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Gestão de Birras na Infância

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CURSO
GESTÃO DE 
COMPORTAMENTOS 
INAPROPRIADOS
Material de Estudo - PARTE 1
SUGESTÃO DE TÍTULO: 
Como lidar com a Birra na perspectiva 
da neurociência e gestão de 
comportamentos inapropriados –
para pais e profissionais
Professora Responsável:
Psicopedagoga Jéssica Cavalcante
www.institutoneuro.com.br
GESTÃO DE 
COMPORTAMENTOS 
INAPROPRIADOS
Curso com carga horária de horas.
Elaborado e ministrado por Jéssica Cavalcante.
Disponível em www.institutoneuro.com.br
O QUE É BIRRA?
• Birra se trata de um comportamento “imaturo” e passageiro expressado pela criança,
sendo uma atitude intencional. São episódios de comportamentos extremos e por vezes
agressivos, que acontecem em resposta à frustração ou raiva. São semelhantes a
eventos de fúria.
• Os comportamentos observados são desproporcionais à situação e incluem chorar,
gritar, ficar mole, se debater, prender a respiração, jogar objetos, empurrar, morder,
puxar a roupa, dentre outros.
• Os principais gatilhos de birras são: frustração, fome, fadiga, impedimento, contrariedade,
chamar a atenção, quando não atendida, quando tiram algo que desperta interesse, etc.
Algumas crianças aprendem que birras são uma maneira eficaz de conseguir o que querem
ou evitar o que não querem e as fazem com essa finalidade, ou seja, é usada como
estratégia, já que a criança está querendo algo que lhe foi negado e se sente frustrada.
Dessa forma a criança ganha atenção e continua com o comportamento. Ela entende que
está recebendo atenção por isso, sendo bem provável repetir o comportamento depois em
outro momento para conseguir atingir o mesmo objetivo.
• O ataque de birra começa muito antes dos berros e do choro. Geralmente começa com uma
manha, um pedido que não pode ser realizado, ou por conta do sono e cansaço.
• Após o episódio de birra há completa normalização do humor e do comportamento e a
criança não apresenta nenhuma alteração entre os episódios. A frequência, gravidade e
duração dos eventos diminuem naturalmente conforme o crescimento da criança e faz
parte do comportamento normal na infância sendo igualmente comum em meninos e
meninas.
• As crianças entre 18 e 60 meses ainda não desenvolveram mecanismos para lidar com
emoções fortes e têm sentimentos conflitantes. O cérebro de uma criança na primeira
infância ainda não se desenvolveu por inteiro, além dela não dominar completamente
a linguagem verbal. Por isso, elas não conseguem ainda lidar com as frustrações
surgidas em sua vida e conforme a criança cresce, aprende a gerenciar suas emoções e a
frequência das birras diminuem.
• As birras ocorrem, em média, uma a duas vezes ao dia e têm
duração aproximada de 3 minutos, mas a maior parte dura
entre 30 e 60 segundos, acontecem em maior frequência em
crianças com idades entre 18 meses e 5 anos, porém podem
começar mais precoce. Observadas em aproximadamente 87%
das crianças entre 18 e 24 meses, 91% das de 30 a 36 meses e
59% nas de 42 a 48 meses.
BIRRA E A NEUROCIÊNCIA
O cérebro do bebê não nasce completamente formado. Uma das
áreas que não nascem prontas é a parte superior da massa cinzenta – o
neocórtex. Essa região, a mais recente a se desenvolver do ponto de vista
evolutivo, é responsável por capacidades como reflexão, planejamento,
imaginação, pensamento analítico e solução de problemas, e corresponde a
76% do cérebro.
Segundo o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp), “As crianças nascem com muitas áreas sem a camada
de gordura que reveste os axônios, responsáveis pela transmissão dos sinais
cerebrais entre as células nervosas. Na ausência de conexões neuronais
adequadas nos primeiros quatro anos, a atividade mais intensa acontece nas
partes inferiores.”
Enquanto a parte mais primitiva do cérebro já vem bem desenvolvida
desde o nascimento, a parte superior – nosso cérebro racional, composto pelo
neocórtex e em particular pelos lobos frontais, que comanda o pensamento
racional, a capacidade de solucionar problemas, criatividade e imaginação – só
atinge sua plena maturidade por volta dos 25 anos de idade. Segundo pediatra e
psiquiatra Daniel Siegel em seu livro The Whole Brain rain Child (algo como “O
cérebro integral do bebê”), sem tradução no Brasil: “É uma das últimas partes
do cérebro a se desenvolver, e permanece em constante construção durante os
primeiros anos da vida.
Por isso, alguns comportamentos que queremos que nossas crianças
demonstrem são praticamente impossíveis para elas. A habilidade de tomar
decisões equilibradas, controle emocional, ética e capacidade de prever as
consequências de seus atos dependem de uma parte do cérebro que ainda está
em formação, e que não está disponível para elas todo o tempo.
O neocórtex, área do cérebro responsável pela capacidade
de reflexão, imaginação e solução de problemas — está ainda em
desenvolvimento na chamada primeira infância (quando as birras
acontecem com mais frequência).
Isso quer dizer que, ao entrar em estado de crise (ou birra), a
criança está simplesmente demonstrando um descontrole
emocional. Ela não consegue traduzir em palavras a onda de
sentimentos ruins que alguma situações causaram, quase sempre
sentimentos como medo, raiva ou insegurança, por isso, tem os
“ataques” de fúria, ou seja, é o seu lado emocional tomando conta
da situação. Quando se conhece o cérebro, também se conhece os
pilares da autorregulação e como utilizar a inteligência emocional
no dia a dia com as crianças.
