 1964 - 1967 .................... 32 Governo Costa e Silva 1967 – 1969 ....................... 32 Governo Médici 1969 – 1974 ................................ 33 Governo Geisel 1974 – 1979 ................................. 33 Governo Figueiredo 1979 – 1985 .......................... 33 Transição para a democracia ................................. 34 Governo de José Sarney (1985-1989) .................... 34 Governo Collor (1990-1992) .................................. 34 Governo Itamar Franco (1992-1994) ..................... 34 Governo Fernando Henrique (1995-2002) ............. 35 Governo Lula (2003-2011)..................................... 35 Reinos africanos.................................................... 35 Escravidão negra ................................................... 36 A primeira Constituição Francesa, em 1791 .......... 37 República Jacobina................................................ 37 Império francês ..................................................... 38 Congresso de Viena .............................................. 38 Fatores responsáveispelo pioneirismo inglês ........ 39 Ludismo ................................................................ 40 Cartismo ............................................................... 40 Socialismo utópico ................................................ 40 Socialismo científico ............................................. 40 Anarquismo .......................................................... 41 Cristianismo social ou socialismo cristão ............... 41 Liberalismo e democracia ..................................... 41 Romantismo ......................................................... 41 Nacionalismo ....................................................... 42 Unificação italiana ................................................ 42 Unificação alemã .................................................. 42 Comuna de Paris – 1870 ....................................... 43 Tríplice Aliança ..................................................... 44 Tríplice Entente .................................................... 44 Tratado de paz ..................................................... 45 Mencheviques ...................................................... 45 Bolcheviques ........................................................ 45 Stalinismo ............................................................ 46 New Deal ............................................................. 47 Fascismo italiano .................................................. 48 Fascismo alemão .................................................. 48 Fascismo português.............................................. 49 Fascismo espanhol ............................................... 49 Guerra Civil Espanhola.......................................... 50 Mundo pós-guerra ............................................... 50 Expansão do bloco socialista ................................ 51 Guerra da Coreia .................................................. 52 Revolução Chinesa ............................................... 52 Guerra do Vietnã .................................................. 52 Fragmentação da União Soviética ......................... 53 Macartismo: perseguição aos inimigos do capitalismo ........................................................... 54 Descolonização asiática ........................................ 55 Descolonização africana ....................................... 55 México ................................................................. 56 Cuba .................................................................... 57 Chile ..................................................................... 57 Argentina ............................................................. 57 União Europeia – um breve histórico .................... 58 Crises recentes do capitalismo mundial ................ 59 História Página | 3 Grécia Formação A localização geográfica e o solo pouco fértil transformaram o comércio na principal atividade econômica. A expansão comercial grega levou à colonização de vários pontos ao longo do Mediterrâneo, fundando cidades gregas. A sociedade se baseava nos genos, comunidades agrícolas autossuficientes, a propriedade era comunal e a política comandada pelo homem mais velho, o pater. Cada cidade possuía completa autonomia política e econômica, bem como suas próprias práticas religiosas e culturais. O poder passou, gradativamente, para um pequeno grupo de proprietários que se revezavam no controle político, constituindo uma oligarquia. Atenas Destaca-se dois grandes legisladores: Drácon e Sólon. O primeiro transformou em registro escrito o conjunto de leis baseado na tradição oral ateniense, reafirmando o poder da elite, os eupátridas. Sólon aboliu a escravidão dor dívidas, enfatizou o direito de qualquer pessoa prestar queixa de modo a corrigir uma injustiça, e propôs a divisão censitária da sociedade. Foram vários os tiranos que aproveitaram as medidas de Sólon, até a implantação da democracia. A construção da democracia Baseada na igualdade e direta, não havendo representação em eleições, assim, os relativamente pobres tinham o mesmo poder de decisão que os mais ricos. Na Ágora era organizada a Eclésia, assembleia que reunia para discutir assuntos políticos. Cidadãos eram homens, filhos de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos, excluindo mulheres, estrangeiros (metecos) e os escravos. Sociedade Cidadãos: controlavam o poder político e detinham a maioria das terras. Metecos: estrangeiros considerados livres e se dedicavam as artes, ao artesanato e ao comércio, mas não tinham direitos políticos e eram proibidos de se casar com cidadãos. Escravos: se tornava por nascimento, por dívida ou por prisioneiro de guerra, fundamenteis para que os cidadãos se dediquem completamente à vida pública na Ágora. Esparta Apresentava terras férteis, sofrendo menos com crises econômicas. A política era uma oligarquia guerreira que dominava o Estado e a propriedade de terra. O monopólio político ficava nas mãos dos cidadãos- guerreiros. Sociedade Hilotas: servos do Estado e estavam presos à terra, sem direito político e submetidos a maus-tratos. Espartanos: elite militar e maioria dos habitantes. Detinham poder político e o controle da maioria das terras férteis da região. Periecos: livres e não possuíam direitos políticos, dedicando-se ao comércio e ao artesanato, proibidos de se casarem com espartanos. A militarização foi marcante, visto que os homens, desde a infância, eram treinados na arte da guerra, e preocupados com a excelência física, a cargo do Estado. Guerras Médicas Série de batalhas em que as cidades gregas enfrentavam tentativas de invasão. As cidades-Estado abdicaram de seu isolamento e sua autonomia formando a Liga de Delos, uma associação militar entre as cidades gregas que arrecadava impostos visando ao fortalecimento do Exército grego. Após vencerem, Atenas insistiu na manutenção da liga, submetendo as demais cidades ao seu poder. Guerra do Peloponeso As demais cidades não aceitaram pacificamente o domínio ateniense e, comandadas por Esparta, formaram a Liga do Peloponeso. Eclodiu uma guerra entre Esparta e Atenas com vitória dos espartanos. Várias cidades sucederam-se no controle do poder da região, ocasionando conflitos diversos, o que gerou o enfraquecimento geral das cidades gregas e permitiu a invasão dos macedônios. Período Helenístico Período de expansão territorial da cultura da Grécia, com o principal responsável Alexandre, o Grande, imperador da Macedônia, que havia conquistado a região da Grécia. Derrotou os persas e fundou uma série de cidades, mas, com sua morte, houve diversos conflitos internos e divisões políticas, desintegrando o Império e formando monarquias. Cultura Religião politeísta, cultuavam deuses antropomórficos, com desejos humanos. Desenvolveram a dramaturgia, com peças de cunho político ligadas a aspectos do cotidiano. O teatro era marcado por tragédias e comédias. Roma Formação O mito diz que sua fundação foi dada pelos irmãos Rômulo e Remo, após serem salvos da morte por uma loba que os amamentou, tornando Rômulo o primeiro rei. Monarquia O rei tinha caráter sagrado, exercia o Poder Executivo e era o chefe militar e religioso. Seu poder era controlado pelo Senado. História Página | 4 Declínio devido ao acirramento dos conflitos políticos entre as classes dos patrícios e dos plebeus, iniciando uma república. Sociedade Patrícios: elite econômica, concentrando a propriedade da terra e o poder político, já que controlavam o Senado. Plebe: homens livres sem direitos políticos. Viviam sob domínio dos patrícios, sendo chamados de clientes. Escravos: força de trabalho devido a dívidase derrotas