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Análise de Demonstrações Contábeis

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ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS PARA A TOMADA 
DE DECISÃO
MBA
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA A 
TOMADA DE DECISÃO
2023
Wagner Luiz Villalva
PRESIDENTE 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
DIRETOR GERAL 
Jorge Apóstolos Siarcos 
REITOR 
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM 
VICE-REITOR 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO 
Adriel de Moura Cabral 
PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 
Dilnei Giseli Lorenzi 
COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD 
Franklin Portela Correia
GESTOR DO CENTRO DE INOVAÇÃO E SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CISE
Franklin Portela Correia
REVISÃO TÉCNICA
Patrícia Ferreira do Amaral
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Daniela Mandú
PROJETO GRÁFICO
Impulsa Comunicação
DIAGRAMADORES
Andréa Ercília Calegari
CAPA
Centro de Inovação e Soluções Educacionais - CISE
© 2023 Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA 
FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – 
ORDEM DOS FRADES MENORES
WAGNER LUIZ VILLALVA
Bacharel em Ciências Contábeis. Experiência de 32 anos na área financeira, trabalho a 32 
anos em multinacional americana. Palestrante e Consultor Financeiro para Empresas de 
pequeno e grande porte. Ministrou entrevista para a revista Exame em Junho/13. Experi-
ência Acadêmica de 13 anos., ministrando aulas nas Faculdades: Faculdade Anhanguera 
de Campinas unidade I; Faculdade Anhanguera AESA - Valinhos; Faculdade Anhanguera 
Unidade Sumaré; Faculdade Instituto de Educação e Ensino Superior de Campinas - 
IESCAMP; Universidade Paulista UNIP. Disciplinas ministradas na graduação de Admi-
nistração e Contabilidade: Teoria da Contabilidade, Contabilidade Geral, Contabilidade 
Intermediaria, Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial, Administração Finan-
ceira e orçamentaria,Analise das Demonstrações Contábeis e Contabilidade Avançada. 
Disciplinas ministradas no MBA: Controladoria e Gestão Financeira, Auditoria e Avaliação 
de Empresas nas faculdades UNIP, UNISAL e GLOBAL. Vídeo aulas de Contabilidade 
Gerencial, Contabilidade Avançada, Administração Financeira e Orçamentaria e Plane-
jamento Tributário. Consultor financeiro em empresas de grande porte e treinamentos 
In company como treinamentos tributários contábeis e financeiro e também treinamento 
para liderança Ministra entrevistas para a rede bandeirantes de assuntos pertinentes a 
área econômica, financeira e tributaria Ministra palestras a nível Brasil para empresários 
com o tema Administrando com eficiência pequenas e medias empresas.
PATRÍCIA FERREIRA DO AMARAL
Mestre em Administração pela UNIFACCAMP, Especialista em Gestão Financeira e Con-
troladoria pela UNISAL, Bacharel em Ciências Contábeis pela PUC Campinas. Contadora 
do CSC Sinergia (Afiliadas TV Globo - Grupo EP e Rede Bahia), empreendedora de mi-
croempresa por 12 anos no ramo alimentício, Experiência de 10 anos na ONG Sociedade 
Hípica de Campinas nas áreas de Gestão Contábil e Financeira. Atuação na Contabi-
lidade da Eaton Divisão e Transmissões. Articulista com publicações em Congressos. 
Docente em cursos de graduação e pós-graduação, com experiência em disciplinas da 
área Contábil, Tributária, Financeira, de Negócios e Afins. Experiência em Contabilidade 
Gerencial e Financeira - Tributária, Orçamento, Compliance e Gestão Financeira.
A REVISORA TÉCNICA
O AUTOR
SUMÁRIO
UNIDADE 01: BALANÇO PATRIMONIAL – DRE – DEMONSTRATIVO DO 
RESULTADO DO EXERCÍCIO E DVA – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR 
AGREGADO ..............................................................................................................6
1. Balanço Patrimonial ............................................................................................7
2. Dre - Demonstração do Resultado do Exercício .................................................11
3. Demonstrativodo Valor Adicionado......................................................................14
4. Análise Horizontal e Análise Vertical ...................................................................16
UNIDADE 02: ÍNDICES FINANCEIROS – INDICADORES DE LIQUIDEZ 
E DE ESTRUTURA DE CAPITAL - TRADUZINDO OS NÚMEROS DOS 
DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS EM RELATÓRIOS GERENCIAIS ................24
1. Quocientes Financeiros – Indicadores de Liquidez Corrente, Seca, Geral e Imediata 
 .....................................................................................................................................25
UNIDADE 03: ÍNDICES FINANCEIROS – INDICADORES DE RENTABILIDADE 
E DE ROTATIVIDADE - TRADUZINDO OS NÚMEROS DOS DEMONSTRATIVOS 
CONTÁBEIS EM RELATÓRIOS GERENCIAIS .....................................................44
1. Índices de Atividades ...........................................................................................45
2. Giro do Ativo ........................................................................................................51
3. Margem Líquida ..................................................................................................53
4. Rentabilidade do Ativo .........................................................................................58
5. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ..................................................................59
UNIDADE 04: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA A TOMADA 
DE DECISÃO ............................................................................................................64
1. EBTIDA ..............................................................................................................64
2. Eva - Economic Value Added ..............................................................................70
3. Utilizando o Ebtida, Nopat e Eva na Valuation ....................................................78
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
UNIDADE 1
BALANÇO PATRIMONIAL – DRE – 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO 
EXERCÍCIO E DVA – DEMONSTRAÇÃO DO 
VALOR AGREGADO
INTRODUÇÃO
Olá, você já parou para pensar quantas vezes uma pessoa vai ao médico durante a sua 
vida? Você irá perceber que ela vai muitas vezes, vai quando está doente, vai quando 
não está se sentindo bem e também quando está bem. Vai ao médico para se precaver, 
muitas vezes com exames laboratoriais, como uma situação preventiva. Fiquem tran-
quilos vocês estão no curso de controladoria e finanças.
Uma pessoa necessita ir constantemente ao médico para verificar a sua saúde e tam-
bém para verificar se tem algum problema de saúde. Fazendo um paralelo, uma em-
presa encontra-se na mesma situação uma vez que sempre precisará ser analisada e 
gerenciada, para que no caso de algum problema, este possa ser resolvido. 
Fiz a comparação de uma pessoa com uma empresa, pois possuem similaridades como 
por exemplo: são corpos em movimentos, precisam cuidar da sua saúde e necessitam 
constantemente serem observados.
Uma pessoa, tem sua saúde, observada e analisada através de seus exames clínicos 
e laboratoriais que ela faz, uma empresa é observada e analisada através de seus de-
monstrativos contábeis como o Balanço Patrimonial, o DRE – Demonstrativo do Resul-
tado do Exercício, o DVA – Demonstração do Valor Adicionado e outros. 
A análise das demonstrações financeiras e contábeis é como se fosse um exame labo-
ratorial de saúde, onde é detectado a saúde econômico-financeira de uma empresa, se 
ela está bem ou com problema. Como nós necessitamos de exames periódicos para 
controlar nossa saúde, assim, se faz necessário também com as organizações.
Muitas empresas vêm a óbito pelo fato de deixarem de lado os seus demonstrativos contá-
beis, demonstrativos estes que são considerados como o coração das empresas. 
CURIOSIDADE
Segundo o SEBRAE (2021) quando analisada a sobrevivência por setor de empresa o 
mais penalizado é o setor do comércio onde 30,2% fecham suasportas com 5 (cinco) 
anos de vida. Em segunda posição são as indústrias de transformação com 27,3% e em 
terceira posição as indústrias prestadoras de serviços. 
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Análise das Demonstrações Contábeis para a tomada de decisão
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Muitos fechamentos de empresas se dão por:
 ` A não aplicabilidade dos princípios contábeis;
 ` A prática constante de antecipação de recebíveis;
 ` O não gerenciamento e acompanhamento nos demonstrativos contábeis.
Sabe-se que o Brasil é um país que possui uma das maiores cargas tributárias e que 
isso colabora com o estrangulamento das empresas, porém ignorar os demonstrativos 
contábeis da empresa e ignorar a saúde financeira da empresa são fatores que poderão 
promover o óbito da mesma. 
Estudaremos a partir de agora sobre a Análise das Demonstrações Contábeis para a 
Tomada de Decisão, e vamos conhecer alguns demonstrativos contábeis, considerados 
como pilares para realização de uma análise bem detalhada em uma organização. Va-
mos estudar e entender o que são contas patrimoniais e contas de resultado e também 
perceber a importância de cada demonstrativo para a organização. 
Algumas das demonstrações contábeis são obrigatórias como demonstrado no quadro 
a seguir.
Quadro 01. Resumo: Demonstrações contábeis obrigatórias
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
ME/EPP (ITG 
1000) (NBC TG 1000)
ENTIDADES SEM 
FINALIDADE DE 
LUCROS (ITG 2002)
CAPITAL 
ABERTO PORTE 
(IRFS COMPLETO
Balanço Patrimonial Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração do 
Resultado Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração do 
Resultado Abrangente Facultativo
Pode ser 
substituída pela 
DLPA
Não Exigido Obrigatório
Demonstração de 
Lucros (Prejuízos)
Acumulados
Facultativo Facultativo Não Exigido Não Exigido
Demonstração das 
Mutações do 
Patrimônio Líquido
Facultativo
Pode ser 
substituída pela 
DLPA
Obrigatório Obrigatório
Demonstração dos 
Fluxos de Caixa Facultativo Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração do Valor 
Adicionado Facultativo Facultativo Facultativo Obrigatório
Notas Explicativas Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Fonte: elaborado pelo autor.
1. BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial, é um demonstrativo contábil que expressa os bens, direitos e as 
obrigações das empresas. É um demonstrativo dinâmico, por isso considerado como 
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
uma fotografia momentânea da empresa, isso por que, caso você pegue um Balanço 
Patrimonial de manhã em mãos terá certamente um saldo nas contas de caixa, bancos, 
duplicatas a receber, duplicatas a pagar, estoques e outras contas, e certamente a tarde 
terá um outro saldo completamente diferente.
