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Microeconomia II parte 2 Aula 3 – sinalização Professor: Renato Schwambach Vieira Bibliografia: [BKM] [MWG] A. Mas-Colell, M. Whinston, and J. Green. Microeconomic Theory. Oxford University Press, 1995.. ( න 𝜃 𝜃 𝑁 𝐼 𝜃 × 𝜃 𝑑𝐹(𝜃) + න 𝜃 𝜃 𝑁 1 − 𝐼 𝜃 × 𝑟 𝜃 𝑑𝐹(𝜃) Receita bruta das firmas Renda dos trabalhadores em casa Essa é uma integral do tipo Riemann-Stieltjes, comumente utilizada para trabalhar com variáveis aleatórias que não possuem função de densidade definida https://www.statlect.com/fundamentals-of-probability/Stieltjes-integral-rules 𝐹(𝜃) é a f.d.a. (função de distribuição acumulada) da variável aleatória 𝜃 Possui a seguinte propriedade: න 𝑎 𝑏 𝑔 𝑥 𝑑𝐹 𝑥 = න 𝑎 𝑏 𝑔 𝑥 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 𝑠𝑒 𝐹 𝑥 é 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑚 [𝑎, 𝑏] න 𝑎 𝑐 𝑔 𝑥 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 + 𝑔 𝑐 𝐹 𝑐 − lim 𝑥→𝑐 𝐹 𝑥 + න 𝑐 𝑏 𝑔 𝑥 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑠𝑒 𝐹 𝑥 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑚 𝑐 ∈ [𝑎, 𝑏] https://www.statlect.com/fundamentals-of-probability/Stieltjes-integral-rules Exemplo, considere o caso em que: Θ∗ = {𝜃2, 𝜃3} 𝜃1 = 1; 𝜃2 = 2; 𝜃3 = 3; 𝑟 𝜃 = 2 ∀ 𝜃 O bem-estar da economia será calculado como: න 𝜃 𝜃 𝑁 𝐼 𝜃 × 𝜃 𝑑𝐹(𝜃) + න 𝜃 𝜃 𝑁 1 − 𝐼 𝜃 × 𝑟 𝜃 𝑑𝐹(𝜃) = ൮ ൲ 3 𝐼 1 × 1 𝐹 1 − lim 𝜃→1 𝐹 𝜃 + න 1 2 3 𝐼 𝜃 × 𝜃 𝑓 𝜃 𝑑𝜃 + 3 𝐼 2 × 2 𝐹 1 − lim 𝜃→2 𝐹 𝜃 + න 2 3 3 𝐼 𝜃 × 𝜃 𝑓 𝜃 𝑑𝜃 + 3 𝐼 3 × 3 𝐹 1 − lim 𝜃→3 𝐹 𝜃 𝑁 = 3 𝐹 𝜃 = 0 𝑠𝑒 𝜃 < 1 1/3 𝑠𝑒 1 ≤ 𝜃 < 2 2/3 𝑠𝑒 2 ≤ 𝜃 < 3 1 𝑠𝑒 3 ≤ 𝜃 + ൮ ൲ 3 1 − 𝐼 1 × 2 𝐹 1 − lim 𝜃→1 𝐹 𝜃 + න 1 2 3 1 − 𝐼 𝜃 × 𝜃 𝑓 𝜃 𝑑𝜃 + 3 1 − 𝐼 2 × 2 𝐹 1 − lim 𝜃→2 𝐹 𝜃 + න 2 3 3 1 − 𝐼 𝜃 × 𝜃 𝑓 𝜃 𝑑𝜃 + 3 1 − 𝐼 3 × 2 𝐹 1 − lim 𝜃→3 𝐹 𝜃 0 + 0 + 3 2 1/3 + 0 + 3 3 1/3 + 3 2 1/3 + 0 + 0 + 0 + 0 2 + 3 + 2 = 7 ) Sinalização Sinalização: Ação de quem possui a informação Revela, total ou parcialmente, essa informação 2 tipos: 𝜃𝐻: alta (high) produtividade 𝜃𝐿: baixa (low) produtividade 𝜆 = 𝑃 𝜃𝐻 ∈ (0,1): Probabilidade de ser alta produtividade O trabalhador pode adquirir uma quantidade 𝑒 de educação antes de ingressar no mercado de trabalho A educação não afeta a produtividade O custo da educação é uma função da quantidade 𝑒 adquirida e da produtividade 𝜃 do trabalhador As derivadas parciais da função de custo são: e: A utilidade final do trabalhador é dada por: 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃 = 𝑤 − 𝑐(𝑒, 𝜃) Adaptações do modelo da aula anterior Custos decrescentes em 𝜃 Custos