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Tradução brasileira do filme Mon Maître décole

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Meu Professor
00’4’’
[às minhas filhas, Rose e Romy].
00’25’’
Eu tenho consciência que é meu último ano de aula.
E eu quero que ela seja brilhante,
para eles e para mim.
Vamos!
[gritos de crianças]
Por favor, esperem. Eu que vou organizar um pouquinho.
Por que, os do 2º ano têm que ficar com os 2º ano.
E os do 3º ano juntos.
E os do 4º juntos. 
Então...
Ah.
Quem aqui está no 3º ano e não achou um lugar?
Você, você está em qual classe?
4º então,
você está bem, já tem seu lugar.
Para seu lugar.
Seu lugar, 4º ano.
4º ano, tem ele. Fique aqui.
Então, tem dois alunos novos.
Tem o Mattéo
e Benjamin.
Desejem boas vindas a eles.
Porque, a gente vem a uma escola para aprender,
Mas a gente vem também para se sentir bem, estar com os colegas,
Meu Professor
01’43’’
para passar bons momentos. 
É Preciso que quando vocês crescerem, vocês guardem boas lembranças da escola.
É o objetivo também.
Vamos, Chloé, distribui os cadernos.
Você também distribui. Vamos, um caderno para cada um.
2’00’’
Jocris, de jeito nenhum você vai ficar aí no fundo.
Eu poderia ir para o lugar dele? Por que você precisa
estar perto de mim. E você sabe bem o porquê.
Eu poderia ir para o lugar dele?
Fica um pouco.
{Fica um pouco}
Como você quiser.
Vai sobrar um pouco, Lionel.
Olhem bem.
Eu não repetirei. 
Aqui, na primeira linha,
Vocês vão escrever seu sobrenome
e primeiro nome. 
No meio, “caderno de classe número
um” 
Por extenso como vocês dizem.
Capito?
[som suave de guitarra]
3’09’’
Bom...
Meu Professor
É bem provável que eu pare
no fim do ano.
Para me aposentar.
Já faz 40 anos que estou aqui.
Vai fazer 40 anos ou 39.
Já não sei mais contar até aí.
Enfim...
Então, vamos tentar,
é uma promessa que eu fiz para mim
de 
passar um ano bom.
Que vocês, vocês se divirtam,
e eu também.
Então, nós vamos sair
juntos. 
Sem ficar se empurrando.
Nós vamos estudar, vamos fazer como sempre,
nós vamos colocar o programa em prática.
Meu objetivo é...
Conduzi-los à autonomia.
É muito importante.
E ensiná-los a se tornar
04’00’’
homens e mulheres responsáveis.
[som suave de guitarra]
[B2 filmes apresenta
em coprodução com D8 Filmes
Meu Professor
com a participação de D8
produzido por François-Xavier Demaison, Amaury Fournial e Maud Leclair
música Yodelice
05’03’’
um filme de Emilie Chérond]
Emilie!
Emilie!
Você já viu essa foto?
Essa me lembra de muita coisa, essa foto.
Você se lembra?
[Meu professor]
[Outono]
Vamos, façam uma linha do tamanho de seis quadrados.
Escrevam “ditado”
“O lobo”.
[ele imita o barulho do lobo]
“O lobo
é o maior
dos
canídeos.”
06’00’’
“No inverno,
vírgula,
os lobos...
“No inverno”,
“os lobos”,
“se”,
Meu Professor
“reagrupam em matilhas”.
Atenção à concordância verbal.
Quem se reagrupa, Solène?
Os lobos? Os lobos.
Pois é.
“E-N-T” 1
Então a gente para aqui com os 1º e 2º anos.
Vamos, continuem os 3º e 4º anos.
Então...”Os velhos lobos vivem
“solitários”.
07’00’’
Tentem pensar.
Jocris, ele completamente...
Ele se desconectou completamente, o Jocris, nesse momento.
Tem que encontrar uma solução porque...
Psiu!
“Ele pode percorrer grandes distâncias
“sem se cansar.
“Ponto final”
E você vai ter que recopiar depois o ditado.
Está bem, Jocris.
Mas sim, você tem que fazer alguma coisa.
[risos de crianças]
Jocris, ele está triste
um pouco. Porque ele sente muito bem que
ele não tem o mesmo nível dos outros.
1 NT : O professor ensina a terminação verbal correta referente ao sujeito ‘Os lobos’.
Meu Professor
Ele se desconectou porque, porque ele está chateado.
Eu, eu o entendo.
Meu objetivo e fazer com que ele retome a confiança.
[música suave]
[gritos]
08’07’’
Pés descalços... Mailys, vai colocar os sapatos.
Meus sapatos estão encharcados.
Por que? Vocês caíram na água?
É, as varas de pesca caíram na água.
Vai se trocar lá, vai colocar os sapatos.
Bom, eu falo para eles: “Não é minha casa.
É a escola de vocês, vocês podem vir quando vocês quiserem”
Eles vêm, eles se divertem, eles brincam...
É a casa de todo mundo.
É a escola, é a prefeitura, é a casa do povo.
Está aberta de segunda a domingo à noite. 
Está boa, a gente termina depois.
Quando tivermos 7 ou 8...
Vamos recolher os cadernos.
09’04”
De todo mundo, vou olhar todos.
Não se preocupem.
“Os velhos lobos excluídos pelo grupo
“vivem solitários”
Se contam os erros pequenos
São 2 erros. São 2 erros.
Meu Professor
Com 2 erros só, está bom.
Onde está o do Ugo?
Está aqui. 
{Esse?}
Mas ele não fez muitos erros, o Ugo. 
Tem um pequeno erro. Como Mailys.
Não, no meu tinha um erro completo e um pequeno.
Com um erro pequeno, a gente pode dar um Muito Bom!
Isso!
10’04’’
Eles levam em consideração. Porque normalmente eles contam seus “Muito Bom”.
Eles contam seus “Bom”, eles contam seus “Regular”.
Não é verdade que vocês fazem isso?
{Sim}
Muitas vezes, na escola.
Isso prova que é importante para eles.
A mãe dele já foi minha aluna.
A mãe dela já foi minha aluna.
A mãe dele já foi minha aluna.
Já tive muitos, se eu fosse contar.
Devo ter tido...
[música suave]
10’49”
Eu estou profundamente convencido
que eu lhe devo muito.
Eu penso que se ele não tivesse,
estado perto assim,
Meu Professor
de nós e de mim, mais particularmente, 
eu {realmente} nunca teria estudado.
O que eu consegui, foi graças a ele.