No quadro 1 você pode observar que o Balanço Patrimonial é um demonstrativo contá-
bil obrigatório. Sua elaboração deverá ser feita pela empresa ou pelo responsável, no 
caso o contador. 
Vamos agora conhecer o Balanço Patrimonial primeiramente detalhando os seus qua-
drantes, e posteriormente explicando cada conta deste demonstrativo contábil. As con-
tas do Balanço Patrimonial são conhecidas como contas patrimoniais. 
Figura 01. Divisão do Balanço Patrimonial
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Observe na figura 1 que o Balanço Patrimonial divide-se em cinco grupos, sendo que 
os dois grupos do lado esquerdo representam o ativo da empresa (Bens e Direitos) e os 
três grupos do lado direito, representam o passivo (obrigações) e o patrimônio líquido 
da empresa.
Pode-se entender que o Balanço Patrimonial é o demonstrativo que apresenta os bens, 
direitos e obrigações da empresa. 
Fonte: elaborada pelo autor.
O patrimônio da empresa é formado pelos bens, direitos e obrigações e são apresentados no 
demonstrativo contábil denominado Balanço Patrimonial. 
IMPORTANTE
Vamos agora estudar o que compõe cada grupo. 
Como já descrito anteriormente, no Balanço Patrimonial temos dois grupos represen-
tando o Ativo da empresa que são:
 ` Ativo Circulante: Formado por contas patrimoniais que giram rápido dentro da empresa. 
Onde está localizada a entrada monetária que a empresa tem direito, ou por valores mo-
netários em papel, ou por movimentação bancária, ou pelos estoques, ou mesmo pelas 
vendas a prazo. 
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 ` Ativo não circulante: Onde estão localizados todo o ativo imobilizado da empresa bem 
como os investimentos a longo prazo e também os recebimentos a longo prazo. 
Também temos outros três grupos que representam o Passivo e o Patrimônio líquido 
da empresa:
 ` Passivo Circulante: Localizam-se todas as contas patrimoniais que se referem a obriga-
ção como empréstimos a pagar, fornecedores a pagar, salários a pagar, impostos a pagar 
e outros, enfim toda obrigação a curto prazo que a empresa tem a pagar. 
 ` Passivo não circulante: Aqui temos as contas patrimoniais de obrigações da empresa a 
longo prazo (acima de um ano).
 ` Patrimônio Líquido: Aqui denotam-se as contas patrimoniais como o capital investido, 
reserva de retenção de lucro, prejuízo acumulado, reserva legal, reserva estatutária e 
outras contas.
1.1. CONHECENDO AS CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL
Neste tópico vamos conhecer algumas contas patrimoniais, contas que serão utilizadas 
para as análises que serão praticadas neste material. 
Conta pertencente ao Ativo Circulante
 ` Caixa: Esta conta patrimonial se refere a toda entrada monetária em espécie na empresa 
que pode vir através de uma venda, o recebimento de uma venda a prazo no balcão ou 
mesmo a venda de um ativo imobilizado (estudaremos este modelo de venda na DRE - 
Demonstração do resultado do exercício).
 ` Banco: Esta conta patrimonial se refere a toda entrada monetária em movimentação ban-
cária que pode vir através de uma venda por cartão de débito, uma venda por cartão de 
crédito, o recebimento através de uma duplicata a receber ou mesmo um depósito mone-
tário de um valor retirado do caixa para deposito em banco.
 ` Duplicatas a receber: Esta conta patrimonial se refere a toda entrada monetária em 
movimentação bancária ou via balcão referente ao recebimento de uma venda a prazo.
 ` Estoque: Esta conta patrimonial se refere, caso seja um comércio, a todos os produtos 
comprados que serão vendidos. Caso seja uma indústria, irá se referir a toda matéria-pri-
ma, material de embalagem e insumos que a empresa estocará para posterior envio na 
produção. Vale lembrar que as indústrias terão também os estoques de produtos acaba-
dos e estoques de produto em elaboração.
Conta pertencente ao Ativo não Circulante
 ` Ativo Imobilizado: Se refere a bens acima um valor unitário de R$ 1.200,00 com vida útil acima 
de um ano. Todos os ativos da empresa são controlados por placas numéricas de identificação.
 ` Duplicatas a receber: Esta conta patrimonial se refere a toda entrada monetária em mo-
vimentação bancária ou via balcão referente ao recebimento de uma venda a prazo. Estes 
recebimentos ocorrem acima de 12 meses.
 ` Investimentos: Esta conta patrimonial se refere a investimentos que a empresa faz acima 
de 12 meses.
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
 ` Realizável a longo Prazo: Valores monetários que a empresa tem direito a receber acima 
de 12 parcelas.
Conta pertencente ao Passivo Circulante.
 ` Empréstimos a pagar: Esta conta patrimonial representa os empréstimos que a empresa 
faz junto a uma agência financeira.
 ` Fornecedores ou Duplicatas a Pagar: Se refere as compras a prazo que a empresa faz 
para posterior pagamento no período de 12 (doze) meses.
 ` Salários e Encargos a Pagar: Se refere ao pagamento da empresa em relação aos seus 
colaboradores. Geralmente é depositado em banco.
Conta pertencenteao Passivo não Circulante
 ` Empréstimos a pagar: Também conhecido como exigível a longo prazo. Esta conta patri-
monial representa os empréstimos que a empresa faz junto a uma agência financeira com 
duração acima de 12 (doze) meses. 
 ` Fornecedores ou Duplicatas a Pagar: Também conhecido como exigível a longo prazo. 
Se refere as compras a prazo que a empresa faz para posterior pagamento acima de 12 
(doze) meses. 
 ` Financiamentos: Também conhecido como exigível a longo prazo. Se refere a financia-
mentos a longo prazo que a empresa faz para pagamento acima de 12 (doze) meses.
Conta pertencente ao Patrimônio Líquido
 ` Capital Social: Valor referente ao capital investido na empresa.
 ` Lucros e Prejuízos acumulados: Valor referente ao resultado financeiro da empresa. 
As contas do Balanço Patrimonial irão depender do porte da empresa bem como as 
suas transações. Algumas contas patrimoniais estão alocadas no balanço patrimonial 
como podemos observar no quadro a seguir:
Quadro 02. Algumas contas do Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
Caixa Forncedores a pagar
Banco Empréstimos a pagar
Duplicatas a receber Salários a pagar
Estoques Tributos a pagar
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE (ELP)
Ativo imobilizado Fornecedores a pagar
Investimentos Empréstimos a pagar
Duplicatas a receber Financiamentos a pagar
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REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
Lucros ou prejuízos acumulados
Fonte: elaborada pelo autor.
A subtração do Ativo Circulante pelo Passivo Circulante, resultará no CCL (Capital Cir-
culante Líquido).
O CCL mostra, literalmente, como está o poder financeiro da empresa, pois, se o Capital 
Circulante Líquido se refere ao resultado da subtração do Ativo Circulante (-) Passivo 
Circulante, ou seja, contas que tem a movimentação rápida, obviamente estará mos-
trando a situação financeira da empresa, logo:
 ` Capital Circulante Líquido Positivo: A empresa possui um ativo circulante maior que 
o passivo circulante com valores monetários ou no caixa, banco, aplicações financeiras, 
material em estoque ou mesmo em duplicatas a receber.
 ` Capital Circulante Líquido Neutro: O Ativo Circulante da empresa está empatado nas 
dívidas encontradas no Passivo Circulante. 
 ` Capital Circulante Líquido Negativo: O Ativo Circulante da empresa não é suficiente 
para pagar as dívidas que se encontram no Passivo Circulante.
2. DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Podemos entender este demonstrativo contábil como um complemento do Balaço Patri-
monial. Para se ter uma ideia, quando uma empresa solicita um empréstimo ao banco, 
imediatamente o gerente do banco solicita o Balanço Patrimonial e também o Demons-
trativo do Resultado do Exercício (DRE) referente aos três últimos anos, tamanho a 
importância destes relatórios contábeis.
As contas do DRE são conhecidas como contas de resultado, isto por que, é este de-
monstrativo que vai mostrar se a empresa teve lucro ou prejuízo no período. Este de-
monstrativo confronta as Receitas, Custos, e Despesas da organização, daí o nome de 
suas contas serem conhecidas como contas de resultado. 
2.1 CONHECENDO AS CONTAS DO DRE
Antes de falarmos das contas do DRE, o quadro a seguir apresenta sua estrutura 
sintetizada.
Quadro 03. DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Vendas brutas/Prestação de serviços
(-) Deduções da receita
Devolução
Abatimento
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Impostos
(=) Lucro Bruto
(-) Custos de Mercadorias Vendias 
(=) Receita Líquida
(-) Despesas Operacionais
(-) Despesas Administrativas
(-) Despesas de Vendas
(-) Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas de Variação Cambial
(=) Resultado Operacional
(+) Receita Não Operacional
(-) Despesas Não Operacional
(=) Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Imposto de Renda
(-) Contribuição Social do Lucro Líquido
(=) Lucro depois do Imposto de Renda
(-) Participações
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
Fonte: elaborada pelo autor.
Vamos agora analisar e compreender as contas do DRE:
 ` Vendas Brutas e Prestação de Serviços: Nesta linha do DRE se acumula todas as ven-
das praticadas pela empresa sem nenhum desconto. Caso a empresa seja uma empresa 
prestadora de serviço o valor será referente ao serviço prestado.
 ` Devolução/Abatimento/Impostos: Se referem as deduções da venda Bruta. A devolu-
ção é um reflexo de uma venda não complementada, pode ser por erro no valor da nota 
fiscal ou mesmo mercadoria em desacordo com o pedido ou avaria de mercadoria. Já 
o abatimento se refere a um desconto dado para o cliente para que não se devolva o 
material. Isso ocorre quando o preço de venda na nota fiscal sai maior que o valor do or-
çamento. E quando se fala em impostos são todos os impostos envolvidos na nota fiscal 
de venda, que pode ser o ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o 
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado, o PIS – Programa de Integração Social e o 
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
 ` Lucro Bruto: Se refere ao lucro da empresa. Se obtém da diferença das Receitas e ou 
Serviços bruto subtraindo-se as deduções.