As evidências do neurodesenvolvimento e a estruturação das
funções executivas têm demonstrado que as vivências emocionais
adequadas são determinantes para a constituição das redes neuronais
funcionais e são fundamentais na expressão e na adaptação dos
comportamentos e das atividades futuras, segundo a neuropsicóloga Susana
Myrian que explica: “Isso ocorre porque, na criança, as informações
sensoriais são enviadas para a amígdala, área responsável pelo
processamento de emoções e, por ocasião do nascimento, é
proporcionalmente maior do que as estruturas pré-frontais no hemisfério
direito.
Ao longo do desenvolvimento, as porções pré-frontais aumentam de
volume e a atividade da amígdala vai sendo gradativamente regulada por
intermédio do cíngulo anterior e da área órbito-frontal. Essa última região é
interconectada com áreas de processamento cognitivo e emocional e seus
circuitos são associados ao comportamento social como empatia,
cumprimento de regras sociais, controle inibitório e automonitoração”, diz a
especialista.
Por isso quando uma criança está incomodada, usar a lógica não funcionará até
que tenhamos atendido às necessidades emocionais do cérebro direito. A regra é clara:
criar empatia com o lado direito do cérebro e guiá-lo para o lado esquerdo, com carinho
e paciência, visto que, nessas situações, a amígdala, uma das regiões da parte inferior do
cérebro, normalmente disparada em situações de perigo, bloqueia as conexões da parte
racional com a parte mais instintiva. “É como se um portãozinho de segurança fosse
colocado na base de uma escada, tornando o acesso ao cérebro superior inalcançável”,
diz Daniel Siegel, ou seja: não bastasse o cérebro ainda estar em construção, quando as
crianças pequenas estão sob forte estresse, algumas áreas delas ficam inacessíveis
durante o momento da birra, por isso que mesmo a criança sendo muito bem educada,
fica difícil dela controlar.
Até os quatro anos, o lado direito do cérebro é dominante já que ainda não há
fibras mielinizadas suficientes no corpo caloso, que conecta os dois hemisférios
cerebrais. Enquanto o lado esquerdo é responsável pelo pensamento lógico, linear e pela
linguagem, o direito é intuitivo, emocional e não-verbal. Quando esse último trabalha
sozinho, somos dominados por sensações, por tanto, a criança pequena ainda não têm a
habilidade de recorrer à lógica e às palavras para expressar seus sentimentos e vivem
completamente no presente.
Como até os quatro anos de idade a
atividade no hemisfério esquerdo – responsável pelo
pensamento lógico – é limitada, nãosurtirá nenhum
efeito argumentar com a criança em seu momento
de birra. Ou seja, no auge da crise da criança,
quando o hemisfério direito está predominante, o
melhor é abordá-la de forma emocional.
Outra estratégia baseada na neurociência
para evitar os acessos birra é tentar ajudar a criança
a acessar a parte superior do cérebro, em vez de
atiçar a parte inferior, mais reativa e instintiva.
Proponha algo que a obrigará ela a considerar um
plano e fazer uma escolha, ou seja, atividades
relacionadas à parte superior do cérebro.
A atividade física pode alterar a química
cerebral e evitar que os hormônios ligados ao
estresse assumam o comando. Convidar a criança
para correr, por exemplo, é uma otima opção e
perceberá como o astral mudará.
TERRIBLE TWO
Terrible two, também chamado de “crise dos 2 anos”, “ terríveis 2
anos ” e “ adolescência do bebê” é a fase em que a criança começa a
fazer birra e ser “do contra”, caracterizado por comportamentos
desafiadores, incluindo dizer "não", bater, chutar, morder ou ignorar
regras.
Pode começar a surgir entre os 18 e os 34 meses – isso tem mais a
ver com o desenvolvimento do bebê do que com a idade em si.
O terrible two é quando as crianças geralmente atingem marcos
importantes do desenvolvimento, incluindo a compreensão de conceitos
concretos como "meu", "não" e "ruim", que eles não necessariamente
entendiam quando bebês, ainda começam a perceber que não é uma
extensão dos pais, mas sim uma pessoa com vontades, e a esses novos
quereres soma-se uma frustração intensa, acompanhada das birras.
"É uma fase em que a criança faz descobertas incríveis e ganha
uma enorme capacidade de interação, mas as áreas de autorregulação
do seu cérebro ainda não se desenvolveram", segundo Ross Thompson,
professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia.
Assim a criança é simplesmente incapaz de controlar suas emoções,
portanto não adianta achar que ela está sendo malcriada e apenas dizer-
lhe 'acalme-se', porque seu cérebro ainda é incapaz de seguir esse
comando. Cabe ao adulto ajudá-la a colocar seus sentimentos em
palavras e a gerenciá-los.
Essa maturação do controle emocional no cérebro perdura até os
25 anos, mas a fase mais crítica dessa "adolescência dos bebês" costuma
passar por volta dos 2 anos, quando as crianças aumentam seu
repertório para se expressar e entender o mundo.
É APENAS BIRRA OU UM TRANSTORNO 
COMPORTAMENTAL? 
O QUE INVESTIGAR:
- Primeiro é importante saber se a dinâmica da família está normal.
• O que aconteceu antes da birra? ( O antecedente)
• Que horários do dia as birras costumam ocorrer?Quanto tempo
dura cada episódio de birra?
• Como é o comportamento da criança entre os episódios de birra?
Normal? Irritada? Agressiva? Agitada?
• Como a birra se manifesta? A criança agride outras pessoas ou ela
mesma? Quebra algum objeto? Perde o fôlego?
• Qual a reação dos pais/ cuidador/professor durante e depois da
birra? (Cuidado com reforçadores negativos – será bordado mais
a frente).
- Houve alguma mudança de rotina, estrutura familiar ou
conflito?
• Aconteceu algum evento traumático?
• A criança teve alguma alteração de sono? Algum
comportamento ansioso?
• Houve regressão do desenvolvimento? Tem enurese (ou seja,
voltou a fazer xixi na cama ou nas roupas após o desfralde)?
• A criança tem alguma doença?
• Os episódios de birra estão interferindo na vida da criança?