Desde pequena,
eu admirava muito {o Senhor Berel}
eu {sempre disse) que eu seria professora.
{E foi assim} foi o que eu me tornei.
Porque eu gostei tanto de ter estado com o Senhor Burel
{e nessa classe que eu pensei:} é isso que eu quero fazer.
Eu não queria estar de férias. Eu só tinha uma vontade,
que a escola recomeçasse.
{Porque} ele nos trazia felicidade e amor.
Todos esses anos na escola,
foi uma história de amor.
Com sua esposa, eles nos trataram como se a gente fosse filhos deles.
Do mesmo jeito
Às quartas-feiras de chuva, a gente ia à escola.
A gente fazia trabalhos manuais na sala do lado.
Eu tenho a impressão, e acho que é isso mesmo,
era uma família.
12’02’’
Eu estou na segunda geração.
Dos pais de St-Just, eu tive praticamente todos {como alunos}.
Isso quer dizer que temos alguns anos a mais.
Mas é também um orgulho.
[música suave]
O Lionel veio a minha classe
Meu Professor
Como, na época, se chamava integração escolar.
E depois, ele esteve o tempo todo.
Ele faz parte, um pouco, 
da escola.
“É um buraco verdejante onde canta um riacho
“Prendendo-se loucamente às ervas das faixas prateadas
“Onde o sol da montanha orgulhosa, brilha
“É um pequeno vale que se cobre de raios”
13’08’’
No começo {a gente vê o que?}, a gente vê a paisagem de longe.
A gente se aproxima cada vez mais.
Se vê um soldado.
A gente tem a impressão que ele está dormindo,
descansando.
A gente se aproxima um pouco mais,
Esse soldado, a gente percebe que ele está muito pálido.
E pouco a pouco, percebe-se,
a gente se aproxima ainda mais.
No cinema, como se chama isso? Eu já falei.
O zoom!
Dar um zoom, {se dá um zoom cada vez mais}
no rosto e percebe-se depois que ele tem dois buracos vermelhos,
do lado direito. É no final da poesia,
que a gente entende que esse soldado está morto.
Bom, o Jocris gostaria de recitá-la. A gente deixa?
{Vai lá, Jojô}
Vai lá, pode ir.
Meu Professor
-“É um buraco verdejante onde canta um riacho
“Pendurando-se loucamente às ervas,
“faixas prateadas onde o sol, da montanha orgulhosa, brilha
“é um pequeno vale que se cobre de raios,
“Um jovem soldado, boca aberta, cabeça descoberta
“E a nuca banhando-se na fresca folhagem azul...”
É... –Dorme.
 [Os outros sopram o restante].
- Pálido no seu...
-Isso, “Pálido no seu leito vede,
“Onde chove luz”
-Vem aqui!
Microfone!
14’33’’
Eu acho que a gente ensina bem, {que a gente transmite bem}, o que a gente gosta.
Em que ter emoção. Podemos transmitir a emoção.
Quando falamos de algo
com paixão, as crianças sentem isso.
-“Ele tem dois buracos vermelhos do lado direito”-Arthur?
-Arthur Rimbaud
-“Os pés nos gladíolos, ele dorme”
-“O dormente do vale.
{Isso}
-É um buraco verdejante
[Ela continua a recitar].
[risos]
Meu Professor
15’21’’
Cala a boca! Por que você está gritando desse jeito.
Eu não aguento mais o Ugo.
Ele me enche o saco! Primeiro,
{você pode} se expressa de outra maneira. Ele chama todo mundo de “filho da ...”
Por que você diz isso?
Mas eles...Você não pode tacar a cadeira...
Na cara do Pierre, pronto!
Ele enche o saco de todo mundo! Isso teria passado!
Por que você está gritando?
Porque ele me irrita!
Eu não aguento mais ele. {por que você está gritando?} Para de gritar.
Todas as manhãs ele diz “Oi gordo”. É mentira.
Pergunte ao Pierre.
A gente não diz “Oi gordo”. {Sinto muito}
A gente vai ter que convocar os pais de vocês.{Meus pais não estão}Eles não querem.
Ele não pode me chamar de “Filho de ...” se ninguém fez nada para ele.
16’01’’
Ugo, você não pode falar assim. Você não gostaria {que falassem assim com você}
Mas é isso!
Todas as manhãs eles dizem “Oi gordo”!
É mentira. {O Senhor pode perguntar}. De qualquer jeito,
ele é tão gordo quanto você. Você pode dizer a mesma coisa dele.
Eu não aguento mais! Vamos entrar.
Eu, tem umas conversas por aí...
que dizem que ele está sendo chamado de gordo, e...
Ele me disse que é verdade.
Meu Professor
Sim, estou ouvindo, Pierre.
Sim, eu concordo.
É verdade que eu chamo o Ugo de gordo. {Então está bom}
Um tem que parar.
Ele começou a me chamar de filho da puta
Ele tem que para de me chamar disso, e eu vou parar.
{Isso se chama} Sabe como isso se chama?
Quando se é adulto, a gente chama isso círculo vicioso.
Quer dizer que a gente não sai nunca disso.
Um tem que dar o primeiro passo.
{E então} Se você parar,
Ele vai parar. Se ele não parar,
eu vou intervir para que ele pare.
Há pouco, Kélian e Thomas me disseram
17’00’’
Que elas estava empurrando a porta,
eles disseram: “o Ugo disse...” Eles que me explicaram.
“Quem tem coragem de dizer ao Théo que ele é chinês”?
Eles estavam te enchendo.
Cala a boca!
Há pouco, eu não disse nada.
É tão ridículo quanto chamar alguém de gordo.
É estritamente proibido utilizar
Esse tipo de linguajar. São insultos.
Isso se chama violência verbal.
Quer dizer que se é violento
com palavras.
Meu Professor
E as palavras, eu já falei para vocês. Podem matar.
{Isso pode matar} A gente pode matar alguém com palavras.
Pode ferir alguém, e essa pessoa pode se sentir tão ferida,
que ela vai preferir desaparecer.
Já aconteceu. {Então} Não façam coisas assim.
Vocês devem se respeitar.
Eu expliquei para você faz pouco tempo,
o que é a escola pública.
É a escola que respeita todas as religiões,
18’00’’
todas as crenças,
e que tolera todo mundo.
Eu não quero escutar
discriminações por tamanho.
Na vida tem grandes e pequenos,
gordos e magros.
Os gordos gostariam de ser magros, os magros gostariam de ser gordos,
os grandes gostariam de ser pequenos, os pequenos gostariam de ser grandes.