 ` Custo de Mercadoria Vendida (CMV): Se refere a todo o custo de produção que a em-
presa teve no período.
 ` Despesas Administrativas: São conhecidas como despesas operacionais e estas des-
pesas se referem a todo o gasto na área administrativa, como material de papelaria, pro-
dutos de limpeza para o escritório, salários, encargos sociais e outros.
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 ` Despesas de vendas: São conhecidas como despesas operacionais, estas despesas 
são referentes a todos os gastos na área de vendas e de marketing, como por exemplo 
despesas com propagandas, salários e encargos de vendedores, combustível dos carros 
dos vendedores, comissões e outros gastos relativos a estas áreas. 
 ` Despesas Financeiras: Se refere as despesas que a empresa tem com taxas de juros 
por pagamentos em atraso e utilização do limite bancário.
 ` Receitas Financeiras: Se refere as receitas financeiras que a empresa tem com taxas 
de juros por recebimentos de cliente em atraso e juros ganhos em aplicações financeiras.
 ` Despesas com Variação Cambial: Neste caso está ligado diretamente as empresas que 
importam e exportam, devido a oscilação da moeda e do câmbio. 
 ` Resultado Operacional: É o resultado da subtração da receita líquida (-) as despesas 
operacionais.
 ` Receita não Operacional: Se refere a uma venda que a empresa fez de um determinado 
produto que ela não fabrica ou não comercializa. Geralmente ocorre com vendas de ativos 
imobilizados.
 ` Despesa não Operacional: Se refere a um gasto, um desembolso que a empresa fez que 
não está na sua atividade. Por exemplo, se a empresa vendeu um terreno ela terá uma 
receita não operacional, mas, as custas de cartório para a liberação do terreno serão para 
a empresa uma despesa não operacional.
 ` Lucro Antes do Imposto de Renda: Se refere ao lucro antes do cálculo do Imposto de 
renda e da Contribuição Social do Lucro Líquido.
 ` Imposto de renda e Contribuição Social do Lucro Líquido: Se refere a impostos que a 
empresa precisa acertar as contas com o governo, com a União.
 ` Lucro Depois do Imposto de Renda: Se refere ao lucro depois de descontados o Impos-
to de renda e da Contribuição Social do Lucro Líquido.
 ` Participações: Se refere as participações distribuídas pelas empresas, entre elas temos 
as participações de Lucro (PPR ou PLR), dividendos e debentures.
 ` Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício: Se refere ao ganho monetário oumesmo a 
perda monetária da empresa em um determinado exercício. 
Uma empresa poderá ter 3 (três) tipos de Receita:
 ` A Receita Operacional. Ela vende aquilo que produz ou comercializa;
 ` A Receita Não Operacional. Ela vende aquilo que não produz ou não comercializa;
 ` A Receita Financeira. O valor que ela ganha através de juros de recebimentos de clientes 
em atraso ou juros referentes a aplicações financeiras. 
CURIOSIDADE
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
3. DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO
O demonstrativo do valor adicionado (DVA) irá mostrar de forma detalhada o valor gera-
do por uma empresa em um determinado período e a sua distribuição entre todos que 
participaram desta produção, ou seja, este demonstrativo denota o valor da riqueza que 
foi somado no balanço da empresa de uma data para outra. Este valor adicionado pode 
ser considerado como a diferença entre o custo total que a empresa teve para produzir 
e tudo que ela efetivamente produziu no final de um determinado período.
Este demonstrativo detalha minuciosamente quem contribuiu para gerar este valor, dire-
tamente e indiretamente no processo produtivo considerando tudo inclusive fornecedo-
res, colaboradores, agências financeiras, os sócios, e também o governo. 
Se pararmos para pensar, uma empresa jamais venderá um produto ou serviço por um 
preço menor do que custou, e a diferença do que gastou e do que vendeu representa 
riqueza para ela e precisa ser mensurado. O Demonstrativo do Valor Adicionado através 
da contabilidade mede esta diferença financeira. 
A Lei nº11.638/2007 rege que toda empresa de capital aberto está obrigada a elaborar o 
DVA ao final de cada exercício contábil. Este demonstrativo deverá ser divulgado parale-
lamente com os demonstrativos financeiros e também com os relatórios da contabilidade.
A elaboração do DVA está intimamente ligada com o Demonstrativo do Resultado do 
Exercício – (DRE). Outro detalhe importante também é que a DVA deverá ser compa-
rado entre um período e outro demonstrando de maneira absoluta (valores monetários) 
e relativa (percentual) a evolução ou não dos dois períodos previamente comparados. 
A metodologia de cálculo da DVA mostra a ligação direta entre ela e o DRE, pois, para 
que se possa calcular a DVA há a necessidade de se contabilizar as receitas operacio-
nais e também as receitas não operacionais, isso no primeiro grupo. Já no segundo gru-
po deverá ser considerado todos os insumos e também todas as despesas operacionais 
que constaram no período da empresa.
A diferença encontrada entre grupo 1 e grupo 2 será considerado o valor adicionado 
bruto, e sobre o resultado obtido ainda serão descontadas as despesas não operacio-
nais da empresa. O resultado encontrado será o valor adicionado líquido da empresa 
neste período. 
Posteriormente a isso, se faz necessário mostrar como este valor foi distribuído, ou 
seja, como foi a distribuição entre funcionários, impostos, bancos, financiadores e ou-
tros, restando assim, somente demonstrar como foi distribuído o lucro da empresa. 
O quadro a seguir mostra um modelo de DVA.
Quadro 04. Modelo de DVA 
1 Receitas
1.1 Venda de mercadorias, produtos e serviços
1.2 Outras Receitas
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IMPORTANTE
1.3 Resultado não operacional
1.4 Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa - PECLD
2 Insumos adquiridos de terceiros com impostos
2.1 Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos (Não inclui gasto com mão de 
obra direta e mão de obra indireta)
2.2 Materiais, energia, serviços de terceiros
2.3 Perda/recuperação de valores ativos
2.4 Outros
3 Valor Adicionado Bruto (Se refere ao 1 (-) o 2)
4 Retenções
4.1 Depreciação, amortização e exaustão
5 Valor adicionado Líquido produzido pela empresa (Se refere ao 3 (-) o 4)
6 Valor Adicionado recebido em transferência
6.1 Resultado de equivalência patrimonial (podendo ser positivo ou negativo)
6.2 Receitas financeiras
6.3 Outras receitas 
7 Valor Adicionado total a distribuir (Se refere a linha 5 (+) a linha 6)
8 Distribuição do Valor Adicionado
8.1 Pessoal
8.1.1 Remuneração direta como salários, comissões, horas extras e outros
8.1.2 Benefícios (plano de saúde, Pagamento de faculdade, MBA, plano odontológico e outros)
8.1.3 FGTS
8.2 Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 Federais
8.2.2 Estaduais
8.2.3 Municipais
8.3 Remuneração de capital de terceiros
8.3.1 Juros
8.3.2 Aluguéis
8.3.3 Outros valores pagos a terceiros
8.4 Remuneração de capital próprio
8.4.1 Juros sobre o capital próprio
8.4.2 Dividendos
8.4.3 Lucros ou prejuízos do exercício
8.4.4 Participação dos não controladores nos lucros retidos
Fonte: elaborado pelo autor.
Os valores do item 7 - Valor Adicionado total a distribuir e do item 8 - Distribuição do Valor 
Adicionado, deverão ser iguais, pois o Valor Adicional Total a Distribuir, após calculado, de-
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
Percebe-se que o DVA é um demonstrativo contábil que identifica a riqueza que foi ge-
rada pela empresa em um determinado período e como ela foi distribuída. 
Vale ressaltar que para o DVA a riqueza se refere a diferença do valor que custou para 
ela produzir e os bens e serviços que ela utilizou no processo.
4. ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL
Considerada como uma das técnicas de aplicação mais simplificada, e eficiente, con-
siste em avaliar a performance da organização. A análise horizontal e a análise vertical 
são duas metodologias de análise que promovem a ciência de quem está analisando 
um demonstrativo contábil de como está a empresa atualmente, como a empresa vem 
se comportando nos últimos anos e também identifica situações financeiras ocorridas 
dentro da organização.
4.1. ANÁLISE HORIZONTAL
A análise horizontal mostra a evolução dos itens das demonstrações contábeis de exer-
cícios consecutivos. Como se comportaram as contas patrimoniais, as contas de resul-
tado e outras, através de números-índices, estabelecendo os itens do exercício mais 
antigo como índice-base 100.
Considerando-se sempre o ano base (a ser determinado por quem irá analisar) que 
será comprado com os anos subsequentes para que possamos extrair um relatório ge-
rencial que irá demonstrar como a empresa está se comportando no período analisado.
Esta técnica permite identificar se a empresa vem cometendo erros ou não e caso ve-
nha, através da análise horizontal o problema poderá ser resolvido antes que ocorra a 
turbulência financeira.
Sua metodologia de cálculo é muito simples e existe duas maneiras de se calcular a 
análise horizontal:
 ` Utilizando o ano base: Pega-se o ano base que vamos denominá-lo ano 0 e colocamos 
o percentual de 100% em todas as contas deste ano. Posteriormente, pega-se o ano 1 e 
divide pelo ano 0 (zero) e o resultado multiplica por 100, depois o ano 2 e divide pelo ano 
0 e multiplica por 100 e assim sucessivamente. 
 ` Análise sequencial – Neste caso segue a seguinte sequencia: (ano 1 / ano 0 x 100; ano 
2 / ano1 x 100; ano 3 / ano 2 x 100 e assim sucessivamente. 
Vamos analisar o caso da empresa Silva Ltda. Uma indústria de médio porte que fabrica 
e vende produtos químicos para todo o território nacional. Para esse exemplo iremos 
trabalhar com o ano base.
verá ser mostrado como foi distribuído, caso isso não ocorra certamente haverá divergências 
entre o Valor a ser distribuído e o que foi distribuído. 
