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Hiperadrenocorticismo e Diabetes Mellitus em Cães

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ENDÓCRINOLOGIA
Prof. Me. Jairo Nunes Balsini
Mestre Em Ciências Da Saúde - Unisul
Pós Graduação Em Neurologia Canina E Felina - Instituto Bioethcus
Cursando Formação Em Neurologia Pelo Colégio Europeu 
Professor Das Disciplinas De Medicina De Cães E Gatos I e II – Unisul
Professor Pós-Graduação Rcvet Experts
Professor de Semiologia e Clínica - FUCAP
Professor De Neurologia – Instituto Bioethcus
Professor Pós-Graduação em Neurologia de Pequenos Animais (IBRA)
Professor Pós-Graduação Qualittas
Curso Teórico e Aplicado de Neurologia Veterinária – Prof. Dr. Ronaldo Casemiro
Curso Epilepsia Canina – Prof. Dr. Bruno Benetti Junta Torres
Aprimoramento Em Neurologia Clínica E Neurocirurgia (CIEV)
Revisor Da Revista Medicina Veterinária Em Foco
Membro ABNV – Associação Brasileira De Neurologia Veterinária
@balsinineurovet
Hiperadrenocorticismo
INTRODUÇÃO 
• Síndrome de Cushing
• Meia idade e idosos
• Podem ser classificados como:
Pituitário dependente, Adrenal dependente 
e iatrogênico
• Complicações pelo HAC
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U
Z
A
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Regulação HHA
Etiologia
Pituitário dependente
80% dos casos em cães
• Adenoma Pituitário
• Carcinoma Pituitário
• Hiperplasia Pituitária
SOUZA, Adriano
Etiologia
Adreno dependente
15-20% dos casos em cães
• Adenoma
• Carcinoma
• Hiperplasia nodular 
adrenocortical
Epidemiologia
• Poodle, dachshund, terrier, beagle, pastor alemão, labrador, lhasa apso, 
chiuhuahua, schnauzer.
Epidemiologia
Sinais clínicos
SISTÊMICOS
• Poliúria/polidipsia
• Polifagia
• Diabetes mellitus 
• Atrofia muscular
• Claudicação
• Hepatomegalia 
• Distensão abdominal 
• Glomerulopatias
• Obesidade 
• Taquipneia e taquicardia
• Descolamento de retina 
• Atrofia testicular 
• Anestro
• ICC
Sinais clínicos
CUTÂNEOS
• Alopecia simétrica
• Pele atrofiada a hipotônica
• Hiperpigmentação
• Distúrbios de queratinização e comedões
• Infecções crônicas e recorrentes
• Telangiectasia/flebectasia 
• Equimose e calcinose cutânea
SOUZA, Adriano
Sinais clínicos 
Principais complicações clínicas associadas:
• Hipertensão
• Desordens glomerulares
• Infecção urinária
• Sepse
• Tromboembolismo pulmonar
• Neuropatias centrais e periféricas
Neuropatias centrais
• Depressão 
• Andar compulsivo e desorientado 
• Head pressing
• Ataxia
• Amaurose
• Crises epilépticas
• AVE isquêmico
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Neuropatias centrais
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Exames complementares
• Hemograma 
• Urinálise
• Bioquímica sérica
• US, TC e RM
• Eletromiografia
• Biópsia Muscular
• Eletrólitos
TC
Autor, 2020.
SOUZA, Adriano
Diagnóstico definitivo
• Relação cortisol/creatinina urinária
• Estimulação de ACTH* - avaliar hipófise 
• Inibição por dexametasona em doses baixas*
• ACTH Sérico
• Cortisol sérico 
• Inibição por dexametasona em doses altas
* O teste de supressão com baixa dose de 
dexametasona é usado para se fazer a 
diferenciação entre hiperadrenocorticismo
hipófise dependente do hiperadrenocorticismo
resultante de tumor adrenocortical. (AD 
RINJBERK & MOL, 1997)
Tratamento
Tratamento
Cirúrgico
Adrenalectomia
Hipofisectomia 
Clínico 
Inibidores 
Esteroidogênicos
Trilostano Cetoconazol 
Selegilina 
Compostos 
Adrenolíticos
Mitotano
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.Quimioterápico que tem 
tropismo pelo córtex 
adrenal
Inibidor da enzima 3-beta 
hidroxiesteróide desidrogenase
Diabetes mellitus (DM) 
em cães e gatos
Diabetes mellitus em cães e gatos
• Definição
“O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome que abrange uma série de doenças
de etiologias diferentes e clinicamente heterogêneas, que se caracteriza pela
hiperglicemia decorrente da falta de insulina ou de sua incapacidade em exercer
adequadamente seus efeitos metabólicos.” Jericó, 2015.
