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MALÁRIA · Causada por 4 espécies diferentes de plasmodium · P. falciparum (o que mais mata) - África · P. vivax - América (Brasil) · P. malariae - 2a espécie na África · P. ovale - raros · Outras espécies em macacos · Incidência: 150 milhões de casos por ano, com 2 milhões de óbitos todos os anos · Risco mais alto na região norte // amazônica · Transmissão pelo mosquito Anopheles (gambiae na África e darlingi nas Américas), com o homem como reservatório · Ciclo começa com a picada no homem, injetando os esporozoítos na corrente sanguínea do homem, que vão até o fígado, fazendo multiplicação (ciclo extra-eritrocítico), saindo do fígado infecta hemácias com merozoítos -> esquizontes -> novos merozoítos e também gametócitos (ciclo eritrocítico) · Gametócitos são sugados pelo mosquitos onde se multiplicam, formando os esporozoítos (fecha o ciclo e ocorre nova picada) Quadro clínico: · Incubação de 8 a 25 dias: tempo que leva para a liberação dos merozoítos das hemácias · Doença pode voltar meses ou anos depois → hipnozoítos no fígado podem ficar latentes (P. vivax e P. ovale) · Malária não complicada em pacientes não imunes · Todos têm febre, fraqueza, cefaléia; muitos têm sudorese noturna. Outros sintomas comuns: insônia, mialgia, artralgia e diarreia · Febre cíclica a cada 48h ou 72h (P. malariae) → P. falciparum geralmente leva a assincronia dos ciclos e paciente evolui com febre persistente. Assintomático no momento afebril · Relacionar sempre com hx epidemiológica · Sinais de anemia: hemólise intravascular · Esplenomegalia e hepatomegalia: destruição das hemácias parasitadas Patogenia: · Malária por P. falciparum pode ser grave · Hemácias de qualquer idade, enquanto outros são apenas das jovens (reticulócitos) · Produz mais merozoítos · Hemácias parasitadas por P. falciparum: podem aderir ao endotélio levando a oclusão dos capilares (citoaderência); podem aderir a hemácias não parasitadas (rosetas) e formação de knobs na superfície das hemácias parasitadas · Liberação de citocinas (IL-1, TNF-a): SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica): FC, FR, leucócitos, glicemia Protozoários - Plasmodium: · Gota espessa com corante (giemsa, leishman, field e wright) · Os esfregaços finos ajudam na espécie (hemácias não ficam empilhadas) · Teste rápido Diagnóstico: FITA - teste rápido · Simples, alto custo, dificuldade na diferenciação entre espécies e sorologia não diferencia infecção pregressa de recente Resistência à malária: · Causas genéticas: · Hemoglobina S (anemia falciforme/traço falciforme) e hemoglobina C → dificultam a infiltração · Deficiência de G6PD · Ausência do antígeno de Duffy (proteção contra P. vivax) · Resistência adquirida (malária de repetição) Tratamento: · Cloroquina: interage com produtos da hemoglobina não permitindo a utilização pelo plasmodium, só age nas formas intra-eritrocitária no vivax · Sulfa e pirimetamina: interfere na síntese de ácido fólico pelo parasita · Atovaquona-proguanil: liga-se ao citocromo c impedindo a produção de energia pelo transporte de elétrons · Doxiciclina: liga-se a porção 30S do ribossomo impedindo a síntese proteica · Mefloquina e quinino: semelhante a cloroquina · Artesunato: interage com heme inviabilizando a utilização pelo plasmodium Profilaxia: Quando viajar para áreas endêmicas: · Evitar picada do mosquito: roupas claras e repelentes · Quimioprofilaxia: risco de fazer dx tardio, não ter tempo de conseguir tto, áreas distantes de centros urbanos por longo período → não é profilaxia, é tratamento prévio (não faz para todos), levar tto completo LEISHMANIOSE Cutânea: