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Caso Clínico 2 Paciente de 75 anos, vendedor, hipertenso, tabagista, dislipidêmico, diabético, obeso com antecedentes de doença arterial coronariana estável (diagnóstico através de angiotomografia de coronárias há 3 anos atras), sem história de doença vascular periférica ou carotídea vinha em uso regular de: Enalapril 10 mg VO 2x ao dia; Carvedilol 6,250 mg VO 2x ao dia; Metformina 850 mg VO 2x ao dia; AAS 100 mg VO 1x ao dia; Sinvastatina 40 mg VO 1x ao dia. Procura atendimento com queixa de dor precordial, iniciada aos mínimos esforços, iniciada a cerca de 6 horas da admissão. O paciente referia estar bem até há 2 meses quando começou a apresentar a sensação de peso retroesternal aos grandes esforços e, às vezes, após refeições. Ele procurou atendimento com um clínico geral que lhe disse que seu eletrocardiograma era normal, recomendou-lhe perder peso e proscreveu -lhe tranquilizantes para dormir. Ele perdeu 4 kilos durante os 2 meses seguintes, mas a sensação de peso tornou-se ainda mais frequente, o que fez com que ele procurasse novo atendimento médico. O desconforto retroesternal era descrito como uma sensação de pressão ou aperto, que nunca ocorria em repouso ou durante o sono, mas principalmente enquanto subia escadas o caminhava, especialmente, nos dias mais frios. O desconforto precordial durava 10 a 15 minutos e cedia completamente após um período de repouso de alguns minutos. Com o tempo ele observou que era capaz de prever o nível de esforço que desencadeava a dor. Relata também que utilizou um comprimido sublingual que fazia a dor ceder em 2 a 3 minutos. Os sintomas vêm mantendo as mesmas características durante esse período. No entanto, nas ultimas 48h, notou que o desconforto torácico se tornou mais frequente, cerca de 3 episódios nas ultimas 24h, manifestando-se aos mínimos esforços e recorrente nas ultimas 24h. Procurou o Pronto Socorro em decorrência da persistência da dor por mais de 30 minutos. Exame Físico # Lúcido, orientado, com fácies de dor, sem sudorese profusa, afebril, acianótico. # Peso: 100 kg # Pressão arterial: 140/85 mmHg / FC: 75 bpm # Sat: 96% # Exame respiratório: Murmúrios simétricos, sem crepitações. FR: 18 irpm; # Exame cardiológico: Bulhas rítmicas, hiperfonéticas, sem B3, sem sopros, sem presença de atrito. Pulsos simétrico, com pele quente e bem perfundida; # Exame neurológico: sem alterações; # Exame abdominal: sem alterações. Eletrocardiograma do paciente Laboratório - Troponina Ultrassensível (admissão): 6 ng/dl (VR: até 27 ng/dl) - Troponina Ultrassensível (1h após admissão): 8 ng/dl (VR: até 27 ng/dl) - Creatinina: 1,8 mg/dl - Hb: 12 g/d - Ht: 36% Evolução do caso Após tratamento clínico otimizado, paciente permanece estável, sem recorrência da dor, sem apresentar instabilidade clínica ou elétrica. ECG com as alterações dinâmicas representadas no traçado acima citado. Questões para discussão em grupo 1) Qual sua hipótese diagnóstica? 2) Quais os achados no ECG? 3) Qual a probabilidade de se tratar de uma SCA? 4) Como avaliar os riscos isquêmicos desse paciente? 5) Como avaliar os riscos hemorrágicos decorrentes do tratamento a ser instituído por esse paciente? 6) Como deve ser a condução clínica e medicamentosa inicial desse paciente? 7) Diante da evolução apresentada pelo nosso paciente, qual a melhor estratégica? Caso Clínico 2 Exame Físico Eletrocardiograma do paciente Laboratório