nas guerras, existindo até professores, médicos e artistas. República Com caráter oligárquico, pois, durante o período, o poder esteve concentrado nas mãos de uma restrita elite patrícia. A Assembleia Popular representava os interesses da plebe, que desejavam participação política e conseguiram a abolição da escravidão por dívidas e permissão de casamento com nobres. Elaboração da Lei das Doze Tábuas, a base do Direito romano, pois representava a oficialização da legislação. Roma conquistou diversos territórios e os submeteram a uma pesada carga de impostos, colecionando mão de obra escrava para derrotados. A concentração de terras nas mãos dos patrícios provocou a decadência e a revolta de pequenos proprietários rurais. A tribuna da plebe apresentou propostas de reformas visando diminuir a concentração de terras nas mãos dos patrícios e a venda de trigo a preço menores para os pobres. Insatisfações populares deram início às guerras civis e, após derrotar adversários, com o apoio do Senado, Otávio recebeu o título de imperador e se proclamou Augusto. Império Otávio concentrou o poder em suas mãos, subordinando o Senado. Passou a ser considerado um escolhido dos desses, daí o nome Augusto, significa sagrado. Para solucionar graves problemas sociais, tomou uma série de medidas obtendo relativo sucesso, ficando conhecido o período como Paz Romana. Para conseguir apoio da elite, criou uma burocracia imperial, que possuía privilégios. Criou a política do pão e circo para amenizar as tensões entre as classes baixas, que consistia em distribuir trigo e promover espetáculos para a parcela mais pobre da plebe. Seus sucessores tiveram uma postura tirânica, não agradaram e não foram tão eficientes. O Colapso do Império Romano do Ocidente A grande extensão dificultava o controle desse vasto território e, as grandes distâncias geraram problemas de comunicação. Com a diminuição das conquistas territoriais, diminuiu o fluxo de prisioneiros e houve um aumento no preço dos escravos, além dos produtos, causando uma crise que foi agravada pela pouca produtividade em virtude da escassez de mão de obra. Criaram o colonato, em que o camponês teria direito ao arrendamento de uma porção de terra e, em troca, pagaria ao proprietário em dias de trabalho e em produtos. O grande contingente militar necessário para a manutenção das estruturas romanas gerou grandes despesas e a paralização das conquistas e do fluxo de escravos provocou retração nos recursos do Estado. Militares lutavam pela ocupação do posto de imperador, muitos deles assassinados, iniciando um processo de intervenção direta do Estado na vida social, fixando o preço de salários e mercadorias para combater a inflação. Estabeleceu a tetrarquia, além de concederem relativa liberdade religiosa, com exceção do cristianismo que era visto como uma ameaça. As migrações violentas dos povos germânicos colaboraram para a derrota, conhecida como invasões bárbaras, visto que não falavam o idioma nem professaram a cultura romana. Patrocinium: relação de dependência entre o trabalhador rural e o proprietário. Cultura Ao conquistar a Grécia, absorveram diversos aspectos da cultura grega, como a religião. Eram politeístas e perseguiam cristãos por venerarem apenas um Deus, até o sec. IV d. C. Educação variava de acordo com classe social e sexo, os privilegiados aprendiam a ler e escrever em latim e grego, e os menos abastados dedicavam-se ao trabalho agrícola ou artesanal. Na arquitetura construíram grandes edifícios públicos. Formação, apogeu e crise do sistema feudal Alta idade média Período entre a queda do Império Romano do Ocidente e a segunda onda de migrações nos séculos IX e X. Consolidação do sistema feudal. Retração populacional devido à crise romana. Marcada pela expansão da fome e das epidemias. Os povos germânicos se fragmentaram. O reino dos francos A sua importância está vinculada à consolidação do cristianismo na Europa Ocidental, visto que Clóvis foi quem fez ser o primeiro reino a se converter, e à generalização das relações de vassalagem e suserania. Com a morte de Clóvis, veio a ascensão dos carolíngios, que conteve a expansão muçulmana e conseguiu manter extensos domínios unificados e conquistar novas áreas. Feudalismo Originou-se na França, nos séculos IX e X, podendo ser resumido em vínculos de obediência e proteção que ligam homem a homem. Origem em fedum, significando posse ou domínio. História Página | 5 Política Fragmentação do poder, afinal, as constantes guerras e migrações colaboraram para o enfraquecimento do rei. Os reis viram seus poderes serem divididos em meio à nobreza proprietária de terras, mas ainda tinham caráter sagrado. As relações entre o Estado e os indivíduos foram substituídas por relações de dependência pessoa, com fidelidade entre os homens. O monarca distribuía lotes de terra entre os guerreiros que o auxiliavam nas conquistas de novos territórios, formando a nobreza fundiária. O suserano contraria a prestação de serviços militares por tempo determinado, e o vassalo, que recebia o feudo e devia lealdade ao senhor. Em seu feudo, o senhor poderia aplicar justiça, garantir a proteção e tratar da administração e da fiscalização. Economia Passou por um período de tração e estagnação, visto que as produções agrícolas, artesanais e comerciais foram reduzidas, devido ao retrocesso demográfico percebido no período. A produção voltada pela subsistência e os constantes conflitos provocaram a diminuição das transações comerciais e do uso da moeda, desaparecendo. A partir do século XI, observa-se um aumento demográfico e devido ao fim das migrações e dos conflitos, aumentou a produção e proporcionou um crescimento populacional. Os sistemas de peso e medidas e as moedas variavam de feudo para feudo, dificultando as relações comerciais. O servo não pode ser considerado escravo, ainda que realizasse trabalho compulsório e em muitos casos não pudesse abandonar a terra, visto que ele não era considerado uma propriedade, por mais que, em alguns casos, tenha sido comprado ou vendido. Ele podia trabalhar para o seu próprio sustento e deveria ser protegido pelos senhores. Expansão do feudalismo À medida em que as cidades se expandiam, aceleravam o processo de crise do modelo feudal, pois permitiam uma nova camada social, de comerciantes. Esse fator atraía descontentes que buscavam tentar a sorte nas cidades, estimulando-os a romper com o modelo feudal ainda em curso. Expansão comercial e urbana O comércio nunca desapareceu por completo, permanecendo em sedes administrativas da Igreja, na realização de feiras. O crescimento da cidade não está associado ao declínio dos feudos. Para a Igreja, as mercadorias deveriam ser vendidas pelo seu justo preço e não com a intenção de lucro, assim, os juros eram vistos como atividades ilícitas, causando forte restrição na atividade comercial. Cruzadas Expedições militares e religiosas que tinham dois objetivos principais: a conquista da Terra Santa, Jerusalém, e a contenção do avanço muçulmano sobre a região do Império Bizantino. A expulsão dos muçulmanos era vista como uma forma de expansão do cristianismo, incentivada pela Igreja como uma continuação da Reconquista ibérica. Representavam uma possibilidade de lucro nas áreas que viriam a ser conquistadas em direção ao Oriente. A busca pela Terra Santa era uma possibilidade de escoamento do excedente populacional. Foram 5 que fracassaram nos objetivos religiosos, mas o contato com os árabes dinamizou as relações entre os europeus e o Oriente. Causou um relativo enfraquecimento da nobreza feudal devido aos gastos nas disputas, muitos se viam obrigados a concederliberdade aos servos. Crise do feudalismo Peste, fome e guerra O crescimento demográfico e comercial provocou transformações na sociedade europeia, levando a novos métodos de exploração agrícola, como irrigação, drenagem, sistema de rotação de culturas, transformaram em terras férteis os locais secos e de pântanos. Houve grave desequilíbrio climático responsável por um período intenso de chuvas que causou retração na agricultura e, como consequência, a fome. Os grandes senhores não aceitavam a queda em seus rendimentos, aumentando a exploração sobre os camponeses, que, faminta e explorada, não teve como resistir à diversas epidemias, como a Peste Negra. As revoltas camponesas O aumento da exploração no campo decorrente do declínio demográfico fez surgir uma série de movimentos camponeses, com grande reação violenta da aristocracia. Igreja medieval Até o século IV, os cristãos eram perseguidos no Império por serem monoteístas e negarem o caráter divino do imperador, situação que mudou com o agravamento da crise do Império, em que o cristianismo se expandiu e conquistou adeptos. Com a conversão dos