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Saes - Cap 2 - Expansão Comercial e Marítima - Set_2023


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A Expansão Comercial e 
Marítima, o Mercantilismo 
e o Estado Absolutista
Crise do sistema feudal
Século XIV: declínio abrupto da população
◼ Muitas cidades e áreas rurais despovoadas
◼ Causa imediata: Peste Negra
◼ Crise econômica: Pressão crescente da 
população sobre os recursos naturais
Redução da mão de obra para a nobreza:
◼ Maior pressão sobre os servos → Revoltas
◼ Aumento do poder de barganha dos 
trabalhadores
2
Crise do sistema feudal
Redução dos preços dos alimentos básicos
◼ Redução da produção foi menor que a 
redução da população → ocupação de terras 
mais férteis
◼ Diversificação do consumo:
 Carne, peixe, vinho, cerveja, especiarias
◼ Manufaturados → favorecimento da atividade 
urbana (artesãos e comerciantes)
3
Impacto desigual da crise
Crescimento das cidades ligadas ao 
comércio ou à produção de bens de luxo
Comércio com o Oriente era deficitário
◼ Remessas de metal precioso
◼ Escassez de moeda na Europa
Medidas para restringir a saída de metal
 Leis suntuárias
➔ Mostra a importância da demanda de 
bens de luxo
4
Recuperação Econômica e 
Populacional
1460: Retomada do crescimento 
populacional
Alívio da crise monetária: descoberta de 
novas minas e novas técnicas de exploração
Expansão entre 1000 e 1300: moldes 
tipicamente feudais
Expansão a partir de meados do século 
XV: projeção para fora da Europa
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A Cidade Medieval: Organização 
do Comércio e do Artesanato
Cidades medievais – diferentes origens:
1) Antigas cidades do Império Romano
2) Atender a necessidades do próprio feudo
3) Reunião de comerciantes em torno das 
muralhas do castelo medieval
Dois momentos:
1) Submissão à autoridade do senhor feudal
Homens livres
2) Conquista da autonomia
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Principais Cidades da Europa
Jacques Le Goff – Ano de 1300
◼ Uma cidade importante no Ocidente tinha 
entre 10.000 e 20.000 habitantes
◼ Palermo e Barcelona: 50.000
◼ Londres, Gante, Gênova, Córdoba: 60.000
◼ Bolonha: 60.000 a 70.000 habitantes
◼ Milão: 75.000
◼ Florença e Veneza: 100.000
◼ Paris: 200.000
◼ [Hangzhou (1348): 432.000]
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Cidades Medievais
Grande diferença:
1) Cidades ligadas ao comércio local
2) Cidades ligadas ao grande comércio de 
exportação e importação e atividade industrial
Veneza:
◼ Não foi afetada pelas invasões germânicas e 
islâmicas: cidadãos bizantinos
◼ Ano 900: comércio com Constantinopla 
mercadorias orientais
 Cidades da Costa Amalfitana: Amalfi, Salerno, Gaeta
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Correntes de Comércio
Norte da Europa: Vikings
◼ Rota comercial da Europa Ocidental até a 
Rússia e Oriente → Exploração pelos suecos
 Inglaterra, Escócia, Irlanda: dinamarqueses e 
noruegueses
Século X: definidas as duas principais 
rotas marítimas para o renascimento 
comercial da Idade Média
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Principais rotas comerciais no Mediterrâneo 
e Europa no final da Idade Média
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Papel das Cruzadas
Veneza, Pisa e Gênova
◼ Apoio às Cruzadas (desde a primeira)
 Transporte marítimo e financiamento
◼ Concessões comerciais nas áreas 
conquistadas, mantidas após a derrota dos 
Cruzados → Eliminação de intermediários
◼ “o resultado mais duradouro e essencial das 
Cruzadas foi ter dado às cidades italianas, e em 
menor grau, às da Provença e da Catalunha, o 
domínio do Mediterrâneo” (Pirenne)
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Flandres
Indústria de tecidos de lã
Bruges: concentração do comércio com os 
mercadores escandinavos e alemães
Comerciantes italianos: troca dos tecidos 
pelas mercadorias do Oriente
◼ Crescente integração do comércio do sul com 
o norte da Europa
◼ Feiras da Champanha
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Feiras da Champanha
1100 a 1300: Seis feiras por ano: de 
janeiro a outubro, seis semanas cada
◼ Italianos: especiarias, açúcar, madeiras 
corantes, sedas
◼ Tecidos de lã de Flandres e norte da França
◼ Linhos da Champanha e Alemanha
◼ Couros da Espanha
