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Fundamentos do DI Profª Yara Facchini Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY http://ricardosdelima.com.br/site/2015/11/21/modelos-de-desenho-instrucional-fixo-aberto-e-contextualizado/ https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ Objetivos da aula Compreender os modelos de DI, refletir sobre os tipos de interações e a equipe multidisciplinar de curso no qual o designer instrucional está inserido. Tema da Aula - Tipos de Design Instrucional; -Interações entre o DI e a Equipe Multidisciplinar dos Cursos; -Interações usando ferramentas síncronas e Assíncronas . Tipos de Design Instrucional Cada curso a ser desenvolvido na EaD depende do seu público alvo e objetivos. Assim, o DI deve apresentar modelos para cada uma dessas situações. Filatro (2008) apresenta três tipos de Design Instrucional: fixo, aberto e contextualizado. DI Fixo Baseia-se na separação entre as fases de concepção (design) e execução (implementação), Envolve o planejamento e a produção de cada componente curricular antes da ação de aprendizagem. O produto gerado é rico em conteúdos bem estruturados, mídias selecionadas e feedback automatizado. As decisões sobre como serão desenvolvidas cada atividade não poderão ser alteradas no decorrer do curso. As interações sociais são pré- definidas. Geralmente não conta com tutoria, uma vez que é elaborado para uma educação em massa, não havendo limites de alunos por turma. Ênfase em conteúdos e produtos. Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4130155/mod_resource/content/1/design%20instrucional%20aplicado.pdf DI Fixo Fases Tempo Análise Design Desenvolvimento Implementação Avaliação Concepção Execução https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4130155/mod_resource/content/1/design%20instrucional%20aplicado.pdf Exemplo de DI Fixo MOOCs (Massive Open Online Courses) Há plataformas que concentram e oferecem acesso a MOOCs desenvolvidos em diferentes universidades. É o caso do Coursera, e EDX que oferecem cursos desenvolvidos em mais de 170 universidades de todo o mundo, para literalmente milhões de inscritos. Diferentemente dos cursos tradicionais, que pressupõem a capacidade de acompanhamento dos alunos matriculados por um professor ou tutor, os MOOCs são idealizados para serem acessados por milhares de pessoas. As ferramentas são projetadas de modo que o conhecimento do aluno seja testado a cada módulo aprendido, fazendo uso de questionários, games, avaliações colaborativas e formação de mentores de percursos entre os egressos dos cursos, entre outras estratégias. Fonte: https://www.ufrgs.br/bibpsico/2018/02/o-que-sao-moocs-massive-open-online-courses/ https://www.coursera.org/ https://www.edx.org/ https://www.ufrgs.br/bibpsico/2018/02/o-que-sao-moocs-massive-open-online-courses/ DI Aberto Os artefatos são criados, refinados ou modificados durante a execução da ação educacional. Propõe uma aprendizagem mais flexível e dinâmica, por meio de um ambiente menos estruturado, com mais links encaminhando às referências externas Implica menor qualidade de mídias, devido à escassez de tempo necessário para produzi-las. Necessita de um educador no momento em que o curso é executado Depende da formação de turmas com o número de alunos “administrável” Os professores utilizam o AVA com um conjunto de opções pré configuradas que podem ser reconfiguradas a partir das ações e do feedback dos alunos. Privilegia mais o processo da aprendizagem do que os conteúdos inseridos Ênfase em pessoas e processos Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4130155/mod_resource/content/1/design%20instrucional%20aplicado.pdf DI Aberto Fases Tempo Análise Design e Desenvolvimento Implementação e Avaliação Concepção Execução https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4130155/mod_resource/content/1/design%20instrucional%20aplicado.pdf DI Contextualizado Se aproxima muito do DI aberto, mas não se exime a possibilidade de ter algumas unidades fixas e pré- programadas. os alunos passam a ser parte integrante e produtores por meio de criação dinâmica de conteúdos, através de listas de discussões, fóruns, Wikis, etc.. busca o equilíbrio entre o DI aberto e o DI fixo, fazendo com que o aluno sinta-se parte do processo e da construção do conhecimento. Proposta de personalização e flexibilização por recursos adaptáveis previamente programados; Equilíbrio entre a automação dos processos e a personalização e contextualização da situação didática Monitoramento contínuo pelo Tutor/Professor do curso Ênfase em personalização e flexibilização. Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4130155/mod_resource/content/1/design%20instrucional%20aplicado.pdf DI Contextualizado Fases Tempo Análise Design Desenvolvimento Implementação Avaliação Concepção Execução Execução Execução Execução C o n ce p çã o C o n ce p çã o C o n ce p çã o https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4130155/mod_resource/content/1/design%20instrucional%20aplicado.pdf Resumindo Fonte: Guia EaD IFSP Elaborado a partir dos textos de FILATRO (2008) e FREIRE (2013) https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead O DESIGNER INSTRUCIONAL E A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DOS CURSOS “A criação de equipes multidisciplinares se torna preponderante, devendo-se tornar claras suas atribuições, formas de atuação e integrantes. A equipe multidisciplinar é responsável por elaborar e/ou validar o material didático e deve contar com profissionais de diferentes áreas do conhecimento que possuam experiência com EaD e expertise nas áreas de design educacional, programação visual, revisão, produção audiovisual, etc. “ Guia EaD IFSP, 2019 p.83 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Exemplo de equipe multidisciplinar atuante nos cursos EaD da Universidade Aberta do Brasil (UAB) Profissional Função Coordenador de Curso Gerenciar a implantação e execução do curso. Designer Instrucional Garantir que o material didático tenha uma interface adequada aos projetos pedagógicos de cursos. Pedagogo Acompanhar o processo de ensino/aprendizagem, no que se refere ao desempenho do aluno, do professor e do tutor Professor Formador Produzir o material didático e planejar e gerenciar o processo de desenvolvimento da aprendizagem da sua disciplina, além de ser o responsável por esclarecer dúvidas, acompanhar e orientar os seus tutores a distância e tutores presenciais. Profissional Função Tutor a Distância Realizar funções de mediação e avaliação no processo de aprendizagem do aluno, esclarecendo as suas dúvidas quanto aos conteúdos. Tutor Presencial Atuar no polo de apoio presencial (instalação física criada em parceria entre o governo federal, a instituição de ensino e as prefeituras) e acompanhar o desempenho dos alunos, buscando incentivá-los a cumprir, dentro dos prazos, todas as atividades propostas. Tutor de Laboratório (opcional) Acompanhar os alunos presencialmente, orientando os estudos no laboratório. Coordenador de Polo Gerenciar a implantação e gestão acadêmica de cursos no polo de apoio presencial .Obs.: Este profissional não atua especificamente em um curso, ele também responde por outros cursos e instituições de ensino. Exemplo de equipe multidisciplinar atuante nos cursos EaD da Universidade Aberta do Brasil (UAB) O DI estabelece interação com o Coordenador de curso, com o Professor conteudista/formador e equipe sociopedagógica. O Projeto Político Pedagógico inclui informações sobre o perfil dos discentes, recursos humanos e infraestrutura. Além disso, cada instituição deve ter disponível ou montar uma equipe para produção de cursos Ead. O Designer Instrucionalatuará juntamente ao Professor conteudista/formador, promovendo o uso adequado das tecnologias para o ensino/aprendizagem. A equipe Sociopedagogica deve participar do projeto, pois ela poderá apoiar o curso buscando informações mais detalhadas sobre os alunos contribuindo com os objetivos para a formação do estudante através do diálogo, podendo atender suas famílias a fim de promover uma integração do trabalho Pedagógico, bem como acompanhar, conter e combater os processos de evasão. “É importante, ainda, que ocorra a proposição de estratégias de comunicação entre equipes e o acompanhamento de atividades em uma perspectiva de uso cultural e cotidiano de tecnologias. Também é indispensável a elaboração de um plano de formação tecnológica de servidores e de produção de materiais e recursos educacionais digitais.” Fonte: Guia EaD IFSP, 2019 p. 18 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Curadoria No âmbito do design educacional, a curadoria pode ser compreendida a partir da visão de Cechinel (2017, p.6): De maneira geral, pode-se dizer que o processo de curadoria está intrinsecamente relacionado com a capacidade de seleção de um recurso educacional de qualidade para ser utilizado de maneira apropriada a um contexto educacional específico. Fonte: Guia EaD IFSP, 2019 p. 19 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Após se definir o modelo ou estratégia de curadoria a ser desenvolvida para selecionar os materiais e recursos para o curso, outras questões devem ser pensadas na perspectiva do design educacional: • O mapeamento detalhado dos conteúdos; • Definição do quantitativo mínimo de materiais e recursos por disciplina; • Definição dos professores e especialistas responsáveis pela realização da curadoria; • Instrumentos de registro, controle, arquivamento e acompanhamento da curadoria. Ainda que a curadoria possa contribuir de maneira valiosa para o projeto do curso, ainda na etapa de desenvolvimento de design educacional, há um segundo processo muito importante: a produção de materiais didáticos e recursos educacionais digitais. Fonte: Guia EaD IFSP, 2019 p. 20 