Buscar

Contratos Internacionais: CISG e Arbitragem

Prévia do material em texto

DIREITO INTERNACIONAL E 
CONTRATOS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo Biacchi Gomes 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Prezado aluno, uma vez que estudamos e verificamos a importância dos 
contratos internacionais dentro do comércio exterior e constatamos a 
necessidade de o profissional estar sempre atualizado, no sentido de buscar 
sempre a melhor alternativa aos seus clientes, estudaremos questões mais 
práticas ligadas aos contratos internacionais. Assim, iremos revisitar e 
aprofundar alguns dos conceitos analisados sobre os contratos internacionais. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Dentro do tema dos contratos internacionais, inquestionavelmente a 
Convenção de Viena sobre Compra e Venda de Mercadorias (CISG) de 1980 é 
amplamente utilizada pelas empresas como forma de buscar a construção de 
regras e de procedimentos comuns para reger o contrato, dando maior 
segurança jurídica aos contratantes. No mesmo ponto, a arbitragem, como meio 
alternativo de solução de controvérsias, também surge como alternativa 
interessante aos contratantes. Em ambos os casos, podem os contratantes 
adotarem critérios, regras e procedimentos que melhor venham atender aos 
interesses das partes, a fim de buscar a concretização dos objetivos do contrato. 
Do seu ponto de vista, como a arbitragem e a CISG contribuem para o 
desenvolvimento dos contratos internacionais? 
Como fonte, pesquise: 
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-direito/artigos/a-
cisg-e-sua-aplicacao-a-partes-brasileiras-3kgaj4qvul37cmdt4tn1no3m6 
https://www.researchgate.net/
publication/263733473_TRADE_FACILITATION_PONTES_A_adesa
o_do_Brasil_a_CISG_uniformizacao_de_contratos_e_facilitacao_do
_comercio_17_May_2014
Resposta do questionamento acima 
Prezado aluno, ao estudarmos os contratos internacionais dentro do 
comércio exterior, temos que nos lembrar que toda e qualquer operação, antes 
de ser iniciada, levará a assinatura de um contrato. Nesse sentido, uma das 
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-direito/artigos/a-cisg-e-sua-aplicacao-a-partes-brasileiras-3kgaj4qvul37cmdt4tn1no3m6
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-direito/artigos/a-cisg-e-sua-aplicacao-a-partes-brasileiras-3kgaj4qvul37cmdt4tn1no3m6
http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/a-ades%C3%A3o-do-brasil-%C3%A0-cisg-uniformiza%C3%A7%C3%A3o-de-contratos-e-facilita%C3%A7%C3%A3o-do
http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/a-ades%C3%A3o-do-brasil-%C3%A0-cisg-uniformiza%C3%A7%C3%A3o-de-contratos-e-facilita%C3%A7%C3%A3o-do
http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/a-ades%C3%A3o-do-brasil-%C3%A0-cisg-uniformiza%C3%A7%C3%A3o-de-contratos-e-facilita%C3%A7%C3%A3o-do
 
