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19/06/2012 1 Endocrinopatias MSc. Saura Nayane de Souza Universidade Federal de Goiás Escola de Veterinária e Zootecnia �O sistema endócrino é constituído por glândulas localizadas em todo o corpo, que secretam hormônios que são transportados no sangue � Um hormônio, por definição, é uma substância que é secretada por uma glândula, mas exerce o seu efeito em qualquer outra parte do corpo �A disfunção de qualquer uma destas glândulas irá produzir graves problemas sistêmicos 19/06/2012 2 Principais endocrinopatias �Hipotireoidismo �Hiperadrenocorticismo �Diabetes mellitus Hipotireoidismo �Doença multissistêmica caracterizada pela baixa produção de hormônios tireoidianos 19/06/2012 3 Hipotireoidismo �Tireóide �Região cervical – caudal à traquéia �Intensa vascularização entre os folículos �células endoteliais fenestradas �facilita a passagem dos hormônios para os vasos �Estímulo TSH �triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) �estimulam o metabolismo �Células parafoliculares �síntese e secreção de calcitonina (regulação do cálcio) Hipotireoidismo �Hipotireoidismo pode ocorrer a partir de uma falha em qualquer ponto do eixo hipotalâmico- hipofisário-tireóide 19/06/2012 4 Funções dos Hormônios Tireoidianos �Atuam em grande parte dos processos metabólicos �Sinais clínicos variados � Influenciam a atividade e concentração de enzimas �Metabolismo de substratos, vitaminas e minerais �Síntese de proteínas e no metabolismo de lipídios �Secreção e desintegração de quase todos os hormônios �Estimulam eritropoiese �Regulação da temperatura corporal - produzir calor Etiologia �Hipotireoidismo primário – 95% �destruição gradual da tireóide �Tireoidite linfocítica �Atrofia da tireóide �Congênito, neoplasia, iatrogênico �Hipotireoidismo secundário e terciário – 5% �Neoplasia, infecções,hemorragias,etc.. �Secundário �deficiência de TSH �Terciário - Raro �deficiência na secreção de TRH 19/06/2012 5 �Mais comum em cães � Raro em gatos �Gatos submetidos a cirurgia de tireóide �Gatos submetidos a radioterapia no pescoço � Sexo – não há predisposição � Idade : meia idade e idosos � Raça : Golden Retriever, lLabrador, Rotweiller, Cocker Spaniel, Beagle, Doberman, Teckel e outras... Etiologia Sinais clínicos �Sinais metabólicos �Letargia �Fraqueza �Intolerância ao exercício �Intolerância ao frio �“status” mental �Ganho de peso sem aumento do apetite �Intolerância a exercícios �44% são obesos ou estão acima do peso! 19/06/2012 6 Sinais clínicos �Alterações cutâneas �Pelame seco �Disqueratinizacao �Hiperpigmentacao �Alopecia �“Cauda de rato” �Discromia do pelame �Comedos �Otite ceruminosa �Piodermite recidivante Alterações cutâneas 19/06/2012 7 Alterações cutâneas Sinais clínicos �Alterações reprodutivas �Fêmeas �Anestro persistente �Cio silencioso �Aumento do intervalo interestral �Infertilidade, aborto �Ginecomastia, galactorreia �Machos �Atrofia testicular �Queda de libido 19/06/2012 8 Sinais clínicos �Alterações nervosas �Casos severos : �Polineuropatias � Doença vestibular periférica � Paralisia do nervo facial � Sintomas do SNC oConvulsão, ataxia, andar em círculos � Fraqueza generalizada � Para e tetraparesia � Déficit de propriocepção Sinais clínicos Casos severos: �Alterações cardíacas �Alterações oftálmicas 19/06/2012 9 Gatos �Alopecia � Hipotricose � Seborréia �Letargia �Alteração de ¨humor¨ �Ganho de peso �Diminuição FC �Intolerância ao frio �Embotamento � Alteração de crescimento � Irritação � Dor Exames laboratoriais �Hemograma �Anemia normocítica normocrômica não-regenerativa � eritropoietina � Bioquímica �Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia � excreção biliar de colesterol � receptores LDL hepáticos � lipase lipoprotéica e hepática �Aumento da CK - miopatia 19/06/2012 10 Diagnóstico �Suspeita clínica + dosagens hormonais �T3 total �T4 total �T4 livre �TSH canino �ACS anti-tireoglobulina, anti-T3 e anti-T4 �Qual a melhor opção??? �T4 total: principal produto de secreção da glândula tireóide - reservatório �T4 livre = hormônio disponível aos tecidos �T3: 40 - 60% é derivado do metabolismo periférico (fígado, rins, músculos) Exames laboratoriais 19/06/2012 11 Diagnóstico �Suspeita clínica + dosagens hormonais �T3 total �Pouco significativo o Grande parte é formado pela deionização do T4 pelo fígado, rins e músculos �T4 total �Doenças sistêmicas não tireoideanas diminuem o T4 total �Interferência de ACS anti- T4 �5 % dos cães hipotireoideos têm T4t normal �T4 livre �Menos influenciado pelas doenças não tiroideanas e drogas �TSH canino � 20 a 40% dos casos – níveis normais de TSH �ACS anti-tireoglobulina, anti-T3 e anti-T4 �cães + desenvolvem a doença em alguns anos � estágios finais : exame negativo Exames laboratoriais �Comparação da sensibilidade e especificidade do T4 total, T4livre e TSH em cães hipotireoideos Sensibilidade Especificidade Acurácia T4 total 89-100% 75-82% 85% T4 livre 80-98% 94% 95% TSH 63-87% 83-93% 80-84% 19/06/2012 12 Doenças que alteram os níveis de T3 e T4 séricos �Deficiência de calorias � Diabetes mellitus � Hiperadrenocorticismo � Hepatopatia � Hipoadrenocorticismo � Insuficiência renal � Afecções neuromusculares � Piodermites � Dermatopatias crônicas Tratamento �Levotiroxina sódica (T4 sintético) �0,022mg/KG SID OU BID cães �10 a 22mcg/KG SID OU BID gatos � Liotironina (T3 sintético) �4 A 6 μg/KG TID cães �4 A 6 μg/KG TID gatos � TIREOTOXICOSE !! 19/06/2012 13 Hiperadrenocorticismo ou Doença de Cushing �“ Sinais clínicos e às anormalidades bioquímicas que resultam de exposição crônica a um excesso de glicocorticóides” �Hiperfunção do córtex adrenal Hiperadrenocorticismo � Zona Glomerulosa (+ externa) � Mineralocorticoides �aldosterona - estimula reabsorção Na+ pelos túbulos renais � Zona Fasciculada (media) � Glicocorticoides �cortisol - metabolismo protéico � Zona reticulada (interna) � Glicocorticoides �Hormônios sexuais - andrógenos 19/06/2012 14 Predisposição �Racial � Poodle, Teckel, Beagle, Maltês, Yorkshire � Boxer, Labrador � Etária �HAC hipofisário > 6 anos �Tumor adrenocortical > 9 anos � Sexual �Fêmeas 50-60% dos casos Etiologia �Causas exógenas �Hiperadrenocorticismo iatrogênico �Administração excessiva de glicocorticóides � Causas Endógenas �Hiperadrenocorticismo hipófise-dependente �80 % dos casos em cães �Tumores e hiperplasia da hipófise �Hiperadrenocorticismo adrenal-dependente �Tumores �Hipoplasia e atrofia da mesma por desuso 19/06/2012 15 Principais sinais clínicos �Polifagia � Poliúria � Polidipsia � Abdome abaulado � Obesidade visceral � Hepatomegalia � Fraqueza muscular � Taquipnéia � Intolerância ao calor � Infecções cutâneas e urinárias recorrentes Principais alterações cutâneas � Alopecia simétrica e bilateral � Pelame seco, sem brilho � Disqueratinização � Hiperpigmentação � Comedos � Atrofia cutânea � Telangiectasia � Hematomas � Calcinose cutânea 19/06/2012 16 Telangiectasia Calcinose cutânea Alopecia simétrica e bilateral Comedo Complicações clínicas �Hipertensão �Consequências �Hemorragia intra-ocular �Deslocamento de retina �Hipertrofia do ventrículo esquerdo �Insuficiência cardíaca �Glomerulopatias �Tratamento da hipertensão �Verificar outras causas associadas �Tratar o hiperadrenocorticismo 19/06/2012 17 Complicações �Diabetes mellitus � Cetoacidose diabética � Pielonefrite e cálculos urinários �Glomerulopatias � Perda de proteínas pelos glomérulos � ICC �Apatia � Inapetência � Anorexia � Desorientação � Cegueira � Intranquilidade �Alteração de comportamento � Sinais nervosos: � Crises epilépticas � Andar compulsivo � Paraneoplasias � Pancreatite � Tromboembolismo �Aumento de concentração dos fatores de coagulação �Obesidade Diagnóstico �Clínico �Dosagem hormonal �Hiperadrenocorticismo e Dislipidemia �↑ Cortisol �↑síntese e liberação de lipoproteínas 19/06/201218 Diagnóstico hormonal �Cortisol basal � Teste de supressão com dexametasona � Teste de estimulação com ACTH � ACTH endógeno Cortisol basal �Sem significado diagnóstico! � Estresse e doenças crônicas:↑ corZsol � Hidrocortisona, cortisona, prednisona, prednisolona, e metilprednisolona: ↑ cortisol (reação cruzada em ensaios) � Administração crônica de glicocorticóides : cortisol ENDÓGENO 19/06/2012 19 Testes de estimulação de ACTH �Mais utilizado na veternária �Seguro, barato e confiável �O cão recebe uma dose de ACTH �Cães enfermos- responderão à injeção de ACTH � alta taxa de cortisol no sangue, após a injeção �Este teste não diferencia a forma pituitária da forma adrenal da doença Teste de supressão com dose baixa com dexametasona �Pequenas doses de dexametasona �Cães normais - acentuada queda da taxa de cortisol no sangue após 8 horas. �Cães enfermos- não há queda dos níveis de cortisol sanguíneo após a administração de dexametasona � Este teste também não distingue entre a forma pituitária e a forma adrenal da doença �Usar testes de estimulação do ACTH e baixas doses de dexametasona em conjunto 19/06/2012 20 Teste de supressão de doses altas de Dexametasona �Após a confirmação do hiperadrenocorticismo diferenciar as duas formas da doença �Forma pituitária-dependente �decréscimo do cortisol sanguíneo após receberem doses altas de dexametasona �Forma adrenal-dependente �Não apresentarão decréscimo no nível de cortisol do sangue, ao receberem doses altas de dexametasona Exames complementares �Hemograma � Bioquímica � Urinálise: Sedimento urinário � Radiografia � Ultrassonografia 19/06/2012 21 Tratamento �Medicamentoso �Mitotano �Trilostano �Cetoconazol �L-deprenil (Anipril) � Cirúrgico � Hipofisectomia transfenoidal � Adrenalectomia Mitotano op’DDD �(Lisodren® 500 mg Bristol-Meyers Squibb) �Mecanismo de ação duplo: �Agente adrenocorticolítico: efeito citotóxico sobre a córtex adrenal - necrose e atrofia �Inibe a esteroidogênese: bloqueia a clivagem da cadeia lateral do colesterol e 11β hidroxilase �Base do Inseticida: DDT 19/06/2012 22 Mitotano- fase de indução � 25 mg/kg/bid com alimento � Duração: 5- 10 d (7d) � Efeitos colaterais: 25% dos casos � Necessidade de monitorização intensiva � Indução inadequada “compromete” a fase de manutenção Mitotano- Fase de manutenção �Início: 50 mg/kg/semana (dividido 2 doses) � Monitorização a cada 2 meses �teste : ACTH � Exames bioquímicos, hematológicos, urina, glicemia �IDEAL: cortisol basal e pós-ACTH 2-5 µg/dl 19/06/2012 23 Trilostano �Inibidor competitivo da enzima 3 b-hidroxiesteróide desidrogenase � Impede a conversão da pregnenolona em progesterona �Cortisol, aldosterona e andrógenos �Inibição reversível e dose-dependente Dose: 2-10 mg/kg/sid (3 mg/kg/Sid ou Bid) Cetoconazol �Anti-fúngico oral – década de 80 �Efeito colateral : interferir na síntese de hormônios esteróides �Porém, com o surgimento da L-deprenil (Anipril), o cetoconazol raramente é utilizado no tratamento do hiperadrenocorticismo 19/06/2012 24 L-deprenil (Anipril) �Mais novo disponível no mercado �Única droga aprovada e licenciada para tratamento de doença de Cushing em cães �Inibição do excesso de produção ACTH pela glândula pituitária �Atua somente nos casos de hiperadrenocorticismo pituitária- dependente �(80% dos casos de doença de Cushing em cães são pituitária-dependentes) L-deprenil (Anipril) �Vantagens: �não produz tantos efeitos colaterais indesejáveis �Não há risco de destruir excessivamente a glândula adrenal �Não é necessária a monitorização da glândula adrenal e exames laboratoriais com tanta freqüência, porque a droga não afeta diretamente a glândula adrenal �Desvantagens: �Preço �Sem efeito quando a doença