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DIREITO INTERNACIONAL E CONTRATOS AULA 4 Prof. Eduardo Biacchi Gomes 2 CONVERSA INICIAL Prezado aluno, chegou o momento de avançarmos mais em nossos estudos sobre o direito internacional aplicado ao comércio exterior. Na presente Rota de Aprendizagem, estudaremos o sistema de solução de controvérsias da OMC. Como proposta de abordagem, propomos a análise de um caso real e que envolveu a República Federativa do Brasil e a União Europeia, o chamado caso dos pneumáticos. Assim, iremos procurar analisar, em termos objetivos e dentro da perspectiva que nos interessa, os principais fatos envolvidos na questão, bem como as normativas do GATT/94. Ao final, analisaremos a decisão apresentada pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Dentro da Organização Mundial do Comércio existem normas que devem ser cumpridas pelos Estados, as quais estão previstas dentro dos tratados da OMC, dentre elas aquelas contidas no GATT/94. O GATT/94 estabelece alguns princípios referentes ao livre-comércio, como: Princípio do Tratamento Nacional, Cláusula da Nação Mais Favorecida, dentre outros. Quando um Estado viola alguma normativa da OMC, ele pode ser responsabilizado internacionalmente, desde que seja acionado o sistema de solução de controvérsias da OMC. Do seu ponto de vista, as sanções aplicadas dentro do órgão de solução de controvérsias são efetivas? Como fonte, pesquise: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/24880/direito- internacional-caso-da-guerra-dos-pneus-e-adpf-101-03 Resposta do questionamento acima Prezado aluno, conforme podemos constatar, dentro da Organização Mundial do Comércio, é dever dos Estados cumprirem com as normativas previstas nos acordos internacionais, dentre elas aquelas contidas no GATT/94. Naturalmente, se algum país violar as regras licitamente pactuadas, de forma a http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_prorisc_upml/_arquivos/pneus_82.pdf http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_prorisc_upml/_arquivos/pneus_82.pdf https://sigaa.ufrn.br/sigaa/verProducao?idProducao=1605736&key http://www.faap.br/faap_juris/pdf/Narrativafinal12-1.09.06-AGuerradosPneus.pdf http://www.faap.br/faap_juris/pdf/Narrativafinal12-1.09.06-AGuerradosPneus.pdf 3 restringir – injustificadamente – o livre-comércio, o Estado poderá ser responsabilizado internacionalmente. Como forma de apurar a responsabilidade internacional do Estado, temos a atuação do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, que irá examinar a questão e verificar se a conduta adotada pelo Estado infrator viola ou não as regras do livre-comércio. Em caso de condenação, o Estado deverá adequar a sua legislação e/ou políticas às regras da OMC, sob pena da adoção de medidas compensatórias ou de efeito equivalente. PESQUISE Prezado aluno, a partir de agora passaremos a analisar e estudar tanto os temas quanto o conteúdo de nossa Rota de Aprendizagem. Você observará que ela foi subdividida em quatro temas centrais, de forma a dar condições para que possa buscar um melhor entendimento quanto à unidade temática em torno de aplicações de questões de comércio exterior dentro da OMC. Ao final da presente Rota de Aprendizagem, esperamos que você possa entender os seguintes aspectos e conceitos: 1. Análise de caso concreto na OMC: a questão dos pneumáticos (União Europeia e Brasil) 2. Normativas da OMC aplicadas ao caso concreto 3. Normativas nacionais em discussão 4. Decisão do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC e aplicação da teoria TEMA 1 – ANÁLISE DE CASO CONCRETO NA OMC: A QUESTÃO DOS PNEUMÁTICOS (UNIÃO EUROPEIA E BRASIL) O emblemático caso dos pneumáticos, envolvendo a União Europeia e a República Federativa do Brasil, teve por objetivo examinar a controvérsia encaminhada pelo bloco econômico europeu em relação à proibição, por parte do Brasil, da importação de carcaças de pneus