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Psicologia da Educação | Palavra do Diretor www.faculdadefocus.com.br | 1 PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EDUCACIONAL Disciplina Psicologia da Educação Professora: Bárbara Brunini Psicologia da Educação | Palavra do Diretor www.faculdadefocus.com.br | 2 A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). A instituição, nem os autores, assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. 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Coliseo - Centro Cascavel - PR, 85801-050 Tel: (45) 3040-1010 www.faculdadefocus.com.br Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por marcadores. Acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. http://www.faculdadeofocus.com.br/ mailto:secretaria@faculdadefocus.com.br. http://www.faculdadefocus.com.br/ Psicologia da Educação | Palavra do Diretor www.faculdadefocus.com.br | 3 1 Palavra do Diretor Prezado Acadêmico da Faculdade Focus! Aprender requer organização e disciplina. O estudo a distância pode ser ainda mais proveitoso que o presencial, desde que você se dedique, crie o hábito de estudo e mantenha uma rotina diária, com horário específico, em local silencioso e que garanta boa concentração. A liberdade de poder estudar onde e como quiser é, de fato, um diferencial para sair na frente e alcançar as suas metas. Não procrastine o seu sucesso, pois somente uma boa educação é a garantia de uma carreira bem-sucedida. As portas do mercado de trabalho estão cada vez mais seletivas, por isso, ter a oportunidade de se aperfeiçoar sem sair de casa é uma chance importante para poder alçar novos voos e vislumbrar novas posições na carreira. O modelo de ensino a distância é um recurso tecnológico que não elimina a interação. Muito pelo contrário. O curso possibilita a todo momento canais de comunicação com seus tutores estão à disposição para sanar qualquer dúvida. A sala de aula só passou do físico para o campo virtual. No entanto, é bom estar atento que nessa modalidade você é o protagonista, visto que é o aluno o principal responsável para ser seu guia na rotina de estudos. É você que vai definir quando e como vai estudar, por isso, assuma as rédeas e aja focado no seu objetivo. Desejo a você uma excelente jornada de aprendizagem! Ruy Wagner Astrath Diretor Geral da Faculdade Focus Psicologia da Educação | Coordenador do Curso www.faculdadefocus.com.br | 4 2 Coordenador do Curso Olá, acadêmicos da Faculdade Focus! Os cursos de pós-graduação da Faculdade Focus são resultado da união entre a solidez acadêmica de uma das melhores Faculdades privadas do Brasil e a experiência de profissionais do mercado que são referência nas suas áreas de atuação. Os cursos de especialização foram desenvolvidos a partir das principais tendências e temáticas da atualidade e do futuro, sendo que nosso modelo oferece alto padrão de ensino, corpo docente de grande relevância, plataforma intuitiva e materiais de apoio atrativos e diferenciados, aliados a um excelente custo-benefício. E mais, com a modalidade online inovadora, é uma excelente opção de desenvolvimento profissional e acadêmico, o que permite que aquele que não tenha tempo disponível possa estudar no horário e local de sua escolha, de forma 100% online. É uma ótima oportunidade de ensino online, em que os alunos terão aulas com profissionais que são referência nacional e professores renomados do meio acadêmico, somadas a uma experiência digital diferenciada e interação entre os alunos de todo o Brasil. Prof. Helton Kramer Lustoza Coordenador do Curso Psicologia da Educação | Coordenador do Curso www.faculdadefocus.com.br | 5 Sumário 1 Palavra do Diretor ----------------------------------------------------------------------------------------- 3 2 Coordenador do Curso------------------------------------------------------------------------------------ 4 Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 Apresentação ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 3 Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários ------------------------------------------ 7 3.1 Sugestão de Referências Bibliográficas -------------------------------------------------------------------------- 10 3.2 Sugestão De Sites Para Leituras Complementares ------------------------------------------------------------ 10 4 Parte II: A educação e o desenvolvimento humano --------------------------------------------- 12 4.1 Indicação de Referências Bibliográficas -------------------------------------------------------------------------- 16 4.2 Indicação de Vídeos --------------------------------------------------------------------------------------------------- 16 5 Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem ---------------------------------------------------- 17 5.1 Indicação de Referências Bibliográficas -------------------------------------------------------------------------- 23 5.2 Indicação de Vídeos --------------------------------------------------------------------------------------------------- 23 6 Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação ------------------------------ 24 6.1 Hierarquia das necessidades básicas de Maslow ------------------------------------------------------------- 25 6.2 Indicações de Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------ 28 6.3 Indicação de Vídeos --------------------------------------------------------------------------------------------------- 28 7 Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas ---------------------------------------------------------------------------------- 29 7.1 Indicações de Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------ 33 7.2 Indicação de Vídeos --------------------------------------------------------------------------------------------------- 33 Psicologia da Educação | Coordenador do Curso www.faculdadefocus.com.br | 6 Apresentação Olá, cara (o) pós-graduanda (o)! Optar por especializar-se, buscar capacitação profissional, ampliar conhecimentos, dialogar sobre as demandas do mundo contemporâneo exige de nós, profissionais implicados, persistência e determinação em múltiplos sentidos. Independentemente da formaçãoacadêmica, é certo o quanto o mercado de trabalho exige, cada vez mais, o domínio de certas habilidades e competências do profissional. Este módulo apresenta como objetivo apresentar a Psicologia da Educação como uma área de saber colaboradora dos processos de ensino e aprendizagem, bem como ferramenta para pensar, intervir e contribuir com as demandas das instituições escolares. Foi elencado como material referencial para os estudos deste material, dos slides apresentados e das atividades propostas, certo acervo bibliográfico composto por obras de teóricos primários, como também, aquelas que trazem em suas discussões, as demandas da sociedade atual, apresentando em