está relacionada diretamente à glândula adrenal 19/06/2012 25 DIABETES MELLITUS “Diabetes Mellitus se caracteriza como uma desordem multissistêmica crônica atribuída à parcial ou total falta de insulina ou deficiência de ligação aos seus receptores” 19/06/2012 26 Insulina DIABETES = JORRAR MELLITUS = MEL �Principal hormônio anabólico dos mamíferos �Possui duas funções importantes: �Estimular o metabolismo de carboidratos e lipídeos (indução de enzimas celulares, especialmente nos hepatócitos) �Transportar glicose �principalmente nas células adiposas e da musculatura esquelética �Potente inibidor da lise de gordura e sua deficiência é acompanhada da lipólise 19/06/2012 27 INSULINA Resumindo.....funções de: • Transporte de glicose • Formação de glicogênio • Produção de triglicérides • Síntese de ácidos nucléicos INCIDÊNCIA • Alta frequência em cães e gatos • Idade: 7 a 15 anos • Gatos machos castrados e obesos • Cadelas não castradas 19/06/2012 28 Classificação e etiologia Diabetes mellitus tipo I- dependente de insulina Diabetes mellitus tipo II- Diabetes mellitus “secundaria” Diabetes mellitus tipo I Destruição imunomediada das células beta + Predisposição genética Deficiência absoluta de secreção de insulina Diabetes mellitus Forma mais comum em cães 19/06/2012 29 Etiologia �Predisposição genética �Destruição imunomediada �Pancreatite �Obesidade �Drogas diabetogênicas Etiologia Depósitos amilóides insulinares - gatos • Agentes químicos : aloxano, estreptozotacina • Outras endocrinopatias • Stress 19/06/2012 30 Etiologia- Amiloidose na ilhotas pancreáticasResistência a insulina (obesidade, fatores ambientais, drogas antagonistas da insulina, doenças concomitantes...) secreção de insulina secreção de amilina (hormônio neuroendocrino, co-secretado com a insulina, com atividade glicorreguladora) AMILOIDOSE Etiologia �Pancreatite crônica 30% dos casos • Estados de resistência insulínica Corticoideterapia Progestágenos Diestro Obesidade Acromegalia 19/06/2012 31 Glicocorticóides X diabetes gliconeogenese hepática utilização periférica de glicose afinidade do receptor pela insulina número e afinidade dos transportadores de glicose sensibilidade a insulina + hiperglicemia Sinais Clínicos � Poliúria � Polidipsia � Polifagia � Perda de peso � Cistite � Piodermite � Pancreatite � Hepatomegalia � Desidratação � Catarata/ retinopatias � Neuropatia diabética 19/06/2012 32 Diagnóstico �Histórico �Anamnese �Exame clínico �Exames laboratoriais Diagnóstico �Sintomatologia clínica �Alterações laboratorias �hiperglicemia em jejum + glicosúria �Cães > 180 mg/dl �Gatos “estressados” (360 mg/dl) �Frutosamina sérica (> 400 Tmol/L) 19/06/2012 33 Alterações laboratoriais �Hiperglicemia � Glicosúria, cetonúria � Leucocitúria, bacteriúria, proteinúria � ↑ ALT e FA � ↑ Colesterol e triglicérides � Hipocalemia (gatos) Tratamento �Terapia insulínica �Insulina: duração x intensidade de ação �Tipos: Regular, NPH, Lenta, PZI, Glargina �Espécies: bovina, suína, humana 19/06/2012 34 19/06/2012 35 19/06/2012 36 Dietas gatos �Dosar a glicemia a cada 2 dias, no horários de pico �Em caso de hipoglicemia seguir o esquema: �Menor que 60mg/dl – glicose ou açúcar na face interna da bochecha do animal, �depois dar ração úmida �Entre 60 e 80mg/dl �dar ração úmida �De 80 a 100 – �dar 1/3 de ração úmida e 2/3 de ração seca 19/06/2012 37 Dietas cães �Dieta para diabeticos: �Ração Hill’s w/d ou Royal Canin Weight Control Diabetic ou ração light � Receita caseira: �1/3 arroz integral + 1/3 legumes verdes + 1/3 frango ou carne magra �ou � Papinha de neném da Nestlé � Frutas: só não pode manga, melancia e abacate. � Queijo cotage ou ricota �Dosar a glicemia a cada 2 dias, no horários de pico �Em caso de ataxia , convulsões e tremores dar 5 ml de mel Karo 19/06/2012 38 DÚVIDAS??
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