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Tabela 01. Dados retirados dos demonstrativos contábeis da empresa Silva
Ano 0 % Ano 1 % Ano 2 %
Receita de vendas 250.000 100% 350.000 140% 500.000 200%
Disponíveis 70.000 100% 90.000 128% 92.000 132%
Duplicatas a receber 132.000 100%264.000 200% 480.000 364%
Duplicatas Descontadas 45.000 100% 105.000 233% 185.000 410%
Fonte: elaborada pelo autor.
Vamos agora entender os índices da tabela 1:
 ` Observe que no ano 0 (zero) todas as contas se encontram com o índice de 100%;
 ` No ano 1 os valores referentes foram divididos pelos valores das respectivas contas do 
ano 0 (zero) e multiplicados por 100; 
 ` No ano 2 os valores referentes foram divididos pelos valores das respectivas contas do 
ano 0 (zero) e multiplicados por 100. 
Esta é a técnica que se utiliza para extrair um relatório gerencial quando se faz uma 
análise horizontal. 
Vamos agora entender esta análise conforme o quadro a seguir.
Quadro 05. Análise das contas contábeis
CONTAS ANÁLISE
Receita de Vendas As vendas cresceram 40% do ano 0 para o ano 1 e 100% do ano 0 para o ano 2
Disponíveis Os disponíveis cresceram 28% do ano 0 para o ano 1 e 32% do ano 0 para o 
ano 2
Duplicatas a Receber As duplicatas a receber cresceram 100% do ano 0 para o ano 1 e 264% do ano 
0 para o ano 2
Duplicatas descontadas As duplicatas descontadas cresceram 133% do ano 0 para o ano 1 e 310% do 
ano 0 para o ano 2
Fonte: elaborado pelo autor.
Na análise horizontal quando o resultado for acima de 100 o aumento será a diferença do 
que deu subtraído de 100 e quando o resultado foi abaixo 100 a diferença do que deu para 
100 será a redução.
Exemplo:
120% = aumentou 20% ou seja (120 – 100 = 20%)
73% = reduziu 27% ou seja (73 – 100 = 27%)
O que podemos perceber é que as vendas da empresa Silva estão aumentando no 
biênio, porém a grande preocupação está concentrada nas vendas a prazo onde no 
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
biênio teve um aumento de 264%. Outro fator preocupante é que a empresa aumentou 
sensivelmente a antecipação de duplicatas a receber atingindo em 2 anos um percentu-
al de aumento de 310%. Este é o grande problema de vender muito a prazo, a empresa 
perde liquidez e é obrigada a buscar capital de terceiros ou via empréstimos ou via 
antecipação de recebíveis. 
Em síntese pode-se dizer que tanto no Balanço Patrimonial quanto no DRE a análise 
horizontal trabalhamos da mesma maneira, ou seja, todos os anos em análise dividido 
pelo ano base e o resultado deverá ser multiplicado por 100. 
Observe a importância da análise horizontal nos demonstrativos contábeis, bem como 
o resultado obtidos com esta análise.
4.2. ANÁLISE VERTICAL
Este tipo de análise permite mostrar o quanto determinada conta tem de participação 
relativa no demonstrativo contábil.
Para isso vamos analisar as contas pertencentes no Ativo Circulante de um demonstra-
tivo contábil:
Tabela 02. Dados colhidos do demonstrativo contábil
Ano 0 % Ano 1 % Ano 2 %
Ativo Circulante 350.000 100% 450.000 100% 600.000 100%
Disponíveis 70.000 20% 90.000 20% 102.000 17%
Duplicatas a receber 200.000 57% 300.000 67% 398.000 67%
Estoques 80.000 23% 60.000 13% 100.000 16%
Fonte: elaborada pelo autor.
Vamos agora entender os índices da tabela 2:
 ` Os disponíveis tiveram uma queda na sua representatividade do demonstrativo no biênio 
de 3%; 
 ` As duplicatas a receber tiveram um aumento na sua representatividade do demonstrativo 
no biênio de 10%;
 ` Os estoques tiveram uma queda na sua representatividade do demonstrativo no biênio 
de 7%.
Nos dois exemplos utilizando a amostragem de contas dos demonstrativos, na sequen-
cia faremos uma demonstração de análise horizontal e análise vertical completa em um 
Balanço Patrimonial e também em um DRE.
O objetivo da análise vertical é medir percentualmente cada componente em relação ao 
todo do qual faz parte, e fazer comparações caso existam dois ou mais períodos.
Para calcular a análise vertical no Balanço Patrimonial, calcula-se primeiramente o per-
centual de Prazo para depois calcular cada conta dentro deles. A tabela 03 mostra 
detalhadamente uma análise vertical:
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Tabela 03. Análise vertical em um Balanço Patrimonial
Ativo Circulante 250.000 50% Passivo Circulante 50.000 10%
Ativo Não Circulante 150.000 30% Passivo Não Circulante 200.000 40%
Realizável a Longo Prazo 100.000 20% Patrimônio Líquido 250.000 50%
Total do ativo 500.000 100% Total do Passivo 500.000 100,00%
Fonte: elaborada pelo autor.
A análise vertical no Balanço Patrimonial poderá ser feita de duas maneiras:
 ` A primeira dividindo-se todas as contas pelo total do ativo e multiplicando-se por 100. Esta 
prática também serve para o passivo.
 ` A segunda divide o Ativo Circulante, o Ativo Não Circulante e o Realizável a Longo Prazo 
pelo total do ativo e multiplica por 100. Posteriormente pega-se as contas patrimoniais den-
tro destes blocos e faz o mesmo procedimento. Por exemplo: (caixa/Ativo circulante x 100, 
banco/ Ativo circulante x 100, estoque/ Ativo circulante x 100, duplicatas a receber/ Ativo 
circulante x 100 e assim sucessivamente). O mesmo procedimento se faz para o passivo. 
4.3. APLICANDO A ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL EM UM 
BALANÇO PATRIMONIAL E UM DEMONSTRATIVO DO RESULTADO 
DO EXERCÍCIO DE UMA EMPRESA
Vamos agora analisar o Balanço Patrimonial, o Demonstrativo Contábil da empresa 
Solimões uma Pequena indústria de autopeças. 
Tabela 04. Balanço Patrimonial da empresa Solimões
ATIVO 2020 AV% AH% 2021 AV% AH%
Circulante 37.009 36,89% 100% 66.792 51,89% 180,47%
Disponível 400 1,08% 100% 4.865 7,28% 1.216,25%
Duplicatas a receber 21.488 58,06% 100% 45.748 68,49% 212,90%
Adiantamento (1.056) (2,85%) 100% (1.350) (2,02%) 127,84%
Demais contas receber 5.275 14,25% 100% 8.862 13,27% 168,00%
Estoques 10.902 29,46% 100% 8.667 12,97% 79,50%
NÃO CIRCULANTE 53.229 53,06% 100% 53.743 41,75% 100,96%
Investimento 2.926 5,50% 100% 3.050 5,67% 104,23%
Imobilizado Líquido 50.101 94,12% 100% 49.446 92,00% 98,69%%
Diferido 202 0,38% 100% 1.247 2,33% 617,32%
REALIZÁVEL A 
LONGO PRAZO 10.082 10,05% 100% 8.192 6,36% 81,00%
Impostos recebíveis a 
longo prazo
5.342 52,99% 100% 4.857 59,29% 90,92%
Depósitos judiciais 1.879 18,63% 100% 350 4,27% 18,63%
Duplicatas a receber a 
longo prazo
2.861 28,38% 100% 2.985 35,34% 104,33%
Total Ativo 100.320 100% 100% 128.727 100% 128,32%
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
ATIVO 2020 AV% AH% 2021 AV% AH%
Passivo
Circulante 57.182 57,00% 100% 82.382 64,00% 144,07%
Financiamento 44.977 78,66% 100% 65.240 79,19% 145,05%
Duplicatas a pagar 7.221 12,63% 100% 9.913 12,03% 137,28%
Salários e contribuições 
sociais
4.984 8,71% 100% 7.229 8,78% 145,04%
Exigível Longo Prazo 3.868 8,86% 100% 1.800 1,40% 46,54%
Impostos a pagar 3.868 100% 100% 1.800 100% 46,54%
Patrimônio Líquido 39.270 39,14% 100% 44.545 34,60% 113,43%
Capital 36.946 94,08% 100% 36.946 82,94% 100,00%
Reservas de capital 8.768 22,33% 100% 8.614 19,34% 98,24%
Prejuízos acumulados (6.444) (16,41%) 100% (1.015) (2,28%) 15,75%
Total Passivo 100.320 100% 100% 128.727 100% 128,32%
Fonte: elaborada pelo autor.
Alguns dados extraídos do Balanço Patrimonial:
Análise Horizontal
 ` Aumento excessivo nas vendas a prazo, pois as duplicatas a receber aumentaram 
112,90%;
 ` Os estoques reduziram 20,50% do ano de 2020 para o ano de 2021;
 ` A empresa comprou mais a prazo, pois a conta duplicatas a pagar aumentou 37,28%;
 ` Houve um aumento de capital de terceiros na empresa, pois a conta financiamento a pa-
gar aumentou 45,05%;
 ` Embora a empresa continuou 2021 com prejuízo houve melhoras, pois a conta prejuízos 
acumulados reduziu 84,25% quando comparado 2021 a 2020;
Análise Vertical
 ` A conta disponível representava em 2020 para a empresa 1,08% e em 2021 passou para 
7,28% o que confirma a melhora de dinheiro em caixa ou banco;
 ` Outro detalhe importante se refere a redução de dividas a longo prazo, pois em 2020 o 
percentual desta conta representava 8,86% caindo bruscamenteem 2021 para 1,40%; 
 ` As compras a prazo praticamente se mantiveram no biênio; 
 ` As duplicatas a receber a longo prazo tiveram um aumento de 2020 para 2021, denotando 
aí o aumento de vendas a prazo a longo prazo;
 ` A empresa melhorou a sua situação financeira, pois o prejuízo em 2020 que representava 
16,41%, representou em 2021 um percentual de 2,28%.