para o nosso mercado interno, sob a alegação de que as legislações do Brasil tinham por finalidade discriminar os produtos (pneus usados oriundos) da Europa, além de existir – supostamente – um tratamento mais favorável ao Uruguai, em detrimento dos exportadores de pneus usados da União Europeia. Em suma: 4 como o Brasil autorizava o ingresso de carcaças de pneus oriundas da República Oriental do Uruguai e, pelo contrário, não autorizava o ingresso de carcaças de pneus oriundas do bloco europeu, haveria as referidas discriminações; o Brasil, por sua vez, alega que as carcaças de pneus causavam um grande passivo ambiental e que, portanto, seria perfeitamente lícita a decisão de proibir a importação das carcaças de pneus; finalmente, há que se levar em consideração que a importação de pneus usados movimentava o comércio das indústrias nacionais, especialmente em relação à fabricação dos remoldados. O caso acima, apresentado de forma resumida e dentro dos pontos que nos interessam, ficou conhecido, na Organização Mundial do Comércio, como a “guerra dos pneus”. Essa questão polêmica investiga se as medidas que impedem o livre-comércio de pneus remoldados têm amparo em interesses ambientais lícitos que podem se superpor aos acordos comerciais locais e multilaterais. Leituras obrigatórias https://www.academia.edu/23954945/MEIO_AMBIENTE_E_DIREITO S_FUNDAMENTAIS_A_QUESTA_O_DOS_REMOLDADOS_E_O_DI ALOGO_ENTRE_JURISDIC%C3%B5ES_ADPF_101_DE_2009_ https://www.academia.edu/40416906/A_Guerra_dos_Pneus Saiba mais https://www.reciclasampa.com.br/artigo/entenda-como- funciona-a-reciclagem-de-pneus https://www.transportabrasil.com.br/2009/05/decisao-inedita-da- justica-poe-fim-a-%E2%80%9Cguerra-dos-pneus%E2%80%9D/ https://www.youtube.com/watch?v=qCm361Kc06U https://www.youtube.com/watch?v=tsmyMHLr0Yo https://www.academia.edu/23954945/MEIO_AMBIENTE_E_DIREITOS_FUNDAMENTAIS_A_QUESTA_O_DOS_REMOLDADOS_E_O_DIALOGO_ENTRE_JURISDIC%C3%B5ES_ADPF_101_DE_2009_ https://www.academia.edu/23954945/MEIO_AMBIENTE_E_DIREITOS_FUNDAMENTAIS_A_QUESTA_O_DOS_REMOLDADOS_E_O_DIALOGO_ENTRE_JURISDIC%C3%B5ES_ADPF_101_DE_2009_ https://www.academia.edu/23954945/MEIO_AMBIENTE_E_DIREITOS_FUNDAMENTAIS_A_QUESTA_O_DOS_REMOLDADOS_E_O_DIALOGO_ENTRE_JURISDIC%C3%B5ES_ADPF_101_DE_2009_ https://www.academia.edu/15607088/A_guerra_dos_pneus_a_controv%C3%A9rsia_entre_Brasil_e_Comunidades_Europeias_sobre_o_com%C3%A9rcio_internacional_de_pneus_usados https://www.academia.edu/15607088/A_guerra_dos_pneus_a_controv%C3%A9rsia_entre_Brasil_e_Comunidades_Europeias_sobre_o_com%C3%A9rcio_internacional_de_pneus_usados https://www.academia.edu/15607088/A_guerra_dos_pneus_a_controv%C3%A9rsia_entre_Brasil_e_Comunidades_Europeias_sobre_o_com%C3%A9rcio_internacional_de_pneus_usados http://ambiente.hsw.uol.com.br/reciclagem-pneus2.htm https://www.transportabrasil.com.br/2009/05/decisao-inedita-da-justica-poe-fim-a-%E2%80%9Cguerra-dos-pneus%E2%80%9D/ https://www.transportabrasil.com.br/2009/05/decisao-inedita-da-justica-poe-fim-a-%E2%80%9Cguerra-dos-pneus%E2%80%9D/ https://www.youtube.com/watch?v=qCm361Kc06U https://www.youtube.com/watch?v=tsmyMHLr0Yo 5 TEMA 2 – NORMATIVAS DA OMC APLICÁVEIS AO CASO CONCRETO No caso dos pneumáticos, a União Europeia alega a violação de algumas normativas da Organização Mundial do Comércio. Temos que recordar que o pedido do bloco econômico originou-se em decorrência da proibição, por parte do governo brasileiro, em aceitar a importação de carcaças de pneus oriundas daquele mercado, sob a alegação de que causavam um grande passivo ambiental, conforme visto anteriormente. Em suma, e dentro do caso em análise, vale a pena destacar dois princípios estabelecidos no GATT/94 e que, supostamente, teriam sido violados pela República Federativa do Brasil, são eles: 1. Princípio da Cláusula da Nação Mais Favorecida 2. Princípio do Tratamento Nacional: https:// portalrevistas.ucb.br/index.php/rvmd/article/download/2569/1562 Por outro