 
3 
principais dificuldades das partes que negociam a elaboração do contrato é o 
estabelecimento da lei que deverá ser aplicada aos contratos internacionais, 
bem como a própria jurisdição competente para analisar e julgar as questões 
decorrentes do contrato. Nesse aspecto, nada mais correto e salutar que as 
partes possam, de maneira conjunta, construírem as regras do contrato – ou seja 
– aquelas que melhor possam ser aplicadas ao contrato, utilizando-se das 
previsões estabelecidas na CISG, que é amplamente aplicada dentro do 
comércio internacional. De forma a conferir maior autonomia às partes, 
igualmente a arbitragem, prevista na Lei nº 9.307 de 1996, surge como um 
mecanismo alternativo de solução de controvérsias, em que as partes poderão 
escolher o foro para dirimir a controvérsia, os árbitros, a lei aplicável e o idioma. 
PESQUISE 
Prezado aluno, a partir de agora passaremos a analisar e estudar os 
temas e o conteúdo de nossa Rota de Aprendizagem. Você observará que ela 
foi subdividida em quatro temas centrais, de forma a dar condições para que 
possa buscar um melhor entendimento quanto à unidade temática referente às 
questões aplicáveis ao comércio exterior. Ao final da presente Rota de 
Aprendizagem, esperamos que você possa entender os seguintes aspectos e 
conceitos: 
1. A importância da CISG no Brasil e sua aplicação 
2. Jurisdição, lei aplicável e a CISG 
3. CISG e arbitragem 
4. Contratos internacionais e sentença estrangeira 
TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DA CISG NO BRASIL E SUA APLICAÇÃO 
Atualmente, a maioria dos países que ratificaram a CISG atuam dentro 
das operações de comércio internacional. Em um mundo globalizado, para que 
exista maior segurança jurídica, é necessária a criação de normas e 
procedimentos uniformizados com a finalidade de estabelecer as regras e os 
procedimentos a serem aplicáveis aos contratos internacionais, como, por 
exemplo: negociação, formação, assinatura, interpretação dos contratos 
internacionais, assim como regulamentação das consequências de seu 
inadimplemento. 
4 
No que diz respeito ao âmbito de aplicação, a CISG é aplicada dentro das 
jurisdições dos Estados que ratificaram o tratado ou no país onde o contrato 
deverá ser cumprido.
Vale destacar, ademais, que, se as partes optarem pela arbitragem, a 
CISG, igualmente, poderá ser utilizada, mesmo que um dos contratantes tenha 
a sua sede em um Estado que não ratificou o tratado, pois valerá a aplicação do 
princípio da autonomia da vontade. 
Com a existência de uma diversidade legislativa entre os países, 
naturalmente a CISG torna mais rápida, segura e transparente a execução das 
operações de compra e venda de mercadorias tendo em vista que, nos dias de 
hoje, ela está vigente em mais de 80 países. 
Em resumo, eis as vantagens da utilização da CISG: 
 Aplicação de regras e procedimentos comuns em relação aos contratos 
de compra e venda de mercadorias, levando em consideração a 
existência de uma norma comum para reger as relações contratuais. 
 Maior segurança jurídica dentro das operações de comércio exterior, ante 
a existência de regras comuns aplicáveis ao contrato internacional. 
 Maior rapidez nas transações de comércio exterior. 
 Redução de custos. 
 Maior confiança das partes em relação ao cumprimento do contrato. 
 Possibilidade de sua aplicação, mesmo naquelas hipóteses em que um 
dos contratantes estiver localizado em um Estado que não ratificou a 
CISG. Nesse caso, as partes podem optar pela arbitragem, aplicando-se 
o princípio da autonomia da vontade das partes.
Leituras obrigatórias 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI236754,41046-
A+interpretacao+CISG+e+o+seu+carater+internacional 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI236754,41046-A+interpretacao+CISG+e+o+seu+carater+internacional
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI236754,41046-A+interpretacao+CISG+e+o+seu+carater+internacional
 
 
5 
Saiba mais 
https://www.youtube.com/watch?v=5MpyeTsmco8 
https://www.youtube.com/watch?v=xuBEFonIHLk 
 
TEMA 2 – JURISDIÇÃO, LEI APLICÁVEL E A CISG 
Prezado aluno, como estudamos no tema 1 da presente Rota de 
Aprendizagem, a aplicação da Convenção de Viena sobre Compra e Venda de 
Mercadorias de 1980 representa inúmeras vantagens aos contratantes nas 
operações de compra e venda de mercadorias. 
Como verificamos, a CISG somente poderá ser aplicada dentro da 
jurisdição dos países que ratificaram a Convenção ou, ainda, dentro da jurisdição 
do Estado em que a obrigação contratual deverá ser executada. Portanto, quanto 
à aplicação da Convenção, não é levada em consideração a nacionalidade ou o 
caráter civil ou comercial dos contratantes, de acordo com o disposto no artigo 
1o. 
CAPÍTULO I – Campo de Aplicação 
 
Artigo 1 
(1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias entre 
partes que tenham seus estabelecimentos em Estados distintos: 
(a) quando tais Estados forem Estados Contratantes; ou 
(b) quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um 
Estado Contratante. 
(2) Não será levado em consideração o fato de as partes terem seus estabelecimentos 
comerciais em Estados distintos, quando tal circunstância não resultar do contrato, das 
tratativasentre as partes ou de informações por elas prestadas antes ou no momento de 
conclusão do contrato. 
(3) Para a aplicação da presente Convenção não serão considerados a nacionalidade 
das partes nem o caráter civil ou comercial das partes ou do contrato. 
 
Como a República Federativa do Brasil ratificou a CISG no ano de 
2013, passando a ter aplicação no ano de 2014, as partes têm maior 
segurança jurídica nas transações comerciais. 
 