reis germânicos, iniciada com Clóvis do reino dos francos, a Igreja aumentou sua influência no mundo. Com o auxílio dos monarcas, que recebiam a legitimação do seu poder, o cristianismo oferecia alívio em momentos de desespero em uma sociedade marcada pelo medo, pela fome e por guerras. Cultura medieval Construção de grandes catedrais. Tentativa de juntar a filosofia com a teologia. Surgimento das primeiras universidades. Organização dos Estados Nacionais As alterações pelas quais a nobreza passava possibilitaram a formação de uma conjuntura História Página | 6 favorável à centralização político-administrativa sob a forma de um Estado unificado. A nobreza estava diante a crise do mundo feudal, com severas dificuldades de controlar as rebeliões camponesas, tornando-se viável, assim, a figura de um monarca com um único exército, capaz de reprimir com sucesso as insurreições por todos os lados, e a uniformização dos impostos, permitindo um controle financeiro. A nobreza não perdeu sua influência sobre a política europeia, visto que o caráter aristocrático e estamental permaneceu inalterado, assim, permaneceram ao lado do poder, sendo o corpo burocrático para auxiliar na articulação política e econômica. A nobreza abriu mão do seu poder militar para o Estado garantir submissão das classes que se levantasse contra eles. A oferta do trabalho nas cidades colaborou para a desestruturação da servidão, pois estimulava a fuga de servos dos feudos. A burguesia queria o fim dos particularismos regionais que dificultavam as transações comerciais, visto que precisavam demolir as barreiras presentes nos feudos, como impostos para trafegar. Assim, ansiavam a centralização monárquica para uniformizar moedas, por exemplo. Características dos Estados Modernos Centralização do poder nas mãos dos monarcas e redução dos poderes locais. Formação de uma burocracia estatal, fundamental para garantir a fiscalização e a cobrança de impostos. O fim das barreiras tarifárias entre os feudos e o estabelecimento de um sistema tributário nacional. Aplicação de justiça atribuída aos Estados, além do estabelecimento de uma religião oficial. Portugal Foi o primeiro Estado centralizado da Europa. Sua formação está relacionada à Guerra de Reconquista, travada contra muçulmanos. Para promover a centralização, os reis de Borgonha criaram a Lei das Sesmarias, que determinava a perda da posse das terras pelos nobres, caso eles não as tornassem produtivas. Estimularam à libertação dos servos e transformação destes em assalariados. Com a guerra entre França e Inglaterra, os portugueses criaram rotas marítimas que permitissem o comércio no litoral lusitano, que se expandiram, dando destaque para e pesca e navegação de cabotagem, isso é, pelos portos do país. O último rei Borgonha morreu e a herdeira era casada com o rei de Castela, podendo levar a Portugal a anexar esse reino e dominá-lo, porém, não interessava aos burgueses e a pequena nobreza, que apoiaram a ascensão de D. João I, chefe da ordem militar de Avis, assim, na Revolução de Avis, esse foi ao trono. Espanha A unificação religiosa mediante a perseguição aos judeus reforçou a unidade interna em construção, sendo fundamental para unificação territorial. Após o fim da Reconquistas, os inquisidores perseguiram e puniram judeus e mulçumanos convertidos ao catolicismo, acusados de ainda praticarem suas antigas religiões. A expulsão desses grupos permitiu o enriquecimento da Coroa, que confiscava os bens dos considerados hereges. A unidade linguística foi o castelhano. Inglaterra Com o fim da Guerra dos Cem Anos, houve uma crise econômica e nítido declínio da nobreza inglesa, havendo um novo conflito: a Guerra das Duas Rosas, uma disputa interna pelo controle do trono inglês. França A centralização ocorreu rápido devido a necessidade de um poderoso Exército para enfrentar os ingleses e para cobrar impostos. A unificação monetária garantiu um aumento das transações comerciais no interior do reino. O choque com a Igreja agravou-se no momento em que o rei ameaçou cobrar impostos sobre os bens eclesiásticos do clero francês. A Guerra dos Cem Anos fortaleceu a consciência nacional, momento em que se destacou Joana d’Arc, grande mito (acreditava que ouvia vozes de Santos, participou de inúmeras baralhas, garantindo vitória francesa), que só terminou com a expulsão dos ingleses em 1453, deixando o Estado francês materialmente desgastado. Absolutismo Auge da centralização política. Reis agiam para tentar fortalecer seus poderes. Sociedade do antigo regime Marcada por rígida hierarquia e presença de privilégios de nascimento. A nobreza e o clero repudiavam o trabalho braçal e estavam isentos do pagamento de impostos, além de possuírem regalias, como o recebimento de pensões e a ocupação de altos cargos públicos. Os camponeses, os trabalhadores urbanos e a burguesia eram responsáveis pelo sustento do Estado e dos grupos privilegiados. Absolutismo na França Foi onde a monarquia absolutista atingiu o auge. Na dinastia Bourbon, aconteciam disputas religiosas que dividiam o reino, visto que a expansão do calvinismo provocava conflitos entre católicos e protestantes. Na Noite de São Bartolomeu, em 1572, os protestantes foram massacrados pela população francesa, de maioria católica, quando perceberam o aumento do poder dos protestantes. História Página | 7 Ao assumir o poder, Luís XIV, conhecido como Rei Sol, promoveu o aumento da cobrança de impostos, reduziu os controles feudais sobre os campos e as cidades, auxiliou na eliminação das barreiras que impediam a circulação de mercadorias pelas regiões da França, favorecendo os burgueses. Absolutismo na Inglaterra Para centralizar seu poder e consolidá-lo, o rei Tudor reprimiu violentamente a oposição e eliminou a influência da Igreja Católica com a criação da Igreja Anglicana (1534). A reforma protestante na Inglaterra, além de estabelecer o rei como chefe supremo da nova Igreja, permitiu o enriquecimento do Estado por meio do confisco de terras e bens do clero católico. Quando Maria assumiu o poder, ela restaurou o catolicismo no país, visto que era casada com o rei católico Felipe II da Espanha, instaurando uma perseguição a anglicanos e a calvinistas, ganhando o apelido de Maria, a Sanguinária. Sua irmã, Elizabeth, assumiu o reinado após seu falecimento, sendo caracterizada com uma agressiva política mercantilista, apoiando a pirataria e o desenvolvimento da Marinha inglesa. Fortaleceu a Inglesa anglicana, mas, após falecer, não deixou herdeiros, e a dinastia Tudor chegava aofim. Absolutismo na Espanha Após o movimento da reconquista, que expulsou os muros da Península Ibérica, os reis espanhóis consolidaram seu poder e perseguiram judeus. Absolutismo em Portugal A relação com a Igreja Católica foi fundamental para consolidação do poder dos reis, podendo intervir na instituição e a Coroa podia interferir diretamente nos cargos eclesiásticos. Teorias do poder Nicolau Maquiavel Para que atinja os seus objetivos, o príncipe deve levar em conta algumas questões cruciais, devendo ser um grande chefe militar, que garanta a conquista do poder e sua estabilidade e submeter os governantes ao seu domínio. A ação deve ser racional e planejada, vinculada com à virtù, um conjunto de capacidades do governante. As ações políticas não devem estar vinculadas aos valores morais e religiosos. O bom governante deveria pensar mais em seus êxitos do que nos valores morais ou naquilo que é considerado como certo pela religião, ou seja, em certas ocasiões, a prática daquilo que é considerado mau é necessária. Ele trata em sua obra de temas como igualdade, liberdade e participação política, se afastando do maquiavelismo das visões tradicionais. Thomas Hobbes Em sua obra Leviatã, ele argumenta a respeito da necessidade de se estabelecer um poder forte para que a ordem e a paz sejam garantidas. Ao firmarem um contrato, os homens aceitam perder parte do poder e da liberdade dos quais desfrutam no estado de natureza para uma entidade maior, o Estado, que garantiria a ordem e impediria a destruição. Apenas o Estado e o poder centralizado poderiam garantir a vida em sociedade. Mercantilismo Conjunto de práticas econômicas dos Estados europeus (principalmente das monarquias absolutistas) durante a Idade Moderna. O Estado intervia na economia para fortalecer seu país, aprovando leis que regulavam as atividades econômicas em seu território, impondo limites ao livre mercado. Essas medidas visavam à acumulação de metais preciosos, como o ouro e a prata. Práticas Objetivavam garantir uma balança comercial favorável aos países da Europa, assim, aumentavam as tarifas alfandegárias, uma vez que a taxação sobre os produtos estrangeiros reduzia as chances da entrada destes em um