lado,a República Federativa do Brasil, em sua defesa, alegou ser perfeitamente lícita a proibição, uma vez que as carcaças de pneus, por serem de difícil decomposição, causam sérios danos ao meio ambiente. Além disso, elas servem como hábitat para reprodução de mosquitos transmissores de dengue e febre amarela devido ao acúmulo de água das chuvas. Portanto, o nosso desafio é justamente o de compreendermos se as supostas violações invocadas pela União Europeia, por parte do Brasil, seriam discriminatórias ou encontrariam respaldo dentro do artigo XX do GATT/94. Duas opções podem surgir a partir daí: 1. O reconhecimento da existência de uma barreira não tarifária lícita. Dessa forma, a proibição brasileira quanto à importação das carcaças de pneus teria respaldo por elas causarem dano ao meio ambiente (artigo XX do GATT/I94). 2. O reconhecimento dos argumentos da União Europeia, no sentido de supostas violações aos princípios da Cláusula da Nação Mais Favorecida e do Tratamento Nacional. Leituras obrigatórias http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI52607,31047- OMC+a+decisao+sobre+pneus+reformados http://unctad.org/pt/docs/edmmisc232add33_pt.pdf http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI52607,31047-OMC+a+decisao+sobre+pneus+reformados http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI52607,31047-OMC+a+decisao+sobre+pneus+reformados 6 https://emais.estadao.com.br/noticias/geral,ue-recorre-de-novo-a- omc-contra-o-pais-sobre-pneus-usados,32306 Saiba mais https://www.youtube.com/watch?v=XvlUMW_m9V8 https://www.youtube.com/watch?v=ujtHEW3Z3To TEMA 3 – NORMATIVAS NACIONAIS EM DISCUSSÃO No caso em questão, o que se discute é se as normativas adotadas pela República Federativa do Brasil que proibiram a importação das carcaças de pneus, sob a alegação de que causavam dano ao meio ambiente, estavam ou não em desacordo com as normativas da OMC. Dentre as referidas normativas podemos citar: Portaria 08 de 1991 do Decex; Resolução 258 de 1999 do Conama; Portaria 08 de 2000 do Secex; Decretos presidenciais 3.919 de 2001 e 4.592 de 2003. Vale destacar que as referidas normas tiveram por objetivo proibir o ingresso das carcaças de pneus, assim como estabelecer o pagamento de multa por pneus importados, além de obrigar que fosse dada uma destinação adequada para as carcaças de pneus, com a finalidade de reduzir o impacto ambiental. É importante mencionar, igualmente, que foi proibida a emissão da licença automática para a importação de tais produtos. A chamada “guerra dos pneus” também teve repercussões no plano interno, visto que os fabricantes de pneus novos eram contrários à importação http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/caso-dos-pneus-uni%C3%A3o-europ%C3%A9ia-apela-da-decis%C3%A3o-da-omc http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/caso-dos-pneus-uni%C3%A3o-europ%C3%A9ia-apela-da-decis%C3%A3o-da-omc http://www.univali.br/ensino/graduacao/cejurps/cursos/direito/direito-itajai/publicacoes/revista-de-iniciacao-cientifica-ricc/edicoes/Lists/Artigos/Attachments/979/Arquivo%201.pdf http://www.univali.br/ensino/graduacao/cejurps/cursos/direito/direito-itajai/publicacoes/revista-de-iniciacao-cientifica-ricc/edicoes/Lists/Artigos/Attachments/979/Arquivo%201.pdf http://www.univali.br/ensino/graduacao/cejurps/cursos/direito/direito-itajai/publicacoes/revista-de-iniciacao-cientifica-ricc/edicoes/Lists/Artigos/Attachments/979/Arquivo%201.pdf https://www.youtube.com/watch?v=XvlUMW_m9V8 https://www.youtube.com/watch?v=ujtHEW3Z3To http://www.faap.br/faap_juris/pdf/Narrativafinal12-1.09.06-AGuerradosPneus.pdf0 http://www.faap.br/faap_juris/pdf/Narrativafinal12-1.09.06-AGuerradosPneus.pdf0 7 das carcaças de pneus, pois a maioria era utilizada para a fabricação de remoldados, com um custo inferior ao dos pneus novos: https://www.youtube.com/watch?v=eb2_pp_TAVc Para buscarmos uma melhor compreensão da importância do tema, vale a pena verificarmos como são produzidos os remoldados: https://www.youtube.com/watch?v=lf_mKL0Tsuk0 Como forma de comparação, vamos conferir como são fabricados os pneus novos: https://www.youtube.com/watch?v=yGjKOfXnwL0 Todavia, as referidas carcaças de pneus ingressavam em território brasileiro através da concessão de decisões judiciais: TRF-2 - AC APELAÇÃO CIVEL AC 200651010219160 (TRF-2) Data de publicação: 08/06/2011 Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ECONÔMICO. IMPORTAÇÃO PROIBIDA DE PNEUS USADOS. ENTENDIMENTO DO STF - ADPF 101/2009. 