É assim. Os loiros gostariam de ser morenos,
os morenos gostariam de ser loiros.
A vida é assim. Tem olhos azuis, verdes...
castanhos. Nós nunca estamos completamente satisfeitos do que somos.
Mas a primeira coisa é aprender a respeitar os outros.
Eu gostaria muito que {mais tarde} vocês apertassem as mãos
e que vocês fizessem um esforço.
Théo, tem que saber fazer as pazes {também}.
A gente vai falar {daqui a pouco} sobre a Primeira Guerra. Foi preciso
Meu Professor
que alguém fizesse as pazes .
Sim, mas... Como?
Eles perderam.
Como, perderam...
[Musica de vitória]
Olha o Armistício.
19’10’’
Você não vem ao Monumento aos Mortos, amanhã?
Não? O que?
Você não vem ao Monumento aos Mortos, amanhã?
É, amanhã...o que vai acontecer?
Eu não estou sabendo. A gente vai levar uma coroa. {Psiu!}
Dois segundo, estou acabando.
Eu não estou sabendo. 
Mas onde? No cemitério.
Cuidado!
[Gritos de crianças]
{Quase}
Ah, foi sim.
Foi sim. Foi sim.
Bom, antão?
Vocês se acalmaram?
Sim, ok, mas se ele me chamar...
Ele não vai mais chamar. Vamos ficar atentos.
20’00’’
Está bom assim?
Porque... ele, isso o deixa triste,
Meu Professor
você, isso te deixa triste,
vocês brigam, {vocês se irritam},
e depois, vocês vão mal na escola.
Você está entendendo? É assim.
[Música suave]
Então, se coloca...
no ombro direito. 
Eu...
Eu não estou muito acostumado.
Não, não é assim.
Então...
Tem um problema, eu não me lembro mais...
[Música suave]
21’21’’
Acho muito importante que as crianças saibam o que aconteceu {nessa época}.
Isso ensina a eles a tolerância,
a luta contra o racismo,
a escola significa tornar-se alguém.
Não é somente ocupar a mente,
é formar a mente.
Vocês falam em coro: “Morto pela França”
Todos esses soldados, todas essas pessoas morreram
durante a guerra de 1914-1918.
Pode ir. Léon Barial.
-MORTO PELA FRANÇA.
Alban Bertrand.
-MORTO PELA FRANÇA.
Meu Professor
[Ele sopra no ouvido dele]
Albert Champion.
22’00’’
-MORTO PELA FRANÇA.
Gustave Fromental.
-MORTO PELA FRANÇA.
Henri Roussel.
-MORTO PELA FRANÇA.
Théodore Troupel
-MORTO PELA FRANÇA.
[Música suave]
[Inverno] Vamos, está na hora de começar.
Quando a gente faz um trabalho {como esse}, a gente faz primeiro,
o que a gente sabe fazer.
A gente mantem todos os pontos e depois,
a gente reflete sobre o que a gente já tem.
[Buzina]
Quem tem que ir à padaria?
Vai lá.
23’00’’
Ela vai buscar seu pão de chocolate.
Você compra uma baguete.
E você pega alguma coisa para você, como sempre.
A primeira vez que ela passou,
eles esvaziaram a caminhonete dela.
É porque eu já estou no fim de carreira que a gente faz isso.
Não é muito acadêmico.
Meu Professor
Quanto é?
70 centavos.
Espera.
Sim, está certo.
2.20. Está certo.
Um croissant.
70 centavos.
{Está certo} A conta está certa. 
Não tem mais daqueles bonecos?
{Não tem mais} Só tem croissant de chocolate ou {croissant} simples
Chocolate.
2.70 {por favor}. Obrigado.
Pronto. Está certo? Sim
Obrigado.
Essa aqui não dá para saber. Não tem sentido.
Não dá para achar a resposta.
24’00’
Como eu posso saber?
Você não lembra?
Não lembro mais.
Ele foi assassinado por quem?
Ravaillac.
Está vendo como você sabe.
Escreve do seu jeito.
Com uma criança, nada é definitivo.
Porque ela está em formação.
Então, não se pode nunca ter julgamentos definitivos,
Meu Professor
nunca dizer: “Esse daí nunca vai conseguir.”
Uma criança pode passar
de uma situação de fracasso a uma situação de sucesso.
Isso foi a experiência que me ensinou.
O Castelo de Chenonceau {é do Renascimento}...
Sim.
Então, tem Chenonceau,
Alay le Rideau, um negócio assim.
Você entendeu! Vai.
Se você não conseguir, você deixa para lá.
Não é extremamente grave não conseguir fazer tudo.
Cansei, chega.
[Música suave]
25’07”
 “Henrique IV declarou paz com os Protestantes assinando o Armistício”.
Bem... às vezes tem cada mistura.
A parte mais desagradável para mim,
da profissão, é a correção. Isso é muito cansativo.
Você visualiza tudo que faltou. Porque quando você corrige.
É que você se diz, “poxa, tem que refazer, eles não entenderam”. 
E, no entanto, isso, a gente viu dez vezes. E continua.
Azay le Rideau. “Aléorido”. 2
Essa é boa.
Sim, a pedagogia é a escola da paciência. Não pode se precipitar. 
25’50’’
A gente achou isso.
2 NT : Nome de um castelo na França. A resposta do aluno retoma foneticamente este nome, mas 
apenas com transcrição ortográfica.
Meu Professor
É um cogumelo.
Ele é bom ou não é bom esse aqui?
Deixe-me ver que já te digo.
Foi esse aqui que a gente pegou. Não. Ele é tóxico?
Ele não é particularmente tóxico, mas não é gostoso para comer.
Para começar, ela não cheira bem. Cheira, você vai ver.
Isso já é um critério.
É um cogumelo...
para...como se chama isso que está embaixo?
Himênios.
Tem os himênios, ou então, o chapéu tem o que em cima? 
É bem fino, não é... É musgo.
Isso são os himênios.
Está vendo, esse aqui não é...Primeiro, normalmente, o cogumelo tem cheiro bom.
Esse aqui não tem cheiro bom.
Tudo bem, você pode tocá-lo, não tem perigo. Tem que evitar...
Chupar os dedos depois ou alguma coisa assim. Mas também não é...
{Depois tem que lembrar-se de lavar as mãos}
26’51’’
Eu vou entregar os boletins. Benjamin.
Eu espero progresso.
O Benjamin veio para cá este ano.
Eu não o conhecia bem.
Mas eu acredito que você já frequentou muitas escolas. A vida é assim.
