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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● PARASITOLOGIA 1 www.medresumos.com.br INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles. A parasitologia engloba os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda (nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares. Parasitologia Médica é o estudo dos parasitas de importância médica. Embora os tipos de organismos classificados como parasitas constitua um amplo grupo, aqueles associados a infestação humana são mais limitados em número, e compostos principalmente de Protozoários, Helmintos e Artrópodes. “O curso de Parasitologia Clínica tem como objetivo propiciar um embasamento teórico que permita ao aluno uma visão completa das principais doenças parasitórias” (Caliandra Luna). O parasitismo é uma associação entre seres vivos onde existe unilateralidade de benefícios, sendo um prejudicado pela associação com o outro. O parasita é sempre o agressor, enquanto o hospedeiro alberga o parasito. Nessa relação, há sempre um relacionamento entre os seres vivos: obtenção de alimentos e proteção. A parasitologia, por tanto, expressa as causas e consequencias das parasitoses sobre homem e o seu relacionamento com o meio ambiente e as condições sociais. As principais causas que contribuem para o aumento de incidencia das parasitoses nas cidades são: Crescimento desordenado dos centros urbanos, criando bolsões de pobreza com elevada densidade populacional; Deficiencia ou ausencia de abastecimento de água, coleta de lixo, esgotos; Moradia inadequada; Salários insuficientes; Nutrição inadequada; Esducação precária. As parasitoses estão relacionadas às condições sociais, economicas e culturais, sendo consideradas como fatores de subdesenvolvimento. Elas incapacitam o homem (hospedeiro), reduzindo suas potencialidades produtivas. A erradicação de parasitoses intestinais requer melhorias das condições sócioeconômicas, no saneamento básico e na educação sanitária, além da mudança de certos hábitos culturais. GLOSSÁRIO PARASITOLÓGICO: TERMOS TÉCNICOS E DEFINIÇÕES Agente etiológico: é a denominação dada ao agente causador de uma doença. Normalmente, este causador precisa de um vetor para proliferar tal doença (ou seja, completar seu ciclo de parasitismo). Este vetor pode ser animado ou inanimado. Existem centenas de agentes etilógicos dos quais podem causar, se não tratados, uma série de más consequências. Dentro dessas centenas de agentes etiológicos, há que ter em conta que podem ser de origem endógena ou exógena. Agente infeccioso: é um ser vivo capaz de reconhecer seu hospedeiro, nele penetrar, desenvolver-se, multiplicar-se e, mais tarde, sair para alcançar novos hospedeiros. Os agentes infecciosos são também conhecidos pela designação de micróbios ou germes, como as bactérias, vírus, ácaros e alguns fungos. Anfixenose: é uma patologia causada por parasitas que circula tanto entre os seres humanos quanto entre os animais. Antroponose: são doenças em que o ser humano é o único reservatório, suscetível e hospedeiro. São exemplos as DST's, o sarampo, febre tifoide e coqueluche. Cepa (estirpe): é um termo da biologia e da genética para se referir a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas ou fisiológicas. Quando uma espécie sofre mutações significativas ou conforme novas gerações se adaptam a novas condições ambientais, os descendentes pode ter formado uma nova estirpe. Endemia: qualquer fator mórbido ou doença espacialmente localizada, temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os membros de uma população e cujo nível de incidência se situe sistematicamente nos limites de uma faixa endêmica que foi previamente convencionada para uma população e época determinadas. Difere da epidemia por ser de caráter mais contínuo e restrito a uma determinada área. Assim, por exemplo, no Brasil, existem áreas endêmicas de febre amarela na Amazônia, áreas endêmicas de dengue, etc. Em Portugal, a hepatite A pode ser considerada como endemia, já que existem, constantemente, novos casos. Epidemia: se caracteriza pela incidência, em curto período de tempo, de grande número de casos de uma doença. Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasita em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual. Arlindo Ugulino Netto. PARASITOLOGIA 2016 Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● PARASITOLOGIA 2 www.medresumos.com.br Hospedeiro intermediário: apresenta o parasita em fase larvária ou em fase assexuada. Hospedeiro: organismo que se encontra ou que pode ser infectado por um parasita. Serve de habitat para outro que nele se instala encontrando as condições de sobrevivência. Incidência: usada em estatística e em epidemiologia, a Incidência pode referir-se a: número de novos casos surgidos numa determinada população e num determinado intervalo de tempo; proporção de novos casos surgidos numa determinada população e num determinado intervalo de tempo. Morbidade: Em epidemiologia, morbidade ou morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação aos números de habitantes sãos, em determinado local e em determinado momento. Mortalidade: Em Epidemiologia, mortalidade é a Taxa de mortalidade ou o número de óbitos em relação ao número de habitantes, se analisa os óbitos de determinadas doenças – a morbimortalidade em determinado local e momento com objetivo de estabelecer a prevenção e controle de doenças enquanto ação de saúde pública através registro sistemático das Declarações de Óbito. Parasito acidental: é o que exerce o papel de parasito, porém habitualmente possui vida não-parasitária. Ex: larvas de moscas que vivem em frutos ou vegetais em decomposição e acidetalmente atingem humanos. Parasito erradico: é o que vive fora do seu habitat ou de seu hospedeiro normal. Partenogênese: Partenogénese, partenogênese ou partogênese (do grego παρθενος, "virgem", + γενεσις, "nascimento") refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião ou semente sem fertilização, isto é, por reprodução assexuada, sem a contribuição gênica paterna. São fêmeas que procriam sem precisar de machos que as fecundem. Atualmente, a biologia evolutiva prefere utilizar o termo telitoquia, por considerá-lo menos abrangente que o termo partenogênese. Período de incubação: é o tempo decorrido entre a exposição ao organismo patogénico e a manifestação dos primeiros sintomas da doença. Período pré-patente: é o período que decorre entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente etiológico. Prasitemia: representa o número de parasitos que estão presentes na corrente sanguínea de um paciente. Parasitismo: é a associação entre seres vivos onde existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados (o de maior porte ou hospedeiro) prejudicado pela associação. Parasito: é o ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte, à custa ou na dependência deste. Prevalência: termo geral utilizado para caracterizar o número total de casos de uma doença ou qualquer outra ocorrência numa população e tempo definidos (casos antigos somados aos casos novos). Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou humano onde vivie e multiplica-se um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros. Vetor: é todo ser vivo invertebrado capaz de transmitir de forma ativa (estando ele mesmo infectado) ou passiva um agente infectante (parasita, protozoário, bactéria ou vírus). Zoonose: são doenças de animais transmissíveis ao homem, bem como aquelas transmitidas do homem para os animais. Os agentes quedesencadeiam essas afecções podem ser micro-organismos diversos, como bactérias, fungos, vírus, helmintos e rickéttsias. O termo antropozoonose se aplica a doenças em que a participação humana no ciclo do parasito é apenas acidental, ou secundária, como ocorre na hidatidose. Existem, no entanto, muitos parasitos que não causam doenças em animais, mas que, transmitidos ao homem, encontram nesse novo hospedeiro melhores condições de desenvolvimento e multiplicam-se ativamente, aproveitando-se das insuficiências defensivas desse último e acarretando graves lesões. As variantes dessa situação, envolvendo o homem, o agente etiológico e os animais reservatórios, são muito freqüentes na natureza. AÇÕES DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO Ação espoliativa: absorção de nutrientes ou sangue do hospedeiro. Ex: ancilóstomo. Ação tóxica: enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro. Ex: Ascaris lumbricoides. Ação mecânica: algumas espécies podem impedir o fluxo ou absorção dos alimentos. Ex: Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides. Ação traumática: principalmente por meio de larvas de helmintos. Ex: migração cutanea das lavas do ancilostomo. Ação irritativa: irritação no local parasitado. Ex: lábios do A. lumbricoides. Ação enzimática: liberação de enzimas pelo parasito. Ex: cercária de S. masoni. FATORES QUE INFLUENCIAM NA INTENSIDADE DA AÇÃO PARASITÁRIA Relativo aos parasitos: carga parasitária, capacidade de multiplicação, localização e vitalidade. Relativo aos hospedeiros: idade, imunidade, estado nutricional, costumes, etc.
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