Quando a criança apresenta características atípicas de birra,
alterações de desenvolvimento, humor, sono ou o comportamento
que interfira na vida e rotina familiar é importante comunicar o
pediatra que acompanha para investigar se há ou não a presença
de um transtorno de neurodesenvolvimento, caso o pediatra julgue
necessário pode encaminhar para uma avaliação com psicólogo,
neurologista pediátrico ou psiquiatra da infância e adolescência
para completar a investigação e instituir o tratamento adequado.
Em crianças com birras típicas não são necessários exames,
a exceção são as birras típicas nas quais ocorrem episódios
frequentes de perda de fôlego, nestes casos é necessário
comunicar ao pediatra, no qual deve examinar a criança
procurando sinais físicos de anemia como palidez de mucosas,
taquicardia e, se julgar necessário, solicitar um hemograma.
Deficiências visuais e auditivas podem gerar frustração
e aumentar a ocorrência de birras, se houver suspeita desses
déficits devem ser feitos exames oftalmológico e auditivo.
Crianças que moram em áreas de alto risco de
exposição ao chumbo devem realizar exame para dosar esse
elemento no sangue aos 12 meses de idade, pois a
neurotoxicidade pelo chumbo pode ocasionar
comportamento agressivo e ser confundido/”disfarçado”
como uma birra.
QUANDO PROCURAR ATENDIMENTO 
ESPECIALIZADO 
• Quando o pediatra que acompanha a criança indique um profissional
especializado.
• Quando a creche/escola sinalizam o excesso das birras/agressividade
e/ou comportamentos atípicos que requerem atenção, sendo
interessante que emitam um relatório do aluno para encaminhamento
para investigação com profissionais especializados como psicólogo,
neurologista, psiquiatra, oftalmologista, fonoaudiólogo...
As principais condições associadas à birras extremas e atípicas são
os transtornos disruptivos de controle de impulsos e conduta (como o
Transtorno Opositor Desafiante - TOD), Transtorno de Estresse pós
Traumático, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH), déficits visuais e auditivos e distúrbios
de aprendizagem, entre outros.
Alguns critérios também para os pais perceberem são: as
birras que duram mais de 25 minutos, frequências e
intensidades, agressividade intensa (principalmente
autoagressividade), crianças incapazes de se acalmar, alterações
de humor entre os episódios, principalmente se há permanência
após os 5 anos de idade e presenças de comportamentos
atípicos/diferentes, sendo importante relatar ao pediatra e/ou
procurar um psicólogo para uma avaliação.
Então, como diferenciar a birra comum de uma crise? Birra
e Autismo? Birra e Tod? Birra e TDAH? (Vamos explicar!)
O QUE É TOD
• O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) faz parte de um
comportamento disruptivo que surge na infância, de acordo com
o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais
5.ª edição (DSM-5), o TOD é uma condição que afeta diretamente
o aspecto comportamental onde a criança ou o adolescente
apresenta um quadro de irritabilidade, padrões persistentes de
comportamentos negativistas, desobedientes e desafiadores.
• Pessoas com TOD, se não tratadas ou que não respondem ao
tratamento podem evoluir para transtorno de conduta em até
42% dos casos.
• A birra infantil o que acontece é que algumas crianças fazem tanta birra e
agem de forma desobediente em determinado momento, mas sempre
depois de um determinado tempo ou outro estímulo, por exemplo, não é
algo que vai durar muito tempo.
• Já o caso de uma criança com TOD é diferente, pois as crises tendem a ser
mais frequentes e até mais sérias, necessitando de um acompanhamento
profissional especializado. Além disso, outros sinais evidentes é a constante
iminência do desafio perante alguma autoridade. Para especificar, a criança
com TOD tende a testar os limites a todo o tempo. Inclusive, ela está
sempre manifestando hostilidade, seja no contexto familiar ou escolar. As
características mais notadas do TOD envolvem agressão verbal, oposição a
regras, índole vingativa, ataque de fúria, tendência a culpar o outro pelas
frustrações, perturbam as pessoas, ignora solicitações, entre outros.
O QUE É TOD
• As causas do transtorno são dividas entre genéticas e ambientais
• É comum o TOD ter outras comorbidades associadas como Transtornos de Conduta, Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Depressivo e Bipolar, Transtorno Disruptivo
da Desregulação do Humor, Transtorno Explosivo Intermitente, Transtorno de Linguagem, Transtorno
de Ansiedade Social.
• Já a condição mais comum associada ao TOD é o TDAH, ocorrendoem 14% a 40% das crianças e os
sintomas do TDAH podem anteceder os do TOD.
COMO DIFERENCIAR BIRRA VS TOD
•De acordo com a Dra. Gladys Arnez, o que difere o Transtorno Opositivo Desafiador da “birra” é
que o TOD caracteriza a criança como sendo sempre muito irritável, opositora e que o tempo
todo, com ou sem motivo, faz de tudo pra irritar os outros. “-É uma criança que não reconhece
regras. Ela é sempre do contra, está sempre testando limites, não se importa com o sentimento
dos outros, está sempre contra a família, amigos e não assume a responsabilidade dos seus erros,
além de não ter medo de punição, fazendo com que tenha maior probabilidade de se envolver
com drogas ou apresentar comportamentos ilícitos mais tarde.”- diz a especialista.
O QUE É TDAH?
• O TDAH é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do
Déficit de Atenção), em inglês é chamado de ADD,
ADHD ou de AD/HD, sendo um transtorno
neurobiológico, com grande participação genética,
que tem início na infância e que pode persistir na
vida adulta, comprometendo o funcionamento da
pessoa em vários setores de sua vida, e se
caracteriza por três grupos de alterações:
hiperatividade, impulsividade e desatenção. No
qual deve persistir pelo menos por 6 meses, em
grau inconsistente com o nível de desenvolvimento
e que causa prejuízos diretamente nas atividades
acadêmicas, ocupacionais e sociais.