Solène.
Muito boa aluna, gentil, sorridente e esforçada.
Meu Professor
Seu trabalho e seus resultados são excelentes.
Parabéns.
Théo!
Evite ficar conversando e não se distraia. 
E eu deveria ter acrescentado: pare de ficar {o tempo todo} fazendo palhaçada.
Océane, precisa melhorar ainda.
Você ainda tem {muito} esforço a ser feito.
Jocris.
Você está aguentando bem, se esforçando, isso é bom.
Você precisa continuar assim.
É preciso ter sempre a noção, no ensino primário,
de encorajá-los. 
Mais ou menos, avaliar o esforço que for feito.
Todo mundo recebeu o boletim?
-SIM!
27’57’’
Primeiro ano.
1976...Nossa !
Você não me poupou.
“Ela deve provar que é capaz de acompanhar o segundo ano”
“Acredito que com o tempo será algo possível”
“Positivo”
“Com vontade e trabalho”
E aqui, sublinhado... Eu cometi um erro.
“O ritmo de estudos é lento demais”
“Pouca concentração na atividade escrita”
“Resultados medianos”
Meu Professor
Sim, com certeza eu era muito mais severo nessa época.
Mas hoje...
Se você voltasse hoje...
Você receberia com certeza 12 ou 133
Sim.
Porque essas notas assim, a gente não dá mais hoje em dia.
Sim, 4, 5, sim... Porque aqui eu tirei 4 de 20... Sim, mas a gente era... eu era mais severo. Isso 
com certeza.
Verdade.
Por que não somos mais severos
quando começamos uma carreira de professor?
Porque precisamos
ser respeitados. Precisamos
encontrar nossa autoridade. 
Quando não precisamos mais provar, quando você está no final de carreira.
Sua autoridade, essa você já tem.
29’06’’
 [Música suave]
No plural? Como a gente faz o plural masculino?
A marca do masculino plural é...
“s”
Feminino plural, “e”
Feminino plural, “es”
Quando um verbo segue é o outro,
o segundo fica no infinitivo.
Após o verbo ter ou ser, coloca-se...
- Particípio passado. 
3 NT : As notas no sistema francês de ensino vão de 0 a 20.
Meu Professor
Particípio passado.
O que se coloca depois do verbo ter?
Eu tenho um número com seu divisor,
eu retiro um do dividendo, {quando} é possível
porque o número é maior que o divisor. 
29’59’’
Preste atenção no raciocínio. Vamos, recomece. 
Eu tenho um número...
Eu retiro dois do dividendo porque dois era menor {que o cinco} 4
Eu não sou o único. {Tem} o Kélian, ele me bate e {depois} ele se manda.
[gritos]
Já está bom?
Você puxou meus cabelos.
{Quando você percebe} que eu vou te bater, você foge.
Você manda como uma menininha. 
Você também.
Eu não queria dar uma rasteira nele.
Vai Benjamin, fica quieto.
Vão estudar.
Caderno de rascunho.
Tem aquele que entrega todo mundo.
[Gritos de crianças]
...
Agora você vai ver como acalmar a situação.
Agente dá uma boa bronca.
31’04’’
4 NT : Neste trecho, o professor ensina várias regras de gramática francesa e cálculo. 
Meu Professor
Mas eu não fiz nada, Théo!
[eles continuam brigando]
...
Pierre, você vai corrigir a primeira.
Théo, a segunda.
Ugo, a terceira.
Thomas, a quarta.
Et Khélian, a quinta.
Brigar, você sabe, né, mas as subtrações {não}.
{Vamos}
Ele vai... Você, fique quieto.
Eu não pedi sua opinião. Como?
Eu não pedi sua opinião.
[Ele ri]
Ai, ai, ai.
[Primavera]
[Canto de pássaros]
32’00’’
{Vamos} Todo mundo vem para cá!
Nós vamos ao grande carvalho.
Vão se acostumando 
De andar em fila, porque vai ter que ser assim {às vezes} em Paris.
Vamos.
[Música suave]
[As crianças cantam]
...
Como eu comecei
Meu Professor
a gostar de passeios? Não sei.
Na verdade, eu sempre tive,
um lado meio,
inconformista. Eu gosto de...
fazer diferente, não ser moldado.
33’00’’
Eu gosto disso.
É por isso que você ficou aqui?
É por isso {que eu fiquei aqui}
Você fazia tudo que você queria.
Completamente.
[gritos de crianças]
Olha aí, o grande carvalho.
Que não mudou em 40 anos.
Ele deve fazer como eu. {Ele tem a impressão} de não ter mudado.
Quem é o velho professor? Diz a verdade.
Presta atenção no que você vai dizer.
{Bom} Vocês querem fazer cabanas?
-SIM!
[Conversas de crianças]
...
...
É uma dose de liberdade
e de presença ao mesmo tempo.
Tudo bem Ugo?
Sim.
34’00’’
Meu Professor
Você matou quantos? Zero.
É assim que a gente cresce. A gente cresce...
caindo,
se machucando, subindo em árvore.
e caindo {da árvore}. É assim.
Se tiver sempre alguém que te diz a gente vai colocar um colchão
para você não se machucar,
não se cresce nunca.
Essa é a verdadeira escola. {É} a escola da vida.
[Música suave]
Ei! Deixem em paz.
Ela irrita o Lionel e {ele} nervoso. Essa criança é frágil.
Quer dizer, já é grande.
Sim, ele também, isso vai mudá-lo.
Eu disse para ele, nós estaremos perto.
A gente vai sempre aparecer. Ele dá risada.
35’00’’ 
[Música suave]
No primeiro dia que eu entrei na sala,
eu escrevi meu sobrenome na lousa.
Tinha uma lousa antiga de tábuas de madeira.
Eu escrevi: “Eu me chamo Sr Burel”
Eu escrevi meu sobrenome.
Aí ninguém dava um pio. Foi...
Eu acho que estava com muito mais medo que os alunos.
[Música suave]
35’47’’
Meu Professor
Minha primeira turma foi em 1972.
Eu era um jovem professor
chegando da Escola Normal.
E...eu cheguei a St-Just-et-Vacquières
que eu nem conhecia.
E a história de amor começou com...
com meus alunos, com...
com os pais também.
Foi extremamente importante para mim.
Os primeiros pais de alunos que me receberam.
Porque isso também era algo a época. No ano 1972,
quando um professor que chegava ao interior,
era recebido como uma autoridade.