1. Trata-se de ação ordinária objetivando o autor a expedição de licenças de importação de pneus usados para fins de remoldagem. 2. A matéria em análise já não comporta mais discussões, ante a orientação consagrada pelo Superior Tribunal Federal no julgamento da ADPF 101/2009, que considerou que os preceitos fundamentais da saúde e do meio ambiente ecologicamente equilibrado e constitucionalmente protegidos, bem como os princípios expressos nos artigos 170, I e IV , e seu parágrafo único, 196 e 225, todos da CF, estariam sendo descumpridos por decisões que, deixando de dar aplicação às Portarias, Resoluções e Decretos emanados, respectivamente, pela DECEX e SECEX, CONAMA e Executivo Federal, garantissem a importação de pneus usados ou remoldados. (ADPF 101/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, 24.6.2009 cf. Informativo n.º 552). 3. Recurso desprovido. Finalmente, através da ADPF 101, o Supremo Tribunal Federal proibiu, de uma vez por todas, o ingresso de carcaças de pneus em território brasileiro: http://www.rdm.uff.br/index.php/rdm/article/view/134/82 Com a mencionada decisão, houve o fechamento de uma indústria de remoldados que estava localizada na região metropolitana de Curitiba, o que causou impacto negativo na geração de empregos: https://www.youtube.com/watch?v=eb2_pp_TAVc https://www.youtube.com/watch?v=lf_mKL0Tsuk0 https://www.youtube.com/watch?v=yGjKOfXnwL0 http://www.rdm.uff.br/index.php/rdm/article/view/134/82 https://www.youtube.com/watch?v=lPrPJaYB64E http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=119992&ano=2007&p http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=119992&ano=2007&p 8 http://www.bemparana.com.br/noticia/53019/populacao-de-piraquara- se-mobiliza-em-favor-da-bs-colway http://www.bonde.com.br/economia/noticias/fechamento-da-bs- colway-pode-falir-comerciantes-locais-79639.html Verificamos, portanto, que em determinados casos as decisões proferidas pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC têm o poder de impactar diretamente em nossas vidas. Leituras obrigatórias http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,direito-internacional- caso-da-guerra-dos-pneus-e-adpf-101-03,32723.html http://www.scielo.br/pdf/asoc/v11n1/11.pdf Saiba mais https://www.youtube.com/watch?v=gUNvZEpZUHg https://www.youtube.com/watch?v=Sh6CeOevzAA https://www.youtube.com/watch?v=TLCc9nr3oAI TEMA 4 – DECISÃO DO ÓRGÃO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DA OMC E APLICAÇÃO DA TEORIA Uma vez que apresentamos e estudamos os fatos referentes ao caso da chamada “guerra dos pneus”, bem como seus impactos dentro do ordenamento jurídico brasileiro, resta abordarmos a decisão que foi proferida dentro do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. Em síntese, a OMC, através de seu Órgão de Solução de Controvérsias, decidiu o seguinte: A legislação brasileira que proibia a importação das carcaças de pneus é entendida como uma barreira não tarifária lícita, visto que os pneus http://www.bemparana.com.br/noticia/53019/populacao-de-piraquara-se-mobiliza-em-favor-da-bs-colway http://www.bemparana.com.br/noticia/53019/populacao-de-piraquara-se-mobiliza-em-favor-da-bs-colway http://www.bonde.com.br/economia/noticias/fechamento-da-bs-colway-pode-falir-comerciantes-locais-79639.html http://www.bonde.com.br/economia/noticias/fechamento-da-bs-colway-pode-falir-comerciantes-locais-79639.html