• A desatenção manifesta-se comportamentalmente
no TDAH como divagação em tarefas, falta de
persistência, dificuldade de manter o foco e
desorganização – e não constitui consequência de
desafio ou falta de compreensão.
O QUE É TDAH?
• A hiperatividade refere-se a atividade motora excessiva
(como uma criança que corre por tudo) quando não
apropriado ou remexer, batucar ou conversar em
excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar
como inquietude extrema ou esgotamento dos outros
com sua atividade.A impulsividade refere-se a ações
precipitadas que ocorrem no momento sem
premeditação e com elevado potencial para dano à
pessoa (p. ex., atravessar uma rua sem olhar).
• A impulsividade pode ser reflexo de um desejo de
recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar
a gratificação. Comportamentos impulsivos podem se
manifestar com intromissão social. Por exemplo:
interromper os outros em excesso. Ou na tomada de
decisões importantes sem considerações acerca das
consequências no longo prazo. Por exemplo: assumir um
emprego sem informações adequadas.
O QUE É TDAH?
• Estudos apontam a predisposição
genética e a ocorrência de alterações
nos neurotransmissores (dopamina e
noradrenalina) que estabelecem as
conexões entre os neurônios na região
frontal do cérebro, associado a um
déficit nas funções executivas como as
principais causas do transtorno do déficit
de atenção.
• Funções executivas: “Conjunto de
processos cognitivos que possibilitam ao
indivíduo controlar e regular seu
comportamento frente às demandas e
exigências ambientais.” (DIAMOND,
2013)
BIRRA E TDAH
A criança com TDAH muitas vezes é confundida como uma
criança mal educada. Então como distinguir os sintomas do TDAH da
falta de educação ou preguiça?
O que diferencia uma pessoa com TDAH se resume a quatro palavras:
1. Frequência
2. Persistência
3. Intensidade
4. Prejuízos
BIRRA E TDAH
Seus comportamentos (birras) provavelmente são resultado de
alguma dificuldade com aquele contexto, tendo baixa tolerância a
frustração, irritabilidade ou instabilidade emocional.
A desatenção frequente, persistente causando prejuízos muitas
vezes confundida como uma criança preguiçosa.
A hiperatividade com frequência, intensa e persistente
confundida com agitação, como uma criança mal educada, sem modos
por não parar quieta.
A impulsividade confundida como uma criança sem freio, que
não sabe esperar sua vez, impaciente ocasionando birras e má criação
devido a necessidade de recompensas imediatas ou incapacidade de
postergar a gratificação, além de ser considerada erroneamente como
uma criança intrometida, mal educada por interromper as outras
pessoas em excesso.
O QUE É AUTISMO - TEA
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado
por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação
social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório
restrito de interesses e atividades.
Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros
meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior
no sexo masculino.
A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e
encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce
possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral.
Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em
qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da
criança, independentemente de confirmação diagnóstica.
COMO DIFERENCIAR BIRRA E TEA
•BIRRA:
•O comportamento de birra é mais frequente em crianças
pequenas até por volta dos 5 anos.
•O ataque de birra começa muito antes dos berros e do
choro. Geralmente começa com uma manha, um pedido
que não pode ser realizado, ou por conta do sono e cansaço.
• É uma atitude é intencional
• É usada como estratégia, já que a criança está querendo
algo que lhe foi negado e se sente frustrada.
• Outra característica da birra é que se a criança ganhar
atenção, ela continua com o comportamento. Ela entende
que está recebendo atenção por isso. É bem provável que
ela irá repetir o comportamento depois em outro
momento para conseguir atingir o mesmo objetivo.
• Se dessa vez a mesma birra não funcionou, a criança tenta
outra mais intensa, tendo sempre um propósito e faz de
tudo para conseguir aquilo.
•A birra pode desencadear uma crise.
•TEA:
•A crise do autista é conhecida também
como colapso.
• Algumas características das crises:
• Não é intencional ou realizada como uma
estratégia para chamar a atenção.
• Ela é uma resposta de um limite que o
autista chegou, ou seja, o autista esta se
expressando, mostrando que algo não
está agradando, não quer dizer que ele
quer aparecer ou chamar a atenção,
diferente das birras.
• Pode acontecer devido a um estímulo
sensorial
• A crise passa depois de um desgaste
emocional.
COMO DIFERENCIAR BIRRA E TEA
• TEA:
• Pode apresentar sintomas antes das crises, como balançar o corpo por
exemplo.
• Crianças com autismo podem ser sensíveis à estimulação sensorial e
sentir sobrecarregados entrando em pânic
•A criança não tem um objetivo concreto, não sabe o que quer, não tem
um propósito, um objetivo final
•Não tem interesse em chamar a atenção do adulto;
•Uma criança não-verbal ou com habilidades verbais limitadas, a frustração
de não conseguir se comunicar pode provocar raiva ou um colapso;
•A criança fica esgotada, nada acalma, sendo necessário reduzir a
quantidade e intensidade de informações recebida e as crises podem
demorar a passar;
•As mudanças na rotina também são um dos fatores dessas crises, uma vez
que a necessidade de previsibilidade é alta para crianças e adultos com
autismo, mudanças repentinas podem criar pânico, estresse e colapsos;
• É importante que os cuidadores reconheçam os gatilhos das crises, para
evitar um novo episódio.
O QUE SÃO AS EMOÇÕES?
As emoções podem ser definidas como tendências de resposta
comportamentais, experienciais e fisiológicas que em conjunto influenciam a
forma como os indivíduos respondem a situações significativas. Elas influenciam
nossa atenção, tomada de decisão, memória, respostas fisiológicas e interações
sociais.
Elas estão interligadas aos sentimentos, que são os resultados da
experiência emocional.
- As emoções nos dão informações importantes, podendo nos proteger de
supostas situações perigosas.
- As emoções comunicam coisas aos outros.