crescentes em 𝑒 Custos marginais crescentes em 𝑒 Custos marginais decrescentes em 𝜃 𝜃𝐻 > 𝜃𝐿 > 0 𝑟 𝜃𝐻 = 𝑟 𝜃𝐿 = 0 𝑐𝑒 𝑒, 𝜃 > 0 𝑐𝑒𝑒 𝑒, 𝜃 > 0 𝑐𝜃 𝑒, 𝜃 < 0 𝑐𝑒𝜃 𝑒, 𝜃 < 0 𝑐 0, 𝜃 = 0 𝑤 é o salário pago pela firma ao trabalhador Ao observar 𝑒, as firmas formam 𝜇(𝑒): crença sobre a probabilidade do trabalhador ter alta produtividade A produtividade esperada do trabalhador pela firma é: No equilíbrio de Nash de estratégias puras das firmas, o salário ofertado se iguala a essa produtividade esperada: Modelo é representado pelo jogo extensivo com: 1 trabalhador e 2 firmas 𝜇 𝑒 𝜃𝐻 + (1 − 𝜇 𝑒 )𝜃𝐿 𝑤∗ = 𝜇 𝑒 𝜃𝐻 + (1 − 𝜇 𝑒 )𝜃𝐿 Escolher seu investimento (𝑒) em educação dado seu tipo (𝜃) O problema do trabalhador passa a ser: Curvas de indiferença entre salário e educação 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃 = 𝑤 − 𝑐(𝑒, 𝜃) A taxa marginal de substituição entre salário e educação será: 𝑐𝑒 𝑒, 𝜃 > 0 Essa substituição é decrescente em 𝜃, pois assumimos que: 𝑐𝑒𝜃 𝑒, 𝜃 < 0 Assim: - a curva de indiferença de 𝜃𝐻 é sempre menos inclinada que a curva de 𝜃𝐿 - as curvas de indiferença se cruzam em um único ponto (single-crossing property) 𝑤, 𝑒 : 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃𝐿 = 𝑢 ෝ𝑤, Ƹ𝑒 𝜃𝐿 𝑤, 𝑒 : 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃𝐻 = 𝑢 ෝ𝑤, Ƹ𝑒 𝜃𝐻 𝑒 𝑤 Dado que: Assim, o salário de equilíbrio 𝑤(𝑒) será uma função do nível de educação escolhido pelo trabalhador Salário de equilíbrio 𝑤(𝑒) O equilíbrio dependerá então do nível de educação escolhido por cada trabalhador Dois resultados possíveis: 2 - Equilíbrio desagregador (separating equilibrium): cada tipo escolhe um nível de educação diferente 𝑤(𝑒) = 𝜇 𝑒 𝜃𝐻 + (1 − 𝜇 𝑒 )𝜃𝐿 1 - Equilíbrio agregador (pooling equilibrium): ambos os tipos escolhem o mesmo nível de educação 𝑤 𝑤(𝑒) 𝑒 1 - ambos os tipos de trabalhadores recebem um salário igual à sua produtividade Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Seja: 𝑒∗ 𝜃 : a escolha de equilíbrio do nível de educação dos trabalhadores 𝑤∗ 𝑒 : o salário de equilíbrio oferecido pelas firmas Num equilíbrio Bayesiano perfeito desagregador: 𝑤∗ 𝑒∗ 𝜃𝐻 = 𝜃𝐻 𝑤∗ 𝑒∗ 𝜃𝐿 = 𝜃𝐿 2 – o trabalhador com baixa produtividade escolhe um nível de educação igual a zero 𝑒∗ 𝜃𝐿 = 0 Curva de indiferença do trabalhador 𝜽𝑳 𝑒 = 0: nível de educação adquirida por 𝜃𝐿 num equilíbrio desagregador ǁ𝑒: nível de educação que o trabalhador 𝜃𝐿 estaria disposto a comprar para receber um salário com valor 𝜃𝐻 Visualizando o equilíbrio desagregador 𝑤, 𝑒 : 