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Tabela 05. Demonstração do Resultado do Exercício
CONTAS 2020 A.V% A.H% 2021 A.V% A.H%
Venda de Produtos e 
serviços 202.397 100% 100% 270.060 100% 133%
Impostos sobre vendas (51.350) (25%) 100% (61.106) (23%) 119%
Venda Líquida 151.047 75% 100% 208.954 77% 123%
CPV/CSV (104.074) (51%) 100% (128.375) (48%) 123%
Lucro bruto 46.973 23% 100% 80.579 30% 172%
Despesas com vendas (36.359) (18%) 100% (47.371) (18%) 130%
Despesas administrativas (9.886) (5%) 100% (12.222) (5%) 124%
Despesas financeiras (10.198) (5%) 100% (26.585) (10%) 261%
Receitas financeiras 2.859 1% 100% 8.692 3% 3042%
Honorários administradores (1.241) (0,6%) 100% (1.458) (1%) 117%
Outras despesas 
operacionais (638) 0,32% 100% (598) (0,22%) 94%
Resultado operacional (8.490) 4% 100% 1.037 (0,38%) 212%
Receita não operacional 136 0,07% 100% - 0,00 0,00%
Resultado antes do Imposto 
de Renda (8.354) (4%) 100% (4.206) (2%) 50%
Imposto de Renda (3.205) (2%) 100% (4.206) (2%) 131%
Contribuição Social (27) (0,01%) 100% (50) (0,02%) 185%
Resultado do Exercício (11.586) 6% 100% (3.219) (1%) 72%
Fonte: elaborada pelo autor.
Alguns dados extraídos do Demonstrativo do Resultado do Exercício – DRE:
Análise Horizontal
 ` As vendas aumentaram de 2020 para 2021 em 33%;
 ` As vendas aumentando os impostos sobre vendas também aumentaram em 19%;
 ` A empresa pagou muitos juros, pois a representatividade nos anos de 2020 e 2021 dobrou;
 ` As despesas administrativas em 2020 e 2021 mantiveram-se estáveis;
 ` Embora as vendas brutas aumentaram 33% de 2020 para 2021, as vendas líquidas au-
mentaram 23% isto devido ao aumento dos impostos em 19%.
Análise Vertical
 ` As despesas administrativas mantiveram-se estáveis no biênio; 
 ` O custo de mercadoria vendida caiu de 51% em 2020 para 48% em 2021, o que repre-
senta que o departamento de compras vem conseguindo segurar o preço dos insumos e 
também não houve perdas e desperdícios na produção;
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Balanço Patrimonial – DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício e DVA – Demonstração do 
valor agregado.
CONCLUSÃO
A análise dos demonstrativos contábeis nas empresas se faz necessária. Analisar os 
demonstrativos contábeis de uma organização é permitir a ela que se cumpra os prin-
cípios contábeis e fundamentalmente o princípio da continuidade. A manutenção da 
estabilidade financeira de uma empresa é de fundamental importância, para que no 
momento de uma tomada de decisão as informações necessárias estejam disponíveis 
para esta tomada de decisão e seja transparente, de fácil visão. Muitas empresas in-
felizmente ainda não perceberam a importância de se analisar os seus demonstrativos 
contábeis e quando o percebem já é tarde demais.
Buscar a harmonização operacional através da estabilidade financeira se faz neces-
sária e esta busca somente terá um caminho de êxito quando o gestor tiver ciência de 
como realmente está a sua empresa e para isso, a sua resposta e o seu conhecimento 
virão através das análises dos demonstrativos contábeis.
Trazer à tona a realidade da empresa tanto no seu sentido operacional como no sentido 
financeiro, poderá garantir ao gestor, a visão antecipada de possíveis problemas que 
até então era desconhecido por ele.
 ` Mesmo com prejuízo o resultado do exercício possuiu uma sensível melhora; 
 ` As despesas de vendas mantiveram-se em 2020 e 2021 em 18% que é um bom sinal, 
pois se as vendas aumentaram em 33% as despesas mantiveram-se estabilizadas;
 ` Uma preocupação se retrata nas despesas financeiras, pois saiu de 5% em 2020 para 
10% em 2021, dobrando aí a sua representatividade nos demonstrativos contábeis.
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MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7.ed. São Paulo: Atlas, 
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PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica: contabilidade introdutória e intermediária. 10. ed. [2. 
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PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 5. ed. São 
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RIBEIRO, O. M. Demonstrações financeiras: mudanças na lei das sociedades por ações - como era e como 
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
UNIDADE 2
ÍNDICES FINANCEIROS – INDICADORES 
DE LIQUIDEZ E DE ESTRUTURA DE 
CAPITAL - TRADUZINDO OS NÚMEROS 
DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS EM 
RELATÓRIOS GERENCIAIS 
INTRODUÇÃO
As organizações necessitam analisar as suas demonstrações contábeis e posterior-
mente a este estudo calcular os seus indicadores para que em oportunidades cotidianas 
tenham mais respaldo para as tomadas de decisões. Precisam, ainda, compreender 
que para toda e qualquer tomada de decisão haverá a necessidade de conhecer os 
demonstrativos contábeis, visto que é através de tais demonstrativos que detectamos a 
saúde financeira da empresa.
Outro fator importante é como se deve interpretar os indicadores de liquidez em relação 
aos quocientes referentes a estrutura de capital da empresa.
Um índice de liquidez calculado e analisado por si só poderá não trazer o resultado 
efetivo que a empresa espera, mas quando analisados em paralelo a outros indicadores 
poderá trazer um cenário que a própria empresa até então desconhecia. 
O cálculo destes indicadores acrescentará a empresa o conhecimento tácito de como 
se encontra a sua condição atual de, por exemplo, pagar as suas dívidas a curto, a mé-
dio e a longo prazo, bem como proporcionar umainter-relação com a sua capacidade 
financeira do fluxo de caixa.
A partir de agora você irá estudar os indicadores de liquidez imediata, de liquidez cor-
rente, de liquidez seca e também o indicador de liquidez geral. 
Posteriormente vai poder analisar os indicadores de estrutura de capital, entendendo 
também sobre o indicador de participação de capital de terceiros e também o indicador 
de composição de endividamento. Dentre os indicadores de estrutura de capital você 
vai conhecer e aprender a calcular o indicador Imobilização do Patrimônio Líquido, este 
indicador serve para analisar o grau de imobilização do capital da organização, infor-
mação essa muito relevante, pois avalia a gestão de recursos da empresa, você vai 
ver e estudar também a Imobilização dos Recursos não Correntes, índice este que irá 
representar o capital investido em recursos permanentes (Ativo Imobilizado). É através 
deste índice que se descobre o quanto de capital próprio ou de terceiros a organização 
reserva para o seu ativo. 
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IMPORTANTE
Tanto o índice de Imobilização do Patrimônio Líquido como o índice de Imobilização dos 
Recursos não correntes irão indicar o quanto a empresa está “engessada” com Ativo 
Imobilizado.
Uma empresa necessita gerenciar os seus ativos imobilizados, pois caso contrário po-
derá perder liquidez e o seu valor monetário se encontrar em grande parte nos ativos 
imobilizados da empresa.
Conhecer os Ativos Imobilizados de uma empresa e como deve ser o seu controle, é ne-
cessário, pois em uma avaliação patrimonial, ou seja, em uma valuation (saber o quanto 
uma empresa vale), é de extrema importância o reconhecimento correto de todos os 
ativos bem como o seu valor atualizado através da depreciação. 
1. QUOCIENTES FINANCEIROS – INDICADORES DE LIQUIDEZ 
CORRENTE, SECA, GERAL E IMEDIATA
A condição e a capacidade da organização em pagar as suas dívidas na data do seu 
vencimento é denominada de liquidez.
Conhecer o indicador de liquidez antecipadamente e principalmente gerenciá-lo poderá 
evitar turbulências no fluxo de caixa da empresa. 
A falta de recursos financeiro nas organizações promove a busca por capital de tercei-
ros em instituições financeiras, refletindo uma gordura indesejada no passivo circulante, 
reduzindo assim o CCL – Capital Circulante Liquido da empresa.
O grande detalhe é que os resultados destes índices de liquidez irão variar a medida 
de cada fato contábil, já que para se calcular os índices de liquidez se faz necessário 
trabalhar com os dados do Balanço Patrimonial, que, lembre-se, é um demonstrativo 
contábil muito dinâmico e que altera os seus valores constantemente, daí a importância 
de se analisar os indicadores de liquidez com frequência. 
Vamos primeiro analisar o índice de liquidez corrente, considerado o mais importante, 
posteriormente o índice de liquidez seca, a liquidez geral e terminaremos com o índice 
de liquidez imediata.
Na contabilidade toda classificação no curto prazo, corresponde aos direitos a receber ou 
exigível a pagar num prazo máximo de um ano. Quando o prazo for maior que um ano, é 
considerado compromisso de longo prazo. 
A tabela a seguir se refere a alguns dados coletados, contas patrimoniais (de Balan-
ço patrimonial) e contas de resultado (Demonstrativo do Resultado do Exercício) da 
empresa Tudo Limpo, uma indústria química de médio porte que produz produtos de 
limpeza e os revendem para todo o território Nacional. Observe atentamente a tabela 
pois ela será a base para nossas análises.