- As emoções nos organizame nos preparam para a ação.
- As emoções aprofundam nossas experiências de vida.
É importante ressaltar que não existem emoções boas ou ruins, apenas
agradáveis ou desagradáveis de sentir, todas são importantes e úteis no nosso
cotidiano.
A IMPORTÂNCIA DA REGULAÇÃO EMOCIONAL
A regulação emocional acontece quando se consegue perceber,
classificar, manejar, controlar e compreender a natureza das
emoções, descartando interpretações negativas sobre elas e
adquirindo habilidades necessárias para tomar decisões e esclarecer
valores e metas para a vida.
A comunicação das emoções de forma adequada possibilita a
criança a aprender e ter relações mais saudáveis ao longo da sua vida.
Uma pessoa emocionalmente inteligente consegue identificar,
gerir suas próprias emoções e a suas reações de uma forma mais
adequada, tendo melhor autocontrole e empatia.
Por outro lado, a desregulação emocional é a dificuldade ou inabilidade de
lidar com as experiências ou processar as emoções, envolvendo predisposições
genéticas e ambientais, como em situações que a criança cresce sem ter suas
necessidades emocionais atendidas, sentindo-se criticada e não aceitada por ser como
ela é. Desta forma, pessoas que possuem um alto nível de desregulação emocional
podem apresentar desregulação nas esferas comportamental, cognitiva, interpessoal
como sintomas depressivos, automutilação, ideias suicida, comportamentos de risco,
abuso de álcool e outras drogas, por possuírem mais dificuldades em lidar com
situações difíceis e dores emocionais.
Assim, a criança através do uso efetivo e adequado das emoções possui um
maior controle sobre os seus impulsos, ajudando-a a ser menos agressiva e mais
sociável e possibilitando à criança a ter mais relações saudáveis ao longo da sua vida,
com base no respeito e na assertividade.
As crianças emocionalmente inteligentes são mais seguras na procura de
soluções para os seus problemas, bem como na adversidade,ou seja, em eventos
como perdas de entes queridos, separações ou outros acontecimentos críticos.
COMO TRABALHAR AS EMOÇÕES COM AS 
CRIANÇAS
- Ajudar a reconhecer seus sentimentos:
Antes da criança aprender a controlar os seus sentimentos,
primeiro ela tem que aprender a identificar exatamente sua
emoção.
Portanto, o primeiro passo é ajudar a criança a observar e
nomear seus sentimentos, depois de entender seu sentimento,
precisa aprender a observar a escala e a razão de suas emoções.
Quando as crianças aprendem a prestar atenção em como estão se
sentindo, sabem avaliar suas emoções e a intensidade delas, elas
passam a ter mais controle sobre seus sentimentos e de seu
comportamento.
- Encorajar a criança a falar sobre situações e sentimentos desagradáveis:
Quanto mais cedo a criança identificar os sentimentos que são
difíceis de lidar, mais fácil será para conseguir superá-los.
- Estimular a empatia:
Ajudar a criança a reconhecer e respeitar como os outros se
sentem, dessa forma, ao ser capaz de ouvir um amigo com atenção e
respeito, ao identificar e entender as expressões faciais e linguagem
corporal das pessoas, a criança desenvolverá uma melhor compreensão
dos sentimentos alheios, auxiliando a interagir melhor com os indivíduos, a
construir relacionamentos mais saudáveis, aumentar a compaixão e a
colaboração entre as pessoas.
Pessoas empáticas são mais propensas a ter uma vida mais
gratificante, perdoam mais facilmente, estabelecem mais trocas afetivas e
possuem mais amigos, já pessoas com dificuldade e pouca empatia
tendem a viver mais em conflito com os outros, são mais solitários e
sofrem mais de ansiedade e depressão.
- Validação emocional:
É reconhecer de modo genuíno e empático a validade daquele sentimento.
Não corrija o sentimento da criança, pois todo sentimento é válido, o que não
quer dizer que precise aprovar o seu comportamento, aqui cabe ressaltar o modo de
se comunicar, expressar com a criança, vise validar a emoção dela , reforçando o
comportamento positivo para que tenha maior probabilidade de acontecer
novamente, relatar experiências pessoais de como aprendeu a lidar com
determinada situação é importante para a criança buscar outras estratégias de
enfrentamento.
Por exemplo: A criança está ansiosa, pois tem uma prova na escola. Evite falas assim:
De novo, quando vai parar com isso? Que bobagem! Ao invés disso, tente se
expressar assim: Sei como é, vamos aprender a lidar com ela? Eu te ajudo! Quando
eu me sinto assim, o que me ajuda é respirar fundo!
A criança validada se sente respeitada, compreendida, amada, aceita e
colabora mais com os limites ou em situações sem solução porque se sente mais
conectada. Quando negamos suas emoções, elas se sentem frustradas,
decepcionadas e inseguras, as emoções negadas podem se intensificar ainda mais.
- Ter limites e regras:
Importante estabelecer uma rotina definida com disciplina, o
que traz previsibilidade, diminui a ansiedade, além de sentirem mais
estruturados internamente, sendo mais responsáveis com suas
atitudes, para isso, os limites precisam ser claros, objetivos,
consistentes e sempre explicandos os motivos das regras. E lembrem-
se, a criança não é um robô e “não estamos em um quartel”, regras
em excesso e rigidez exagerada só faz com que elas se afastem e os
conflitos aumentem.
- Não esqueça de sempre elogiar, reforçadores positivo é mais eficaz
que punições!
- Ensine pelo exemplo e observe sua própria regulação emocional:
As crianças aprendem observando os adultos em que convive e são muito rápidos em
assimilar e imitar comportamentos, sejam bons ou ruins. (Crianças autistas tem dificuldade e
é uma das habilididades que precisa ser trabalhada)
O adulto deve ser um modelo positivo e ficar atento para executar na prática o que ensina na
teoria. Toda vez que você estiver com algum sentindo desagradável, e mostrar para a criança
o que você está fazendo para se controlar, você está ensinando a ela sobre a regulação
emocional.