http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,direito-internacional-caso-da-guerra-dos-pneus-e-adpf-101-03,32723.html http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,direito-internacional-caso-da-guerra-dos-pneus-e-adpf-101-03,32723.htmlhttp://www.scielo.br/pdf/asoc/v11n1/11.pdf http://www.cedin.com.br/static/revistaeletronica/artigos/A%20GUERRA%20DOS%20PNEUS%20Pedro%20Gustavo%20Gomes.pdf http://www.cedin.com.br/static/revistaeletronica/artigos/A%20GUERRA%20DOS%20PNEUS%20Pedro%20Gustavo%20Gomes.pdf https://www.youtube.com/watch?v=gUNvZEpZUHg https://www.youtube.com/watch?v=Sh6CeOevzAA https://www.youtube.com/watch?v=TLCc9nr3oAI 9 usados são de difícil decomposição e acarretam um enorme passivo ambiental. Logo, as políticas e a legislação brasileira estariam de acordo com o artigo XX do GATT/94 e autorizariam o Brasil a proibir a importação de tais materiais. Consequentemente, e em decorrência da aplicação do artigo XX, não haveria qualquer infração aos princípios elencados pela União Europeia (tratamento nacional e não discriminação). Isso porque o artigo XX do GATT/94 representa uma barreira não tarifária lícita e que, no caso em questão, autoriza o país a proibir o ingresso de mercadorias estrangeiras e causadoras de poluição ao meio ambiente. Contudo, as referidas carcaças de pneus ingressavam no mercado brasileiro mediante a concessão de medidas liminares por parte do Poder Judiciário. Assim, a legislação brasileira era ineficaz. Logo, o Brasil somente poderia se fazer valer da justificativa do artigo XX do GATT, desde que nenhuma outra carcaça de pneu ingressasse em território brasileiro. Isso fez com que o Supremo Tribunal Federal proibisse, de uma vez por todas, o ingresso das carcaças de pneus: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp? docTP=AC&docID=629955 http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI52607,31047- OMC+a+decisao+sobre+pneus+reformados0 Leituras obrigatórias http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/relacoesinte rnacionais/article/viewFile/1361/1343 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-caso-dos-pneumaticos- na-omc-uniao-europeia-x-brasil,46743.html Saiba mais http://oglobo.globo.com/economia/stf-alega-razoes-ambientais- proibe-brasil-de-importar-pneus-usados-3145823 TROCANDO IDEIAS http://www.academia.edu/15388689/PNEUMATICOS._JURISPRUDENCIA_STF http://www.academia.edu/15388689/PNEUMATICOS._JURISPRUDENCIA_STF http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI52607,31047-OMC+a+decisao+sobre+pneus+reformados0 http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI52607,31047-OMC+a+decisao+sobre+pneus+reformados0 http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/relacoesinternacionais/article/viewFile/1361/1343 http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/relacoesinternacionais/article/viewFile/1361/1343 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-caso-dos-pneumaticos-na-omc-uniao-europeia-x-brasil,46743.html http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-caso-dos-pneumaticos-na-omc-uniao-europeia-x-brasil,46743.html https://www.youtube.com/watch?v=iy9NKFT6Z http://oglobo.globo.com/economia/stf-alega-razoes-ambientais-proibe-brasil-de-importar-pneus-usados-3145823 http://oglobo.globo.com/economia/stf-alega-razoes-ambientais-proibe-brasil-de-importar-pneus-usados-3145823 10 Caro aluno, dentro da presente Rota de Aprendizagem, verificamos, através da análise de estudo de caso, a questão dos pneumáticos, como as decisões adotadas pela OMC podem repercutir dentro dos ordenamentos jurídicos dos Estados. Constatamos, ademais, a relação entre os ordenamentos jurídicos internacional e nacional. Do seu ponto de vista, as decisões adotadas pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC influenciam nas soberanias dos Estados? Quais os impactos positivos e negativos? Responda