Estado e, assim, impedia a saída de metais preciosos. O investimento nas manufaturas nacionais fortalecia a produção manufatureira e impedia a concorrência no mercado internacional, evitando a necessidade da aquisição de produtos estrangeiros. Utilizaram monopólio sobre as atividades comerciais, conhecido como exclusivo colonial, em que a colônia ofereceria melhores condições comerciais a metrópole, fornecendo matéria prima exclusiva e consumindo os produtos manufaturados metropolitanos. Tanto na colonização espanhola quanto na portuguesa, a excessiva dependência das riquezas coloniais provocou consequências negativas nas economias metropolitanas, com grande dependência externa e pouco crescimento no início da Idade Contemporânea. Na Inglaterra, o incentivo às manufaturas têxteis, a limitação das importações e a tentativa de controle da saída de matéria-prima, caracterizaram o comercialismo, além de que, a rainha Elizabeth estimulava a pirataria, controlando os oceanos e vencendo a Invencível Armada espanhola. Acumulação primitiva de capitais Essas práticas colaboraram para o desenvolvimento da economia capitalista, permitindo um acumulo primitivo de capital. Os lucros oriundos do tráfico de escravos também contribuíram para à expansão do capitalismo industrial, com foco na Inglaterra. História Página | 8 Renascimento Conjunto de transformações na mentalidade do homem europeu ocorrido entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Crescente valorização e no estudo das atividades humanas e em postura mais racional e individualista. A ruptura com o mundo medieval para eles significava um novo nascimento, após um período de ignorância e escuridão, passando a colocar a Idade Média como idade das trevas e a força da religião associada ao atraso e ao irracionalismo. Sua divulgação foi facilitada pelo desenvolvimento da imprensa, que permitiu a expansão da cultura escrita com maior facilidade e velocidade. Busca pela perfeição e pelo realismo, com noções de harmonia e simetria. 1. Humanismo: antes as interpretações eram controladas pela igreja, e a mudança proporcionou uma alteração do papel do homem no mundo. 2. Antropocentrismo: o homem é fundamental para explicação dos elementos. 3. Racionalismo: a verdade podia ser alcançada por meio da análise racional que se opunha à rigidez dos dogmas da Igreja, gerando conflitos entre o clero. Era necessária uma postura crítica para desconfiar das traduções e verdades impostas pela autoridade clerical. 4. Individualismo: associado ao crescimento da atividade comercial e urbana da idade média, assim, os pintores passaram a assinar suas obras. 5. Naturalismo: o que antes era fonte de medo, agora deveria ser investigado, assim, observavam fenômenos naturais para aguçar seus conhecimentos científicos. 6. Hedonismo: busca pelo prazer. Mecenato: financiamento para artistas que a Igreja e os nobres desejavam para pintares e exaltares seus hábitos e suas visões de mundo. Revolução científica Conjunto de mudanças de desenvolvimento de várias áreas do conhecimento humano. Com a valorização da razão, da experiência e da observação. Reforma e Contrarreforma A formação dos Estados Modernos, o fortalecimento da classe burguesa, a crescente valorização da razão e do individualismo e o aperfeiçoamento da imprensa foram fundamentais para o sucesso dos movimentos de contestação à Igreja. Precursores dos movimentos reformistas A Igreja Católica enfrentava heresias, movimentos que surgiram da divisão do cristianismo que questionavam ou duvidavam dos pontos da fé católica, passando a ameaçar a Igreja de forma mais intensa. Diante do avanço das heresias, a Igreja decidiu institucionalizar as formas de repressão, criando o Tribunal do Santo Ofício para inquirir e condenar. John Wycliffe traduziu a Bíblia para o inglês, representando uma ameaça ao monopólio dos textos sagrados pelo clero, Contextos da reforma protestante O renascentismo permitiu a difusão do humanismo e a expansão de uma nova visão sobre o homem e o mundo. O individualismo levava à percepção de que a relação entre o homem e Deus poderia existir sem a mediação do clero, incentivando a leitura da Bíblia e o surgimento de novas interpretações. O fortalecimento do poder real representou obstáculo ao poder da Igreja, assim, em alguns casos ela até justificou o caráter divino dos reis. As riquezas e as terras da Igreja eram alvos de cobiça dos reis e da nobreza europeia. A burguesia também se indispôs com a Igreja visto que os clérigos condenavam o lucro exagerado e a usura, práticas consideradas pecaminosas. A venda de indulgências despertou fúria em alguns reformistas, como Lutero. Reforma Luterana A intensificação da venda das indulgências com o objetivo de construir uma basílica, despertou a indignação do monge Martinho Lutero. Afixou nas portas da Igreja, 95 teses de oposição à venda de indulgências, questionando o papa para conceder o perdão e defendia que a salvação só poderia ser obtida pela fé. Lutero foi convocado para renegar suas ideias, sob pena de excomunhão, porém, queimou o documento recebido e foi punido com a excomunhão e expulso. Apoiado pela nobreza alemã, que se interessava na redução do poderio da Igreja e na apropriação das terras clericais, os príncipes alemães financiaram a divulgação dos princípios luteranos. Camponeses levantaram grupos mais radicais que acreditavam que o batismo deveria ser feito após a vida adulta, porém, sofreram oposiçãode Lutero, que não tinha como objetivo a realização de uma reforma social, e, se apoiasse camponeses, poderia perder o apoio da nobreza. A doutrina luterana Para ele, o homem só poderia alcançar a salvação pela fé, e não apenas por boas obras. Defendia a relação direta com Deus e a consequente abolição da hierarquia eclesiástica. Tradução e libre interpretação da Bíblia. Condenação do culto aos santos e às imagens. Guerras religiosas Em 1555, pressionado, Carlos V assinou a “Paz de Augsburgo”, documento que estipulava que cada príncipe poderia definir a doutrina a ser seguida em seus domínios, devendo os súditos obedecer. História Página | 9 A reforma calvinista Foi a mais radical que se expandiu rapidamente pela Europa, visto que sua doutrina se aproximava da economia capitalista em desenvolvimento. O calvinismo acredita na predestinação absoluta, assim, os homens já nascem destinados para a salvação ou danação, sem maneira de mudar seu destino. Estabelecia uma vida regrada, disciplinada, dedicada ao trabalho, afastada do ócio, dos vícios e da ostentação. Seus resultados visíveis, o sucesso material, daria ao eleito a confirmação do estado de graça. A valorização do trabalho e do consequente acúmulo de riquezas estaria diretamente relacionada ao processo de expansão do capitalismo. A reforma anglicana Deu-se pela necessidade do fortalecimento do poder real durante o reinado de Henrique VIII. Alegou que a Igreja negou a anulação de seu casamento. Assim, para viabilizar seu casamento com Ana Bolena, Henrique VIII rompeu com o papa e fundou a Igreja Anglicana, por meio do Ato de Supremacia, que tornou o monarca inglês chefe supremo da Igreja Anglicana. As terras da Igreja foram confiscadas e vendidas para a nobreza e comerciantes. Contrarreforma Preocupada com o avanço das heresias protestantes, a Igreja Católica adotou medidas para conter a expansão do protestantismo e reafirmar a doutrina e as práticas católicas. Destacaram-se no trabalho missionário para catequizar nativos no continente americano, através dos jesuítas. O Tribunal do Santo Ofício continuou atuando, julgando e punindo hereges. Criaram o Index, lista de livros proibidos para a leitura dos católicos, sob pena de inquisição. Não abriram mão de suas principais convicções, como o culto aos santos, a virgindade de Maria, a infalibilidade papal, os 7 sacramentos e a salvação por boas obras. Buscou reformar os membros do clero, além de proibir a venda de indulgências. América Inglesa A Inglaterra não apresentou condições internas favoráveis ao processo colonizador do Novo Mundo, visto que estava na Guerra dos Cem Anos e ainda presenciava conflitos religiosos advindos da Reforma Anglicana. A partir de 1603, o rei Jaime I, primeiro monarca da dinastia Stuart, iniciou esforço visando promover a ocupação das terras americanas, com estimulo de um intenso quadro migratório para a região colonial inglesa dado os distúrbios políticos e religiosos vivenciados. Os puritanos, vítimas do radicalismo religioso existente no reino inglês, encontraram no Novo Mundo a possibilidade de professar a sua fé sem as perseguições desencadeadas pelas disputas políticas na metrópole. Camponeses foram submetidos à servidão por contrato devido a política de cercamento nos campos da Inglaterra. Servidão por contrato: relação de troca, em que os camponeses eram beneficiados pelo pagamento da passagem para as regiões coloniais, além da subsistência durante um período de cerca de 7 anos, mas seriam obrigados a exercer inúmeras atividades para aqueles que custeavam. Foram estimulados pela promessa da aquisição de terras na região após esse prazo. Colônias do Sul Nos primeiros anos utilizaram a servidão por contrato, após, passam a utilizar trabalho escravo nego, nas fazendas que cultivavam tabaco, algodão e arroz. Plantation: construiu uma aristocracia latifundiária que detinha o controle das relações sociais vigentes. As que apresentaram grande processo econômico foram convertidas em colônias reais, para atender aos interesses mercantilistas da metrópole. Colônias do Centro Foram as últimas áreas ocupadas pelos colonos ingleses. Possuíam terras de férteis planícies e com pluviosidade regular, favorável às atividades agrícolas. Desenvolveu manufaturas, apesar das restrições impostas pela metrópole. Comercializavam-se o excedente da produção agrícola de milho, trigo, centeio e aveia. Colônias do Norte A agricultura era de subsistência devido a precariedade do clima e do solo. Marcada pela presença dos refugiados religiosos puritanos, que buscavam um espaço para desenvolver sua fé sem empecilhos. Lucravam com a venda de peixes e pele. A atividade manufatureira era intensa, facilitada pela abundante mão de obra e pela disponibilidade de matéria-prima. Realizavam o comércio triangular, atividade que integrava as regiões da Nova Inglaterra, Antilhas e África. Comércio triangular As Colônias do Norte produziam peixe salgado, madeira e cereais, que eram enviados às Antilhas e trocados por rum e melaço. Os colonos ingleses retornavam ao Norte e produziam mais rum com a matéria-prima obtida, trocando a bebida por cativos na África. Com os navios cheios de escravos, os colonos retornavam às Antilhas ou às Colônias do Sul, bons mercados para mão de obra negra. Sistema administrativo Self-government: uma forma de autogoverno, com relativa liberdade administrativa, que possibilitava a escolha de governantes, criando um espírito autônomo que era até então tolerado pelo governo britânico. História Página | 10 A chamada negligência salutar era benéfica aos setores coloniais e distante das pretensões mercantilistas da metrópole. A emancipação das Treze Colônias em 1776 pode ser entendida como uma resposta dos colonos ingleses ao esforço da metrópole de controlar tais regiões, que desde sua origem usufruíram de plena liberdade. Revoluções Inglesas “É a época que a Idade Média chega ao fim”. A revolução aboliu os direitos feudais e submeteu o rei ao poder do Parlamento. Permitiu caminho para a consolidação das relações capitalistas e da monarquia parlamentar como forma de organização política. Economia inglesa Os cercamentos eram processos que consistiam na transformação das terras comuns, de uso coletivo, em propriedades privadas. Aos camponeses, restava a submissão ao trabalho assalariado no campo ou a fuga para às cidades. Terras da Igreja foram confiscadas, vendidas e distribuídas, após a Reforma Anglicana. Consequências Expansão do proletário urbano. Expansão do trabalho assalariado. Valorização de produtos agrícolas. Deslocamento de camponeses expropriados para as colônias na América. Aumento das tensões sociais no campo e na cidade, devido ao desemprego. Burguesia: desfrutava de monopólios e concessões exclusivas concedidas pela Coroa, que, para não perder privilégios, era a favor da monarquia, mas, com redução dos poderes reais para ganhar maior participação política. Aristocracia: proprietários de terra, que viam seu poder declinar devido ao aumento da influência da gentry, que, com mentalidade empreendedora, passou a se fortalecer. Gentry: proprietários de terra com mentalidade burguesa, com grande produção de lã para manufaturas inglesas e adeptos ao calvinismo, buscando participação política. Religião na Inglaterra O anglicanismo foi instaurado pelo Ato de Supremacia, mas também tinham o calvinismo, em setores mais progressistas. Os presbiterianos pertenciam à gentry. Os puritanos defendiam a formação de comunidades com menor controle, nas quais qualquer fiel pudesse pregar. A dinastia Stuart 1. Jaime I: orientação católica com repressão religiosa. 2. CarlosI: autoritário, com repressão política e religiosa. Revolução Puritana 1640-1649 Conflito entre Carlos I e o parlamento, composto por puritanos e pela média nobreza, burgueses e trabalhadores rurais. As tropas do Parlamento venceram, deixando o trono inglês vazio, e iniciando um longo conflito. Setores conservadores desejavam diminuir a influência do Exército, porém, os levelllers, setores mais radicais ligados ao Exército, provaram que a função do rei era inútil, e executaram Carlos, proclamando a república. República Puritana 1649-1660 A República de Cromweel foi responsável pela eliminação dos resquícios feudais e pela consolidação dos valores liberais comuns à burguesia e à gentry. Autoritário, dissolveu o Parlamento, estimulou o comércio e a produção artesanal, além de realizar os Atos de Navegação, lei que determinava que as mercadorias importadas deveriam seguir para a Inglaterra em navios ingleses ou embarcações dos seus países de origem. Revolução Gloriosa Filho de Cromweel não teve habilidade política e, Carlos II, com apoio dos conservadores à restauração monárquica, assumiu o troco, marcando o retorno da dinastia Stuart. Procurou manter relações menos tensas com o Parlamento, temendo o destino do pai, mas exigiu a exumação do corpo de Cromwell e enforcou o cadáver em praça. Submeteu-se a maioria das imposições do Parlamento e foi sucedido por seu irmão, Jaime II. Jaime era católico e os beneficiou, dando benefícios fiscais e importantes cargos políticos. A ameaça de um novo movimento revolucionário levou parte da elite e do clero anglicano a promover um golpe palaciano, tirando Jaime do trono. Estabeleceu base para a monarquia parlamentar e a consolidação da ordem liberal. Iluminismo Conjunto de ideias que serviram de base teórica para contestações que levaram a queda do antigo regime. Publicavam textos em livros, jornais e panfletos, de forma clandestina. Criticavam o Estado absolutista, a política econômica mercantilista e a Igreja. Defendiam a liberdade de expressão, política, comercial e religiosa. Pregavam que o homem tinha direitos naturais de liberdade, igualdade e propriedade privada, que não poderiam ser tomados, A razão era a base para o conhecimento, radicalizando as mudanças em relação ao pensamento medieval provocadas pelo Renascimento e pela Revolução Científica, além de conduzir o homem para o progresso e felicidade. Contexto O Renascimento e a Revolução científica foram processos que afastaram, gradativamente, o conhecimento da influência da Igreja e da religião. Íntima relação com o fortalecimento da burguesia, pois o desenvolvimento econômico desse grupo não era acompanhado por controle político, visto que no Antigo Regime a nobreza que possuía privilégios. História Página | 11 Pensadores do século XVII Francis Bacon Afirmava a necessidade de se contestar o saber transmitido pelo passado, com críticas para a tradição e para a escolástica. Desenvolveu a ideia do método indutivo, valorizando a observação da natureza e a busca de fatos como fonte de conhecimento. René Descartes Defendeu o racionalismo como forma de conhecimento e ressalta o método dedutivo como modo de acesso à verdade. Por meio da dúvida metódica o homem seria capaz de alcançar verdades incontestáveis, como a existência de Deus. “Penso, logo existo”. Jon Lock Valorizou a experiência como forma de construção de conhecimento, buscando a verdade mediante a utilização dos sentidos e da percepção sensorial, dado o nome empirismo. Foi um dos precursores do liberalismo político, criando uma teoria do contrato social, que justificava o poder absoluto dos reis, mas ele condenava o absolutismo. Para ele, o Estado deve existir para garantir os direitos naturais do homem, visto que, no estado de natureza, tais direitos não estariam completamente assegurados, e, o contrato, faria com que o governo fosse capaz de manter a propriedade, a liberdade e a vida do homem. Caso falhasse, o povo deveria destruir seu poder. Filósofos iluministas Voltaire Crítico ferrenho ao absolutismo, da nobreza e da religião. Defendia que os direitos naturais do homem deveriam ser garantidos pelo governo, mas não era um democrata, tendo como seguidores os déspotas esclarecidos. Crítica tudo que limita o desenvolvimento da razão, mas não era ateu, acreditava na existência de um Deus racional, arquiteto do universo. Lutava contra a tortura, prisões arbitrárias e pena de morte, defendendo a liberdade de