- Cuidado ao julgar as emoções:
Não desvalorize sentimentos, exemplos: “Só bebezinho que chora”,
“Só bobo tem medo de escuro”...Tente compreender o que possa estar
gerando aquelas emoções.
- Ajudar no autocontrole:
Ensinar a criança a acalmar e a distrair em situações de medo ou
raiva como: respirando profundamente, relaxamentos, mudar o foco, contar
até 10 antes de reagir...Mostrar para ela que nem tudo vai acontecer do
jeito que ela deseja, mas que você entende seus sentimentos.
Jamais estimule a criança a se defender com violência física ou
verbal, pelo contrário, mostre que é possível resolver o problema de forma
justa e segura.
Elogie (de forma sincera) quando a criança conseguir se acalmar e
focar na resolução do problema.
- Autonomia e competência:
Reforçar as competências da criança, aumenta a sua
autoconfiança e a capacidade de se individualizar. Estimule a
autonomia e independência dela, mostrando que você confia nela
na realização de algumas atividades.
A chave é o equilíbrio pois a superproteção ou
permissividade em excesso dos cuidadores pode atrapalhar na
regulação emocional.
NECESSIDADES EMOCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO: 
SUGESTÕES DE ATITUDES PARENTAIS REPARADORAS
VÍNCULO SEGURO:
- Expressar afeto, estabelecendo a noção de vínculo seguro com carinho.
- Validar emocionalmente, conectando-se e mostrando à criança que ela está sendo
compreendida.
- Mostrar interesse e averiguar se as necessidades de cuidado da criança estão sendo
atendidas.
- Os pais/cuidadores estabelecerem na rotina diária um período em que possam ficar
juntos, enfatizando a importância de ter esses períodos íntimos com qualidade. Neste
momento planeje algo junto com a criança, jogar um jogo, desenhar, ler, assistir um
filme... Este momento sua atenção seja da criança. Cuidado com celulares eles roubam
este momento de vocês, estar do lado não necessariamente é estar junto, dando
atenção.
- Abraçar, acariciar e olhar nos olhos da criança.
- Demonstrar estabilidade emocional.
NECESSIDADES EMOCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO: 
SUGESTÕES DE ATITUDES PARENTAIS REPARADORASAUTONOMIA E COMPETÊNCIA
- Reforçar as competências da criança, aumentando
sua autoconfiança e a capacidade de se
individualizar.
- Estimular adequadamente na criança atitude e
autonomia, de forma gradativa (considerando a
idade), como, por exemplo, optar pelo jogo que
gostaria de brincar e escolher a roupa que quer
vestir para ir à escola, instigando-a para a realização
de tarefas cotidianas por conta própria.
NECESSIDADES EMOCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO: 
SUGESTÕES DE ATITUDES PARENTAIS REPARADORAS
LIMITES REALISTAS
- Estabelecer uma rotina definida com
disciplina, fazendo as crianças sentirem-se
mais estruturadas internamente e ser mais
responsáveis com suas atividades.
- Ao estabelecer limites, procurar sempre olhar
nos olhos e dar as instruções adequadas à
idade em frases simples e curtas.
- Usar um tom de voz firme, mas sem gritos e
ofensas.
- Elogiar o cumprimento das regras.
- Quando possível explicar o motivo das regras.
- Considerar se as regras estão adequados para
a idade.
VALIDAÇÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS
- Estimular a liberdade em realizar espontaneamente os
seus próprios desejos, fazer a criança entender que precisa
haver um equilíbrio entre suas necessidades e as dos
outros.
- Não condicionar o amor e a aceitação a passividade e
submissão.
- Preservar a criança do envolvimento excessivo em
problemas familiares.
ESPRESSÃO ASSERTIVA DOS SENTIMENTOS E ESCOLHAS
ESPONTÂNEAS
- Ter momentos familiares felizes e de lazer, mostrando a
criança que não é errado se divertir e ser espontâneo, mas
que tem os horários de diversão e outros de
compromissos/tarefas.
-Brincar coma criança, principalmente os pais/cuidadores,
servindo como modelo de diversão e espontaneidade.
-Demonstrar sentimentos e emoções.
PRÁTICAS E ESTILOS PARENTAIS
As famílias e a escola/creche são os primeiros contextos
de socialização, desempenhando um papel fundamental no
comportamento e desenvolvimento das crianças.
Os pais/cuidadores/professores (cuidador parental) ao
atuarem como agentes de socialização das crianças, lançam mão
de diversas estratégias e técnicas para orientar seus
comportamentos, independente se estas formas escolhidas
(estratégias e técnicas) são escolhas conscientes ou não.
Portanto, através dessas estratégias disciplinares específicas,
chamadas de práticas educativas, que os
pais/cuidadores/professores promovem comportamentos social
e moralmente desejáveis, buscando eliminar ou reduzir
comportamentos menos desejáveis ou inadequados.
O QUE É COMPORTAMENTO?
Comportamento é a relação do indivíduo com o seu mundo.
Nessa relação o indivíduo modifica o seu ambiente e é por ele
modificado. (B.F. Skinner)
“Seja qual for o comportamento que você gostaria de mudar
na criança, foque primeiro na disciplina positiva. A disciplina efetiva
começa quando os cuidadores conseguem observar e recompensar o
comportamento adequado da criança” (Fava, D.; Rosa, M. & Oliva,
A., 2018).
Comportamentos tem causa para acontecer e também
consequências. Lembre-se que toda criança está em constante
desenvolvimento, mesmo as crianças com atraso neste curso se
espelham nos seus cuidadores/pais/professores, imitando
comportamentos e seguindo suas orientações.
Assim, o modo como o relacionamento entre cuidador e a
criança irá se estabelecer influenciará de forma diferente o
desenvolvimento de cada criança.