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃𝐿 = 𝑢 𝜃𝐿, 0 𝜃𝐿 𝑤 𝑤∗ 𝑒∗ 𝜃𝐿 = 𝜃𝐿 𝑒∗ 𝜃𝐿 𝑒 Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Curvas de indiferença e salário de equilíbrio A figura apresenta o caso específico onde o trabalhador de baixa produtividade estaria indiferente entre (0, 𝜃𝐿) e ( ǁ𝑒, 𝜃𝐻) 𝑢 0, 𝜃𝐿 𝜃𝐿 = 𝑢 ǁ𝑒, 𝜃𝐻 𝜃𝐿 Já para o trabalhador de alta produtividade, a única opção que maximiza sua utilidade é: ( ǁ𝑒, 𝜃𝐻) A linha tracejada apresenta uma possível solução de equilíbrio para o salário 𝑤∗ 𝑒 oferecido pelas firmas A educação funciona como sinalização porque o custo marginal da educação é uma função decrescente em 𝜃 𝑐𝑒𝜃 𝑒, 𝜃 < 0 Visualizando o equilíbrio desagregador 𝑤 Curvas de indiferença e salário de equilíbrio Em geral, existirão múltiplas curvas de oferta 𝑤∗ 𝑒 das firmas que satisfarão as condições de equilíbrio Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Curvas de indiferença e salário de equilíbrio Aqui temos um caso alternativo, onde o trabalhador de alta-produtividade fica indiferente entre (0, 𝜃𝐿) e (𝑒1, 𝜃𝐻) 𝑢 0, 𝜃𝐿 𝜃𝐻 = 𝑢 𝑒1, 𝜃𝐻 𝜃𝐻 Note que 𝑒1 > ǁ𝑒 Já para o trabalhador de baixa-produtividade, a única opção que maximiza sua utilidade é: (0, 𝜃𝐿) 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃 = 𝑤 − 𝑐(𝑒, 𝜃) Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Em todos os equilíbrios desagregadores: As firmas tem lucro zero Os trabalhadores 𝜃𝐿 recebem utilidade 𝑤 0 = 𝜃𝐿 Já os trabalhadores 𝜃𝐻 estarão melhores quão menor for 𝑒∗(𝜃𝐻) 𝑢 𝑤 0 , 0|𝜃𝐿 = 𝑤 0 − 𝑐 0, 𝜃𝐿 = 𝜃𝐿 Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Comparado ao cenário com assimetria de informação, mas sem sinalização: Os trabalhadores 𝜃𝐿 estarão certamente piores em ambos os casos, o gasto com educação é zero antes recebiam 𝐸 𝜃 e 𝜃𝐿 < 𝐸 𝜃 < 𝜃𝐻 agora recebem exatamente 𝜃𝐿 Já os trabalhadores 𝜃𝐻 poderão estar tanto melhor quanto pior 𝑢 𝐸 𝜃 − 0 < 𝑢 𝜃𝐻 − 𝑐 𝑒∗(𝜃𝐻), 𝜃𝐻 𝑢 𝐸 𝜃 − 0 > 𝑢 𝜃𝐻 − 𝑐 𝑒∗(𝜃𝐻), 𝜃𝐻 Note que o equilíbrio desagregador não depende de 𝜆 (proporção de𝜃𝐻) Assim, quão maior for 𝜆, maior a ineficiência decorrente do gasto inútil com educação Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Equilíbrio agregador (pooling equilibrium) No equilíbrio agregador, ambos os tipos de trabalhadores escolhem um mesmo nível de educação Como a crença das firmas deve ser corretamente derivada das estratégias de equilíbrio, devemos ter: 𝑒 𝜃𝐿 = 𝑒 𝜃𝐻 = 𝑒∗ 𝑤(𝑒∗) = 𝜆𝜃𝐻 + (1 − 𝜆)𝜃𝐿 = 𝐸[𝜃] 𝑤(𝑒∗) = 𝐸[𝜃] Qualquer equilíbrio agregador com: 𝑤(𝑒∗) = 𝐸 𝜃 𝑒∗ ∈ (0, 