L. braziliensis, L. amazonensis, L. guyanensis e outras conforme região Visceral: L. donovani, L. chagasi e L. infantum Ambas transmitem pelo flebotomíneo (Lutzomyia) **O mesmo parasita com o mesmo mosquito podem fazer manifestações clínicas bem diferentes Geralmente as picadas são em regiões do corpo mais expostas nas cutâneas Patologia da visceral: não faz lesão de pele · Período de incubação visceral de 2 a 5 meses · Diferentes formas clínicas · Forma assintomática:detectada sem nenhuma manifestação clínica por sorologia · Forma oligossintomática: discreta palidez cutânea, emagrecimento e adinamia, hepatomegalia não ultrapassa 5 cm, sem esplenomegalia, HMG normal/anemia, VHS elevado e eletroforese com proteína normal, intradermorreação geralmente negativa, anticorpos sempre presentes. Quadro autolimitado, em geral, não indica tto, sintomas até 3-6 meses · Forma clássica: Curso crônico: dividimos em período inicial, de estado e final No final: grande esplenomegalia, caquexia pronunciada, anemia intensa, complicações determinantes de óbitos, como hemorragias, ascite e icterícia ou infecções bacterianas Diagnóstico: Visceral: · Amastigotas do parasito em esfregaços corados (giemsa) de mielograma - sensibilidade deste método é variável, podendo atingir 70-80% · Biópsia hepática e aspirado esplênico apresentam sensibilidade maior · Pesquisa de anticorpos específicos: imunofluorescência indireta e reação imunoenzimática · Antígenos com fitas do antígeno recombinante rK39 - positividade > 95% · Reação de Montenegro têm baixa sensibilidade Cutânea: · L. braziliensis, L. amazonensis. L. guyanensis · Raspado e observação no microscópio · Montenegro · Biópsia e achado do parasito · Imunohistoquímica · PCR Dx diferenciais: Visceral: · Doenças de curso crônico com febre e hepatoesplenomegalia · Histoplasmose · TB miliar · Toxoplasmose · Endocardite bacteriana · Malária crônica · Esquistossomose (sem febre) · Salmonelose · Doenças não transmissíveis · Linfomas · Leucemias · Colagenoses · Cirrose Cutânea: · Úlceras vasculares, traumáticas e bacterianas · TB · Cromoblastomicose · Paracoccidioidomicose · Hanseníase · Histoplasmose TRATAMENTO Visceral · Antimoniato de N-metil-glucamina · Droga com maior potencial leishmanicida é a anfotericina B (toxicidade renal) · Formulações lipídicas de anfotericina: podem ser utilizados por apenas 5 dias e custo elevado · Miltefosina: única medicação oral, não tem no BR Cutânea · Antimoniato de N-metil-glucamina · Também é anfotericina B (toxicidade renal) · Formulações lipídicas de anfotericina: controverso · Pentamidina: alternativa ao glucantime · Miltefosina TRIPANOSSOMÍASE AMERICANA · Doença de Chagas: · Transmitida por triatomíneos · Formas: sangue e tecidos · Transmissão: hemotransfusão, transplante de órgão, gestação, acidente perfuro-cortantes · Relacionada com más condições habitacionais: propiciam multiplicação do barbeiro · Animais peridomicílio infectados (cães e gatos) · Inoculação: Agudo: geralmente assintomáticos, linfonodomegalia regional, febre, mal estar, astenia, diminuição do apetite, cefaléia, hepatoesplenomegalia, meningoencefalite (manifestação neurológica), miocardite (com ou sem pericardite) Forma cardíaca: arritmias, IC, tromboembolismo Forma digestiva: disfagia, retenção de alimentos, refluxo, ptialismo, tosse (megaesôfago) e obstipação intestinal, fecaloma (megacólon) Exames: · Aguda: leucocitose com linfocitose, VHS, PCR, eletroforese de proteínas com hipoproteinemia total e aumento de alfa e gama · Crônica cardíaca: ECG, holter, rx tórax, estudo eletrofisiológico, ecocardiograma · Crônica digestiva: rx de abdome e tórax, contraste oral image3.jpg image2.jpg image1.jpg