expressão. “Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê- las”. Montesquieu Formulou a teoria do equilíbrio entre os três poderes. Para ele, é natural que o homem abuse do poder, assim, para não ocorrer, deveria haver um equilíbrio entre os três poderes, independentes entre si, de modo a garantir a liberdade e impedir que um tenha força excessiva. Jean-Jacques Rousseau Um dos mais radicais, contestava a excessiva valorização da ração e realçava a importância das paixões para a conservação da vida do homem. Acreditava que a sociedade havia corrompido o homem, que, naturalmente, era bom, mostrando como a educação pode tornar a criança em um adulto bom. Criticava a propriedade privada, considerando-a causadora da desigualdade. Em sua teoria contratualista, o povo seria soberano, prevalecendo sempre a vontade geral. Denis Diderot “O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado por estranhas do último padre. Despotismo esclarecido Alguns soberanos, na tentativa de manter o poder absoluto, submeteram seus reinos a uma série de reformas baseadas em alguns pontos do Iluminismo. Visavam retirar os Estados de seu atraso em relação aos demais. Revoluções liberais Tentativas de consolidação do modelo liberal e luta contra os vestígios absolutistas em várias nações europeias. Espanha Ao retornar ao trono após a derrota de Napoleão, o rei espanhol jurou a Constituição, mas suspendeu em pouco tempo. Deportou membros liberais do Parlamento espanhol, o retorno de privilégios do clero e da nobreza e o fechamento de órgãos de imprensa e universidades. Iniciou um movimento contra a volta do absolutismo e a favor da constitucionalização, com participação de militares que fez o rei jurar novamente a Constituição até que as tropas da Santa Aliança fossem acionadas e reprimissem a insurreição. Portugal A crise econômica grave eclodiu a Revolução do Porto, em que os revoltosos desejavam o retorno do Brasil à condição de colônia e o fim do domínio inglês. D. João VI retornou a Portugal e jurou a Constituição e, D. Pedro permaneceu no Brasil, que acabou não retornando à condição de colônia e se tornou independente um ano mais tarde. Península Itálica Militares associados ao grupo nacionalista obrigaram o rei a se submeter à Constituição. Revoluções de 1830 França Os ultrarrealistas defendiam a restauração aos moldes absolutistas e o retorno dos privilégios, enquanto os constitucionalistas, representantes da alta burguesia, queriam o poder real, somado ao respeito à História Página | 12 Constituição e os limites impostos pelo Legislativo ao poder do rei. Os liberais eram burgueses que desejavam maior participação política. Com a crise econômica e o aumento de impostos, os partidários do rei foram derrotados, e, com grande oposição, o rei dissolveu a Câmara dos Deputados e limitou à liberdade de imprensa. Três Dias Gloriosos: o povo de Paris saiu às ruas e ergueu barricadas, opondo-se às medidas do rei, porém, temendo uma nova radicalização, a alta burguesia optou por manter a monarquia. As revoluções de 1848 – A primavera dos povos França A França passava por uma grave criseeconômica, com queda na produção de alimentos que levou à forma no campo e ao aumento dos preços dos alimentos, gerando desemprego e diminuição do salário. Republicanos passaram a incentivar as manifestações de trabalhadores e da pequena burguesia. Na Primavera dos Povos, houve manifestações de operários e a ameaça aos princípios burgueses, com luta do proletariado. América Espanhola Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América e instigou as nações ibéricas ao projeto de exploração do Novo Continente. Astecas Sociedade hierarquizada, presidida por um governante supremo, divinizado, que conduzia uma aristocracia composta de chefes militares, sacerdotes e altos funcionários do Estado. A escravidão era por prisão de guerra, criminosos e crianças vendidas pelos pais. Politeísta e cultuava deuses com sacrifícios humanos de prisioneiros de guerra e crianças. Tinham ilhas artificiais para cultivar hortaliças, além de cultivarem milho, feijão, melão, pimenta, algodão e cacau. Incas A administração ficava a cargo do imperador, chefe civil, religioso e militar, uma divindade: Filho do Sol. Sociedade fortemente estratificada e composta por nobres, sacerdotes, artesãos, camponeses e escravos. Dominavam a agricultura e utilizavam para o cultivo terraços nas áreas de encosta nas montanhas, com sofisticados canais, aquedutos e represas. Maias Sociedade dividida em nobres, sacerdotes, camponeses e escravos. Politeístas, desenvolveram a escrita hieroglífica e desenvolveram a matemática e a astronomia. A conquista A Coroa espanhola não investiu recursos financeiros no processo inicial da Conquista. Capitulações: sistema marcado pela concessão do direito de exploração das novas regiões a um explorador particular, responsável por todos os recursos a serem despedidos no processo de conquista. O contratante das capitulações teria direito vitalício de exploração das novas terras, o controle das cidades fundadas e o comando das jurisdições civil e criminal. Os primeiros exploradores deveriam pagar o quinto, ou seja, 20% de toda a riqueza saqueada dos povos nativos. O domínio espanhol foi marcado por uma clara imposição dos elementos socioculturais europeus, com destaque para a fé católica. Os espanhóis tiveram sucesso devido: Superioridade bélica: o uso de armas de fogo e de armaduras facilitou a dominação sobre os indígenas. Uso da cavalaria: além de fácil mobilidade, os cavalos eram desconhecidos pelos povos americanos, causando espanto e terror. Doenças: exterminaram centenas de índios. Administração colonial Após a descoberta das primeiras jazidas de prata na região do Alto Peru, a Coroa optou por assumir um controle maior da região colonial da América, retirando os poderes concedidos e imponto complexas estruturas administraticas. Mineração Principal atividade econômica desenvolvida. Explorou a mão de obra dos nativos, que perderam a vida devido à violência e à busca espanhola pelo rápido enriquecimento. Encomienda: sistema de trabalho marcado pela exploração dos nativos por um espanhol, que se apresentava como protetor e responsável pela catequese dos gentios. Sociedade Chapetones: espanhóis que administravam o Novo Mundo. Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na América, formando a aristocracia colonial e a elite intelectual, herdando o poder econômico dos chapetones, mas sem atuação política de grande relevância para a metrópole. Independência da América Espanhola Contexto A Inglaterra apoiou indiretamente as independências, por meio da concessão de empréstimos às colônias e de financiamentos a mercenários que lutavam ao lado dos colonos, visto que, com seu desenvolvimento industrial, precisava de matéria-prima e de mercados. A elite colonial dia na Independência a única saída para seu desenvolvimento econômico e político. Tinham influências ideológicas, como o Iluminismo, e tomaram como exemplo as lutas liberais burguesas, como a Revolução Francesa. Os espanhóis romperam o Bloqueio Continental francês, e tiveram ação imediata da França, que invadiu a Espanha e depôs o rei do país, Fernando VII, História Página | 13 sendo substituído por José Bonaparte, irmão de Napoleão. A Independência das Treze Colônias foi um exemplo para os hispanos americanos, visto que foi a primeira região do continente a conquistar liberdade, livrando- se da maior potência da época, a Inglaterra. Situação interna Os criollos entraram em divergência com os chapetones, pois a elite nativa ganhou muita força econômica pelo fato de controlar as estruturas produtivas das colônias espanholas. O investimento estrutural nas colônias era importante para a metrópole, que, a partir de então, poderia cobrar mais impostos. Os criollos passaram a reivindicar maior representação política, uma vez que sustentavam a economia colonial com suas minas e fazendas, mas, para isso, deveria romper com a metrópole, pois os chapetones, por serem espanhóis, tinham maior influência junto à Coroa. A maior parte da sociedade, formada por pequenos comerciantes, trabalhadores assalariados, mestiços, índios e negros, também vinham a Independência com bons olhos, pois acreditavam que conquistariam mais direitos sociais e políticos. Processo de emancipação política Gerou uma grande fragmentação territorial. Ao conquistar sua liberdade política, a América Latina não conseguiu se livrar do julgo econômico europeu. No primeiro momento, as elites coloniais foram beneficiadas pelas guerras napoleônicas, em que os criollos tomaram frente na política colonial. Derrotado no Congresso de Viena, Napoleão se empenhou em reafirmar sua autoridade política e econômica sobre as colônias