seu escopo, perspectivas epistêmicas e metodológicas que servirão enquanto suporte para as reflexões do contudo proposto pelo módulo. No final do módulo, serão apresentadas algumas questões avaliativas do módulo conforme o indicado pelo programa da pós-graduação. Espero que o encontro seja repleto de diálogos, trocas de informações e conhecimentos. Sejam bem-vindas (os). Professora Bárbara Brunini Psicologia da Educação | Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários www.faculdadefocus.com.br | 7 3 Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários • Introdução ao Estudo da Psicologia • Interfaces da Psicologia com a Educação • Teóricos da Psicologia da Educação A Psicologia é derivada de palavras gregas que significam "estudo da mente ou da alma", porém sabemos que, para qualquer estudo receber o status de ciência, necessita de um objeto concreto, passível de observação e comprovação científica, tanto a mente como a alma não são concretas. Sim, este é um conceito um tanto positivista, que agrega jogos de verdade e alimenta posturas questionadas sobre uma psicologia múltipla que constatamos nos tempos atuais, engajada com a diversidade de sujeitos, sociedades e modos de ser no mundo. Assim sendo, acreditamos que a Psicologia é comumente definida como a ciência que estuda o comportamento humano, suas manifestações e suas contínuas transformações na/com a sociedade. Conforme Bock (1999): “A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e técnicas bem raciocinadas para verificar seus princípios. Em consequência, os psicólogos geralmente confiam no método científico para as informações sobre o comportamento e os processos mentais. Perseguem objetivos científicos, tais como a descrição e a explicação. Usam procedimentos científicos, inclusive observação e experimentação sistemática, para reunir dados que podem ser observados publicamente. Tentam obedecer aos princípios científicos. Esforçam-se, por exemplo, por escudar seu trabalho contra suas distorções pessoais e conservar-se de espírito aberto”. A estudiosa Ana Mercês Bock (1999) defende o termo “Psicologias”, concordando com estes tantos interesses da ciência Psicologia, entre eles o desenvolvimento, as bases fisiológicas do comportamento, a educação e a aprendizagem, a percepção, a consciência, a memória, o pensamento, a linguagem, a motivação, a emoção, a inteligência, a personalidade, o ajustamento, o comportamento anormal, o tratamento do comportamento anormal, as influências sociais, a sociedade e os comportamentos sociais, etc. A aplicabilidade destes saberes é localizada na indústria, nos estabelecimentos Psicologia da Educação | Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários www.faculdadefocus.com.br | 8 escolares, na saúde em órgãos públicos e privados, nos esportes, na justiça aplicados em diferentes varas como: família, infância e juventude, penal, cível, também em hospitais, na polícia, em políticas públicas de assistência social, de educação e saúde, clínicas particulares, atuantes em pesquisas, no trânsito, em assuntos de consumo e em muitas outras áreas. É importante lembrar, o quão necessária é a presença do profissional da Psicologia inserido em equipes profissionais, formando o que mais nos interessa, e aquilo em que acreditamos para o resultado satisfatório de várias das atividades acima sugeridas, as redes de trabalho: “(...) conceito que nos permite compartilhar objetivos e procedimentos, obtendo as interações necessárias com outras instâncias institucionais e construindo, assim, vínculos horizontais de interdependência e complementaridade”.1 O trabalho da Psicologia com as equipes de educação por exemplo, nos permite compartilhar responsabilidades e reivindicações por meio de objetivos e compromissos comuns, respeitando o bem-estar da criança e do adolescente e adotando os pressupostos de direitos à esta população, norteados pela Constituição e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, aumentando a capilaridade das ações, a troca de experiências entre os diferentes atores institucionais, potencializando conhecimentos e acolhendo a demanda dos estabelecimentos de ensino em suas singularidades geográficas, econômicas e culturais. O módulo presente pretende dialogar um pouco mais sobre esta interface da Psicologia com a Educação, apresentando a subárea do conhecimento dentro da psicologia que tem como função a produção de saberes relativos aos fenômenos psicológicos constituintes do processo de ensino/aprendizagem chamada PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO OU PSICOLOGIA EDUCACIONAL. Salienta-se que ao citar processos de ensino/aprendizagem devemos nos ater que os mesmos podem ocorrer em qualquer etapa do desenvolvimento humano, sendo 1 Referência MEC: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/guiaescolar/guiaescolar_p085_086.pdf Psicologia da Educação | Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários www.faculdadefocus.com.br | 9 assim, todo sujeito, em toda idade pode aprender. Os instrumentos, mecanismos, táticas, estratégias educacionais, relações humanas, todos são processos que interessam à psicologia da educação, independentemente de onde acontecem, na educação infantil, no ensino médio, ensino superior, de jovens e adultos, na educação especial, contraturno, nas instituições penais, de longa permanência, nas escolas do campo, ribeirinhas, quilombolas, entre tantas na dimensão do território brasileiro. Os estabelecimentos educacionais são organizações onde os sujeitos, a família e a sociedades afunilam seus vínculos, são vetores na construção e manutenção da vida e local onde os aprendizados acontecem, não apenas os didáticos pedagógicos, mas aqueles referentes à cidadania, aos direitos humanos, aos contatos e descobertas das estruturas socioculturais-históricas de cada área geográfica, de cada realidade e cada compreensão de mundo. Entre os objetivos da Psicologia da Educação está acolher, ouvir e compreender os comportamentos de todos os atores e agentes do ambiente educacional, para então intervir neste espaço em resposta as suas demandas, as quais podem ser manifestas por meio das necessidades do próprio corpo docente, da equipe técnica, administrativa, dos alunos, pais ou mesmo da sociedade. E mais: • Compreender os estágios da aprendizagem • Refletir sobre as didáticas de ensino • Entender as diferenças entre as formas e tempos de aprender dos sujeitos • Negociar soluções para os conflitos em ambiente escolar • Fornecer orientação e aconselhamento • Contribuir com a elaboração de processos de avaliação • Incentivar a criatividade e autonomia nas relações educativas Estar no “entre” é a grande intensão da Psicologia da Educação, não objetivando invadir outras competências ou ciências, e sim com o intuito de “estar com”, somando saberes em prol do direito ao acesso à educação previsto