◼ Peles, cereais, vinhos, cavalos
◼ Centro de atividade financeira
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Liga Hanseática
Século XIV
Mercadores alemães (Colônia e Lübeck)
◼ Domínio idêntico ao das cidades italianas no 
sul
Domínio das rotas abertas pelos vikings
◼ Peles, mel, madeira e centeio (Rússia), 
tecidos de Flandres
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16
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Jacques Le Goff – O dinheiro 
na Idade Média
“A Idade Média, quando se trata de dinheiro, representa na 
longa duração da história uma fase de regressão. O dinheiro, 
nela, é menos importante, está menos presente do que no 
Império Romano, e sobretudo muito menos importante do 
que viria a ser a partir do século XVI, e particularmente do 
XVIII.”
Dois grandes períodos:
“...uma primeira Idade Média, digamos de Constantino a São 
Francisco de Assis, quer dizer, do século IV mais ou menos 
até o fim do século XII, quando o dinheiro recua, a moeda 
conhece um recesso, para depois começar um lento retorno. 
A distinção social predominante opõe então potentes e 
humiles, quer dizer, poderosos e fracos. Em seguida, do início 
do século XIII até o fim do século XV, é a dupla dives e pauper, 
ou seja, ricos e pobres, que se impõe”. 18
Cidades Medievais
Como se organizava a atividade 
econômica e a administração?
Não havia servidão
Grande maioria se tornou autônoma
◼ Carta de franquia: compra ou força militar
Artesanato e comércio → Corporações 
de ofício ou Guildas
◼ Mestres, companheiros e aprendizes
◼ Estabelecer o monopólio e regras
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Cidades Medievais
Cidades voltadas ao comércio local
◼ Pequenos donos de lojas e oficinas (mestres)
◼ Auxílio de companheiros e aprendizes
◼ Reduzida diferenciação social entre eles
Cidades voltadas para o comércio de 
exportação
◼ Grandes comerciantes dominavam a produção
 Controle da oferta de matéria-prima e acesso aos 
mercados externos
 Pouca autonomia dos mestres
 Grande número de jornaleiros
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Administração Municipal
Pequenas cidades: governo das 
corporações
◼ Exclusão dos nobres e dos assalariados
Política de defesa dos interesses das 
corporações – artesãos e comerciantes
◼ Evitar a concorrência entre eles e de 
concorrentes estrangeiros
◼ Aumentar a concorrência entre os 
camponeses vizinhos
21
Administração Municipal
Grandes cidades comerciais
Oligarquia: exclusão dos artesãos
Domínio da rica burguesia comercial
◼ Contra os interesses dos artesãos
◼ “Revoluções democráticas” em várias cidades
Ascensão e consolidação de um capital 
comercial e financeiro ligado às operações 
internacionais
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Expansão Marítima,
Comercial e Colonial
Século XIV: Avanços na navegação
◼ Além do Estreito de Gibraltar
◼ Deslocamento do comércio intraeuropeu para 
o Atlântico
◼ Desenvolvimento de novos centros comerciais:
 Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda, França
 Rivalidade com os centros antigos: norte da Itália, 
Flandres, norte da Alemanha
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Expansão Marítima,
Comercial e Colonial
Meados do século XV: Pressões para uma 
nova fase de expansão
◼ Visão tradicional:
 Busca de ouro
 Acesso às especiarias e produtos de luxo do Oriente
◼ Monopólio de Veneza e dos muçulmanos
◼ Tomada de Constantinopla (1453)
Wallerstein: evitar um novo colapso
◼ Compensar a nobreza pela queda de sua renda
◼ Ocupar os trabalhadores (revoltas)
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Expansão Marítima,
Comercial e Colonial
Necessidades de alimentos, matérias-
primas e combustíveis foram mais 
importantes no longo prazo:
◼ Trigo: Europa Ocidental passa a importadora a 
partir do século XV
◼ Madeira: importação dos países bálticos
 Combustível
Material de construção
 Indústria Naval
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Pioneirismo de Portugal
Ocupação das Ilhas da Madeira, Açores e 
Cabo Verde
◼ Busca de terras para produção de alimentos
◼ Produção de trigo, vinho, açúcar
Norte da África, Costa Africana, Índia e 
Extremo Oriente
◼ Busca de ouro e especiarias
◼ Conquista de Ceuta (1415)
◼ Cabo Bojador (1434)
26
27
28
Fernando Pessoa – Genial!!!