𝑒′) Podem ser sustentados Entretanto, não é possível sustentar 𝑒∗ > 𝑒′ Pois 𝜃𝐿 teria incentivo para escolher (0, 𝜃𝐿) Equilíbrio agregador (pooling equilibrium) Nosequilíbrios agregadores: - ambos os trabalhadores devem receber 𝐸 𝜃 - a educação exigida pela firma para se receber𝐸 𝜃 - não pode ser maior que 𝑒′ (𝑢 𝜃𝐿, 0|𝜃𝐿 = 𝑢 𝐸 𝜃 , 𝑒′ 𝜃𝐿 ) Nos equilíbrios desagregadores: - cada trabalhador recebe 𝜃𝑖 - o único equilíbrio para 𝜃𝐿 é (0, 𝜃𝐿) - a educação exigida pela firma para se receber 𝜃𝐻 - não pode ser maior que 𝑒1 - - não pode ser menor que ǁ𝑒 RESUMO Intervenção de Pareto Restrita (second best intervention) Intervenções do planejador central podem melhorar o bem-estar social (mesmo sem conhecer o tipo de cada trabalhador) - se o bem-estar com sinalização é inferior ao caso sem-sinalização, o governo pode proibir a sinalização - Em alguns casos, um subsídio cruzado pode amplifica o bem-estar Ex: fixando os salários conforme a regra: ෝ𝑤𝐿 > 𝜃𝐿 𝑠𝑒 𝑒 < ǁ𝑒 ෝ𝑤𝐻 < 𝜃𝐻 𝑠𝑒 𝑒 ≥ ǁ𝑒 O bem estar alcançado é superior ao equilíbrio de mercado Considerando: 𝑐 𝑒, 𝜃 = 𝑒2 𝜃 𝜃𝐿 = 1 𝜃𝐻 = 2 𝑢 𝑤, 𝑒|𝜃 = 𝑤 − 𝑐(𝑒, 𝜃) Calcule 𝑢𝐻, 𝑢𝐿 e Ω = 𝜆𝑢𝐻 + 1 − 𝜆 𝑢𝐿 nos seguintes cenários: 𝜆 = 4/5 𝑟 𝜃𝐿 = 𝑟 𝜃𝐻 = 0 a) Sem assimetria de informação 𝑤 𝜃 = 𝜃 e 𝑒 = 0 ∀ 𝜃 b) Com assimetria de informação, mas sem sinalização 𝑤∗ = 𝐸 𝜃 e 𝑒 = 0 ∀ 𝜃 c) Com sinalização via 𝑒, no equilíbrio agregador com o maior valor de 𝑒∗ possível encontre 𝑒′: 𝑢𝐿 𝑤∗, 𝑒′ = 𝑢𝐿 𝜃𝐿 , 0 e defina 𝑤 𝑒 = ቊ 𝐸[𝜃] 𝑠𝑒 𝑒 ≥ 𝑒′ 𝜃𝐿 𝑠𝑒 𝑒 < 𝑒′ d) Com sinalização via 𝑒, no equilíbrio desagregador com o menor valor de 𝑒∗ possível encontre 𝑒∗: 𝑢𝐿 𝜃𝐻 , 𝑒∗ = 𝑢𝐿 𝜃𝐿 , 0 e defina 𝑤 𝑒 = ቊ 𝜃𝐻 𝑠𝑒 𝑒 ≥ 𝑒∗ 𝜃𝐿 𝑠𝑒 𝑒 < 𝑒∗ Lista 1, exercício 2: Próxima aula [BKM] [MWG] A. Mas-Colell, M. Whinston, and J. Green. Microeconomic Theory. Oxford University Press, 1995. Slide 1: Microeconomia II parte 2 Slide 2 Slide 3: ( Slide 4 Slide 5 Slide 6: ) Slide 7: Sinalização Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 14: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 15: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 16: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 17: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 18: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 19: Equilíbrio desagregador (separating equilibrium) Slide 20: Equilíbrio agregador (pooling equilibrium) Slide 21: Equilíbrio agregador (pooling equilibrium) Slide 22: RESUMO Slide 23: Intervenção de Pareto Restrita (second best intervention) Slide 24 Slide 25 Slide 26