Classificação
TIPO 1
Dependente da insulina
TIPO 2
Não dependente da insulina
Destruição imunomediada das 
células beta, com perda 
progressiva e eventualmente 
completa da secreção de insulina 
Resistência à insulina e/ou células 
beta disfuncionais – insuficiência 
da insulina para superar a 
resistência nos tecidos
Etiopatogenia
Fatores potenciais envolvidos na etiopatogenia da diabetes mellitus
Cães
• Pancreatite crônica (30% dos casos)
• Obesidade
• Hiperadrenocorticismo
• Hipotireoidismo
• Glicocorticóides e progestágenos
• Insuficiência renal
• Fatores genéticos
• Cardiopatias
• Hiperlipidemia (Schnnauzer)
Gatos
• Obesidade
• Acromegalia
• Pancreatite/neoplasia pancreática
• Hiperadrenocorticismo
• Hiperlipidemia
• Fatores genéticos
• Fármacos (acetato de megestrol)
Epidemiologia
• Entre 4 a 14 anos (média de 7 a 9 anos)
• Terrier Australiano, Schnnauzer, Spitz
Alemão, Poodle, Beagle, SRD
• Fêmeas são 2x mais predispostas (hormônio
feminino mais hiperglicêmico)
• 1 em cada 100 cães com mais de doze anos
pode desenvolver diabetes
Epidemiologia
• Animais acima de 6 anos (média de 10 anos)
• 1 em cada 200 gatos são diabéticos
• Siamês, Burmês, Maine coon e SRD
• Machos castrados (3,9x mais chances)
• A cada 1kg de ganho de peso eleva 30% a
sensibilidade a insulina
Domínio público
Fisiopatologia
↓ insulina pelas céls. beta
↓ utilização de glicose, 
aminoácidos e ác. graxos
Catabolização de gordura 
para aumentar a glicemia
Cetoacidose 
metabólica
Glicogenólise e 
gliconeogênese aceleradas
Hiperglicemia
Limiar de reabsorção 
tubular de glicose excedido 
(180-220mg/dL)
Glicosúria
Poliúria/polidipsia 
compensatória
Centro hipotalâmico 
da saciedade
Polifagia
Perda de peso
Morte
Adaptado de Jericó et al., 2015
Sinais clínicos
• 4P: poliúria, polidipsia, 
polifagia e perda de peso
• Catarata
• Vômito
• Diarreia
• Cistite
• Desidratação
• Sinais de neuropatia diabética 
• Vestibulopatia central e periférica
Jericó
 et al., 2
0
1
5
Neuropatia diabética
Complicação mais comum em felinos
Em cães se apresenta de forma crônica 
Cães:
• Posicionamento proprioceptivo
• Marcha anormal
• Atrofia muscular
• Depressão dos reflexos dos membros
• Déficits em reações posturais e
reflexos miotáticos
Gatos:
• Paresia NMI em MP
• Postura e andar plantígrado/palmígrado
• Atrofia muscular
• Irritabilidade a palpação dos MP’s
• Pode progredir para MT
• Síndrome de Horner
Neuropatia diabética
Diagnóstico
• Confirmar diagnóstico de DM e excluir outras causas de polineuropatia
• Eletrodiagnóstico
• Biópsia muscular/nervosa
Prognóstico
Reservado – recuperação da função ou não após controle da glicemia.