da América, desagradando os criollos, uma vez que a elite nativa americana não estava disposta a abrir mão da autonomia conquistada. Mesmo com a declaração de independência, a Espanha, não concordando em perder seus domínios, passou a reprimir violentamente as lutas emancipacionistas, contando com o apoio da Santa Aliança. A vitória dos colonos sobre a Espanha só foi possível por meio da aliança entre as elites coloniais e a Inglaterra, interessada nas relações comerciais com o continente americano. Houve crise na Quíntupla Aliançam uma vez que, a Inglaterra desrespeitou o caráter conservador dos aliados e defendeu os movimentos liberais emancipacionistas nas colônias espanholas. Foram desvinculados da Aliança, o que enfraqueceu o movimento conservador na Europa, abrindo espaço para movimentos liberais. Símon Bolívar, chamado de Libertador, atuou decisivamente na independência de vários países latino-americanos, defendendo que a Colômbia, Venezuela, Equador e Peru deveriam formar um só país. Esse organizou o Congresso do Panamá, na tentativa de reunir chefes políticos dos Estados recém- formados para a criação de um projeto de cooperação continental na América, porém, a maioria não compareceu, pois, os caudilhos exerciam grande influência nos seus países, sem interesse político e econômico na união desejada. Bolívar defendia a monarquia, mas sofreu oposição de Jose de San Martín, outro grande libertador da América, que defendia o regime republicano, semelhante aos Estados Unidos. Casos particulares Argentina Os argentinos sonharam com a reconstrução da unidade da Prata, províncias unidas da Argentina, Uruguai, Paraguai e parte da Bolívia. Haiti A liderança de um negro assustava as elites brancas, fazendo com que Napoleão mande uma expedição militar, que o prendeu e foi enviado à França. Outro haitiano deu continuidade e proclamou a independência da ilha, sendo o segundo país a conquistar a liberdade, e, ainda, realizada por escravos, classe subordinada, que exterminaram a elite branca daquela região. Revolução AmericanaRevolução ou independência? Foi o primeiro processo de ruptura com a metrópole a ocorrer na América e representou um dos primeiros sinais de abalo do poderio europeu durante o Antigo Regime. Os colonos possuíam práticas políticas próprias, o que garantia uma maior participação dos indivíduos nas decisões políticas, assim, instaurou-se o desejo de consagrar a “liberdade” e de consolidar o direito de participar das decisões públicas. Não existia uma unidade entre os colonos, assim, a independência não foi motivada pelo sentimento nacionalista em relação aos Estados Unidos, que nem existia, apenas a repulsão aos ingleses. Por ser encabeçada por uma elite que se sentia prejudicada em seus interesses econômicos, o movimento não previa a adoção imediata de sufrágio universal, além de defender a manutenção da escravidão. Antecedentes A colonização inglesa não foi planejada visto que a Inglaterra passava pelo fim da Guerra dos Cem Anos, pela Reforma Anglicana e pela Revolução Inglesa que dificultaram a atuação efetiva da metrópole na América. Com pouca intervenção da Coroa, os colonos desfrutavam de ampla autonomia econômica, podendo se relacionar com outras colônias inglesas e política, com autogoverno. A Coroa britânica tentou de várias formas aumentar o controle da região. Razões para a independência Na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), ocorrida entre a Grã-Bretanha e a França, na disputa pelo controle História Página | 14 comercial e marítimo de colônias localizadas nas Índias Orientais e na América do Norte. Em território americano participaram a Inglaterra e suas colônias contra a França, aliada dos indígenas. Os ingleses saíram vitoriosos e se sentiram menos dependentes do Exército britânico por sua defesa, fortalecendo a sensação de autonomia, experimentando a prática militar e lutando de maneira unificada contra um inimigo comum. A Inglaterra tentava interferir cada vez mais nos assuntos coloniais, devido: 1. Era necessário recuperar os cofres ingleses após os gastos militares em guerras. 2. A Inglaterra estava nos primórdios da Revolução Industrial, e precisava de matéria-prima americana, como o algodão, além de serem um grande mercado consumidor. No plano ideológico, as ideias iluministas foram fundamentais para a eclosão do movimento emancipacionista. A Coroa aumentou a repressão por meio de leis repressivas: Lei do açúcar - 1764 Visava a redução dos encargos fiscais pagos pelos cidadãos ingleses. Estabelecia impostos adicionais para a compra de açúcar e outros produtos estrangeiros, como vinho, café e seda, assim, eram obrigados a comprar produtos diretamente dos ingleses. Com severa fiscalização da Marinha inglesa que patrulhava os postos, inspecionava navios e vasculhava armazéns americanos em busca de contrabandos. Prejudicou o comércio triangular. Lei do Selo – 1765 Determinava que documentos públicos, como jornais, cartazes e diplomas, fossem taxados. Houve manifestações e boicotes aos produtos ingleses, além da organização do Congresso da Lei do Selo, que redigiu a Declaração dos Direitos e das Reivindicações. Atos Townshend – 1767 Taxação de produtos como chumbo, vidro, chá e corante. Reações geraram confronto direto entre colonos e soldados britânicos, que ficou conhecido como “o massacre de Boston”, com morte de 5 colonos e propaganda contra os ingleses. Lei do Chá – 1773 O chá fazia parte da tradição inglesa e era amplamente consumido nas Treze Colônias, porém, os colonos vinham se recusando a comprar dos ingleses, prejudicando a Companhia das índias Orientais. A metrópole concedeu monopólio de venda do chá na América para a Companhia, porém, os colonos aumentaram o consumo de café e chocolate, não comprando mais chá. Como protesto, atacaram o carregamento de chá de três navios da Companhia no porto de Boston, disfarçados de índios, conhecido como “Festa do chá de Boston”, que marcou o início de ações violentas entre os colonos e a intensificação da política autoritária inglesa. Leis intoleráveis – 1774 Aprovaram um conjunto de leis para desencorajar os atos de rebeldia, após o evento da Lei do Chá. Fechou o porto de Boston, até que o prejuízo fosse indenizado. Suspendeu os benefícios concedidos à colônia. Impediu toda e qualquer manifestação política contra a metrópole. Transferiu para a Inglaterra os julgamentos de crimes cometidos em território americano. Obrigou a concessão de alojamento de soldados ingleses pelos colonos. Declaração de independência Os colonos passaram a acreditar que a implementação de reformas liberais seria a solução para que pudessem se desvencilhar das imposições metropolitanas. A união não foi um sentimento nacionalista e sim a rejeição à Inglaterra. Havia a preocupação com a radicalização do movimento, ou seja, o medo de que a separação levasse à rebeldia dos escravos e das classes populares. No Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, em 1774, organizaram a resistência colonial, em que os participantes defendiam os direitos naturais, como a liberdade, a vida e a propriedade, e firmaram um pacto de apoio. Se comprometeram a manter o boicote aos produtos ingleses. A Coroa percebeu o avanço dos movimentos de rebeldia e aumentou o número de tropas no continente americano. A elite então, organizou o Segundo Congresso Continental, em 1775, com apoio de todas as colônias. Thomas Jefferson, em 4 de julho de 1776, declarou a Independência, dando início a Guerra. Guerra de independência O embaixador dos americanos, Benjamin Franklin, conseguiu fazer com que a Marinha e o Exército francês auxiliassem os colonos na luta pela independência, com a assinatura de dois tratados: um de cooperação comercial e outro e auxílio militar. A vitória foi garantida pelo apoio de espanhóis, holandeses e voluntários que queriam desestruturar o poderio inglês, além da distância que dificultava a manutenção do abastecimento dos exércitos ingleses. A guerra durou quase 7 anos, quando, por meio do Tratado de Paris, a Inglaterra reconheceu a independência. Em 1787, após 4 anos, as ex-colônias resolveram se unificar politicamente, adotando o nome Estados Unidos da América. Desdobramentos da independência das treze colônias Elabora de 1787, a Constituição estabeleceu o sistema republicano na América e a divisão do Estado em três poderes, que ainda está em vigor, apenas com emendas. História Página | 15 Adotou-se o modelo federalista, em que os estados mantêm certa autonomia em relação ao poder central. As diferenças entre o Norte e o Sul permaneceram e, mais tarde, levaram à Guerra de Secessão. Manteve a escravidão até 1865. Soldados franceses voltaram contagiados pela ideia de liberdade e república, influência fundamental para