29
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a almanão é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Mapa mundi do Século XV
30
Anaximandro (610 – 546 a.C.) 
31
Pomponius Mela (geógrafo romano) 43 d.C.
32
Pioneirismo de Portugal
Três ordens de motivações:
◼ Nobres
◼ Comerciantes
◼ Monarquia Portuguesa
Fatores favoráveis:
◼ Interesse maior dos nobres portugueses
◼ Experiência no comércio de longa distância e 
navegação
◼ Capitais de comerciantes italianos
◼ Precoce centralização da monarquia portuguesa
33
Pioneirismo de Portugal
Viagem de Vasco da Gama (1498)
◼ Lucros monopolísticos: 6.000%
Feitorias na Índia e na China
Brasil: Ausência de produtos de alto valor 
para o comércio europeu
◼ Necessidade de constituição de sistemas 
produtivos
◼ Sistema de plantation
34
Concorrência de Outros Países
Espanha: mais bem sucedida de início
◼ Tesouros acumulados por incas e astecas e 
exploração de minas
◼ Padrão distinto de exploração do português
 Agricultura de exportação em segundo plano
Século XVII:
◼ Países Ibéricos foram superados por Holanda, 
Inglaterra e França
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Declínio de Portugal e Espanha
Portugal
◼ União Ibérica (1580-1640)
◼ Ocupação do Nordeste brasileiro
◼ Perda de grande parte de suas colônias no 
Oriente
Espanha
◼ Derrota da “Invencível Armada” (1588)
◼ Perda de territórios nas Antilhas
◼ Ocupação inglesa e francesa na América do 
Norte
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O Caso da Holanda
Comércio medieval: Bruges
Século XVI: Antuérpia
◼ Porto para atracação de navios de grande porte
◼ Maior praça comercial e financeira da Europa
1523-43: Domínio espanhol
◼ Relativa autonomia
◼ Felipe II (1556-1598): Tributos mais pesados e 
Inquisição
◼ Revolta: União de Utrecht (1579)
37
38
O Caso da Holanda
Guerra prolongada: Reconhecimento da 
independência em 1609
◼ Amsterdã assumiu a posição de Antuérpia
Ascensão da Holanda como principal 
potência comercial e financeira do século 
XVII
◼ Declínio de Portugal e Espanha
◼ Contestação do domínio holandês por parte da 
França e Inglaterra
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O Caso da Holanda
Expansão holandesa: Cias de Comércio
◼ Companhia das Índias Orientais (1602)
Monopólio do comércio com as Índias
 Tinha sua própria moeda, exército, construía cidades 
e fortalezas
Índia, China, Japão, Rússia, Báltico, América
◼ Controle das especiarias do Oriente
◼ Café em Java
◼ Chá da China para a Europa
◼ Açúcar nas Antilhas
40
Inglaterra
Principal rival da Holanda
Grandes companhias de comércio
◼ Apoio decisivo da Coroa
 Elizabeth (1558-1603)
◼ Concessão de monopólios:
 Companhia dos Mercadores Aventureiros
 Companhia das Índias Orientais
 Companhia da Rússia
 Companhia do Báltico
41
O Mercantilismo
Expansão comercial e marítima
◼ Importância decisiva do apoio do Estado
◼ Políticas econômicas favoráveis
➔ Mercantilismo
 Proposições diferenciadas, mas com alguns traços 
em comum
Eli Hecksher: “uma fase na história da 
política econômica”
◼ Estado é o sujeito e o objeto dessa política
42
Mercantilismo - Heckscher
Heckscher: analisa os fins e meios:
Fins: Sistema Unificador e Sistema de Poder
Mercantilismo como Sistema Unificador:
◼ Luta contra o Universalismo (Igreja Católica)
 Contrária à formação de unidades políticas autônomas
Henrique VIII: Igreja Anglicana
◼ Luta contra o particularismo feudal
Obstáculo à integração econômica
 Alfândegas, pedágios, sistemas de pesos e medidas, 
regimes monetários, regulamentações municipais
43
Mercantilismo - Heckscher
Ainda em relação aos fins:
Mercantilismo como sistema de poder:
