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LLPT_Teoria_da_Literatura_impresso-33

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No poema acima, Herberto Helder estabelece uma relação entre o 
poema e o mundo. Ele nasce da carne, sua origem é humana, mas à 
medida que se forma separa-se do mundo, com suas gêneses, suas 
violências, seus amores e elementos naturais. O poema, em sua 
trajetória, abarca o mundo, supera-o, torna-se infenso a seu poder, 
diante do olhar perplexo de seu criador, que “ignora a espinha do 
mistério”. O poema é imaterial e intemporal.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Você tem abaixo atividades relacionadas ao assunto metalinguagem. 
Você deverá fazer as quatro, e enviar suas respostas para o Portfólio do 
Ambiente Solar.
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realizar download deste arquivo.).
1. Leia este poema abaixo, do poeta sul-mato-grossense Manoel de 
Barros:
De primeiro as coisas só davam aspecto
Não davam ideias.
A língua era incorporante.
Mulheres não tinham caminho de criança sair
Era só concha.*
Depois é que fizeram o vaso da mulher com uma
abertura de cinco centímetros mais ou menos.
(E conforme o uso aumentava.)
Ao vaso da mulher passou-se mais tarde a chamar
com lítera elegância de urna consolata.
Esse nome não tinha nenhuma ciência brivante
Só que se pôs a provocar incêndio a dois.
Vindo ao vulgar mais tarde àquele vaso se deu o
nome de cona.
Que, afinal de contas, não passava de concha mesmo.
*Era só concha: está nas lendas em Nheengatu e Português, na 
Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, v. 154 (BARROS, 
1998, p. 85)
FONTES DAS IMAGENS
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