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
Tabela 01. Dados coletados dos Demonstrativos da Empresa Tudo Limpo 
CONTAS 2019 2020 2021
Disponibilidades R$ 28.000,00 R$ 149.952,00 R$ 40.842,00
Estoque R$ 130.000,00 R$ 140.000,00 R$ 161.000,00
Ativo Circulante R$ 308.000,00 R$ 919.952,00 R$ 552.842,00
Ativo Realizável a longo prazo R$ 0,00 R$ 60.000,00 R$ 90.000,00
Ativo Não Circulante R$ 195.000,00 R$ 583.600,00 R$ 525.200,00
Total do Ativo R$ 503.000,00 R$ 1.563.552,00 R$ 1.168.042,00
Passivo Circulante R$ 126.000,00 R$ 975.000,00 R$ 515.000,00
Passivo Exigível a longo Prazo R$ 12.000,00 R$ 180.000,00 R$ 150.000,00
Exigível Total R$ 138.000,00 R$ 1.155.000,00 R$ 665.000,00
Patrimônio Líquido R$ 365.000,00 R$ 408.552,00 R$ 503.042,00
Recursos não correntes R$ 377.000,00 R$ 588.552,00 R$ 653.042,00
Receita Líquida de Vendas R$ 2.170.500,00 R$ 2.387.550,00 R$ 2.650.180,00
Lucro Líquido R$ 227.321,00 R$ 62.217,00 R$ 249.657,00
Fonte: elaborada pelo autor.
1.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ CORRENTE
Considerado como um índice muito relevante para a análise financeira de uma empre-
sa. Neste caso, quanto maior for o fator deste indicador, melhor será para a empresa 
como detalhado abaixo:
 ` Índice de Liquidez Corrente maior que 1: Mostra que a empresa tem capital de giro e 
está apta a pagar os seus compromissos no curto prazo.
 ` Índice de Liquidez Corrente igual a 1: Mostra que a empresa não tem capital de giro, po-
rém consegue pagar os seus compromissos a curto prazo. Situação financeira preocupante.
 ` Índice de Liquidez Corrente menor que 1: Mostra que a empresa não tem capital de 
giro e não tem condições de pagar os seus compromissos a curto prazo. Situação de 
necessidade financeira.
Para calcular o índice liquidez corrente de uma empresa utiliza-se a seguinte formula:
Índice de Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante
A figura a seguir mostra como está o índice de Liquidez Corrente da empresa Tudo 
Limpo nos anos de 2019, 2020 e 2021.
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Análise das Demonstrações Contábeis para a tomada de decisão
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Pela figura 01, pode-se perceber que a Tudo Limpo no ano de 2019 possuía folga finan-
ceira para o pagamento de suas dívidas no curto prazo. Em 2020, o cenário se reverteu 
e a Tudo limpo não tinha condições de pagar as suas dívidas no curto prazo, mas em 
2021 deu sinais positivos referente ao pagamento de contas no curto prazo, mesmo não 
retornando ao patamar do ano de 2019 (maior folga financeira), começou a se recupe-
rar, com relação ao cenário de 2020.
1.2. ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
Considerado também como um índice importante para a análise financeira de uma em-
presa. Trata-se de um índice que irá medir a liquidez da empresa da mesma maneira 
que o índice de liquidez corrente, porém neste caso os estoques no ativo circulante não 
deverão ser considerados Neste caso, quanto maior for este indicador, melhor será para 
a empresa como demonstrado a seguir:
 ` Índice de Liquidez Seca maior que 1: Mostra que a empresa tem capital de giro e está apta 
a pagar os seus compromissos, mesmo não considerando os seus estoques (farol verde).
 ` Índice de Liquidez Seca igual a 1: Mostra que a empresa não tem capital de giro, porém 
consegue pagar os seus compromissos mesmo não considerando os seus estoques. A 
empresa se encontrará em uma situação financeira preocupante (farol amarelo).
 ` Índice de Liquidez Seca menor que 1: Mostra que a empresa não tem capital de giro e 
não tem condições de pagar os seus compromissos. A empresa é altamente dependente 
dos seus estoques, ou seja, precisa vendê-los para ter liquidez. Situação de necessidade 
financeira (farol vermelho).
Para calcular o índice liquidez seca de uma empresa utiliza-se a seguinte fórmula:
Figura 01. Índice de liquidez corrente no triênio da empresa Tudo Limpo
Fonte: elaborada pelo autor.
2019
2020
2021
 ` AC / PC = R$ 308.000 / R$ 126.000 = 2,44
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo a empresa possui R$ 2,44 --> Situação 
de extrema folga Financeira
 ` AC / PC = 919.952 / 975.000 = 0,94
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo a empresa possui R$ 0,94 --> Situação 
de necessidade financeira
 ` AC / PC = R$ 552.842 / 515.000,00 = 1,07
 ` Paracada R$ 1,00 de dívida a curto prazo a empresa possui R$ 1,07--> Situação 
de folga financeira
Índice de Liquidez Seca = Ativo Circulante (-) Estoques / Passivo Circulante
A figura a seguir mostra como está o índice de Liquidez Seca da empresa Tudo Limpo 
nos anos de 2019, 2020 e 2021.
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
Fonte: elaborada pelo autor.
Analisando a figura 2, pode-se perceber que a Tudo Limpo no ano de 2019 possuía fol-
ga financeira para o pagamento de suas dívidas a curto Prazo, porém se compararmos 
os índices de liquidez corrente e o índice de liquidez seca podemos perceber que é uma 
empresa muito dependente dos seus estoques, pois quando o estoque é considerado, 
ela possui 2,44 para cada R$ 1,00 de dívida e quando se exclui o estoque da fórmula 
(índice de liquidez seca) este valor cai para 1,41 (uma redução de 42,21%). Em 2020 e 
2021 a empresa estava em situação de necessidade financeira. 
1.3. ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL
Considerado como um índice de análise de fluxo de caixa no curto e no longo prazo, 
oferece uma visão para a empresa referente a condição de pagamentos de curto e lon-
go prazo, possibilitando assim a empresa a ter uma visão e ao mesmo tempo elaborar 
o seu cenário financeiro. Neste caso, quanto maior for este indicador, melhor será para 
a empresa:
 ` Índice de Liquidez Geral maior que 1: Mostra que a empresa tem capital de giro e está 
apta a pagar os seus compromissos no curto e no longo prazo.
 ` Índice de Liquidez Geral igual a 1: Mostra que a empresa não tem capital de giro, porém 
consegue pagar os seus compromissos no curto e no longo prazo. Situação financeira 
preocupante.
 ` Índice de Liquidez Geral menor que 1: Mostra que a empresa não tem capital de giro e 
não tem condições de pagar os seus compromissos no curto e no longo prazo. Situação 
de necessidade financeira.
Para calcular o índice de liquidez geral de uma empresa utiliza-se a seguinte fórmula:
Figura 02. Índice de liquidez seca no triênio da empresa Tudo Limpo
2019
2020
2021
 ` AC (-) Est / PC = R$ 308.000 - 130.000 / R$ 126.000 = 1,41
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo a empresa possui R$ 1,41 --> Situação 
de extrema folga Financeira
 ` AC / PC = 919.952 - 140.000 / 975.000 = 0,80
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo a empresa possui R$ 0,80 --> Situação 
de necessidade financeira
 ` AC / PC = R$ 552.842 - 161.000 / 515.000,00 = 0,76
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo a empresa possui R$ 0,76 --> Situação 
de necessidade financeira
Índice de Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a longo Prazo / 
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
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A figura a seguir mostra como está o índice de Liquidez Geral da empresa Tudo Limpo 
nos anos de 2019, 2020 e 2021.
2019
2020
2021
 ` AC + RLP / PC + ELP = R$ 308.000 + 0,00 / R$ 126.000 + 12.000 = 2,23
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto e a longo prazo a empresa possui R$ 2,23 --> 
Situação de extrema folga Financeira
 ` AC + RLP / PC + ELP = 919.952 + 60.000 / 975.000 + 180.000 = 0,85
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo e a longo a empresa possui R$ 0,85 --> 
Situação de necessidade financeira
 ` AC + RLP / PC + ELP = R$ 552.842 + 90.000 + / 515.000,00 + 150.000 = 0,97
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a curto e a longo prazo a empresa possui R$ 0,97--> 
Situação de necessidade financeira
Figura 03. Índice de liquidez Geral no triênio da empresa Tudo Limpo 
Fonte: elaborada pelo autor.
Pela figura 03, pode-se perceber que a Tudo Limpo no ano de 2019 possuía folga finan-
ceira para o pagamento de suas dívidas no curto e no longo prazo. Em 2020, o cenário 
se reverteu e a Tudo limpo não tinha condições de pagar as suas dívidas no curto e no 
longo prazo, em 2021 deu sinais positivos referente ao pagamento de contas a curto a 
longo prazo, porém ainda sem condições de pagá-las.
1.4. LIQUIDEZ IMEDIATA
Considerado como um índice referente a pagamentos de contas imediatas, rápidas. 
Geralmente neste índice o valor praticamente é sempre menor que 1, não por que a 
empresa não tenha liquidez mas pelo simples fato de ser utilizado somente o disponível 
no ativo circulante dividido por todo o passivo circulante. Seria a mesma coisa falar que 
a importância que a empresa tem no caixa, banco e aplicações financeiras de curto 
prazo, consegue pagar todas as suas dívidas do passivo circulante. Neste caso, quanto 
maior for este indicador, melhor será para a empresa como segue abaixo:
 ` Índice de Liquidez Imediata maior que 1: Mostra que a empresa tem capital de giro e 
está apta a pagar os seus compromissos diários.
 ` Índice de Liquidez Imediata igual a 1: Mostra que a empresa não tem capital de giro, 
porém consegue a pagar os seus compromissos diários. Situação financeira preocupante.
 ` Índice de Liquidez Imediata menor que 1: Mostra que a empresa não tem capital de 
giro e não tem condições de quitar todo o seu passivo circulante de imediato. Situação de 
necessidade financeira e/ou reavaliação do fluxo de caixa.
Para calcular o índice liquidez imediata de uma empresa utiliza-se a seguinte fórmula:
Índice de Liquidez imediata = Disponibilidade / Passivo Circulante
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
IMPORTANTE
CURIOSIDADE
A figura a seguir nos mostra como está o índice de Liquidez Imediata da empresa Tudo 
Limpo nos anos de 2019, 2020 e 2021.
Figura 04. Índice de Liquidez Imediata no triênio da empresa Tudo Limpo 
Fonte: elaborada pelo autor.
