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Direito de Aprender no Brasil


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2.2. Fazer um texto dissertativo sobre o direito de aprender, problematizando sobre 
onde fica o direito de aprender de crianças e adolescentes no país. 
 
Antes de tudo, faz-se necessário primeiramente tratar sobre a educação de uma 
maneira geral no cenário brasileiro ao longo dos anos. No começo, não era tido como 
prioridade o ensino da leitura e escrita durante o período colonial para a população. Isso 
ficava somente para a família real. As escolas tidas como populares e primárias só 
começam a surgir de maneira descentralizada a partir de 1830. 
Um dos primeiros currículos introduzidos pelo Imperador Pedro II trazia o 
chamado nível superior, depois passou a ser chamado de ginásio e que hoje é conhecido 
como o ensino fundamental II e Ensino Médio ensinava-se o francês e o latim, por 
exemplo e incluía como nível elementar, um período de 4 anos em que se aprendia a 
leitura, a escrita, o básico da aritmética, pesos e medidas, história sagrada e educação 
moral. 
Já durante o período militar houve uma significativa mudança no ensino, por 
exemplo, a transformação do colegial em profissionalizante. Muitas das alterações feitas 
naquele período ressoam até os dias atuais no ensino nas escolas de ensino regular. 
Na década de 80, com o maior acesso à tecnologia, a educação básica no país foi 
expandindo e também houve significativa melhoria no ensino como um todo, seja em 
infraestrutura, como também recursos didáticos. Assim, diz-se que o acesso à educação 
estava sendo universalizado. 
Aqui, inclusive, passa a se debater sobre o que aprender, como ensinar com base 
nos currículos pedagógicos existentes. Ainda, passa-se a enxergar que existem jeitos de 
aprender, aplicar conhecimentos, ter autonomia para tomar decisões e isso vai além de 
apenas acumular conhecimentos. 
Daí também surge a problemática de, dentro de um sistema de educação 
massificado, verificar se o direito de aprender é assegurado. Quando se fala no direito de 
aprender, pode ser entendido como se de fato todos aqueles destinatários da educação têm 
acesso ao ensino, e ao mesmo tempo, verificar se existe o devido investimento em 
dinheiro e em recursos humanos. 
O ensino fundamental, que antes era de 8 anos, foi mudado para 9 anos por força 
da Lei 11.274, alterando assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica. Antes 
também, a obrigatoriedade do ensino começava aos 6 anos, mas também foi alterado o 
período por força da Lei 12.796. Passou então de 6 anos para 4 anos a obrigatoriedade. 
A inserção de crianças nos anos obrigatórios, apesar de tudo, não é uma realidade 
nacional visto o cenário de desigualdade do Brasil. Nos municípios menos favorecidos e 
até mesmo em Estados brasileiros cujos índices apontam para esse cenário de 
desigualdade, muitas crianças e adolescentes se encontram fora do ambiente escolar seja 
para trabalhar na infância ou até mesmo por falta de oportunidade como escolas muito 
distantes, condições precárias de transporte e também precariedade das próprias escolas 
básicas. 
Isso afeta diretamente o direito de aprender, visto que, o fato de nem todas as 
crianças puderem acessar nem mesma a educação obrigatória e por esse motivo ficarem 
atrasadas com relação a outras crianças, prejudica até mesmo a proposta da educação 
democrática que tem por objetivo chegar a diferentes classes e regiões. 
A negligência da infância no acesso a educação, é culpa, principalmente, dos 
próprios governos. Nesse sentido, é preciso cada vez mais investimento na educação 
como um todo, mas também investimento em outras áreas que possam afetar efetivamente 
a população, seja com saneamento básico, infraestrutura para a saúde e outros, já que 
essas áreas estão interligadas. 
Desse modo, recai justamente no que o texto diz. A prestação de contas sobre o 
que está se fazendo no ensino é importante para fazer valer o direito a aprender, para 
demonstrar que o que se faz é efetivo para garantir o acesso a educação de crianças e 
adolescentes.

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