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E, saltitando, cantarolava o poeta sem nome: “Pirolito que bate, bate, Pirolito que já bateu, Quem gosta de mim é ela Quem gosta dela sou eu...” 03 - Depois, braços dados, volteando em redor de mim e acompanhados pelo chefe de trem, que soprava um grande trombone, cantavam a una voce: ‘Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração’.” (ANJOS, 2000, p. 226) Nesse exemplo, retirado do romance O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, o narrador conta um sonho que teve, em que fazia uma viagem de trem e três passageiros se apresentaram a ele como poetas, recitando os trechos reproduzidos. No texto do amanuense, os poemas, respectivamente de Carlos Drummond de Andrade, de Emílio Moura, da cultura popular e novamente de Drummond, trazem para o sonho do personagem o clima original das obras citadas, ou seja, a ironia, o misticismo, o divertimento infantil. A mistura dos estados de espírito dos textos compõe a atmosfera confusa e instável do sonho. 04 - 2. Paródia A paródia é um recurso intertextual que produz uma transformação, ou uma deformação das ideias do texto original, com a intenção de ridicularizar, contestar, desafiar, ou simplesmente inverter o sentido do texto parodiado. TEXTO ORIGINAL: CANÇÃO DO EXÍLIO “Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. 33