2019
2020
2021
 ` Disponibilidade/ PC = R$ 28.000 / R$ 126.000 = 0,22
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida imediata a empresa possui R$ 0,22--> Situação de 
necessidade financeira
 ` Disponibilidade/ PC = 149.952 / 975.000 = 0,15
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida a imediata a empresa possui R$ 0,15 --> Situação de 
necessidade financeira
 ` Disponibilidade/ PC = R$ 40.842 / 515.000,00 = 0,08
 ` Para cada R$ 1,00 de dívida imediata a empresa possui R$ 0,08 --> Situação de 
necessidade financeira
Pela figura 04, pode-se perceber que a Tudo Limpo nos anos de 2019, 2020 e 2021, não 
tem condições de pagar as suas dívidas imediatas, mas reforçando, isso ocorre quando 
comparamos disponibilidades com todo o passivo circulante.
O Índice de Liquidez Imediata como o índice de liquidez corrente refletem problemas para 
a empresa devido a rotatividade do caixa e do banco em relação a pagamentos urgentes e 
também a curto prazo.
1.5. AS OSCILAÇÕES DECORRENTES NOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
Pelo fato das contas contábeis serem extraídas do Balanço Patrimonial a análise dos 
Índices de Liquidez, devem ser elaboradas mensalmente, visto que conforme narrado 
anteriormente este Demonstrativo Contábil é muito dinâmico com inúmeras alterações 
a cada fato contábil ocorrido.
Fato contábil se refere a toda ocorrência em uma empresa durante um período, como por 
exemplo, compra de matéria prima, compra de material de despesas, pagamentos a funcio-
nários, pagamentos de fornecedores, recebimentos de cliente. Em uma empresa multinacio-
nal há cerca de 90.000 fatos contábeis por dia. 
Observe no exemplo a seguir, tabela 02, como o Balanço Patrimonial é muito dinâmico 
e se altera a cada fato contábil.
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REFLITA
Tabela 02. Movimentação no Balanço Patrimonial
FATO CONTÁBIL ATIVO CIRCULANTE PASSIVO 
CIRCULANTE
ÍNDICE DE 
LIQUIDEZ 
CORRENTE
Início do dia 200.000 150.000 1,33
Pagamento de uma duplicata a 
pagar no Banco no valor de R$ 
90.000
110.000 60.000 1,83
Compra de uma máquina a vista 
em dinheiro no valor de R$ 50.000 60.000 60.000 1,00
Venda a prazono valor de R$ 
200.000 260.000 60.000 4,33
Venda a vista com deposito no 
banco no valor de R$ 85.000 345.000 60.000 5,75
Fonte: elaborada pelo autor.
Observe que nesse exemplo, no início do período a empresa, possuía R$ 1,33 de Índice 
de Liquidez Corrente, considerando os saldos existentes nas contas patrimoniais:
1º Fato contábil: pagamento de uma duplicata a pagar no Banco no valor de R$ 90.000, ou 
seja, debita duplicatas a pagar reduzindo o passivo circulante e credita o banco reduzindo o 
ativo circulante.
2º Fato contábil: compra de uma máquina a vista em dinheiro no valor de R$ 50.000, ou 
seja, debita maquinas aumentando o ativo não circulante e credita caixa reduzindo o ativo 
circulante. 
3º Fato contábil: venda a prazo no valor de R$ 200.000, ou seja, debita duplicatas a receber 
aumentando o ativo circulante e credita receita de vendas, conta de resultado, da DRE. 
4º Fato contábil: venda a vista com depósito no banco no valor de R$ 85.000, ou seja, debita 
banco aumentando o ativo circulante e credita receita de vendas, conta de resultado, da DRE. 
Observe que em somente 4 fatos contábeis o índice de liquidez oscilou. 
Tabela 03. Movimentação do índice de liquidez em cada fato contábil 
INÍCIO 1º FATO 2º FATO 3º FATO 4º FATO
1,33 1,83 1,00 4,33 5.75
Fonte: elaborada pelo autor.
Vale ressaltar que o exemplo foi dado somente com o Índice de Liquidez Corrente. Não 
foram praticados aqui os índices de Liquidez Seca, Geral e Imediata. 
Você acredita que um dos fatores que causam grande mortalidade das empresas, e princi-
palmente das pequenas e microempresas, se deve ao descaso dado aos demonstrativos 
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
CURIOSIDADE
contábeis, a falta de análise, a falha de interpretação dos índices e mesmo ao desconheci-
mento desta análise?
2. QUOCIENTES FINANCEIROS – INDICADORES DE 
ESTRUTURA DE CAPITAL – PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL 
DE TERCEIROS – COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO – 
IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – IMOBILIZAÇÃO 
DOS RECURSOS NÃO CORRENTES 
Neste tópico iremos estudar sobre os indicadores de estrutura de capital. Estes indica-
dores apontam o tipo de política de captação de recurso da empresa, mostram também 
a interdependência da empresa com capitas de terceiros. 
As análises referentes a estes indicadores irá demonstrar: 
 ` O quanto a empresa deve em relação ao valor total aplicado;
 ` Quanto a empresa tem de capital de terceiros para cada real de capital próprio;
 ` Qual o percentual de dívidas a curto para que a empresa tem em relação ao total das 
dívidas dela;
 ` Qual o percentual de recursos não correntes que a empresa aplicou no seu ativo imobilizado.
As organizações na busca de alavancar as suas lucratividades, elaboram projetos e na 
maioria das vezes necessitam de capital de terceiros, ou por um empréstimo ou mesmo 
por um financiamento.
Muitas empresas possuem recursos próprios que são advindos de lucros ou mesmo um 
aporte de capital, mas mesmo assim necessitam buscar este capital de terceiros. 
A captação deste valor monetário de terceiros é considerada como uma das principais 
atividades empresarias, pois trata-se de um trampolim para o crescimento organizacional. 
Uma organização que trabalhe corretamente busca este capital de terceiros a uma taxa 
X e o aplica em um projeto que lhe renderá uma taxa maior que a taxa X.
Muitas organizações nos dias de hoje conseguem alavancar a sua lucratividade captando ca-
pital de terceiros e investindo em projetos que lhes retornarão uma taxa maior. Esta logística 
promove a empresa um aumento de dígitos na sua lucratividade.
Diferentemente dos índices de liquidez para estes casos quanto menor o índice, melhor 
será para a empresa. 
Dando continuidade à dinâmica do estudo, vamos analisar ainda os dados coletados da 
empresa Tudo Limpo como mostra a tabela abaixo:
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Tabela 04. Dados coletados dos Demonstrativos da Empresa Tudo Limpo 
CONTAS 2019 2020 2021
Disponibilidades R$ 28.000,00 R$ 149.952,00 R$ 40.842,00
Estoque R$ 130.000,00 R$ 140.000,00 R$ 161.000,00
Ativo Circulante R$ 308.000,00 R$ 919.952,00 R$ 552.842,00
Ativo Realizável a longo 
prazo
R$ 0,00 R$ 60.000,00 R$ 90.000,00
Ativo Não Circulante R$ 195.000,00 R$ 583.600,00 R$ 525.200,00
Total do Ativo R$ 503.000,00 R$ 1.563.552,00 R$ 1.168.042,00
Passivo Circulante R$ 126.000,00 R$ 975.000,00 R$ 515.000,00
Passivo Exigível a longo 
Prazo
R$ 12.000,00 R$ 180.000,00 R$ 150.000,00
Exigível Total R$ 138.000,00 R$ 1.155.000,00 R$ 665.000,00
Patrimônio Líquido R$ 365.000,00 R$ 408.552,00 R$ 503.042,00
Recursos não correntes R$ 377.000,00 R$ 588.552,00 R$ 653.042,00
Receita Líquida de Vendas R$ 2.170.500,00 R$ 2.387.550,00 R$ 2.650.180,00
Lucro Líquido R$ 227.321,00 R$ 62.217,00 R$ 249.657,00
Fonte: elaborada pelo autor.
2.1. PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS
Considerado como um índice de grande relevância de análise, em razão de demonstrar 
o quanto de capital de terceiros a empresa possui. Trata-se de indicador com informa-
ções relevante principalmente porque analisa o poder de captação monetária de tercei-
ros por parte da empresa. 
Este indicador mensura e orienta sobre a Estrutura de Capital e demonstra o nível da 
dependência da empresa em relação a terceiros. É importante salientar que a depen-
dência de capital de terceiros, nem sempre é ruim para a empresa, muito pelo contrário, 
se a empresa consegue por exemplo, maior prazo com os fornecedores, poderá traba-
lhar com maior prazo de vendas, para os seus clientes. E nesse exemplo, o índice não 
será afetado para maior, porque se a empresa faz uso dessa estratégia, ela terá saldos 
equivalentes no ativo e passivo. Diferentemente se o capital de terceiros tiver origem 
em empréstimos, com altas taxas de juros. Por isso é importante a análise, e a estrutura 
do capital de terceiros.
Para calcular o índice de Participação de Capital de Terceiros de uma empresa utiliza-
-se a seguinte fórmula:
Participação de Capital de Terceiros = Exigível total / Patrimônio Liquido
Observe a fórmula, quando se fala em exigível total se refere ao total das dívidas, logo 
Passivo Circulante + Passivo Não circulante, ou seja, as dívidas a curto prazo somado 
as dívidas a longo prazo. 
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
Para este índice quanto menor melhor, ou seja, a empresa irá demonstrar que possui 
baixa dívida em relação ao seu patrimônio.
Figura 05. Participação de Capital de Terceiros da empresa Tudo Limpo
2019
2020
2021
 ` Exigível total / Patrimônio Líquido = 138.000 / 365.000 = 0,38
 ` Para cada R$ 1,00 do Patrimônio Líquido R$ 0,38 se refere a capital de terceiros
 ` Exigível total / Patrimônio Líquido = 1.155.000 / 408.552 = 2,83
 ` Para cada R$ 1,00 do Patrimônio Líquido R$ 2,83 se refere a capital de terceiros
 ` Exigível total / Patrimônio Líquido = 665.000 / 503.042 = 1,32
 ` Para cada R$ 1,00 do Patrimônio Líquido R$ 1,32 se refere a capital de terceiros
Fonte: elaborada pelo autor.