em forma de wiki. NA PRÁTICA No emblemático caso da “guerra dos pneus”, pudemos observar como as decisões adotadas pela Organização Mundial do Comércio e pelo seu Órgão de Solução de Controvérsias interferem nas soberanias dos Estados. No caso concreto, a existência de barreiras não tarifárias levou ao fechamento de uma indústria nacional que fabricava remoldados, de forma a impactar diretamente o comércio exterior brasileiro. PROTOCOLO DE RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROPOSTA Caro aluno, após ter estudado a Rota de Aprendizagem, chega o momento de aplicar, na prática, todo o conteúdo absorvido. A situação proposta é a seguinte: pudemos verificar a tensão existente entre as decisões e as políticas adotadas pela Organização Mundial do Comércio e as soberanias dos Estados. Por um lado, cabe ao Estado cumprir com as normas e decisões emanadas pela OMC. Por outro lado, ao cumprir as referidas decisões e normas, os Estados poderão ter prejuízos internos, vide o exemplo estudado. Procure identificar, dentro de sua área de atuação, quais são as principais dificuldades e qual poderá ser a condução do Estado, no jogo de tensão na arena internacional: arena internacional versus arena nacional. Ao final, apresente a solução ao caso. RESOLUÇÃO DO CASO A situação-problema apresentada para você, caro aluno, não é de fácil resolução. Todos nós sabemos que o Brasil, ao ingressar na OMC, deve cumprir com as normativas e os princípios ali estabelecidos e, ainda, deve adequar a sua legislação às normas daquela organização, como o caso do GATT/94. Algumas vezes os Estados poderão adotar medidas que, em tese, poderão violar as 11 regras do livre-comércio (desde que sejam injustificadas). Se isso ocorrer, o Estado poderá ser acionado dentro do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC e terá que rever a sua política. Assim, eventual medida interna – adotada pelo Estado – que, em um primeiro momento, beneficia o comércio e o mercado internos, perante o plano internacional, viola as regras do livre-comércio. Por isso, a questão não é de fácil solução. Devemos ter sempre em mente que o conceito de soberania, cada vez mais, encontra-se flexibilizado, em virtude do próprio comércio internacional, obrigando que os Estados busquem a adoção de políticas conjuntas, no caso, dentro da OMC: https://www.youtube.com/watch?v=pFFq2jtUiMc https://www.youtube.com/watch?v=j2gDqNJUaWU https://www.youtube.com/watch?v=7sEFzr6oNVI https://www.youtube.com/watch?v=fK2Hh9xVvqk SÍNTESE Prezado aluno, dentro da presente Rota de Aprendizagem, verificamos, na prática, como o ordenamento jurídico da Organização Mundial do Comércio e o seu sistema de solução de controvérsias interferem nos ordenamentos jurídicos dos Estados e na obrigação de obedecerem às normas, os princípios e as decisões livremente assumidas pelos Estados. Vale a pena relembrar, dentro da presente Rota de Aprendizagem, os seguintes conceitos e ideias: A controvérsia da “guerra dos pneus” e a atuação da OMC Principais normativas, dentro do direito internacional do comércio, aplicadas ao caso em questão Normativas nacionais adotadas pelo Brasil e que estariam em confronto com as normas do GATT/94 O conceito de barreiras não tarifárias e a decisão da OMC A importância do sistema de solução de controvérsias da OMC https://www.youtube.com/watch?v=pFFq2jtUiMc https://www.youtube.com/watch?v=j2gDqNJUaWU https://www.youtube.com/watch?v=7sEFzr6oNVI https://www.youtube.com/watch?v=fK2Hh9xVvqk 12 REFERÊNCIAS ANNONI, Danielle. Introdução ao direito contratual no cenário internacional. Curitiba: Editora InterSaberes, 2012. GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integração econômica. Curitiba: Editora InterSaberes, 2015. _____; MONTENEGRO, Juliana Ferreira. Introdução aos estudos de direito internacional. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016.
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