Depende da extensão e gravidade das lesões
Neuropatia diabética
Dewey & Costa, 2015 Platt & Olby, 2014
Diagnóstico
• Sintomatologia clínica
• Hiperglicemia em jejum de 8h (não fidedigno) associado a glicosúria
• Considerado em cães: >180mg/dL (basal = 118mg/dL)
• Gatos estressados – 360mg/dL
• Frutosamina sérica >400Tmol/L (açúcar sérico de 2-3sem)
• Exames de imagem
• Achados laboratoriais
• Glicosúria/cetonúria/leucocitúria/bacteriúria/proteinúria
• ↑ ALT e FA, colesterol e triglicerídeos
• Hipocalemia (gatos) – posição plantígrada/palmígrada
Tratamento
Controlar sinais clínicos
Evitar flutuações na glicemia
Qualidade de vida
Evitar hipoglicemia 
Insulinoterapia 
Insulina regular: ideal para retirar de crises hiperglicêmicas
(pico de ação entre 30min a 2h)
Insulina de ação lenta ou NPH: manutenção diária
Insulina glargina: manutenção diária
Felinos se alimentam com poucas porções várias vezes ao dia
(ultralenta evito picos de hiperglicemia)
Insulina NPH: ação média – manutenção diária
Hiperglicemiante oral: Glipizida – não utilizar como primeira
opção (efeitos colaterais)
Terapia dietética
Carboidratos complexos (>45% de energia metabolizável)
Restrição moderada de gorduras e proteínas (<30% de energia
metabolizável)
Maiores índices de fibras
Absorção de glicose no trato gastrointestinal
Hiperglicemia pós-prandial
Controle de peso
Rações comerciais >10% de fibra
Restrição de carboidratos (8%)
Alto teorde proteínas (54%)
Exercícios:
Auxilia na perda de peso
Reduz resistência a insulina
Não realizar em jejum
Aumenta absorção de insulina
Diários, mesmos horários
Monitoração do paciente 
Sinais de hipoglicemia
Fraqueza, ataxia, sonolência, tremores, epilepsia
Frutosamina sérica:
• Excelente: 350-400umol/L
• Bom: 400-450umol/L
• Regular: 450-500umol/L
• Pobre: >500umol/L
• Hipoglicemia: <300umon/L
Caso clínico 
Insulinoma 
Introdução 
• Se origina de células beta das ilhotas pancreáticas
• Tumores de células β secretores de insulina ou carcinomas de células β
• Tumores pancreáticos endócrinos mais comuns
• Geralmente maligno 
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Introdução 
• Cães de meia idade ou mais velhos
• Sem predisposição sexual 
• Pastor alemão, Boxer, Poodle padrão, Irish Setter, Collie e Fox Terrier
• Raro em gatos*
Feldman & Nelson, 2004
Fisiologia 
Células β 
Controle e 
monitoração da glicose 
sanguínea 
Glicose superior a 
110mg/dl
Insulina 
Glicose inferior a 
60mg/dl
Insulina 
Valores normais de 
glicose 
Fisiopatologia
Células β neoplásicas
Insulina de modo 
autónomo
Hipoglicemia 
exacerbada e progressiva
Sinais clínicos 
Independentemente do feedback 
negativo originado pela 
hipoglicémia estabelecida
Neuroglicopenia
Sinais clínicos 
Aumento da produção de 
insulina
Sinais clínicos que resultam de 
neuroglicopenia induzida pela 
hiperinsulinemia (hipoglicemia)
• Crises epilépticas 
• Fraqueza
• Paresia 
• Colapso
• Tremores
• Letargia 
• Ataxia
• Alterações de comportamento 
• Fasciculação muscular
• Intolerância ao exercício 
• Polifagia
• Taquicardia (ocasionalmente 
bradicardia) 
• Taquipneia 
• Midríase 
• Polineuropatia
• Postura de descerebração
• Encefalopatia hipoglicêmica
• Hiperinsulinismo e crise de hipoglicemia
Episódicos; relacionados com o 
jejum, o exercício ou a 
alimentação
Diagnóstico 
• (glicose < 3,5 mmol/ ℓ) 
Hipoglicemia 
Alta concentração 
sérica de insulina
Suspeita de 
insulinoma
Concentrações séricas 
de glicose e de insulina 
Hipoglicemia paraneoplásica, secundária à neoplasia 
extrapancreática
Carcinoma hepatocelular, hepatoma, liomiossarcoma, 
liomioma, hemangiossarcoma, melanoma e leucemia 
Diagnóstico 
Tratamento 
• Injeção intravenosa de dextrose na forma de bolos
• Aplicação de glicose
• Amenizar os sinais clínicos de hipoglicemia, mas não necessariamente propiciar o retorno da 
concentração sanguínea de glicose ao valor normal
• Evitar a administração excessiva de dextrose por via intravenosa
Convulsões após a resolução da 
hipoglicemia
Problema neurológico primário, como 
edema cerebral. 
Tratamento 
• Clínico 
• Cirurgia para remoção de insulinoma
• Quimioterapia para insulinoma
Prognóstico:
• Reservado
• Tamanho do tumor
• Metástase
• Tempo de sobrevida relatado é maior em cães inicialmente submetidos ao tratamento cirúrgico 
Caso clínico
• SRD
• 12 anos
• Fêmea 
Crises epilépticas
Polidipsia, poliúria
Caso clínico
Ultrassom → não foi identificada alterações
Laparotomia exploratória 
Caso clínico 
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