Pela figura 05, pode-se perceber que a Tudo Limpo no ano de 2019 tinha 38% de ca-
pital de terceiros em relação ao seu patrimônio, mas em 2020 e 2021 a empresa ficou 
altamente dependente deste capital.
2.2. COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO 
Este indicador irá mostrar o quanto a empresa possui de dívidas a curto prazo em rela-
ção ao montante total de suas dívidas. 
Para calcular a Composição de Endividamento de uma empresa utiliza-se a seguinte fórmula:
Composição do Endividamento = Passivo Circulante / Exigível total
Parece um indicador comum, mas veja a importância dele em uma análise. Este indica-
dor irá mostrar o quanto de dívidas a curto prazo a empresa possui em relação a dívida 
total,ou seja, se preocupa com os pagamentos mensais aos credores.
Para este indicador quanto menor o índice, melhor será para a empresa.
Este indicador está relacionado diretamente com o índice de liquidez corrente e também 
o índice de liquidez seca.
Embora este indicador aponte que quanto menor, melhor será para a empresa, deverão 
ser observados também os índices de liquidez corrente e seca, como por exemplo:
 ` Se uma empresa tiver um índice de composição de endividamento de 0,85, um índice alto, 
mas em contrapartida tenha um índice de liquidez corrente de 2,05 e um índice de liquidez 
seca de 1,50 o alto índice de composição das dívidas não causará turbulência no fluxo de 
caixa da empresa. 
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 ` Se uma empresa tiver um índice de composição de endividamento de 0,32, um índice 
baixo, mas em contrapartida tenha um índice de liquidez corrente de 0,90 e um índice de 
liquidez seca de 0,23, o baixo índice de composição das dívidas causará turbulência no 
fluxo de caixa da empresa, pois a mesma não terá condição de quitar a sua dívida mesmo 
que o índice seja baixo. 
Vamos agora analisar o índice de composição de endividamento da empresa Tudo Limpo.
Figura 06. Composição do Endividamento da empresa Tudo Limpo
2019
2020
2021
 ` Passivo Circulante / Exigível total = 126.000 / 138.000 = 0,91
 ` Para cada R$ 1,00 do total das dívidas da empresa. R$ 0,91 são dividas a curto 
prazo 
 ` Passivo Circulante / Exigível total = 975.000 / 1.155.000 = 0,84
 ` Para cada R$ 1,00 do total das dívidas da empresa. R$ 0,84 são dividas a curto 
prazo 
 ` Passivo Circulante / Exigível total = 515.000 / 665.000 = 0,77
 ` Para cada R$ 1,00 do total das dívidas da empresa. R$ 0,77 são dividas a curto 
prazo 
Fonte: elaborada pelo autor.
Pode-se observar pela figura 05, que a empresa Tudo Limpo possui um valor alto de 
dívidas a curto prazo. Agora vamos analisar a comparação deste indicador com os indica-
dores de Índice de Liquidez Corrente e Índice de Liquidez Imediata como mostra a tabela:
Tabela 05. Comparação de Índice de Liquidez e Composição das dívidas
ANO ÍNDICE DE LIQUIDEZ 
CORRENTE
ÍNDICE DE LIQUIDEZ 
SECA
ÍNDICE DE COMPOSIÇÃO DE 
ENDIVIDAMENTO
2019 2,44 1,41 0,91
2020 0,94 0,80 0,84
2021 1,07 0,76 0,77
Fonte: elaborada pelo autor.
A tabela 05 mostra que:
 ` Em 2019 mesmo a empresa tendo um volume alto de dívidas a curto prazo, tinha con-
dições de pagá-las, pois possuía um índice de 1,41, não considerando-se os estoques.
 ` Em 2020 a empresa necessitava vender o seu estoque para pagar as suas dívidas a curto prazo.
 ` Em 2021, na mesma situação, a empresa necessitava vender o seu estoque para pagar 
as suas dívidas a curto prazo.
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2
Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
2.3. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Este indicador irá mostrar o quando de valor monetário que a empresa aplica no seu 
ativo imobilizado. Antes de iniciarmos o estudo deste indicador vamos entender o que 
é ativo imobilizado.
São considerados ativos imobilizados em uma organização, bens cujo custo de aquisi-
ção for igual ou superior a R$ 1.200,00 e que estes produtos tenham vida útil superior 
a 12 meses (1 ano).
Geralmente os ativos imobilizados se concentram em Máquinas, equipamentos, veícu-
los, móveis, imóveis e outros, portanto um ativo com um ônus alto para a empresa e o 
indicador da imobilização do patrimônio líquido vem de encontro ao controle e o geren-
ciamento deste tipo de gasto.
Os ativos imobilizados são controlados dentro da empresa por placas numeradas, pla-
cas que identificam onde se encontra determinada máquina, equipamento, móvel ou 
outro bem. Os ativos imobilizados sofrem depreciação e a sua depreciação é regida de 
acordo com o tipo do bem.
O ativo poderá ser depreciado através de um fator como mostra o quadro abaixo:
Quadro 01. Metodologia de depreciação
TRABALHO MAQUINA DEPRECIAÇÃO FATOR
Um turno Embaladora 10 anos 1,00
Dois Turnos Embaladora 10 anos 1,50
Três Turnos Embaladora 10 anos 2,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Vamos supor que o mesmo modelo, marca de uma máquina trabalhe em três empresas 
distintas. São três maquinas iguais para três empresas diferentes. Uma máquina depre-
cia em 10 anos de vida útil, logo: 
 ` A máquina trabalhando em um turno se depreciará em 10 anos, pois 10 anos / 1 = 10 anos.
 ` A máquina trabalhando em dois turnos se depreciará em 6,66 anos, pois 10 anos / 1,50 
= 10 anos.
 ` A máquina trabalhando em três turnos se depreciará em 5 anos, pois 10 anos / 2 = 5 anos.
O quadro a seguir mostra a depreciação anual bem como a vida útil de um bem depreciável:
Quadro 02. Quadro de bens depreciáveis
BEM DEPRECIÁVEL DEPRECIAÇÃO 
ANUAL VIDA ÚTIL
Computadores e Periféricos 20% 5 anos
Edifícios e Benfeitorias 4% 25 anos
Guarnições de cama. Mesa e louças de serviços de Hotelaria 20% 5 anos
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Análise das Demonstrações Contábeis para a tomada de decisão
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BEM DEPRECIÁVEL DEPRECIAÇÃO 
ANUAL VIDA ÚTIL
Instalações maquinas e móveis e utensílios 10% 10 anos
Semoventes e animais de tração 20% 5 anos
Tratores caminhões fora de estrada e motociclos 25% 4 anos
Veículos de passageiros e de carga 20% 5 anos
Fonte: elaborado pelo autor.
É de fundamental que a empresa gerencie os indicadores de Imobilização do Patrimô-
nio Líquido – Imobilização dos Recursos Não Correntes visto a importância da empresa 
não se “engessar” demais com os ativos e acabar ficando sem liquidez.
Agora que sucintamente conhecemos o ativo imobilizado vamos iniciar o conhecimento 
de dois indicadores relacionados a este tipo de bem.
Vamos aqui relembrar os dados recolhidos no demonstrativo contábil da empresa Tudo 
Limpo, uma indústria química de médio porte que produz produtos de limpeza e os re-
vende para todo o território Nacional.
Tabela 06. Dados coletados dos Demonstrativos da Empresa Tudo Limpo 
CONTAS 2019 2020 2021
Disponibilidades R$ 28.000,00 R$ 149.952,00 R$ 40.842,00
Estoque R$ 130.000,00 R$ 140.000,00 R$ 161.000,00
Ativo Circulante R$ 308.000,00 R$ 919.952,00 R$ 552.842,00
Ativo Realizável a longo prazo R$ 0,00 R$ 60.000,00 R$ 90.000,00
Ativo Não Circulante R$ 195.000,00 R$ 583.600,00 R$ 525.200,00
Total do Ativo R$ 503.000,00 R$ 1.563.552,00 R$ 1.168.042,00
Passivo Circulante R$ 126.000,00 R$ 975.000,00 R$ 515.000,00
Passivo Exigível a longo Prazo R$ 12.000,00 R$ 180.000,00 R$ 150.000,00
Exigível Total R$ 138.000,00 R$ 1.155.000,00 R$ 665.000,00
Patrimônio Líquido R$ 365.000,00 R$ 408.552,00 R$ 503.042,00
Recursos não correntes R$ 377.000,00 R$ 588.552,00 R$ 653.042,00
Receita Líquida de Vendas R$ 2.170.500,00 R$ 2.387.550,00 R$ 2.650.180,00
Lucro Líquido R$ 227.321,00 R$ 62.217,00 R$ 249.657,00
Fonte: elaborada pelo autor.
Neste tópico vamos falar sobre a Imobilização do Patrimônio Líquido que se refere a um 
indicador contábil que irá apontar o quanto de recurso que a organização aplica no ativo 
não circulante da empresa, geralmente em ativo imobilizado. 
Através do cálculo do indicador da Imobilização do Patrimônio Líquido, consegue se 
verificar o grau de imobilização referente ao capital da empresa bem como verificar se 
a empresa está ou não “engessada”. Representa a porcentagem do Patrimônio Líquido 
que está comprometido com um Ativo Imobilizado, ou seja, bens não líquidos, como 
investimentos em edificações, terrenos, máquinas pesadas etc.
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Índices financeiros – Indicadores de Liquidez e de Estrutura de Capital - Traduzindo os números 
dos demonstrativos Contábeis em relatórios gerenciais
CURIOSIDADE
Para este indicador quanto menor melhor, ou seja, quanto menor, menos o Patrimônio 
Líquido da organização estará comprometido.
O termo engessado, é um termo contábil utilizado para mostrar que uma organização possui 
um alto volume de ativo imobilizado,

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