o início do processo revolucionário francês. A experiência americana serviu de exemplo para outros movimentos me busca de liberdade na América. Estados Unidos no século XIX O século XIX foi um momento de expansão territorial, desenvolvimento econômico e bélico, o que fez com que se transformassem em um dos maiores países do mundo. No início do século, era propagada a doutrina do Destino Manifesto, segundo a qual os EUA haviam recebido de Deus a missão de levar o desenvolvimento a toda a América, favorecendo a postura imperialista do país. Na 2ª Guerra de Independência estadunidense (1812- 1815), a Inglaterra, envolvida nas guerras napoleônicas, passou a apreender navios e a utilizar suas tripulações nos navios de guerra ingleses. Devido as embarcações estadunidenses estarem apreendidas, houve um embate diplomático entre as duas nações, o que acabou culminando em um conflito entre a Inglaterra e sua ex-colônia. Por não estarem envolvidos em outros conflitos, os EstadosUnidos venceram a guerra, consolidando a independência das Treze Colônias. Após a queda de Napoleão, em 1815, os países europeus procuraram retomar o domínio sobre as ex- colônias já emancipadas ou em luta pela emancipação. Diante da possibilidade de intervenção europeia na América, o presidente James Monroe, fez um discurso alegando que qualquer tentativa de recolonização seria considerada um ataque aos EUA, dando origem à Doutrina Monroe, que se baseava na “América para os americanos”. Os estadunidenses defendiam não só o interesse dos colonos americanos que buscavam sua soberania, mas também seus próprios interesses, no intuito de exercer um domínio hegemônico sobre o continente americano. Expansão territorial Inicialmente, o país se restringia ao território das antigas Treze Colônias, e, por isso, a conquista do Oeste significaria expansão de mercado e aquisição de novas terras para o cultivo de monoculturas de exportação ou agricultura para o mercado interno. Em 1803, compraram de Napoleão, que estava em guerra com a Inglaterra, o território de Lousiana e, em 1819, compraram a Flórida, que pertencia à Espanha, favorecendo o acesso às Antilhas. O número enorme de colonos no México levou à Independência do Texas, e, para impedir a influência da Inglaterra e da França, os EUA anexou Texas devido ao interesse em obter acesso ao Pacífico, iniciando a Guerra do México. Com a vitória dos EUA, foi assinado o Tratado de Guadalupe-Hidalgo, em que o México reconheceu a perda do Texas e de outras áreas. A expansão para o Oeste significou conflitos com os nativos, considerados inferiores aos estadunidenses, assim, foram expulsados de suas terras, por meio da demarcação de pequenos territórios e a morte de milhares de indígenas. Guerra civil americana 1861 – 1865 Também conhecida como Guerra de Secessão, deixou mais de seiscentos mil mortos e destruiu grande parte da produção de algodão do Sul, porém, contribuiu para o avanço das forças produtivas capitalistas no país. O país apresentava muitas divergências internas, em que o Norte, voltado às atividades industriais e, o Sul, majoritariamente agrário. A questão alfandegária em que o Norte advogava a favor do protecionismo alfandegário com o objetivo de evitar a concorrência estrangeira aos seus produtos industrializados e o Sul estava a favor da diminuição dessas barreiras, pois era consumidor e queria estimular a concorrência, diminuindo os preços finais dos produtos industrializados. Outra questão foi a escravista, em que o Norte visava à expansão do mercado consumidor interno para os seus produtos, defendendo a abolição da escravidão e a adoção do trabalho assalariado, enquanto o Sul de economia agroexportadora e mão de obra predominantemente formada por escravos negros, eram contrários à abolição. Mais uma questão era a da expansão para o Oeste. À medida que as terras do Oeste eram incorporadas aos EUA e ocupadas, elas se tornavam estados. Assim, o Norte e o Sul se preocupavam se essas seriam abolicionistas ou escravistas. Para manter o equilíbrio, determinou-se que estados acima do paralelo deveriam ser abolicionistas e abaixo, escravistas. Porém, a Califórnia, um estado abaixo do paralelo, pediu sua entrada na União abolicionista, e o pedido foi aproado. Dessa forma, o governo instituiu que facultava aos novos estados a decisão sobre a questão da escravidão. As diferenças se exprimiram nas eleições de 1860, em que o presidente eleito, Abraham Lincoln, republicano, a favor do protecionismo e do abolicionismo causou temor ao Sul, que percebeu o fim da escravidão, assim, declarou-se em secessão. O presidente argumentou a favor da união diante da separação dos sulistas, dizendo que se fosse necessário manter a escravidão para manter a união, assim faria. O Norte então se empenhou para reincorporar os estados sulistas ao país, iniciando o mais violento conflito dos EUA. O Sul levava vantagem pois estavam acostumados a atirar, caçar e montar, além de estarem defendendo seu próprio território, porém, o Norte tinha maior contingente populacional, uma rede de transporte, armas e autossuficiência industrial. O Sul, dependente dos produtos industrializados do Norte e da Europa, tiveram o acesso aos estados bloqueados pelo presidente, medida fundamental para a vitória nortista. História Página | 16 Outra medida foi o Homestead Act, que previa a doação de terras no Oeste para quem fosse viver na região por 5 anos sem utilizar mão de obra escrava, esvaziando a guerra e aumentando a expansão para o Oeste. A abolição da escravidão, em 1863, permitiu a participação dos negros no Exército, além de provocar a fuga de milhares de negros do Sul para o Norte, porém, serviram por mais tempo e utilizavam armas inferiores, além de ganhar menos que soldados brancos. Após quatro anos de guerra, em 1865, foi determinado o fim dos combates e a reincorporação dos estados do Sul aos EUA, porém, os conflitos renderam o assassinato de Abraham Lincoln por um ator sulista. Estados Unidos após a guerra A guerra gerou grande perda humana e material, mas, a política protecionista e industrializante foi colocada em prática em todo o território. Houve um grande desenvolvimento industrial e populacional, incentivo à instalação de imigrantes, ampliação da malha ferroviária e a mecanização da agricultura, fortalecendo o capitalismo no país. Houve aprovação de 14ª emenda, que concedia alguns direitos civis aos negros, porém, na prática, existia leis discriminatórias em alguns estados, chegando a proibir o casamento de negros com brancos. Os EUA passaram a se dedicar a uma expansão ideológica, cultural, política e econômica, que ultrapassava os seus limites territoriais. Imperialismo Postura também chamada de neocolonialismo, adotada pelas principais potências europeias para suprimirem suas necessidades comerciais e expandirem suas zonas de influência sobre o restante do mundo. No colonialismo as metrópoles buscavam lucrar com suas colônias e, para isso, incentivavam a exploração de gêneros tropicais, metais e pedras preciosas, com mão de obra compulsória, variando entre escravidão nega ou indígena. O neocolonialismo tinha o objetivo de buscar por matéria-prima e mercado consumidor para os produtos industrializados, além da busca por regiões para investimentos de capital e escoamento do excedente populacional, com mão de obra assalariada, que permitia a formação de mercados consumidores. Colonialismo século XVI x Imperialismo do século XIX Atuação América Ásia e África Potências Portugal, Espanha, Inglaterra e França Europa, EUA e Japão Objetivos Busca de novas fontes de riqueza e expansão da fé católica Investimentos externos e regiões para o excedente populacional europeu Mão de obra Escrava negra e indígena Assalariada livre Contexto Expansão marítima europeia Segunda Revolução Industrial Expansão da civilização A política imperialista também usou como justificativa para suas ações intervencionistas a ideia de “missão civilizadora”, ou seja, pressuposto da superioridade do homem branco europeu sobre os não europeus. Teorias pseudocientíficas foram desenvolvidas por pensadores europeus na tentativa de provar sua suposta superioridade, uma delas, o darwinismo social. Contexto europeu A Belle Époque, período de crescimento econômico e avanço tecnológico, foi marcada por uma grande mudança no padrão de vida dos europeus, que passaram a usufruir de elementos como a energia elétrica e indústria farmacêutica. O crescimento da economia europeia gerava acúmulo de capitais, estes eram reinvestidos na indústria, aumentando sua capacidade produtiva, a contratação de funcionários e a modernização das máquinas, porém, por volta da década de 70 do século XIX, o mercado europeu se
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