◼ Interno: afirmação do poder do Estado diante 
dos seus súditos
◼ Externo: diante de outros Estados
 Ideologia mercantilista: concepção estática da 
riqueza → caráter bélico do período
 Riqueza do mundo era dada
◼ Recursos econômicos não podiam ser aumentados por 
qualquer ação dentro do país
 Aumento do poder de um Estado à custa de outro
44
Mercantilismo - Heckscher
Resultado ➔ Guerra de conquista
◼ Agregar novos territórios e recursos ao Estado
◼ Ações necessárias: defesa terrestre, navegação, 
abastecimento de gêneros essenciais
Definidos os fins (Unificação e Poder do 
Estado), quais os meios?
◼ Necessidade de recursos
◼ Sistema protecionista e sistema monetário
Metalismo, balança comercial favorável, 
protecionismo (industrialismo) e colonialismo
45
Mercantilismo - Dobb
Maurice Dobb: além do poder do Estado, 
mercantilismo atende a interesses privados
Até que ponto a ideia bulhonista era a base 
do pensamento mercantilista de fato?
◼ Primeiros mercantilistas (século XVI)
◼ Autores posteriores: forma de justificar 
determinadas políticas a partir de uma noção 
sem contestação à época
46
Mercantilismo - Dobb
➔Questão de fato importante: Balança 
comercial favorável
 → Desejável por outras razões
Interesses do comércio e da produção:
◼ Mercado interno muito limitado
 Comércio externo como forma de ampliar o mercado
◼ Melhoria nas relações de troca para o país 
superavitário
 Elevação dos preços internos
 Redução dos preços no país deficitário
47
48
Regulamentação
Palavra-chave para a economia européia 
na Idade Moderna
◼ Grande diferença com os clássicos
Mercantilistas
◼ Crença na regulamentação econômica
 Condição essencial para assegurar mercados
Escola clássica
◼ Otimismo quanto à capacidade de 
crescimento do mercado com o progresso da 
indústria e da divisão do trabalho
49
Regulamentação
Burguesia na fase de acumulação primitiva
◼ Influência política como condição essencial para seu 
progresso
◼ Sociedade baseada ainda no pequeno modo de 
produção
◼ Trabalho assalariado ainda na infância
Produtividade baixa e número de trabalhadores por 
capitalista pequeno
◼ Concorrência → Lucro muito baixo
“Difícil imaginar qualquer lucro substancial como 
‘normalmente’ conseguido pelo investimento na 
produção”
50
Regulamentação
Leis “naturais” da economia ainda não 
podem vigorar
◼ Não há maquinaria e crescimento constante do 
excedente
◼ Capitalismo adolescente não é capaz de se 
manter por si próprio
Política econômica da acumulação primitiva
➔ Mercantilismo: fortalecer o poder do 
Estado e promover a acumulação de capital
51
Política colonialista
Mercado para os produtos metropolitanos
Emprego na Metrópole
Fornecimento de matéria-prima
Exclusivo metropolitano
◼ Lucros monopolistas/monopsonistas
52
Política colonialista
Outras características:
Utilização de trabalho compulsório
◼ Abundância de terras não apropriadas
◼ Lucros do tráfico de escravos
Proibição de manufaturas nas colônias
O Estado Absolutista
Processo prolongado:
◼ Início no século XII e XIII e consolidação no 
século XV
 Luís XI, Henrique VII e Fernando de Aragão e 
Isabel
Questão chave: financeira/criação de uma 
burocracia civil e militar para taxar
Contextos diferentes:
◼ França, Inglaterra, Espanha, Portugal
◼ Itália e Alemanha / Holanda
53
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O Estado Absolutista
Exemplo maior: Luís XIV (1661-1715)
◼ Rei Sol, “O Estado sou eu”
◼ Colbertismo (Jean-Baptiste Colbert)
Inglaterra: Tudor: Henrique VIII (1509-47) 
e Elizabeth (1558-1603)
Espanha: Felipe II (1556-98)
Questão polêmica: Estado Absolutista é 
feudal ou capitalista?