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Premissas básicas para produção de materiais e recursos educacionais Usar como base os objetivos de aprendizagem estabelecidos; Considerar o perfil do público- alvo delineado no projeto; Organizar o conteúdo considerando as camadas de aprendizagem planejadas; Considerar possíveis dúvidas básicas que o estudante possa ter sobre o conteúdo; Utilizar linguagem adequada, com marcas de oralidade, visando estabelecer um diálogo com o leitor; Desenvolver o recurso considerando as questões de autoria, evitando plágio; Adaptar e transpor a linguagem do conteúdo verbal considerando a mídia ou linguagem escolhida (audiovisual, sonora, visual, etc.) Fonte: Guia EaD IFSP, 2019 p. 20 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Fluxo de trabalho para construção de material junto a equipe multidisciplinar no IFSP Elaboração Seleção de autores e/ou validadores Formação Planejamento de Mídia Texto Produção Plano de Trabalho Cronograma Revisão Design Vídeo Padrão Scorm/Ti Validação 1º Análise Design Instrucional 2º Análise de Conteúdo 3º Análise Técnica Publicação Fonte: Guia EaD IFSP p. 22 Adaptado pelo Autor https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Diante desse fluxo, vale a pena conhecer as atribuições definidas nos processos de Produção e de Validação dos materiais e recursos. 1º Análise Design Instrucional • Tipo de mídia • Pedagógico • Metadados 2º Análise de Conteúdo • Revisão de Conteúdo 3º Análise Técnica • Revisão Textual • Design Gráfico • Audiovisual • Ti Fonte: Guia EaD IFSP p. 22 Adaptado pelo Autor https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead O processo de seleção e gestão das mídias, deve ser indicado no plano, pois é preciso garantir o pleno funcionamento das tecnologias envolvidas durante todo o período de duração do curso. Imagine ter as atividades de aprendizagem interrompidas porque a webconferência não está funcionando ou o acesso ao ambiente virtual está com problemas por longo período. Para evitar essas questões, recomendamos que, no Plano de Mídias conste os itens a seguir. Fonte: Guia EaD IFSP p. 18 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead a) Os critérios de organização e requisitos de acessibilidade e interoperabilidade a serem garantidos; b) O estabelecimento de cronogramas viáveis de suporte, manutenção e atualização, além dos ciclos de cadastro de usuários e plano de contingenciamento de TI. Para elaborar um bom Plano de Mídias, no contexto de cursos EaD, é importante reconhecer que cada mídia tem seus pontos fracos e fortes. Conforme a abordagem CASCOIME (Cost, Accessibility, Social-Political Suitability, Cultural Friendliness, Openness-Flexibility, Interactivity, Motivational Value, Effectiveness) detalhada a seguir. Fonte: Guia EaD IFSP p. 18 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Abordagem CASCOIME ▪Custo: nenhuma necessidade de atualização que envolva custos; ▪ Acessibilidade: na especificidade da educação inclusiva; ▪ Adequação política e social: possui coerência com as políticas e concepções educacionais do IFSP; ▪ Empatia cultural: se articula com os princípios pedagógicos e culturais da instituição; ▪ Abertura e flexibilidade: pode ser utilizada em diferentes abordagens de ensino, ser atualizada, etc.; ▪ Interatividade: possui interatividade discursiva, imersiva, semiótica, etc.; ▪ Valores motivacionais: possui elementos que podem engajar e motivar os estudantes; ▪ Eficácia: atende plenamente os objetivos de aprendizagem e se articula de maneira coerente com o currículo da disciplina/curso. Fonte: Guia EaD IFSP p. 18 https://www.ifsp.edu.br/component/content/article/111-ultimas-noticias-servidores/1259-ifsp-lanca-guia-com-orientacoes-de-ead Distribuição dos papéis conforme o DI • Aberto • Fixo • Contextualizado Fonte: Filatro (2009) Fonte: Filatro (2009) Fonte: Filatro (2009) Interações usando ferramentas Síncronas e Assíncronas Clique aqui https://www.goconqr.com/pt- BR/flashcard/22042120/Intera--o-s- ncronas-e-ass-ncronas https://www.goconqr.com/pt-BR/flashcard/22042120/Intera--o-s-ncronas-e-ass-ncronas https://www.goconqr.com/pt-BR/flashcard/22042120/Intera--o-s-ncronas-e-ass-ncronas https://www.goconqr.com/pt-BR/flashcard/22042120/Intera--o-s-ncronas-e-ass-ncronas Referências FILATRO, A. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson, 2008. FILATRO, A. Minicurso desenho instrucional de projetos em ead. 2009. Disponível em < https://docplayer.com.br/2620552-Minicurso-desenho-instrucional-de-projetos-em-ead- profa-andrea-filatro.html >. Acesso em: março de 2020. GUIA EAD IFSP. Guia Orientativo uso das TICs, Mídias e Linguagens nos processos educativos.2019 Disponível em < https://r.ead.ifsp.edu.br/eadguia>. Acesso em: março de 2020. https://docplayer.com.br/2620552-Minicurso-desenho-instrucional-de-projetos-em-ead-profa-andrea-filatro.html https://r.ead.ifsp.edu.br/eadguia