Mas eu que tinha 21,22 anos,
não me lembro mais agora,
as pessoas tiravam a boina para me saudar,
dizendo: “Bom dia, Senhor Professor”.
E eu que tinha 21 anos...
Pessoas de 60,70 anos,
conhecidas na cidades.
E eu me dizia: “Espera aí. É melhor você não decepcioná-los”.
Porque eles já tinham uma imagem do professor,
na época, é pagnolesco5,
mas é verdade, tinha o professor,
tinha o padre e tinha o prefeito.
37’00’’
5 NT : Relativo à obra do romancista Marcel Pagnol. 
Meu Professor
E eles eram as pessoas importantes da cidade.
E as Escolas Normais, eram realmente templos da República.
Te ensinavam, te ensinavam, a profissão de professor.
Com uma retidão extraordinária. 
Era quase um sacerdócio.
Nós éramos enviados para semear a cultura,
Nós éramos cavaleiros da República.
“Jean-Michel Burel,
professor infantil na escola St-Just-et-Vacquières.
A escola, a prefeitura, 
a cidade constituem uma única casa,
aberta,
quase permanentemente,
onde cada um gosta de se encontrar.
Encontrar uma pessoa respeitada e amada,
sempre disponível,
e todos os valos que ele soube encarnar.
A riqueza e a profundidade dessa carreira,
foram excepcionais,
frutíferas e modernas sob qualquer ponto de vista. 
Jean-Michel Burel,
em nome do Ministro da educação,
eu lhe ofereço as insígnias de Officier de l’Ordre 
des Palmes Académiques6
[aplausos]
Eu vou pedir a vocês
6 NT : Condecoração honorífica para homenagear os defensores da cultura francesa.
Meu Professor
para produzir nessa semana
um texto livre.
O que é um texto livre, Louka?
{É} um texto que a gente escreve o que quiser {nele}.
É isso, é um texto
no qual escrevemos o que quisermos.
O que pode ser?
Uma receita de cozinha.
Pode ser uma receita {de cozinha}.
Pode contar como foi o dia.
39’00’’
Uma poesia?
Uma poesia?
Sim?
Mas para uma poesia tem que ter rimas?
Não. Se você quiser fazer uma poesia
como uma canção com palavras
que cantam na sua cabeça ou na sua folha,
você pode também.
A gente pode falar sobre as nossas origens?
Claro que sim.
Você que falar sobresuas origens?
É...
Se a gente já viajou?
Só tem uma coisa.
Texto livre, 
ninguém está livre de fazer.
Meu Professor
Então, terceiro ano, 4 linhas.
Você fez um texto sobre o fogo.
A borboleta.
John Travolta.
“Nós escutamos os discos de Grease, 
mas emprestados” 
“Christophe fazia as cenas e {nós} as meninas {a gente se divertia} gritando nos ouvidos dele.
Eu estou chocado.
40’00’’
Por que?
Bem,
que você tenha guardado isso. Me alegra
ver que os alunos guardam suas coisas.
Vocês podem olhar {um pouquinho}, sem estragar.
Isso vai dar algumas ideias para você.
[Música suave]
...
Não é necessariamente fácil {às vezes}, textos livres.
Tem alunos que prefeririam {ter} um texto imposto.
{Porque} tem alguns que dizem: não sei o que fazer.
Tem alguns que não sabem o que dizer, alguns não têm nada a dizer,
e outros que não querem dizer nada.
Isso existe.
Saber ser compreendido emocionalmente
41’00’’
e humanamente, é importante.
{As crianças} Eles se entregam {também} nas expressões escritas.
Meu Professor
Coisas que a criança não ousaria dizer em casa,
assim, escrevendo,
através da escrita,
ele passa muitas coisas.
“O dia estava bonito e quente.
“Era o casamento dos meus pais.
“Para esse dia de festa, nós tínhamos convidado todos nossos amigos {de St-Just}
“e toda nossa família.
“E {claro} não esquecemos o Sr Prefeito”.
“O sonho de se tornar o rei dos piratas.
“É um homem elástico, pois ele comeu um fruto do demônio”.
“Mia titia me deu, {quando} ela tinha somente 2 meses.
“Na minha casa, nós temos uma cadela bem grande.
“E isso não agradou a Daisy”.
“Assim que eu vi o Trinh-Duc,
“eu sabia que ele ia marcar o gol.
“Assim que eu vi o scrum7 avançar, eu gritei:
“Vai, vai, vai”
“Assim que eu vi Toulouse entrar em campo, eu quase fiquei todo vermelho”.
“Anos passados com o Sr Burel que eu nunca esquecerei.
“Eu não quero sair dessa escola, pois {eu fiz} muitos amigos
42’00’’
“e o professor é muito gentil {conosco}.
“Eu nunca esquecerei esses momentos passados com todos vocês.
“Eu vou perder muitas coisas {que eu não poderei mais fazer}, como as batalhas de água,
“na minha escola nova.
7 NT : Scrum é um movimento de Rugby, onde os jogadores se juntam com a cabeça abaixada e se 
empurram com o objetivo de ganhar a posse de bola.
Meu Professor
“{Com certeza} eu não terei um professor tão gentil
“e amigos tão simpáticos.
“Eu fiz esse texto, pois logo eu vou partir {dessa escola}”
[Aplausos]
...
A Océane, evoluiu muito.
Ela se liberou...
Ela estava com vontade de fazer esse texto. Foi um manifesto.
Bem
A Océane vai partir hoje à noite. Vamos dar tchau para ela.
Eu entreguei para ela...
Eu entreguei para ela um bilhete que fui muito feliz
de ter ficado com ela dois anos.
Eu tive a mãe dela na escola.
Tive a Océane. De qualquer jeito,
em aproximadamente em alguns meses,
ela teria partido, porque é...
42’00’’
Vocês vão deixar a escola primária para ir ao colégio.
E eu, vou deixa o ensino
para me aposentar. 
É certeza?
Mais um ano, senhor!
Ah não, mais um ano...
Senhor?
Os que vão para o quinto ano, terão o direito de vir {aqui às vezes}?
Claro!
Meu Professor
Eu não estarei mais aqui no ano que vem.
Vai ter que perguntar. Vocês virão me ver, {eu estarei} aqui do lado.
Então.
Vamos dar tchau para Océane.
-TCHAU, OCÉANE!
Océane.
E até logo.
[Música suave]
[Gritos de crianças]
43’58’’
Me dá prazer esse tipo de reação.
Porque a gente sente que tem algo que acontece.
Isso quer dizer que teve uma conexão em sala de aula.
A solidariedade entre eles, não tem só...