Portanto descobrir quais práticas você utiliza com mais
frequência na educação, possibilita um melhor entendimento das
reações da criança e oportuniza mudanças necessárias de conduta.
Apesar do nosso estilo fazer parte também da nossa
personalidade, e em grande parte ser aprendido e repassado com
outras gerações, nós podemos sempre adquirir novos
conhecimentos, rever, refletir e questionar algumas atitudes e
encontrar a melhor modo de lidar com a criança e contribuir com o
desenvolvimento delas.
QUAL É O SEU ESTILO ENQUANTO CUIDADOR?
TESTE DE AVALIAÇÃO DO ESTILO PARENTAL
Esse questionamento nos convida a pensar quem estamos sendo enquanto cuidadores e o que
estamos querendo transmitir em termos de valores para aquele que cuidamos.
• Estilo 1 :
• ( ) Tem regras rígidas que devem ser seguidas à risca e nunca mudam.
• ( ) Disciplina é punir, colocar de castigo ou bater. Palmadas são necessárias, você também foi criado assim.
• ( ) A criança não tem direito a opinião, afinal de contas, você é o cuidador responsável por ela e sabe o que é
melhor para ela.
• ( ) Não há necessidade de explicar para a criança o porquê de fazer determinada atividade, ela tem que
obedecer sempre.
• ( ) Não há a necessidade de abraços, beijos ou dizer que a ama o tempo todo, pois isso vai lhe deixar mimada.
Assinale abaixo os itens que mais se adéquam ao seu dia-a-dia:
QUAL É O SEU ESTILO ENQUANTO CUIDADOR?
TESTE DE AVALIAÇÃO DO ESTILO PARENTAL
• Estilo 2:
• ( ) Não há regra nenhuma para a criança seguir ou qualquer limite, pois você tem pouco tempo com ela.
• ( ) A criança deve ser responsável. Não há necessidade de recompensá-la ou punir seu comportamento.
• ( ) Você não tem muito tempo :
• - (pais) e sustentar seu filho é mais importante do que saber o que ele pensa
• - (professor) dar conta de aplicar todo o conteúdo programático é mais importante do que saber o que a
criança pensa.
• ( ) Não há conversas entre cuidador e criança.
• ( ) Os beijos e abraços (demonstração de afetos) são raros.
• - O seu filho sabe que você o ama.
• - O seu aluno sabe que você é o professor e ponto, não existe vinculo afetivo, afinal você não é parente
dele.
QUAL É O SEU ESTILO ENQUANTO CUIDADOR?
TESTE DE AVALIAÇÃO DO ESTILO PARENTAL
• Estilo 3:
• ( ) Há poucas regras, a criança precisa de liberdade para crescer.
• ( ) Para evitar que a criança chore ou que haja discussões, você sempre acaba cedendo e dando o que ela
quer.
• ( ) É a criança quem manda, você faz tudo o que ela quer. Ela não deve se aborrecer.
• ( ) Quando está aborrecido com a criança , não diz a ela, pois ela só precisa saber de sentimentos felizes.
• ( ) Demonstrar afeto (abraçar, beijar, - (no caso de pais) dizer que ama o filho) são uma prática frequente,
pois você considera extremamente importante ela se sentir amada/querida.
QUAL É O SEU ESTILO ENQUANTO CUIDADOR?
TESTE DE AVALIAÇÃO DO ESTILO PARENTAL
• Estilo 4
• ( ) As regras e limites são estabelecidos de forma clara a criança, sendo explicado a ela cada uma delas.
• ( ) Para disciplinar é necessário apontar os comportamentos inadequados, sem punição, assim como
elogiar e recompensar os comportamentos adequados.
• ( ) Você conversa com a criança, explica a ela as consequências dos comportamentos e também escuta a
sua opinião.
• ( )Você se comunica frequentemente coma criança, sabe de suas necessidades, pensamentos e quando
necessário ajusta alguma regra.
• ( ) As demonstrações de carinho/afeto são frequentes. Você brinca e se diverte com a criança.
QUAL É O SEU ESTILO ENQUANTO CUIDADOR?
RESULTADO
• O ESTILO NO QUAL FOI MAIS MARCADO/ASSINALADO CORRESPONDE AO SEU ESTILO PARENTAL:
• Estilo 1: Estilo Autoritário: Alto nível de exigência e pouca responsividade. São pais que impõem
regras inflexíveis e demonstram pouco ou quase nenhum afeto. Geralmente os filhos apresentam
características maiores de isolamento e ansiedade. Podem se tornar submissas, com baixa
autoestima e dificuldades maiores de socialização.
• Estilo 2: Estilo Negligente: Pouca exigência e responsividade. São pais que não estabelecem
regras e limites e não demonstram afetividade e interesse pelos filhos. É o estilo que mais traz
consequências negativas para a criança. Os filhos geralmente apresentam desempenho escolar
ruim, problemas de comportamento, baixa autoestima e não se acham capazes de fazer nenhuma
atividade.
• Estilo 3: Estilo Permissivo: Pouca exigência e muita responsividade. São pais que estabelecem
poucas regras e são muito afetivos. As crianças geralmente têm mais dificuldade para lidar com
frustrações, podem ser mais intolerantes com regras e limites ou se julgarem incapazes.
• Estilo 4: EstiloAutoritativo.: Nível de exigência e responsividade adequados. São pais que
estabelecem regras e limites e demonstram afetividade e interesse pelos filhos. É o melhor estilo
parental e que traz mais benefícios à criança.
CARACTERÍSTICAS PARENTAIS
• Há três dimensões que foram propostas como características parentais (Baumrind, 1996; Darling
& Stemberg, 1993)
CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO EXEMPLOS PRÁTICOS
RESPONSIVIDADE
Refere-se as atitudes
compreensivas que os cuidadores
têm para com as crianças e que
visam, através do apoio emocional
e da bidirecionalidade na
comunicação, favorecer o
desenvolvimento da autonomia e
da autoafirmação deles.