 
A própria CISG esclarece em que hipóteses as suas normas podem ser 
aplicadas: 
PARTE I – Campo de Aplicação e Disposições Gerais 
 
CAPÍTULO I – Campo de Aplicação 
https://www.youtube.com/watch?v=5MpyeTsmco8
https://www.youtube.com/watch?v=xuBEFonIHLk
 
 
6 
 
Artigo 1 
(1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias entre 
partes que tenham seus estabelecimentos em Estados distintos: 
(a) quando tais Estados forem Estados Contratantes; ou 
(b) quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um 
Estado Contratante. 
(2) Não será levado em consideração o fato de as partes terem seus estabelecimentos 
comerciais em Estados distintos, quando tal circunstância não resultar do contrato, das 
tratativas entre as partes ou de informações por elas prestadas antes ou no momento de 
conclusão do contrato. 
(3) Para a aplicação da presente Convenção não serão considerados a nacionalidade 
das partes nem o caráter civil ou comercial das partes ou do contrato. 
 
Artigo 2 
Esta Convenção não se aplicará às vendas: 
(a) de mercadorias adquiridas para uso pessoal, familiar ou doméstico, salvo se o 
vendedor, antes ou no momento de conclusão do contrato, não souber, nem devesse 
saber, que as mercadorias são adquiridas para tal uso; 
(b) em hasta pública; 
(c) em execução judicial; 
(d) de valores mobiliários, títulos de crédito e moeda; 
(e) de navios, embarcações, aerobarcos e aeronaves; 
(f) de eletricidade. 
 
Artigo 3 
(1) Serão considerados contratos de compra e venda os contratos de fornecimento de 
mercadorias a serem fabricadas ou produzidas, salvo se a parte que as encomendar 
tiver de fornecer parcela substancial dos materiais necessários à fabricação ou à 
produção. 
(2) Não se aplica esta Convenção a contratos em que a parcela preponderante das 
obrigações do fornecedor das mercadorias consistir no fornecimento de mão-de-obra ou 
de outros serviços. 
 
 
Em relação à possibilidade de escolha da lei a ser aplicável, a CISG 
autoriza a sua aplicação dentro do artigo 6o do Tratado. Todavia, se eventual 
controvérsia for submetida ao Judiciário brasileiro, por vedação do artigo 9o da 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, deverá ser aplicada a lei do 
local da constituição da obrigação. 
No que diz respeito à jurisdição competente para dirimir as controvérsias, 
caso as partes não escolham a arbitragem e de acordo com o disposto em nosso 
Código de Processo Civil, a jurisdição brasileira é competente quando a 
obrigação é executada em território brasileiro. O artigo 57 da CISG estabelece 
que o local do cumprimento da obrigação é o local de seu pagamento. Nesse 
caso, a jurisdição brasileira também é competente pelo fato de o Código Civil 
brasileiro estabelecer que a jurisdição brasileira também será. 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
7 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento
de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou
residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Saiba mais 
http://www.conjur.com.br/2014-set-06/ana-raeffray-convencao-viena-
traz-beneficios-contratos-internacionais 
http://www.conjur.com.br/2012-dez-19/nelson-kheirallah-comercio-
internacional-considerar-convencao-onu 
TEMA 3 – CISG E ARBITRAGEM 
De acordo com a Lei nº 9.307 de 1996, a arbitragem, enquanto meio 
alternativo de solução de controvérsias, pode ser utilizada como opção para a 
questão dos contratos internacionais. Uma das grandes vantagens reside na 
possibilidade de as partes escolherem os árbitros, a lei a ser aplicável, o local da 
arbitragem e na possibilidade de utilizar outras fontes, como os tratados, os 
princípios gerais do direito e a própria CISG. 
Em conformidade com a Lei de Arbitragem: 
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes. 
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na
arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos
princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.
Portanto, dentro da arbitragem, o que importa não é apenas a autonomia 
da vontade das partes mas também a própria boa-fé nas relações contratuais. 
Os princípios elencados no referido instituto se coadunam diretamente com os 
ideais e os objetivos da CISG. 
Nesse sentido, vale a pena destacar os dispositivos da CISG que 
permitem a liberdade das partes na aplicação das normas que regerão o 
contrato: 
http://www.conjur.com.br/2014-set-06/ana-raeffray-convencao-viena-traz-beneficios-contratos-internacionais
http://www.conjur.com.br/2014-set-06/ana-raeffray-convencao-viena-traz-beneficios-contratos-internacionais
 
 
8 
CAPÍTULO II – Disposições Gerais 
 
Artigo 7 
(1) Na interpretação desta Convenção ter-se-ão em conta seu caráter internacional e a 
necessidade de promover a uniformidade de sua aplicação, bem como de assegurar o 
respeito à boa-fé no comércio internacional. 
(2) As questões referentes às matérias reguladas por esta Convenção que não forem por 
ela expressamente resolvidas serão dirimidas segundo os princípios gerais que a inspiram 
ou, à falta destes, de acordo com a lei aplicável segundo as regras de direito internacional 
privado. 
 