Cálculo, ditado, tem outras coisas e isso é importante.
Quando você alcança isso, você se diz:
“Conseguimos”.
A gente pode ler a caixa de dúvidas?
Vamos ler a caixa de dúvidas. Manda aí. 
Então, tem algumas...
Alguém me disse: ”Daqui quanto tempo vamos morrer?”
Psiu! Não se preocupem com isso.
Vocês vão morrer velhos.
E se for atropelado por um carro?
Sim, {mas enfim} na idade de vocês, não se precisa pensar nisso.
Ah!
45’00’’
Meu Professor
“Como apareceu o sol?”
A origem do sol... O sol é uma...
É uma estrela.
E uma estrela, como todas as estrelas ,
nasce, vive e morre.
{isso quer dizer que} O sol, um dia, vai morrer.
Não se preocupem, não é para amanhã.
Ele ainda vai brilhar por muito tempo para vocês, eu espero. Para mim também.
Tem alguém que me perguntou:
“O que é um peido?”
[Risos]
Um peido, é isso.
[Ele imita um peido]
[Risos]
Isso é um peido.
É ar que passa por um orifício.
Eles são bobos...
Ah, como eles são bestas!
Ah, eles são bobos.
É isso. É ar e quando você digere
46’02’’
os alimentos, no seu intestino,
faz um barulho.
Exatamente como quando eu faço isso.
[Ele imita um peido]
[Risos]
[Ele ri também]
Meu Professor
Porque um peido não tem necessariamente...
[Todos riem] 
Como tem alguns louis d’or 8, tem meu cofre.
Me mostra.
Os alunos não podem se entediar.
É preciso aliviar o ambiente.
Muitas vezes a gente faz palhaçada.
Precisa. 
Eu acho que um professor
que nunca faz palhaçada e nunca faz seus rirem,
bem, ele deve ser insuportável.
[Risos]
Knock. O médico...
Será... Vou escolher um do 4º ano.
47’01’’
O Jocris, ele interpreta muito bem.
Mas eu temo que ele tenha dificuldade para ler. Quer tentar {Jocris}?
Pega seu texto.
Escutem. Quando a gente faz uma peça de teatro,
psiu! A gente não é obrigado
a ler exatamente o texto.
É por isso que o Jocris {se ele tentar} consegue, porque
ele tem problemas para ler,
o essencial é manter...
-O SENTIDO
8 NT: Moeda de ouro que começa a circular na França por volta de 1640, durante o reino de Luís XIII.
Meu Professor
O sentido do texto. Responde para mim
“sim, doutor” ou “não, doutor”.
Não se esqueça de dizer: “O doutor disse...”
Você vai conseguir?
É o senhor é o gráfico da região?
Sim, senhor.
Não diga nunca: “Sim, senhor”.
Diga “Sim, doutor” ou “Não, doutor”.
Sim, doutor.
O que o senhor está dizendo me deixa decepcionado, muito decepcionado.
Mas retomemos o fato que eu liguei para o senhor. 
48’00’’
Eu queria um cartaz.
Ah? É...
Não me pendem para colar cartazes há 30 anos.
Não 
pedem para colar cartazes há 30 anos?
É... não, senhor.
O senhor tá tirando uma com a minha cara?
[Risos]
No teatro, às vezes os atores,
acrescentam umas coisas
quando eles sentem que o público aceita bem o que eles estão fazendo.
Às vezes eles se soltam um pouco e acrescentam umas coisas {que não foram previstas}.
Mas com parcimônia.
Não pode fazer muitas vezes.
Senão, isso desnaturaliza a peça.
Meu Professor
“O senhor tá tirando uma com a minha cara?”, ele não teria gostado.
Jules Romains não escreveria assim.
Talvez nem existisse {esse termo} na época.
Mas de qualquer forma, estava bom.
[Aplausos]
...
Está bom já.
Senhor Burel?
O que eles estão aprontando?
49’00’’
Não sei se vou conseguir chegar ao final do ano.
Olha, eu não tenho mais 30 anos.
A gente se cansa mais rápido, não tem mais a mesma capacidade de trabalho,
a gente não tem mais a mesma...
Tem que saber pendurar as chuteiras um dia.
Claro que eu penso nisso.
Ninguém exerce uma profissão durante 40 anos, 
que você adora, no mesmo lugar,
sem se dizer que você não mais fazer isso.
É o fim de uma paixão.
É isso.
É a evolução da vida, tem que aceitar só.
A gente não sabia.
[Risos de crianças]
[Música suave]
Eu acredito poder dizer
Que todo ano, tem um. Todo ano. {Todo ano} {Sim}
Meu Professor
50’01’’
Eu lembro muito bem.
Quando você estava na classe, a gente fazia, sim.
A gente achava que a gente não ia conseguir nunca.
Era enorme.
E o fato de fazer juntos...
Mas para eles, é igual.
{Eu acho que é exatamente} O sentimento que eles têm.
O sentimento de conseguir em grupo.
Eles se divertem.
Você vai pendurar depois na sala de aula?
{Eu penduro na sala} E depois, quem me suceder vai fazer o que achar melhor.
Não me pertencerá mais, depois.
Você recebeu notícias?
Sim, ela...
Eu vou encontrá-la depois da viagem para Paris.
Ela vaime ligar.
É alguém daqui?
Não, não conheço.
[Música suave]
...
50’59’’
Façam duplas.
A torre Eiffel é pequena.
Eu achava que era maior. Eu também!
Poderiam ter continuado.
Ei! Não venham bater minha carteira.
Meu Professor
[Música emocionante]
...
669 degraus, senhor. Eu tirei uma foto.
Lá no alto,
a colina com aquele edifício é Montmartre
Você viu como é bonito? Eles podaram {bem} as árvores.
Parecem torres.
52’00’’
Adoro a Paris
que eu descubro com as crianças.
É o prazer de ver que eles descobrem coisas.
De saber que eles {ainda} têm vontade de descobrir.
Que eles não são completamente indiferentes.
Eu vou explicar.
Aqui é o metrô.
Cada vez que entramos no metrô,
tem que pegar um bilhete
e tem que passar por esse {pequeno} aparelho que está alí.
Vocês colocam na entrada e ele sai mais pra frente.
Vocês andam para frente e empurram a pequena barreira.
{Vocês} Avançam normalmente.
Todo mundo já tem um bilhete do metrô.
- SIM!
Muito bem, Solène. Parabéns.
[Música suave]
O bilhete é válido {durante} todo o tempo que a gente ficar no metrô.