na Constituição Federativa do Brasil (1988) em seu Artigo 205: “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, Psicologia da Educação| Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários www.faculdadefocus.com.br | 10 seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Comprometida com o valor transformador de vidas e mundos que a educação possui, a Psicologia da Educação norteia seus estudos com alicerces fundamentados em teóricos que versam sobre a necessidade do processo educativo como ferramenta para o despertar da consciência humana e suas múltiplas competências. São vários os estudiosos que referenciam as intervenções psi na área educacional, entre eles, podemos citar, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Emília Ferreiro, Maria Montessori, Howard Gardner e Paulo Freire, eleito o patrono da educação no Brasil. Vale a pena estudar sobre cada um e comprovar a importância que tiveram para despertar a vontade de saber! “[...] na medida em que nos tornamos capazes de transformar o mundo, de dar nome às coisas, de perceber, de inteligir, de decidir, de escolher, de valorar, de, finalmente, eticizar o mundo, o nosso mover-nos nele e na história vem envolvendo necessariamente sonhos por cuja realização nos batemos. Daí então, que a nossa presença no mundo, implicando escolha e decisão, não seja uma presença neutra (FREIRE, 2000, p. 17). 3.1 Sugestão de Referências Bibliográficas ARIES, P. História social da criança e da família. BEE, H. A criança em desenvolvimento. BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. _______________ Psicologia e direitos humanos: práticas psicológicas: compromisso e comprometimentos. DIMENSTEIN, G. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: Cartas Pedagógicas e Outros Escritos. PAPALIA, D. E & OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. 3.2 Sugestão De Sites Para Leituras Complementares 1. Inteligências múltiplas de Gardner Psicologia da Educação | Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários www.faculdadefocus.com.br | 11 https://novaescola.org.br/conteudo/1462/howard-gardner-o-cientista-das- inteligencias- multiplas 2. Jean Piaget https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a- aprendizagem-no-microscopio 3. Emília Ferreiro https://novaescola.org.br/conteudo/338/emilia-ferreiro-estudiosa-que- revolucionou- alfabetizacao 3.Lev Vygotsky https://novaescola.org.br/conteudo/7235/lev-vygotsky 4.Maria Montessori https://novaescola.org.br/conteudo/459/medica-valorizou-aluno 5.Paulo Freire https://novaescola.org.br/conteudo/460/mentor-educacao-consciencia https://novaescola.org.br/conteudo/7235/lev-vygotsky https://novaescola.org.br/conteudo/459/medica-valorizou-aluno https://novaescola.org.br/conteudo/460/mentor-educacao-consciencia Psicologia da Educação | Parte II: A educação e o desenvolvimento humano www.faculdadefocus.com.br | 12 4 Parte II: A educação e o desenvolvimento humano • O afeto nas relações humanas • Os agenciamentos do desenvolvimento humano • Educação e sociedade A afetividade é um composto fundamental das relações interpessoais que norteiam a vida na escola, e possui intima relação com a construção do conhecimento e desenvolvimento da inteligência emocional e da aprendizagem. O afeto se refere a qualquer espécie de sentimento ou emoção associada a ideias ou a complexos de ideias podendo ser entendidos como afetos positivos e negativos, depende da qualidade dos estímulos do ambiente para que satisfaçam as necessidades básicas do sujeito, de afeto, apego, desapego, segurança entre outros. A afetividade está presente em todo o desenvolvimento do sujeito em seus diferentes estágios, desde o momento do nascimento até sua finitude física — sendo que, entre esse período, estão a infância, a adolescência, a vida adulta e a velhice. Além disso, para cada uma dessas fases, existem padrões de comportamento característicos esperados, todavia, reforçamos, são padrões, já que sabemos da diversidade encontrada nestes devido a múltiplos fatores que interferem no desenvolvimento humano, tanto fatores internos como fatores externos. É fato que o ato de aprender não é um processo fácil e que um ambiente marcado pela afetividade, cercado de vivências prazerosas, de relações positivas, se torna mais propício para o aprendizado acontecer com sucesso. Porém, não ignoramos as mazelas vivenciadas pela educação brasileira, as distintas condições socioeconômicas que regem o país e a discrepância em relação a distribuição de renda o que torna grupos de sujeitos mais suscetíveis ao fracasso e abandono escolar, sendo este outro conjunto de fatores que prejudicam o desenvolvimento destes sujeitos. De acordo Paulo Freire, a opressão é um dos fatores que interferem negativamente no aprendizado, impondo obrigações ao aluno e coibindo o prazer e a motivação de aprender. Saber identificar tudo isso, com base nos princípios da Psicologia da Psicologia da Educação | Parte II: A educação e o desenvolvimento humano www.faculdadefocus.com.br | 13 Educação, é fundamental, já que dessa forma, o educador pode entender quais são os métodos mais adequados para auxiliar o desenvolvimento do aprendizado. A escola não é somente um espaço para desenvolver as funções intelectuais, o aspecto afetivo e social deve ser exercitado de modo significativo nesse ambiente. A Psicologia da Educação tem forte influência no desenvolvimento de habilidades que vão além do domínio linguístico, logico matemático ou de competências pedagógicas dos sujeitos. Professores orientados pelos preceitos da Psicologia Educacional também incentivam seus alunos a explorarem capacidades como: • autoconhecimento; • autoconfiança; • respeito à diversidade; • espírito de equipe; • compartilhamento; • autonomia; • cidadania; • política. A Psicologia da Educação também fornece respaldo ao educador para atrair a atenção do educando por meio de estratégias educativas criativas, é possível inspirar os alunos à vontade de aprender e, por que não, o interesse em ensinar, lembrando a intersecção do “processo de ensinar/aprender” existente nas relações escolares. O aluno não precisa entender os estudos como um processo desgastante, a partir do momento que reconhece a participação ativa em sua aprendizagem, desenvolve habilidades e passa a perceber sua relação com o a escolar e suas finalidades com outro olhar. Segundo Jean Piaget é impossível desvincular a afetividade da cognição, isso justifica como é interessante aprender algo novo quando achamos a pessoa inspiradora, geramos nesses encontros pedagógicos uma relação de afeto e admiração que nos mantem mais atentos e envolvidos com o novo assunto, mesmo na vida adulta. Para Vygotsky, é importância promover as interações sociais, já que, a partir delas, a Psicologia da Educação | Parte II: A educação e o desenvolvimento humano www.faculdadefocus.com.br | 14 construção