- Abaixar-se no nível da criança, se
necessário, para conversar.
- -Olhar nos olhos da criança para
se comunicar.
- Falar com linguagem
compreensível.
- Permitir que a criança expresse o
que sente e pensa das situações.
- Validar as emoções (mostrar que
você percebe e compreende o que
a criança está sentindo).
- Dar apoio emocional ao perceber
que a criança precisa
CARACTERÍSTICAS PARENTAIS
CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO EXEMPLOS PRÁTICOS
EXIGÊNCIA
Inclui todas as atitudes dos
cuidadores que buscam de alguma
forma controlar o comportamento
da criança, impondo limites e
estabelecendo regras.
- Estabelecer uma rotina
adequada para a criança.
- Controlar o andamento da
rotina, das tarefas e das
obrigações.
-Estabelecer consequências
adequadas para o
descumprimento do que foi
combinado.
- Ser assertivo ao impor limites,
fixando as regras e permanecendo
tranquilo nas decisões tomadas
AFETO
Expressar o amor pela criança
através de gestos, atitudes e
palavras
- Elogiar
- Abraçar e beijar
- Fazer carinho
- Brincar
- Dar colo e atenção
- Manifestar verbalmente o amor
pela criança
OS ESTILOS PARENTAIS
• A exigência, a responsividade e o afeto, na devida proporção e combinação, formam os
estilos parentais.
• Um estilo parental vai além de uma prática, uma resposta ou punição. É, portanto, a
combinação dessas dimensões citadas dentro do contexto do qual operam os esforços dos
cuidadores para socializar as crianças de acordo com suas crenças e valores.
• São quatro os estilos parentais. (Baumrind, 1996; Darling & Stemberg, 1993).
ESTILO PARENTAL DESCRIÇÃO EXEMPLOS PRÁTICOS CONSEQUÊNCIAS
PERMISSIVO POR 
ESCOLHA 
(INDUGENTE)
-Cuidadores permissivos são,
geralmente, pouco exigentes.
- Podem ser afetivos e ter boas
doses de responsividade, mas
não conseguem estabelecer
limites adequados para as
crianças.
-Quando a criança se 
comporta de maneira 
inadequada, o cuidador não 
vislumbra as consequências.
- O cuidador permite que a 
criança siga seus desejos e 
impulsos sem limites 
adequados. 
O cuidador sente-se impotente e 
ineficaz.
- A criança não estabelece limites 
adequados para se relacionar com 
o mundo (Comportamentos 
antissociais e irresponsáveis).
- A criança se torna intolerante à 
frustração: não suporta quando 
seus desejos/impulsos não são 
atendidos. 
OS ESTILOS PARENTAIS
ESTILO PARENTAL DESCRIÇÃO EXEMPLOS PRÁTICOS CONSEQUÊNCIAS
PERMISSIVO POR 
FALHA 
(NEGLIGENTE)
-Cuidadores não são
exigentes nem afetivos.
- Envolvem-se pouco e não
monitoram os filhos
-O cuidador não deixa claras as
regras para a criança.
- O cuidador responde apenas
às necessidades básicas da
criança, tendendo a mantê-la
distante.
- A criança não aprende a ter limites – A
criança não se sente amada nem
compreendida.
- A criança pode apresentar fraco
desempenho escolar, depressão, estresse,
pessimismo, baixa autoestima e
comportamentos antissociais.
AUTORITÁRIO -Cuidadores autoritários
estabelecem limites de
acordo com regras rígidas.
- São a favor de medidas
punitivas para lidar com
aspectos da criança que
entram em conflito com o
que eles pensam.
- - Geralmente são
cuidadores muito punitivos
e pouco afetivos e
responsivos.
- Cuidadores não escutam a
opinião das crianças.
- São impositivos sem prestar
atenção nas emoções e nos
desejos.
- Usam o tom de voz e práticas
físicas agressivas para lidar
com os problemas da criança.
- A criança, geralmente, sente medo do
cuidador em vez de respeito.
- Relação entre cuidador-criança fica
desgastada.
- A criança geralmente obedece por medo, e
não por compreender amplamente a
consequência.
- Não desenvolve repertório adequado para
lidar com as situações frustrantes.
- A criança pode apresentar habilidades
sociais pobres, submissividade, baixa
autoestima, estresse, ansiedade, depressão e
conformismo.
OS ESTILOS PARENTAIS
ESTILO 
PARENTAL
DESCRIÇÃO EXEMPLOS PRÁTICOS CONSEQUÊNCIAS
AUTORITATIVO 
OU ASSERTIVO
- Cuidadores que
tentam direcionar as
atividades de suas
crianças de maneira
racional e orientada.
- Incentivam o diálogo
- Exercem firme controle
nos pontos de divergência,
colocando sua perspectiva,
sem restringir a criança.
- Crianças que conhecem bem os seus
limites.
- Boa interação entre cuidador-criança.
- Autoestima elevada.
- Desenvolvimento da tolerância à
frustração.
- As crianças tendem a apresentar
melhor desenvolvimento de
habilidades sociais, otimismo, menores
níveis de depressão e estresse.
OS ESTILOS PARENTAIS – SITUAÇÃO-EXEMPLO
Situação-exemplo: A criança está jogando online no celular tarde da noite... 
AUTORITÁRIO
Regras são regras. Não quero saber. Vá dormir.
PERMISSIVO 
Está bem. Você pode ficar até mais tarde jogando no 
celular. Sei o quanto você gosta desse jogo 
NEGLIGENTE
Fique jogando se você quiser. O problema é seu se 
vai ficar cansado amanhã. Se vire. Agora estou 
ocupado arrumando a cama.
PARTICIPATIVO
Eu gostaria de deixar você jogar esse jogo online, 
mas já tínhamos combinado que este seria o horário 
para ir dormir. Pense em como você vai estar 
amanhã na escola se não descansar.
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