Artigo 8 
(1) Para os fins desta Convenção, as declarações e a conduta de uma parte devem ser 
interpretadas segundo a intenção desta, desde que a outra parte tenha tomado 
conhecimento dessa intenção, ou não pudesse ignorá-la. 
(2) Não sendo caso de aplicação do parágrafo anterior, as declarações e a conduta de 
uma parte devem ser interpretadas segundo o sentido que lhes teria dado uma pessoa 
razoável, com a mesma qualificação e nas mesmas circunstâncias da outra parte. 
(3) Para determinar a intenção de uma parte, ou o sentido que teria dado uma pessoa 
razoável, devem ser consideradas todas as circunstâncias pertinentes ao caso, 
especialmente negociações, práticas adotadas pelas partes entre si, usos e costumes e 
qualquer conduta subsequente das partes. 
 
Artigo 9 
(1) As partes se vincularão pelos usos e costumes em que tiverem consentido e pelas 
práticas que tiverem estabelecido entre si. 
(2) Salvo acordo em contrário, presume-se que as partes consideraram tacitamente 
aplicáveis ao contrato, ou à sua formação, todo e qualquer uso ou costume geralmente 
reconhecido e regularmente observado no comércio internacional, em contratos de mesmo 
tipo no mesmo ramo de comércio, de que tinham ou devessem ter conhecimento. 
 
Portanto, nada mais correto e salutar do que utilizara arbitragem como 
meio de solução de controvérsias para possibilitar aos contratantes maior 
liberdade para concluir, com êxito, o contrato. 
Leituras obrigatórias 
 
https://www.linkedin.com/pulse/arbitragem-transnacional-na-cisg-
contribui%C3%A7%C3%B5es-para-de-queila-martins 
 
Saiba mais 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ciyB4Z-P2lo 
 
TEMA 4 – DECISÕES ARBITRAIS ESTRANGEIRAS 
Visto que a arbitragem está fundamentada na autonomia da vontade das 
partes, como já estudamos, prevalece o consensualismo dos contratantes no 
sentido de construir as regras e os procedimentos que deverão reger o contrato, 
https://www.linkedin.com/pulse/arbitragem-transnacional-na-cisg-contribui%C3%A7%C3%B5es-para-de-queila-martins
https://www.linkedin.com/pulse/arbitragem-transnacional-na-cisg-contribui%C3%A7%C3%B5es-para-de-queila-martins
https://www.youtube.com/watch?v=ciyB4Z-P2lo
9 
direcionando os procedimentos para evitar ou até mesmo solucionar eventuais 
controvérsias. 
É importante mencionar que, dentro dos contratos internacionais, o que 
as partes mais querem evitar é que ocorra alguma controvérsia. Caso venha a 
ocorrer, os contratantes deverão empenhar-se em solucionar, de forma mais 
ágil, a questão, para buscar, ao final, a conclusão do negócio. Assim, na hipótese 
da instauração da arbitragem, no fim haverá uma sentença arbitral (que dirá 
quem tem razão). 
De acordo com a Lei de Arbitragem, a sentença arbitral deverá ser 
cumprida com boa-fé pela parte perdedora. Caso esta não venha a cumpri-la, a 
parte vencedora poderá acionar o Judiciário, pois a sentença arbitral tem a 
natureza jurídica de um título executivo judicial, que contém liquidez, certeza e 
exigibilidade. 
A questão ganha maiores contornos quando estudamos os contratos 
internacionais e a sentença arbitral é produzida por um tribunal arbitral localizado 
em outro país, ou através de uma Câmara Arbitral localizada fora do Brasil. 
Nessa situação, na hipótese de a parte ré não cumprir voluntariamente com a 
sentença arbitral, a parte vencedora, caso tenha que executar a decisão aqui, no 
Brasil, deverá homologar o título perante o Superior Tribunal de Justiça, para 
que ela possa ter validade aqui no Brasil. 
Além do mais, em consonância com a Lei de Arbitragem, serão 
consideradas como sentenças arbitrais estrangeiras aquelas produzidas fora do 
território nacional. 
Leituras obrigatórias 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI194367,51045-
Arbitragem+internacional 
http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13208
http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13208
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14913&revista_caderno=16
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14913&revista_caderno=16
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI194367,51045-Arbitragem+internacional
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI194367,51045-Arbitragem+internacional
http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10893&revista_caderno=16
http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10893&revista_caderno=16
 