do conhecimento ocorre, considerando a importância da socialização e da afetividade no processo de construção do conhecimento e na construção do próprio sujeito e em suas ações. Citando o patrono da educação brasileira, Paulo Freire discute em seu livro “Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa” a importância dos gestos, palavras e gestos de respeito e de qualificação do professor com seu aluno e escreve: “Este saber, o da importância [dos] gestos que se multiplicam diariamente nas tramas do espaço escolar, é algo sobre o que teríamos que refletir seriamente”. O teórico ressalta a importância da compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, na formação do educador e durante todo processo de desenvolvimento humano. No desenvolvimento humano não existem momentos de ruptura radical, como já foi dito, a evolução é gradual e contínua,entretanto, existem alguns momentos em que as mudanças são maiores. Mesmo sendo contínua, os estudiosos no assunto procuram dividir o processo global em 05 fases: • vida pré-natal (da concepção ao nascimento) • infância (do nascimento até aproximadamente 10/12 anos) • adolescência (10/12 anos até aproximadamente 18 anos – OMS) • idade adulta (acima dos 18 anos- Constituição Brasileira) • velhice (acima dos 65 anos) A divisão das fases vai depender de critérios que se estabelecem para se concluir que alguém é adulto, porém a idade não pode ser considerada o único critério, por este motivo utiliza-se os acontecimentos do desenvolvimento descritos em etapas. Existem alguns princípios gerais que regem o desenvolvimento físico do indivíduo, e alguns deles merecem atenção especial, são eles: Princípio do desenvolvimento contínuo: Desenvolvimento é um processo contínuo e ordenado, a etapa que vem antes influência a posterior. O indivíduo se desenvolve segundo uma sequência regular. Psicologia da Educação | Parte II: A educação e o desenvolvimento humano www.faculdadefocus.com.br | 15 Princípio direcional: Desenvolvimento segue as sequências a) céfalo-caudal e b)próximo-distal. a) Desenvolvimento progride da cabeça para as extremidades. Ex: criança sustenta a cabeça, levanta o tronco, senta, anda. b)Do centro do corpo para a periferia. Ex: braço, depois as mãos, depois os dedos. Princípio da inter-relação progressiva: Que faz com que o organismo siga uma sequência ordenada, passando de estágios mais primitivos para outros mais avançados. O desenvolvimento progride de respostas gerais para respostas específicas. Ex: fala – balbucio / palavras simbólicas / pronúncia incorreta / fala correta. Princípio da unidade: Ser humano se desenvolve como um todo unificado. Reconhece que cada indivíduo tem seu ritmo. Ex: dentição tardia / queda tardia. Precisamos lembrar: as pessoas são múltiplas. Diferem quanto ao tamanho, religião, gênero, idade, raça, etnia, inteligência, cultura, educação. Diferem ainda quanto às características sociais, econômicas e morais. A individualidade é o resultado de características biológicas ou herdadas (hereditárias) e é ainda influenciada pelo meio ambiente onde vivem (adquiridas). Na realidade, o que faz uma pessoa ser aquilo que é resulta da combinação dos fatores herdados e do seu meio ambiente. A hereditariedade e o meio interagem continuamente, influenciando o desenvolvimento. A hereditariedade programa as potencialidades humanas das pessoas, o meio faz essas potencialidades se desenvolverem ou não, para mais ou para menos. Não é relevante a discussão a respeito se a hereditariedade ou o meio é mais significativo, pois ambos são absolutamente essenciais. Psicologia da Educação | Parte II: A educação e o desenvolvimento humano www.faculdadefocus.com.br | 16 4.1 Indicação de Referências Bibliográficas BEE, H. A criança em desenvolvimento. BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. FREIRE, P. Pedagogia do amor. PAPALIA, D. E & OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. RAPPAPORT, C. R. & FIORI, W. R.& DAVIS, C. Psicologia do desenvolvimento: teorias do desenvolvimento, conceitos fundamentais. 4.2 Indicação de Vídeos Viva la escuela moderna. https://www.rtve.es/alacarta/videos/panorama/panorama- viva-escuela- moderna/714761/ Filme: Up, altas aventuras. Filme: Meu irmão urso. Filme: Divertidamente. Filme: A onda. Filme: Whiplash: em busca da perfeição. Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 17 5 Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem • O que é aprendizagem? • Definições e conceitos • Teorias da aprendizagem VAMOS REFLETIR JUNTAS (OS)? • Por que estudar aprendizagem? • Toda forma animal aprende? • Como podemos conceituar e definir aprendizagem? • Quais os elementos para aprendizagem eficiente? • Quais os aspectos que modificam o comportamento? SIMMMM, toda forma animal aprende! De modos diferentes, através de estímulos e métodos diferentes, mas aprende. Porém, quanto mais evoluída a espécie, mas precisa da aprendizagem. Aprendizagem é mudança de comportamento, isto é, quando repetimos comportamentos já realizados anteriormente, não estamos aprendendo, só há aprendizagem na medida em que houver uma mudança no comportamento, a qual será resultante de novas experiências. Todavia, existem comportamentos que não são aprendidos, e sim que resultam da maturação ou crescimento do nosso organismo e, portanto, não constituem aprendizagem, Ex: respiração, digestão, salivação, etc. Outros fatores comprometem o desenvolvimento e, em consequência, a aprendizagem, são: • Fatores escolares: o Figura do professor: criação de vínculos, empatia, interesse do professor pelo aluno. o Relação entre os alunos: competição e comparação. o Métodos didáticos: presença e faltas. o Ambiente escolar. Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 18 • Fatores familiares: • Organização familiar: pais, padrastos, falecidos, distantes, ausentes. • Número de irmãos: atenção limitada ou ausente, muitos filhos ou filhos únicos, diferença de educação. • Tipos inadequados de educação: autoridade, educação desigual, falta ou excesso de amor. • Fatores individuais: • Maturidade do aluno: idade, ritmo pessoal, interesse e aptidões. • Problemas de origem nervosa: hiperatividade, cacoetes, tiques, insônia. • Problemas orgânicos: febre, doenças, fome, sede, sono, etc. • Deficiências físicas e ou mentais • Problemas afetivos emocionais. Fatores sociais: • Situações de risco e ou vulnerabilidade • (Habitação, alimentação, segurança, acesso saúde, renda) LEMBRANDO: O SER HUMANO é a espécie animal mais evoluído e, como tal, é a que possui o menor número de comportamentos inatos, físicos e invariáveis. Por isso é o homem o animal mais dependente da aprendizagem para sobreviver e é a capacidade de aprender que torna possível às gerações tirar proveito das experiências e descobertas das gerações anteriores, acrescentar sua própria contribuição e assim, promover o progresso. Ao