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teoria da literatura ii-8


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TÓPICO 02: POÉTICA E RETÓRICA HOJE
A relação íntima entre poética e retórica tem como um dos fundamentos 
o fato de as artes retóricas reconhecerem as produções poéticas como 
modelares das quais extraíam exemplos ilustrativos de criação ornamentada 
da linguagem, por outro lado, o conhecimento das técnicas retóricas fornecia 
aos poetas amplo conhecimento para trabalhar a linguagem objetivando a 
beleza e expressividade polissêmica da língua. Assim, após um declínio no 
século XIX, a Retórica, sob a perspectiva da linguística e da estilística passa a 
ser revalorizada. 
O dicionário de termos literários, de Carlos Ceia (2012), esclarece que os 
formalistas Eikhenbaum e Jakobson destacam o par metáfora/metonímia 
como as figuras retóricas mais importantes no processo de produção de 
sentidos da linguagem literária, as quais funcionam por semelhança e por 
contiguidade respectivamente. Os formalistas salientam uma questão 
fundamental: o estudo das figuras retóricas, isto é, das chamadas figuras de 
linguagem e de pensamento, é importantíssimo para análise do texto poético. 
De modo semelhante, na perspectiva da Estilística, a análise tem por 
objetivo o estudo dos elementos significativos presentes na linguagem, 
especialmente o imagístico, isto é, o uso das figuras que constroem o 
significado conotativo do texto e proporcionam a plurissignificância poética.
Dessa forma, ao longo do século XX, Poética e Retórica passam a ser 
revalorizadas no contexto dos estudos linguísticos. A primeira sob a 
perspectiva dos estudos expressivos da linguagem - Poética linguística, 
Estilística - e a segunda por meio da Neo-Retórica, que não se restringe à 
oratória ou ao discurso persuasivo, mas busca examinar todos os tipos de 
discurso.
VERSÃO TEXTUAL
HISTÓRICO DAS FIGURAS RETÓRICAS
Até praticamente o século XIX, as figuras e os tropos faziam parte 
da Retórica, disciplina cujo âmbito era por demais complexo e extenso. 
Constituíam as "flore rhetoricales", que mereceram dos antigos 
particular atenção. Aristóteles na "Poética", Cícero no "De Oratore", 
Quitiliano em "Institutio Oratoria", dentre outros, cuidaram do 
assunto com especial interesse, mormente esse último que chegou 
mesmo a estabelecer o sistema então tradicional e fixo.
Daí a natural reação operada no século XIX, coincidente com o 
eclodir da estética romântica, que se consubstanciava na liberdade da 
forma e inspiração, favorecendo os processos de ampla pesquisa e 
renovação. As figuras consideradas como "adornornos voluntários" 
mereceram de artistas e estudiosos franca repulsa, como se fossem 
TEORIA DA LITERATURA II
AULA 01: A ABORDAGEM DO TEXTO LITERÁRIO - DA ANTIGUIDADE AO SÉCULO XIX
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