Prévia do material em texto
Afecção Definição Classificação Sinais clínicos Exames Diagnóstico Tratamento Hiperadreno Distúrbio da glândula adrenal. Síndrome de Cushing. 5‐10 anos Pituitário dependente ‐ Distúrbio na hipófise (adenoma, carcinoma e hiperplasia pituitária). Maioria dos casos. Estimula secreção de ACTH independente do hipotálamo. Adrenal dependente ‐ Distúrbio na Adrenal (adenoma, carcinoma e hiperplasia nodular adrenocortical). Estimula secreção de glicocorticoide independente da hipófise. Pode ser uni ou bilateral. Quando uni, a outra pode sofrer atrofia para compensar. Iatrogênico ‐ Oferta excessiva de corticóide, supressão de CRH, ACTH e glicocorticóides endógenos. Pode levar a interrupção na produção de glicocorticóides. Sistêmicos: Poliúria, polidpsia, polifagia associado a magreza, diabetes mellitus, atrofia muscular, claudicação, hepatomegalia, glomerulopatias, distensão abdominal, obesidade, ICC, taquipneia/taquicardia, descolamento de retina, atrofia testicular/anestro. Cutâneos: Alopecia simétrica não pruriginosa, pelagem ressecada e facilmente epilável, pele atrofiada e hipotônica, hiperpigmentação, distúrbios de queritinização e comedões, infecções crônicas e recorrentes telangiectasia/flebectasia, equimose e calcinose cutânea Associadas: Hipertensão, desordes glomerulares, infecção urinária, septicemia, ICC, tromboembolismo pulmonar, diabetes mellitus e neuropatia e periférica. Complementares: hemograma (leucopenia); urinálise (baixa densidade, glicosúria); Ureia e creatinina; ALT/FA; Colesterol/LDL/HDL; Glicose/amilase/lipase; USG e RM Relação cortisol/creatinina urinária Estimulação de ACTH (hipófise): Jejum de 12 horas. Coletar sangue, injetar 0,25 mg de ACTH sintético IM (coletar 2h após) ou IV (coletar 1h após). HAC hipófise dependente = >22ug/dL ; normal = 6~17ug/dL ; HAC Iatrogênico < 0,5 ug/dL Inibição por dexametasona (adrenal): mínimo 15‐ 21 dias sem uso de corticóides. Jejum 12 horas coleta e aplica 0,01 mg/kg IV de dexametasona. 4hrs (adrenais): coleta; 8hrs (hipófise): coleta ‐ 20hrs de jejum. Mitotano: Tropismo pela adrenal, causa necrose tecidual. Fase de indução: 50 mg/kg/BID até que reduza fome e sede, apresente vômito, diarreia e/ou apatia (8‐9 dias). Fase de manutenção: Teste com ACTH a cada 9 dias (boa reposta após ACTH <5ug/dL). Induz hipoadreno, utilizar corticoide exógeno. Trilostano: inibe a enzima 3‐B‐hidroxiesteróide desidrogenase. Seguro p/ hiperadreno, porém $$$$. Dose: 0,5 a 6 mg/kg SID ou BID, avaliar em 21‐30 dias até ajustar. Consultas semestrais ou anuais, verificar eficácia. Adrenocorticotomia, adrenalectomia, terapias alternativas e mitotano possuem altos casos de óbito. Hipoadreno Pode morrer de forma aguda. Síndrome de Addison. Resultado da secreção hormonal adrenocortical insuficiente. Estima‐se que os sinais aparecem apenas quando 85% das adrenais estiverem comprometidas. 2‐10 anos Hipoadreno primário: alterações em eletrólitos. Origem idiopática ou autoimune. Perda de 85‐90% de células adrenocorticais. Primário atípico: deficiência somente de cortisol. Clássico: deficiência de cortisol e aldosterona. Secundário: sem alteração em eletrólitos. Inflamação, tumores, traumas, defeitos congênicos. Iatrogênico: Altas doses de trilostano, mitotano, cetoconazol e glicocorticóides exógenos. Tremores musculares, letargia, perda de peso, vômitos, diarreia sanguinolenta, choque hipovolêmico, poliúria, polidipsia, bradicardia, hipotermia, crises epiléticas, dor abdominal e emagrecimento progressivo. Radiografia: microcardia, diminuição do calibre da veia cava caudal, megaesôfago (raro) Eletrocardiograma: diminuição da onda P e aumento da onda T Teste de estimulação com ACTH Dosar cortisol após aplicar ACTH < 2ug/dL; se >2 não é hipoadreno. Mesmo protocolo de hiperadreno Concentração plasmática de ACTH ‐ 1º ‐ aumento de ACTH; 2º diminuição de ACTH Relação sódio/potássio < 27:1 1º ‐ alta relação 2º ‐ não afeta eletrólitos. Corrigir hipotensão e hipovolemia 20‐40ml/kg/h ‐ primeiras 3hrs 5ml/kg/h 24‐48hrs Corrigir distúrbios eletrolíticos; acidose metabólica; hipoglicemia (glicose 2,5 a 5%); Dexametasona ‐ 0,1 a 5 mg/kg/IV BID no primeiro dia ‐ depois 0,25mg/kg usual 2mg/kg casos graves Prednisolona: 0,1‐0,22 mg/kg BID Usado associado a fludocortisona Fludocortisona (escolha) 0,01 mg/kg BID Diabetes mellitus Distúrbio complexo que resulta da incapacidade da ilhotas pancreáticas secretar insulina e/ou de ação deficiente da insulina nos tecidos. Mais frequente em cães de 5 anos ou mais Tipo 1 ‐ cão: Insulino dependente. Caracterizada pela destruição imunomediada das celulas