◼ Processo de transição entre o feudalismo e o 
capitalismo
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O Estado Absolutista
Visão tradicional: Aliança da burguesia 
com o monarca contra a nobreza
◼ Interesses mútuos
Visão mais “moderna”:
1) Oposição entre nobreza feudal e burguesia 
comercial não era tão extrema
 Lucros da burguesia: vendas para a nobreza
2) Estados nacionais reduziam a autonomia das 
cidades
59
O Estado Absolutista
Engels: Equilíbrio de forças entre a 
nobreza feudal e a burguesia
◼ Monarquias absolutas se situam acima dos 
interesses de classe
◼ Maior autonomia de decisões
Anderson:Monarquia como Estado Feudal
◼ Estado absoluto como instrumento para a 
manutenção da ordem feudal
 Crise feudal do século XIV:revoltas e comutação
 Risco de perda de controle por parte da nobreza
60
O Estado Absolutista
“Os Estados monárquicos da Renascença foram em 
primeiro lugar e antes de tudo instrumentos modernizados 
para a manutenção do domínio da nobreza sobre as 
massas rurais” (Perry Anderson)
Estado absolutista como um Estado feudal 
“diferente”
◼ Absorção de poderes antes pertencentes à 
nobreza
◼ Liberação das terras das restrições da 
vassalagem feudal
 Propriedade plena da terra
61
O Estado Absolutista
Qual a relação do Estado Absolutista com 
a burguesia?
◼ Interesses básicos das classes mercantis e 
manufatureiras emergentes foram mantidos
 Abolição das barreiras internas ao comércio
 Tarifas externas contra concorrentes
 Investimentos lucrativos ao capital usurário nas 
finanças públicas
 Empreendimentos coloniais e companhias de 
comércio
62
O Estado Absolutista
Anderson: Estado Absolutista tinha um 
caráter feudal (garantindo a supremacia 
social da aristocracia e sua dominação sobre 
as massas) e, ao mesmo tempo, beneficiava 
a burguesia, da qual dependia 
financeiramente
“O domínio do Estado absolutista era o da nobreza feudal, 
na época de transição para o capitalismo. O seu fim 
assinalaria a crise do poder de sua classe: o advento das 
revoluções burguesas e a emergência do Estado 
capitalista”
63
O Estado Absolutista
Poulantzas: Estado Absolutista: Capitalista
1) Soberania do Estado
 Supressão dos privilégios feudais sobre a terra e 
sobre os homens a ela ligados
Dominação pública sobre um espaço 
territorial/nacional sem as restrições feudais
2) Sistema jurídico com regras de direito 
público
 Substituição dos privilégios medievais
 Características de abstração, generalidade e 
formalidade do sistema jurídico moderno
64
O Estado Absolutista
Poulantzas: Estado Absolutista: Capitalista
3) Exército
Mercenário a serviço do poder central
 Infantaria tem o papel central
4) Burocracia
 Cargos públicos estão ligados à qualidade de seus 
titulares
 Exercício das funções públicas a serviço do Estado 
e não dos interesses econômicos e políticos dos 
seus titulares
65
O Estado Absolutista
Poulantzas: Estado Capitalista