Vamos fazer baldeação,
Meu Professor
a gente vai pegar esta linha. Está bom?
Aqui, nós estamos em Voltaire?
Nós estamos na estação Voltaire.
{Estão vendo?} Ele está ali, o Voltaire. 
Uma estátua, não de verdade.
O Voltaire já morreu.
[Música suave]
...
Há pequenas medalhas.
Aqui, é um antigo {presidente da República}.
presidente, Raymond Poincaré.
Ele foi senador, recebeu uma homenagem.
É uma maneira de conhecer as instituições.
54’01’’
É muito importante
que ele comecem o sexto ano conhecendo o funcionamento
do país deles, uma democracia.
Victor Hugo ficava sentado aqui, no mesmo lugar que {Georges} Clemenceau.
Você tirou foto?
Nós vamos passar da frente do Teatro Municipal {daqui a pouco}. Eu falei para vocês.
É onde está escrito N e E.
O que quer dizer N?
Napoleão.
É o Napoleão III, atenção.
Não é o Napoleão I. E o E?
Era sua mulher que se chamava Eugénie.
Eugénie de Montijo.
Meu Professor
Então, o N é o que?
[Música suave]
Olha o monte de nós que ele está fazendo também.
Não!
55’01’’
[Canto de pássaros] 
...
[Verão]
[Música suave]
...
56’07’’
O que a gente está esperando?
A nova professora. A nova professora.
Que vai puxar suas orelhas!
É um momento {muito importante} extremamente importante.
Para mim e também para... Mim enquanto professor,
em fim de carreira,
enquanto prefeito, sobretudo.
{Porque eu} Eu tenho total interesse em manter boas relações com o professor.
É uma pessoa chave na vila do vilarejo.
É perturbador para ele e para mim também.
Olha, {justamente} ela está aqui.
São alunos simpáticos, gentis, 
falam... Falam.
Mas parece que isso é geral. {É um problema} da geração deles.
É a geração dos falantes, mas simpáticos.
57’02’’
Meu Professor
Maxence...
É... Bom aluno.
Um pouco de dificuldade em leitura. Eu deixarei anotado {se a senhora quiser}.
Estou dizendo a verdade? Maxence?
Sim.
Na leitura, você não se sente muito à vontade. Na escrita também não.
Quentin.
É o meu neto.
Não é porque é meu neto, mas eu posso dizer que é um bom aluno.
Aline, bons resultados também.
Solène...
Muito, muito boazinha. 
Sorridente... Corentin.
O pai dele já foi meu aluno. Não é um sinal de juventude {isso tudo, mas fazer o quê?}.
Tem que ir levando. Corentin.
Dá para fazer isso para o Corentin, né. Excelente aluno.
Mailys. É uma colega muito legal. 
Ela tem um bom coração. Mas tem alguns que incomodou um pouco ela, não é {muito} legal 
isso.
58’01’’
Mas enfim...
Ela é boa aluna, mas tem que ficar atrás dela.
Senão... Né?
Thomas.
Thomas, ele seria bom aluno, mas...
você não escuta nada. Você nunca escuta.
Pois é. E é uma pena.
Eu ainda vou acompanhar vocês no ano que vem.
Meu Professor
Eu vou me encarregar da biblioteca,
{Talvez, não sei} Fora do período de escola.
Eu verei o que vocês vão fazer.
Eu ficarei aqui. É o gabinete do prefeito.
Eu não estarei longe. E vamos ter que fazer uma transição.
40 anos no mesmo lugar...
Tchau.
-TCHAU.
Eu vou tranquilizar os pais. Vou dizer a eles
que eu te achei muito simpática.
Bom trabalho. Tchau.
Eu espero que ela seja um pouco mais severa que eu.
-NĀO!
Eu, durante esse ano, eu fui...
59’02’’
sabendo que era meu último ano,
bonzinho demais, eu acho.
Vamos descansar um pouco à sombra.
Alguém pode me indicar os pontos cardeais? 
Para {encontrar} o norte, tem achar uma árvore com musgo.
O norte é para lá. O sul, oeste e leste.
Aqui, é o leste.
Aqui o oeste, aqui o norte e aqui, o sul.
Aqui, o noroeste, não, o nordeste, o noroeste, 
sudeste e sudoeste.
Bem, depois podemos refinar.
O que a gente usa para refinar?
Meu Professor
-BÚSSOLA
Uma bússola.
{Eu sei que} no vilarejo, as pessoas começam a falar disso comigo.
A mim também, isso me entristece. 
O que eu posso fazer?
De qualquer jeito, o tempo não vai parar.
Nem para a escola, nem para o...
nem para as crianças, nem para mim.
Para ninguém, impossível.
1h00’00’’ 
[Música suave]
...
O que eu lamento desse ano,
é que {eu penso que} você se dedicou abaixo das suas possibilidades.
Ou seja, você tinha possibilidades muito maiores.
Eu sei que tem, talvez, o fato que você tenha mudado
{você mudou} de escola, não é fácil.
Eu te disse no começo do ano. Eu te entendia.
{não sei se} Você se lembra?
1h01’00’’
O senhor até disse: “se encarregue do que é novo”
{Então}
Você precisa fazer amigos
e que você tenha uma boa cabeça.
Você não tem que ficar batendo na cara dos outros.
{Porque} Você vai a uma escola onde já vai existir um bloqueio.
Você vai ser novamente o aluno novo porque você vai chegará daqui.
Meu Professor
E você vai ter que fazer um esforço.
É sempre assim {que acontece}.
Quando a gente é o novato em qualquer lugar, é o novo 
que tem que fazer o esforço. Isso se chama se integrar.
No começo, na escola, o Jocris,
eu chamava de Chris,
eu não sabia muito bem o nome dele.
Mas agora, eu conheço {o nome dele}
Bem, você poderá sempre vir nos ver.
Eu não serei mais o professor, mas eu estarei por aqui.
Você poderá vir à festa da cidade, talvez {não sei}.
Sim, eu poderei vir ao concurso de bocha.
1h02’05’’
A escola, não depende mais de mim.
Eu sei, mas... Eu acho que a senhora que vai vir,
sabe, é uma senhora. 
{É} uma senhora.
E...
E eu realmente não tenho certeza se...
ela vai querer que você fique na classe.
Por outro lado, você gosta bastante de passar pela cantina,
isso não vai ter problema.
Ir ver as crianças no intervalo, não vai ter problema.
Eu gostaria mesmo de continuar trabalhando.
Eu vou te dizer {Lionel}. Eu sou o prefeito,
à prefeitura você poderá ir quando você quiser.