estudar aprendizagem vamos nos deparar com um problema a questão de sua definição, pois, pela impossibilidade de observação direta é estudada e constatada indiretamente através de seus efeitos sobre o sujeito aprendiz. Para conceituá-la, é preciso referir-se as suas consequências sobre a conduta do Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 19 aprendiz e não só a conduta, temos que lembrar que a maturação, os comportamentos inatos, ou simples estados temporários do organismo como lesões, ingestão de drogas, fadiga, também alteram aspectos comportamentais e por isso não se faz satisfatório descrever aprendizagem como simplesmente uma mudança de comportamento. A maioria dos estudiosos estabelece dois critérios para ajudar a discriminar as mudanças de comportamentos promovidos pela aprendizagem, elas são: deverão ser relativamente duradouras e possuírem alguma experiência ou treino anterior. Defendem também que a realização do processo de aprendizagem depende de três elementos principais: 1. Situação estimuladora: soma dos fatores que estimulam os órgãos do sentido da pessoa que aprende. Quando houver apenas um fator, recebe o nome de estímulo. 2. Pessoa que aprende: indivíduo atingido pela situação estimuladora. Para a aprendizagem, são importantes os órgãos dos sentidos afetados pela situação estimuladora, o sistema nervoso central que interpreta esta situação e ordena a ação para que os músculos as executem. 3. Resposta: ação resultante da estimulação e da atividade nervosos, uma vez aprendidos esses comportamentos também chamados de respostas,serão repetidos sempre que houver a situação estimuladora ou a necessidade do aprendiz em apresentá-la. Quando a questão é a eficiência dos processos de aprendizagem observamos que a importância da prontidão para aprender compreende três fatores básicos: a maturação orgânica, a experiência anterior e o grau de motivação. A maturação compreende aspectos de natureza física ligada ao desenvolvimento do organismo, não adianta querer ensinar alguma coisa a criança antes da hora apropriada. A experiência anterior relaciona-se com a experiência que a pessoa teve tanto com a matéria específica (sequência lógica da aprendizagem: adição antes de multiplicação), com a experiência geral da aprendizagem (práticas de estudo e concentração), como com as experiências afetivas, causadas com professores, ou figuras de autoridade no processo de aprendizagem. E o grau de motivação Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 20 determinado por um conjunto de variáveis que podem favorecer ou prejudicar o processo de aprendizagem do sujeito e que já comentamos brevemente nos parágrafos acima. Cada sujeito compõe seu conjunto de motivações e relações com a aprendizagem, possuem seu tempo para que ela ocorra e recebem diferentes formas, intensidades e quantidades de estímulos para tais processos. Uns apreendem de modo mais rápido, outros podem apresentar maiores dificuldades, ou precisarem de mais tempo para sua aquisição, isso acontece porque cada um assimila o conteúdo de forma diferente, daí a necessidade de toda a equipe da educação conhecer e aplicar modos diferenciados de metodologias que facilitem o processo de ensino aprendizagem bem como as infinitas relações existentes nestes espaços educacionais. Ao longo da história, cientistas foram observando como as pessoas assimilam os conhecimentos de maneiras diferentes e, a partir dessa observação, algumas teorias foram sendo criadas. No entanto, existem práticas cotidianamente que favorecem a aplicabilidade de teorias mais requintadas, sendo usualmente encontradas em atividades corriqueiras do dia a dia escolar e que fortalecem os processos de ensino aprendizagem. Nosso intuito neste módulo não é discorrer sobre métodos pedagógicos, didáticos ou paradidáticos de ensino/aprendizagem, e sim, sobre como a Psicologia da Educação pode colaborar nestes tramites de aquisição do conhecimento. Por isso, optamos por apresentar os tipos básicos, em ordem crescente de complexidade, de alguns ensaios realizados no cotidiano escolar que colaboram para o processo de ensino aprendizagem: • Condicionamento simples; • Condicionamento operante ou instrumental; • Ensaio e erro; • Imitação; • Discernimento ou “insight”; • Raciocínio. Aprendizagem por Condicionamento Simples: • Também chamado de “condicionamento clássico”, “associação simples”, Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 21 “resposta condicionada”, ou “reflexo condicionado”; • Foi estudado pela primeira vez por Ivan Pavlov; • O reflexo salivar pode ser eliciado por outros estímulos (visuais, olfativos ou auditivos) originalmente neutros, que precediam ou acompanhavam o alimento; • Generalização da resposta condicionada (criança mordida por um cão – começa a temer todos os cães.) • Extinção: quando o estímulo condicionado for apresentado muitas vezes sem ser acompanhado do estímulo que provoca naturalmente a resposta. Aprendizagem por Condicionamento Operante ou Instrumental: • Estudado pela primeira vez por Skinner, psicólogo americano; • Skinner dedicou-se a este estudo, procurando provar que a emissão de operantes podia ser controlada e procurando determinar quais as variáveis que determinavam a frequência da emissão (Caixa de Skinner); • Adotou a palavra “reforço” para designar qualquer evento ou estímulo cuja a apresentação ou afastamento aumente a frequência ou probabilidade de um comportamento ou resposta; • O que caracteriza o condicionamento operante é que o reforço não ocorre simultaneamente ou precedendo a resposta, mas sim aparece depois dela; • A aprendizagem não se constitui numa substituição de estímulo, mas sim numa modificação da frequência da resposta; • Existem assim 2 tipos de reforço: o - Reforço Positivo: é aquele estímulo cuja a apresentação fortalece o comportamento; o - Reforço Negativo: é aquele estímulo cuja retirada fortalece a resposta; Aprendizagem por Ensaio e Erro: • Edward Lee Thorndike, psicólogo americano, foi quem primeiramente estudou este tipo de aprendizagem; • Ensaio e erro se caracteriza por uma eliminação gradual dos ensaios e tentativas que levam ao erro e à manutenção daqueles comportamentos que tiveram efeito desejado; • Lei do Efeito: um comportamento tem efeitos favoráveis, é mantido; caso contrário, eliminado; Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 22 • Lei do Exercício: a conexão entre estímulos e respostas é fortalecida pela repetição. A prática, ou exercício, permite que mais acertos e menos erros sejam cometidos como resultado de um comportamento qualquer. Aprendizagem por Imitação ou Observação: • Este tipo de aprendizagem foi estudado através de experimentos, principalmente por Bandura e Walters; • Muitas aprendizagens se dão por observação direta da conduta de outras pessoas – aprender pelo exemplo; • Fatores como a importância do modelo, seu