◼ Estado absolutista:
 Produzir relações de produção ainda inexistentes
 Liquidar as relações feudais
◼ Expropriação dos pequenos proprietários
◼ Apoio à industrialização
◼ Ataque ao poder senhorial
◼ Liquidação das barreiras comerciais no 
interior do país
66
O Estado Absolutista - Síntese
1) Tinha uma autonomia relativa
2) Centralizou o poder político em detrimento 
da aristocracia feudal
◼ Essencial para sufocar as revoltas camponesas
3) Beneficiou a burguesia
◼ Expansão do comércio e das finanças
 Ampliação das possibilidades de lucro
4) Agente ativo do processo de transição do 
feudalismo ao capitalismo
67
	Slide 1: A Expansão Comercial e Marítima, o Mercantilismo e o Estado Absolutista
	Slide 2: Crise do sistema feudal
	Slide 3: Crise do sistema feudal
	Slide 4: Impacto desigual da crise
	Slide 5: Recuperação Econômica e Populacional
	Slide 6: A Cidade Medieval: Organização do Comércio e do Artesanato
	Slide 7: Principais Cidades da Europa
	Slide 8: Cidades Medievais
	Slide 9: Correntes de Comércio
	Slide 10: Principais rotas comerciais no Mediterrâneo e Europa no final da Idade Média
	Slide 11: Papel das Cruzadas
	Slide 12: Flandres
	Slide 13
	Slide 14: Feiras da Champanha
	Slide 15: Liga Hanseática
	Slide 16
	Slide 17
	Slide 18: Jacques Le Goff – O dinheiro na Idade Média
	Slide 19: Cidades Medievais
	Slide 20: Cidades Medievais
	Slide 21: Administração Municipal
	Slide 22: Administração Municipal
	Slide 23: Expansão Marítima, Comercial e Colonial
	Slide 24: Expansão Marítima, Comercial e Colonial
	Slide 25: Expansão Marítima, Comercial e Colonial
	Slide 26: Pioneirismo de Portugal
	Slide 27
	Slide 28
	Slide 29: Fernando Pessoa – Genial!!!
	Slide 30: Mapa mundi do Século XV
	Slide 31: Anaximandro (610 – 546 a.C.) 
	Slide 32: Pomponius Mela (geógrafo romano) 43 d.C.
	Slide 33: Pioneirismo de Portugal
	Slide 34: Pioneirismo de Portugal
	Slide 35: Concorrência de Outros Países
	Slide 36: Declínio de Portugal e Espanha
	Slide 37: O Caso da Holanda
	Slide 38
	Slide 39: O Caso da Holanda
	Slide 40: O Caso da Holanda
	Slide 41: Inglaterra
	Slide 42: O Mercantilismo
	Slide 43: Mercantilismo - Heckscher
	Slide 44: Mercantilismo - Heckscher
	Slide 45: Mercantilismo - Heckscher
	Slide 46: Mercantilismo - Dobb
	Slide 47: Mercantilismo - Dobb
	Slide 48: Regulamentação
	Slide 49: Regulamentação
	Slide 50: Regulamentação
	Slide 51: Política colonialista
	Slide 52: Política colonialista
	Slide 53: O Estado Absolutista
	Slide 54
	Slide 55: O Estado Absolutista
	Slide 56
	Slide 57
	Slide 58
	Slide 59: O Estado Absolutista
	Slide 60: O Estado Absolutista
	Slide 61: O Estado Absolutista
	Slide 62: O Estado Absolutista
	Slide 63: O Estado Absolutista
	Slide 64: O Estado Absolutista
	Slide 65: O Estado Absolutista
	Slide 66: O Estado Absolutista
	Slide 67: O Estado Absolutista - Síntese

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