{Quanto a isso} Eu te prometo. Essa promessa eu posso fazer.
Meu Professor
Porque eu posso respeitá-la.
Eu sei, mas isso mexe comigo.
O Lionel tem 26 anos.
Podemos perfeitamente afirmar: o lugar do Lionel não é aqui.
Era uma liberdade que eu tomava.
1h03’00’’
Vamos dizer que eu dava um jeito do regulamento. Eu peço a ninguém...
Outras pessoas me criticaram.
Que me disseram: “Você atrapalha a classe”.
Pois é, tem gente que se incomoda.
Tem gente que se incomoda de ver os deficientes na rua.
Isso incomoda... Sim, isso incomoda nossa vidinha quotidiana. 
Mas eu não lamento de forma alguma ter feito isso.
Se eu pude
ajudar alguns meninos
que tinham um pouco mais necessidade que os outros,
isso será meu grande orgulho. Pronto.
Vamos, nós vamos para baixo do toldo.
Para quê?
Nada, fazer a sesta. 
Para começar.
Vamos lá para baixo do toldo.
[Conversas Cruzadas]
Mas está uma bagunça essa escola!
Coitado.
Isso vai ter que ser devolvido, viu?
[Conversas cruzadas]
Meu Professor
[Risos]
1h04’05’’
Então, vocês tinham que aprender todas as palavras.
“Depois”
Palavras invariáveis. Eu devo lembrar a todos que são as palavras
“ferramentas”,
porque podem ser usadas. São ferramentas.
“Assim”.
Pode falar, Benjamin.
{Tenho certeza que} eu errei.
A-S-S-I-M
Não, você nãoerrou.
Ah!
Se você aprender {as lições}, não tem nenhum problema.
Está bom.
Você tem um cérebro como todo mundo.
Ele é do mesmo jeito.
Basta...Psiu. Basta se esforçar.
“Então”... Psiu!
Essa é a palavra que eu detesto. “Então”...
Eu escrevi “então”.
“Então”. Psiu!
Vou pedir... Ei, oh! {Ei, oh!}
Vou pedir ao Mattéo para soletrar “então”.
“Entrão”, eu escrevi.
E-N-T-Ā-O.
1h05’00’’
Meu Professor
Você escreveu...
Eu coloquei um R.
Momento importante. Benjamim já está no sua 3ª palavra sem erro.
Bem, foi um deslize aí.
 [Ele é parabenizado]
Mais difícil.
“Além”.
Fácil demais!
“Além”
Presta atenção, Benjamin. Eu vou passar mal se você escrever essa certa. 
Uau!
{Tenho certeza que} Cometi um erro.
Conseguiu?
Eu não estou me sentindo bem?
É sério?
[Aplausos]
4ª palavra sem erro.
[Ele é aclamado]
[Gaita]
Foi muito, {muito} bem, Benjamin.
Viu como você é capaz.
Você entende isso ou não?
...
1h06’00’’
[Conversas cruzadas]
...
Já dá para sentir o fim do ano.
Meu Professor
Tem um cheio específico.
{Acho que} Todo mundo se lembra dos finis de ano.
Você tem que entrar no 6º ano.
Você vai ver, vai dar certo.
Você sabe que estou por aqui, não.
Se você tiver qualquer problema na escola,
Você pode me ligar, e pode acreditar,
Eu vou intervir.
{Está bem}
Eu te juro.
Você sabe que eu respeito minhas promessas.
E eu vou te dizer uma coisa. Eu tenho certeza que para a Coréia do Sul,
Você irá um dia.
Tenho certeza disso.
Porque quando a gente tem a vontade de fazer alguma coisa,
1h07’00’’
um dia, tem que ser feita.
Estou muito cansado.
Essa manhã {não acordei bem}... Enfim, não dormi muito à noite.
Vou te dizer uma coisa, eu também não.
[Risos] Mesma coisa.
Théo, para ir para escola...
Talvez seja pelos mesmos motivos.
[Conversas cruzadas]
...
Vamos lá marcar. Junte os pés!
Atrás.
Meu Professor
{Anaëlle} Você está como a Anaëlle.
[Gritos]
Juntos.
Ele é menor que eu.
Não, ele é como o Pierre.
Vai, sai.
Pronto.
Oh, tem uns alunos...
1h08’00’’
Ela é mais alta que eu.
Isso. Ele é o mais alto, o Jocris.
Onde é a minha aqui? Aqui.
Felizmente você não vai mais estar aqui no ano que vem.
Minha vez. Jocris é mais alto que a Camille.
Eu vou voltar daqui a 50 anos.
E vocês vão me medir.
Ele está esticando a cabeça.
{Não} É assim que se mede. {Não estou esticando a cabeça}
Eu não faço assim.
Está bem!
Deixa ver.
Mostra.
Umas três cabeças a mais.
O que a gente marca?
Professor.
Não, Senhor Burel.
Você coloca M... {e depois}
Meu Professor
[Música suave]
...
1h10’31’’
[Eles gritam seu nome]
Estou indo!
...
Com licença
[Gritos de alegria]
[Aclamações]
...
Bom, obrigado a todos.
Muita emoção.
A gente vai se reencontrar, vocês sabem disso.
Porque...
Eu mantenho minhas funções de prefeito durante dois anos, eu espero.
De qualquer maneira, obrigado a todos. Foi realmente...
um grande prazer.
[Música suave]
[Aclamações]
Para dar continuidade a essa emoção, eu chamo as crianças de St-Just.
[Gritos de alegria]
As crianças de St-Just preparam um recadinho.
OBRIGADO POR NOS CONDUZIR À FAZENDA CASTANHA E AO GRANDE CARVALHO.
OBRIGADO POR NOS DEIXAR SAIR PARA IR À PADARIA.
1h12’00’’
OBRIGADO PELA FESTA DAS ESCOLAS.
OBRIGADO PELA VIAGEM A PARIS.
Meu Professor
OBRIGADO POR NOS TER APOIADO TODOS ESSES ANOS.
A ÚNICA CRÍTICA SÃO OS DITADOS TODAS AS TERÇAS.
OBRIGADO PELOS BONS MOMENTOS E BOA APOSENTADORIA.
[Música suave]
Eu vou fazer como de costume.
Eu vou me esforçar para fazer como de costume.
[Música suave]
OBRIGADO
Tchau. Tchau
[Música suave]
1h14’45’’
Vamos embora.
[“I Won’t Let You Down” (Yodelice)]
…
Meu professor
Meu Professor

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