status percebido, sua atratividade, etc., são significativos na aprendizagem por imitação, esta é seletiva; • É a maneira mais eficiente de se obter segurança, aceitação e prestígio, assim como adquirir habilidades motoras e sociais desejadas, do que tentativas variadas sujeitas a erro; • A aprendizagem por observação, não é, necessariamente, um processo intencional e nem se limita a situações particulares. As oportunidades são abundantes; • Nas situações de vida cotidiana, as tendências imitativas são recompensadas ou reforçadas. Aprendizagem por Discernimento ou Insight: • “Insight” ou discernimento é usado para designar uma mudança repentina no desempenho, proveniente da aprendizagem. • Seu desempenho salta de um baixo nível de adequação para uma solução completa ou quase completa do problema; • O “insight” é uma aprendizagem súbita (apesar de decorrentes de aprendizagens anteriores); • O que se aprende por discernimento é transferido para outras situações, sendo utilizado em uma diversidade de problemas semelhantes. Aprendizagem por Raciocínio: • É o tipo de aprendizagem mais complexa e abstrato, envolve todas as demais formas de aprendizagem e depende delas; Psicologia da Educação | Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem www.faculdadefocus.com.br | 23 • É considerado um processo semelhante ao ensaio-e-erro, porém ensaiamos e erramos mentalmente, para só depois tentarmos resolver, efetivamente, os nossos problemas; • Inicia-se a partir da necessidade de resolução de um problema. Segue-se uma análise para determinar em que consiste exatamente a dificuldade, e formulam- se hipóteses, possíveis sugestões para a solução; • As hipóteses são estudadas, verifica-se as implicações de cada uma delas. Uma delas parecerá a mais adequada, e então haverá a verificação desta hipótese, ou seja, a aplicação do procedimento escolhido para solucionar o problema. 5.1 Indicação de Referências Bibliográficas RAPPAPORT, C. R. & FIORI, W. R.& DAVIS, C. Psicologia do desenvolvimento: teorias do desenvolvimento, conceitos fundamentais. PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 5.2 Indicação de Vídeos Vida Maria https://www.youtube.com/watch?v=Qwa7BmfQ4Rs THE WALL MOVIE – Pink Kloyd https://www.facebook.com/watch/?v=2313285578916212 Psicologiada Educação | Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação www.faculdadefocus.com.br | 24 6 Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação • Teoria Motivacional de Maslow • Categoria de Motivos • Processos motivacionais em educação A motivação é um fator fundamental da aprendizagem, sem ela não existe aprendizagem, entretanto, apesar de sua importância, nem sempre recebe a devida atenção do professor. Motivar significa predispor o indivíduo para certo comportamento desejável naquele momento. Os motivos possuem algumas funções importantes como: 1. Ativar o organismo: Levando o indivíduo a uma atividade na tentativa de satisfazer necessidades, pois qualquer necessidade gera tensão onde ocorre um desequilíbrio, sendo onde o motivo mantém o organismo ativo até a saciação da necessidade. 2. Dirigir o comportamento para um objetivo: Para aquele que seja adequado para satisfazer a necessidade pois ano basta que o organismo esteja ativo é preciso que sua ação esteja dirigida para um objetivo adequada. 3. Selecionar e acentuar a resposta correta: Para que seja aprendida, mantida e provavelmente repetidas quando uma situação semelhante ocorrer. Muitas palavras são comumente usadas como sinônimo de motivo, embora signifiquem coisas diferentes. É o que acontece com as palavras incentivo e impulso. MOTIVO: pode ser definido como “uma condição interna relativamente duradoura que leva o indivíduo ou que o predispõe a persistir num comportamento orientado para um objetivo possibilitando a transformação ou permanência da situação”. INCENTIVO: é um objeto, condição externa para o qual o comportamento se dirige. Psicologia da Educação | Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação www.faculdadefocus.com.br | 25 Pode-se distinguir entre incentivo positivo aquele na direção do qual o comportamento se dirige, como: alimento, dinheiro, sucesso. Incentivo negativo da qual o indivíduo procura afastar-se ou que é ativamente evitado como: ferimento, isolamento social. IMPULSO: é considerada a força que põe o organismo em movimento. É entendido como a consequência de uma necessidade. A fome, por exemplo, é um impulso consequência da necessidade de alimento, é a fonte de energia dos motivos de sobrevivência. Diferencia-se do motivo por que não dá direção definida ao comportamento, é apenas seu ativador. Quando se trata de motivos mais complexos, como o de realização, prestígio, etc., comumente se emprega o termo NECESSIDADE. 6.1 Hierarquia das necessidades básicas de Maslow A famosa teoria da Hierarquia de necessidades de Maslow, proposta pelo psicólogo americano Abraham H. Maslow, baseia-se no conceito de que cada sujeito se esforça para satisfazer suas necessidades pessoais e profissionais. É uma proposta que apresenta uma divisão hierárquica em que as necessidades consideradas de nível mais baixo (primárias) devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto (secundárias). Segundo esta teoria, cada sujeito tem de realizar uma subida hierárquica de necessidades para atingir a sua plena autorrealização. Para alcançar uma nova etapa, a anterior deve estar satisfeita, isto acontece uma vez que, quando uma etapa está satisfeita ela deixa de ser o elemento motivador do comportamento do sujeito, fazendo com que outra necessidade tenha destaque como motivação. Para tanto, Maslow definiu uma série de cinco necessidades do ser dispostas em formato de pirâmide. Psicologia da Educação | Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação www.faculdadefocus.com.br | 26 Fonte: https://www.google.com/search?q=hierarquia+das+necessidades+b%C3%A1sicas+(maslow)&rlz=1C1SAVO As necessidades fisiológicas são as primordiais, quando o organismo humano está dominado por uma determinada necessidade fisiológica, tende a mudar até sua filosofia de futuro. Quando são razoavelmente satisfeitas, aparece uma nova categoria de necessidades: necessidades de segurança. O adulto normal satisfaz com relativa facilidade esta necessidade e por isso não as apresenta tão claramente como motivadoras de seu comportamento. (emprego estável, coisas familiares, poupança, seguros de vida). Quando as duas estão razoavelmente satisfeitas, aparecem as necessidades de afeto e amor, necessitando do contato com os outros indivíduos e grupos, sendo a frustração ou insatisfação desta necessidade uma das causas mais comuns de desajustes e psicopatologias graves. Uma vez satisfeitas ou pelo menos parcialmente, a pessoa também sente necessidade Psicologia da Educação | Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação www.faculdadefocus.com.br | 27 de avaliação estável e elevada de sua personalidade, ou seja, autoestima e estima dos outros. Quando está satisfeita provoca no indivíduo o sentimento de autoconfiança, capacidade de ser útil e necessário para os outros. A partir destas satisfações surge a necessidade mais elevada, a tendência a atualizar suas potencialidades com um sentido de plenitude do ser, o indivíduo tem que ser o que pode ser, este é o significado da necessidade superior de autorrealização. A sociedade e seus integrantes estão ao mesmo tempo, satisfeita e insatisfeita em suas necessidades básicas. O surgimento de uma nova necessidade não se dá de repente, trata-se de um processo espontâneo e gradativo a medida que as outras necessidades vão se satisfazendo. Salienta-se que a gratificação e a frustração de necessidades passam a ser elementos importantes na teoria da motivação, uma necessidade satisfeita não é mais um motivador, e um sujeito frustrado não pode ser considerado inteiramente desajustado, ao contrário, poderá estar mais motivado. Dentre muitos estudos e análises, Maslow ainda identificou duas necessidades adicionais à pirâmide de necessidades já criada anteriormente as quais identificavam que as pessoas que já possuíam todas as necessidades satisfeitas (pouquíssimas pessoas) e foram chamadas de cognitivas. Uma maneira útil de se estudar os motivos consiste em agrupá-los a partir de algum critério, algumas classificações apresentam os motivos em três categorias: • Motivos de sobrevivência: relacionados às necessidades fisiológicas. São cíclicos, episódicos e fornecem a recepção e interpretação de informações. Motivos de fome, sede, atividade, repouso, evitação do calor ou frio extremos, eliminação dos resíduos metabólicos. • Motivos sociais: relacionados com a interação com os outros indivíduos e grupos. São motivos reprodutivos, de afiliação e prestígio. Não são tão urgentes. O motivo sexo é essencial para a reprodução. Os motivos sociais variam entre as espécies, porque decorrem do tipo do relacionamento social do organismo. Entre outros, temos os de dominância, de submissão, de filiação a grupos, de deferência, de agressão, etc. Psicologia da Educação | Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação www.faculdadefocus.com.br | 28 • Motivos do EU: relacionados com a competência ou o EU de cada um. Necessidade de realização e informação constante. Seriam os valores que levam um homem a fazer escolhas, a ter preferências estéticas e religiosas, a lutar de modo incomum, a ser herói, covarde ou santo, em suma, são os motivos que juntos formam a sua filosofia de vida. Os motivos não possuem limites claros, apresentam-se assim apenas para auxiliar na compreensão do processo motivacional humano e claro, influenciam em todo processo de aprendizagem. 6.2 Indicações de Referências Bibliográficas BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho. DELL PRETTE, Almir. Psicologia das relações interpessoais: vivencias para o trabalho em grupo. MINUCUCCI, Agostinho. Relações Humanas: psicologia das relações interpessoais. WEIL, Pierre. Relações Humanasno Trabalho e na Família. 6.3 Indicação de Vídeos Filme: Extraordinário Filme: A procura da felicidade Filme: Gênio Indomável Filme: A teoria de tudo Filme: Steve Jobs Filme: O discurso do Rei Filme: Prova de fogo Filme: Uma mente brilhante Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 29 7 Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas • Diversidade e inclusão Esta parte do módulo possibilita a contextualização da produção da diferença cultural, étnica, social, racial, sexual entre outras do sujeito contemporâneo no cenário brasileiro, enfatizando as políticas públicas de inclusão na educação brasileira. Possui como objetivo discussões que favoreçam apresentar a diferença como possíveis modos de existir humano, conhecer algumas das políticas públicas inclusivas e de atendimento as diversidades que fortalecem a atuação do profissional da educação e da psicologia junto aos órgãos de atendimento bem como das formas de atuação a esta população e conhecer os métodos de pesquisa e intervenção neste contexto. O percurso histórico de exclusão e segregação de pessoas ditas como diferentes do padrão normativo na história do Brasil, modelo que pode ser visto como discriminatório, racista e violento até os dias atuais, vem sendo discutido nas inúmeras grades acadêmicas e de pós-graduação na formação de profissionais envolvidos e comprometidos com um ensino para todos como prevê a Constituição Brasileira de 1988. Avançamos com a ideia de educação em ambiente inclusivo, em tecnologias assistidas, ajudas técnicas, desenvolvimento de metodologias implicadas e comprometidas com a diferença que facilitam às pessoas um espaço com menores barreiras, sejam físicas, comunicacionais entre outras, no entanto, somos cientes de que, quando falamos sobre educação inclusiva, não estamos falando apenas da inclusão voltada à pessoa com deficiência, vamos além, falamos de outras intersecções como raça, gênero, etnia, origem geográfica, o desejo e a leitura de corpos ditos dissidentes . Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 30 Por Inclusão Escolar, entende-se o respeito às diferenças, compreensão da diversidade (heterogeneidade) e entendimento das necessidades diferentes dos diferentes estudantes e isso exige planejamento, conscientização, treinamento, habilidades e competências, exige formação e trabalho em rede. É preciso garantir nas escolas um ambiente atrativo, para o aluno, para o professor, como para a realização das atividades de todo corpo de profissionais, adequado às exigências de uma educação que responda ao seu ideal enquanto norteadora de cidadania e formação humana. Entende-se por escola inclusiva aquela com capacidade de receber todos os alunos desde o início da vida escolar, em qualquer território brasileiro (rural ou urbano), no ensino regular, sem exceção ou imposição, e que promova o ensino de qualidade respeitando os princípios diretivos do MEC tendo como proposta de ensino estar orientado a partir do paradigma da diversidade e dos princípios educacionais centrados nos alunos. Aqui está mais um cuidado a ser pontuado pela educação inclusiva: a fase do desenvolvimento que o sujeito aprendiz se encontra. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade de ensino amparada por lei voltada para as pessoas que não tiveram acesso ao ensino regular na idade apropriada por inúmeros e/ ou singulares motivos. São pessoas com conhecimentos adquiridos pela experiência (tácitos) que a escola esqueceu e por vezes, ignorado em sua importância diante a vida destes sujeitos já que não deixam de ser formas de aquisição de conhecimentos. Quando refletimos sobre educação inclusiva é preciso levar estas discussões para toda a sociedade, fazer, cada vez mais, que as grades dos muros escolares estejam abertas às descobertas que não são apenas didáticas pedagógicas, mas principalmente, descobertas de outras formas de ser e estar no mundo, de convivência, respeito, solidariedade e valorização da diversidade, minimizando assim as desigualdades sociais e o consequente abismo entre questões de gênero, raça, classe, etnia, condição financeira, religião, entre tantos. Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 31 Em sua progressiva afirmação enquanto uma ciência e profissão, a Psicologia da Educação fomentou o desenvolvimento de novos métodos e técnicas interventivas que apontam para a necessidade de incluir todos os alunos em sala, independente de etnia, sexo, raça, credo ou condição física ou ainda intelectual como também afirmam as diretrizes curriculares da Educação Especial. Ou seja, devemos estar preparados para lidar com a diversidade, de maneira geral. Dessa forma, nossas reflexões destacam a importância do professor como mola propulsora no processo de inclusão, atuante com a equipe técnica e todo corpo de profissionais engajados já que é ele que irá organizar a sala de aula, guiará e orientará as atividades dos alunos durante o processo de aprendizagem para a aquisição de saberes e competências. Com isso a formação inicial e continuada deste profissional é importantíssima. Contudo, verificamos muitas vezes que essa formação profissional é falha, já que é ouvido nos discursos dos alguns destes profissionais, não apenas professores, mas também diretores, secretários, coordenadores, que não estão aptos a trabalhar com a inclusão na diversidade, e nesse contexto, constatamos a presença de certa formação fragmentada quando a proposta é responder efetivamente ao direito à educação para todos. A Psicologia da Educação revisita os tramites dos processos de ensino/aprendizagem como todas as relações nele envolvidas, revendo os modelos de inclusão e ainda acompanhado os relatos de discriminação e violação de direitos presentes nos ambientes educacionais os quais apresentam-se de diferentes formas, subjetivas, coletivas, culturais e até mesmo sociopolíticas. Ao terminar este módulo, o intuito foi provocar o pensamento para as próximas discussões, alimentar a curiosidade frente outras possibilidades, dar autonomia aos trajetos desejantes do compartilhamento não só de saberes, mas e, principalmente, de oportunidades e direitos de acesso integral à educação na sociedade brasileira. Encerramos referenciando a importância da formação e aperfeiçoamento profissional Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 32 como citado na Declaração de Salamanca (1994): “As Universidades possuem um papel majoritário no sentido de aconselhamento no processo de desenvolvimento da educação especial, em especial no que diz respeito à pesquisa, avaliação, preparação de formadores de professores e desenvolvimento de programas e materiais de treinamento” (SALAMANCA 1994, Art. 46). Esta citação recebe importância ainda maior quando é constatada tamanha desigualdade ao ser observadas as minorias oprimidas e reprimidas nos ambientes escolares, sujeitos estigmatizados culturalmente por um conjunto de atitudes e ações que reproduzem mecanismos de julgamento e negação da existência de pessoas diferentes em qualquer que seja o aspecto. Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil apresentam que: “a atitude de aceitação do outro em suas diferenças e particularidades precisa estar presente nos atos e atitudes dos adultos com quem convivem” (BRASIL,1998, p.41), não só no âmbito escolar, mas também em âmbito familiar e social. Portanto, os movimentos de educação inclusiva, buscam transformar suas concepções e práticas, de modo a atender a todos os alunos, sem discriminações de qualquer natureza. Para Gusmão (2000, p. 12), “o diferente e a diferença são partes da descoberta de um sentimento que, armado pelos símbolos da cultura, nos diz que nem tudo é o que eu sou e nem todos são como eu sou”. Os sujeitos têm diferentes origens e histórias de vida, portanto, não podemos negar essas diferenças que nos tornam seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, em aprendizado contínuo, sujeitos de direitos. Ainda referenciando Gusmão (2000 p. 19), “a pluralidade cultural de grupos étnicos, sociais ou culturais necessita ser pensada como matéria-prima da aprendizagem, porém nunca como conteúdo de dias especiais, datas comemorativas ou momentos determinados em sala de aula”, nesse sentido, o desafio conferido às instituições escolares e todos seus colaboradores é facilitar o processo de aprendizagem baseado em valores humanos, éticos e afetivos, objetivando condutas contrárias à discriminação e à exclusão presentes nestes ambientes escolares onde se pretende a inclusão. Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 33 Defende-se que a melhor forma de inclusão e rompimento de preconceitos é através da educação, do repensar sobre o que significam os valores e direitos humanos? Quais direitos são estes, de que humanos falamos? E, finalmente, se todo humano, realmente, é o humano destes direitos? Fica o convite à reflexão. Grande abraço. 7.1 Indicações de Referências Bibliográficas BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação especial. Brasília: MEC/SEESP, 1998. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. GUSMÃO, Neusa M. M. Desafios da Diversidade na Escola. Revista Mediações, Londrina, v.5, n.2, p.9- 28, jul/dez, 2000. MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: histórias e políticas. SILVA, Isabel de Oliveira e. Profissionais da Educação Infantil: formação e construção de identidades. UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos: quadro de ação para responder às necessidades de educação básica. Lisboa: Ministério da Educação,1990. 7.2 Indicação de Vídeos Filme: Preciosa Filme: I am San Filme: Lion Filme: Lilo & Stitch Filme: Kiriku e a Feiticeira Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 34 Filme: Zootopia Psicologia da Educação | Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas www.faculdadefocus.com.br | 35 1 Palavra do Diretor 2 Coordenador do Curso Sumário Apresentação 3 Parte I - Psicologia E Educação: Diálogos Necessários 3.1 Sugestão de Referências Bibliográficas 3.2 Sugestão De Sites Para Leituras Complementares 4 Parte II: A educação e o desenvolvimento humano 4.1 Indicação de Referências Bibliográficas 4.2 Indicação de Vídeos 5 Parte III: Desenvolvimento da aprendizagem 5.1 Indicação de Referências Bibliográficas 5.2 Indicação de Vídeos 6 Parte IV: Processos motivacionais em Psicologia da Educação 6.1 Hierarquia das necessidades básicas de Maslow 6.2 Indicações de Referências Bibliográficas 6.3 Indicação de Vídeos 7 Parte V: Os novos desafios da Psicologia da educação e da aprendizagem 5.1Novas demandas, novas condutas 7.1 Indicações de Referências Bibliográficas 7.2 Indicação de Vídeos