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EXEMPLO Por exemplo, Georg Lukács elogia o realismo, mas critica o modernismo, vendo em suas técnicas de fluxo de consciência uma decadente e desesperada subjetividade, um a negação da realidade objetiva do conflito de classe e das contradições sociais e um testemunho do estado alienado do indivíduo na sociedade de massa. Por outro lado, a Escola de Frankfurt defende a experimentação modernista como forma de crítica da sociedade de massa – sua fragmentação, sua alienação e desumanização. Além disso, recente crítica marxista incorpora aspectos do estruturalismo e pós-estruturalismo – a semiótica de Barthes, a psicanálise de Lacan, a desconstrução de Derrida e a crítica feminista. Louis Althusser assimilou o Estruturalismo ao Marxismo. (SAMUEL, 2002, p. 97) Uma virada significativa ocorrerá na crítica marxista, no final da década de 1960, com a proposta do filósofo francês Louis Althusser, que se recusa a considerar o texto literário como somente um reflexo da estrutura de classes e de seus conflitos. Sob uma ótica inovadora, o filósofo chama a atenção para o caráter complexo da fundamentação teórica das relações econômica e sociais: as práticas sociais não dependem exclusivamente das condições materiais nem são por essas determinadas mecanicamente. Esta constatação da complexidade do contexto social ocasiona à reflexão de que a literatura é uma prática "relativamente autônoma", assim como outras práticas. Porém, segundo esclarece o E-Dicionário de termos literários, por outro lado, essa concepção dissolve a sua essencialidade [da literatura] num mar de práticas que com ela interagem, moldando a e condicionando a, da mesma forma como ela actua sobre os outros modos de manifestação cultural. Althusser transformou a face da crítica marxista e não é de estranhar, pois, que todos os que se lhe seguiram - Balibar, Macherei, Eagleton, Jameson, entre outros - o tenham como marco incontornável. O resultado dessa deferência para com Althusser é um conjunto de ideias e de conceitos que, longe de situarem no seu centro o objecto literário, estudam os processos de mediação que o envolvem: é o caso do "inconsciente político" de Fredric Jameson, das "estruturas de sensibilidade" de Raymond Williams e dos "modos literários de produção" de Terry Eagleton. (CEIA, 2012). Em resumo, o texto literário deixa de ser o foco exclusivo para se estudar também os processos de mediação relativos ao fenômeno literário, tais como os meios de produção e as estruturas de sensibilidade. VERSÃO TEXTUAL OBSERVAÇÕES INTERESSANTES : Um outro sintoma da diversidade de perspectivas e abordagens presentes no período, de que falamos na introdução desse capítulo, problematiza a classificação de um teórico em determinados nome ou 30