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teoria da literatura ii-24


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TÓPICO 03: CRÍTICA FENOMENOLÓGICA
VERSÃO TEXTUAL
Modalidade da crítica literária que privilegia as experiências 
humanas no estudo do texto literário, o que significa que a busca do 
sentido se deve fazer não só por aquilo que ele comunica diretamente, 
mas também avaliando todas as respostas que esse texto recebeu e 
provocou. Esta modalidade provém da filosofia da experiência, 
fundada modernamente pelo alemão Edmund Husserl, num momento 
histórico em que a filosofia neokantiana ainda domina as 
universidades alemãs [na década de 1920]. A preocupação 
fundamental da fenomenologia não é estudar questões metafísicas, 
mas fenômenos ou no sentido grego do termo, as aparências das 
coisas, a forma como as coisas se tornam presentes, um mundo 
governado pela consciência. (CEIA, 2012).
Conforme continua Ceia, o filósofo Husserl nunca tratou objetivamente 
das questões estéticas que interessam à teoria da literatura, porém todas as 
aproximações posteriormente feitas entre a literatura e a fenomenologia tem 
seus trabalhos como ponto de partida.
Eagleton, por seu lado, comenta que a fenomenologia exerceu certa 
influência sobre o formalismo russo; em suas palavras: "Tal como Husserl 
separava entre parênteses o objeto real, para dedicar-se a conhecê-lo, 
também a poesia, para os formalistas, isolava o objeto real e em lugar dele 
focalizava a maneira pela qual era percebido." (EAGLETON, 2001, p.81)
Roman Ingarden, em A obra de arte literária, parte de alguns 
pressupostos da fenomenologia de Husserl - a concepção de mundo real e de 
seus elementos como objetividades puramente intencionais, que tem seu 
fundamento ontológico e a razão determinante fundeadas na pura 
consciência - para determinar que o autor e suas experiências, as emoções e 
os psiquismos do leitor, assim como o campo dos objetos e das situações que 
formam o modelo dos objetos e das situações apresentadas na obra, não 
pertencem à obra literária. 
Assim, Ingarden, delimitando sua área de atuação, define que o texto 
literário é uma construção formada por estratos heterogêneos que lhe 
imprimem a feição de conjunto orgânico, unificado pela particularidade 
desses estratos, que são:
1 - ESTRATO FÔNICO
2 - ESTRATO DAS UNIDADES DE SIGNIFICAÇÃO
3 - ESTRATO DAS OBJETIVIDADES APRESENTADAS
4 - ESTRATO DOS ASPECTOS ESQUEMATIZADOS
1. ESTRATO FÔNICO
TEORIA DA LITERATURA II
AULA 02: FORMALISMO, NEW CRITICISM E FENOMENOLOGIA
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