 
10 
 
Saiba mais 
https://www.youtube.com/watch?v=z_ErZ9NKHMU 
 
https://www.youtube.com/watch?v=6qcTZOD_CYk 
 
TROCANDO IDEIAS 
Caro aluno, na presente Rota de Aprendizagem, verificamos, em termos 
práticos, a importância de alguns elementos, normas e procedimentos dentro 
dos contratos internacionais. Dentre eles a necessidade de se conhecer a 
Convenção de Viena sobre Compra e Venda de Mercadorias, a relevância da 
arbitragem como forma de evitar ou mesmo resolver controvérsias decorrentes 
dos contratos internacionais e o tema da execução das decisões arbitrais 
estrangeiras. Tendo em vista os temas estudados na presente Rota de 
Aprendizagem e sua área de atuação, qual a importância da CISG dentro dos 
contratos internacionais e quais são as vantagens e as desvantagens de sua 
utilização? Responda em forma de wiki. 
 
NA PRÁTICA 
No tema referente aos contratos internacionais e ao comércio exterior, 
em um mundo globalizado, torna-se cada vez mais necessária a busca de 
soluções rápidas e assertivas para atender corretamente aos clientes. Assim, o 
conhecimento de regras e procedimentos, dentro do direito internacional 
privado, é extremamente importante para alcançar o sucesso nas negociações 
contratuais. Afinal, conhecer as referidas regras e procedimentos, como 
estudado na Rota de Aprendizagem, é de suma importância para a 
concretização dos resultados. 
Protocolo de resolução da situação proposta 
Caro aluno, após ter estudado a rota de aprendizagem, chega o momento 
de aplicar, na prática, todo o conteúdo absorvido. A situação proposta é a 
https://www.youtube.com/watch?v=z_ErZ9NKHMU
https://www.youtube.com/watch?v=6qcTZOD_CYk
11 
seguinte: como analista de comércio exterior, você deverá aconselhar o seu 
cliente quanto à melhor forma de elaborar o contrato internacional de compra e 
venda de mercadorias. Você tem diante de si um contrato-padrão (qualquer que 
seja), mas que não contempla a aplicação da CISG nem da arbitragem. Por outro 
lado, as cláusulas contratuais são desvantajosas ao seu cliente e existe uma 
grande dificuldade entre as partes no sentido de chegarem a um consenso 
quanto à redação do contrato. Com isso em mente, proponha uma forma de 
atuação positiva ao seu cliente, a fim de demonstrar as vantagens de utilização 
da CISG e da arbitragem dentro do contrato. 
Resolução do caso 
A situação-problema apresentada para você, caro aluno, não traz uma 
única resposta correta ou errada. Trata-se, na verdade, de uma situação 
complexa em que deveremos apresentar ou sugerir ao cliente algumas soluções 
e alternativas. Atuar de forma positiva sempre é salutar. Ao demonstrar a 
existência da CISG, poderemos apresentar algumas soluções ao cliente, no 
sentido da existência de normas ou procedimentos únicos, aplicáveis para todas 
as partes e contratantes, no que diz respeito aos direitos e deveres dos 
contratantes nos contratos internacionais. Como é uma lei uniforme, ela é 
geralmente aplicada pelos agentes do comércio. De outro lado, a utilização da 
arbitragem, que é pautada no consenso entre as partes, permite que elas 
possam, através de sua autonomia da vontade, construir as regras e os 
procedimentos que deverão regulamentar a relação contratual, de forma a 
buscar evitar futuras controvérsias.
SÍNTESE 
Prezado aluno, nesta Rota de Aprendizagem, verificamos – 
concretamente – a importância da aplicação de alguns elementos e conceitos 
sobre os contratos internacionais, relacionando-se diretamente com as 
operações de comércio exterior. 
Vale a pena relembrar, dentro da presente Rota de Aprendizagem, os 
seguintes conceitos e ideias: 
https://www.youtube.com/watch?v=m8NRF3Q_riE
http://www.baptista.com.br/news/Texto.aspx?Texto=1012
 
 
12 
 A importância da CISG dentro dos contratos internacionais 
 A importância de se delimitar a lei a ser aplicável e a escolha do foro 
 A necessidade de utilização da arbitragem como forma de solução de 
controvérsias dentro dos contratos internacionais 
 O procedimento para homologação de sentença arbitral estrangeira 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANNONI, Danielle. Introdução ao direito contratual no cenário internacional. 
Curitiba: Editora InterSaberes, 2012. 
 
GOMES, Eduardo Biacchi. Direito da integração econômica. Curitiba: Editora 
InterSaberes, 2015. 
 
_____; MONTENEGRO, Juliana Ferreira. Introdução aos estudos de direito 
internacional. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016.

Continue navegando