B com perda progressiva e eventualmente completa da secreção de insulina pelo pâncreas. Predisposição genética. Tipo 2 ‐ gato: insulino não dependente: caracterizada pela resistência a insulina e/ou a células B disfuncionais. Insulina pode estar normal, baixa ou aumentada, mas insuficiente para superar a resistência à insulina nos tecidos. Obesidade é um fator forte para gerar esta resistência. Pode ser genética ou ambiental (obesidade, glicocorticóides) Poliúria e polidipsia, polifagia, perda de peso, cistite, hepatomegalia, desidratação, catarata, neuropatia diabética, pancreatite, vômitos e diarreia hiperglicemia; glicosúria/cetonúria; Leucocitúria, bacteriúria, proteinúria; elevações de ALT e FA (sobrecarga hepática); elevações de colesterol e triglicerídeos; hipocalemia (gatos) ‐ fraqueza muscular ‐ posição de prece Sintomatologia clínica Hiperglicemia em jejum (não fidedigno) associado a glicosúria em cães: >180mg/dL (normal é 118 mg/dL); gatos ‐ 360mg/dL Frutosamina sérica: > 400Tmol/L (açúcar sérico de dias) Resolução dos sinais clínicos; evitar flutuações na glicemia; restabelecer a qualidade de vida; evitar hipoglicemia Caninsulin: Cão ‐ 0,1 a 1 UI/kg BID (0,2 efetivo) ‐ lenta Lantus (glargina ‐ ultralenta): gato ‐ 1 a 2 UI/kg Glipizida (Minidiab): 2,5 a 5 mg/gato/VO/BID ‐ pode causar vômito, hipoglicemia, aumento das enzimas hepáticas, icterícia. Última escolha Hipotireoidism o Doença multissistemica caracterizada pela baixa produção de hormônios tireoidianos. 4 a 10 anos Primário: Atrofia ou necrose tireoidea; Tireoidite linfocítica autoimune (Hashimoto) ‐ 90% do casos Secundária: Neoplasia Síndrome do Enfermo Eutireóideo: Patologias: diabetes, hiper e hipo adreno, insuficiência renal, hepatopatias, DDIV, piodermite crônica. Fármacos: Fenitoína, salicilatos, flunixin meglumina, glicocorticoides, anabolizantes, mitotano, anestésicos, furosemida, acidos graxos e antibióticos. Letargia, obesidade, queda excessiva de pelos sem repilação, alopecia simetrica bilateral, pelagem seca e opaca, hiperpgmentação, piodermites recorrentes, intolerância ao frio e mixedema de face (face trágica ‐ acúmulo de mucopolissacarídeos) Anemia normocítica, normocrômica e arregenerativa; hipercolesterolemia; hipertrigliceridemia; aumento da creatino‐ fosfatoquinase sérica; hiperalanino amino transferasemia Tiroxina total sérica (T4) ‐ T4 livre por diálise e T4 livre bifásico ‐ RIE Avaliação do TSH canino sérico ‐ RIE Levotiroxina sódica: 11 ‐ 44ug/kg/BID/VO Administrar em jejum. Utilizar por 30 dais, retornar com jejum de 4 horas, coletar sangue e dosar hormônio para verificar eficácia. Triiodotironina: 2 a 3 ug/kg/TID/VO não é tão utilizada em animais Hipertireoidism o Doença sistêmica, que se caracteriza pela atividade anormal da glândula tireoide, levando a produção excessiva de hormônios treoidianos Gatos de 4 a 22 anos, mais comum acima de 10 anos. Associado a fatores genéticos, cigarro, areais higiênicas, alimentos enlatados contendo iodo e bisfenol. Complexa e multifatorial, não totalmente elucidado. Aumento bilateral em 70% dos casos, acreditando‐se ser predisposto por fatores imunológicos, infecciosos, nutricionais, ambientais ou genéticos. Hiperplasia adenomatosa multinodular (bócio); adenomas de tireoide; tireoidite linfocítica ‐reação imune; adenomia atípico Perda de peso, polifagia, poliuria, polidipsia, pelagem ressecada, hiperatividade, agressividade, taquicardia, vomito, diarreia, aumento de volume fecal, dispneia, fadiga, atrofia muscular. Hipertireoidismo apático (5% dos casos) ‐ depressão, letargia e anorexia (sinais de hipotireoidismo) Hemograma (leucocitose, eritrocitose leve a moderada, macrocitose) Bioquímica (aumento da ALT, FA e AST; aumento de ureia, creatinina e fosforo; diminuição de potássio, hiperbilirrubinemia); aumento de gordura fecal Ansiedade, hiperatividade, magreza, taquicardia, sopros, rins pequenos, problemas respiratórios e nódulo de tireoide palpável Tiroxina total sérica (T4) ‐ T4 livre por diálise e T4 livre bifásico ‐ RIE Avaliação do TSH canino sérico ‐ RIE Teste de supressão com T3: coleta às 0h, utiliza 2 dias de T3 oral (25ug/gato/TID) coleta após 3 dias (2‐3 horas após administração) ‐ tendência é fazer feedback negativo Metimazol: 2,5 a 10 mg/gato/BID ‐ repetir exames a cada 2 semanas nos primeiros 3 meses de terapia medicamentosa; aumentar de 2,5 a 5 mg para obter menor dose; Cuidar doença renal Se houver aumento da pressão arterial: Benazepril Destruição química ‐ Alcool 98% Radioterapia: Iodo 131, ambiente preparado 1 a 3 semanas de internação Cirurgia: Intracapsular ou Extracapsular