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TÓPICO 03: SOCIOLINGUÍSTICA PRESSUPOSTOS BÁSICOS A Sociolinguística surge na década de 1960, a partir da proposta de Weinreich; William Labov; Herzog (1968), com o objetivo de desenvolver uma teoria que pudesse descrever a língua e seus determinantes sociais e linguísticos, bem como produzir uma teoria da mudança que acomodasse o uso variável da língua. Para a Sociolinguística há nas línguas uma variação sistemática motivada por pressões sociais que continuamente operam sobre a língua, não devendo, pois, ser estudada fora do contexto social (LABOV, 1972;1994;2001). Nessa perspectiva, é na heterogeneidade refletida através do desempenho que se deve buscar estrutura, sistema e funcionamento da língua, bem como tentar explicar o efetivo funcionamento dos sistemas linguísticos em momentos de mudança. Para tal, estuda a língua do indivíduo na comunidade em situação de fala real. Para essa corrente da Linguística são princípios básicos para o estudo da língua: (i) deixar de identificar estrutura linguística com homogeneidade e conceber como opção racional a possibilidade de descrever ordenadamente a diferenciação numa língua que serve à comunidade. (ii) entender que as gramáticas nas quais uma mudança linguística ocorre representam gramáticas de comunidade de fala. Essa abordagem concebe a língua como instrumento de comunicação (a língua efetivamente em uso ) usada por falantes da comunidade, num sistema de associações comumente aceito entre formas arbitrárias e seus significados. Interessa à Sociolinguística a variação e a mudança por que passam as línguas. Nesse sentido, esse campo de investigação busca explicar o processo de mudança linguística em função de diversos fatores, assim subdivididos: – Fatores linguísticos que são referentes às variáveis internas à língua. Em outras palavras, procura entender de que maneira aspectos fonológicos, morfológicos, morfossintáticos e sintático-semânticos atuam para que a variação e a mudança linguística ocorram. – Fatores sociais que são variáveis relacionadas ao falante como sexo, idade, grau de escolaridade, classe social, entre outras. Para Labov (1994, p. 09), essas fatores atuam de maneira probabilística na variação da língua, sendo possível revelar quais ambientes linguísticos influenciam regularmente a frequência de uma variante ou outra, e quais INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA AULA 05: ANÁLISE DO DISCURSO / SOCIOLINGUÍSTICA 85 impresso_parcial.pdf 03.pdf